Cap 2 Ramanathan

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  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    1/22

    Velocidade de co  osão

    -

    A veiocidade com a qual a corrosão ocorre , geralmente

    dada como (1) perda de peso por unidade de área, em unidade de tempo , ou (2) a

    profundidade do metal corroído em unidade de tempo.

    SUGESTÕES PARA LEITURA ADICIONAL

    l. EVANS, U R. The corrosion and oxidation o metais Londres, Edward-Arnold, 1960.

    2. SHREIR , L.L. (Ed.) Corrosion   metal-environment reactions., Londres, Newnes Butter·

    worths, 1976, vol. 1

    3. EVANS, U.R.

    An

    introd ctio

    to

    metallic corrosion

    Londres, ·Edward-Arnold, 1979.

    R

    EFEilÍNCIAS

    l . Handbooko elecrrochemicalconstants Londres, Butterwort hs, 1959.

    2 SHREIR, L.L. (E

    d.

    ) Corrosion  metal-environment reactions  Londres, Newnes Butterworths

    1976, vol.

    1

    32

    spectos eletroquímicos da corrosão

    2 1 . INTRODUÇ O

    Uma reação de corrosão pode ser representada de uma maneira similar a qual

    quer outra reação química, pela termodinâmica ou pela cinética.

    A termodinâmica dá uma medida quantitativa da tendência de uma reação ocor

    rer em uma dada direção. Similarmente a qualquer reação química, quando um me

    tal reage com o seu meio, há uma variação na energia livre õG do sistema, que é

    igual ao t rabalho feito ou absorvi

    do

    durante o processo de reação. A ener

    gia

    é máxi

    ma quando o proces

    so

    é rever

    vel

    Esta

    va

    riação de energia livre é a força motriz da

    reação. Quando uma reação de corrosão ocorre, ela é acompanhada por uma dimi

    nuição na e nergia

    do

    sistema, pois de outra forma a reação não poderia ocorrer. A

    variação na energia livre õG pode ser dada

    co

    mo:

    õG G(produtos) - G(reagentes)

    (2 . 1)

    Em muitos livros, o termo energia livre também é usado para descrever a função

    de Helmholtz ou a função trabalho F . F e G são relacionados por:

    G = F   PV

    (2.2}

    em que P e V são a pressão e o volume, respectivamente.

    Neste livro, todas

    as

    referências

    à

    energia livre estão restritas

    à

    energia liv

    re

    de

    Gibbs, G.

    A termodinâmica também define sem ambigüidades a natureza.das fase s, suas ati

    vidades (concentrações termodinâmicas) e fugacidades (pressões termodi namicas) ,

    quando a reação at inge o equilíbrio. A termodinâmica prevê as reações de corrosão,

    e

    nt

    retanto não dá qualquer informaçã o sobre a velocidade

    com

    que a reação atinge

    o equilíbrio, ou sob

    re

    o mecanismo detalhado da reação.

    Cinética

    -

    A corrosão, como mencionado anteriormente, é urna reação que ocor

    re em uma interface eletrificada. e necessário, portanto , que se considerem as ciné

    ticas de eletrodo, o que será visto em outras seções deste capítulo.

    33

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    2/22

    2.2. TERMODINAMICA E CINl:TICA DAS REAÇÕES

    DE CORROSÃO UM CORRELAÇÃO

    A maiona dos metais são encontrados na natureza na forma combinada, co

    mo minerais, e reduzidos ao estado metálico pela introdução de energia suficiente

    para o processo. Logo após a redução, o metal tende a reverter para

    um

    estado não

    metálico. Por exemplo, a equação 2.3 mostra a reação de redução

    do

    minério de fer-

    ro e a equação 2.4 a tendência de o ferro reverter

    por

    corrosão ao minério:

    Redução

    Fe

    2

    0

    3

    +

    3C

    2Fe + 3 CO (2.3)

    Energia química cedi-

    da ao sistema

    4 Fe +

    302

    + 3H20 Oxidação/corrosão

    Energia retirada

    do sistema

    2 Fe

    2

    0

    3

    ·

    3H20

    (2.4)

    A instabilidac;le tennodinâmica dos metais

    é

    refletida na tendência que certos me

    tais em suas formas finamente divididas têm de inflamar-se espontaneamente. Pós fi.

    nos de alumínio, ferro ou magnésio inflamam-se espontaneamente sob exposição ao

    ar e geral grandes quantidades de calor. A velocidade com que esta reação ocorre,

    ou seja, ferro combina-se com oxigênio para formar um óxido, é dependente de um

    número de outros fatores, especialmente a natureza e localização da formação do

    produto de corrosão. Sobre um grande pedaço de ferro, o produto da reação (óxi

    do) forma uma barreira sobre sua superfície e isola o ferro do meio, reduzindo por

    tanto a velocidade da reação. Assim, embora a termodinâmica prediga a formação

    do produto de corrosão sob um conjunto de condições, a velocidade

    ou

    cinética da

    reação é influenciada

    por

    outros fatores. A natureza do produt o de corrosão sobre a

    superfície metálica pode variar e determinar se a ve locidade será alta ou baixa. Este

    aspecto pode ser exemplificado considerando-se a corrosão do ferro ou aço. O pro

    duto de corrosão normal, ferrugem (Fe

    2

    0

    3

    • 3H

    2

    O), sobre aço não

    é

    particularmente

    protetor, portanto a tendência para o aço ser corroído domina. Por outro lado, o aço

    ligado com cromo e níquel (aço inoxidável) resulta em uma superfície coberta

    por

    uma película de óxido fina , invisível e aderente, que forma uma barreira

    co

    ntra a

    oxidação posterior, e prote ge o aço. A proteção de um metal por uma película

    fina de seu produto de corrosão dá origem ao fenômeno de passividade . Este con

    ceito será discutido com mais detalhes posterion nente, neste capítulo. A passivação

    não é o único fator que controla a velocidade 'de corrosão de um metal . Sob certas

    circunstâncias a velocidade de difusão ou transporte de espécies redutoras ( oxigê

    nio) para a superfície metálica pode ser mais significativa que a fonnação do óxido.

    Das considerações acima, pode ser visto que, embora a tendência global de uma

    reação ocorrer na direção de conversão do metal para seu óxido possa se r dada pela

    termodinâmica, fatores cinéticos podem modificá-la em grande extensão, ou neutra

    lizá-la. Considere-se uma reação de corrosão generalizada,

    34

    aA

    1

    bB

    -+

    cC + dD

    (2.5)

    em que 'a' moles do reagente A (metal) reagem

    co

    m 'b' moles

    do

    reagente B (meio)

    para fo

    nn

    ar 'c' e 'd' moles dos produtos C e D, respectivamente.

    ermodínimica

    - -

    1

    A

    bB

    - - -

    Reagentes

    1

    .

    ê

    'O

    óG

    z

    1

    rcxlutos

    cC + dD

    FIGURA 2.1. elação entre a termodinâmica e a cinética para a reação

    de co osão generalizada,

    aA +

    bB -+ cC

    +dD

    .

    A variação da energia livre t G para a reação mostrada esquematicamente na figu

    ra 2.1 é simplesmente a diferença ent re o nível de energia dos produtos e o dos rea

    gentes. Pode ser vis to que embora se

    ja

    possível estimar-se a diferença no nível

    de

    en

    ergia livre a velocidade ou caminho na qual a reação ocorrerá não pode ser

    predita. A reação pode seguir diferentes caminhos, 1, 2, 3 ou 4. As reações espon

    tâneas podem variar em velocidade, desde muito l

    en

    ta (caminho

    3)

    até muit o rápi

    da (caminho 1), ou pode não ocorrer, a menos que se forneça a chamada energia de

    ativação t.Ea, para iniciar a reação. O valor real de

    t G

    para a reação de corrosão

    na

    equação 2.5 depende da compo

    si

    ção do metal A, meio B produtos formados, e fa.

    tores tais como pressão, temperatura e outros.

    2.3.

    A EQUAÇÃO E NERNST

    A te

    nd

    ência de uma reação ocorrer

    é

    dada pela variação da energia livre. Em vista

    da natureza eletroquímica da corrosão, a tendência para um metal ser corroído pode

    também ser expressa em termos de força eletromotriz (f.e.m.)das células de corro

    são, que são uma parte integrante do processo de co rrosão. Desde que a energia elé

    trica é expressa como o produ

    to

    de volts por coulombs, isto

    é,

    Joules, a relação

    en

    t re a variação da energia expressa

    em

    Joules e a f .e.m. E em volts

    é

    definida por

    G

    = - nFE

    (2.6)

    em

    que n é o número de elétrons

    qu

    e participam da reação e

    o

    Fa

    raday (96.500

    coulombs). Portanto, quanto mais alto o valor de E, maior a tendência para a reação

    de corrosão ocorrer.

    35

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    3/22

    Na reação de corrosão generalizada , mos trada na

    eq

    uação 2 5 , o cálculo de ó G e

    subseqüentemente E será facilitado,

    se

    um conjunto de condições padronizadas pu

    derem ser qefin·idas e referidas como estado padrão

    (ou

    estado de referência arbi

    trário). Por exemplo: metal puro ,

    25ºC

    , pre

    ss

    ão

    do

    gás de

    1

    atmosfera , so lução

    1

    molar etc. Se os reagentes e p rodu tos da

    eq

    uação 2.5 estiverem em seus estados-pa

    drlfo, o ó G da reação será chamado de variação de energia livre padrão e designa

    do como ó.G

    0

    . Esta quantidade termodinâmica é relacionada com a constante de

    equil íbrio q uímico

    K ,

    através da relação

    ó

    Gº =

    -IH

    JnK

    (2.7)

    em que R é a constante universal do s gases, T é a temperatura absoluta, ln é o loga

    ritmo natu ral e

    K

    é definido como:

    [Produtos]

    K =

    [Reagentes]

    [C]

    C

    [D jd

    [AJª [B]b

    (2.8)

    Os colchetes representam concentrações ou p ressões (mais precisamente, a a tivi

    dade dos produtos e reagentes deveria ser usada, o que está relacionado com a con

    cent ração através de um coeficiente de atividade) .

    Quando a reação ge ral envolve reagentes e produtos fora do estado padrão,

    av

    a-

    riação de energia livre pode então ser calculada pela relação

    JG

    =

    ó.Gº

    +

    RT

    l n Q

    (2.9)

    onde Q é a razão entre a concentração dos produt os e a dos reagentes fora do seus

    estados-padrão. Desde que:

    ó G = - n FE

    (2.10)

    similarmente,

    ó Gº

    = · n FEº

    (2

     11 )

    onde Eº é a f.e.m. quando reagen tes e produtos estão no estado padrão . Correspon

    dentemente, a equação 2.9

    po

    de ser expressa como:

    ou

    RT

    E =

      º ·

    nF lnQ (2. 12)

    E = Eº -

    RT

    nF

    l n

    [Produtos]

    [Reagentes]

    (2.

    12a)

    Esta é a equação de NERN

    Sf

    que expressa a f.e .m . exata de uma reação em ter

    mos das at ividades dos produtos e reagentes. Como é mais conveniente trabalhar

    36

    com logaritmos na base 10, o valor do coeficiente RT /F é multiplicado pelo fator

    do converslfo 2,303.

    2.4.

    D l ~ G R M POTEN I L pH

    A corrosão aquosa pode ser expressa convenientemente na forma de diagramas

    pote ncial -

    pH

    para sistemas metal-água.

    Entretanto,

    antes de entrar

    em

    detalhes so

    bre a construção, descrição e discussa-o destes diagramas, alguns conceitos essenciais

    são apresentados.

    2 4 1

    D i

    ssoluçã

    o Anódi

    c

    de Metais

    Em geral

    todo

    s os met ais apresentam ou uma superfície limpa, ou uma superfí

    cie coberta por um composto ou óxido. As propriedades dos metais em soluções

    aquosas diferem de acordo

    com

    a natureza da superfície que eles apresentam. Con

    sideremos um caso ideal, um metal puro exposto a uma solução aquosa, onde a úni

    ca reação é a dissolução do metal. Os átomos do metal sobre a superfície metálica

    estão em poços de energia (ou estados de energia mínima) associados à estrutura

    do r

    etículo

    cristalino (vide figura 2.2).

    Me

    tal Soluçlo

    Ms

    a)

    Quando se dissolve

    Metei Solução

    M ( Ms

    b)

    Em

    equilfb

    r io

    FIGURA 2.2.

    Po

    ços de energia para um fon

    de

    metal no retfculo

    cristalino MR e na solução s 

    A fim de passarem para solução, têm de adquirir uma certa quan tidade de

    energia, chamada de energia de ativação. Isto ajuda no processo complexo pelo qual

    o átomo é separado do retículo cristalino do metal, penetra a camada das moléculas

    da água em

    contato

    com o metal, sendo circundado p

    or

    elas, de forma que o

    produto

    final dessas reações seja um cátion metálico hidratado. A figura 2.2a representa os

    estados de energia, inicial e final, onde o final é mais baixo que o inicial, indicando

    que o processo ocorre da .esquerda para a direita, e o metal se dissolve. Quando se

    atinge o equilíbrio, os poços de energia estão no mesmo nível, como é mostrado na

    figura 2.2b. As reações para a direita e para a esquerda, isto é, Mretículo Msoluçãe

    37

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    4/22

    (dissoluç[o) e Msoluçlío Mretículo (deposição) ocorrem à mesma velocidade. Is

    to pode ser representado de uma fon na geral por:

    Mretículo +-

    MZ+ + ze-

    (2.13)

    em que

    o número de elétrons que tomam parte na reação de dissolução/deposição.

    2 4 2

    pH

    A atividade do íon hidrogênio é usualmente expressa

    como

    pH. O

    pH

    é definido

    como o logaritmo negativo da atividade do íon hidrogênio:

    pH = - log [W]

    (2.14)

    Em água pura há concentrações iguais de íons tt+ e OH- em equilíbrio

    com

    água

    não dissociada. A constante da reaçã o para a equação:

    H

    2

    H+ + OH-

    (2.15)

    a 25ºC é 1,01 X l 0-

    14

    . Assim, o valor do pH para a água pura a 2s

    0

    c é:

    pH

    =-

    log J l

     O

    l x l0-

      4

    = 7,0 (2.16)

    (raiz quadrada porque a concentração de íons tt+ e OH-

    sã o

    iguais). Se a concentra

    ção do íon tt + expressa como [W] exceder a concentração do íon OH· ([OH·]), co

    mo nos ácidos, o pH é menor que 7 e, se (OH-] exceder [H+],o pH é maior que 7.

    A temperaturas acima de 2SºC, os valores de

    pH

    variam ligeiramente, porque a cons

    tante da reação para a equação 2. 15 varia( 1),

    2.4.3. Potencial de Elet rodo

    Um

    metal em uma soluça-o aquosa estabelece um certo potencial com relação

    à

    solução que é comumente conhecido como

    poten

    cial de eletrodo . O potencial de

    equilíbrio do .eletrodo é o potencial do eletrodo devido a um único processo, nas

    condições de equihbrio entre os átomos do metal no retículo cristalino e os átomos

    do metal em solução. Se, por exemplo , prata metálica é imersa em uma solução de

    sal

    de prata, haverá uma troca entre os íons de prata no retículo cristalino do metal

    e

    os

    áto mos de prata hidratados, em soluçã o

    Agretículo

    g ~ q u o s o

    g ~ q u o s o Agretículo

    (2.17)

    (2.18)

    quando os dois processos atingem o equihbrio, tem-se o potencial de equihbrio do

    eletrodo.

    Ambos, potencial de eletrodo e potencial de equihbrio

    do

    eletrodo, nã'o podem

    praticamente sêr medidos em termos absolutos. A diferença de potencial entre o

    38

    metal M na solução e um

    outro

    eletrodo R na solução, entretanto, p ode ser medida.

    Além disso, se houver quaisquer variações na diferença de potencial, estas podem

    se r atribuídas a variações no metal M, uma vez que o eletrodo

    R

    não varia. O eletro

    do R é geralmente o eletrodo de referência. Assim, o potencial de uma única inter

    face metal /solução pode ser determinado usando-se outra interface metal /solução

    eletrificada. Esta diferença de potencial é também referida como a f.e .m. da célula

    fonnada por eletrodos M e R, e o meio aquoso. i:. necessário definir o potencial do

    eletrodo de referência de fonna que ele

    po

    ssa ser usado como padrão para todas

    as

    medidas de potencial.

    2.4.4. Eletrodos de Referência

    Há diversos eletrodos de referência, o mais importan te deles é o eletrodo-padrão

    de hidrogênio S.H.E. Standard y rogen Electrode).

    2.4.4.1.

    Eletrodo Padrão de Hidrogênio

    O equilíbrio

    en t re

    íons de hidrogênio e hidrogênio gasoso pode ser dado como:

    2 H+ + 2 e-

      t.

    H2

    (2.19)

    O eletrodo de hidrogênio consiste de

    um

    eletrodo de platina imerso

    em

    uma solução

    de íons hidrogênio na qual hidrogênio gasoso H

    2

    a 1 atmosfera é b orbulhad o (vide

    figura

    2.3 .

    Aplicando a equação de Nernst simplificada 2.l 2a) ao eqúilfbrio H+ H

    2

    , na

    equação 2. 19, obtém-se:

    H

    _

    H1

    Disco de vidro

    mtertudo

    PH2

    E

    Eº . 0,03 log aw 2

    Fio de conexão

    ~

    r c ú r i o

    Eletrodo

    de

    Platina

    Platm zada

    FIGURA 2.3.

    flustração esquematica

    de um

    eletrodo padrão de hidrogênio 

    (2.20)

    KCI • Hg

    T mplo

    poroso

    FIGURA 2.4.

    nustração esquematica de

    um

    eletrodo calomel saturado

    39

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    5/22

    em que

    Ptt

    é a pressão de gás hidrogênio e att+ é a atividade dos íons H+.

    A

    equa

    ção 2.20 põtle também ser escrita

    como

    :

    E = Eº + 0,059 log

    ªtt+)

    - Q,03 log Pt t

    2 2.

    21)

    Desde que -log aH+ é também conhecido como

    pH

    pela definição, então:

    E = Eº - 0 ,

    059 pH

    - 0,03 log

    Pt t

    2

    2

    .

    22)

    Esta

    equação 2.22 define o equilfbrio

    entre os

    íons

    tt+

    e H

    2

    , e

    pode

    ser observa

    do que o potencial de eletrodo E, o pH e Pfu são interdependentes. O potencial de

    eletrodo padrão Eº é constante para um dado equihbrio , e é definido como o po

    tencial de equilfbrio quando os reagentes e produtos estã o em seus estad os-padrão,

    i.é., .

    ªH+

    =

    Pt t

    2 = 1

    (2.2 3)

    Sob es tas condições, a equação 2.22 reduz-se a:

    E = Eº

    (2.24)

    O potencial de equilibrio Eº para o eletrodo-padrão de hidrogênio é assumido arbi

    trariamente

    como zero

    volts, i.é.,

    Ett+ /H

    2

    = EB + / tt

    2

    = 0 ,00 V quando ªH+ = PH = 1

    Este potencial é usado como referência para todos os outrosequilibrios.

    A

    tabela 2.1

    lista os potenciais de eletrodo-padrão para vários equiltbrios. Uma lista completa

    de

    stes potenciais de eletrodo-padrão compreende a série eletroquímica.

    O a

    utor qu

    er enfatizar que os potenciais de ele

    trodo do

    s metais listados na tabela

    2.1 são realme

    nte

    diferenças de potencial ent re o metal e o eletrodo de hidrogênio .

    Esta tabela é muito ú t

    il

    para se entender mui tos

    fe

    nômenos de corrosão.

    2.4.4.2.

    Outros Eletrodos de Referênda

    Desde que o eletrodo de hidrogênio é difícil de ser

    construído

    e usado,

    outro

    s

    eletrodos de referência são freqüentemente preferidos na prática. Os potenciais de

    equilibrio medidos·com a ajuda desses eletrodos de referência podem ser facilmen

    te convertidos para a escala de hidrogênio (caso seja requerido). Os sistemas de ele

    trodos de referência mais comumente usados são :

    l . Eletrodo de calomel saturado

    2. Eletrodo

    de

    prata - cloreto de

    prata

    3. Eletrodo  de cobre - sulfato de cobre saturado .

    40

    TABELA 2.1. Série de Força Eletromotriz 2)

    REAÇÃO DO ELETRODO

    P

    OTE

    NCIA

    IS DE ELE

    TRO DO P

    AD

    RÃOA

    2

    C (volts)

    Li++ e· -

    i

    - 3,045

    K+

    +e· -

    K

    - 2,925

    Ca2+

    + 2 e·

    -

    Ca

    -

    2,87

    Na+ +e- -

    Na

    - 2,714

    La

    3

    + +3 e·

    -

    La

    - 2,

    52

    Mg2+ +2e· -

    Mg

    - 2,37

    Pu3+

    +3e·

    -

    Pu

    - 2,07

    Th

    4

    + + 4 e·

    -

    Th

    - 1,09

    Be

    2+ + 2 e·

    -

    Be

    - 1,85

    u3+ + 3 e

    -

    u

    - 1,8

    Al 3+ + 3e · -

    J

    - 1,66

    T

    il++

    2

    e-

    -

    Ti

    - 1,63

    Zr

    4

    ++4e-

    -

    Zr

    - 1,53

    Mn

    3++3

    e- -

    Mn

    - 1,18

    Nb3+ + 3 e· -

    Nb

    - 1,1

    zr

    2+ + 2e ·

    -

    Zr

    - 0,763

    Cr3+ + 3 e·

    -

    Cr

    - 0,74

    Fe

    2

    + + 2 e·

    -

    Fe

    - 0.44

    c

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    6/22

    tido imerso em

    HCI

    diluído para formar cloreto de prata sobre sua superfície. Um

    eletrodo de prata-cloreto de prata

    é

    mostrado esquematicamente na figura 2.5a.

    Quando o eletrodo é imerso

    em

    uma solução de cloreto, o equilfbrio que se estabe

    lece

    é:

    Ag +

    CJ· AgCI

    + e·

    Em

    KCl O,lN, o valor

    é

    0,288 V.

    Eº =

    -0,222V

    Cobre

    ._ Tubo

    e

    vidro

    ~ u so. sa turado

    Ag

    CI sobre Ag

    sobre Pt

    _-

     a) b)

    Cristais

    de

    Cu

    S0

    4

    FIGURA 2.5. Ilustração esquemática de:

    a) um eletrodo prata-cloreto de prata

    b)

    um

    eletro

      o e

    cobre-sulfato de cobre satu

    ra

    do.

    Eletrodo e cobre-su

     

    ato de cobre saturado

    2.26)

    Este eletrodo consiste de cobre metálico imerso em

    CuS0

    4

    saturado (vide

    figu-

    ra 2.5b).

    A reação de meia-célulaé:

    Cu

    2

    + + 2 e·

    Eº = 0

    ,337V

    {2.27)

    Em CuS0

    4

    saturado, o potencial é 0 ,316V. A precisa o deste eletrodo, embora ade

    quada para a maioria das pesquisas em corrosa-o, é inferior

    à

    precisão do calomel

    ou

    do

    eletrodo de prata-cloreto de prata. Este eletrodo é usado principalmente em me

    didas de campo uma vez que estas são mais grosseiras.

    um número de outros eletrodos de referência embora não de utilização co

    mum, mas

    qu

    e são construídos e usados para aplicações específicas. Detalhes sobre

    suas construções e potenciais podem ser encontrados na literaturaC3).

    2.4.5 Convenções

    de

    Sinais

    Pode-se notar que o sinal

    do

    potencial de eletrodo E para a reação

    Zn + 2

    tt

    + Zn

    2

    + +

    H

    2

    (2.28)

    42

    que

    é

    0,762 V

    é

    arbitrário, e depende se a reação de equiliôrio

    é

    escrita

    co

    m os elé

    trons no lado esquerdo ou

    di f

    eito. Hoje é aceito internacionalmente que qual

    quer equilíbrio deve ser escrito

    com

    os elétrons

    do

    lado esquerdo da reação,

    por

    exemplo:

    Zn

    2

    + + 2e·

    Zn

    Eº =

    -0,762 V {2.29)

    Cu

    2

    ++ 2e· Cu

    Eº = 0,337 V {2.30)

    2.4.6. Construção de Diagramas Potencial - pH

    Diagramas potencial - pH, também conhecidos como diagramas de Pourbaix'',

    indicam

    as

    fases estáveis termodinarnicamente , como uma função

    do

    potencial de

    eletrodo e pH, em sistemas metal-água. Para produzir tais diagramas, utilizam-se os

    potenciais de eletrodo-padrão calculados a partir de dados termodinâmicos, de solu

    bilidade dos óx.iàos e hidróxidos, e as constantes de equilíbrio para

    as

    reações envol

    vidas. Para construir esses diagramas é necessário considerar-

    se

    os diferentes tipos de

    reações que p odem ocorrer. Uma meia-reação• do tipo mostrado na equação 2.3 1:

    1

    a A b W c e ·

    dD

      e

    H

    2

    0 {2.31)

    em que A

    é

    o reagente e D é o produto, é dependente

    do

    pH e potencial, desde que

    íons de hidrogênio e elétrons estejam envolvidos. Uma meia-reaçã'o tal como:

    Fe

    2

    + + 2 e· Fe

    {2.32)

    é dependente do potencial mas independente do

    pH

    , já que somente elétrons estão

    envolvidos e não íons hidrogênio. Uma reação do ti

    po

    :

    Fe20

    3 + 6H+ + 2 e· 2Fe

    2

    + +

    3H

    2

    0

    {2.33)

    é

    dependente de ambos,

    pH

    e

    pot

    encial.

    Por outro lado uma reaç[o tal como

    C02 aquo

    so) +

    H20

    H1CÜ3(aquoso) (2.34)

    é independente de ambos, potencial e pH, uma vez que

    nem

    íons hidrogênio nem

    elétrons estão envolvidos.

    De forma a mostrar graficamente as reações de um metal

    em

    um meio aquoso so-

    bre

    a

    faixa inteira de pH em diferentes potenciais, uma grande quantidade de dados

    deve ser reunida.

    O

    diagrama para Fe-H

    2

    0 pode

    se

    r construído como

    se

    gue:

    • Nunca se considera uma reação completa, por ser ela eletricame

    nt

    e neutra.

    43

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    7/22

    co

    nside re a r

    eação

    mos

    tr

    ada na e

    quaç

    ão 2.3 2.

    Ao

    se aplicar a

    equação

    de Nemst a

    esta reação:

    0,059 ªFe

    E =

    -

     

    log

    2

    ªF e 2+

    (2.35)

    como ªFe

    = l por definição e

    Fe

    2

    + = -0

    ,44V

    (2.36)

    en tão:

    E

    =

    -0

    ,44 + 0,030 log

    ªFe

    2+

    (2.37)

    Esta

    equação

    define o

    equilíbrio

    entre Fe2+ e o potencial E. Assim se ªF e2 + for va

    riada, E

    também

    variará, e vice-versa.

    Por

    exe mplo ,

    quando ªFe2

    +

    =

    1

    O,

    E

    = -0

    ,41 V e

    quando

    a atividade dos

    íon

    s de

    Fe

    2

    +

    = 10-

    2

    E = 

    -0

    ,44 -0,03 X 2

    E =

    -0 ,5

    V

    Esta reação

    equação 2.32) é, portanto,

    re

    presentada

    em

    um

    diagrama

    po

    ten cial

    -

    pH

    (vide figura 2.6)

    como uma

    série de linhas h

    orizontai

    s,

    cada linh

    a horizontal

    corre

    s

    pondendo

    a

    um

    valor

    específico da

    atividade

    do íon

    de

    Fe

    ou concentraç

    ão

    do ío

    n ferroso) .

    Con

    sidere a reação:

    Fe

    3

    + + H20

    Fe0H

    2

    + +

    tt

    +

    (2.38}

    dependente

    apenas do pH : Aplicando-se a equação

    de

    Nemst, observa-se a variação

    do pH com os

    · ons de

    Fe

    3

    +. Esta reação é represe

    nt

    a

    da

    no

    diagrama potencial -pH

    (figura 2.6)

    como

    u

    ma

    série

    de

    linhas verticais,

    cada

    linha

    co

    rrespond

    endo

    a

    uma

    concentração

    específica de íons hidrogênio.

    Co

    nsider

    and

    o-se a reação

    da

    e

    qu

    ação

    2.33, aplicando-se a

    eq

    uação

    de

    Nem st , e assumindo at t

    2

    o

    = 1,

    obtém

    -se a seguinte

    relação:

    E = 0,73 - 0,18

    pH

    - 0,059 log

    ªFe2

    + (2.39)

    A reação é

    dependente deambos

    ,

    pH

    e potencial . Esta reação é re

    pr

    esentada

    na

    figu

    ra 2.6 p

    or

    linhas

    oblíquas. Outra

    s envolvendo

    produtos

    sólidos requerem

    um

    conhe

    c

    imento da

    solubilidade do p

    rod

    ut o ,

    bem como

    das reações

    do óxido de metal

    e hi

    dróxidos

    sob

    co

    ndições alcalinas.

    As reações

    de

    liberaç:ro

    de

    oxigênio e hidrogênio são

    dependentes

    também do pH

    e po tencial. As linhas

    correspo

    n

    dentes

    a estas reaç

    ões

    são

    também

    linhas inclinadas

    44

    2 1 O 1 2 3 4 5 G 7 8 9 1011 12 13

    141

    5 16

    22

    E V) f. , , , , 1 • • • • • • • i •

    ··

    -

    1,8

    1

     2

    ' ' ...

    Fe04

    ?

    1,41- ?i,@l._

    : - ~ . . . . : :

    0,8

    0,6

    : FeOH }) •••

    6

    _  €).. li -   - -

    0,4

    0,2

    te

    0

    ·®--.

    F

    -0,2

    • - - · f..•2'.J}

    6........ .. .. ,..,

    - •

    .•

    ,7)·

    •.

    ·,

    iD.

    _

    1

    -0,  §@ :{ , 4 ~ ~

    -

    -

    0,8

    -1

    -1,2

    Fe

    ;')

    -1,4

    1,6

    1,4

    1,2

    0

    8

    0

    ,6

    0,4

    0,2

    o

    . 0,2

    . 0

    .4

    . 0

    ,6

    1,4

    1,6

    -1 6

    r

    -1 8

    1 1 1 ' ' ' 1 1.

    18

    -2 -1 O 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16

    pH

    FIGURA 2.6. Diagrama de

    p t

    ncial -pH (Pourbaix) para o

    sist

    ema

    Fe - H

    2

    0 (4

     _

    mostradas

    na figura 2.6) . Na região entre as du as linhas AB e Cp, a

    água

    é estável ,

    enquanto

    acima

    da linha

    AB, oxigênio é

    liberado,

    e abaixo de CD, hidrogênio é libe-

    rad

    o.

    Na

    t ermodinâmica, a

    corro

    são

    pode

    ser definida em t

    ermos da

    atividade de

    equiltbrio dos íons

    do met

    al

    , e Po

    urbaix

    escolheu

    arbit

    rari

    am

    ente 1

    6

    mol

    dm-

    3

    .

    Baseado

    nisto,

    são descritase classi

    fica

    da

    s t rês

    zonas

    ,

    conhec

    idas

    como

    zonas de cor-

    rosã'o, passivação e imunidade.

    Zona de co  osão:

    zona

    na qual

    os

    ío

    ns

    metálicos são estáveis e as atividades são

    > 10

    6

    mol

    dm

     

    3

    .

    Zona de passivação:

    zona na qual

    um

    composto

    sólido é estável e as atividades

    do

    s

    íons

    metálicos

    são<

    10-

    6

    mol ctm·

    3

    Zona e imuni dade: zona

    na

    qual o metal é

    es

    tável e a

    ati

    vidade dos íons do me-

    tal

    é

    10·

    6

    mol

    ctm·

    3

    .

    As três

    zona

    s são

    mo

    stra

    da

    s de

    uma

    form a simplifi

    cada

    no diagrama potencial

    pH para

    o sistema ferro-água(vide figura 2.7). A diferença en

    tr

    e a figura 2

    .6

    e a figu

    ra 2.7 é

    que

    a primeira é

    um

    v

    erdadeiro

    diagrama de

    equilíbrio,

    baseado

    totalmente

    em dados

    termodinâmicos,

    enquanto

    que

    a

    última

    não . Na figura 2.7, assu

    me

    -se .

    que

    o ó

    xido

    fo

    rmad

    o

    é

    estável e

    portanto

    fo

    rma uma

    barre

    ira para a

    corrosão

    posterior

    do

    metal. A região

    co

    rre s

    pondent

    e

    é

    assim

    chamada

    de zona

    de p assivaç

    ão

    .

    Na

    práti

    ca

    , se um metal se

    rá ou

    não

    pa

    ssivo,

    dependerá

    da

    natureza

    física do óxi

    do,

    sua posi

    ção

    e grau

    de

    aderência . Nas figuras 2.6 e 2.7, uma região adicional de co

    rr

    osã'o po-

    45

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    8/22

    3

    2

    --

    --

      -

    o

    r r o s a o

    º  ----  

    -1

    Corroião

    o

    14

    pH

    FIGURA 2.7. Diagrama

    de

    Pourbaix simplificado para o sistema

    fe o·água,

    mostrando as zonas de co  osaõ, passivação e imunidade.

    de ser encontrada para pH bem elevados, onde o metal forma um oxi-ânion. Deve

    também ser notado que o diagrama potencial - pH não considera a fonnação de

    óxidos metaestáveis, isto é óxidos termodinamicamente instáveis que demoram pa

    ra

    se

    dissolver.

    Diagramas de Pourbaix simplificados para zinco, alumínio e cromo são mostra

    dos nas figuras 2.8, 2.9 e 2.10.

    -

    -

     

    ------...._

    - -1

    >

    1-  ' º 'º

    1

    '

    ?

    <

    ·õ

    o ~ . . . . _

    __

    >

    >

    e -

    );w

    E -----...

    o

    o -

    CORROSÃO

    ·lt

    IMUNIDADE

    o

    7

    14

    pH

    FIGURA 2.8.

    Diagrama de Pourbaix simplificado para o sistema zinco-água.

    O autor deseja enfatizar que os diagramas potencial - pH podem apenas ser usa

    dos como um guia para

    se

    entender o comportament o dos metais em meio aquoso,

    e não devem ser usados para predições imprudentes. Nenhuma consideração sobre

    os aspectos cinéticos é incluída nos diagramas. Os diagramas considerados anterior

    mente são para água a 25ºC e não consideram a influência do ânion. Diagramas

    M - H

    2

    O - X, em que M

    é

    o metal e X

    é

    um ânion tal como

    S O ~ C O ~ ;

    etc.,

    sã o

    dis-

    46

    pon(

    vei

    s e novos cst

    ll'o

    sendo construídos para várias temperaturas. A referência

    Atlas of potencial

    p

    i diagrams, por M. Pourbaix(4) deve ser utilizada para infonna

    ções sobre o

    utro

    s sistemas metal-água.

    2:.

    ·;:;

    s

    o

    · 

    -2

    CORROSÃO PASSIV

    AÇÃO

    1

    CORROSÃO

    IM

    U

    NIDADE

    o

    14

    oH

    FIGURA 2.9.

    Diagrama de Pourbaix

    simp

    lificado para o sistema alumínio-água.

    CORROSÃO

    --

    --

    >

    o

    ·o

    e

    f

    PASSIVAÇÃO

    --

    --

    CO

    RROSÃO

     

    ~ ~ ~ . . . . . _

    IMUNIDADE

    o

    pH

    --

    ---

    --

    --

    14

    FIGURA 2.10.

    Diagrama de Pourbaix simplificado para o sistema cromo-água.

    47

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    9/22

    2.5.

    POL RIZ ÇÃO

    Até agora , as condições de equilíbrio discutidas forneceram

    wna

    base de infor

    mação sobre a tendência ã corrosão.

    Na

    prática, en tretanto, as velocidades de corro

    são é que despertam maior interesse. Metais como alumínio apresentam uma grande

    tendência para corroer, mas corroem a uma velocidade baixa, e há também metais

    que mostram uma tendência oposta. Quando wn eletrodo está em equih'brio , o ba

    lanço líquido da corrente para a superfície ou a partir dela é nulo. O potencial me

    dido de cada eletrodo é alterado para uma medida que depende da grandeza da cor

    rente e de sua direção. A direção da variação do potencial é sempre oposta ao deslo

    camento

    do

    equih'brio, e portanto oposta ao fluxo de corrente.

    No

    caso de dois eletrodos diferentes imersos em um eletrólit o aquoso (i.é., uma

    célula galvânica), quando a corrente flui, o ânodo toma-se mais

    cató

    dico em poten

    cial

    , o cátodo toma-se semp re mais anódico em potencial e a diferença n

    os

    poten

    ciais ent re os dois eletrodos sempre diminui (vide figura 2. 11). A quantidade em

    que o potencial diminui como wn resultado da passagem de corrente entre os ele

    trodos é chamada

    po

    larização . Em outras palavras, o grau de polarização de um

    eletrodo refere-se

    ã

    extensão da mudança

    do

    equihbrio

    no

    eletrodo .

    ü

    õ

    o..

    Ec

    u

    Ezn

    Corrente

    FIGURA 2.11 . Polarização dos

    el

    etrodos de U e

    Zn

    quando a

    co  en te I passa e

    ntr

    e eles.

    2.5.1.

    Densidade de Corrente

    de

    Troca

    Quando um metal é imerso em uma solução de seus íons (exemplo: zinco imerso

    em tnna solução de sulfato de zinco), haverá uma tendência para o zinco no retículo

    do metal ir p

    ara

    a solução e uma tendência para os íons de zinco na solução deposi

    tarem-se sobre a superfície metálica:

    Zn(retículo)

    zn2+

    + 2 e·

    (ionização)

    Zn

    2

    +(aquoso)+ 2. e· Zn (retículo) (deposição)

    48

    Inicialmente os dois r ~ s s s podem apresentar velocidades diferentes entretan

    to

    se a velocidade de dissolu

    ça-o

    ou ionizaç

     

    o do metal for maior que a de descarre

    gamento

    do

    on de metal, o metal ficará carregado negativamente (devido ao exces

    so de e lét rons deixados no metal) e a soluça-o ficará positivamente carregada, resul

    tando, portanto, na formação de uma camada elétrica dupla na superfície, como

    mostra a figura 2.1 2.

    Camada de íons positivos

    adjacente da superfície

    ,

    Camada de íons

    difusa

    e

    -ti

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    10/22

    -+

    i.é.,

    i m i

    =

    i

    0

    Zn• em que i •

    -

    ' A

    (2.43)

    i

    0

    zn

    é a densidade de corrente de troca no equil brio, para o zinco.

    Ce rtos sistemas metal/íon metálico tais como

    Ag

    /Ag+, Cu/Cu

    2

    +, Hg/Hg2+,

    Cd /Cd2+ e Zn/Zn2+ possuem alta densidade de corrente de troca. Estes sistemas

    formam eletrodos M/MZ+ reversíveis que concordam com a equação de Nernst. Es

    tes eletrodos reversívei s são usados como eletrodos de referência, já que seus poten

    ciais são reprodutíveis (contanto que a concentração do íon

    do

    metal na solução se

    ja conhecida). Por outro lado, metais como ferro, níquel, cobalto e outros, não for

    mam eletrodos M/Mz+ reversíveis, e portanto seus potenciais não concordam com a

    eq

    uâçifo de Nernst.

    2.5.

    2. Sobretensão

    Considerando a

    corrosa' o do

    zinco em ácido clorídrico, a reação global pode ser

    ex

    pressa como:

    Zn + 2 tt+

    1:-

    Zn

    2

    + + H

    2

    (2.44)

    O zinco dissolve e hidrogênio é liberado. A reação total pode ser expressa como

    duas meias-reaçõe·s:

    50

    Zn -+

    Zn

    + + 2 e-

    2

    I r

    +

    2 e- -+ H2

    ~ ~ ~ ~

    v t ~ ~ ~ ~

    oroso

    HCI

    l - ·. .. -

    ZnSO,

    R

    } Eletrodos de

    A refe ..nci1

    V Amperímetro

    A Voltímetro

    A Resistência

    ~

    FIGU

    RA

    2.13. flustração esquemática

    de

    ª anjo experimental para produzir as

    meias-reações

    Zn-+ zn2+

    +

    2e

    e 2

    H+

    + 2e·

    -+

    H2 .

    (2.45)

    (2.46)

    No

    prdtlco, ntro

    método físico disponível para separar e identificar

    as

    duas

    mc

    laweoçõcs, que ocorrem sobre uma llnica peça de zinco imersa em ácido clorídri

    co, mas é possíve l produzir uma célula eletroquímica equivalente consistindo de

    um eletrodo Zn/Zn

    2

    + reversível (chamada de uma meia-célula, em que a reação mos

    trada na equação

    2.

    45 ocorre) e

    em um

    eletrodo 2H+ / H• reversível (outra meia-cé

    lula em que a reação mostrada na equação 2.46 ocorre). Este arranjo é mostrado

    esquematicamente na figura 2.13. A velocidade de transferência de cargas ou fluxo

    de elétrons pode ser controlada com uma resistência

    no

    circuito, e os potenciais dos

    dois eletrodos de meia-célula podem ser medidos i ndividualmente, usando dois ele

    trodos de referência.

    A

    figura 2.14 representa diagramaticamente a relação

    E-1

    para a reação anódica

    Zn -+ Zn

    2

    + + 2 e-, e para a reaça'o catódica 2 tt+ + 2 e- -+ H

    2

    que ocorrem na célula

    mostrada na figura 2 13.

    Vamos considerar três casos distintos:

    zso

    Quando a resistência no circuito é alta, não ocorre transferência de cargas.

    Sob estas condições:

    E z

    =

    Eº -  O 76 V

    eq, n zn2+ /

    Zn

    - •

    Eeq,H = Eºw H2 =

    O,OOV

    Ecélula = 0,00 - (-0,76) = 0,76V

    (2.47)

    (2.48)

    (2.49)

    Isto é caracterizado pelos pontos marcados

    com

    (x)

    na

    figura 2.14.

    w

    ;;

    ü

    õ

    _

    EcK-- -

     

    --1--- ,--

    ~ t · ~ 11*

    1

    f H I

    ---

    i

    \ - -

    1

    l.RSo

    1uçio

    1

    1

    lzn

    1 1

    r

    i

    1 1

    Ea - 1 1

    1 1

    orr n

    te

    FI

    GU

    RA

    2.

    14 Curvas de

    poten

    cia/ versus

    co ente

    para a co osão do zinco 

    mostrando a relação e

    ntr

    e Eeq•

    Ep

    e T para as meias-reações

    anódica e catódica.

    51

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    11/22

    Oiso l i

    Oiso l i

    52

    A resistência do circuito é diminuída e a transferência de carga ocorre a

    baixa velocidade. Sob estas condições cada eletrodo distancia-se de seu

    va

    lor de equilíbrio, isto é, é polarizado. No eletrodo de zinco

    _

    izn > i Zn

    (2.50)

    isto é, a densidade de corrente de dissolução é maior que a densidade de

    descarregamento , ou :

    +- ._.

    ia ,Zn = izn - i Zn

    (2.51)

    e ia ,Zn dá a velocidade por unidade de área da reação de dissolução anó

     dica.

    transferência líquida de carga e o potencial polarizado do zinco

    será mais positivo que o potencial padrão.

    Em outras palavras Ep zn

    >

    Eeq).:n

    O deslocamento no po'tencial

    é

    conhecido como sobretensão 71a,

    Tia = EP,Zn · Eeq,Zn

    (2.52)

    ._. +-

    Similarmente. no eletrodo de hidrogênio i H

    >

    iH a velocidade por

    unidade de área da reação cat ódica 2tt+ + 2 e· ._. H

    2

    é dada por:

    _

    ic,H

    =

    i H - iH (2.53)

    e Ep H

    <

    Eeq,H· A diferença ou deslocamento no potencial é conhecido

    como sobretensão catódica

    T/c

    e é dado por:

    T c = Eeq,H - Ep,H

    (2.54)

    Para

    um

    ânodo, o Ep

    >

    Eeq,a e T a é sempre positivo , e para um cátodo

    Ep < Eeq,c• e T/c é sempre negativo (vide figura 2.15).

    No

    circuito elétrico, elétrons serão transferidos do eletrodo de zinco para

    o eletrodo de hidrogênio.

    le

    =

    la

    =

    lc (2.55 )

    A resistência do circuito diminui até que os eletrodos estejam quase em

    curto-circuito. Sob estas condições, a velocidade de reação nos dois ele

    trodos aumenta (ponto X da figura 2.15) , e torna-se máxima. A diferen

    ça de potencial entre os eletrodos cai para um mínimo. Na realidade , as

    curvas de polarização nas figuras 2 14 e 2 15 não podem nunca

    se

    inter-

    sectar por razões óbvias, porque a res istência do eletrólito entre os eletro

    dos nunca pode to rnar-se zero, e as curvas podem apenas se aproximar

    uma da outra.

    E

    eq,H

    ( Eeq,c )

    e

    p

    E

    eQ Zn

    (E )

    eq.•

    orrente

    FIGURA 2.15. Curvas potencial co  ent para a co osão do zinco,acompanhadas

    de

    vo

    lução de

    hi

    drogênio

    2.5.3. ausas da Polarização do Eletrodo

    As causas da polarização do eletrodo são polarização por ativação, polarização

    por concentração e polarização por resistência (ou queda de IR) ..

    Po

    lariza

    ção por ativação

    A

    polarização po r ativação é causada pela energia de ativação requerida para o

    reagente (átomos de metal no retículo, no ·caso das reações de dissolução, e íons de

    metal na solução, no caso das reações de deposição ou descarregamento) ven

    cer a barreira de energia que existe entre

    os

    estados de energia do reagente e

    do

    produto. No caso da reação de redução

    do

    íon hidrogênio, a polarização

    por ati.

    vação é também chamada de sobretensão de hidrogênio  ou

    so

    brepotencial

    de hidrogênio  .

    A

    polarização por ativação é também característica da depo

    sição de íons metálicos ou dissolução podendo ser pequena para metais como

    prata, cobre ou z

    in

    c

    o,

    e maior para metais de transição como ferro, cromo, níquel,

    etc. A. polarização por ativação 11A aumenta com a densidade de corrente i  , de

    acordo com a equação de Tafe1(5)

    i

    11A

    =

    j l o g

    io

    (2.56)

    em que j e i

    0

    (a densidade da corrente de troca) são constantes para um dado metal

    e meio. ·

    53

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    12/22

    Polarização por concentração

    Na discussão da dissolução de

    um

    metal puro, foi assumido que o íon do metal

    deixa o retículo cristalino e move-se para longe do eletrodo. Este deslocamento

    do

    íon do

    eletrodo para o eletrólito ocorre

    por

    processos de difusão. Pode ser observa

    do que aumentando-se a densidade de corrente, a remoção dos íons metálicos

    não

    aumenta proporcionalmente, em vez disso, a concentração dos íons metálicos no

    eletrólito muito próximo ao ânodo (também chamado anólito) aumenta. Este au

    mento

    na

    concentração de cátions exerce uma certa influência sobre o potencial do

    eletrodo. Como conseqüência, um aumento posterior na velocidade de

    di

    ssolução

    do metal toma-se mais difícil e requer

    um

    aumento desproporcional na sobretensão

    anódica. Eventualmente a densidade de corrente para a difusão do cátion é atingi

    da. Isto indica que qualquer aumento posterior na sobretensão anódica não acarre

    tará aumento na densidade de corrente. O aumento na variação do potencial devido

    a polariza

    ção por

    concentração

    T/conc

    pode ser expressa como

    T/conc = 2,3 RT

    zF

    log

    iL iA

    iL

    em

    que iL

    é

    a densidade de corrente limite.

    iA é a densidade de corrente aplicada.

    R, T, z e F têm significados usuais.

    (2.57)

    O valor de iL depende

    da

    velocidade de agitação

    do

    eletrólito, temperatura, natu

    reza do cátion (desde que as velocidades de difusão dos diferentes cátions variem) e

    do

    po

    sicionamento geométrico do ânodo. Na prática, a polarização

    por

    concentra

    ção

    toma-se

    importante somente quando

    iA

    aproxima-se de iL.

    54

    <

    ativação, concentr ,

    resistência

    Somente

    Polarização por

    ativação e

    concen

    traçã

    o

    Logar

    itmo

    da densidade de corrente

    FIGURA 2.16. CUrva de polarização anódica, ilustrando a polarização por

    concentraçaõ e polarizaçaõ

    por

    resistência.

    Polarlzaç Io por resistência

    A resistência de um eletrólito através do qual a corrente passa contribui para a

    sobretensão. A polarização

    por

    resistência T/R é dada por

    1/R = i X R

    (2.58)

    em

    que i

    é

    a densidade de corrente e

    a resistência do eletró

    lito no

    caminho per

    corrido pela corrente (iônico). Em eletrólitos altamente condutores,

    T/R

    é geralmen

    te pequeno.

    A curva de polarização para a dissolução

    do

    metal também pode ser influenciada

    por todas as três formas de polarização. A figura 2.16 mostra uma curva de polariza

    ção anódica com todos os três efeitos.

    2.6. CINÉTIC S DAS REAÇÕES DE CORROSÃO E

    SUAS REPRESENTAÇÕES GRAFICAS

    Na seção anterior, a discussão concentrou-se na dissolução de um metal sob apli

    cação de um potencial externo. Na realidade, em metais corroendo, ânodos e cáto

    dos ocorrem próximos um

    do outro

    e também alternam-se

    co

    nstant

    ement

    e.

    As

    re

    giões anódicas e catódicas não são separáveis. Em qualquer instante também, a lei

    fundamental

    da

    corrosão é mantida, isto é, a velocidade de oxidação total é igual à

    velocidade de redução total. Quando

    um

    metal começa a corroer, deve haver pelo

    menos um processo de oxidação (exemplo: dissolução), e ao menos

    um

    a reação de

    redução (exemplo: redução de oxigênio). Ao

    se

    medir o potencial deste metal cor

    roendo, o potencial será algo entre o potencial-padrão para o eletrodo metálico e o

    potencial

    do

    eletrodo de oxigênio (vide figura 2 .1 7). O potencial será um p otencial

    misto e estará situado entre estes dois valores.

    As

    duas reações, anódica e catódica,

    serão polarizadas uma em direção à outra, e as cu

    rv

    as de polarização para as duas

    reações serão governadas pelas condições descritas nas seções prévias.

    c ~ • o t

    c lo

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    13/22

    Diagramas E-1 são encontrados na literatura

    com

    as curvas de polarização anódi

    ca e catódica sendo representadas com linhas retas, embora

    em

    quase todos os ca

    sos elas desviem-se da retilinidade. Para o caso de a corrosão ocorrer

    por

    dissolução do

    metal e a rea

    ção

    catódica ser a redução do oxigênio, a figura 2.18 mostra as curvas

    polarização-ativação combinadas para

    uma

    reação anódica e catódica sobre

    uma

    amostra corroendo: A figura

    2.18

    mostra o potencial de corrosão misto e a densida

    de da corrente de corrosão icorr · Ao se aplicar a relação de Tafel para a reação de

    dissolução do metal, obtemos

    1 a

    =

    ba log icorr ªa

    (2.59)

    em que 1 a é a sobretens

    ão

    anódica, ba é uma constante (inclinação de Tafel anódica)

    e ªa é o logaritmo

    da

    densidade de corrente para a dissolução do metal.

    w

    il

    Eo

    ,c

    corr

    E

    0

    ,a

    icorr

    ogaritmo da densidade e corrente

    FIGURA 2.18. Curvas de polarização

    por t i ~ ç ã o

    combinada para

    uma

    reaçaõ

    an6dica e catódica sobre

    uma

    amostra anodicamente polarizada

    co oendo.

    Da

    figura 2.18:

    Ecorr = Eo,a

    a

    assim

    icorrEco rr

    =

    Eo,a

    ba

    log

    10,a

    Similarmente para a reação de redução do oxigênio

    icorr

    Ecorr = Eo,c - bc log

    10,c

    (2.60)

    (2.61)

    (2.62)

    em que i

    0

    c é a densidade de corrente de troca catódica e

    bc

    é a inclinação de Tafel

    catódica. Õ sinal negativo provém de E

    0

    ,c ·

    1 c =

    Ecorr (vide figura 2.18).

    56

    Se uma densidade de corrente ex

    ema é

    aplicada,

    então

    iA • iéorr •

    iR

    (2.63)

    em que

    iA

    é a densidade de corrente externa aplicada, icorr é a densidade de corren

    te

    de dissol

    ução do

    metal e

    iR

    é a densidade de corrente de redução do oxigênio.

    Uma vez

    que

    outras reações, além da dissolução do metal, podem ocorrer simul

    taneamente, (conhecidas como ação local ), há uma perda líquida na corrente

    aplicada,

    iA = iéorr:

    iR

    - iAL

    {2.64)

    onde iAL é a densidade de corrente da ação local. Finalmente,

    E

    , b l iéorr E

    corr = a og - . -   o

    lo

    (ânodo)

    {2.65)

    , iA iR i L

    Ecorr = bc log . E

    0

    {cátodo)

    to

    {2.66)

    Desta equação fica claro

    que

    não se pode obter

    uma

    curva de Tafel verdadeira

    para reações de corrosão até que

    as

    densidades de corrente de polarização externas

    sejam várias ordens de grandeza maiores que a densidade de corrente catódica e de

    ação local.

    A curva de polarização total para um eletrodo corroendo, inch.lindo os efeitos de

    polarização

    por

    resistência e concentração, pode ser escrita como:

    1 a

    i

    iR

    ÍAL RT ÍL iA iAL

    b log ª -

    2 3

    log i

    R

    a . ' F . A

    to

    IL

    {2.67)

    Se forem utilizados materiais puros

    (o

    que implica nenhuma áção local) e

    se

    a

    reação catódica for apenas

    a

    evolução de hidrogênio,

    então

    icorr

    Ecorr = -bc log

    .

    {2.68)

    IH

    em

    que

    iH

    é a densidade de corrente de troca para a redução de

    hidro

    gênio. Stern(6)

    obteve

    boa

    concordância

    entre

    as condições experimentais e

    as

    calculadas, usando

    ferro

    em

    cloreto de sódio desoxigenado.

    O potencial de eletrodo para

    uma

    reação anódica varia com a corre

    nt

    e aplicada

    i A de acordo

    com

    1 a =

    ba

    log

    iA icorr

    io

    {2.69)

    57

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    14/22

    se não houver polarização por concentração ou resistência, nem oxigênio para des

    polarizar o eletrodo. O termo resistência à polarização para medir a tendência à cor

    rosão de

    um

    sistema metal/meio provém da expressão acima. A corrente requerida

    (Af) para alterar o potencial de corrosão (tili)

    por

    10 mV pode ser obtida conhe

    cendo-se a inclinaç

    ão t:,.E/t:,.I

    próxima

    ao

    potencial de

    co

    rros

    ão

    e substitui.ido-se esse

    valor na expressão derivada

    por

    Stern e Geary 7):

    /: .E babe

    t:,.I = 2,3 icorrCba + bc)

    2.70)

    O valor de icorr pode ser detenninado se apenas a polarização por ativação for ope

    rativa. Para sistemas control ados pela polarização por concentração,

    t:,.E ba

    Af =

    2

    3

    icorr

    2.71)

    Com ajuda das equações acima, pode-

    se

    fazer facilmeme

    uma

    estimativa razoável da

    velocidade de corrosão.

    Na prática, a determinação direta de Icorr não é possível, desde que os eletrodos

    são insepar.áveis. Dessa forma, Icorr deve ser determinado

    por

    um meio indireto, tal

    como perda de peso, análise

    da

    solução

    ou da

    velocidade

    de

    evolução de hidrogênio

    e a aplicação

    da

    lei de Faraday.

    58

    c

    Ecorr

    Ea

    1

    oorr

    Corrente 1

    lal Controle Anódica

    Ec 1

    Ea t

    Corrente 1

    e} Controle

    por

    Resistência

    c

    Õ Ecarr

    Q.

    Ea

    c

    w Ecorr

    ü

    õ

    Q.

    Ea

    Corrente 1

    lb) Controle Catódica

    Corrente 1

    fd) Controle

    M isto

    FIGURA 2.I 9.

    Tipos de controle de co osão.

    1

    corr

    1corr

    Muitos fatores afetam as reações de corrosão e, portanto, também alteram

    as

    características de polarização dos processos de eletrodo. Com a ajuda de diagra

    mas E-1, Evans exemplificou uma variedade de fenômenos de corrosão. Quando a

    polarização ocorre, principalmente no ânodo, a reação de corrosão é controlada

    anodicamente. A figura 2.19a mostra

    um

    diagrama típico com controle anódico.

    Quando a polarização ocorre predominantemente

    no

    cátodo, a velocidade é contr o

    lada catodicamente figura 2.19b). O potencial de corrosão é próximo ao potencial

    anódico de circuito aberto. Um exemplo típico disto é o ferro exposto a águas na

    turais. Quando a resistência

    do

    eletrólito é tao alta que a corrente resultante é insu

    ficiente para polarizar apreciavelmente ânodos ou cátodos, diz-se que a reação de

    corrosão está sob controle por resistência, como mostra a figura

    2.

    l 9c. Na prática, a

    polarização ocorre

    em

    um mesmo grau em ambos, ânodos e cátodos. Esta situação é

    mostrada na figura 2.19d, dizendo-se ter controle ntjsto. Nos dois exemplos que se

    guem, certos fenômenos de corrosão são ilustrados com a ajuda dos diagramas E-l.

    Exemplo 1  As curvas de polarização catódica para evolução de hidrogênio sobre

    zinco, ferro e platina são mostradas na figura 2.20. São também mostradas

    w

    ;;;

    ü

    e

    EH

    X

    y

    Corrente

    1

    . A

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    l

    FIGURA 2.20. Curvas de polarização para liberação de hidrogênio

    sobre zinco, fe o e platina.

    as curvas de polarização anódica para a dissolução de zinco e ferro. A incli

    nação da curva de evolução de hidrogênio sobre zinco é mais íngreme que

    a inclinação da curva de evolução de hidrogênio sobre ferro. Assim, embo

    ra o zinco seja mais reativo que o ferro, ele será corroído mais lentamente

    que o ferro, como indicado pelo

    pont

    o X a corrente no ponto X é inferior

    à do ponto Y).

    Adicionando-se

    um

    pouco de platina

    à

    solução, a platina se

    deposita sobre a superfície

    do

    ferro.

    Em

    conseqüência, a velocidade de

    corrosão do ferro aumenta ainda mais, como representado pelo ponto Z.

    59

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    15/22

    Exemplo 2:

    Cobre,

    na

    ausência de substâncias que formam complexos, mostra

    um

    potencial positivo, bem acima daquele

    da

    evolução de hidrogênio (vide fi

    gura 2.21). A curva ND expressando a evolução de hidrogênio está abaixo

    da curva MB para a dissolução do cobre. Assim na ausência de oxigênio,

    não haverá corrosão de cobre em soluções ácidas. Na presença de oxigênio

    w

    ;;;

    ·;:;

    é

    K

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    o

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    iJ

    2 il

    Densidade

    de

    o

    rrente

    i

    FIGURA 2.21. Curvas de

    polarização p r dissolução

    de cobre em soluções óci·

    das e solução de cianeto

    com reações c tódicas as·

    saciadas.

    a

    curva catódica desloca-se para cima, para um novo nível representando a

    formação 0

    2

    - OH-

    ,

    como mostra a curva PB

    ,

    e ocorre a corrosão do co

    bre correspond endo a velocidades dadas pelas correntes i

    1

    e i

    2

    ,

    dependendo

    se muito ou pouco oxigênio é dissolvido no ácido. Se ao invés de um ácido,

    um cianeto de potássio é usado, a velocidade de corros ão cai para um valor

    mais baixo, dado por i

    3

    .

    A influência da agitação da solução sobre a velocidade de corrosão é mostrada na

    figura 2.22. O fluxo de corrente aumenta de i

    0

    para i

    1

    , e para i

    2

    ao se aumentar a

    velocidade de solução de v

    0

    para v

    1

    , e para v

    2

    e alcança a velocidade limite.

    w

    ü

    e:

    f

    60

    e.

    Con

    diçõe

    s Estát icas

    Ivo

    1

    1

    ,

    v,

    o •

    2

    Densidade de Corrente

    i

    FIGURA 2 22. Influência

    d

    agitação da solução sobre

    a velocidade de co osão.

    O grau de polarização depende

    não

    somente da natureza do metal e eletrólito,

    mas também da área efetiva do eletrodo exposta. Na área do ânodo, pode haver

    considerável polarização anódica acompanhando a corrosão, embora as medi

    das mostrem o contrário. Assim a razão de área ânodo-cátodo é também um fator

    importante para

    se

    determinar a velocidade de corrosão. A figura 2.23 mostra

    uma

    curva de polarização, onde a área do ânodo é metade

    da

    área do cátodo.

    w

    ;

    e

    f

    Denstdadli

    e

    Corr1nt1

    FIGURA 2.23. Curvas de polarização p r

    um

    metal co  oendo quando a

    áre do ânodo

    é

    metade da área

    o

    cátodo.

    2.7. REAÇÕES CATÓDICAS EM CORROSÃO AQUOSA

    s duas principais reações catódicas em corrosão aquosa são:

    1.

    A reação de evolução de hidrogênio (r.e.h.)

    2. A reação de redução do oxigênio (r.r.o.),

    embora outras reações catódicas, tais como Fel+ - Fe2+, Cii -+a-, possam ocor

    rer sob certas condições. A maioria das soluções aquosas contém oxigênio dissolvi

    do, portanto a r.e .h . e a r.r.o. são ambas possíveis e pod em ocor rer simultaneamen

    te . A r.e.h. é mais provável de ocorrer

    em

    soluções ácidas quando esta contém um ex

    cesso de íons tt+. Em soluções neutras e alcalinas, a evolução de hidrogênio rara

    mente ocorre, mas quando ela ocorre, está de acordo com

    H

    2

    0 +e-

    -

    1/2 H

    2

    +

    OH-

    (2.72)

    A principal reação catódica

    em

    soluções neutras e alcalinas é a redução de oxigênio

    de acordo com

    1/20

    2

    +H

    2

    0 2e-- 2 0H-

    (2.73)

    61

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    16/22

    Aplicando-se a equação de Nernst a e sta reação temos:

    Eo2

    = Eº

    -

    0,059

    pH - 0 ,

    015

    log P02

    {2.74)

    E º

    =

    l ,23 V. Em

    so

    luções neutras desde que o pH

    =

    7

    Eo

    2

    =

    0 ,8 V

    2.75)

    Também

    em

    soluções neutras o

    Et t

    2

    = -0,42V

    Comparando-se estes dois valores de potenciais, pode ser observado que o oxigê

    nio

    é

    um

    oxidante mais poderoso que o

    íon

    hidrogênio {i.é., tem

    um

    a

    maior

    afinida

    de para elétrons).

    As duas reações são discutidas de uma forma mais detalhada nas subseções se

    guintes.

    H

    w

    J

    Ezn

    Logaritmo d ensidade de corrente

    FIGURA 2.24. Co osaõ do zinco em ácido pela liberação e hidrogênio,

    mostrando como a linha e Tafel para a reação catódica

    etermina a velocidade.

    2.7.1. Reação de Evolução

    de

    Hidrogênio

    A figura 2.24

    mostra

    a corrosão do zinco

    em

    ácido

    com

    evolução de hidrogênio

    de acordo

    com:

    Zn

    2 tt

    - -

    Zn

    2

    H

    2

    {2.76)

    A velocidade de dissolução do zinco é influenciada pela natureza de s

    ua

    s

    uperfí

    cie.

    Ao

    se comparar a reação de dissolução

    do

    zinco e a reação de evolução do hi

    drogênio sobre zinco, pode ser visto que o último é cineticamente mais dif(cU por-

    62

    que o lo para a evoluçR'o do hld1ogênlo sobre zin co

    6

    aproximadamente 10·

    9

    A cm 

    2

    e i

    0

    para a dissoluçiro de zinco é aproximadamente

    10

    ·

    4

    A cm·

    2

    , assim r.h.e . é

    co

    n

    tro ladora da ve locidade. Se a superfície do zinco for amalgamada (i.é., revestida

    c

    om

    mercú rio), a i

    0

    para a evo

    luçã

    o de hidrogênio s

    ob

    re

    me r

    cúrio diminui para

    aproximadamente

    10-

    3

    A cm·

    2

    ,

    e a velocidade total da corrosão do zinco diminui

    consideravelmente. Se ao invés de se amalgamar o zinco, um pedaço de platina fosse

    introduzido sobre a superfície , a velocidade de corrosão do zinco aumentaria apre

    ciavelmente desde que i

    0

    para a evolução de hidrogênio sobre platina é aproximada

    mente 10-

    3

    A cm·

    2

    .

    Este exemplo mostra

    qu

    e embora a dissolução

    do

    zinco e evo

    lução de hidrogênio ocorra em todos os casos, as velocidades são bem diferentes e a

    velocidade de corrosão total é controlada pela reação de liberação de hidrogênio .

    ec nismo

    2H

    2

    H

    2

    {2.7

    7)

    A equação acima representa os estágios inicial e final da r.e .h. Na realidade a reação

    é bem complicada. O íon hidrogênio tem sido representado

    por

    tt ,

    entre tanto em

    soluções aquosas o íon hidrogênio existe c omo um íon hidratado, e geralmente é

    referido como íon hidroxônio

    H

    3

    o .

    Em soluções aquosas, antes da evolução de hi

    drogênio , deve ocorrer a seguinte seqüência de eventos:

    a O íon

    H

    3

    ü deve alcançar a superfície do cátodo. ·

    b. O próton H  deve separar-se da sua ligação 

    com

    a molécula de água.

    c. O íons H  deve combinar-se

    com um

    elétron sobre o

    cátodo

    para formar um

    átomo

    de hidrogênio.

    d. O átomo de hidrogênio deve migrar sobre a superfície do cátodo e combinar

    com outro átomo de hidrogênio, ou permanecer

    no

    local sobre a superfície do

    cátodo até

    um

    segundo

    tt

    ser descarregado

    no

    mesmo lugar.

    e A molécula deve

    então

    formar

    uma

    bolha e ser liberada.

    Os diferentes passos podem ser representados como segue{8):

    Difusão

    1. Etapa de transporte: tt

    3

    o  Migração

    {E.T.) (volume da

    solução)

    Convecção

    H

    3

    0

    {superfície

    do eletrodo)

    2.

    Etapa

    de descarga: H

    3

    - - M - H H

    2

    0

    (E.D.) adsorvido

    3a. Etapa de desorção química:

    E.D.Q.) M - H M -H- - 2M H

    2

    {2.78)

    2.7

    9)

    {2.80)

    63

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    17/22

    3b. Etapa de desorção eletroquímica:

    (E.D.E.) M -

    H H

    3

    o   e- M

    H

    2

    O H

    2

    (sobre a superfície

    do

    eletrodo)

    (2.81)

    A etapa de descarga envolve a adsorção

    do

    s átomos

    H

    sobre pontos disponíveis

    do metal, seguida

    por

    urna etapa de desorção química

    em

    que elétrons não s ão envol

    vidos), ou por uma etapa de desorção eletroquímica, que envolve a trans

    fer

    ência de

    carga. A extensão na qual urna superfície metálica adsorve átomos

    H

    varia e é ex

    pressa como "eficiência":

    Stt·

    Quando o átomo

    H

    é adsorvido sobre cada

    um

    dos

    pontos disponíveis, diz-se que a eficiência é tot al, e 8fI

    =

    1. Portanto o mecanismo

    de r.e.h. depende da "eficiência". Na etapa de desorção química, átomos H adsorvi

    dos movem-

    se

    sobre a superfície metálica até dois deles colidirem para formar uma

    molécula de hidrogênio, a partir

    daí

    não há transferência de cargas, e a velocidade

    da reação total será independente da sobretensão. Isto geralmente ocorre quando a

    eficiência é baixa e a velocidade de formação da molécula de H

    2

    aumenta

    com

    Stt·

    Na

    etapa de desorção eletroquímica, um íon H

    3

    0   deve descarregar sobre um áto

    mo

    H

    adsorvido, e a probabilidade de colisões deste tipo é maior

    quanto

    mais alto

    for Elff

    Assim, os caminhos das duas reações totais são:

    a. E.T. E.D. E.D.Q.

    b. E.T.

    E.D . E.D.E.

    Em qualquer um dos caminhos destas reações, uma das etapas terá uma energia

    de ativação mais alta, e portanto será a determinante da velocidade, enquanto as ou

    tras duas estarão em equilíbrio. Com base nisso, há quatro mecanismos possíveis pa

    ra a reação de evolução de hidrogênio. Assumindo que indica a

    etapa

    determi

    nante da velocidade e

    ~ i n d i c

    a etapa em equilíbrio, os mecanismos são:

    a. A etapa de descarga é a determinante da velocidade

    E.D. E.D.Q.

    H

    3

    0

    M- H

    H2

    b. A etapa de desorção química é determinante da velocidade

    E.D. E.D.Q.

    H

    3

    0

    M-H

    H2

    c.

    A etapa de descarga é determi nante da velocidade

    E.D. E.D.E.

    H

    3

    0 M-H

    H2

    d. A etapa de desorção eletroquími ca é a determinante d a velocidade

    E.D. E.D.E.

    H

    3

    Q

    M-H

    H2

    Para se estabelecer o mecanismo preciso e avaliá-lo, um número de parâmetros

    tais como inclinação de Tafel, coeficiente de transferência da reação, "eficiência"

    64

    -J, o

    rd

    em da reaçã

    o,

    e outros, são requeridos. McBreen e Greenshaw(9) resumiram

    os po

    ss

    íveis mecanismos da r.e.h. sobre vários metais. Por exemplo:

    Mecanismo (a): para manganês, cádmio, chumbo, cobre, estanho, mercúrio e ní-

    quel.

    Mecanismo (b): para paládio, platina e ródio.

    Mecanismo (c): para ferro e prata.

    Mecanismo (d):pa ra alumínio, bis muto, cobre, molibdênio, nióbio, ouro e ti

    tânio.

    volução do hidrogênio sobre

    fe o

    A absorção (ou dissolução) de hidrogênio

    por

    um metal pode ser um caminho

    alternativo possível para a desorção do hidrogênio adsorvido. Diversos metais têm a

    capacidade de absorver hidrogênio e formar hidretos

    me

    tálicos. Ambas, absorção e

    adsorção, são possíveis de ocorrer simultaneamente sobre o ferro e suas ligas. A difu

    são do hidrogênio absorvido através de aços poderia levar à sua

    seg

    regação em vazios

    ou armadilhas dentro

    do

    aço, exercendo altas pressões e levando à fragilização

    do

    aço pelo hidrogênio, e algumas vezes levar a falhas retardadas por hidrogênio. O fe

    nômeno de fragilização pelo hidrogênio será discutido em detalhesno capítulo 4.

    2.7

    2

    . Reação de Redução

    de

    Oxigênio

    Termodinamicamente, o oxigênio dissolvido é um oxidante mais poderoso que o

    íon hidroxônio H

    3

    o  , em todos os valores de pH. Em soluções ácidas a concent ra

    ção

    do

    íon

    tt

     

    é alta,

    - 1

    mol

    dm-

    3

    .

    Entretanto em soluções aproximadamente neu

    tras, a concentração do íon de hidrogênio é apenas 10-

    7

    mol dm-

    3

    ., enquanto a solu

    bilidade do oxigênio a 25ºC é cerca de 10-

    3

    mo dm-

    3

    , que é maior

    por

    um fator de

    10

    4

    (10). Dessa forma, em soluções aproximadamente neutras, a reação de redução

    do oxigênio é termodinâmica e cineticamente.favorável. Sobre metais altamente rea

    tivos, tais como magnésio ou sódio, ocorre forte evolução de hidrogênio em soluções

    aproximadamente neutras, sendo importante enfatizar que na discussão de reações

    catódicas, o potencial padrão Eº dos metais sobre os quais a reação de redução

    ocorre deveria também ser considerado. Metais menos reativo

    s

    como ferro, são

    es-

    táveis em soluções apróximadamente neutras e sem oxigênio. Em soluções ácidas, os

    íons de metal são termodinamicamente estáveis, enqua nto em sol

    ões neutras , os

    óxidos do metal são estáveis.

    A reação de redução

    do

    oxigênio também ocorre em etapas, uma das qu

    ais

    toma

    se

    det

    erminante da velocidade:

    a. Transferência de oxigênio através da interface solução/atmosfera.

    b. Transporte de oxigênio através da solução

    por

    convecção ou

    por

    difusão para

    regiões na solução próximas à superfície metálica.

    c. Transporte de oxigênio para a interface solução/metal.

    d. Transferência de carga na superfície

    do

    eletrodo.

    Geralmente, a etapa (d) é determinante da velocidade quando o suprimen

    to

    de

    oxigênio para a superfície metálica é rápido, de outro modo a difusão

    do

    oxigênio é

    determinante da velocidade. ·

    65

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    18/22

    Aumentando-se a área superficial da solução exposta à atmosfera, aumenta-se a

    transferência de oxigênio através da interface solução/atmosfera. O transporte de

    oxigênio através da solução aumenta com a convecção natural, gradiente ténnino,

    evaporação da solução ou

    por

    agitação. O transporte de oxigênio através da camada

    difusa estacionária, próxima ao metal, é geralmente mais lento e geralmente o está

    gio detenninante da velocidade. A reação de redução do oxigênio é dependente

    também da natureza da superfície metálica. Mesmo se o transporte de oxigênio para

    a superfície metálica for detenninante da velocidade, a transferência de carga ocor

    rerá na superfície metálica, e ocorrerá rapidamente

    se

    a superfície for limpa e metá

    lica.

    A

    presença de qualquer filme óxido ou outros produtos de corrosão impedirá

    a transferência de cargas. Portanto, metais como platina, ouro, prata e cobre, que

    normalmente apresentam uma superfície metálica limpa, são cátodos mais eficientes

    para a reação de redução de oxigênio, enquanto que ferro, chwnbo, zinco e outros

    não são, porque normalmente têm

    um

    filme superficial de produto s de corrosão.

    O mecanismo da reação de redução do oxigênio não é ainda completamente en

    tendido devido a dificuldades experimentais, entretant o, um número de seqüências

    de reação foram propostas, e uma das mais aceitáveis é:

    02

    +

    2M

    t 2

    MO

    MO + tt+ + e·-+ MOH

    MOH + tt+ + e· t M + H

    2

    O

    (2.82)

    (2.83)

    (2.84)

    Para uma discussão mais detalhada da r.r.o., o leitor deve consultar a referên

    cia(lO).

    2.8

    TRANSIÇÃO

    ATIVA PASSIVA E

    PASSIVAÇÃO

    Reações anódicas

    do

    tipo M -

    MZ

    + + Z e· já foram consideradas. Como foi visto

    nos diagramas potencial-pH, este tipo de reação de dissolução ocorre em soluções

    aquosas a baixos pH.

    Pode também ser visto nos diagramas potencial-pH para mui

    tos sistemas metal-água que o íon MZ é instável a altos valores de pH. Nestas re

    giões, dependendo do metal e do meio, a formação do óxido ou hidróxido ocorre

    de acordo com a reação:

    M + zH

    2

    0

    -

    M(OH)z + ztt+ + z e· (2.85)

    Dessa forma, em geral

    dois tipos principais de reações anódicas:

    a. dissolução do metal para formar cátions solúveis

    b. dissolução

    do

    metal para formar produtos de corrosão

    lidos.

    Geralmente o produto de corrosão sólido permanece sobre. a superfície e reduz

    consideravelmente a velocidade de corrosão posterior

    do

    metal para o produto.

    Diz-se que o metal neste estado é passivo. O ferro, por exemplo, reage rapidamente em

    ácido nítrico diluído, mas não é atacado por ácido nítr ico concentrad.o. Removen-

    66

    do-se o ferro do ácido nítrico concentrado e emergindo -o no ácido nítrico diluído,

    continua um estado temporário de resistência

    à

    corrosão. Schonbeim, em 1836, defi

    niu o ferro no estado resistente à corrosão como passivo . Ele também mos

    trou que o ferro poderia ser passivado

    por

    polarização anódica.

    Definição de passividade

    Há duas definições de passividade que são aceitas geralmenteO l .

    l. Um metal ativo na sé

    rie

    F.E.M. , ou uma liga fabricada com estes metais, é consi

    derado passivo quando seu comportamento eletroquími co transforma-se no de

    um metal menos ativo.

    Exemplos desses metais incluem: cromo, níquel, molibdênio , titânio, zircônio,

    aços inoxidáveis e outros metais e ligas que são naturalmente passivos em ar.

    2. Um metal ou liga é passivo se ele resiste substancialmente à corrosão

    em

    meio

    onde, termodinarnicamente, há uma grande diminuição de energia livre associada

    a sua passagem do estado metálico para

    os

    produtos de corrosão apropriados.

    São exemplos típicos: chumbo em ácido sulfúrico ou magnésio

    em água.

    2.8 .1.

    Transição Ativa Passiva

    Em vários sistemas metal-solução , avelocidade de uma reação de eletrodo aumen

    ta com o aumento do potencial, de acordo com a relação de Tafel (figura 2.25).

    Entretanto em alguns sistemas metal-eletrólito, como ferro

    em

    ácido sulfúrico, ave

    locidade de corrosão diminui para valores relativamente baixos, quando o potencial

    é aumentado acima de um valor crítico Ep, como mostrado na figura 2.26. Diz·se,

    então, que o metal é passivado.

    w

    i

    ü

    P

    Corrente 1

    FIGURA 2.25. Aumento d

    o e

    nte de dissolu ção

    com o aumento do potencial

    Esta transição, do estado ativo para passivo de um meta l, ocorre a uma densidade

    de corrente bem definida, e o potencial no qual esta transição ocorre é chamado de

    potencial de passivação.

    A

    densidade de corrente é chamada de densidade de corren-

    te crítica icri .

    A passividade de um metal em solução é normalmente o resultado de uma reação

    de corrosão envolvendo ambas as reações, anódica e catódica. O fenômeno de pas-

    67

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    19/22

    w

    e

    E

    Ep t e

    = ::::1

    B

    A

    Densidade de

    o

    rrente

    i

    FIGURA 2.27. Curva pi

    ca de potencial-densidade

    de corrente determinada

    ga

    lv

    anos

    taticamente.

    1

    1

    1

    1

    1

    1

    i rit

    ;;;

    ü

    FIGURA 2.26.

    Curva

    tfpi

    ca

    de potencial anódico

    densidade de corrente para

    fe o

    em ácido sulfúrico.

    Densidade

    e

    orre

    nte

    i

    sividacle

    pod

    e ser estudado, tomando-se a superfície

    in t

    eira

    do

    metal um ânodo por

    meio de uma fonte externa e um contra-eletrodo, que funciona como

    um cátodo.

    Qualqu

    er

    um

    do

    s dois mé

    todo

    s pode ser usado para se determinar a relação poten

    cial-densidade de corrente; (a) o potenciostático ou (b) o galvanostático.

    No m

    éto

    do

    po t

    enciostático, o potencial é aumentado gradualmente em etapas, e

    a corrente de polarização atinge o valor r

    eq

    uerido para

    manter

    o potencial controla

    do. Isto pode ser feito

    usando

    -

    se um equipamento

    chamado potenciostato que ajus

    ta automaticamente a correntte ao potencial, fazendo uso de üm circuito eletrôni

    co. A curva de polarização resultante é mostrada na figura 2.26 e chamada de cur

    va de polarização potenciostática. No método galvanostático, a corrente é mantida

    constante e o

    po t

    encial varia (vide figura 2.27).

    68

    A curva de polarização potenciostática dá mais informação que a curva de pola

    rizaç

    ão

    galvanostálica, porque ela corresponde, mais aproximadamente,

    ao com

    por

    tamento real dos metais passivos. A primeira (curva de polarização potenciostática)

    também é capaz de definir precisamente a densidade de corrente crítica e o poten

    cial de passivação, na qual a transição a tiva-passiva ocorre. Referindo-se à figura

    2.2 6, a baixos potenciais o ferro corrói anodicamente, a dissolução está de acordo

    com a lei de Faraday e esta região da curva é chamada de região ativa . Próximo

    ao ponto B, a curva desvia se da linearidade, e uma película isolante composta pro

    vavelmente de FeS0

    4

    é formada, e no ponto C a densidade de corrente crítica di

    minui para um baixo valor (densidade de corrente passiva). Neste estágio, a película

    isolante espessa dissolve, se

    ndo

    s

    ub

    s

    tituíd

    a por

    uma

    película

    muito

    mais fina.

    Sob

    variação gradual

    po

    sterior do po tencial, a densidade de corrente não varia aprecia

    ve lmente

    da

    densidade de corrente

    pa

    ssiva.

    Por

    volta de 1,2 V, o potencial de equilí

    brio do

    eletr

    odo de oxigênio é atingido e, sob aumento posterior do potencial, ocor

    re a evolução de oxigênio. O potencial no qual a transição passiva para ativa é obser

    vada é chamado freqüentemente de potencial de Flade  (EF),quando a polariza

    ção potenciostática é atingida através da dinúnui,ãQ gradativa

    do

    potencial. O Ep é

    usualmente 0,001 a 0,03 V mais

    po

    sitivo que Ef( 2J. Para a maioria dos propósitos

    pr

    áticos, eles podem ser considerados aproximadamente os mesmos.

    Em passivação química (em que o metal imerso

    em

    uma solução é passivo), o po

    tencial de corrosão deveria ser mais positivo que Ep· O

    fe

    rro pode ser pass

    iv

    ado qui

    micamente em ácido nítrico concentrado ,

    qu

    e é um ácido oxidante. Em ácidos re

    dutores, como o ácido sulfúrico, o ferro pode ser passivado apenas por polarização ex

    terna. A figura 2.28 exemplifica o comportamento de

    pa

    ssivação

    do

    ferro

    em

    ácido

    nítrico

    concentrado. As curvas

    AB

    e CD são as curvas catódicas em ácido

    nítrico

    di

    luído e concentrado . A primeira intersecta a curva anódica do ferro na região ativa e,

    w

    A

    D

    Densidade

    de

    orrente

    i

    FIGURA 2.28. Passividade de

    fe o

    em HN0

    3

    .

    As curvas AB e

    CD

    são curvas da reação

    catódica em HN0

    3

    dilu fdo e concentrado   respec

    ti

    vamente A c

    urva

    AB

    intersecta a curva anódi

    ca

    na região ativa. A curva

    CD

    não intersecta

    a cur

    va

    anódica na região.ativa e o fe o permanece passiv

    o

    69

  • 8/19/2019 Cap 2 Ramanathan

    20/22

    portant o, dá origem à corrosão. A curva CD intersecta a curva anódica na região pas

    si·1a e o ferro, portanto, permanece pa

    ss

    ivado.

    O comportamento

    do

    a

    ço

    inoxidável 18 Cr-8Ni em ácido sulfúrico

    é

    mostrado

    diagramaticamente na figura 2.29. A curva catódica

    co

    rrespondente

    à

    reação de evo

    lução de hidrogênio intersecta a curva anódica na região ativa em F, levando

    à

    cor

    rosão.

    Se

    o ácido tem uma baixa concentração de oxigênio dissolvido, a curva cató

    dica correspondente para redução de oxigênio intersecta a curva anódica em G na

    região ativa, no

    ponto

    H na região passiva, levando, portanto, a uma situaçãoinstável

    e à corrosão da liga, a uma velocidade correspondente ao potencial de corrosão em G.

    A concentrações muito altas de oxigênio dissolvido em ácido sulfúrico, a curva ca-

    tódica é XY, e o icrit sendo excedido, a liga permanece passiva.

    Durante a transição do estado ativo para o passivo, seja ele anódico ou químico,

    a natureza da superfície metálica varia devido

    à

    formação de

    um

    filme sólido muito

    fino do produto de corrosão

    do

    metal. O filme passivo formado sobre a superfície

    do ferro é essencialmente o mesmo, independente de o ferro ter sido imerso em áci

    do nítrico concentrado, em ácido sulfúrico polarizado anodicamente

    ou

    em outros

    pas

    si

    vadores tais como cromatos, nitretos molibdatos e outros.

    w

    ü

    e

    :

    a

    , 1

    1

    1

    s

    jpass

    ' H

    lot

    T

    log ritmo d densid de de corrente

    y

    FIGURA 2.29.

    Diagrama H-log

    i

    ilustrando a corrosão

    o

    aço inoxidável

    em

    ácido

    sulfúrico.

    if f

      io

    2

    e ipass são velocidades e corrosão em áci  olivre de

    oxigênio   contendo pequena concentração de oxigênio e

    alta concentraça-o

    e

    oxigênio   respectivament

    e

    ,

    2.

    8.

    2.

    T ranspassividade

    Reconsiderando-se a curva na figura 2.26, a região DE é referida como uma re

    gião transpa

    ss

    iva. Nesta região, a evolução

    do

    gás

    (0

    2

    ,

    C i)

    e/ou

    a dissolução do me

    tal ocorre. Se a transpa

    ss

    ividade

    .oc

    orrer abaixo

    do

    potencial para a evolução

    do

    oxi-

    70

    gênio, a corrosão do metal geralmente

    oco

    rrerá. No caso do cromo