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CARTA PASTORAL V Assembleia do Povo de Deus (V APD) “O Senhor escolheu outros setenta e dois e enviou-os, dois a dois, à sua frente, a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir” (Lc 10,1)

Carta Pastoral: convite

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CARTA PASTORALV Assembleia do Povo de Deus (V APD)

“O Senhor escolheu outros setenta e dois e enviou-os, dois a dois, à sua frente, a toda cidade e lugar para onde ele mesmo devia ir” (Lc 10,1)

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Evangelizadora, fruto da IV Assembleia do Povo de Deus, realizada em 2012, nasce esse convite-convocação.

Cada integrante de nossas comunidades de fé, construtores da sociedade e formadores de opinião, ministros, agentes de pastorais e evangelizadores, religiosos e religiosas, diáconos, padres, bispos, homens e mulheres de boa vontade devem trilhar o caminho missionário da V APD, em atitude de escuta, reflexão, a partir de análises, com avaliações pertinentes para darmos as respostas adequadas a este tempo de Deus e nosso.

Vamos realizar a V Assembleia do Povo de Deus (V APD), de 13 de dezembro de 2015 até 20 de novembro de 2016. O dom dessa vivência ocorre no mesmo período em que a Igreja, no mundo inteiro, celebra o Ano Santo Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco. Somos interpelados a ser “Igreja em saída”, em missão, profética e misericordiosa.

Nesse horizonte missionário e também a partir do caminho já percorrido, guiados pelas Diretrizes da Ação

Amados e amadas de Deus, saúde e paz!

CONVITE CORDIAL CONVOCAÇÃO ECLESIAL

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A ALEGRIA DO

EVANGELHO E NOSSA

MISSÃO

Na acolhida a esse convite-convocação, é importante ter pre-sente uma forte afirmação do Documento de Aparecida, n. 29:

“A alegria do discípulo não é um sentimento de bem-estar egoísta, mas uma certeza que brota da fé, que serena o coração e capacita para anunciar a boa nova do amor de Deus. Conhecer Jesus é o melhor presente que qualquer pessoa pode receber; tê-lo encontrado foi o melhor que ocorreu em nossas vidas, e fazê-lo conhecido com nossa palavra e obras é nossa alegria”.

Desafiados em nossos esforços missionários, agradecidos pelos passos dados, confirmando a beleza e a singularidade de nossa história como Arquidiocese de Belo Horizonte, rumo à celebração de seu primeiro centenário, e muito conscientes dos desafios atuais, precisamos renovar a doce e reconfortante alegria de evangelizar. Chega, agora, o tempo de novas escutas e respostas, humildemente aceitando que somos permanentemente exigidos a exercermos essas tarefas.

Juntos, trilharemos o percurso da V APD, com esperança e coragem renovadas a partir do que diz o Papa Francisco, inspirado em ensinamento de Santo Irineu: “‘Na sua vinda, Cristo trouxe consigo toda a novidade’. Com a sua novidade, Ele pode sempre renovar a nossa vida e a nossa comunidade, e a proposta cristã, ainda que atravesse períodos obscuros e fraquezas eclesiais, nunca envelhece. Jesus Cristo pode romper também os esquemas enfadonhos em que pretendemos aprisioná-Lo, e surpreender-nos com a sua constante criatividade divina” (EG 11).

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Nossa missão é anunciar a alegria do Evangelho, de muitos modos, munidos de diversos meios, com todos os equipamentos disponíveis. Essa tarefa deve ser exercida, principalmente, a partir do nosso testemunho, por humilde e corajoso retorno à fonte da nossa fé. Assim, é possível lavar o rosto e tirar o pó da estrada percorrida.

É preciso acalentar os pés cansados ao percorrer o caminho pedregoso e alentar o coração tendo presente o que também nos diz o Papa Francisco: “Sempre que procuramos voltar à fonte e recuperar o frescor original do Evangelho, despontam novas estradas, métodos criativos, outras formas de expressão, sinais mais eloquentes, palavras cheias de renovado significado para o mundo atual” (EG 11).

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POR QUE CELEBRAR A V APD?

A celebração da V Assembleia do Povo de Deus é um gesto evangélico de fidelidade à história, quase centenária, de nossa Arquidiocese de Belo Horizonte. Trata-se de reverência aos que nos precederam e, com fecundo testemunho de fé, compartilharam a alegria da fraternidade eclesial. Estamos conscientes de que essa fidelidade exige de todos nós a corajosa humildade de fazer, periodicamente, a experiência amorosa de escutar, particularmente, os clamores dos

mais pobres, as opiniões dos diferentes e dos distantes. Principalmente, é preciso ouvir o que Deus diz, deixá-Lo nos conduzir rumo a novas respostas, para a superação de fragilidades presentes na contemporaneidade; no tratamento das complexas realidades de nosso tempo, para iluminá-las com os valores do Evangelho. Celebrar a V APD é singular oportunidade para esse exercício.

A vivência da V APD nos permite exercitar o nosso discipulado. Cultivar a interioridade a partir da fé. Iluminar nossa coragem e audácia para encontrar outros caminhos, respostas novas. A realidade atual é caracterizada pela multiplicidade de experiências, constantes e rápidas mudanças. Esses aspectos não nos permitem acomodação e mera conservação. Exigem entusiasmo no anúncio do Evangelho de Jesus. Neste tempo que o Senhor nos concede, devemos ser servidores.

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A celebração da V APD é uma indispensável experiência de avaliação, porque somos permanentemente desafiados a encontrar novos métodos, a entender as dinâmicas da história. Isso inclui a necessidade de nos desencarcerarmos de metodologias e dinâmicas que já não conseguem tratar a complexidade da realidade.

Precisamos encontrar modos para anunciar o Evangelho na atualidade, grande dom a ser oferecido ao mundo.

Em Cristo, o Salvador, encontramos a força de um testemunho que revigora e vivifica nossas dinâmicas, permitindo-nos um uso inteligente e evangélico do que possuímos para o bem de todos.

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DESAFIOS À MISSÃO

As realidades urbanas nos apresentam inúmeras questões com as quais precisamos dialogar, para sermos, fundamentalmente, uma “Igreja em estado permanente de missão”, “uma Igreja em saída”. Diante de nós, está a complexidade das realidades urbanas, sempre plurais, configuradas permanentemente por novas linguagens e novas simbologias, palco de grandes e constantes transformações socioeconômicas, religiosas, culturais e políticas, que impactam a vida de todos. É missão para a V APD considerar as exigências dessas realidades e não se esquecer de demandas específicas, contextualizadas no meio rural e nas pequenas cidades que compõem nossa Arquidiocese, a fim de que sejamos uma Igreja sempre servidora.

A FÉ COMO EXPERIÊNCIA Nossos modelos eclesiais precisam ser repensados, abrindo novas possibilidades de diálogo com o mundo, para revigorar a ação evangelizadora da Igreja. Trata-se de exigência da fé que se dispõe a ser madura (cf. 1Pd 3,15), assim como já nos apontava o Concílio Vaticano II. Nesse sentido, põe-se a tarefa pastoral de formar pessoas e comunidades mais reflexivas, para garantir fiéis que ajam com autonomia responsável, fidelidade ao Evangelho e maior comprometimento com a ética e a cidadania.

Ora, a ação evangelizadora da Igreja, interpelada pela cultura atual, vê-se exigida a retomar o seu caráter primordialmente mistagógico. A fé precisa retomar o seu lugar, fonte regeneradora do ser humano. É preciso reconhecer o primado da experiência de caráter místico, que alimenta a profecia corajosa e audaciosa.

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ESTRUTURAS PASTORAIS E SERVIÇOS A grande interpelação, como sublinha o Papa Francisco na Evangelii Gaudium, n. 27, é sonhar “com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda estrutura eclesial se tornem um canal comprometido mais com a evangelização do mundo atual do que com a autopreservação”.

É indispensável focalizar e tratar adequadamente as estruturas eclesiais, a fim de que a Igreja alcance um melhor dinamismo evangelizador (cf. EG 25).

O princípio primeiro da evangelização é criar a oportunidade para cada pessoa viver um encontro pessoal com o Cristo Ressuscitado, superando e corrigindo devocionalismos, emocionalismos, enrijecimentos e outras posturas que desfiguram a robustez da fé cristã, na sua força própria de

tecer a cultura da solidariedade, do comprometimento com a justiça e de experiência de salvação.

É, portanto, indispensável rever e avaliar os funcionamentos das estruturas pastorais e dos serviços prestados. Assim, poderemos trabalhar com mais fecundidade e exercermos, de modo mais eficaz, a generosidade.

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NOSSO JEITO DE SER DISCÍPULOS

MISSIONÁRIOS

TESTEMUNHOÉ incontestável que a coluna sustentadora do processo de evangelização é o empenho autêntico, cotidiano e existencial de cada pessoa que assume corajosamente a condição de discípulo e discípula de Cristo, missionários e missionárias. Somos desafiados a repensar nossos horizontes, para permitir que a graça de Deus lance raízes no mais íntimo de cada um de nós.

Assim, fortalecemos nossa condição de discípulos de Cristo, conformando nossas vidas à sua paixão oblativa. Cada vez mais, nos tornamos, com simplicidade e humildade, sinais de seu amor. A Igreja nasce e cresce missionariamente também pela força do testemunho, que somos chamados a oferecer, por exigência de nossa vocação batismal. Tem razão e bem aconselha o apóstolo Paulo: “Eu vos exorto, irmãos, pela misericórdia de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus: este é o vosso verdadeiro culto” (Rm 12,1).

MINISTROS DA PALAVRA DE DEUS“Dela (a Igreja), eu me fiz ministro, exercendo a função que Deus me confiou a vosso respeito: ‘fazer chegar até vós a Palavra de Deus’” (Cl 1,25). A recuperação do vigor da Rede de Comunidades, seu crescimento, em vista de maior presença e proximidade de todos, especialmente dos mais pobres – convencidos de que a opção e o compromisso

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preferencial pelos pobres, no serviço solidário, é expressão fundamental da espiritualidade encarnada, também como sinal do frescor e vigor da vida comunitária –, só se pode alcançar, conforme as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese de Belo Horizonte, a partir:

do Primado da Palavra de Deus (Círculos Bíblicos, Leitura Orante, Ofício Divino das Comunidades), com a interação entre Palavra e Vida;

do Ministério da Palavra, entendida, aqui, a missão dos catequistas como Ministros da Palavra, qualificação e vigência permanente do primeiro anúncio;

da Liturgia, com qualificação da presidência leiga e também da ordenada;

da Ministerialidade ampla, com a participação e presidência dos leigos, com o devido reconhecimento da atuação das mulheres.

Portanto, é necessário um empenho especial pelo MINISTÉRIO DA PALAVRA. Como diz São Jerônimo (Carta 53 a Paulina): “Sendo a carne do Senhor verdadeiro alimento e o seu sangue verdadeira bebida, o nosso único bem é comer a sua carne e beber o seu sangue, não apenas no mistério eucarístico, mas também na leitura da Escritura!”. O Concílio Vaticano II, por sua vez, afirma: “a Igreja sempre tomou e distribuiu aos fiéis o pão da vida, quer da mesa da Palavra de Deus quer do Corpo de Cristo” (DV 21). O Sínodo da Palavra de Deus reitera: “À Palavra de Deus e ao mistério eucarístico a Igreja tributou e quis e estabeleceu que, sempre e em todo lugar, se tributasse a mesma veneração, embora não o mesmo culto” (VD 55).

I

II

III

IV

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MISERICÓRDIAAo percorrermos o caminho da V APD, estaremos, também, com a graça e providência de Deus, percorrendo o caminho penitencial e reconciliador do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia. O horizonte que nos norteará é o desejo e o desafio de sermos uma Igreja Misericordiosa, indo ao encontro de todas as pessoas, levando-lhes a bondade e a ternura de Deus. Uma meta que exige muita revisão de vida, mudanças mais radicais na cultura - eclesial e eclesiástica - firmando os passos e inspirações na amorosa escuta dos ensinamentos de Deus.

Na verdade, temos que admitir, ainda precisamos aprender muito para sermos a Igreja que leva a todos o bálsamo da misericórdia. Um compromisso que, vivenciado, irá se tornar qualificação do testemunho. Precisamos aprender a ser uma Igreja que usa mais o remédio da misericórdia que o da severidade; a dar uma nova coluna mestra à Igreja, a misericórdia, para que sua vida, missão e serviço sejam do agrado de Deus, Pai Misericordioso.

Vamos percorrer esse caminho inspirados pela exemplaridade da Mãe da Piedade, discípula incomparável de Cristo Rei, pobre e servidor, contando com sua proteção materna, esperançosos e iluminados pela fé.

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• Carta Pastoral do Arcebispo abrindo a V Assembleia do Povo de Deus• Dia 1º: Assembleia do Clero da Arquidiocese - Apresentação da metodologia da V APD• Dia 8: Solenidade da Imaculada Conceição - Abertura do Ano Santo da Misericórdia• Dia 13: Abertura da V Assembleia do Povo de Deus e do Ano Santo da Misericórdia na Arquidiocese

CRONOGRAMA

Dezembro2015

• Campanha de sensibilização e divulgação da V APD através dos Meios de Comunicação da Arquidiocese e públicos• Disponibilização dos meios eletrônicos de participação dos fiéis e da sociedade com opiniões e sugestões para a V APD• Disponibilização do Guia da V APD com “Texto-Motivador”

Janeiroa Abril2016

• Avaliação dos Planos de Pastoral (Regionais/Vicariatos/Foranias/Paróquias)Fevereiro

a Março2016

• Dia 15: Vigília de Pentecostes na intenção da V APD em todas as comunidades eclesiais• Dia 26: Festa de Corpus Christi na perspectiva da V APD

Maio2016

Junho2016

Dia 04 : Assembleias paroquiais, com o “Texto-Base da V APD”

• Dia 30: Assembleias das Foranias, com eleição dos vigários forâneos para o triênio 2017-2019Julho

2016

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Dia 03: Assembleias das Regiões Episcopais e dos Vicariatos Especiais (com indicações de nomes para seus respectivos vigários episcopais para o triênio 2017-2019)

Setembro2016

Dia 15: Assembleia Arquidiocesana: votação das proposições finais para as Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese para o Quadriênio 2017-2020.

Outubro2016

• Elaboração dos Planos de Pastoral das Regiões Episcopais e dos Vicariatos Especiais para o quadriênio 2017-2020 • Assembleias de aprovação dos Planos de Pastoral das Regiões Episcopais e dos Vicariatos Especiais para o quadriênio 2017-2020• Início do ministério dos novos vigários episcopais e forâneos

Novembro2016

• Início do ministério dos novos membros dos conselhos Episcopal e Presbiteral Arquidiocesano na assembleia geral do clero (triênio 2017-2019)• Dia 8: Solenidade da Imaculada Conceição – Promulgação das Diretrizes da Ação Evangelizadora da Arquidiocese e dos Planos de Pastoral pelo Arcebispo Metropolitano

Dezembro2016

Fevereiro a Abril2017

• Processos de renovação dos órgãos colegiados (cf. Guia para esses órgãos vol. 1)• Elaboração dos Planos de Pastoral das Foranias e comunidades Paroquiais.

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ORAÇÃO V APDSenhor, nosso Deus, Pai de misericórdia,

que sempre estivestes próximo a nós, revelando-nos vosso rosto de amor.

No cumprimento de vosso desejo de estar, de modo definitivo, junto à nossa humanidade, enviaste-nos vosso Filho, a Palavra que se fez carne, inaugurando, em nosso meio, o vosso Reino

de justiça, de misericórdia e de paz.Animados pelo Espírito de vosso Filho, queremos, sempre mais, ficar parecidos com Ele, e, por nossos gestos e palavras, cumprir com melhor empenho nossa missão de discípulos e discípulas

e de anunciadores do Evangelho.Ajudai-nos, com vossa graça, a discernir os sinais de nosso

tempo, fazendo da V Assembleia do Povo de Deus, da Arquidiocese de Belo Horizonte, momento fecundo de escuta de vossa Palavra, de conversão e de busca de novos horizontes

para a evangelização.Que Maria, mãe da Piedade e discípula primeira, acompanhe-nos

nesse caminho e nos inspire no acolhimento da vossa Palavra.Por Cristo, Senhor nosso,

Amém!

Vamos percorrer esse caminho inspirados pela exemplaridade da Mãe da Piedade, discípula incomparável de Cristo Rei, pobre e servidor, contando com sua proteção materna, esperançosos e iluminados pela fé.

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VICARIATO EPISCOPAL PARA A

AÇÃO PASTORAL

www.arquidiocesebh.org.brMais informações: (31) 3269-3105