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i
DISSERTAÇÃO
CANTEIRIZAÇÃO COM PREPARO
CONVENCIONAL E PROFUNDO DO SOLO
PARA CANA-DE-AÇÚCAR: ATRIBUTOS
FÍSICOS E SISTEMA RADICULAR
CAMILA CASSANTE DE LIMA
Campinas, SP
2016
ii
INSTITUTO AGRONÔMICO
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRICULTURA TROPICAL E
SUBTROPICAL
CANTEIRIZAÇÃO COM PREPARO
CONVENCIONAL E PROFUNDO DO SOLO
PARA CANA-DE-AÇÚCAR: ATRIBUTOS
FÍSICOS E SISTEMA RADICULAR
CAMILA CASSANTE DE LIMA
Orientadora: Isabella Clerici De Maria
Co-orientador: Getulio Coutinho Figueiredo
Dissertação submetida como requisito
parcial para obtenção do grau de Mestre em
Agricultura Tropical e Subtropical, Área de
Concentração em Gestão de Recursos
Agroambientais.
Campinas, SP
Abril, 2016
ii
iii
iii
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, Sonia e Ricardo, a minha profunda gratidão pela lição de vida, dedicação, apoio,
compreensão e auxílio, que me fortalecem a cada dia;
Ao meu irmão, Felipe;
Pelo amor, carinho e confiança,
DEDICO.
iv
AGRADECIMENTOS
Ao Instituto Agronômico – Campinas/SP, pela oportunidade que me foi concedida.
Ao APTA Centro Sul, pela concessão da área experimental.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Nível Superior (CAPES), pela concessão da
bolsa de estudos.
À Dra. Isabella Clerici De Maria e ao Dr. Getulio Coutinho Figueiredo, pela orientação
e conhecimentos transmitidos.
À Dra. Sonia Carmela Dechen, por conceder a participação no projeto FAPESP.
Ao Professor Dr. Reginaldo Barbosa da Silva, pela orientação desde a graduação,
conhecimentos transmitidos, pelo auxílio naquilo que foi necessário no mestrado e pela
amizade.
Aos pesquisadores Dr. André Cesar Vitti, Dr. Fábio Luis Ferreira Dias e Dra. Raffaella
Rossetto da APTA Centro Sul pela concessão do experimento já instalado.
À Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz-ESALQ e ao Dr. Álvaro Pires da
Silva por conceder o espaço laboratorial para realização de análises de solo e pelo empréstimo
de equipamento necessários à realização do experimento.
À Dra. Laura Fernanda Simões da Silva pela experiência e conhecimentos transmitidos
na etapa final de campo do experimento.
Ao meu amigo Wellingthon da Silva Guimarães Junnyor, pela amizade, ajuda e muitas
risadas no decorrer de todo o experimento e conhecimentos transmitidos a cada nova
experiência.
Aos meus amigos Débora Kobayashi Vazami, Felipe Pacheco Garotti e Larissa Rocha
Pereira, por sempre terem apoiado minhas decisões acadêmicas.
Às amizades que fiz durante o curso de mestrado: Ana Carolina Cunha de Assis, Laura
Milani da Silva Dias, Renan de Campos Vieira, Wellingthon da Silva Guimarães Junnyor.
A todos do Centro de Solos e Recursos Ambientais do Instituto Agronômico, pela
amizade, pelas risadas nos horários de almoço e, por todas as vezes que de alguma forma
ajudaram em meu experimento, Andressa Moreira Ribeiro, Antonio Ribeiro de Sousa, Carlos
Coutinho, Letícia da Silva Cotarelle, Luciana Damasceno de Souza, Luzia Aparecida Felisbino
da Silva, Maria Elizabete Alves de Freitas Carlos Coutinho e Mayara Cristian Rodrigues.
Aos funcionários da APTA Centro Sul Custódio e Cristiano, pela ajuda naquilo que foi
preciso durante as amostragens de campo.
v
“Quanto mais aumenta nosso conhecimento, mais evidente fica nossa ignorância”
John Fitzgerald Kennedy
vi
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................ viii
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................ x
RESUMO ............................................................................................................................... xvii
ABSTRACT .......................................................................................................................... xviii
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................................ 3
2.1 Sistemas de Manejo da Cana-de-açúcar ............................................................................... 3
2.2 Natureza e Propriedades Físico-Hídricas do Solo ................................................................ 6
2.3 Compactação e Comportamento Compressivo dos Solos Cultivados ................................ 11
2.4 Sistema Radicular da Cana-de-Açúcar ............................................................................... 15
3 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................................... 20
3.1 Localização e Caracterização da Área Experimental ......................................................... 20
3.2 Tratamentos ........................................................................................................................ 22
3.2.1 Preparo profundo canteirizado (PPC) .............................................................................. 22
3.2.2 Preparo convencional (PC) .............................................................................................. 23
3.3 Variedade da Cana-de-Açúcar e Espaçamento ................................................................... 23
3.4 Delineamento Experimental e Análise Estatística .............................................................. 24
3.5 Tratos Culturais na Área Experimental .............................................................................. 24
3.6 Análise Química ................................................................................................................. 25
3.7 Amostragem e Coleta de Dados ......................................................................................... 25
3.8 Análise Estatística .............................................................................................................. 26
3.9 Avaliações de Atributos Físico-Hídricos, Mecânicos e Estruturais do Solo ...................... 26
3.9.1 Análise granulométrica .................................................................................................... 26
3.9.2 Densidade do solo, densidade de partículas e porosidade ............................................... 27
3.9.3 Limites de consistência do solo ....................................................................................... 28
3.9.4 Capacidade de campo e ponto de murcha permanente .................................................... 28
3.9.5 Curva de retenção de água no solo e índice S ................................................................. 29
3.9.6 Resistência do solo à penetração ..................................................................................... 30
3.9.7 Pressão de preconsolidação ............................................................................................. 31
3.9.8 Análise visual da estrutura do solo .................................................................................. 33
3.10 Avaliação do Sistema Radicular ....................................................................................... 34
3.10.1 Método do perfil ............................................................................................................ 34
3.10.2 Método da sonda ............................................................................................................ 35
3.11 Biometria e Produtividade ................................................................................................ 38
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .......................................................................................... 38
4.1 Atributos Físico-Hídricos do Solo ...................................................................................... 38
vii
4.1.1 Densidade do solo e porosidade total .............................................................................. 38
4.1.2 Macroporosidade e microporosidade............................................................................... 43
4.1.3 Curva de retenção de água no solo .................................................................................. 48
4.1.4 Capacidade de água disponível........................................................................................ 54
4.1.5 Porosidade no domínio dos macroporos .......................................................................... 56
4.1.6 Capacidade de campo relativa ......................................................................................... 58
4.1.7 Índice S ............................................................................................................................ 61
4.2 Atributos Mecânicos do Solo ............................................................................................. 65
4.2.1 Resistência do solo à penetração (RP) ............................................................................. 65
4.2.2 Resistência do solo à penetração da camada ................................................................... 66
4.2.3 Pressão de preconsolidação ............................................................................................. 68
4.3 Avaliação Visual da Estrutura do Solo ............................................................................... 78
4.4 Avaliação do Sistema Radicular ......................................................................................... 84
4.4.1 Coeficiente de variação ................................................................................................... 84
4.4.2 Massa seca radicular ........................................................................................................ 85
4.4.3 Comprimento radicular .................................................................................................... 86
4.4.4 Área superficial radicular ................................................................................................ 88
4.4.5 Volume radicular ............................................................................................................. 90
4.4.6 Densidade radicular ......................................................................................................... 92
4.4.7 Análise por classe de diâmetro ........................................................................................ 98
4.4.8 Contagem das raízes ........................................................................................................ 98
4.5 Biometria e Produtividade ................................................................................................ 101
5 CONCLUSÕES ................................................................................................................... 103
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 103
7 ANEXOS ............................................................................................................................. 121
viii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Caracterização granulométrica das camadas do Nitossolo Vermelho Eutrófico
latossólico localizado no APTA em Piracicaba/SP. ................................................................. 21
Tabela 2 - Média dos atributos químicos do solo na região dos canteiros nas camadas dos
tratamentos em setembro de 2014. ........................................................................................... 25
Tabela 3 - Valores dos Limite de Liquidez (LL) e Limite de Plasticidade (LP) para as camadas
do Nitossolo Vermelho Eutrófico latossólico, na área do ensaio em Piracicaba, SP. .............. 77
Tabela 4 - Média do comprimento radicular (mm) da cana de açúcar na camada de 0,0-0,2 m
para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC. ....................................... 112
Tabela 5 - Média da área radicular (mm²) da cana de açúcar na camada de 0,0-0,2 m para as
cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC..................................................... 112
Tabela 6 - Média do volume radicular (mm³) da cana de açúcar na camada de 0,0-0,2 m para
as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC. ............................................... 112
Tabela 7 - Média do comprimento radicular (mm) da cana de açúcar na camada de 0,2-0,4 m
para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC. ....................................... 113
Tabela 8 - Média da área radicular (mm²) da cana de açúcar na camada de 0,2-0,4 m para as
cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC..................................................... 113
Tabela 9 - Média do volume radicular (mm³) da cana de açúcar na camada de 0,2-0,4 m para
as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC. ............................................... 113
Tabela 10 - Média do comprimento radicular (mm) da cana de açúcar na camada de 0,4-0,6 m
para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC. ....................................... 114
Tabela 11 - Média da área radicular (mm²) da cana de açúcar na camada de 0,4-0,6 m para as
cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC..................................................... 114
Tabela 12 - Média do volume radicular (mm³) da cana de açúcar na camada de 0,4-0,6 m para
as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC. ............................................... 114
ix
Tabela 13 - Média do comprimento radicular (mm) da cana de açúcar na camada de 0,6-0,8 m
para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC. ....................................... 115
Tabela 14 - Média da área radicular (mm²) da cana de açúcar na camada de 0,6-0,8 m para as
cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC..................................................... 115
Tabela 15 - Média do volume radicular (mm³) da cana de açúcar na camada de 0,6-0,8 m para
as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC. ............................................... 115
Tabela 16 - Média do comprimento radicular (mm) da cana de açúcar na camada de 0,8-1,0 m
para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC. ....................................... 116
Tabela 17 - Média da área radicular (mm²) da cana de açúcar na camada de 0,8-1,0 m para as
cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC..................................................... 116
Tabela 18 - Média do volume radicular (mm³) da cana de açúcar na camada de 0,8-1,0 m para
as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC e PC. ............................................... 116
Tabela 19 - Valores de p para dados naturais e transformados da massa seca radicular (kg ha-
1) da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC e PC. ......................................................... 117
Tabela 20 - Valores de p para dados naturais e transformados do comprimento radicular (mm)
da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC e PC. .............................................................. 117
Tabela 21 - Valores de p para dados naturais e transformados da área radicular (mm²) da cana-
de-açúcar no canteiro e rua para PPC e PC. ........................................................................... 118
Tabela 22 - Valores de p para dados naturais e transformados do volume radicular (mm³) da
cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC e PC.................................................................... 118
Tabela 23 - Valores de p para dados naturais e transformados da densidade radicular (kg m-3)
da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC e PC. .............................................................. 119
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Área de estudo, na estação experimental do Polo Centro Sul da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios, no município de Piracicaba, SP. ............................................. 20
Figura 2 - Precipitação e temperaturas médias do período de condução do experimento
(CIIAGRO, 2015). .................................................................................................................... 21
Figura 3 - Equipamento utilizado para construção dos canteiros no preparo profundo do solo.
Fonte: MAFES AGROMECÂNICA (2014). ........................................................................... 23
Figura 4 - Colhedora e transbordo utilizados para colheita da cana-de-açúcar. ...................... 24
Figura 5 - Esquema dos locais de amostragem do solo. .......................................................... 26
Figura 6 - Equipamento WP4 da Decagon Devices@ utilizado para obtenção do PMP Fonte:
DECAGON DEVICES (2016). ................................................................................................ 28
Figura 7 - Ensaio de resistência do solo à penetração (A). Sensor de umidade (B). ............... 31
Figura 8 - Consolidômetro Pneumático desenvolvido por FIGUEIREDO et al. (2011)......... 32
Figura 9 - Exemplo da aplicação da metodologia para obtenção do escore visual (Ev) pelo
método de BALL et al. (2007).................................................................................................. 34
Figura 10 - Contagem de raízes pelo método da grade. .......................................................... 35
Figura 11 - Amostra de raiz com solução água e álcool (A). Lavagem da amostra (B).
Acondicionamento das raízes para posterior congelamento (C). Amostra de raiz sob lâmina
d’água em placa de acrílico para escaneamento (D). ............................................................... 36
Figura 12 - Sequência de geração das imagens no software SAFIRA® (Embrapa), desde a
imagem obtida no scanner até o processamento final (binarização, filtragem, esqueletamento e
análise). ..................................................................................................................................... 37
Figura 13 - Valores médios da densidade do solo para a posição de amostragem canteiro (A) e
rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um mesmo tipo de preparo
xi
(vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para uma mesma camada do
solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 4,92%. ................................................. 39
Figura 14 - Valores médios da densidade do solo para no canteiro e rua para PPC (A) e PC (B).
Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em uma mesma camada
do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 4,92%. ................................................................ 40
Figura 15 - Valores médios da porosidade total do solo para a posição de amostragem canteiro
(A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um mesmo tipo de preparo
(vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para uma mesma camada do
solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 4,34%. ................................................. 41
Figura 16 - Valores médios da porosidade total do solo para no canteiro e rua para PPC (A) e
PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em uma mesma
camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 4,34%. ................................................... 42
Figura 17 - Valores médios da macroporosidade do solo para a posição de amostragem canteiro
(A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um mesmo tipo de preparo
(vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para uma mesma camada do
solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 22,71%. ............................................... 44
Figura 18 - Valores médios da macroporosidade do solo para no canteiro e rua para PPC (A) e
PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em uma mesma
camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 22,71%. ................................................. 45
Figura 19 - Valores médios da microporosidade do solo para a posição de amostragem canteiro
(A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um mesmo tipo de preparo
(vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para uma mesma camada do
solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 8,42%. ................................................. 46
Figura 20 - Valores médios da microporosidade do solo para o canteiro e rua para PPC (A) e
PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em uma mesma
camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 8,42%. ................................................... 47
Figura 21 - Curvas médias de retenção de água no solo da camada de 0,0-0,2 m dos preparos
do solo nas posições de amostragem ajustadas ao modelo de van GENUTCHEN (1980). ..... 49
xii
Figura 22 - Curvas médias de retenção de água no solo da camada de 0,2-0,4 m dos preparos
do solo nas posições de amostragem ajustadas ao modelo de van GENUTCHEN (1980). ..... 50
Figura 23 - Curvas médias de retenção de água no solo da camada de 0,4-0,6 m dos preparos
do solo nas posições de amostragem ajustadas ao modelo de van GENUTCHEN (1980). ..... 51
Figura 24 - Curvas médias de retenção de água no solo da camada de 0,6-0,8 m dos preparos
do solo nas posições de amostragem ajustadas ao modelo de van GENUTCHEN (1980). ..... 52
Figura 25 - Curvas médias de retenção de água no solo da camada de 0,8-1,0 m dos preparos
do solo nas posições de amostragem ajustadas ao modelo de van GENUTCHEN (1980). ..... 53
Figura 26 - Valores médios da capacidade de água disponível do solo para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um
mesmo tipo de preparo (vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para
uma mesma camada do solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 12,59%. ......... 55
Figura 27 - Valores médios da capacidade de água disponível do solo para no canteiro e rua
para PPC (A) e PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem
em uma mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 12,59%. ....................... 56
Figura 28 - Valores médios da porosidade no domínio dos macroporos do solo para a posição
de amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um
mesmo tipo de preparo (vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para
uma mesma camada do solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 46,82%. ......... 57
Figura 29 - Valores médios da macroporosidade no domínio dos macroporos do solo para no
canteiro e rua para PPC (A) e PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição
de amostragem em uma mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 46,82%.
.................................................................................................................................................. 58
Figura 30 - Valores médios da capacidade de campo relativa do solo para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um
mesmo tipo de preparo (vertical) Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para
uma mesma camada do solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 7,82%. ........... 60
xiii
Figura 31 - Valores médios da capacidade de campo relativa do solo para no canteiro e rua
para PPC (A) e PC (B). Letra minúscula compara horizontalmente posição de amostragem em
uma mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 7,82%. ............................... 61
Figura 32 - Valores médios do índice S do solo para a posição de amostragem canteiro (A) e
rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um mesmo tipo de preparo
(vertical) Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para uma mesma camada do
solo para uma mesma camada do solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 21,55%.
.................................................................................................................................................. 63
Figura 33 - Valores médios do índice S do solo para no canteiro e rua para PPC (A) e PC (B).
Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em uma mesma camada
do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 21,55%. .............................................................. 64
Figura 34 - Valores médios da resistência do solo à penetração do solo para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Linha tracejada indica o limite crítico à penetração das
raízes de cana-de-açúcar segundo WU et al. (2003). ............................................................... 66
Figura 35 - Valores médios da resistência do solo à penetração das camadas do solo para a
posição de amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam tipos de preparo
do solo para uma mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 16,60 %. ....... 67
Figura 36 - Valores médios da resistência do solo à penetração das camadas do solo no canteiro
e rua para PPC (A) e PC (B). Letras maiúsculas comparam posição de amostragem em uma
mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV =16,60%. ...................................... 68
Figura 37 - Valores médios da pressão de preconsolidação (p) do solo para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um
mesmo tipo de preparo (vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para
uma mesma camada do solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 49,81%. ......... 69
Figura 38 - Valores médios da pressão de preconsolidação (p) do solo no canteiro e rua para
PPC (A) e PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em
uma mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 49,81%. ............................. 71
xiv
Figura 39 - Modelo de capacidade de suporte de carga do solo (σp = 10 (a+bU)), ajustado para
a camada de 0,0-0,2 m da área não mobilizada (NM) e valores de p obtidos para PPC e PC
nos canteiros e ruas. .................................................................................................................. 73
Figura 40 - Modelo de capacidade de suporte de carga do solo (σp = 10 (a+bU)), ajustado para
a camada de 0,2-0,4 m da área não mobilizada (NM) e valores de p obtidos para PPC e PC
nos canteiros e ruas. .................................................................................................................. 74
Figura 41 - Modelo de capacidade de suporte de carga do solo (σp = 10 (a+bU)), ajustado para
a camada de 0,4-0,6 m da área não mobilizada (NM) e valores de p obtidos para PPC e PC
nos canteiros e ruas. .................................................................................................................. 75
Figura 42 - Modelo de capacidade de suporte de carga do solo (σp = 10 (a+bU)), ajustado para
a camada de 0,6-0,8 m da área não mobilizada (NM) e valores de p obtidos para PPC e PC
nos canteiros e ruas. .................................................................................................................. 76
Figura 43 - Modelo de capacidade de suporte de carga do solo (σp = 10 (a+bU)), ajustado para
a camada de 0,8-1,0 m da área não mobilizada (NM) e valores de p obtidos para PPC e PC
nos canteiros e ruas. .................................................................................................................. 77
Figura 44 - Boxplot das médias dos escores da análise visual da estrutura do solo para cada
tratamento. ................................................................................................................................ 80
Figura 45 - Boxplot das médias dos escores da análise visual da estrutura do solo de cada
camada para cada tratamento. (A) - PPC canteiro. (B) - PPC rua. (C) – PC canteiro. (D) – PC
rua. (E) – NM. .......................................................................................................................... 82
Figura 46 - Boxplot das médias dos escores da análise visual da estrutura do solo de cada
bloco (B1, B2 e B3) dentro de cada tratamento. (A) - PPC canteiro. (B) - PPC rua. (C) – PC
canteiro. (D) – PC rua. (E) – NM. ............................................................................................ 83
Figura 47 - Valores médios da massa seca radicular da cana-de-açúcar para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam tipos de preparo do solo para
uma mesma camada do solo (p<0,15). ..................................................................................... 85
xv
Figura 48 - Valores médios da massa seca radicular da cana-de-açúcar no canteiro e rua para
PPC (A) e PC (B). Letras minúsculas comparam posição de amostragem em uma mesma
camada do solo (p<0,15). ......................................................................................................... 86
Figura 49 - Valores médios do comprimento radicular da cana-de-açúcar para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letra minúscula compara tipos de preparo do solo para uma
mesma camada do solo (p<0,15). ............................................................................................. 87
Figura 50 - Valores médios do comprimento radicular da cana-de-açúcar no canteiro e rua para
PPC (A) e PC (B). Letra minúscula compara posição de amostragem em uma mesma camada
do solo (p<0,15). ....................................................................................................................... 88
Figura 51 - Valores médios da área radicular da cana-de-açúcar para a posição de amostragem
canteiro (A) e rua (B). Letra minúscula compara tipos de preparo do solo para uma mesma
camada do solo (p<0,15). ......................................................................................................... 89
Figura 52 - Valores médios da área radicular da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC (A)
e PC (B). Letra minúscula compara posição de amostragem em uma mesma camada do solo
(p<0,15). ................................................................................................................................... 90
Figura 53 - Valores médios do volume radicular da cana-de-açúcar para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letra minúscula compara tipos de preparo do solo para uma
mesma camada do solo (p<0,15). ............................................................................................. 91
Figura 54 - Valores médios do volume radicular da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC
(A) e PC (B). Letra minúscula compara posição de amostragem em uma mesma camada do solo
(p<0,15). ................................................................................................................................... 92
Figura 55 - Valores médios da densidade radicular da cana-de-açúcar para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letra minúscula compara tipos de preparo do solo para uma
mesma camada do solo (p<0,15). ............................................................................................. 93
Figura 56 - Valores médios da densidade radicular da cana-de-açúcar no canteiro e rua para
PPC (A) e PC (B). Letra minúscula compara posição de amostragem em uma mesma camada
do solo (p<0,15). ....................................................................................................................... 94
xvi
Figura 57 - Média da distribuição longitudinal e em profundidade das raízes da cana-de-açúcar
(nº de raízes) no PPC. ............................................................................................................. 100
Figura 58 - Média da distribuição longitudinal e em profundidade das raízes da cana-de-açúcar
(nº de raízes) no PC. ............................................................................................................... 100
Figura 59 - Dados biométricos e de produtividade da cana-planta. ...................................... 102
Figura 60 - Alteração do coeficiente de variação natural dos parâmetros radiculares quando
transformados para y = log (x + 10). Massa seca radicular (A); Comprimento radicular (B);
Área radicular (C); Volume radicular (D) e Densidade radicular (E). ................................... 122
xvii
Canteirização no preparo convencional e profundo para cana-de-açúcar: atributos
físicos e sistema radicular
RESUMO
Nos últimos anos, as técnicas de cultivo empregadas pelo setor sucroalcooleiro no
estado de São Paulo têm provocado danos aos atributos dos solos pela utilização intensiva de
máquinas e implementos, decorrentes da substituição da colheita manual pela mecanizada. Os
sistemas de preparo do solo e o tráfego de máquinas, implementos e outros veículos promovem
alterações nos atributos físicos do solo e têm impacto no crescimento e desenvolvimento do
sistema radicular das culturas. O objetivo deste trabalho foi comparar o sistema de preparo
canteirizado profundo do solo com o preparo convencional em cana-de-açúcar e seus reflexos
na distribuição do sistema radicular e nos atributos físicos e mecânicos do solo. O estudo foi
realizado no município de Piracicaba, SP, em um Nitossolo Vermelho Eutrófico latossólico. Os
tratamentos foram: preparo profundo canteirizado e preparo convencional do solo. As
amostragens de solo foram realizadas nos seguintes locais: canteiro e rua de tráfego agrícola,
em cinco camadas de solo a cada 0,2 m. Foram avaliados os atributos físicos que predizem a
relação massa/volume dos constituintes do solo, atributos mecânicos como a resistência do solo
à penetração e a pressão de preconsolidação e, foi realizada a análise visual da estrutura do solo.
A amostragem do sistema radicular da cana-de-açúcar foi realizada pelo método do perfil, com
a contagem do número de raízes visíveis e pelo método da sonda para avaliação da massa seca
de raízes, comprimento, área, volume e densidade radicular por meio do software SAFIRA. Foi
verificada melhor qualidade física no preparo profundo do solo (PPC), principalmente onde o
preparo com enxada rotativa e subsolador reduziu a densidade, aumentou a porosidade total e
macroporosidade do solo, reduziu a resistência do solo à penetração das raízes e pressão de
preconsolidação que refletiu em um baixo escore, permitindo maior crescimento do sistema
radicular da cana-de-açúcar. No sistema convencional a redução da qualidade física do solo
decorrente do tráfego de máquinas sobre o solo que foi revolvido pelas operações de preparo
resultou em limitações ao crescimento das raízes abaixo da camada 0,0-0,2 m reduzindo 23% a
produtividade da cultura.
Palavras chave: preparo profundo canteirizado, pressão de preconsolidação, dinâmica
radicular, produtividade.
xviii
Bed in conventional and deep tillage of sugarcane: physical attributes and roots system
ABSTRACT
In last years, the cultivation techniques used by farmers and sugarcane companies in the state
of Sao Paulo have caused damage to properties of soils by intensive use of machinery and
implements, resulting from the replacement of manual harvesting by mechanized. The soil
tillage systems and machinery traffic, implements and other vehicles generate changes in soil
physical properties and impact on the growth and development of root systems of crops. The
objective of this study was to evaluate metric aspects of the root system of sugarcane in the
conventional tillage system and deep bed tillage considering the changes in the physical, water
and mechanics soil aspects in these systems. The experiment carried out at Piracicaba, SP, and
the soil was an Alfisol Xeralf. The treatments were: conventional tillage and soil deep bed
tillage. Soil samples were taken in places: beds and street agricultural traffic in five layers of
soil every 0.2 m. Were evaluated the physical attributes that predict the bulk of soil mineral
constituents, mechanical attributes such as penetration resistance and preconsolidation
pressure and, was carried out the visual analysis of soil structure. Sampling of the root systems
of sugarcane was done by the profile method, with he couting of number of visible root and by
auger method for evaluation of dry mass of roots, length, área, volume and root bulk by software
SAFIRA. It was found better physical quality in soil deep bed tillage, especially in the beds
where the tillage with rotary hoe and subsoiler reduced density, increased total porosity and soil
macroporosity and reduced resistance to root penetration and preconsolidation pressure,
allowing abundant root growth of sugarcane. In conventional systems the reduction of physical
soil quality resulting from machinery traffic on soil that was plowed by tillage operations
resulted in limitations to the growth of the roots below the 0,0-0,2 m reducing 23% the crop
yield.
Palavras chave: deep bed tillage, preconsolidation pressure, root dynamics, yield.
1
1 INTRODUÇÃO
No Brasil, a área cultivada com cana-de-açúcar foi estimada em 9 milhões de hectares
nas safras 2014/15 e 2015/16, respectivamente, distribuídas em todos os estados produtores
conforme suas características (CONAB, 2014; CONAB, 2015). Na região sudeste do Brasil a
cana-de-açúcar é uma cultura de grande importância, tanto social quanto economicamente. Tal
desempenho reflete um vasto programa de produção de álcool a partir da cana-de-açúcar, que
vem sendo desenvolvido no país desde 1974. O estado de São Paulo é o maior produtor com
52% (4 milhões de hectares) da área plantada.
Nos últimos anos, com a mecanização total da cultura, adotada após as restrições
impostas às queimadas para colheita, tem sido verificado que algumas técnicas de cultivo
empregadas pelos agricultores e empresas sucroalcooleiras no estado de São Paulo podem
provocar danos aos atributos dos solos. Os efeitos do preparo do solo na sua estrutura dependem
da intensidade de revolvimento e do trânsito, dos tipos de equipamentos utilizados, do manejo
dos resíduos vegetais e das condições de umidade do solo no momento em que o preparo é
realizado. Entretanto, a adoção crescente e desordenada da utilização intensiva de máquinas e
implementos agrícolas, componentes básicos na maioria das estratégias de desenvolvimento
rural, decorrentes principalmente da substituição da colheita manual pela mecanizada, tem
causado degradação acentuada dos solos, alterando os atributos do solo, causando erosão,
compactação e desvio dos fluxos de água.
Do ponto de vista físico e mecânico, a degradação do solo afeta diretamente o seu espaço
poroso, de forma a prejudicar o fornecimento de água e oxigênio, limitando o crescimento
radicular das plantas e a atividade de organismos no solo (TORMENA et al., 1998). Mais
especificamente, a deterioração da qualidade física do solo implica em condições desfavoráveis
de estruturação do solo, com reduzida porosidade, elevada densidade, maior resistência à
penetração de raízes e, reduzida capacidade de retenção de água. Outro atributo que vem sendo
utilizado na avaliação dos atributos físicos do solo é a pressão de preconsolidação.
O preparo convencional, em geral, promove um revolvimento intenso da camada
superficial de solo. Baseado numa sucessão de atividades que resultam na desagregação de toda
a superfície pela inversão de camadas de solo, pode ocorrer efeito deletério na qualidade
estrutural do solo pelo favorecimento da decomposição da matéria orgânica (BERTOL et al.,
2001). Críticas a este sistema de preparo focam a degradação da estrutura do solo pelo
2
surgimento de camadas compactadas abaixo da zona mobilizada e, por conseguinte, redução do
volume de macroporos e aumento de microporos, determinando uma diminuição do volume de
poros ocupado pelo ar e um aumento na retenção de água. Em decorrência disso, há redução da
taxa de infiltração de água no solo, afetando o desenvolvimento vegetal e predispondo o solo à
erosão hídrica acelerada.
Na busca por soluções da compactação causada pelo intenso tráfego agrícola na cultura
da cana-de-açúcar, o preparo profundo canteirizado do solo busca romper camadas
compactadas revolvendo o solo em profundidade somente nos canteiros de plantio, para
permitir o pleno crescimento do sistema radicular, além de adequadas condições físicas e
hídricas durante o ciclo da cultura.
Recentemente, vêm sendo introduzidos novos implementos agrícolas na técnica de
canteirização. A mobilização do solo ocorre de maneira localizada e combinada utilizando
implementos que realizam, simultaneamente, subsolagem profunda, aplicação e incorporação
de corretivo, enleiramento da palha e quebra dos torrões. O tráfego, portanto, ocorre de forma
controlada, proporcionando menor acúmulo de pressões de contato geradas pelos rodados das
máquinas agrícolas, podendo eliminar a ocorrência de pé de grade e pé de arado, comuns no
preparo convencional do solo.
Os fatores que apresentam importância mais expressiva na relação planta-água-solo são
a arquitetura e a distribuição do sistema radicular, as quais refletem a dinâmica de crescimento
da cultura (VASCONCELOS, 2002). O sistema radicular da cana-de-açúcar é altamente
responsivo ao ambiente edáfico e, é fundamental para a definição de técnicas agronômicas,
como densidade de plantio, local de aplicação dos fertilizantes, operações de cultivo e sistemas
de irrigação (CASAGRANDE, 1991; ZONTA et al., 2006).
No intuito de estudar as relações de causa e efeito entre os sistemas de preparo e os
atributos do solo, a avaliação do crescimento radicular da cana-de-açúcar tem sido realizada
comumente por meio de monólitos, perfis e sondas. Esses métodos têm sido utilizados, por
exemplo, para estimar a densidade absoluta de raízes, auxiliando nas predições dos ciclos
biogeoquímicos e de rendimento das culturas. Entretanto, é importante focar o comprimento, a
massa e o volume de raízes por serem determinantes, respectivamente, para o potencial de
absorção de água e nutrientes, o estoque de nutrientes na subsuperfície e o volume de solo
explorado (ATKINSON, 2000).
Porém, devido à dificuldade de avaliação (laboriosa) e à variabilidade dos resultados
obtidos em condições de campo, os estudos do sistema radicular têm sido relegados a um plano
secundário, apesar de sua importância (OTTO et al., 2009). Isso se reflete em menor difusão de
3
informações na literatura científica, com consequente prejuízo ao desenvolvimento de
tecnologias aplicáveis ao manejo da cana-de-açúcar.
Visto que a distribuição do sistema radicular depende da qualidade física do solo,
variando em função do nível de mobilização e da alteração da sua estrutura, as hipóteses deste
trabalho são: i) no preparo profundo canteirizado do solo a distribuição de raízes ocorre
verticalmente enquanto que no sistema de preparo convencional do solo a distribuição é
horizontalizada ii) a técnica de preparo profundo do solo aumenta a biomassa radicular por
melhorar a qualidade física do solo na área do canteiro, apresentando maior capacidade de
exploração de volume de solo em relação ao preparo convencional e; iii) no sistema de preparo
convencional o tráfego de máquinas sobre o solo que foi revolvido pelas operações de
descompactação resulta em redução da qualidade física do solo reduzindo a biomassa radicular
e, por conseguinte, a produtividade.
Considerando que a produção de cana-de-açúcar é afetada pelo componente radicular,
que por sua vez é sensível às mudanças que ocorrem no solo em decorrência de sistemas de
preparo, torna-se importante avaliar as modificações dos atributos hídricos e mecânicos do solo
causadas pelos sistemas de preparo no ambiente radicular.
Objetivou-se neste trabalho comparar o sistema de preparo canteirizado profundo do
solo com o preparo convencional em cana-de-açúcar e seus reflexos na distribuição do sistema
radicular e nos atributos físicos e mecânicos do solo.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Sistemas de Manejo da Cana-de-açúcar
A cultura da cana-de-açúcar tem apresentado reduções das produtividades em virtude
da contínua utilização de sistemas convencionais de manejo do solo os quais utilizam um
vigoroso revolvimento do solo por ocasião do plantio, com o uso de arados, grades pesadas e
subsoladores (MORGADO & VIEIRA, 1999; CEDDIA, 1999). Neste sentido, busca-se
melhorar os métodos de manejo para que se obtenham aumentos de produtividade e
minimização da degradação do solo (MARASCA, 2014).
A colheita manual da cana-de-açúcar no estado de São Paulo, em razão de fatores
socioeconômicos, técnicos e ambientais, vem sendo substituída pelo processo mecanizado, em
decorrência da proibição da despalha da cana por queima desde 2014 nas áreas com declividade
4
menor que 12% (Decreto Estadual nº42.056, de 6-8-97, que regulamentou a Lei Estadual
nº6.171, de 4 de dezembro de 1988, alterada pela Lei nº8.421, de 23 de novembro de 1993,
impulsionado pelo Protocolo Agroambiental – Etanol Verde assinado pelo Governo do Estado
de São Paulo e União da Indústria Sucroalcooleira - ÚNICA e da Organização de Plantadores
de Cana da Região Centro-Sul do Brasil - ORPLANA) Assim, o uso da colheita mecanizada é
uma necessidade para o sistema de produção da cana-de-açúcar no Brasil (SOUZA et al., 2008).
A técnica de produção de cana-de-açúcar tem evoluído no que se refere à utilização de
máquinas, implementos, técnicas de manejo e transporte, com a opção por veículos de maior
capacidade unitária de carga (IAIA et al., 2006), o que provoca, entretanto, impactos adversos
no solo, destacando-se a compactação.
O processo atual de produção de cana-de-açúcar está baseado em áreas com adoção de
preparo convencional do solo, onde se realizam o plantio e o cultivo em uma ou duas linhas,
com tratores que têm no máximo 2,0 m de bitola. No entanto a colheita é feita em linhas simples,
acompanhada do veículo de transbordo na linha adjacente. Como consequência, verifica-se um
tráfego intenso, com baixo rendimento operacional, alto custo e elevada compactação dos solos
(ROQUE et al., 2010).
Segundo BRAUNACK et al. (2006) uma das características do sistema de colheita
mecanizada da cultura da cana-de-açúcar é a utilização de colhedoras e transbordos com massa
total de 20 – 30 t, cujo tráfego é repetido durante os vários ciclos da cultura sob condições
variáveis de conteúdo de água no solo, podendo elevar a compactação. Como consequência, o
crescimento das raízes e das plantas é negativamente alterado devido ao empobrecimento da
qualidade física dos solos, culminando na redução da produtividade e, ou, no encurtamento da
longevidade da cultura (CAVALIERI et al., 2011; SOUZA et al., 2005).
Uma solução que pode diminuir o efeito da compactação do solo pelo tráfego de
máquinas agrícolas no desenvolvimento de plantas é a adoção do sistema de tráfego controlado
ou controle de tráfego agrícola. Nos canaviais brasileiros o controle de tráfego agrícola
caracteriza-se pelo aumento da bitola das máquinas para 3,0 m, uso de linhas de cultivo distantes
1,5 m e plantio com piloto automático, o que resulta na proposição do conceito de “canteiro na
cana”. Desta forma, uma área pelo menos de 0,40 m de cada lado da linha da cultura não recebe
contato direto dos rodados, sendo este concentrado no centro das ruas de tráfego agrícola da
cultura (SOUZA et al., 2012).
O controle de tráfego separa zonas de tráfego de zonas de crescimento das plantas, e
concentra a passagem dos pneus em linhas permanentes, com diminuição da área submetida ao
tráfego agrícola (ROQUE et al., 2011). Para TOLEDO et al. (2010) as operações agrícolas
5
mecanizadas devem ser planejadas de forma racional, a fim de que haja aumento da
rentabilidade operacional no campo, e consequentemente, financeira. Neste sentido, HUNT
(1995) relata que pequenas melhorias no gerenciamento das máquinas podem trazer maior
retorno do que grandes economias em outros custos de produção.
Neste sentido a utilização da técnica de canteirização em canaviais surge como uma
alternativa para o controle de tráfego na cultura com ou sem uso do piloto automático. Neste
caso, o preparo do solo é realizado em canteiros e o cultivo em faixas. Essa técnica consiste em
subsolar, aplicar e incorporar adubos e corretivos, enleirar a palha, e quebrar os torrões em
cinco operações conjugadas simultaneamente, somente nas linhas de plantio (canteiro),
mantendo as entrelinhas imobilizadas, minimizando os efeitos adversos da mecanização
agrícola, pois separa as zonas de tráfego daquelas em que há crescimento das plantas e
concentra a passagem de pneus em linhas delimitadas (MARASCA, 2014).
Desse modo, uma menor área é submetida ao tráfego agrícola, embora mais
intensamente (TREIN et al., 2005). Esta é uma prática recente no Brasil, mas bastante difundida
na Austrália, que tem como objetivo reduzir o impacto da compactação do solo sobre a
produtividade das culturas (TULLBERG, 1997).
Esta tecnologia já está sendo utilizada em extensas áreas de cultivo de cana-de-açúcar,
e tem permitido a redução do custo operacional com o preparo do solo em 30%, uma vez que,
comparativamente ao sistema convencional a passagem do equipamento se dá em uma única
vez, podendo proporcionar incrementos acima de 20% na produtividade, além da melhoria na
conservação de solo e melhor controle de plantas daninhas (MAFES AGROMECÂNICA,
2014). Com esta técnica, a cana-de-açúcar pode também ser plantada em linha dupla, com
espaçamento de até 1,8 m (ROSSETTO et al., 2008).
Em uma avaliação do efeito da posição do tráfego na colheita de cana-de-açúcar,
BRAUNACK et al. (2006) verificaram redução da compactação e aumento da produtividade
da cultura em áreas com controle de tráfego. Os benefícios resultantes da menor compactação
podem atingir também a produtividade e o ganho econômico do produtor.
Para SOUZA et al. (2014) o tráfego agrícola em faixas, utilizando o espaçamento de 1,5
m permite melhorias na estrutura física do solo e redução no consumo de combustível, pois
uma maior área de solo não será compactada e apresentará menor resistência à ruptura do solo
na passagem de implementos de mobilização, bem como melhoria no potencial de tração do
solo (relação pneu-solo), o que aumenta o rendimento da tração consequente do tráfego do
maquinário em solo mais firme (linhas de tráfego).
6
Os sistemas de preparo do solo devem oferecer condições favoráveis ao crescimento e
desenvolvimento das culturas. No entanto, dependendo do solo, do clima, da cultura e de seu
manejo, eles podem alterar substancialmente a estrutura dos solos, promovendo a degradação
da qualidade física e modificando as condições que determinam o ambiente de crescimento
radicular (KLUTE, 1982).
A diversificação dos sistemas de manejo é complexa, visto que as operações variam no
tempo e no espaço e de região para região. Em virtude de tal complexidade surge a necessidade
de se quantificar e qualificar as condições estruturais do solo. Desta forma, é possível a obtenção
de informações sobre a eficácia do manejo do solo e sua influência na produtividade da cultura
agrícola, buscando a minimização dos efeitos da degradação da sua estrutura, os quais podem
comprometer o desenvolvimento do sistema radicular das plantas (TAVARES FILHO et al.,
1999; MARASCA, 2014).
2.2 Natureza e Propriedades Físico-Hídricas do Solo
O entendimento das propriedades do solo é fundamental tendo em vista a necessidade
de adoção de estratégias para um manejo adequado dos diversos sistemas de produção (SANS,
2000). A qualidade físico-estrutural é sempre almejada para que o solo funcione
adequadamente. Portanto, essa qualidade pode ser avaliada considerando-se a capacidade do
solo em proporcionar ao sistema radicular condições físicas adequadas para ao seu crescimento
e desenvolvimento para proporcionar atividade biológica, adequada estabilidade estrutural,
retenção de água, difusão de oxigênio, disponibilidade de nutrientes entre outros
(CASALINHO et al., 2007; TORMENA et al., 1998).
A distribuição dos poros do solo pode ser alterada pelas práticas de manejo,
influenciando a produtividade das culturas, principalmente nas camadas superficiais. A
quantificação e a compreensão do impacto dessas práticas sobre a qualidade física do solo são
fundamentais no desenvolvimento de sistemas agrícolas sustentáveis (DEXTER & YOUNGS,
1992). A relação entre a estrutura do solo e a produtividade das culturas ainda é pouco
compreendida, considerando as dificuldades em quantificar os vários atributos físicos do solo
que são ligados à estrutura do meio poroso. A variabilidade espacial e temporal da estrutura é
um dos fatores que dificultam essa quantificação (DEXTER, 1988). Além disso, alguns
atributos físicos do solo variam conjuntamente (TORMENA et al., 1998).
7
Nessa perspectiva, DORAN et al. (1996) afirmam que é fundamental a seleção de um
conjunto mínimo de indicadores que apresentem facilidade de avaliação, aplicabilidade em
diferentes escalas, capacidade de integração, adequação ao nível de análise da pesquisa,
utilização no maior número possível de situações, sensibilidade às variações de manejo e clima
e possibilidade de medições por métodos quantitativos e/ou qualitativos.
Comumente, são utilizados como indicadores do solo de ordem física, química e
estrutural: densidade do solo (CANARACHE et al., 2000), diâmetro médio geométrico e
ponderado de agregados, porosidade do solo (SILVA et al., 2005), intervalo hídrico ótimo
(TORMENA et al., 1998), água disponível (CAVALIERI et al., 2011) e matéria orgânica
(REYNOLDS et al., 2007). Vale ressaltar, ainda, que atributos mecânicos do solo que avaliam
a compactação, como, por exemplo, a pressão de preconsolidação e resistência à penetração
(KELLER et al., 2011) são necessários em estudos desta natureza.
As propriedades físicas do solo na zona radicular, que estão relacionadas com a estrutura
do solo, são determinadas pela disponibilidade de água, pela aeração, pela temperatura e pela
resistência que a matriz do solo oferece à penetração das raízes (TORMENA et al., 2007).
Valores limites dessas propriedades em relação ao crescimento das plantas têm sido
documentados na literatura. COCKROFT & OLSSON (1997) definem uma porosidade de
aeração mínima de 0,10 m³ m-3, para que a difusão de oxigênio atenda à demanda do sistema
radicular, pois a deficiência de aeração dificulta a infiltração de água no solo, o que pode refletir
na maior resistência a penetração.
Para BRADY (1989) a aeração do solo está intimamente relacionada ao volume total de
poros, porosidade ou espaço poroso de um solo, que é a porção volumétrica do solo ocupado
por ar e água. O tamanho deste espaço de poros é em grande parte, consequência da arrumação
das partículas sólidas. O estudo dos poros é realizado baseado no diâmetro dos poros,
diferenciando-os em macro e microporos do solo, onde o primeiro permite o movimento livre
de ar e percolação de água e o segundo é responsável pela retenção de água, sendo que a
estrutura e a textura do solo são responsáveis diretos pela porosidade do solo, bem como outros
atributos.
Vários trabalhos mostram que o manejo inadequado e o tempo de cultivo contínuo
afetam a porosidade do solo e, em particular, a sua macroporosidade. SILVA & FERNANDES
(2014) e GONÇALVES et al. (2014), estudando o efeito de vários anos de cultivo convencional
com cana-de-açúcar, verificaram que, nos solos com maior tempo de cultivo, a porosidade e,
em maior evidência, a macroporosidade diminuíram.
8
Nota-se em diversas pesquisas (SEVERIANO et al., 2009; SOUZA et al., 2008; SILVA
et al., 2005; CEDDIA et al., 1999) que com frequência se tem detectado altos níveis de
degradação dos solos cultivados com cana-de-açúcar no que diz respeito ao rearranjamento da
estrutura do solo. Em decorrência das técnicas de cultivo empregadas pelos agricultores e
empresas do ramo sucroalcooleiro, há o surgimento de camadas compactadas os quais alteram
a distribuição dos poros do solo, podendo refletir na densidade do mesmo, alterando os fluxos
de água e ar do solo (SILVA & RIBEIRO, 1997).
Trabalhos científicos relatam a perda da estrutura original dos solos pelo fracionamento
dos agregados maiores em unidades menores, havendo, como consequência, diminuição de
macroporos e aumento de microporos e da densidade de solos submetidos a cultivos intensos
(CARPENEDO & MIELNICZUK, 1990).
Estudando atributos físicos em três profundidades de um Latossolo Vermelho-Amarelo
e um Cambissolo Háplico, cultivados com cana-de-açúcar, no município de Goianésia-MG
SEVERIANO et al. (2009) observaram que o tráfego de máquinas para o transporte das mudas
durante a implantação do canavial promoveu compactação superficial, sendo visualizada pelo
incremento na densidade do solo e redução da porosidade na camada de 0,1 a 0,15 m. CERRI
et al. (1991) também verificaram aumentos de densidade de Latossolos em Piracicaba-SP
cultivados com cana-de-açúcar, associando a compactação do solo ao tráfego de máquinas nas
atividades agrícolas.
Em um Latossolo Vermelho eutroférrico argiloso em sistemas de manejo da cana-de-
açúcar SOUZA et al. (2008) notaram que a densidade do solo aumentou na ordem: cana crua
com colheita mecanizada, seguida de transbordo > queimada com corte manual > mata nativa
até a profundidade de 0,4 m. Outros autores afirmaram que, com a modernização da agricultura,
o peso das máquinas e equipamentos e a intensidade de uso do solo têm aumentado, processo
esse que não foi acompanhado por um aumento proporcional do tamanho e da largura dos
pneus, resultando em maior risco à compactação do solo e redução da produtividade das
culturas.
Outros indicadores de qualidade física do solo foram propostos por REYNOLDS et al.
(2002) como a porosidade no domínio dos macroporos equivalente aos poros de diâmetros
superiores a 300 μm e a capacidade de campo relativa, equivalente ao conteúdo de água do solo
retido no potencial mátrico na capacidade de campo (CC), determinada no potencial mátrico de
-10 kPa, e a porosidade total do solo (Pt). A porosidade no domínio dos macroporos distingue
as funções de armazenamento e transmissão de água e ar e, a capacidade de campo relativa, um
9
índice adimensional, está relacionado ao “status” da água e da aeração da matriz porosa quanto
às condições disponibilizadas no solo para a produção microbiana de nitrato.
Na avaliação de diferentes indicadores, REYNOLDS et al. (2002) não verificaram
diferenças consistentes entre sistemas de manejo de solo em plantio direto e convencional em
solos de clima temperado. Os indicadores de qualidade do solo preconizados por REYNOLDS
et al. (2002) e FRANZLUEBBERS (2002) foram quantificados em solos de clima temperado e
foram pouco utilizados na avaliação da qualidade física em solos tropicais e subtropicais
brasileiros (FIDALSKI et al., 2007; FIDALSKI et al., 2008).
Visto que a estrutura do solo pode ser descrita através da forma estrutural, do arranjo
heterogêneo de poros e sólidos, da estabilidade e capacidade de resistência estrutural (KAY &
ANGERS 2001), a qualidade estrutural do solo pode ser ainda determinada por meio de
avaliações visual e táctil, em termos de tamanho, forma e porosidade de unidades individuais
de estrutura (agregados) realizadas e concluídas diretamente no campo (BATEY &
MCKENZIE, 2006; BALL et al., 2007). Essas avaliações são, normalmente, expeditas e de
baixo custo, o que não limita a diagnose de problemas físicos do solo (GIAROLLA et al., 2009).
No entanto, é uma técnica ainda pouco explorada pela comunidade científica.
O método denominado Avaliação Visual da Qualidade da Estrutura do Solo de BALL
et al. (2007) tem permitido distinguir, com simplicidade e agilidade, camadas de solo com
diferenças estruturais. Essas avaliações são de grande valor para auxiliar pesquisadores e
agricultores na tomada de decisões de manejo do solo no campo com base em medições
pontuais de qualidade estrutural do solo.
Este método baseia-se na aparência, na resistência e estrutura de um bloco de solo
escavado com uma pá. Segundo os autores a escala de classificação da estrutura do solo vai de
Ev=1 (melhor estrutura) à Ev=5 (pior estrutura), sendo que esta escala foi definida com base no
sistema de classificação da capacidade de uso e aptidão agrícola das terras (BALL et al., 2007).
Em campo a metodologia é dividida em três etapas correspondentes a extração do bloco,
a análise e a pontuação do solo. O bloco é dividido e alguns dos agregados resultantes são
desfeitos para comparação com uma chave visual, que inclui fotografias de amostras típicas. A
pontuação é confirmada por conta da facilidade de extração de blocos, forma e tamanho dos
agregados, distribuição de raízes e presença de quaisquer zonas anaeróbicas. De acordo com a
proposta de BALL et al. (2007) os sistemas com escores entre 1 e 3 indicam condições
aceitáveis de manejo e qualidade física do solo.
A aplicabilidade da metodologia de avaliação visual da estrutura do solo foi comprovada
por GIAROLA et al. (2009) que identificaram a exequibilidade desta na avaliação em camadas
10
de solo com diferenças estruturais, principalmente quando estavam presentes plantas com
sistema radicular ativo em sistemas de integração lavoura-pecuária. Os autores observaram a
presença de uma camada superficial composta por agregados de pequeno tamanho e ocupados
por muitas raízes.
Além dos atributos estruturais do solo, os estudos que envolvem o fator água no solo
são essenciais para que se compreendam alguns fenômenos que nele ocorrem. O conteúdo de
água retido no solo em determinada tensão é característica específica de cada solo e é resultado
da ação conjunta e complexa de vários fatores (REICHARDT, 1987).
Neste contexto, a curva de retenção de água no solo (CRA) tem sido utilizada para
descrever a dinâmica da água no solo (van GENUCHTEN, 1980; DEXTER & BIRD, 2001).
Essa curva representa graficamente a relação entre a energia de retenção de água (potencial
mátrico, em escala logarítmica) e o conteúdo de água correspondente, o qual é dependente da
ação conjunta dos atributos do solo que envolvem a estrutura e distribuição dos poros, e de
características intrínsecas como mineralogia e matéria orgânica (GUPTA & LARSON, 1979;
BEUTLER et al., 2002).
A geometria e a distribuição de poros por tamanho controlam a transmissão e o
armazenamento da água no solo, como também estabelecem a aeração e o espaço adequado
para o crescimento radicular. A manutenção da qualidade física do solo para o crescimento das
plantas depende da distribuição adequada de poros por tamanho, quantificada de maneira
simples pela CRA (SILVA et al., 2010).
Em altos potenciais mátricos a retenção de água é influenciada por poros estruturais
(macroporos) (RAWLS et al., 1991). Já em baixos potenciais mátricos, a retenção é
influenciada por poros texturais (microporos) cuja formação depende da composição
granulométrica e da mineralogia do solo (LARSON & GUPTA, 1980).
A faixa de água de interesse no solo corresponde ao intervalo compreendido entre a
capacidade de campo (CC) e o ponto de murcha permanente (PMP) e foi convencionalmente
denominado de água disponível para as plantas (OLIVEIRA et al., 2004). VIEHMEYER &
HENDRICKSON (1927) tomaram como água disponível (AD) para as plantas na zona radicular
a quantidade de água existente entre a CC e o PMP, correspondentes aos potenciais da água no
solo de -10 kPa (CC) e -1500 kPa (PMP), respectivamente.
Na descrição do comportamento físico-hídrico de solos nessas condições, o modelo de
ajuste proposto por van GENUCHTEN (1980) tem sido adotado e permite relacionar, com alto
poder de predição, a energia de retenção e disponibilidade hídrica (DEXTER, 2004a). A
equação matemática é caracterizada por apresentar duas assíntotas, relacionadas com os
11
conteúdos de água no solo correspondentes à saturação (θsat) e ao conteúdo residual (θres), e
um ponto de inflexão entre os platôs, o qual é dependente dos atributos do solo, sendo a sua
forma e inclinação reguladas por parâmetros empíricos de ajuste do modelo (“α”, “n” e “m”).
Dentre os índices desenvolvidos que expressam a qualidade física do solo e que
integram parte da curva de retenção de água, está o Índice S. O Índice S, proposto por DEXTER
(2004a) é definido como o valor absoluto da declividade da curva característica de retenção da
água do solo em seu ponto de inflexão e representa a distribuição do tamanho de poros de maior
frequência, tornando possível a comparação direta de diferentes solos e dos efeitos de diferentes
práticas de manejo na qualidade física do solo. O índice S reflete diretamente muito dos
principais atributos físicos do solo pois, a declividade S da curva de retenção da água do solo
no ponto de inflexão é devida, principalmente, aos poros estruturais (microfendas, fendas e
bioporos) e macroestruturas produzidas pelo preparo do solo (ANDRADE & STONE, 2009).
O exame das CRA relatados na literatura mostra que a degradação física do solo conduz
a uma mudança no formato das curvas. Quando o valor do conteúdo de água na saturação (θsat)
torna-se menor, a inclinação da curva de retenção no ponto de inflexão (Índice S), torna-se
também menor. Uma baixa inclinação corresponde ao solo desestruturado, enquanto uma
inclinação elevada corresponde ao solo que é estruturado e que possui muitos poros de
diferentes tamanhos (SILVA et al., 2010).
Para classificar a qualidade física do solo DEXTER (2004a) propõe valores indicativos
para o Índice S. O limite entre solos com boa e pobre qualidade estrutural ocorre no valor
aproximado de S = 0,035. Valores de S < 0,020 estão claramente associados às más condições
físicas do solo.
2.3 Compactação e Comportamento Compressivo dos Solos Cultivados
O termo compactação, segundo GUPTA et al. (1989) e GUPTA & ALLMARAS (1987),
refere-se à compressão do solo não saturado quando submetido à determinada pressão,
ocasionando redução de seu volume e, consequente, aumento de densidade. Conforme esses
autores, a facilidade com que o solo não saturado decresce de volume, quando sujeito a
pressões, é chamada compressibilidade, a qual é uma função de fatores externos e internos
(LEBERT & HORN, 1991). Os fatores externos são o tipo, a intensidade e a frequência da carga
aplicada, enquanto os fatores internos são aqueles que influenciam a história de tensão (DIAS
12
JUNIOR, 1994), umidade do solo (SILVA et al., 1999), textura (MCBRIDE & LOOSSE, 1996)
e densidade inicial do solo (KONDO & DIAS JUNIOR, 1999).
Em solos utilizados na agricultura, a pressão imposta por veículos e implementos
agrícolas tem sido enfatizada na literatura como a principal causa da compactação (MARSILI
et al., 1998). Segundo HAKANSSON (1990), os fatores externos, relacionados com as
máquinas agrícolas, tais como: elevada carga por eixo, pequena largura do pneu e alta pressão
de inflação do pneu, têm aumentado a compactação do solo. A sequência de atividades com
máquinas e o revolvimento do solo no preparo para o cultivo também constituem fatores que
têm aumentado a compactação dos solos agrícolas (CAMARGO & ALLEONI, 1997).
Estudos desenvolvidos por DIAS JUNIOR & PIERCE (1996) e KONDO & DIAS
JUNIOR (1999) revelam que a consistência do solo é que governa a magnitude da deformação.
A consistência do solo é definida como as manifestações das forças de coesão e adesão atuando
sobre a massa de solo (BAVER et al., 1972). Essas manifestações, segundo LARSON &
GUPTA (1980), influem em propriedades como dureza, friabilidade, plasticidade e
pegajosidade, podendo indicar a tendência do solo em aderir a outros corpos como, por
exemplo, às máquinas e equipamentos agrícolas. GONTIJO et al. (2011) publicaram resultados
que evidenciam que a pressão de preconsolidação é inversamente proporcional ao conteúdo de
água no solo. Assim, o conhecimento dos limites e dos estados de consistência do solo são de
grande valia na tomada de decisões como, por exemplo, sobre a condição de umidade ideal do
solo para operações agrícolas.
O solo quando seco eleva sua capacidade de suporte de carga, podendo ser suficiente
para suportar as pressões aplicadas, tornando a compactação não significativa (ASSIS &
LANÇAS, 2005). Entretanto, em condições de elevada umidade, o solo torna-se susceptível à
compactação devido à sua baixa capacidade de suporte de carga. Contudo, KONDO & DIAS
JUNIOR (1999) advertem que, caso sejam aplicadas ao solo pressões maiores do que a sua
capacidade de suporte de carga, a compactação ocorre, mesmo que o tráfego se dê na zona de
friabilidade, considerada como a região ideal de preparo do solo.
Os efeitos da compactação do solo também podem ser observados na planta. Na planta,
como consequência da compactação, verifica-se baixa emergência, variação na altura das
plantas, folhas amarelecidas, sistema radicular pouco profundo e raízes malformadas. No solo,
é constatada a presença de crostas, aparecimento de trincas nos sulcos de rodagem do trator,
zonas endurecidas abaixo da superfície do solo, empoçamento de água e a necessidade de maior
potência das máquinas de cultivo (GILL & VANDEN BERG, 1967).
13
As modificações importantes nas propriedades físicas do solo em decorrência da
compactação são o aumento da densidade e resistência à penetração radicular, diminuição do
tamanho dos poros, aeração e da condutividade hidráulica, resultando em alterações na
disponibilidade e fluxo de água, calor e nutrientes (KLEIN & LIBARDI, 2002). A compactação
promove um rearranjamento das partículas na matriz do solo, resultando em modificações na
forma e na continuidade dos poros do solo e na degradação da sua estrutura (PIRES et al., 2012).
As modificações nestas propriedades do solo podem limitar o desenvolvimento do sistema
radicular, bem como aumentar o escoamento superficial, aumentando a erosão (GUPTA et al.,
1989).
Para BRAUNBECK & OLIVEIRA (2006) o monitoramento da compactação do solo
através do comportamento compressivo dos mesmos é de fundamental importância, do ponto
de vista físico, para a manutenção da longevidade dos canaviais. Controlar os níveis de pressão
aplicados pelo maquinário ou definir estratégias de manejo baseadas na predição dos impactos
das operações sobre a estrutura do solo, visando auxiliar a tomada de decisões em torno do
momento adequado à realização das operações mecanizadas, reduz os efeitos prejudiciais à
estrutura do solo quando submetido aos carregamos externos (SOUZA et al., 2014; PACHECO
& CANTALICE, 2011; SEVERIANO et al., 2010; LIMA et al., 2006).
Na predição da capacidade de suporte de carga do solo, a pressão de preconsolidação
tem sido muito utilizada em ensaios de compressibilidade (NEIVA JÚNIOR et al., 2015;
SOUZA et al., 2014; GOULART, 2012; SEVERIANO et al., 2010). Esse atributo quantifica a
história de pressões que o solo já sofreu e representa a máxima pressão a ser aplicada no solo
antes que a compactação adicional ocorra (DIAS JUNIOR & PIERCE, 1996).
O ensaio de compressibilidade, conforme DIAS JUNIOR & PIERCE (1995), consiste
na aplicação de pressões sucessivas e contínuas, previamente estabelecidas, a uma amostra
indeformada de solo na condição parcialmente saturada. Este ensaio permite a obtenção da
curva de compressão do solo, que representa graficamente a relação entre o logaritmo da
pressão aplicada e a densidade do solo.
A partir da curva de compressão, determina-se a pressão de preconsolidação (p) como
uma alternativa para medir a capacidade de suporte de carga de solos parcialmente saturados
(DIAS JUNIOR, 1994), o que pode ser feito por vários métodos. Os mais utilizados do Brasil
são o método gráfico, proposto por CASAGRANDE (1936) e o método proposto por DIAS
JUNIOR & PIERCE (1995), o qual utiliza uma planilha eletrônica.
O método gráfico de CASAGRANDE (1936) é baseado na escolha do ponto de raio
mínimo ou de máxima curvatura da curva de compressão do solo. Entretanto, alguns autores
14
têm verificado que à medida que aumentam as perturbações na amostra indeformada, ou quando
esta é submetida aos ensaios de compressibilidade com alta umidade, torna-se difícil a escolha
do ponto de máxima curvatura, pois as curvas de compressão do solo tendem a ficar lineares
(HOLTZ & KOVACS, 1981; DIAS JUNIOR & PIERCE, 1995).
O método proposto por DIAS JUNIOR & PIERCE (1995) baseia-se em uma planilha
eletrônica para estimar a pressão de preconsolidação, a qual é construída a partir de softwares
(CA LINKER). Segundo DIAS JUNIOR (1996), este método, além de ser confiável, apresenta
repetibilidade, possibilita a sua utilização por outros profissionais da área e reduz
significativamente a probabilidade de erro durante a sua determinação.
A curva de compressão tem sido usada como base para modelar a suscetibilidade do
solo à compactação. A partir dela, pode se determinar ainda o índice de compressão do solo
(m). Este índice é estimado como sendo a inclinação da reta de compressão virgem
(BRADFORD & GUPTA, 1986). Dessa forma, quanto maior a inclinação da reta de
compressão virgem, maior será o seu valor e maior a suscetibilidade do solo à compactação.
Quando este ensaio é realizado em solos que não sofreram pressão prévia, a relação
entre a pressão aplicada e a densidade do solo será linear e qualquer pressão aplicada resultará
em deformações não recuperáveis (DIAS JUNIOR & PIERCE, 1996). Porém, quando estes
ensaios são realizados em solos com um histórico de tensão, as deformações resultantes poderão
ser recuperáveis ou não recuperáveis (GUPTA et al., 1989; LEBERT & HORN, 1991; DIAS
JUNIOR & PIERCE, 1996).
Portanto, o uso da pressão de preconsolidação como um indicador da sustentabilidade
da estrutura do solo se baseia no fato de que a curva de compressão do solo se divide em duas
regiões: uma de deformações elásticas e recuperáveis (portanto, não degradando a estrutura do
solo) e uma região de deformações plásticas e não recuperáveis (região em que ocorre
degradação estrutural) (DIAS JUNIOR & PIERCE, 1996; HOLTZ & KOVACS, 1981).
Para RÖMKENS & MILLER (1971), a σp é amplamente reconhecida por evidenciar a
sustentabilidade de sistemas conservacionistas e por estar relacionada, principalmente, com a
resistência do solo à penetração das raízes, possibilitando conhecer o comportamento
compressivo dos solos. De acordo com esses autores, a pressão de preconsolidação é uma
estimativa da resistência do solo na qual a elongação das raízes cessa, indicando que solos com
valores elevados de pressão de preconsolidação apresentam maior probabilidade de reduzir o
crescimento das raízes.
Segundo LIMA et al. (2006) a estimativa da pressão de preconsolidação obtida a partir
de propriedades físicas facilmente mensuráveis, como a resistência do solo à penetração (RP),
15
representa uma medida útil do estado mecânico do solo para o seu uso, manejo e planejamento
de sistemas conservacionistas do solo. A RP é definida como a resistência do solo à penetração
de uma ponta cônica, sendo expressa como força por unidade de área da base do cone. Esse
índice, normalizado pela ASAE (1983), apresenta grandes variações em função de propriedades
do solo, tais como teor de água, e textura.
São vários os níveis críticos de resistência à penetração do solo adotados na literatura.
EHLERS et al. (1983), NESMITH (1987), MEROTTO JUNIOR & MUNDSTOCK (1999) e
CANARACHE (1990), indicam valores de 1, 2, 3,5 e 5 MPa, respectivamente, como sendo o
limite crítico de resistência do solo à penetração de raízes. SILVA et al. (2002) relatam que o
valor de 2 MPa de resistência à penetração do solo tem sido associado a condições impeditivas
para o crescimento das raízes. CAMARGO & ALLEONI (1997) admitem que quando a
resistência à penetração é menor do que 1,1 MPa não há limitação ao crescimento radicular,
sendo o solo considerado como de muito baixa resistência, enquanto que para valores entre 1,0
e 2,5 MPa, a resistência deve ser considerada baixa, ocorrendo pouca limitação ao crescimento
radicular.
No entanto, DEXTER & WATTS (2000) afirmam que o prejuízo da compactação do
solo às raízes depende da umidade do solo, sendo que em condições de maior umidade pode
haver crescimento radicular em valores de resistência do solo à penetração superiores a 4 MPa.
Assim, embora considerando que há divergências na literatura quanto ao nível crítico de
resistência à penetração, muitos pesquisadores utilizam o valor de 2 MPa como o limite crítico
(TAYLOR et al., 1991).
2.4 Sistema Radicular da Cana-de-Açúcar
Um dos fatores de maior importância na relação planta-água-solo é a arquitetura e
distribuição do sistema radicular, bem como sua dinâmica de crescimento (VASCONCELOS,
2002). Estudos apontam que o potencial produtivo da planta está associado ao desenvolvimento
e a distribuição do sistema radicular da cultura no perfil do solo (SMITH et al., 2005;
VASCONCELOS & GARCIA, 2005; CEZAR et al., 2010). Dessa forma, é de suma
importância compreender a dinâmica do sistema radicular da cana-de-açúcar para o
entendimento de sua parte aérea (VASCONCELOS, et al., 2010).
No entanto, o estudo do sistema radicular tem sido relegado à um plano secundário
devido às variabilidades de condições físicas, químicas e biológicas do solo, que influenciam a
16
distribuição das raízes (OTTO et al., 2009). Essa variabilidade pode levar a resultados não
representativos do desenvolvimento normal do sistema radicular das plantas, tornando a análise
laboriosa (VASCONCELOS et al., 2003).
Segundo CEZAR et al. (2010) o sistema radicular de cana-de-açúcar merece atenção
particular porque é essencial para a regeneração das soqueiras após a colheita. A distribuição e
o volume do sistema radicular no perfil do solo ao longo das estações do ano relacionam-se
com a produtividade final da cultura em função de fatores como a tolerância a seca, capacidade
de brotação, porte da planta (ereto ou decumbente), tolerância a movimentação de máquinas,
eficiência na absorção de nutrientes, tolerância ao ataque de pragas, além dos fatores climáticos
envolvidos como a distribuição de chuvas ou irrigação (PRADO, 2008; VASCONCELOS &
MIRANDA, 2006).
As primeiras raízes originadas após o plantio crescem em cerca de 24 horas (GLOVER,
1967) a partir das reservas dos toletes plantados (ALVAREZ et al., 2000), embora ocorram
diferenças no tempo para a emergência entre variedades. O crescimento das gemas inicia-se
logo em seguida, e os brotos passam a emitir raízes a partir de sua base. Em geral, essas raízes
são mais grossas que as raízes emitidas diretamente dos toletes e ambas têm a função de
absorção de nutrientes para suprir os perfilhos recém-brotados. À medida que os perfilhos vão
crescendo e se tornando colmos, essas raízes passam a ter a função de sustentação
(VASCONCELOS & MIRANDA, 2011).
Outro tipo de raiz de cana-de-açúcar são as denominadas “raízes de cordão” que crescem
no período de estabelecimento da cultura. São raízes emitidas das bases dos perfilhos e dos
rizomas das soqueiras, 5 a 7 dias após o plantio (SMITH et al., 2005). As raízes de cordão
crescem em períodos de elevado desenvolvimento ou de restabelecimento do sistema radicular
(VASCONCELOS & MIRANDA, 2011).
Durante um período de 6 a 15 dias após o plantio, as raízes de sustentação continuam a
se desenvolver e desaparecem aos 60 a 90 dias. As raízes de cordão assumem, portanto, o
suprimento de água e nutrientes para o crescimento da planta (GLOVER, 1967). Com a idade
de 3 meses as raízes de fixação correspondem a menos de 2% da massa seca da raiz
(DILLEWIJIN, 1952).
Após o corte da cana-planta, o sistema radicular antigo mantém-se em atividade por
algum tempo sendo importante para alimentar os rebentos e, durante esse período, é substituído
pelas raízes dos novos perfilhos da soqueira, sendo esse processo lento e gradual (FARONI &
TRIVELIN, 2006). Pelo fato de os perfilhos da soqueira brotarem superficialmente, as raízes
17
da cana-soca são mais sujeitas a condições adversas do solo causadas pelo tráfego
(CASAGRANDE, 1991).
No entanto, o desenvolvimento do sistema radicular é típico a cada espécie, tanto em
quantidade como em arquitetura, havendo crescimento cumulativo do sistema radicular durante
os ciclos da cultura, da cana-planta para as socas sucessivas, sendo a distribuição das raízes no
perfil do solo, bem como sua morte ou renovação são determinadas pela interação solo e meio
ambiente (VASCONCELOS, 2002; FANTE JUNIOR, 1999). Porém, grande parte dos dados
sobre descrições de sistemas radiculares de cana-de-açúcar são baseados em estudos realizados
em dezenas de anos passados, levantando a questão do padrão tradicional de desenvolvimento
do sistema radicular para cultivares modernas e entre cultivares (SMITH et al., 2005).
Em termos gerais, o sistema radicular de cana-de-açúcar pode atingir entre 2 e 6 metros
de profundidade, renova-se quase que integralmente após a colheita e apresenta 63% da
biomassa concentrada nos primeiros 0,3 m de profundidade (SMITH et al., 2005). A
profundidade máxima das raízes de cana, no entanto, não tem sido amplamente estudada pois,
segundo SMITH et al. (2005) a profundidade máxima de amostragem de raízes em pesquisas
recentes é normalmente restrita a 1,5 a 2,0 m. FARONI (2004) verificou que 6 meses após o
plantio o sistema radicular ultrapassava 2,1 m, estando bem distribuído em todas as camadas
do solo, embora diminuísse, gradativamente, com a profundidade.
Vários trabalhos abordaram a distribuição do sistema radicular de cana-de-açúcar no
perfil do solo. INFORZATO & ALVAREZ (1957) obtiveram resultados demonstrativos de que
a distribuição do sistema radicular apresentou-se de maneira homogênea, nas camadas
superficiais do solo, sendo que 61% situavam-se nos primeiros 0,3 m. Segundo os autores a
variação na distribuição relativa das raízes nas primeiras camadas deve-se principalmente à
variação da umidade do solo. Resultados semelhantes foram observados mais recentemente por
BARBOSA (2015). Já BALL-COELHO et al. (1992) encontraram 63% da matéria seca total
de raízes nos primeiros 0,5 m de profundidade, com 38-48 % das raízes vivas nos 0,3 m iniciais.
Esses autores mostraram também que, quanto mais próximo da touceira, maior a massa de
raízes. Esse padrão é mais marcante nas camadas superiores do solo, mas não existe abaixo de
1,0 m.
Embora sejam descritas características típicas do sistema radicular da cana-de-açúcar,
são observadas variações em função de respostas da planta a algum estresse físico-hídrico do
solo (SMITH et al., 2005). Alguns autores constataram que o crescimento do sistema radicular
das culturas responde fortemente ao ambiente edáfico (SOUZA et al., 2014; BARBOSA, 2015;
VALADÃO et al., 2015). Variações das condições físicas do solo (densidade, porosidade,
18
resistência à penetração) proporcionam um desenvolvimento do sistema radicular em distintas
formas e tamanhos (BENGOUGH et al., 2011).
A alta resistência à penetração das raízes é uma das causas de crescimento radicular
reduzido observado por MONTEITH & BANATH (1965) e OTTO et al. (2011). Sob tais
condições, há o engrossamento das raízes e pouca ramificação, além de um crescimento mais
lento (GLOVER, 1967). Em solo muito argiloso, mal estruturado, ABOYAMI (1989) descobriu
que o tamanho do sistema radicular da cana-de-açúcar é significativamente inferior (17% de
massa seca de raiz aos 10 meses) comparado a solos arenosos (59% de massa seca de raiz) em
função da alta resistência do solo quando seco.
Avaliando o sistema radicular da cana-de-açúcar através da técnica do boundary line
BARBOSA (2015) observou diminuição dos valores de densidade radicular com o aumento da
densidade do solo e resistência à penetração. A mobilização do solo ocasionada pelo sistema
de preparo convencional do solo contribuiu para o desenvolvimento radicular, evidenciado
pelos maiores valores de densidade radicular e massa seca de raízes quando comparado ao
plantio direto (BARBOSA, 2015).
Segundo KORNDÖRFER et al. (1989) e SMITH et al. (2005) quanto maior o sistema
radicular de uma planta maior será a sua capacidade para explorar o solo e, consequentemente,
de aproveitar os nutrientes e a água disponível. EVANS (1964) revisou observações sobre
ramificação de raízes de cana e verificou que a ramificação aumenta em resposta ao aumento
da disponibilidade de nutrientes.
Parâmetros métricos de raízes são afetados pela distribuição e disponibilidade de água
no solo, causando diferenças na capacidade de as culturas explorarem os recursos mais
profundos do solo (SMITH et al., 2005). CURY (2013) notou maior biomassa radicular em
época de máximo excedente hídrico. Para LACLAU & LACLAU (2009) o desenvolvimento
radicular da cana na camada superficial do solo em resposta às mudanças no conteúdo de água
é bem documentado pela literatura, sendo a densidade máxima de raízes um parâmetro
importante para o componente de balanço hídrico.
Em estudo do sistema radicular da cana-de-açúcar irrigada e de sequeiro LACLAU &
LACLAU (2009) observaram que a distribuição de raízes de cana foi modificada pela irrigação
nas camadas superficiais do solo. Os períodos de seca levaram a um acentuado aumento da
densidade de raízes na camada de 0,6 – 1,0 m para o cultivo de sequeiro, simultaneamente com
a morte de raízes superficiais. Para o tratamento irrigado com oferta de 910 mm de água a
distribuição das raízes não foi significativamente modificada. O impacto sobre a profundidade
19
máxima atingida pelas raízes foi de 4,2 e 4,7 m para a safra irrigada e para o cultivo de sequeiro,
respectivamente.
De acordo com FANTE JUNIOR (1999) a avaliação do sistema radicular de uma cultura
pode ser considerada fundamental no diagnóstico de sistemas de manejo que visam a
otimização das produtividades agrícolas, sendo que a distribuição das raízes no solo é resultante
de uma série de processos complexos e dinâmicos, que incluem as interações entre ambiente, o
solo e as plantas em pleno crescimento.
Segundo KOPKE (1981) estudos sobre o crescimento radicular devem ser feitos a partir
da avaliação das características das raízes, como massa, comprimento e área, no tempo e no
espaço, em conjunto com os fatores que influenciam a distribuição do sistema radicular, como
densidade e porosidade do solo, água e ar disponíveis no solo, nutrientes e pH, dentre outros.
Em estudos de raízes e suas interações com o solo (interface solo-raiz), a metodologia de
quantificação é um fator limitante.
São vários os métodos de se avaliar raízes, (escavação, monólito, trado, perfil, paredes
de vidro, dentre outras) mas, segundo VASCONCELOS (2002), a forma perfeita de avaliar
raízes não existe, pois, a adequação de um método para o estudo do sistema radicular depende
da condição “in situ”. Os resultados podem variar de acordo com a cultura ou variedade
estudada e o seu manejo, o tipo de solo e suas condições físico-químicas e, principalmente, os
cuidados e uniformidade de procedimentos da equipe operacional.
O método do perfil ou trincheira, descrito inicialmente por BÖHM (1979) consiste em
abrir uma trincheira ao lado da planta e homogeneizar a parede da trincheira de modo a expor
as raízes que podem ser contadas e registradas através de imagens para avaliar sua distribuição.
Já o método da sonda as amostragens são realizadas próximas às plantas em profundidades
previamente determinadas. Com o uso da sonda torna-se possível a obtenção do volume da
massa e da distribuição das raízes onde as amostras são coletadas (VASCONCELOS et al.,
2003).
Os métodos de amostragem de raízes podem ser aliados à obtenção de imagens
analisadas por softwares. O SAFIRA – Sistema de Análises de Fibras e Raízes (JORGE &
RODRIGES, 2008) permite verificar a configuração do sistema radicular das culturas com o
objetivo de possibilitar medidas de área superficial, volume e comprimento das fibras de raízes,
por classes de diâmetros. Estes métodos podem ser considerados um avanço nas técnicas de
estudo do sistema radicular obtendo-se medidas consideradas impraticáveis avaliando-se de
forma convencional (ANDRADE, 2011).
20
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Localização e Caracterização da Área Experimental
O estudo de campo foi realizado no município de Piracicaba-SP, em área do Polo
Regional do Centro Sul da APTA, situada entre as coordenadas 22º41'04" Sul e 47º38'52" Oeste
a 550 m de altitude.
A área experimental de 3,5 hectares foi dividida em três glebas, sendo duas glebas com
aproximadamente 0,70 ha cada, com 120 m de comprimento e 50 m de largura (Figura 1),
caracterizadas pelos tipos de preparo do solo: Preparo Profundo Canteirizado (PPC) e Preparo
Convencional (PC) e uma área de referência com aproximadamente 0,5 hectares composta por
vegetação de bambu.
Figura 1 - Área de estudo, na estação experimental do Polo Centro Sul da Agência Paulista de
Tecnologia dos Agronegócios, no município de Piracicaba, SP.
O clima da região é tropical de altitude, Cwa segundo Köppen, com temperatura e
pluviosidade média anual de 24 °C e 1.273 mm, respectivamente. Os verões são quentes e
úmidos e invernos são de temperaturas amenas e com baixa pluviosidade. Na Figura 2 constam
as precipitações e temperaturas médias mensais de julho de 2013 a dezembro de 2014, período
em que o experimento foi conduzido para fins de trabalho de dissertação.
21
Figura 2 - Precipitação e temperaturas médias do período de condução do experimento
(CIIAGRO, 2015).
O solo da área experimental foi classificado como Nitossolo Vermelho Eutrófico
latossólico, A moderado, textura argilosa (Anexo 1). Na Tabela 1 encontra-se a caracterização
granulométrica do solo da área experimental.
Tabela 1 - Caracterização granulométrica das camadas do Nitossolo Vermelho Eutrófico
latossólico localizado no APTA em Piracicaba/SP.
Camadas (m)
Frações granulométricas
Areia Silte Argila Textura
Grossa Fina Total
----------------------g kg-1 ---------------------
0,0-0,2 164 284 448 127 425 Argilosa
0,2-0,4 104 217 321 102 577 Argilosa
0,4-0,6 88 202 290 89 621 Muito argilosa
0,6-0,8 97 188 285 95 620 Muito argilosa
0,8-1,0 95 210 305 97 598 Argilosa
0
5
10
15
20
25
30
0
50
100
150
200
250
jul/
13
ago/1
3
set/
13
out/
13
nov/1
3
dez
/13
jan/1
4
fev/1
4
mar
/14
abr/
14
mai
/14
jun/1
4
jul/
14
ago/1
4
set/
14
out/
14
nov/1
4
dez
/14
Tem
per
atu
ra m
édia
men
sal
( C
)
Pre
cip
ita
ção
méd
ia m
ensa
l (m
m)
Precipitação Temperatura média
22
3.2 Tratamentos
Tratamento 1: Preparo Profundo Canteirizado (PPC) - O preparo dos canteiros (linha de
plantio) foi realizado utilizando-se o canteirizador com haste profunda 15 dias antes do plantio,
na ocasião aplicou-se 2 t.ha-1 de calcário a 0,4 m de profundidade e 0,8 t.ha-1 de calcário a 0,8
m de profundidade.
Tratamento 2: Preparo Convencional (PC) - 1 dia antes do plantio foi realizada a
aplicação de 2 t.ha-1 de calcário com grade superficial e no dia do plantio aplicou-se 0,8 t.ha-1
de gesso, incorporado com grade leve, antes da sulcação.
Área de referência: Para modelagem da capacidade de suporte de carga do solo e para a
análise visual da estrutura do solo foi tomada como referência uma área não mobilizada (NM),
também sob Nitossolo Vermelho eutrófico latossólico, sem histórico de acúmulo de pressões,
composta por vegetação de bambu.
3.2.1 Preparo profundo canteirizado (PPC)
O preparo profundo do solo foi realizado em 15/07/2013 com canteirizador com haste
profunda da marca Mafes Agromecânica. O equipamento é constituído por componentes que
permite realizar, simultaneamente, subsolagem, quebra dos torrões, enleiramento da palha,
aplicação de corretivo e adubos, com opção da profundidade de aplicação (0,4 e 0,8 m). Assim,
o revolvimento superficial do solo (0,0-0,4 m) é realizado com enxada rotativa e a subsolagem
profunda atinge 0,8 m, formando os canteiros para plantio.
O equipamento apresenta sistema de engate na barra de tração do trator, tendo 18 kN de
peso, altura total de 3,0 m, largura total de 3,7 m e largura de trabalho de 1,2 m (Figura 3). O
sistema de aplicação de corretivos e adubo apresenta capacidade de carga de 2 kN com sistema
de distribuição por esteira. A enxada rotativa possui 16 facas, que trabalham a uma
profundidade de 0,3 a 0,4 m e caixa de transmissão centralizada com rotação de 540 rpm na
Tomada de Potência (TDP). O trator utilizado para as operações de preparo do solo foi o New
Holand T8 com 270 cv de potência no motor.
23
Figura 3 - Equipamento utilizado para construção dos canteiros no preparo profundo do solo.
Fonte: MAFES AGROMECÂNICA (2014).
3.2.2 Preparo convencional (PC)
O preparo do solo foi realizado em área total em 24/06/2013 utilizando a grade aradora
da marca Tatu com 20 discos de 24 polegadas para incorporação do corretivo (calcário) e grade
niveladora para quebra dos torrões. Ambas tracionadas por um trator Massey Ferguson 292
traçado. A profundidade de operação variou entre 0,2 e 0,3 m.
3.3 Variedade da Cana-de-Açúcar e Espaçamento
O experimento foi conduzido utilizando-se a variedade IACSP95-5000, plantadas de
29/07 a 02/08/2013 em espaçamento duplo de 0,9 m por 1,5 m. Essa variedade é caracterizada
pela alta produção agrícola quando cultivada em ambientes favoráveis, de porte muito ereto,
possuí bom teor de sacarose e ótima brotação da soqueira, apresentando bom perfilhamento e
fechamento de entrelinhas, não apresentando tombamento e florescimento, e ainda
apresentando resistência as principais doenças. É apta ao plantio e colheita mecanizada, sendo
esta, em geral, realizada entre junho e outubro.
24
3.4 Delineamento Experimental e Análise Estatística
O experimento foi realizado em delineamento inteiramente casualizado (DIC) disposto
em um esquema fatorial do tipo 2 x 2 x 5, sendo 2 tratamentos (Preparo Profundo Canteirizado
– PPC e Preparo Convencional - PC), 2 locais de amostragem (canteiro e rua de tráfego agrícola)
e 5 camadas de solo (0,0-0,2, 0,2-0,4, 0,4-0,6, 0,6-0,8 e 0,8-1,0 m) com 4 repetições,
contabilizando 80 unidades experimentais.
3.5 Tratos Culturais na Área Experimental
O calcário, como corretivo, foi aplicado em faixas localizadas, dentro dos canteiros no
Preparo Profundo Canteirizado (PPC) e em área total no Preparo Convencional (PC). As
dosagens e profundidades de aplicação para cada preparo constam na descrição dos tratamentos
do experimento.
A adubação de plantio seguiu as recomendações para a cultura com aplicação de 600 kg
ha-1 do fertilizante formulado 5-20-20 (N-P-K) nos sulcos de plantio de acordo com análise de
solo realizada antes da instalação do experimento.
A colheita da cana-planta foi realizada na primeira quinzena de outubro/2014 utilizando
a colhedora de esteira, Case IH – A8800. Posteriormente realizou-se a adubação da soqueira
com 450 kg ha-1 do fertilizante formulado 20-05-20.
O controle de formigas, cupins e nematóides foram realizados na segunda quinzena de
outubro/2014 com o inseticida e nematicida a base de Fipronil e Aldicarbe nas doses de 0,3 kg
ha-1 e 1,5 kg ha-1, respectivamente. Na mesma época foram aplicados os herbicidas a base de
Sulfentrazona (0,6 kg ha-1) e Tebutiuron (1,2 kg ha-1).
Figura 4 - Colhedora e transbordo utilizados para colheita da cana-de-açúcar.
25
3.6 Análise Química
Para a caracterização química do solo após a instalação do experimento foram coletadas
6 amostras deformadas simples nas camadas de 0,0-0,2, 0,2-0,4, 0,4-0,6, 0,6-0,8 e 0,8-1,0 m,
compondo uma amostra composta de cada tratamento.
As análises químicas para fins de fertilidade foram realizadas por métodos descritos por
RAIJ & QUAGGIO (1983). Foram determinados o pH, matéria orgânica (M.O.), P, Ca, Mg, K
e H+Al e calculadas a capacidade de troca de cátions do solo (CTC), saturação por bases do
solo (V) e soma de bases (SB) (Tabela 2).
Tabela 2 - Média dos atributos químicos do solo na região dos canteiros nas camadas dos
tratamentos em setembro de 2014.
3.7 Amostragem e Coleta de Dados
As amostragens de solo e raízes foram realizadas no período de agosto/2014 a
dezembro/2014. Todos os atributos foram coletados nos canteiros e ruas de tráfego agrícola nas
camadas de 0,0-0,2; 0,2-0,4; 0,4-0,6; 0,6-0,8 e 0,8-1,0 m (Figura 5).
Amostras deformadas de solo foram coletadas com auxílio de trado holandês, para
análise granulométrica, limites de consistência do solo, ponto de murcha permanente, densidade
de partícula e fertilidade.
Camada
(m)
pH M.O Ca Mg H+Al S.B CTC V%
(CaCl2) g dm-3 --------------mmolc dm-3--------------
PPC
0,0-0,2 5,0 17,5 20,5 12,0 35,5 33,3 68,8 48,0
0,2-0,4 5,5 16,0 28,0 21,5 31,0 31,0 81,0 58,5
0,4-0,6 4,9 13,0 16,5 6,0 37,5 37,5 60,50 37,5
0,6-0,8 5,2 13,0 20,0 9,5 35,0 35,0 65,05 45,0
0,8-1,0 5,1 11,0 14,0 2,5 30,5 30,5 47,50 35,5
PC
0,0-0,2 5,1 22,0 23,0 13,5 38,5 37,1 75,6 47,5
0,2-0,4 4,6 19,5 13,5 6,00 45,5 19,9 65,4 30,0
0,4-0,6 4,6 16,0 14,0 5,00 45,0 19,4 64,4 29,5
0,6-0,8 4,8 13,5 13,5 3,50 40,0 17,4 67,4 31,0
0,8-1,0 4,9 12,5 10,0 2,50 36,0 12,8 48,8 26,5
26
Amostras indeformadas de solo foram coletadas em anéis metálicos de 0,025 m de altura
e 0,070 m de diâmetro para determinação da relação massa/volume dos constituintes do solo,
para construção da curva de retenção de água no solo e para os ensaios de compressibilidade.
Figura 5 - Esquema dos locais de amostragem do solo.
3.8 Análise Estatística
O teste F foi aplicado e quando constatada significância (p < 0,05) e, a comparação
múltipla das médias para os atributos físico-hídricos e mecânicos do solo foi realizada pelo teste
de Tukey. Para determinação de análises estatísticas foi utilizado o software SISVAR
(FERREIRA, 2000).
3.9 Avaliações de Atributos Físico-Hídricos, Mecânicos e Estruturais do Solo
3.9.1 Análise granulométrica
A determinação da granulometria do solo foi realizada pelo método da pipeta,
empregando-se 50 ml da solução dispersante de hidróxido de sódio (4 g L-1) e hexametafosfato
de sódio (10 g L-1) e agitação a 30 rpm durante 16 horas, considerando-se a proporção de argila,
silte e das areias grossa e fina (CAMARGO et al., 2009).
27
3.9.2 Densidade do solo, densidade de partículas e porosidade
As determinações da densidade do solo (Ds) e da porosidade (total, macroporosidade e
microporosidade) (CAMARGO et al., 2009) foram realizadas nas amostras indeformadas de
solo. A densidade de partículas (Dp) foi determinada pelo método do picnômetro (FLINT &
FLINT, 2002), realizada em amostras de solo passadas em peneira de 2,0 mm e secas em estufa
a 105°C.
Foram feitos quatro pontos de amostragens por posição (canteiro e rua de tráfego
agrícola), resultando em 8 medições por tratamento experimental. Os anéis foram
encaminhados para o laboratório de rotina de Física do Solo do Centro de Pesquisa e
Desenvolvimento de Solos e Recursos Ambientais do Instituto Agronômico. As amostras foram
saturadas em água e pesadas. A microporosidade foi calculada pela diferença de peso entre a
amostra equilibrada a 6 kPa e a amostra seca em estufa, correspondente à água retida nos
microporos. A porosidade total (PT) foi calculada utilizando a seguinte equação:
𝑃𝑇 = (1 −𝐷𝑠
𝐷𝑝) [1]
em que:
PT: porosidade total (m³ m-3);
Ds: densidade de partícula (Mg m-3);
Dp: densidade de solo (Mg m-3).
A macroporosidade foi calculada pela diferença entre a porosidade total e
microporosidade, sendo os valores expressos em m3 m-3. A relação entre o peso seco em estufa
das amostras de solo contidas no anel e o volume do anel resultou no valor da densidade do
solo, em Mg m-3.
Outro indicador da qualidade física do solo foi calculado conforme proposição de
REYNOLDS et al. (2002): porosidade no domínio dos macroporos (PDM) definida como o
volume de poros drenados entre a saturação e o potencial mátrico de -1 kPa, equivalente aos
poros livres de água e com diâmetros superiores a 300 μm [2]:
PDM = PT - θ-1kPa [2]
em que:
PDM: porosidade no domínio dos macroporos (m³ m-3);
28
PT: porosidade total (m³ m-3);
θ: conteúdo de água no potencial mátrico de -1kPa (m³ m-3).
3.9.3 Limites de consistência do solo
O Limite de Plasticidade (LP) e o Limite de Liquidez (LL) foram obtidos em amostras
deformadas de solo, conforme metodologia descrita por SOWERS (1965), modificada por
CAMARGO (2006).
3.9.4 Capacidade de campo e ponto de murcha permanente
A capacidade de campo (CC) foi determinada em amostras indeformadas de solo,
submetidas ao potencial mátrico de -10 kPa. Potenciais mátricos próximos ao ponto de murcha
permanente (PMP) foram determinados utilizando o equipamento WP4 da Decagon Devices@
(Figura 6). Utilizando técnicas de regressão linear simples, foram estimados os valores do
conteúdo de água correspondentes ao potencial mátrico de -1500 kPa. A capacidade de água
disponível (CAD) foi determinada pela diferença do conteúdo de água referente aos potenciais
mátricos da capacidade de campo (CC = -10 kPa) e o ponto de murcha permanente (PMP = -
1500 kPa) de acordo com RITCHIE (1981) e SILVA et al. (1994).
Figura 6 - Equipamento WP4 da Decagon Devices@ utilizado para obtenção do PMP Fonte:
DECAGON DEVICES (2016).
O indicador de capacidade de armazenamento de água do solo (adimensional) foi
calculado por meio das relações entre o conteúdo de água do solo, retido no potencial mátrico
equivalente à capacidade de campo (CC), determinada no potencial mátrico de -10 kPa, com a
porosidade total do solo (PT), conforme descrito em REYNOLDS et al. (2002):
29
𝐶𝐶𝑅 = (𝐶𝐶
𝑃𝑇) [3]
em que:
CCR: capacidade de campo relativa;
CC: capacidade de campo (m³ m-3);
PT: porosidade total (m³ m-3).
3.9.5 Curva de retenção de água no solo e índice S
Foram obtidas curvas de retenção de água no solo utilizando as amostras dos ensaios de
compressão uniaxial. Os pontos de baixa tensão para construção da curva, portanto, foram os
correspondentes aos potenciais mátricos de 0 (saturado), -0.5, -10 e -100 kPa, obtidos de
amostras indeformadas de solo submetidas à mesa de tensão. Os pontos de alta tensão (700,
1000 e 1500 kPa) foram obtidos no equipamento WP4-T da Decagon Devices@, utilizando
amostras deformadas de solo peneiradas em 2 mm.
Após determinar a umidade (g g-1) e conhecendo as pressões em que cada uma foi
medida, foram traçadas as curvas de retenção de água no solo ajustada conforme o modelo
proposto por van GENUCHTEN (1980) [4], utilizando o software SWRC Fit - Soil Water
Retention Curve (SEKI, 2007).
θ = θres + (θres – θsat
1+(𝑎.ℎ)𝑛)𝑚) [4]
em que:
θ: umidade na tensão h;
θres: umidade residual (g g-1);
θsat: umidade de saturação (g g-1);
h: tensão da água (kPa);
α: parâmetro empírico, associado à aeração;
m e n: parâmetros empíricos.
Determinou-se, com base nos parâmetros obtidos, o Índice S, correspondente à tangente
à curva de retenção de água no solo no ponto de inflexão [5] (DEXTER, 2004a).
𝑆 = −n (θsat − θres)
(1+(1/m)−(1+𝑚)) [5]
30
em que:
S: índice S;
m e n: parâmetros empíricos.
θres: umidade residual (g g-1);
θsat: umidade de saturação (g g-1).
3.9.6 Resistência do solo à penetração
Para determinar a resistência do solo à penetração foi utilizado um penetrômetro de
impacto (modelo IAA/PLANALSUCAR), em função da baixa umidade do solo na época de
avaliação.
As posições de amostragem da resistência do solo à penetração e umidade foram às
mesmas da amostragem de raízes com sonda, ou seja, no canteiro e na rua de tráfego agrícola,
considerando as distâncias a partir da linha de plantio, com nove repetições.
Seguindo as recomendações de STOLF (1991) para cálculo da resistência, foram
contados o número de impactos necessários para que a haste do equipamento penetrasse 0,05
m no solo. A avaliação foi feita até a profundidade de 0,6 m, limite do equipamento. Com apoio
de planilha Excel foram realizados os cálculos de acordo com as equações 6 e 7, sendo os
valores obtidos em kgf cm-2 multiplicados por 0,098 para transformação em unidades MPa
(Figura 7A).
𝐹 = (𝑀 + 𝑚) . 𝑔 + (𝑀
𝑀+𝑚) . (
𝑀𝑔ℎ
𝑥) [6]
em que:
M: massa que provoca o impacto (kg);
m: massa dos demais componentes (kg);
g: aceleração da gravidade (9,81 ms-2);
h: altura de queda (cm);
x: penetração por impacto (cm).
𝑅 = 𝐹
𝐴 [7]
em que:
R: resistência (kgf cm-2);
F: força da resistência (kgf);
31
A: área da base do cone (cm2).
Para registrar a umidade do solo no momento da determinação da resistência do solo à
penetração, foi utilizada haste similar à do penetrômetro com sensor de umidade acoplado em
sua ponteira (FDR) ligado a um voltímetro (versão adaptada de VAZ & HOPMANS, 2001)
para leitura para posterior conversão em umidade gravimétrica (Figura 7B).
Figura 7 - Ensaio de resistência do solo à penetração (A). Sensor de umidade (B).
3.9.7 Pressão de preconsolidação
Os ensaios de compressão uniaxial foram realizados em um Consolidômetro
Pneumático (Figura 8) desenvolvido por FIGUEIREDO et al. (2011). O seu princípio de
funcionamento consiste na utilização de um corpo-de-prova (amostra indeformada de solo),
confinado lateralmente em anel volumétrico metálico e com livre drenagem nas extremidades
superior e inferior, cujas superfícies são submetidas a incrementos sucessivos de pressão
vertical (US DEPARTMENT OF THE ARMY, 1970).
A B
32
Figura 8 - Consolidômetro Pneumático desenvolvido por FIGUEIREDO et al. (2011).
Para obtenção do modelo da capacidade de suporte de carga do solo foi amostrada uma
área não mobilizada, tida como área de referência de qualidade estrutural devido ao seu
histórico de acúmulo de pressões. Foram coletadas 20 amostras indeformadas de solo contidas
em anéis volumétricos (corpos-de-prova) de 0,025 m de altura e 0,07 m de diâmetro. Os corpos-
de-prova foram submetidos a cinco conteúdos de água referentes aos potenciais mátricos de -
2; -10; -30; -100 e -500 kPa, sendo que para cada potencial mátrico foram utilizadas 4
repetições.
Para os preparos do solo em cana-de-açúcar (PPC e PC) foram fixados dois conteúdos
de água, referentes aos potenciais mátricos de -10 e -100 kPa, sendo necessários, portanto, 8
corpos-de-prova para cada camada avaliada em cada posição de amostragem (canteiro e rua de
tráfego agrícola).
No laboratório, as amostras foram saturadas com água, por capilaridade, durante 48 h.
Em seguida, foram submetidas aos potencias pré-definidos, utilizando a mesa de tensão para os
potenciais mátricos de -2 e -10 kPa e câmaras de Richards para os -30, -100 e -500 kPa
(KLUTE, 1986). Após atingir o equilíbrio hidráulico, cada amostra foi pesada e submetida ao
ensaio de compressão uniaxial, realizado mediante a aplicação sucessiva e contínua de pressões
crescentes e estáticas de 12,5, 25, 50, 100, 150, 200, 300, 400, 600, 800 e 1.000 kPa. Cada
pressão foi aplicada durante cinco minutos, seguindo o método descrito por SILVA et al.
(2000a).
A compressibilidade do corpo-de-prova foi determinada a partir da redução de sua
altura, detectada por um dispositivo medidor de deslocamento linear: um relógio comparador
eletrônico com capacidade de 12,7 mm e resolução de 0,01 mm (FIGUEIREDO et al., 2011).
33
A variação da altura da amostra de solo em função do carregamento aplicado foi registrada e
utilizada nos cálculos de deformação do solo. Finalizado o ensaio de compressão uniaxial, as
amostras foram secas em estufa a 105ºC, por 24 h, para determinação da densidade do solo
(Ds), segundo BLAKE & HARTGE (1986). O teor de água em cada amostra, imediatamente
antes do ensaio, foi determinado pela razão entre as massas de água e de solo seco. As variações
do índice de vazios foram calculadas utilizando a equação 4.
ε = (𝑎
𝑏) − 1 [8]
em que:
ε: índice de vazios (m3 m-3);
a: densidade de partícula (g cm-3);
b: densidade de solo (g cm-3).
O ensaio realizado permitiu obter curvas de compressão, que relacionam o índice de
vazios do solo e o logaritmo da pressão vertical aplicada, obtendo-se assim a pressão de
preconsolidação (σp) utilizando planilha eletrônica desenvolvida por KELLER et al. (2011).
Os valores de σp obtidos para área não mobilizada (NM), tomada como referência,
foram plotados em função da umidade (U) e ajustados ao modelo σp = 10(a+bU), proposto por
DIAS JUNIOR (1994). Para isto foi empregado o uso de intervalo de confiança (95%).
Posteriormente, a média dos valores obtidos de σp para PPC e PC foram plotados no modelo
da NM, com auxílio do software SigmaPlot versão 12.5.
3.9.8 Análise visual da estrutura do solo
Para análise visual da estrutura do solo, foram coletadas amostras na camada superficial
do solo (0,25 m) nas ruas e canteiros do PPC e do PC e na área não mobilizada (NM), tomada
como referência de qualidade estrutural. Com o auxílio de uma pá reta foram abertas, em cada
tratamento, três minitrincheiras com 0,35 m de largura x 0,45 m de comprimento x 0,30 m de
profundidade, para a extração dos blocos de solo. Os blocos de solo foram cuidadosamente
embrulhados e levados ao laboratório da Escola Superior Luiz de Queiroz (ESALQ). No
laboratório, os blocos foram fragmentados em três repetições com 0,15 m de comprimento x
0,25 m de profundidade x 0,10 m de largura, contabilizando 9 repetições para cada tratamento.
34
Para a avaliação procedeu-se à separação de camadas de solo com diferenças estruturais.
Para cada camada a avaliação da estrutura apoiou-se na aparência, na resistência e nas
características das unidades estruturais de blocos de solo, sendo definida por cinco escores
visuais (Ev) para a classificação da qualidade: de Ev=1 (melhor qualidade estrutural) a Ev=5
(pior qualidade estrutural). A figura 9 exemplifica a atribuição de escores e o cálculo do escore
final conforme a chave de classificação de BALL et al. (2007). Os resultados da Análise Visual
da Estrutura do Solo foram comparados por meio de gráficos de boxplot.
Figura 9 - Exemplo da aplicação da metodologia para obtenção do escore visual (Ev) pelo
método de BALL et al. (2007).
3.10 Avaliação do Sistema Radicular
3.10.1 Método do perfil
Para a análise da distribuição das raízes foram abertas três trincheiras em cada um dos
tratamentos com 3,6 m de comprimento e 1,0 m de profundidade. Em uma das faces de cada
35
trincheira o perfil foi nivelado no sentido vertical, removendo-se uma pequena camada de solo,
em torno de 0,03 m, utilizando um rolo escarificador, descrito por JORGE (1996), com o
objetivo de expor as raízes sem removê-las.
Foram fixadas grades com 2,4 m de comprimento e 1,0 m de profundidade para a
contagem visual do número de raízes por quadrícula do quadro reticulado (malha 0,1 x 0,1 m).
A contagem foi feita independentemente do comprimento, espessura ou ramificações de cada
raiz contada (Figura 10). Os dados foram tabulados em planilha Excel para o somatório de
raízes.
Figura 10 - Contagem de raízes pelo método da grade.
3.10.2 Método da sonda
Para a quantificação da biomassa de raízes foi utilizada uma sonda (1,2 m) com diâmetro
interno de 0,055 m (Sondaterra®), a cada 0,2 m até atingir 1,0 m de profundidade. Foram
amostrados três pontos equidistantes no canteiro e na rua de tráfego agrícola, considerando as
distâncias a partir da linha de plantio (0,15; 0,45 e 0,75 m de distância da soqueira), com três
repetições, totalizando nove unidades experimentais para PPC e PC. Após a coleta das amostras
de solo, as raízes foram armazenadas em sacos plásticos contendo cerca de 20 mL de solução
de água com álcool (20%), para dispersão da amostra, facilitando a remoção das raízes (Figura
11A). As raízes foram lavadas com água corrente fazendo uso de peneiras com malha de 1,0
mm (Figura 11B) e foram selecionadas e acondicionadas em potes plásticos, posteriormente
congelados (Figura 11C).
As amostras de raízes foram descongeladas para escaneamento. Em placa de acrílico
sobre o escâner modelo HP Scanjet 200, as raízes foram distribuídas em uma lâmina d’água
36
(Figura 11D). Após a obtenção das imagens em escâner, as raízes foram transferidas para sacos
de papel e secas em estufa com circulação de ar por 72 horas a 65ºC para obtenção da biomassa.
Figura 11 - Amostra de raiz com solução água e álcool (A). Lavagem da amostra (B).
Acondicionamento das raízes para posterior congelamento (C). Amostra de raiz sob lâmina
d’água em placa de acrílico para escaneamento (D).
As imagens geradas foram processadas no software SAFIRA® (JORGE &
RODRIGUES, 2008), sendo determinados o comprimento médio, a área coberta por raízes,
volume e o diâmetro médio das amostras de raízes (Figura 12). Foram definidas cinco classes
de diâmetros de raízes conforme a frequência estabelecida pelo software, sendo elas: 0,08-0,50;
0,51-1,00; 1,01-2,00; 2,01-3,00 e >3,00 mm.
Devido à elevada variabilidade dos parâmetros radiculares, os dados foram previamente
transformados para y = log (x + 10) conforme CINTRA et al. (2006) e foi aplicado teste de
“outlier”. A identificação de “outliers” seguiu o critério definido pela amplitude interquartil
A B
C D
37
(IQR), sendo eliminados até três valores não compreendidos dentro dos limites inferior
(primeiro quartil - 1,5 x IQR) e superior (terceiro quartil + 1,5 x IQR), conforme LIBARDI et
al. (1986).
Posteriormente foram analisados estatisticamente por meio da diferença de médias, duas
a duas, utilizando o teste de hipóteses do SISVAR (FERREIRA, 2000) a 15% de probabilidade
segundo PAYTON et al. (2000). Tabelas e gráficos demonstram o efeito da transformação dos
dados na probabilidade e coeficiente de variação (Anexos 2 e 4). Para melhor interpretação dos
resultados, a apresentação gráfica foi realizada em valores naturais, correspondente ao log
inverso.
Figura 12 - Sequência de geração das imagens no software SAFIRA® (Embrapa), desde a
imagem obtida no scanner até o processamento final (binarização, filtragem, esqueletamento e
análise).
38
3.11 Biometria e Produtividade
Em cada canteiro foram colhidas 6 amostras de colmos, utilizando-se um gabarito de 2
m de comprimento, disposto aleatoriamente. Foi contado o número de colmos, foram medidos
o diâmetro e altura dos colmos e foi determinada a massa de toda a biomassa (folhas, ponteiro
e colmos) em uma balança com precisão de 0,001 kg. Folhas e ponteiros foram separados.
Procedeu-se a determinação da massa apenas dos colmos para a estimativa da produtividade
conforme CONSECANA (2006). O número, altura, diâmetro dos colmos e a produtividade dos
tratamentos avaliados (PPC e PC) também foram analisados estatisticamente por meio da
diferença de médias, duas a duas, utilizando o teste de hipóteses do SISVAR (FERREIRA,
2000) a 5% de probabilidade.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Atributos Físico-Hídricos do Solo
4.1.1 Densidade do solo e porosidade total
A densidade do solo mostrou-se um atributo sensível aos tipos de preparos de solo na
camada superficial. Os mecanismos de afrouxamento da estrutura do solo da enxada rotativa
para preparo dos canteiros foram eficientes para redução da densidade na camada de 0,0-0,2 m
no PPC do que as grades aradoras e niveladoras no PC.
À medida que o perfil do solo aprofunda, espera-se que os efeitos do manejo do solo
minimizem-se, tornando as médias das densidades do solo semelhantes nos dois tipos de
preparo. No entanto, na camada de 0,6-0,8 m a densidade do solo no PPC foi maior em relação
ao PC (Figura 13A). Esse resultado pode estar relacionado à variabilidade espacial do solo no
campo. A partir da camada de 0,6-0,8 m aproximadamente, o Nitossolo Vermelho apresenta
um horizonte com caráter latossólico, mas essa camada não é uniforme, podendo estar mais
superficial ou mais profunda. A menor densidade do solo no PC, portanto, pode corresponder
a um ponto de amostragem em que essa camada está mais superficial, estando a estrutura “pó
de café” mais pronunciada.
Na rua de tráfego agrícola (Figura 13B) o PPC e o PC apresentam densidades iguais nas
camadas de 0,0-0,2; 0,2-0,4 e 0,4-0,6 m. Esses resultados indicam que na rua não houve efeito
39
dos tratamentos de preparo do solo e os valores de densidade, maiores que no canteiro são
consequência do tráfego de máquinas agrícolas. A partir da camada de 0,6-0,8 m os efeitos da
transmissão das pressões de contato não são mais pronunciados e as diferenças observadas
devem-se a variabilidade espacial da área de estudo.
À medida que se aprofunda o perfil do solo as densidades do solo no PPC e no PC
tendem a reduzir devido à diferenciação morfológica da estrutura do solo e ao menor efeito dos
tratamentos tanto nos canteiros quanto nas ruas. Nos canteiros a densidade do solo nas camadas
de 0,0-0,2 e 0,2-0,4 m no PPC diferem da camada de 0,8-1,0 m, que se apresenta igual às
camadas de 0,4-0,6 e 0,6-0,8 m. Ainda nos canteiros, no PC cada camada apresentou densidades
diferentes, assim como nas ruas do PPC e do PC, demonstrando que as alterações da densidade
do solo ocorrem nas camadas com intensa mobilização, sendo influenciada pelo tráfego
agrícola.
Figura 13 - Valores médios da densidade do solo para a posição de amostragem canteiro (A) e
rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um mesmo tipo de preparo
(vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para uma mesma camada do
solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 4,92%.
Comparando as posições de amostragem dentro de cada tratamento, observa-se que no
PPC houve redução da densidade do solo na camada superficial (0,0-0,2 m) oferecendo
condições adequadas para o desenvolvimento radicular e possivelmente à brotação das
soqueiras de cana-de-açúcar do segundo ciclo. Nas ruas do PPC na camada de 0,0-0,2 m o
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Densidade do solo (Mg m-3)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
bA aA
abA bA
bcB abA
aB aA
bA cA
A
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)Densidade do solo (Mg m-3)
PC
PPC
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
cA bcA
cB bcA
cA cA
B
aA aA
abA bA
Densidade do solo (Mg m-3)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
40
crescimento radicular das soqueiras do segundo ciclo estaria prejudicado pois, em densidades
superiores a 1,45 Mg m-3 as raízes não encontram condições de suprir a parte aérea das plantas
com nutrientes em níveis satisfatórios (FERNANDES et al., 1983). COSTA et al. (2007)
também encontraram densidade do solo desfavorável ao crescimento radicular de cana-de-
açúcar na camada superficial de um Nitossolo Vermelho eutroférrico (1,47 Mg m-3). A partir
da camada de 0,2-0,4 m no PPC, canteiro e rua não diferem, descartando os efeitos de manejo
em profundidade (Figura 14A).
Conforme os valores de densidade do solo mencionados por HUMBERT (1974) como
restritivos ao crescimento de raízes de cana-de-açúcar, a elevada densidade do solo na camada
de 0,0-0,2 m nos canteiros e nas ruas do PC pode causar deformação ou restrições na
distribuição de raízes de cana-de-açúcar, sendo danos nas radicelas (>1,25 Mg m-3), redução na
quantidade de raízes e distorção das radicelas (>1,36 Mg m-3) e comprometimento da
penetração das raízes (>1,46 Mg m-3). As diferenças entre o canteiro e a rua nas camadas de
0,2-0,4 e 0,6-0,8 m, também podem comprometer o crescimento de raízes de cana-de-açúcar
(Figura 14B).
Figura 14 - Valores médios da densidade do solo no canteiro e na rua do PPC (A) e do PC (B).
Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em uma mesma camada
do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 4,92%.
No entanto, é importante destacar que os efeitos das alterações na estrutura do solo sobre
as culturas são difíceis de serem mensurados, pois mesmo com aumento da densidade as
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Densidade do solo (Mg m-3)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
b a
a a
a a
a a
a a
A
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Densidade do solo (Mg m-3)
Canteiro
Rua
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
b a
a a
b a
a a
B
Densidade do solo (Mg m-3)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
41
culturas mantêm rendimentos aceitáveis (KLEIN, 2006). Muitas vezes este efeito é resultante
da redistribuição de poros do solo proporcionados pelos mecanismos de preparo do solo e ou
das condições meteorológicas que permitem ou não quantidades adequadas de água no solo no
momento necessário para as culturas.
A porosidade total do solo responde de forma inversa à densidade do solo. A baixa
densidade do solo nos canteiros na camada de 0,0-0,2 m no PPC e 0,4-0,6 m no PC (Figura
15A) e nas ruas na camada de 0,6-0,8 m no PC (Figura 15B) resultaram em aumentos da
porosidade total do solo.
Independentemente das posições de amostragem, a porosidade total do solo aumenta em
profundidade no PPC e no PC. Em camadas mais profundas não há transmissão das pressões
de contato impostas pelos rodados das máquinas e implementos agrícolas e não há alteração da
porosidade do solo no PC. No PPC, o preparo profundo do solo nos canteiros não melhorou o
volume de poros totais em profundidade em relação ao PC pois, a condição natural (sem
mobilização) de porosidade (> 0,50 m3 m-3) do Nitossolo Vermelho já é tida como ideal para
produção agrícola (KIEHL, 1979).
Figura 15 - Valores médios da porosidade total do solo para a posição de amostragem canteiro
(A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um mesmo tipo de preparo
(vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para uma mesma camada do
solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 4,34%.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,40 0,45 0,50 0,55 0,60
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Porosidade total (m3 m-3)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
bA cA
bcA abA
abB aA
dB bA
aA abA
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,40 0,45 0,50 0,55 0,60
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Porosidade total (m3 m-3)
PC
PPC
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
abA abA
abB aA
aA aA
cA cA
bcA bcA
Porosidade total (m3 m-3)
A B
42
Nas ruas, a redução da porosidade total na camada de 0,0-0,2 m no PPC deve-se ao
intenso tráfego agrícola para o preparo dos canteiros, que provavelmente, causou entupimento
dos poros maiores pelas partículas finas de solo e, consequentemente resultou em maior
compactação da camada superficial (Figura 16A). Resultados semelhantes foram observados
por STONE & SILVEIRA (2001) em solo sob plantio direto, em que o tráfego de máquinas
agrícolas somado ao não revolvimento do solo resultaram em aumento da densidade do solo e
redução da porosidade total.
As maiores densidades do solo para as camadas de 0,0-0,2 e 0,6-0,8 m, verificadas nas
ruas do PC também levaram à redução da porosidade total do solo (Figura 16B). Estes
resultados demonstram que o preparo superficial do solo no PC tendeu à uma desagregação da
estrutura do solo, o que pode comprometer a porosidade e diminuir a infiltração e a
redistribuição de água no solo e, como consequência, aumentar a compactação, o que
prejudicaria sensivelmente a produção agrícola (FIGUEIREDO et al., 2009).
Figura 16 - Valores médios da porosidade total do solo no canteiro e na rua do PPC (A) e do
PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em uma mesma
camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 4,34%.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,40 0,45 0,50 0,55 0,60
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Porosidade total (m3 m-3)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
b a
a a
a a
a a
a a
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,40 0,45 0,50 0,55 0,60
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Porosidade total (m3 m-3)
Canteiro
Rua
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
b a
a a
b a
a a
Porosidade total (m3 m-3)
A B
43
4.1.2 Macroporosidade e microporosidade
No PPC, os mecanismos ativos da enxada rotativa nos canteiros foram eficientes para o
aumento da macroporosidade na camada superficial (0,0-0,2 m), pois deixa o solo mais
pulverizado, diferindo dos canteiros do PC, os quais foram arados superficialmente (Figura
17A). No entanto, o manejo do solo com enxada rotativa promove alterações nos tipos de poros,
o que interfere na qualidade do solo (LIMA et al., 2005). Provavelmente, na região dos canteiros
do PPC, os poros complexos compostos por poros de empilhamento e cavidades
interconectadas provenientes da atividade biológica no horizonte B nítico, transformaram-se
em poros arredondados. Além disso a pulverização do solo pode ocasionar a movimentação de
partículas finas do solo (argilas) para camadas mais profundas do solo, podendo ocasionar o
bloqueio de poros e redução da permeabilidade de sub-horizontes.
Apesar da menor proporção de macroporos no PC, este encontra-se dentro do limite
mínimo de 0,10 m3 m-3, ideal para que ocorra adequada difusão de oxigênio no solo, para suprir
a demanda das plantas (GRABLE & SIEMER, 1968). Nas camadas abaixo de 0,0-0,2 m não
foram identificadas diferenças entre o PPC e o PC. Na camada de 0,4-0,6 m os tipos de preparos
dos solos foram semelhantes quanto à macroporosidade. À medida que se aprofunda no perfil
do solo, o efeito do preparo é menor pois as características morfológicas da estrutura latossólica
do solo minimiza as diferenças entre o PPC e o PC.
O preparo profundo do solo realizado com enxada rotativa e subsolador nos canteiros
do PPC homogeneizou a macroporosidade entre as camadas de solo e não foram observadas
diferenças entre elas. No PC, o tráfego agrícola promoveu aumentos da densidade do solo na
camada superficial, levando à redução da macroporosidade que diferiu das camadas mais
profundas (0,6-0,8 e 0,8-1,0 m). As camadas de 0,2-0,4 e 0,4-0,6 m foram iguais à camada de
0,0-0,2 m, estando este resultado associado ao efeito “buffer” descrito por VEIGA et al. (2008).
O maior adensamento da camada superficial do solo impediu a transmissão das pressões de
contato dos rodados agrícolas às camadas inferiores, minimizando as alterações da distribuição
dos poros em profundidade.
Nas ruas não foram verificadas diferenças entre o PPC e o PC e, em profundidade no
PPC. No PC a heterogeneidade da macroporosidade no perfil de solo acompanhou os resultados
obtidos de densidade do solo em função da variabilidade da área experimental, bem como
características morfológicas estruturais (Figura 17B).
44
Figura 17 - Valores médios da macroporosidade do solo para a posição de amostragem canteiro
(A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um mesmo tipo de preparo
(vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para uma mesma camada do
solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 22,71%.
Comparando os canteiros e as ruas do PPC, observa-se na figura 18A maior
compactação nas ruas, observada pelo aumento da densidade e redução dos macroporos nas
camadas de 0,0-0,2 e 0,2-0,4 m. A redução da macroporosidade nas ruas do PPC deve-se ao
empacotamento mais denso das partículas do solo ocasionada pela compressão do solo devido
ao tráfego de máquinas agrícolas. Além disso, a compactação do solo pode ter promovido
reduções na condutividade hidráulica do solo devido, provavelmente, à redução dos poros
alongados na direção vertical e ao aumento destes na direção horizontal, paralelos à superfície
do solo, o que pode afetar diretamente o crescimento das plantas por promover a penetração de
raízes e a transmissão vertical de água e gases no solo segundo MARSILI et al. (1998).
Outros autores afirmam que a cana-de-açúcar é uma das culturas mais afetadas pela
alteração das condições físicas do solo, uma vez que, em decorrência do tráfego agrícola, a
compactação pode promover reduções superiores a 50% no volume de macroporos do solo,
comprometendo a sustentabilidade da atividade agrícola, pois essa classe de poros determina a
taxa de movimentação de água no solo SEVERIANO et al. (2010).
A variabilidade dos dados (>12% e <52 %), classificada como média para atributos do
solo segundo WARRICK & NIELSEN (1980), não permitiu que fossem constatadas diferenças
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,10 0,15 0,20 0,25
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Macroporosidade do solo (m3 m-3)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
abA aA
abA aA
aA aA
A
bB aA
aA aA
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,05 0,10 0,15 0,20 0,25
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Macroporosidade do solo (m3 m-3)
PC
PPCabcA aA
aA abA
aA aA
cB aA
bcA aA
B
Macroporosidade (m3 m-3)
A
45
significativas nas camadas de 0,4-0,6, 0,6-0,8 e 0,8-1,0 m. Apesar disso, a eficiência da
subsolagem profunda pôde ser verificada por meio da superioridade numérica dos macroporos
nos canteiros do PPC (Figura 18A).
No PC, a macroporosidade nos canteiros e nas ruas nas camadas de solo seguiu o mesmo
padrão da densidade do solo. Aumento de macroporos foi observado somente nos canteiros da
camada de 0,6-0,8 m (Figura 18B). DEXTER (2004a) afirma que a porosidade é alterada com
a degradação da estrutura do solo, o que ocasiona redução do volume de macroporos e
mudanças na continuidade e distribuição de poros.
Figura 18 - Valores médios da macroporosidade do solo no canteiro e na rua do PPC (A) e do
PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em uma mesma
camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 22,71%.
Para a microporosidade esperava-se diferença entre o PPC e o PC na camada de 0,0-
0,20 m nos canteiros visto que houveram diferenças nesta posição para a densidade e
macroporosidade do solo. No entanto, esse comportamento da estrutura do solo não foi
observado devido a menor porosidade total e macroporosidade do solo no PC. Diferença para
microporos nos canteiros foi verificada somente na camada de 0,2-0,4 m entre o PPC e o PC.
O preparo do solo no PPC aumenta a porosidade total por meio do rompimento da estrutura do
solo pela enxada rotativa até 0,4 m. Valores superiores da macroporosidade no PPC levaram à
redução da microporosidade e o inverso ocorreu no PC (Figura 19A).
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,05 0,10 0,15 0,20 0,25
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
Macroporosidade do solo (m3 m-3)
Can…
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
b a
a a
b a
a a
a a
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,10 0,15 0,20 0,25
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
Macroporosidade do solo (m3 m-3)
Canteiro
Rua
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
a a
a a
b a
a a
BA
Macroporosidade (m3 m-3)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
46
Fixando o sistema de preparo do solo e analisando o efeito das camadas de solo na figura
19A, nota-se que no PC não houve diferença. No PPC a maior microporosidade foi observada
na camada de 0,4-0,6 m. A baixa densidade do solo, aliada à elevada porosidade total e baixa
macroporosidade levaram ao incremento de microporos nesta camada. Reduzida
microporosidade na primeira camada do PPC diferiu da camada central (0,4-0,6 m) devido ao
elevado conteúdo de macroporos. Demais camadas (0,2-0,4, 0,6-0,8 e 0,8-1,0 m) são iguais às
anteriores.
Na figura 19B estão apresentados os valores de microporos nas ruas, nos quais o PPC e
o PC diferenciaram-se na camada superficial (0,0-0,20 m). A maior macroporosidade nas ruas
do PC refletiu na redução dos microporos.
Em profundidade não foram observadas diferenças para a microporosidade no PPC. No
PC a camada de 0,0-0,2 m diferiu das camadas de 0,2-0,4, 0,4-0,6 e 0,8-1,0 m devido a menor
microporosidade, dada, exclusivamente pelo incremento de macroporos. Na camada de 0,6-0,8
m os microporos foram iguais às camadas de 0,0-0,2, 0,2-0,4, 0,4-0,6 e 0,8-1,0 m (Figura 19B).
Figura 19 - Valores médios da microporosidade do solo para a posição de amostragem canteiro
(A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um mesmo tipo de preparo
(vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para uma mesma camada do
solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 8,42%.
Na figura 20A e 20B estão apresentados os resultados da microporosidade nos canteiros
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,30 0,35 0,40
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
Microporosidade do solo (m3 m-3)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
abB aA
aA aA
aA abA
bA aA
abA aA
A
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,25 0,30 0,35 0,40
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
Microporosidade do solo (m3 m-3)
PC
PPC
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
aA aA
abA aA
aA aA
B
bB aA
aA aA
Microporosidade (m3 m-3)
Ca
ma
da
s d
oso
lo (
m)
47
e ruas do PPC e do PC, respectivamente. Diferença foi observada na camada de 0,2-0,4 m do
PPC (Figura 20A). O maior volume de microporos nas ruas de tráfego agrícola está associado
ao adensamento promovido pela passagem dos rodados agrícolas na faixa de 1,5 m, onde ocorre
maior acúmulo de pressões devido ao porte do maquinário para revolvimento superficial com
enxada rotativa e subsolagem profunda. Isso leva ao desarranjo das partículas do solo,
comprometendo a porosidade, a infiltração e a redistribuição de água no solo pelo entupimento
dos poros maiores pelas partículas finas do solo e, como consequência, aumenta a compactação
(FIGUEIREDO et al., 2009). OLIVEIRA et al. (1996) afirmaram que a expressiva compactação
nas camadas subsuperficiais do solo é atribuída à acomodação de partículas, em consequência
do entupimento dos poros pelas partículas mais finas e dos ciclos de umedecimento e secagem
do solo.
Figura 20 - Valores médios da microporosidade do solo no canteiro e na rua do PPC (A) e do
PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em uma mesma
camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 8,42%.
Segundo KIEHL (1979) e BAVER et al. (1972) o solo ideal para a produção agrícola
deve apresentar porosidade total próxima a 0,50 m3 m-3 com uma distribuição percentual de
34% para macroporos e 66% e, para que haja desenvolvimento satisfatório de sistemas
radiculares, a porosidade de aeração deve estar em torno de 0,10 m3 m-3. Considerando os
valores mensurados pelos autores, apenas a rua do PC na camada de 0,8-1,0 m enquadra-se
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,30 0,35 0,40
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Microporosidade do solo (m3 m-3)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
a a
b a
a a
a aAA
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,25 0,30 0,35 0,40
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)Microporosidade do solo (m3 m-3)
Canteiro
Rua
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
a a
a a
a a
a a
B
Microporosidade (m3 m-3)
Ca
ma
da
s d
oso
lo (
m)
48
como ideal nos limites estabelecidos, com porosidade total de 0,56 m3 m-3, macroporosidade de
0,19 m3 m-3 e microporosidade de 0,37 m3 m-3.
Além disso, verifica-se condições restritivas ao desenvolvimento da cana-de-açúcar na
camada de 0,0-0,20 m nos canteiros e nas ruas do PC e nas ruas do PPC devido à porosidade
total inferior a 0,50 m3 m-3. Com uma diferença de 3% para mais ou para menos, as posições
que mais aproximam-se das condições ótimas para desenvolvimento da cultura da cana-de-
açúcar são os canteiros e as ruas do PC na camada de 0,4-0,6 m, os canteiros na camada de 0,4-
0,6 m e as ruas na camada de 0,6-0,80 m no PPC.
4.1.3 Curva de retenção de água no solo
Nas figuras 21, 22, 23, 24 e 25 são apresentadas as curvas de retenção de água do PPC
e do PC, nos canteiros e nas ruas nas diferentes camadas, ajustadas segundo o modelo
matemático proposto por van GENUCHTEN (1980). Observou-se que a retenção de água foi
modificada de acordo com as posições de amostragem e as camadas, indicando que os tipos de
preparo do solo influenciaram o conteúdo de água retido nas diferentes tensões.
Na camada de 0,0-0,2 m, o canteiro do PPC (Figura 21) mostra maiores teores de água
até o potencial matricial de -30 kPa quando comparado à rua. O aumento da densidade do solo
na rua de tráfego agrícola (Figura 14A) promoveu modificações na porosidade total do solo. A
distribuição de poros de maior diâmetro (macroporos), proporcionada pelo preparo com enxada
rotativa, foi responsável pelas modificações na retenção de água sob altos potenciais.
No PC, o preparo total da área com grade aradora e niveladora homogeneizou a
densidade do solo e a porosidade total na camada superficial (0,0-0,2 m). No entanto, o estresse
físico e mecânico nas ruas, resultantes da transmissão das pressões de contato dos rodados
agrícolas, modificaram a forma da curva de retenção de água no solo em relação aos canteiros.
Verificou-se maior de retenção de água entre os potenciais mátricos de -1 a -3 kPa nos canteiros,
atribuída à maior frequência de poros com menores tamanhos nesta faixa de Ψ.
TOMAZ (2013) observou maior retenção de água em Nitossolo Vermelho sob sistema
convencional com maior quantidade de microporos. ARAÚJO et al. (2004) também
observaram que o aumento da densidade do solo promoveu um aumento da água retida em
Latossolo Vermelho devido à predominância de poros de menor tamanho nas condições de
maior densidade.
49
Em altas tensões, as formas como os preparos do solo foram realizadas não alterou a
forma das curvas de retenção. REICHARDT (1987) e DEMATTÊ (1988) afirmaram que, em
solos de textura mais fina, a distribuição dos poros por tamanho é maior e mais uniforme,
proporcionando a adsorção de maior conteúdo de água e decréscimo mais gradual da umidade
do solo com o aumento da tensão.
Provavelmente os teores de matéria orgânica do solo dos tratamentos (Tabela 2) tiveram
pouca influência na retenção de água no solo, concordando com os estudos de GROHMANN
& MEDINA (1962), em solos cultivados, em que pequenas variações no teor de matéria
orgânica mostraram pouca influência na retenção de água, demonstrando que outros atributos,
como a densidade do solo, têm maior importância.
Figura 21 - Curvas médias de retenção de água no solo da camada de 0,0-0,2 m dos preparos
do solo nas posições de amostragem ajustadas ao modelo de van GENUTCHEN (1980).
Na camada de 0,2-0,4 m, o canteiro do PPC apresentou maior retenção de água até o
potencial de -1kPa em relação a rua (Figura 22). Este resultado pode ser explicado pela forma
como o preparo do solo foi realizado nesta posição. A enxada rotativa rompeu a estrutura em
blocos do solo, pulverizando-o e elevando a macroporosidade nesta camada, aumentando a
disponibilidade de água em altos Ψ.
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 1 100 10.000
Teo
r d
e águ
a (
gg
-1)
Potencial mátrico (kPa)
PC Canteiro
PC Rua
PPC Canteiro
PPC Rua
50
Acima do potencial de -1kPa, as diferenças em relação à quantidade de microporos e
macroporos entre canteiros e ruas mostraram que o preparo profundo do solo alterou a curva de
retenção na camada de 0,2-0,4 m provavelmente pelo aumento da aeração do solo. Isso pode
ser evidenciado pela maior retenção de água nas ruas do sistema do PPC nas tensões menores
devido, principalmente, aos microporos, que obteve maior valor, responsáveis pelo
armazenamento da água no solo.
Apesar de não ter sido constatada diferença para a microporosidade no PC, o
incremento da densidade do solo ocasionada pelo tráfego agrícola nas ruas reduziu a porosidade
total e macroporosidade diminuindo a retenção de água em todas as tensões analisadas,
contradizendo o observado por ARAÚJO et al. (2004), os quais afirmaram que o aumento da
densidade do solo promoveu um aumento da água retida, devido à predominância de poros de
menor tamanho nas condições de maior densidade.
Em geral, a ausência de tráfego agrícola nas regiões dos canteiros de plantio aumentou
a retenção de água no PPC e no PC em baixas tensões em relação as ruas. Em baixos potenciais,
o aumento da macroporos do solo pelo surgimento de fendas proporcionada pela subsolagem
profunda, torna-se desfavorável à retenção de água. Por outro lado, a utilização do subsolador
elimina os impedimentos físicos, rompe camadas compactadas e favorece o desenvolvimento
de raízes.
Figura 22 - Curvas médias de retenção de água no solo da camada de 0,2-0,4 m dos preparos
do solo nas posições de amostragem ajustadas ao modelo de van GENUTCHEN (1980).
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 1 100 10.000
Teo
r d
e á
gu
a (
g g
-1)
Potencial mátrico (kPa)
PC Canteiro
PC Rua
PPC Canteiro
PPC Rua
51
Na camada de 0,4-0,6 m, a curva de retenção do canteiro do PPC reteve mais água entre
os potenciais de 1 a -10 kPa devido a maior quantidade de poros totais e macroporos. O não
revolvimento do solo nas ruas do PPC aliado ao tráfego direcionado na faixa de 1,5 m elevou a
densidade do solo, reduzindo a macroporosidade e, por conseguinte, a retenção de água em
baixos Ψ (Figura 23).
No PC, devido a profundidade efetiva de operação da grade aradora e niveladora (0,3
m) o preparo do solo não atingiu a camada de 0,4-0,6 m, e a porosidade total e microporosidade
foram iguais nas ruas e nos canteiros. Por motivos de variabilidade espacial a densidade do solo
foi superior nos canteiros do PC, o que levou ao declínio de macroporos e retenção de água em
baixas tensões.
As formas como os preparos do solo foram realizadas não alteraram a forma das curvas
de retenção em baixos potenciais. Considerando a que a transição entre horizontes do perfil do
solo é ondulada, o horizonte Bw (latossólico) pode manifestar-se acima ou abaixo da
profundidade de 0,6 m. Isto indica que o preparo profundo do solo não altera a distribuição de
poros em horizonte com estrutura microgranular, e não há modificações das curvas de retenção
de água em baixos potenciais.
Figura 23 - Curvas médias de retenção de água no solo da camada de 0,4-0,6 m dos preparos
do solo nas posições de amostragem ajustadas ao modelo de van GENUTCHEN (1980).
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0 1 100 10.000
Teo
r d
e águ
a (
g g
-1)
Potencial mátrico (kPa)
PC Canteiro
PC Rua
PPC Canteiro
PPC Rua
52
Na figura 24 as curvas de retenção de água da camada de 0,6-0,8 m mostraram que a
ação das máquinas agrícolas não interferiu na retenção de água para os tipos de preparos do
solo realizados. O preparo profundo do solo com subsolador à 0,80 m de profundidade no PPC
não alterou a distribuição dos poros do solo, pois a camada latossólica de 0,6-0,8 m apresenta
elevado grau de desagregação caracterizado pela estrutura fraca em blocos angulares que
desfazem-se facilmente à granular.
No PC as diferenças de densidade do solo, porosidade total e macroporosidade foram
significativamente favoráveis à retenção de água nos canteiros em relação às ruas em todos os
potenciais analisados. No PPC, apesar da menor porosidade total dos canteiros, a maior
frequência de poros com diâmetros grandes, entre os potenciais de -0,1 e -5 kPa influenciou a
maior retenção de água. A partir da tensão de aproximadamente 5 kPa a curva de retenção de
água dos canteiros e ruas invertem seus comportamentos e, a rua passa a reter mais água em
baixos potenciais devido ao incremento da microporosidade, responsável pela retenção de água
em altas tensões.
Figura 24 - Curvas médias de retenção de água no solo da camada de 0,6-0,8 m dos preparos
do solo nas posições de amostragem ajustadas ao modelo de van GENUTCHEN (1980).
Na camada de 0,8-1,0 m, a interferências dos tratamentos na estrutura do solo foram
reduzidas em razão das características latossólicas do solo e todas as curvas tiveram
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 1 100 10.000
Teo
r d
e águ
a (
g g
-1)
Potencial mátrico (kPa)
PC Canteiro
PC Rua
PPC Canteiro
PPC Rua
53
comportamentos semelhantes (Figura 25). A estrutura granular do solo nesta camada, reduziu
a densidade do solo elevando a porosidade total e macroporosidade, aumentando a capacidade
de retenção de água em relação às camadas sobrejacentes.
Nas camadas de 0,4-0,6, 0,6-0,8 e 0,8-1,0 m o nível de mobilização entre as posições de
amostragem não alterou a forma das curvas em altas tensões. Nas camadas de 0,4-0,6, 0,6-0,8
e 0,8-1,0 m provavelmente o maior teor de argila foi responsável por maior retenção de água,
visto que, em baixos Ψ, a composição granulométrica e a mineralogia do solo tornam-se mais
importantes devido à superfície disponível para a adsorção de água (GUPTA & LARSON,
1979).
Figura 25 - Curvas médias de retenção de água no solo da camada de 0,8-1,0 m dos preparos
do solo nas posições de amostragem ajustadas ao modelo de van GENUTCHEN (1980).
Em geral, a comparação das curvas de retenção de água no solo mostrou que os canteiros
do PPC foram os que apresentaram melhores condições físicas do solo. A comparação das
curvas de retenção de água entre os sistemas de preparos de solo é importante, pois evidencia a
mudança na porosidade de solo. Portanto, alterações nas curvas de retenção de água devido ao
preparo devem ser analisadas cuidadosamente, uma vez que mostram modificações na condição
ideal de porosidade, o que pode interferir no bom desenvolvimento da cultura nos anos
seguintes (TOMAZ, 2013).
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0 1 100 10.000
Teo
r d
e águ
a (
g g
-1)
Potencial mátrico (kPa)
PC Canteiro
PC Rua
PPC Canteiro
PPC Rua
54
4.1.4 Capacidade de água disponível
Dentre as informações obtidas pelas curvas de retenção de água, destaca-se a capacidade
de água disponível (CAD), parâmetro que está relacionado ao crescimento radicular, reações
químicas, movimento e absorção de nutrientes e, consequente, produção das culturas
(BEUTLER et al., 2002). A CAD corresponde à diferença entre o conteúdo de água retido na
capacidade de campo (CC) de -10 kPa e no ponto de murcha permanente (PMP) de -1500 kPa.
Nas figuras 26 e 27 são apresentados os valores da CAD nos sistemas de preparo do solo e nas
posições de amostragem.
Para VEIHMEYER & HENDRICKSON (1949) a CC refere-se à quantidade de água
retida pelo solo depois que o excesso tenha drenado e a taxa de movimento descendente haja
decrescido acentuadamente. Ou seja, quando o solo se encontra na CC, os macroporos estão
livres de água e os microporos cheios. Já o PMP refere-se ao teor de água mínimo disponível
no solo para o desenvolvimento das plantas (BRIGGS & SHANTZ, 1912).
Nos canteiros, a CAD distinguiu-se entre o PPC e o PC nas camadas superficiais e
subsuperficial. Na camada de 0,0-0,2 m o maior conteúdo de água disponível no PPC deve-se
à maior retenção de água na capacidade de campo. Na camada de 0,2-0,4 m a maior
disponibilidade de água às plantas foi no PC. Este resultado está associado ao comportamento
da curva de retenção de água no solo, onde verificou-se que o preparo profundo do solo
prejudicou a retenção de água pela elevada macroporosidade. Em 0,6-0,8 m a CAD também foi
inferior nos canteiros do PPC devido a redução da porosidade total (Figura 26A).
Analisando a interação do tratamento com a profundidade, nota-se na figura 26A que a
CAD foi superior na camada de 0,2-0,4 m do PPC e na camada de 0,0-0,2 m no PC em relação
as outras camadas, ambas pelo menor conteúdo de água na CC, influenciando a CAD.
Nas ruas nota-se diferença entre o PPC e o PC somente para a camada de 0,6-0,8 m em
que o PC apresentou baixa capacidade de disponibilidade de água às plantas (Figura 26B),
corroborada pela curva de retenção de água no solo (Figura 24). A redução da CAD deveu-se a
maior densidade do solo, que proporcionou decréscimos na porosidade total, contrariando os
resultados de BEUTLER et al. (2002) os quais encontraram correlação positiva para retenção
de água e densidade do solo no sistema de cultivo de cana-de-açúcar. Nas ruas do PPC a CAD
aumentou gradualmente à medida que se aprofunda o perfil do solo, enquanto que no PC as
diferenças observadas foram heterogêneas quanto às camadas (Figura 26B).
Segundo BEUTLER et al. (2002) as propriedades hídricas, como a curva de retenção de
água, dependem do tipo de solo, histórico de uso e preparo do solo. Solos manejados por
55
diferentes preparos são alterados em profundidade e, principalmente neste caso, segundo
CARVALHO et al. (2002), a profundidade é um fator importante no estudo de dependência
espacial.
Figura 26 - Valores médios da capacidade de água disponível do solo para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um
mesmo tipo de preparo (vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para
uma mesma camada do solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 12,59%.
Nas figuras 27 A e 27B estão apresentadas as diferenças entre o canteiro e a rua do PPC
e do PC, respectivamente. No PPC nas camadas de 0,2-0,4 e 0,6-0,8 m a CAD nos canteiros foi
inferior as ruas. Este resultado demonstra a importância da preservação da estrutura do solo na
retenção de água, corroborando DEMATTÊ (1988). Com a perda da estrutura do solo,
ocasionado pela ação da enxada rotativa e subsolador a 0,4 e 0,8 m, respectivamente, há
aumento da macroporosidade do solo e, após uma chuva, os macroporos são drenados
permanecendo a água dos microporos, em menor frequência, reduzindo a CC e, por conseguinte
a CAD. KIEHL (1979) atribuí a maior capacidade dos solos argilosos em reter água à
microporosidade, responsável pela retenção de água e, à maior agregação geralmente
encontrados nesses solos.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10 0,15
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
CAD (m3 m-3)
PC
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
bB aA
aA aA
aB aA
A
bB aA
aA aA
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10 0,15
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
CAD (m3 m-3)
PC
PPC
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
abA abA
cB aA
aA aA
B
bcA bA
abA abA
CAD (m3 m-3)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
56
No PC as diferenças foram observadas nas mesmas camadas, porém a CAD foi menor
nas ruas. As diferenças são atribuídas a maior densidade do solo que refletiu em menores
valores de porosidade.
Figura 27 - Valores médios da capacidade de água disponível do solo no canteiro e na rua do
PPC (A) e do PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem
em uma mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 12,59%.
4.1.5 Porosidade no domínio dos macroporos
Outro indicador de qualidade física do solo, proposto por REYNOLDS et al. (2002), é
a porosidade no domínio dos macroporos (PDM), equivalente aos diâmetros de poros superiores
a 0,3 mm. A porosidade no domínio dos macroporos não se diferenciou nos canteiros entre os
tratamentos avaliados e as profundidades indicando que o rompimento da estrutura do solo com
enxada rotativa e subsolagem profunda não alterou os poros maiores responsáveis pela rápida
drenagem da água após um evento pluviométrico (Figura 28A).
Na figura 28 B são apresentados o volume de poros superiores a 0,3 mm nas ruas. O
PDM demonstrou-se sensível quanto ao tráfego agrícola na camada de 0,0-0,2 m, demonstrando
que o não revolvimento do solo somado as pressões de contato dos rodados do trator para
passagem do implemento reduziram a porosidade no domínio dos macroporos. Este resultado
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10 0,15
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
CAD (m3 m-3)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
a a
b a
b a
a a
A
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10 0,15
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
CAD (m3 m-3)
Canteiro
Rua
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
b a
a a
b a
a a
B
CAD (m3 m-3)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
57
reflete a deficiência da drenagem da água e reestabelecimento da aeração nesta camada de solo,
necessários ao crescimento do sistema radicular das culturas.
Não foi verificada diferença para PDM em profundidade no PC. À medida que se
aprofunda o perfil do solo no PPC, as transmissões das pressões de contato geradas pelo tráfego
agrícola são minimizadas, as características morfológicas estruturais são mais pronunciadas em
profundidade e a PDM aumenta significativamente.
Figura 28 - Valores médios da porosidade no domínio dos macroporos do solo para a posição
de amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um
mesmo tipo de preparo (vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para
uma mesma camada do solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 46,82%.
No entanto, apesar de não constatada diferença estatística, quando se compara rua e
canteiro dentro do tratamento, percebe-se que o trabalho da enxada rotativa pulverizou o solo
até a profundidade de trabalho (0,4 m) promovendo incrementos de poros superiores a 0,3 mm
(Figura 29A). Ao lado que há aumento da aeração necessária ao crescimento radicular, reduz a
capacidade de disponibilidade da água às plantas pela rápida drenagem de água por poros
grandes.
No PC também não foram observadas diferenças entre a rua e o canteiro, apesar de na
camada superficial a PDM ter também sido reduzida na rua em função do tráfego dirigido. O
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10 0,15
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
PDM (m3 m-3)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
aA aA
aA aA
aA aA
aA aA
aA aA
A
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10 0,15
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
PDM (m3 m-3)
PC
PPC
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
abA aA
aA aA
aA aA
bB aA
aA abA
B
PDM (m3 m-3)
Ca
ma
da
sd
o s
olo
(m
)
58
trânsito de máquinas sobre a área delimitada nas entrelinhas promove pressões ao solo que
levam ao agrupamento de suas partículas, reduzindo seu espaço poroso.
Figura 29 - Valores médios da macroporosidade no domínio dos macroporos do solo no
canteiro e na rua do PPC (A) e do PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente
posição de amostragem em uma mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV =
46,82%.
4.1.6 Capacidade de campo relativa
A capacidade de campo relativa (CCR), pouco utilizada na literatura científica, é um
indicador da qualidade física do solo que trata, simultaneamente, o “status” da água e a aeração
da matriz porosa quanto às condições disponibilizadas no solo para a produção microbiana de
nitrato (REYNOLDS et al., 2002). O tamanho da biomassa microbiana influencia a quantidade
de nitrogênio disponível no solo para as plantas (DUXBURY & NKAMBULE, 1994), uma vez
que os microrganismos são responsáveis pela transformação do N orgânico em íons amônio e
nitrato. Essas formas de N mineral podem, então, ser absorvidas pelas plantas.
Os valores baixos de (< 0,6) na camada de 0,2-0,4 m nos canteiros do PPC podem
ocasionar a redução da produção microbiana de nitrato, nutriente essencial para o crescimento
e produtividade das culturas agrícolas, em relação ao PC (Figura 30A). Isso deve-se a baixa
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10 0,15
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
PDM (m3 m-3)
Ca…
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
a a
a a
a a
a a
A
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10 0,15
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
PDM (m3 m-3)
Canteiro
Rua
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
a a
a a
a a
a a
B
PDM (m3 m-3)
Ca
ma
da
sd
o s
olo
(m
)
59
capacidade de água disponível às plantas (Figura 27A) aliada a elevada porosidade do solo
(Figura 15A), em particular, a macroporosidade do PPC.
Para as camadas de 0,6-0,8 e 0,8-1,0 m, o PPC e o PC apresentaram limitações para a
produção microbiana de nitrato, uma vez que a CCR é menor que 0,6. Na camada superficial,
o PPC e o PC apresentaram valor ótimo de CCR (0,6 – 0,7) segundo REYNOLDS et al (2002).
À medida que se aprofunda o perfil do solo, a CCR do PC reduz chegando a valores
limitantes, podendo levar ao comprometimento da produção de nitrato microbiano. Apesar do
maior conteúdo volumétrico de água na CC, dado pela baixa densidade das camadas
subsuperficiais, a CCR torna-se limitante, em função da elevada porosidade total ocasionada
pelo caráter latossólico do solo.
No PPC a camada de 0,4-0,6 m obteve a CCR ótima, diferenciando-se das camadas de
0,6-0,8 e 0,8-1,0 m, nas quais, provavelmente, as limitações na produção de nitrato podem
reduzir a produtividade e longevidade das soqueiras de cana-de-açúcar (TRIVELIN et al.,
2002).
Nas ruas não foram verificadas diferenças entre os preparos do solo. Contudo, o
incremento na densidade do solo ocasionado pelo tráfego agrícola beneficiou a CCR nas
camadas superficiais (0,0-0,2 e 0,2-0,4 m) e subsuperficiais (0,4-0,6 e 0,6-0,8 m) que
mantiveram-se em níveis ótimos para produção microbiana de nitrato. Somente na rua do PPC,
na camada de 0,8-1,0 m, a CCR reduziu a valores limitantes devido ao menor conteúdo de água
na CC e maior porosidade total proporcionada pela menor densidade do solo (Figura 30B).
Nas ruas do PC a camada de 0,0-0,2 m diferenciou-se das camadas de 0,4-0,6, 0,6-0,8 e
0,8-1,0 m, sendo que a camada de 0,2-0,4 m igualou-se as anteriores. No PPC somente a camada
de 0,0-0,2 m distinguiu-se da camada de 0,8-1,0 m. As demais camadas intermediaram-se entre
a primeira e a última. Todos esses resultados foram influenciados pela relação massa e volume
dos constituintes do solo.
60
Figura 30 - Valores médios da capacidade de campo relativa do solo para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um
mesmo tipo de preparo (vertical) Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para
uma mesma camada do solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 7,82%.
Comparando as ruas e os canteiros dos preparos dos solos notam-se algumas diferenças
no PPC (Figura 31A). A maior aeração na camada de 0,0-0,2 m proporcionada pelo preparo
do solo com a enxada rotativa nos canteiros reduziu a CCR, todavia, não à limites críticos. Na
camada de 0,2-0,4 m a elevada aeração proporcionada pelo volume de macroporos reduziu o
armazenamento de água em baixos potenciais (CC), levando a CCR a níveis críticos nos
canteiros. Em 0,6-0,8 m os canteiros também apresentaram condições no solo que podem
reduzir a produção microbiana de nitrato devido à insuficiência hídrica. Não foram constatadas
diferenças entre as posições de amostragem no PC. Apesar disso, nos canteiros das camadas de
0,6-0,8 e 0,8-1,0 m foram observados valores críticos de CCR.
Assim, verificou-se que o incremento da aeração do solo relativa a pulverização do solo
por implementos agrícolas, bem como a estrutura granular de camadas mais profundas com
caráter latossólico, propiciam ambiente físico adequado ao desenvolvimento de raízes, porém,
prejudica a produção microbiana de nitrato.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
CCR
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
abB abA
abA aA
abA bA
abA aA
bA bA
A
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
CCR
PC
PPC
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
bA abA
bA abA
bA bA
B
aA aA
abA abA
CCR
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
61
Figura 31 - Valores médios da capacidade de campo relativa do solo no canteiro e na rua do
PPC (A) e do PC (B). Letra minúscula compara horizontalmente posição de amostragem em
uma mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 7,82%.
4.1.7 Índice S
O solo degradado reduz a taxa de difusão do oxigênio e aumenta a resistência do solo à
penetração de raízes, o que pode limitar o crescimento das plantas mesmo que haja
disponibilidade de água na faixa de potencial considerada como água disponível (ANDRADE
& STONE, 2009). Para melhor caracterizar os efeitos do uso e manejo na degradação e na
qualidade física do solo, são necessárias avaliações de variáveis relativas à taxa de difusão do
oxigênio e à impedância mecânica sobre os sistemas radiculares (ARAÚJO et al., 2004), assim
como variáveis que integram modificações na estrutura e, consequentemente, na qualidade do
solo.
O índice S introduzido no Brasil a partir dos trabalhos de DEXTER (2004a, 2004b e
2004c) é um parâmetro para avaliação da qualidade física do solo, definido numericamente
como a declividade da curva característica de retenção da água do solo em seu ponto de inflexão
e, que representa alterações na proporção de tamanhos de poros da estrutura do solo. É um
índice quantitativo de qualidade do solo e pode servir como indicador de sua capacidade para a
produção sustentável de plantas e de animais de forma econômica e ambientalmente aceitáveis
(ARATANI et al., 2009).
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
CCR
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
b a
a a
b a
b a
a aA
A
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,50 0,55 0,60 0,65 0,70
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
CCR
Canteiro
Rua
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
a a
a a
a a
a a
B
CCR
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
62
Os valores de índice S no PPC e no PC nos canteiros e nas ruas ficaram acima de 0,035,
preconizado por DEXTER (2004a) como limite crítico para a boa qualidade do solo. ARATANI
et al. (2009) e MARCHÃO et al. (2007) em seus estudos não encontraram valores críticos para
o índice S em função dos sistemas de uso e manejo e, por isso, esse valor crítico de 0,035 foi
questionado.
Verificando a adequação do índice S no diagnóstico da qualidade física de solos de
diferentes classes texturais, ANDRADE & STONE (2009) estabeleceram limites que separam
solos com boa e pobre qualidade estrutural. Com base nos intervalos de valores de densidades
do solo, sugeridos como normais pela literatura (SEPARA et al., 2006; ASSIS & LANÇAS,
2005; SECCO et al., 2005), definiram que valores acima de 0,045 indicam solos de textura
argilosa a muito argilosa com boa qualidade física.
Assim, considerando os limites propostos por ANDRADE & STONE (2009), o valor
de S abaixo de 0,045 correspondeu a uma mudança no formato da curva de retenção de água
no solo, na camada de 0,0-0,2 m nos canteiros do PC. A inclinação da curva de retenção no PC
(figura 21) correspondeu à redução significativa do S (0,040) indicando um solo com pobre
qualidade física em função da distribuição de poros desproporcional ao que é considerada ótima
ao desenvolvimento das culturas e, a maior declividade na curva de retenção no ponto de
inflexão do PPC (S = 0,080) relevou um solo estruturado e com melhor distribuição de tamanho
de poros (Figura 32A).
Na camada de 0,2-0,4 m, os índices S dos canteiros enquadraram-se na faixa de boa
qualidade física segundo ANDRADE & STONE (2009) (Figura 32A). No entanto, o PPC e o
PC diferiram devido à redução da porosidade estrutural e ao aumento da densidade do solo no
PC. TORMENA et al. (2008) associaram a redução do índice S ao aumento da densidade do
solo, indicando a redução da sua qualidade física, associada à sua compactação.
KLEPKER & ANGHINONI (1995) afirmam que, quando a qualidade física do solo é
prejudicada pelo preparo, a distribuição e a morfologia das raízes são afetadas, com reflexos no
crescimento da parte aérea, principalmente devido às altas densidades do solo e à resistência do
solo à penetração e à baixa porosidade.
A partir da camada de 0,4-0,6 m os preparos do solo não diferiram nos canteiros pois,
apesar do preparo profundo realizado com subsolador no PPC, o solo a partir da profundidade
de 0,60 m apresenta estrutura granular e a interferência das operações agrícolas são
minimizadas. No PC as camadas de 0,6-0,8 e 0,8-1,0 m apresentam melhores índices em relação
às camadas de 0,0-0,2, 0,2-0,4 e 0,4-0,6 m. No PPC o melhor índice foi observado na camada
63
de 0,8-1,00 m, sendo que o preparo do solo com a enxada rotativa até a profundidade de 0,4 m
foi eficiente para aproximar a estrutura em blocos angulares e subangulares da granular.
Não foram observadas diferenças para o índice S nas ruas do PPC e do PC (Figura 32B).
Nota-se na camada superficial o tráfego agrícola reduziu o índice S, proporcionando condições
físicas desfavoráveis ao desenvolvimento radicular para solos argilosos, segundo ANDRADE
& STONE (2009).
Na camada de 0,2-0,4 m as ruas do PPC não preparadas e trafegadas, ainda mantiveram
o índice na faixa de qualidade física pobre. Uma única passada do equipamento para preparo
profundo do solo, acoplado ao trator foi suficiente para reduzir o valor do índice S próximo ao
valor de 0,040.
Figura 32 - Valores médios do índice S do solo para a posição de amostragem canteiro (A) e
rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um mesmo tipo de preparo
(vertical) Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para uma mesma camada do
solo para uma mesma camada do solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 21,55%.
Segundo DEXTER (2004a), a redução do índice S nas áreas cultivadas pode estar
associada à diminuição do pico da distribuição de frequência de poros, resultando em um
“achatamento” vertical da curva de retenção de água, pela redução dos poros estruturais. Isso
demonstra que a perda da qualidade física em razão do tráfego de tratores ocorreu,
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Índice S
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
bB abA
bA bA
abA aA
bB abA
aA aA
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10C
am
ad
as
do s
olo
(m
)
Índice S
PC
PPC
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
bA aA
aA abA
aA aA
B
bA aA
bA aA
A
Índice S
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
64
principalmente, pela redução da macroporosidade, concordando com os resultados observados
por ARGENTON et al. (2005).
Os efeitos negativos da ação do tráfego de máquinas e equipamentos agrícolas
ocorreram até a camada de 0,2-0,4 m. A partir da profundidade de 0,4 m, os preparos do solo
nas ruas permaneceram com boa qualidade física do solo (≥0,050). Diferenças não foram
verificadas em profundidade no PC. No PPC a camada de 0,8-1,0 m apresentou melhor índice
e diferiu das demais.
A figura 33 compara os valores médios do índice S no canteiro e na rua dentro de cada
tipo de preparo do solo. Nota-se que o tráfego agrícola no PPC reduziu a porosidade total e a
macroporosidade nas ruas nas camadas de 0,0-0,2 e 0,2-0,4 m. A redução da porosidade
estrutural nas camadas superficiais caracterizou processos de compactação e refletiram no
índice S (Figura 33A). Nos canteiros do PPC, o preparo profundo do solo beneficiou os
atributos físicos pelo aumento da porosidade estrutural, que compreende as microfendas, fendas
e macroestruturas.
Figura 33 - Valores médios do índice S do solo no canteiro e na rua do PPC (A) e do PC (B).
Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem em uma mesma camada
do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 21,55%.
O preparo do solo com grade aradora e niveladora em área total no PC homogeneizou
as camadas de 0,0-0,2 e 0,2-0,4 m e os valores do índice S foram numericamente iguais. Os
canteiros da camada de 0,6-0,8 m diferiram das ruas. Devido a estrutura morfológica do
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
Índice S
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
b a
a a
b a
a a
a aA
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0,00 0,05 0,10
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
Índice S
Canteiro
Rua
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
a a
a a
b a
a a
B
Índice S
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
65
horizonte Bw, e a variabilidade espacial da área experimental, a curva verticalizada de retenção
de água da rua foi influenciada pela maior densidade e menores porosidades, reduzindo o índice
S (Figura 33B).
Os resultados da qualidade física do solo até aqui apresentados, indicam que o preparo
das ruas pelos discos da grade aradora e niveladora no PC não melhorou a qualidade física do
solo. Logo após a passagem dos rodados dos implementos agrícolas há rearranjamento da
estrutura do solo promovendo aumentos da densidade, redução da porosidade e redistribuição
de poros os quais refletem na curva de retenção de água do solo e, por conseguinte, no índice
S. Assim, pode-se sugerir que o preparo do solo no PC deveria também ser feito em faixas,
assim como no PPC.
4.2 Atributos Mecânicos do Solo
4.2.1 Resistência do solo à penetração (RP)
O preparo profundo do solo eliminou os impedimentos físicos à penetração das raízes
nos canteiros, os quais foram desestruturados a 0,4 m pela enxada rotativa composta de 16 facas
e a 0,8 m com subsolador. Nota-se na figura 34A que até a profundidade de 0,6 m os canteiros
do PPC não possuem restrições ao crescimento radicular, com RP máxima equivalente a 1,80
MPa. TOMAZ (2013) também observou resistência do solo à penetração não impeditiva (1,70
MPa) ao desenvolvimento radicular em preparo profundo do solo na cultura da cana-de-açúcar
em Nitossolo Vermelho Eutrófico.
Em contrapartida, o PC não apresentou impedimentos físicos à penetração das raízes até
0,2 m aproximadamente, cuja profundidade corresponde ao preparo do solo com grade aradora
e niveladora. A partir desta camada houve acúmulo das pressões de contato exercidas pelos
rodados da grade aradora e niveladora, além do trator utilizado para execução das operações
agrícolas, caracterizando o pé de grade.
O comportamento das curvas de resistência do solo à penetração do PPC e do PC nas
ruas foram semelhantes (Figura 34B). O efeito do tráfego de máquinas e implementos agrícolas
resultou em maior densidade do solo sob o rodado, ocasionando maior compactação a partir da
profundidade de 0,1 m na área de produção, que apresentaram condições desfavoráveis ao
desenvolvimento radicular. Como o tráfego ocorre somente nas entrelinhas com espaçamento
de 1,5 m, ocorre maior compactação nessa área, facilitando a tração das máquinas e obviamente
66
menores quantidades de raízes são esperadas nesse local. Vários trabalhos mostraram efeitos
do tráfego de máquinas nas linhas de cana (VASCONCELOS, 2002; FARONI, 2004).
O aumento do grau de compactação nas áreas com cana-de-açúcar foi associado ao
tráfego de máquinas agrícolas nas atividades de cultivo por SILVA & CABEDA (2006a).
Segundo os autores o uso da grade pesada nas operações de preparo do solo também contribuiu
para o aumento do grau de compactação do solo em profundidade.
Figura 34 - Valores médios da resistência do solo à penetração do solo para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B).
4.2.2 Resistência do solo à penetração da camada
Avaliando a resistência do solo à penetração por camada de solo, verifica-se que nos
canteiros, o PPC manteve a RP inferior em relação ao PC em todas as camadas (Figura 35A).
No PC o preparo realizado rompeu a estrutura do solo, reduzindo a densidade e a resistência,
apenas na camada superficial. Nas camadas 0,2-0,4 e 0,4-0,6 m o PC apresentou valores críticos
(>2,0 MPa) (TAYLOR et al., 1966) à penetração das raízes de cana-de-açúcar, pois a aplicação
de cargas sobre o solo após o seu afrouxamento pelo preparo com grades para o cultivo
aumentou a compactação do solo.
A pressão externa sobre o solo imposta por veículos e implementos agrícolas nas
atividades de cultivo tem sido enfatizada na literatura como a principal causa da compactação
(SOANE et al., 1981; MARSILI et al.,1998). Como pode-se observar nas ruas de tráfego
agrícola, o PPC e o PC não diferenciaram-se nas camadas de 0,0-0,2 e 0,2-0,4 m, sendo que na
camada de 0,4-0,6 m, provavelmente as variações físicas ocorreram em função da variabilidade
Resistência à penetração (MPa)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
PC
PPC B
Ug = 0,30 g g-1
Ug = 0,31 g g-1
Ug = 0,31 g g-1
A
Resistência à penetração (MPa)
0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0
Ca
ma
das
do
so
lo (
m)
0.0
0.1
0.2
0.3
0.4
0.5
0.6
PC
PPC
Ug = 0.26 g g-1
Ug = 0.28 g g-1
Ug = 0.30 g g-1
Ug = 0.29 g g-1
Ug = 0.31 g g-1
Ug = 0.31 g g-1
A
Resistência do solo à penetração (MPa)
67
da área experimental. No entanto, ambos permaneceram com condições inadequadas à
penetração das raízes de cana-de-açúcar (Figura 34B). Espera-se, portanto, menor
desenvolvimento radicular nas ruas do PPC e do PC, visto que o trânsito agrícola está
depauperando a estrutura do solo.
Figura 35 - Valores médios da resistência do solo à penetração das camadas do solo para a
posição de amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam tipos de preparo
do solo para uma mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 16,60 %.
Comparando o mesmo sistema de preparo profundo com sistema convencional, em
cultivo de batata, MITSUIKI (2006) observou que próximo à superfície do solo (0,0-0,2 m) a
resistência do solo à penetração foi a mesma para todos os preparos do solo. Em maiores
profundidades o autor observou menor resistência do solo à penetração no preparo profundo
em relação ao preparo convencional.
Torna-se evidente a alteração da qualidade física, com possível impacto no crescimento
de raízes nos canteiros do PPC em todas as camadas avaliadas. Os mecanismos da enxada
rotativa aliados ao subsolador profundo romperam a estrutura do solo e diminuíram os
impedimentos físicos ao desenvolvimento da cultura por reduzir a densidade do solo, aumentar
a porosidade total e macroporosidade e, por conseguinte, minimizar a RP (Figura 36A).
No PC, foi observada diferença entre o canteiro e a rua apenas na camada de 0,0-0,2 m,
o que pode ser explicado pelo preparo superficial do solo com grade aradora e niveladora, os
quais reduziram os impedimentos físicos à penetração das raízes nos canteiros, que por sua vez
não foram trafegados. O contrário se deu nas ruas que, apesar de preparadas, receberam tráfego
Camadas do solo (m)
0,0 - 0,2 0,2 - 0,4 0,4 - 0,6
Res
istê
nci
a à
Pen
etra
ção
(M
Pa
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
a
aa
b
b
b
A
Camadas do solo (m)
0,0 - 0,2 0,2 - 0,4 0,4 - 0,6
Res
istê
nci
a à
Pen
etra
ção
(M
Pa
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
PC
PPC
a
aa
a
a
b
B
68
de máquinas e implementos agrícolas, elevando a resistência do solo à penetração. À medida
que se aprofunda o perfil do solo, não foram mais verificadas diferenças entre canteiros e ruas
no PC (Figura 36B).
Figura 36 - Valores médios da resistência do solo à penetração das camadas do solo no canteiro
e rua para PPC (A) e PC (B). Letras maiúsculas comparam posição de amostragem em uma
mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV =16,60%.
4.2.3 Pressão de preconsolidação
Na figura 37 estão apresentados os valores médios de p (kPa) de corpos-de-prova
coletados nos canteiros e nas ruas submetidos ao potencial mátrico de -10 kPa, correspondente
à 0,26 kg kg-1, aproximadamente. Entre as camadas, nos canteiros, não foram observadas
diferenças para os valores médios de p no PPC e no PC (Figura 37A).
Também nos canteiros, quando se compara o efeito dos dois sistemas de preparo do
solo, verifica-se que na camada de 0,0-0,2 m o PPC proporcionou melhor condicionamento à
estrutura do solo, com reduções do valor médio de p em relação ao PC (Figura 37A). Os
elevados valores de p nos canteiros do PC revelam o impacto negativo da aplicação de cargas
sobre o solo após o seu afrouxamento pelo preparo para cultivo, conforme já observado nos
dados de resistência do solo à penetração. Por outro lado, fica evidente que o preparo profundo
do solo homogeneíza a p na faixa do canteiro, alterando a estrutura do solo e eliminando sua
história de tensão.
Nas camadas de 0,2-0,4 e 0,4-0,6 m, apesar de não constatada diferença entre os
Camadas do solo (m)
0,0 - 0,2 0,2 - 0,4 0,4 - 0,6
Res
istê
nci
a à
Pen
etra
ção
(M
Pa
)
0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
B
A
BB
A
A
A
Camadas do solo (m)
0,0 - 0,2 0,2 - 0,4 0,4 - 0,6
Res
istê
nci
a à
Pen
etra
ção
(M
Pa
)0.0
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
Rua
Canteiro
B
A
A AA
A
B
69
canteiros, observa-se que no PC ainda há influência da pressão externa sobre o solo imposta
por veículos e implementos agrícolas nas atividades de preparo total da área para plantio, que
tem sido enfatizada na literatura como a principal causa da compactação (SOANE et al., 1981;
MARSILI et al.,1998). A partir da camada de 0,6-0,8 m os canteiros do PC e do PPC
apresentam p próximas, pois os efeitos do tráfego agrícola são minimizados e as características
morfológicas estruturais passam a ser mais relevantes.
O tráfego limitado às entrelinhas da cultura da cana-de-açúcar contribuiu para a
diminuição do espaço poroso entre os agregados, ocorrendo um rearranjamento destes na matriz
do solo por meio da redistribuição de poros, resultando numa massa coesa na matriz do solo
observada pelo aumento da densidade do solo (Figura 13) e redução da porosidade total (Figura
15). Considerando que a compactação do solo pode ter ocasionado mudanças nos formatos dos
poros, SILVA & CABEDA (2006b) observaram em áreas cultivadas com cana-de-açúcar
presença de poros alongados, paralelos à superfície do solo, resultado de processos de
compressão do solo por máquinas agrícolas nas atividades de cultivo.
Figura 37 - Valores médios da pressão de preconsolidação (p) do solo para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam camadas do solo para um
mesmo tipo de preparo (vertical). Letras maiúsculas comparam tipos de preparo do solo para
uma mesma camada do solo (horizontal) pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 49,81%.
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0 50 100 150 200
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
p (kPa)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
aA aA
aA aA
aA aA
A
aB aA
aA aA
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0 50 100 150 200
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
p (kPa)
PC
PPC
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
bA aA
bB aA
bA aA
B
aA aA
abB aA
p (kPa)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
70
Foram verificadas diferenças entre as ruas do PPC e do PC nas camadas de 0,2-0,4 e
0,6-0,8 m (Figura 37A). A aplicação de pressões sobre o solo pelo preparo no sistema
convencional promoveu compactação abaixo da camada mobilizada. A compactação da camada
de 0,2-0,4 m possivelmente está relacionada à área de contato pneu-solo e à pressão interna dos
pneus do trator e dos implementos (grade aradora e niveladora) os quais realizaram o preparo
do solo. E a maior p da camada de 0,6-0,8 m pode estar relacionada as variabilidades
morfológicas e espaciais da área de estudo.
Na rua, não foram verificadas diferenças em profundidade no PC. No PPC a aplicação
de pressões pelos rodados do trator e do canteirizador com haste profunda elevou a capacidade
de suporte de carga do solo na camada de 0,0-0,2 m que diferenciou-se das camadas de 0,4-0,6,
0,6-0,8 e 0,8-1,0 m. A camada de 0,2-0,4 m foi igual às anteriores, pois as pressões dos rodados
agrícolas não atingiram integralmente esta camada de solo (Figura 37B).
A Figura 38 apresenta as p dos canteiros e das ruas dentro de cada tratamento. No PPC
nota-se que as altas pressões aplicadas nas ruas, alteraram os atributos físicos, anteriormente já
discutidos. Isso resultou em maior grau de compactação, o que pode levar à redução do
crescimento radicular e da produtividade da cultura da cana-de-açúcar. A maior compactação
superficial (0,0-0,2 m) da rua no PPC está relacionada à área de contato e pressão interna dos
pneus agrícolas, enquanto que nos canteiros a história de tensão foi removida pela pulverização
do solo superficial com enxada rotativa e subsuperficial com subsolador (Figura 38A).
Abaixo da camada de 0,0-0,2 m não foram observadas diferenças. A operação de
subsolagem profunda nos canteiros manteve a p em valores próximos à da superfície
pulverizada com a enxada rotativa. Nas ruas, o pé de grade evidenciado pela resistência do solo
à penetração na figura 34B, exerceu o efeito “buffer”, atuando como uma barreira à transmissão
das pressões aplicadas ao solo. Além disso, a partir da profundidade de 0,6 m o solo apresenta
o horizonte Bw no qual a estrutura granular não apresenta a coerência do horizonte nitossólico
(Anexo 1).
No PC foi verificado que nas ruas as camadas de 0,2-0,4 e 0,6-0,8 m possuem p maior
em relação aos canteiros (Figura 38B). A pressão exercida na superfície do solo pelo tráfego de
máquinas nas ruas do PC alterou os atributos físicos do solo na camada de 0,2-0,4 m, pelo
aumento da densidade do solo e redução da porosidade total, sobretudo a macroporosidade
(Figuras 14B, 16B e 18B) refletindo na p.
71
Figura 38 - Valores médios da pressão de preconsolidação (p) do solo no canteiro e na rua do
PPC (A) e do PC (B). Letras minúsculas comparam horizontalmente posição de amostragem
em uma mesma camada do solo pelo teste de Tukey (p<0,05). CV = 49,81%.
Nas figuras 39, 40, 41, 42 e 43, os modelos da capacidade de suporte de carga do solo
(CSCS) para cada camada obtidos para a área não mobilizada, composta por vegetação de
bambu e os respectivos valores de p obtidos para os canteiros e as ruas do PPC e do PC
corroboram a discussão até aqui apresentada. Observa-se uma alteração gradativa do
comportamento mecânico do solo (redução do adensamento) entre as camadas avaliadas, bem
como nos canteiros em relação às ruas.
Em todas as camadas avaliadas verifica-se baixa capacidade de suporte de carga do solo
para NM, tida como uma área controle em função da inexistência de tráfego agrícola. À medida
que se incrementa o conteúdo de água, reduz-se a p pois, a água atua como lubrificante entre
as partículas, permitindo o seu deslocamento. Esse deslocamento é favorecido à medida que há
incremento da umidade do solo o qual resulta na redução do número de contatos entre as
partículas, diminuindo as forças de ligação entre elas e, que por sua vez, reduz a capacidade de
suporte de carga.
Diversos trabalhos mostram que a capacidade de suporte de carga relaciona-se
negativamente com a umidade do solo (KONDO & DIAS JUNIOR, 1999; SILVA et al., 2006;
PACHECO & CANTAICE, 2011). Para LIMA et al. (2006) a umidade do solo é um fator
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0 50 100 150 200
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
p (kPa)
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
b a
a a
a a
a a
a a
A
0,00
0,20
0,40
0,60
0,80
1,00
0 50 100 150 200
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
p (kPa)
Canteiro
Rua
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
a a
b a
a a
b a
a a
B
p (kPa)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
72
amplamente reconhecido como determinante do processo de compressão e da magnitude da
deformação em cada tipo de solo.
Sendo assim, como observa-se na figura 39, os valores de p dos canteiros e das ruas
do PC e ruas do PPC para a camada de 0,0-0,2 m estão fora do intervalo de confiança (95%) do
modelo da NM, indicando maior junção das partículas do solo. Os dados da relação de massa e
volume do solo, bem como os de retenção de água, corroboram estes resultados, que estão
associados aos efeitos das pressões de contato aplicadas ao solo pelo preparo convencional em
área total no PC, e as cargas aplicadas nas ruas do PC pela passagem do trator e implemento
para preparo profundo do solo.
As atividades agrícolas devem ser realizadas com o solo no estado de friabilidade, que
corresponde à faixa de umidade entre os limites de contração e plasticidade. Neste estado, o
solo está úmido, demonstrando as condições ideais de preparo do solo sendo, portanto, a faixa
de friabilidade definida como a faixa de trabalhabilidade do solo.
Considerando os limites de consistência do solo da tabela 3, pode-se afirmar que a
umidade correspondente à capacidade de campo (-10 kPa), na qual foram realizados os ensaios
de compressão uniaxial dos preparos do solo, não é adequada ao tráfego agrícola na camada de
0,0-0,20 m, pois a p em -10 kPa encontra-se acima do limite de plasticidade.
O valor de p obtido para o canteiro do PPC está dentro do intervalo de confiança
indicando condicionamento e melhoria na estrutura do solo. Esse comportamento pode ser
atribuído à eliminação da história de tensão do solo durante o seu preparo. O aspecto mitigador
do preparo profundo do solo nos canteiros é observado pela redução nos valores de p,
denotando alívio das tensões do solo, e corroborados pela redução dos valores da densidade do
solo e resistência do solo à penetração, aumentos da porosidade total e macroporosidade e maior
índice S.
SOUZA et al. (2012), ao avaliar o sistema de manejo de cana-de-açúcar com e sem
controle de tráfego em Latossolo Vermelho, verificaram maior capacidade de suporte de carga
do solo até a profundidade de 0,3 m nas ruas de tráfego agrícola. Na linha de plantio, como não
ocorre o tráfego de pneus do conjunto trator-transbordo sobre ou próximo à soqueira, SOUZA
et al. (2012) observaram menores danos ao volume total de poros e, por conseguinte, à estrutura
do solo.
73
Figura 39 - Modelo de capacidade de suporte de carga do solo (σp = 10 (a+bU)), ajustado para
a camada de 0,0-0,2 m da área não mobilizada (NM) e valores de p obtidos para o PPC e o
PC nos canteiros e nas ruas.
No modelo da área NM nota-se aumento da capacidade de suporte de carga do solo para
a camada de 0,2-0,4 m, associada ao aumento da densidade do solo devido à abundância do
sistema radicular (Figura 40). Nota-se que os valores de p do PC e do PPC aproximam-se do
modelo tido como ideal à estrutura do solo.
O único tratamento com valor de p acima do intervalo de confiança do modelo de
suporte de carga da área NM na camada 0,2-0,4 m foi a rua do PC (Figura 40), refletindo a
condição da qualidade física já apresentada pelos outros parâmetros estudados. O
rearranjamento das partículas na matriz do solo resultou num maior grau de compactação do
solo, corroborado pela elevada resistência do solo à penetração nesse ponto, possivelmente
como resultado das pressões externas exercidas nas atividades de cultivo. Esse empacotamento
mais denso das partículas pode resultar numa maior capacidade de suporte de carga dos solos
o maior contato entre as partículas do solo proporciona uma maior resistência às pressões
externas.
Os canteiros do PC e os canteiros e as ruas do PPC mantiveram-se dentro do intervalo
de confiança de NM, ressaltando melhor qualidade física quando o solo é preparado e não
Teor de água (g g-1
)
0.16 0.18 0.20 0.22 0.24 0.26 0.28 0.30 0.32
p (
kP
a)
0
50
100
150
200 p = 10 (3.25 - 6.59*U)
R² = 0.71
Intervalo de Confiança (95%)
PC Rua
PC Canteiro
PPC Rua
PPC Canteiro
74
trafegado. Por outro lado, a capacidade de suporte de carga do solo das ruas do PPC é menor e,
provavelmente, as próximas operações agrícolas para tratos culturais e colheita irão conferir
menor resistência às pressões externas, podendo ocasionar deformações plásticas e não
recuperáveis, principalmente em elevados conteúdos de água, o que resultará na degradação da
estrutura do solo.
Figura 40 - Modelo de capacidade de suporte de carga do solo (σp = 10 (a+bU)), ajustado para
a camada de 0,2-0,4 m da área não mobilizada (NM) e valores de p obtidos para o PPC e o
PC nos canteiros e nas ruas.
Na camada de 0,4-0,6 m, as pressões de preconsolidação do PC inverteram-se quanto
às posições, e o PPC seguiu o mesmo comportamento da camada de 0,2-0,4 m (Figura 41). A
aplicação de forças dinâmicas por implementos nos canteiros do PC produziu tensões na zona
de contato solo-implemento que se propagaram em profundidade. Quando a força dinâmica
excede a resistência interna do solo, a compactação adicional ocorre com mudanças nos
atributos do solo atingindo camadas mais profundas (HORN et al., 1995).
Teor de água (g g-1
)
0.16 0.18 0.20 0.22 0.24 0.26 0.28
p (
kP
a)
0
100
200
300
400p = 10 (3.61 - 6.69*U)
R² = 0.79
Intervalo de Confiança (95%)
PC Rua
PC Canteiro
PPC Rua
PPC Canteiro
75
Figura 41 - Modelo de capacidade de suporte de carga do solo (σp = 10 (a+bU)), ajustado para
a camada de 0,4-0,6 m da área não mobilizada (NM) e valores de p obtidos para o PPC e o
PC nos canteiros e nas ruas.
À medida que se aprofunda o perfil do solo, à ação do tráfego deixa de se manifestar
pelo efeito “buffer” ocasionado pelas camadas superficiais compactadas (pé de grade). Além
disso, a variabilidade da área experimental aliada à estrutura morfológica granular do solo,
levou aos resultados obtidos na figura 42 para a camada de 0,6-0,8 m. A redução do volume de
vazios do solo decorrente do aumento da densidade nas ruas do PC aumentou a capacidade
máxima do solo em suportar carga.
SOUZA et al. (2012) observaram maior capacidade de suporte de carga do solo na linha
do rodado e ressaltam que deve-se observar até que ponto o solo pode suportar pressões sem
prejuízo à sua estrutura e, principalmente, ao desenvolvimento das plantas.
Teor de água (g g-1
)
0.18 0.20 0.22 0.24 0.26 0.28 0.30
p (
kP
a)
0
50
100
150
200
250p = 10 (3.35 - 5.76*U)
R² = 0.82
Intervalo de Confiança (95%)
PC Rua
PC Canteiro
PPC Rua
PPC Canteiro
76
Figura 42 - Modelo de capacidade de suporte de carga do solo (σp = 10 (a+bU)), ajustado para
a camada de 0,6-0,8 m da área não mobilizada (NM) e valores dep obtidos para o PPC e o
PC nos canteiros e nas ruas.
Na camada de 0,8-1,0 m a capacidade de suporte de carga do solo para os tipos de
preparo pode ser considerada baixa, sob altos conteúdos de água, os quais encontram-se entre
os limites de plasticidade e liquidez do solo (Tabela 3). A redução da pressão de
preconsolidação com o incremento do conteúdo de água pode ser atribuído à estrutura
pedológica do solo, onde o tipo, a classe e o grau da estrutura influenciaram tal resultado (Figura
43). O aumento do teor de água no solo reduz a resistência interna das partículas, uma vez que
forma uma camada líquida que envolve partículas e agregados do solo, o que reduz o atrito e
facilita a deformação (SOUZA et al., 2012).
Teor de água (g g-1
)
0.16 0.18 0.20 0.22 0.24 0.26 0.28 0.30 0.32
p (
kP
a)
0
100
200
300
400
500p = 10 (3.87 - 7.63*U)
R² = 0.96
Intervalo de Confiança (95%)
PC Rua
PC Canteiro
PPC Rua
PPC Canteiro
77
Figura 43 - Modelo de capacidade de suporte de carga do solo (σp = 10 (a+bU)), ajustado para
a camada de 0,8-1,0 m da área não mobilizada (NM) e valores de p obtidos para o PPC e o
PC nos canteiros e nas ruas.
Tabela 3 - Valores médios dos Limite de Liquidez (LL) e Limite de Plasticidade (LP) para as
camadas do Nitossolo Vermelho Eutrófico latossólico, na área do ensaio em Piracicaba, SP.
Limites de
consistência (g g-1)
Camadas do solo (m)
0,0-0,2 0,2-0,4 0,4-0,6 0,6-0,8 0,8-1,0
LL 0,28 0,39 0,38 0,40 0,37
LP 0,19 0,19 0,20 0,21 0,20
Segundo HORN et al. (1995) e ALAKUKKU et al. (2003) a compactação é causada
pela carga estática aplicada sobre o solo e forças dinâmicas resultado das vibrações e forças
dinâmicas existentes do trator e implemento, patinagem dos rodados, mudanças de direção
bruscas e alterações na aceleração e na frenagem. A compactação de forma não recuperável
ocorre quando a pressão de contato dos rodados ultrapassa a capacidade de suporte de carga do
solo. Assim, deve-se dimensionar adequadamente as máquinas bem como os rodados agrícolas
a serem utilizados no preparo dos solos para que o carregamento mecânico seja minimizado
evitando a compactação adicional. BRAUNBECK & OLIVEIRA (2006), afirmam que
Teor de água (g g-1
)
0.16 0.18 0.20 0.22 0.24 0.26 0.28 0.30
p (
kP
a)
0
100
200
300
400
500p = 10 (4.65 - 12.21*U)
R² = 0.86
Intervalo de Confiança (95%)
PC Rua
PC Canteiro
PPC Rua
PPC Canteiro
78
monitorar a compactação do solo é de fundamental importância na manutenção da longevidade
dos canaviais, o que significa controlar os níveis de pressão aplicados pelos maquinários ou
definir estratégias de prevenção da compactação baseadas na predição dos impactos das
operações sobre a estrutura do solo, visando o gerenciamento de máquinas agrícolas e
auxiliando na tomada de decisões em torno do momento adequado à realização das operações
mecanizadas (SEVERIANO et al., 2010).
Dessa forma, é de suma importância também a quantificação das pressões de contato
aplicadas no solo e conhecimento da capacidade de suporte de carga do solo para melhorar o
gerenciamento das máquinas e estabelecer estratégias de prevenção da compactação do solo.
Os resultados obtidos no presente estudo demonstraram a importância de caracterizar a
capacidade de suporte de carga do solo e a necessidade de mensurar as pressões aplicadas nos
ambientes de produção agrícola. Além disso, a importância do uso de tráfego agrícola em áreas
submetidas ao preparo profundo canteirizado não é questionável, visto que operações
executadas sem o uso de GPS podem trafegar a região dos canteiros, ocasionando compactação
adicional e irreversível, podendo comprometer o desenvolvimento do sistema radicular e
brotação das soqueiras.
4.3 Avaliação Visual da Estrutura do Solo
Diversos estudos, ao comparar sistemas de uso e manejo utilizam como referência a
mata nativa, para identificar as alterações causadas nos atributos físicos em cada sistema
(ARGENTON et al., 2005; BEUTLER et al., 2001). Devido à ausência de vegetação nativa sob
Nitossolo Vermelho Eutrófico latossólico, próximo ao local do experimento, utilizou-se como
referência uma área sem interferência de máquinas e implementos agrícolas, composta por
vegetação de bambu. Na figura 44, está apresentada a média ponderada dos escores dos
tratamentos avaliados (PPC e PC), em relação à área não mobilizada (NM), segundo a ficha de
avaliação visual (BALL et al., 2007).
Verificou-se mudança gradual e contínua da estrutura do solo conforme o nível de
mobilização. Foram observadas diferenças na espessura das camadas, na forma e no tamanho
dos agregados, que resultaram na seguinte ordem decrescente do escore da análise visual (Ev):
NM < PPC canteiro < PC rua < PC canteiro < PPC rua, indicando uma deterioração da qualidade
da estrutura do solo nessa sequência.
79
Na área com vegetação de bambu (NM) foi observado o melhor escore (1,2) que diferiu
dos tratamentos avaliados. O denso sistema radicular da vegetação de bambu, somado ao aporte
de serapilheira acumulada sobre o Nitossolo, possivelmente contribuiu para o aumento da
matéria orgânica do solo e da atividade biológica, responsáveis pela união de partículas
minerais, que resultaram em uma estrutura estável com agregados grumosos, diferenciando-os
dos tratamentos com cultivo da cana-de-açúcar.
Resultados semelhantes ao do presente estudo foram encontrados por GIAROLA et al.
(2009), GIAROLA et al. (2010) e EURICH et al. (2014), com escores entre 1 e 2 para áreas
sem interferência antrópica (mata nativa), considerados como de boa estruturação conforme
BALL et al. (2007), mostrando que o não revolvimento do solo acarreta o favorecimento da
qualidade estrutural dos solos.
Apesar de se verificar que a ausência das atividades agrícolas melhora a qualidade
estrutural do solo, observa-se na figura 44 que o preparo profundo do solo aproximou o escore
do canteiro do PPC (2,10) ao escore da NM (1,20). Em campo, a melhoria da qualidade
estrutural nos canteiros do PPC, proporcionada pelo preparo do solo com a enxada rotativa a
0,4 m de profundidade foi notada pela facilidade de escavação e extração do bloco de solo
quando comparada as ruas do PPC e do PC e aos canteiros do PC.
Também foi observada maior porosidade nos canteiros do PPC, com agregados menores
que 0,6 m e com elevada friabilidade, situados principalmente na camada 1. Raízes entre
agregados pequenos e arredondados, facilmente quebrados com os dedos também contribuíram
para a pontuação obtida. No entanto, o boxplot do canteiro do PPC denota grande variabilidade
do escore do tratamento. Isso ocorreu pois em algumas amostras, a camada 2 apresentou
agregados porosos e redondos entre 0,2 e 0,7 m e presença abundante de sistema radicular
ramificado com uma mistura de agregados de 0,1 m com porosidade interna e raízes achatadas
e com crescimento horizontalizado.
Em seguida, o PC rua e o PC canteiro apresentaram escores de 2,24 e 2,36,
respectivamente. A proximidade da pontuação obtida entre as posições de amostragem do PC
está relacionada ao tipo de preparo do solo com grade aradora e niveladora, o qual
homogeneizou a área total. Por ocasião da extração dos blocos no campo, também verificou-se
dificuldade para introdução da pá para extração do bloco de solo, caracterizando uma camada
compactada.
Os escores entre 2 e 3 para o PC estão relacionados à presença de agregados médios que
desfazem-se em pequenos, presença abundante de sistema radicular entre agregados e elevada
atividade biológica. Em contrapartida, também foram encontrados agregados subangulares de
80
maior tamanho e com resistência à sua ruptura, poucas raízes, sendo elas achatadas e agrupadas.
BUSS (2015) avaliando a qualidade estrutural por meio da metodologia proposta por BALL et
al. (2007) em diferentes sistemas de manejo observou escore de 2,23 em sistema de preparo
convencional do solo, valor próximo ao encontrado no presente estudo.
O maior escore (2,58) verificado na rua do PPC está relacionado ao somatório do não
revolvimento do solo nesta posição de amostragem, ao tráfego agrícola direcionado à faixa de
1,5 m e ao próprio adensamento natural do Nitossolo. Desta forma, foram observados agregados
de 0,2 a 0,1 m, angulosos, com pouco porosidade e poucas raízes, sendo elas pouco ramificadas
e achatadas. Por outro lado, também foram verificadas raízes com muitas ramificações e alguns
agregados porosos, os quais levaram ao escore não maior que 3.
Todos os tratamentos avaliados apresentaram escore entre 1 e 3. Segundo BALL et al.
(2007), os sistemas que apresentam escores neste intervalo possuem condições aceitáveis de
manejo e qualidade estrutural do solo indicando que, neste estudo, apesar das diferenças
observadas, os preparos do solo (profundo canteirizado e convencional) não apresentaram
danos à estrutura do solo de forma a prejudicar o desenvolvimento da cultura da cana-de-açúcar.
Figura 44 - Boxplot das médias dos escores da análise visual da estrutura do solo para cada
tratamento.
Em todos os pontos amostrados, no mínimo duas camadas de solo com diferenças
estruturais foram facilmente identificadas. As diferenças entre as camadas deveram-se,
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
1 2 3 4 5
Ev
PPC Canteiro PPC Rua PC Canteiro PC Rua NM
81
principalmente ao tipo de preparo e manejo do solo. BUSS (2015) também dividiu os blocos
em fatias e atribuiu as diferenças estruturais entre as camadas ao tráfego de maquinário durante
o plantio.
Ao avaliar separadamente as camadas, pode-se observar a diferença na qualidade
estrutural do solo, sendo que a camada 1 de todos os tratamentos apresenta melhor qualidade
estrutural em relação à camada 2. Conforme a carta de avaliação visual (BALL et al., 2007), a
camada 1 e camada 2 do canteiro do PPC apresentaram Ev de 1,1 e 2,5, respectivamente (Figura
45A). Os mecanismos ativos da enxada rotativa foram mais eficientes para desestruturação do
solo na camada 1 (média de 0,0-0,6 m), apresentando-se essa pulverizada, com elevada
porosidade, composta por agregados pequenos que desfazem-se facilmente entre os dedos
devido à presença abundante de raízes finas e ramificadas. Na camada 2 (média de 0,6-0,25 m),
a qualidade estrutural foi classificada como intacta a firme. A presença de alguns agregados
maiores, angulosos, sendo necessário o uso da palma da mão para sua ruptura, e a presença de
algumas raízes achatadas com crescimento horizontalizado levaram a tal resultado.
Nas ruas do PPC, a camada 1 (média de 0,0-0,8 m) e camada 2 (média de 0,8-0,25 m)
apresentaram escore de 1,25 e 3,2, respectivamente (Figura 45B). O não revolvimento do solo
foi importante para a manutenção da qualidade estrutural do solo na superfície pois,
provavelmente não proporcionou aeração para oxidação da matéria orgânica e os agregados
permaneceram pequenos e estáveis. Na camada subjacente a qualidade estrutural do solo foi
classificada entre firme e compacta. As pressões impostas pelos rodados do trator e do
implemento para o preparo profundo do solo compactaram os agregados e necessitou-se e
esforço considerável para ruptura. Foram observados agregados angulosos com poucas raízes,
sendo estas pouco ramificadas e algumas achatadas.
Nas figuras 45C e figura 45D encontram-se os resultados para o PC canteiro e o PC rua,
respectivamente. Ambos apresentaram médias de escores iguais, revelando o tipo de preparo
do solo. A camada 1 com escore de 1,2 (0,0-0,5 m canteiro e 0,0-0,7 m rua) e camada 2 com
escore de 2,7 (0,5-0,25 m canteiro e 0,07-0,25 m rua). Em preparo convencional do solo, BUSS
(2015) encontrou escore de 1,46 na camada de 0,0-0,1 m e escore 3,0 de 0,1-0,2 m e atribuiu o
observado ao tráfego de máquinas e revolvimento do solo.
A diferença de profundidade das camadas do canteiro e da rua podem estar relacionadas
a pequenas diferenças de relevo, oscilações na velocidade de operação do trator, ou mesmo por
uma diferença estrutural. Após a passagem dos rodados do trator há reorganização estrutural do
solo pela aproximação das partículas do solo. Desta forma, há aumento da tração dos
implementos agrícolas melhorando o preparo do solo em profundidade.
82
Segundo BALL et al. (2007), a mudança na qualidade estrutural com a profundidade é
uma avaliação importante, por sinalizar a probabilidade de ocorrência de camadas adensadas
ou compactadas. Uma condição de Ev entre os valores de 3-4 se refere a condições que podem
restringir o desenvolvimento do sistema radicular, indicando uma estrutura mais fechada com
baixa quantidade de poros que podem apresentar fissuras.
Na figura 45E a área não mobilizada também foi separada em 2 camadas, sendo a
primeira de 0,0-0,5 m com escore de 1,1 e a segunda de 0,5-0,25 m com escore de 1,3. A
pequena diferença de qualidade estrutural entre as camadas da NM revela que a ausência de
estresse mecânico manteve a homogeneidade estrutural do Nitossolo Vermelho.
Figura 45 - Boxplot das médias dos escores da análise visual da estrutura do solo de cada
camada para cada tratamento. (A) - PPC canteiro. (B) - PPC rua. (C) – PC canteiro. (D) – PC
rua. (E) – NM.
A figura 46 apresenta a variabilidade entre e dentro dos blocos amostrados em cada
tratamento e posição de amostragem. Nota-se que a medida que se aumenta a intensidade de
mobilização do solo, maior é a variabilidade encontrada.
Os canteiros do PPC foram preparados de forma não homogênea, o que se observa pela
elevada variabilidade entre os blocos B1, B2 e B3 e, principalmente, dentro dos blocos B1 e B3
(Figura 46A). Nas ruas do PPC também foi verificada variabilidade entre os blocos (Figura
46B). Essas variações ocorreram provavelmente devido ao porte do equipamento utilizado para
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2
Ev
Camada 1 Camada 2
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2
Títu
lo d
o E
ixo
Camada 1 Camada 2
B1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2
Títu
lo d
o E
ixo
Camada 1 Camada 2
C
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2
Ev
Camada 1 Camada 2
D1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2
Títu
lo d
o E
ixo
Camada 1 Camada 2
E
A
83
preparo profundo do solo, velocidade de operação desuniforme e pequenas ondulações no
terreno, os quais interferiram na força para desestruturação do solo pelos mecanismos ativos da
enxada rotativa e subsolador profundo nos canteiros e, diferentes pressões dos rodados impostas
por diferentes forças de tração nas ruas.
Não foram observadas diferenças entre os blocos do PC canteiro (Figura 46C) e do PC
rua (Figura 46D). A baixa variabilidade observada nos pontos de amostragem da NM mostra a
uniformidade de estruturação do solo em ambientes sem interferência de máquinas agrícolas.
GIAROLA et al. (2009) e GIAROLA et al. (2010) também encontraram baixa variabilidade em
Latossolo sob floresta.
Portanto, a intensificação do uso da terra, com a transformação de ambientes naturais
em ambientes para a atividade agropecuária tende a depauperar a estrutura do solo ao longo do
tempo, tornando-os pouco favoráveis ao desenvolvimento de culturas se não forem tomados
cuidados para a manutenção da qualidade física, química e biológica do solo (CATEN et al.,
2012). Dessa forma, o conhecimento detalhado da qualidade estrutural do solo é de grande
valia, por ser indicativo da adequação do manejo.
Figura 46 - Boxplot das médias dos escores da análise visual da estrutura do solo de cada
bloco (B1, B2 e B3) dentro de cada tratamento. (A) - PPC canteiro. (B) - PPC rua. (C) – PC
canteiro. (D) – PC rua. (E) – NM.
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2 3
Ev
B1 B2 B3
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2 3
Títu
lo d
o E
ixo
B1 B2 B3
B1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2 3
Títu
lo d
o E
ixo
B1 B2 B3
C
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2 3
Ev
B1 B2 B3
D1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
1 2 3
Títu
lo d
o E
ixo
B1 B2 B3
E
A
84
4.4 Avaliação do Sistema Radicular
Devido à elevada variabilidade dos parâmetros radiculares, os dados foram
transformados pela equação logarítmica (y = log (x + 10)), a mesma utilizada por CINTRA et
al. (2006). Foi aplicado um teste de “outlier” nos dados transformados, seguindo as sugestões
de LIBARDI et al. (1986). Foram eliminados no máximo três valores não compreendidos dentro
dos limites inferior e superior.
4.4.1 Coeficiente de variação
O efeito da transformação matemática das variáveis estudadas sobre a estabilização das
variâncias pode ser verificado pela relação entre os valores de CV dos dados naturais, (x), e
transformados, log (x+10), bem como sua distribuição em torno da linha 1:1 (Anexo 2). Com a
transformação dos dados, o CV reduziu em 80% para massa seca de raízes, 109% para
comprimento radicular, 156% para área radicular, 157% para o volume de raízes e 159% para
a densidade radicular. Essa redução dos valores do CV ocorre por que a transformação
logarítmica aproxima os valores ao comportamento da distribuição normal dos dados,
estabilizando a variância dos mesmos. Desta forma, possíveis diferenças estatísticas tendem a
aparecer.
Os coeficientes de variação dos dados seguiram a ordem: massa seca radicular
<comprimento < densidade radicular < área radicular < volume radicular. A magnitude do CV
dos parâmetros radiculares está relacionada ao acúmulo de suas variâncias individuais, visto
que, por exemplo, a área e volume radiculares são parâmetros bidimensionais e tridimensionais,
respectivamente.
Com a transformação logarítmica, somente a densidade radicular enquadrou-se na
classe de baixa variabilidade (CV < 12 %), conforme classificação do coeficiente de variação
para atributos do solo proposta por WARRICK & NIELSEN (1980). Os demais parâmetros
radiculares enquadram-se na classe de média variabilidade (12 % < CV < 52 %).
Em geral, a transformação logarítmica dos dados aumentou em 67 % a sensibilidade da
análise estatística das diferenças de médias por teste de hipóteses, ratificada pelas
probabilidades de significância (valor p, Anexo 4). No entanto, nem sempre foram observadas
melhorias que levaram à significância das diferenças entre as médias testadas. Assim, as
situações em que o valor p foi > 0,15, mesmo com a transformação logarítmica dos dados,
85
possivelmente estão associadas à pequena população amostral, composta por nove repetições,
as quais podem não ter sido suficientes para evidenciar as diferenças entre as médias dos
tratamentos experimentais.
4.4.2 Massa seca radicular
Para massa seca radicular observa-se na figura 47A diferença significativa para as
camadas de 0,0-0,2, 0,2-0,4 e 0,6-0,8 em que os canteiros do PPC possuem maior massa seca
de raízes em relação ao PC. Na rua de tráfego agrícola verifica-se maior massa de raízes também
no PPC (Figura 47B), sendo que as diferenças foram detectadas em todas as camadas.
Figura 47 - Valores médios da massa seca radicular da cana-de-açúcar para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letras minúsculas comparam tipos de preparo do solo para
uma mesma camada do solo (p<0,15).
Avaliando o efeito da posição de amostragem dentro do tratamento verificou-se
0 150 300 450 600
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Massa seca radicular (kg ha-1)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
PC PPC
ab
aa
ba
aa
ba
0 150 300 450 600
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Massa seca radicular (kg ha-1)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
PC PPC
ab
ba
ba
ba
ba
A
B
86
diferença somente na camada de 0,2-0,4 m no PPC em que os canteiros apresentaram maior
massa seca de raízes quando comparadas as ruas (Figura 48A). No PC, maior massa seca
radicular pode ser vista nos canteiros em todas as camadas avaliadas (Figura 48B).
Figura 48 - Valores médios da massa seca radicular da cana-de-açúcar no canteiro e rua para
PPC (A) e PC (B). Letras minúsculas comparam posição de amostragem em uma mesma
camada do solo (p<0,15).
4.4.3 Comprimento radicular
O aumento em massa seca foi proporcionalmente acompanhado pelo aumento em
comprimento. Em todas as profundidades estudadas o canteiro do PPC obteve comprimento de
raízes superior em relação ao PC. Foram observadas diferenças para as camadas de 0,2-0,4, 0,4-
0,6 e 0,8-1,0 m (Figura 49A). Na camada de 0,0-0,2 m a transformação logarítmica dos dados
piorou a probabilidade do teste de médias, distanciando da significância de <0,15 (Tabela 20).
Com a análise de ‘outliers” o número de repetições foi reduzido e a população existente para a
0 150 300 450 600
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Massa seca radicular (kg ha-1)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Canteiro Rua
ba
aa
aa
a
a
a
a
A
0 150 300 450 600
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Massa seca radicular (kg ha-1)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Canteiro Rua
ab
ab
a
b
a
b
ab
B
87
comparação de médias não foi suficiente para detectar possíveis diferenças. Na camada de 0,6-
0,8 m o p melhorou, mas ainda não foi possível observar diferenças entre os canteiros do PPC
e do PC.
Na rua de tráfego agrícola, maiores comprimentos de raízes nos canteiros do PPC em
ralação aos canteiros do PC nas camadas de 0,0-0,2, 0,4-0,6, 0,6-0,8 e 0,8-1,0 m (Figura 49B).
No entanto, a camada de 0,2-0,4 m foi significativa a 15%, aproximando-se do nível de
significância considerado no estudo.
Figura 49 - Valores médios do comprimento radicular da cana-de-açúcar para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letra minúscula compara tipos de preparo do solo para uma
mesma camada do solo (p<0,15).
Na figura 50A foram observados maiores comprimentos radiculares nos canteiros do
PPC, porém, diferença estatística encontrou-se somente na camada de 0,2-0,4 m. A
transformação dos dados não melhorou a probabilidade do teste de hipóteses e o coeficiente de
variação do comprimento radicular do PPC. Portanto, não permitiu a detecção de diferenças
0 150 300 450 600 750 900
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Comprimento radicular (mm)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
PC PPC
ab
ba
aa
ba
A
aa
0 150 300 450 600 750 900
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Comprimento radicular (mm)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
PC PPC
aa
ba
ba
ba
ba
B
Ca
ma
da
sd
o s
olo
(m
)
88
significativas em todas as camadas. No PC foram verificadas diferenças estatísticas entre o
canteiro e a rua nas camadas de 0,4-0,6 e 0,6-0,8 m. Os canteiros também apresentaram maiores
comprimentos radiculares quando comparados às ruas (Figura 50B).
Figura 50 - Valores médios do comprimento radicular da cana-de-açúcar no canteiro e rua para
PPC (A) e PC (B). Letra minúscula compara posição de amostragem em uma mesma camada
do solo (p<0,15).
4.4.4 Área superficial radicular
A área superficial das raízes determinada pelo programa SAFIRA® corresponde à
média da área de todas as fibras que o software identificou. É determinada inicialmente a área
de cada fibra individual, a partir das faixas de diâmetro obtidas numa mesma fibra (TOMAZ,
2013). Nos canteiros, foram obtidas diferenças entre os tratamentos de preparo do solo nas
camadas 0,2-0,4 e 0,6-0,8 (Figura 51A). Foi verificada maior área radicular no PPC até a
0 150 300 450 600 750 900
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Comprimento radicular (mm)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Canteiro Rua
b
a
aa
aa
aa A
a
a
0 150 300 450 600 750 900
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Comprimento radicular (mm)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Canteiro Rua
aa
a
b
ab
aa
B
aaC
am
ad
as
do
so
lo (
m)
89
camada 0,4-0,6 m. Na camada de 0,6-0,8 m verificou-se comportamento inverso e a maior área
radicular foi observada no PC.
Na camada de 0,0-0,2 m a transformação dos dados melhorou o CV, porém, este
permaneceu na classe de média variabilidade e piorou a probabilidade do teste de hipóteses. Na
camada de 0,4-0,6 o p melhorou mas não foi suficiente para indicar diferenças estatísticas,
enquanto que na camada de 0,8-1,0 m o canteiro do PPC apresentou maior área de raízes a 15%
de probabilidade (Tabela 21 – Anexo 2). Na figura 51B estão apresentados os dados para a rua,
onde verificou-se que somente para a camada de 0,0-0,2 m o PPC e o PC foram iguais. O PPC
apresentou aumento da área de raízes nas ruas a partir da camada de 0,2-0,4 m.
Figura 51 - Valores médios da área radicular da cana-de-açúcar para a posição de amostragem
canteiro (A) e rua (B). Letra minúscula compara tipos de preparo do solo para uma mesma
camada do solo (p<0,15).
A distribuição da área das raízes nas camadas analisadas seguiu o mesmo padrão
encontrado no parâmetro comprimento de raízes, onde maior área foi observada nos canteiros
0 200 400 600 800
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Área radicular (mm²)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
PC PPC
ab
aa
ab
aa
aa
0 200 400 600 800
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Área radicular (mm²)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
PC PPC
ab
ba
ba
ba
aa
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
A
B
90
da camada de 0,2-0,4 m no PPC (Figura 52A). É nítida a diferença numérica entre canteiro e
rua da camada de 0,0-0,2 m, no entanto, possivelmente a diferença não pôde ser observada em
razão da variabilidade de dados encontrados nos canteiros do PPC (25%), mesmo após a
transformação logarítmica.
No PC a superioridade em área radicular foi verificada no local em que não há tráfego
agrícola (canteiros) sendo que as diferenças ocorreram nas camadas de 0,0-0,2, 0,4-0,6 e 0,6-
0,8 m (Figura 52B).
Figura 52 - Valores médios da área radicular da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC (A)
e PC (B). Letra minúscula compara posição de amostragem em uma mesma camada do solo
(p<0,15).
4.4.5 Volume radicular
Para os dados referentes ao volume radicular, observa-se na figura 53A comportamento
heterogêneo nos canteiros do PPC e do PC. Enquanto na camada de 0,2-0,4 e 0,8-1,0 m os
0 200 400 600 800
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Área radicular (mm²)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
Canteiro Rua
a a
ab
ab
aa
B
a
a
ab
0 200 400 600 800
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Área radicular (mm²)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
ba
aa
a
a
aa
a
a
a
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
A
91
canteiros do PPC apresentaram maior volume radicular, na camada de 0,6-0,8 m, canteiros do
PC foram superiores para o volume. O mesmo ocorreu para área radicular na camada de 0,6-
0,8 m. Na camada de 0,0-0,2 m não ocorreu diferença devido ao acúmulo da variabilidade de
três medidas para cálculo do volume radicular. O CV de 205% nos canteiros do PPC, reduziu
à 48%, porém, ainda é considera uma variabilidade média, interferindo do teste de diferença de
médias. Nas ruas de tráfego agrícola, maiores volumes radiculares foram encontrados no PPC,
sendo que a camada de 0,6-0,8 m diferiu do PC (Figura 53B).
Figura 53 - Valores médios do volume radicular da cana-de-açúcar para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letra minúscula compara tipos de preparo do solo para uma
mesma camada do solo (p<0,15).
Analisando o efeito da posição de amostragem dentro do tratamento, observa-se na
figura 54A maior volume de raízes nos canteiros na camada de 0,0-0,2 m no PPC. Para o
preparo do solo convencional (PC) o volume de raízes obteve comportamento heterogêneo ao
longo do perfil do solo em relação às posições de amostragem (Figura 54B). Nas camadas de
0 20 40 60 80 100 120 140
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Volume radicular (mm³)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
PC PPC
ab
aa
ab
ba
A
aa
0 20 40 60 80 100 120 140
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Volume radicular (mm³)
Cam
ad
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do s
olo
(m
)
PC PPC
aa
aa
ba
aa
B
aa
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
92
0,0-0,2 e 0,4-0,6 m os canteiros apresentam volume radicular superior, enquanto que na camada
de 0,8-1,0 m as ruas possuem maior volume de raízes em relação aos canteiros.
Figura 54 - Valores médios do volume radicular da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC
(A) e PC (B). Letra minúscula compara posição de amostragem em uma mesma camada do solo
(p<0,15).
4.4.6 Densidade radicular
Os parâmetros radiculares até aqui apresentados corroboram os resultados da densidade
radicular. Observa-se na figura 55A aumento da densidade radicular nos canteiros do PPC em
todas as camadas de solo, com exceção da camada de 0,4-0,6 m. Resultado esse diretamente
relacionado aos dados obtidos da massa seca radicular, os quais expressam os benefícios do
preparo profundo do solo ao crescimento radicular em relação ao PC.
0 20 40 60 80 100 120 140
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Volume radicular (mm³)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Canteiro Rua
aa
aa
aa
aa
A
a
b
0 20 40 60 80 100 120 140
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Volume radicular (mm³)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
Canteiro Rua
aa
a
b
a
a
ba B
a
b
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
93
Na figura 55B estão apresentados os valores de densidade radicular para as ruas de
tráfego agrícola em que o PPC também apresentou maior densidade de raízes nas ruas em
relação ao PC em todas as camadas.
Figura 55 - Valores médios da densidade radicular da cana-de-açúcar para a posição de
amostragem canteiro (A) e rua (B). Letra minúscula compara tipos de preparo do solo para uma
mesma camada do solo (p<0,15).
Avaliando o efeito da posição de amostragem dentro de cada tratamento, nota-se na
figura 56A que não houve interação significativa entre o canteiro e a rua na camada superficial
(0,0-0,20 m) e subsuperficial (0,8-1,0 m) no PPC. Nas camadas de 0,2-0,4 e 0,4-0,6 m os
canteiros apresentam maior densidade radicular em razão das maiores massas secas encontradas
nessas camadas. Na camada de 0,6-0,8 m as ruas do PPC foram as que apresentaram maior
densidade radicular, devido ao maior volume radicular nos canteiros do PPC (Figura 54A).
No PC foi observada diminuição da densidade do sistema radicular na rua de tráfego
agrícola nas camadas em todas as camadas (Figura 56B).
20,0 20,4 20,8 21,2 21,6
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Densidade radicular (kg m-3)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
PC PPC
ab
aa
ba
ba
ba
A
20 20,4 20,8 21,2 21,6
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Densidade radicular (kg m-3)
Cam
ad
as
do s
olo
(m
)
PC PPC
ab
ab
ba
ba
B
ba
94
Figura 56 - Valores médios da densidade radicular da cana-de-açúcar no canteiro e rua para
PPC (A) e PC (B). Letra minúscula compara posição de amostragem em uma mesma camada
do solo (p<0,15).
As informações dos parâmetros radiculares permitem afirmar que a boa relação das
condições físicas do solo no PPC, observadas por menores densidades e maiores porosidades
total e macroporosidade, proporcionaram melhor desenvolvimento do sistema radicular. Esse
resultado reflete justamente o tipo de preparo do solo que cada tratamento recebeu. O preparo
profundo do solo para implantação da cultura da cana-de-açúcar beneficiou de forma
significativa os parâmetros radiculares na região de plantio (canteiros), onde ocorreu o manejo
da adubação e desestruturação física do solo.
Na faixa de 0,9 m no PPC a mobilização do solo ocorreu de maneira localizada e
combinada utilizando implemento que realizou, simultaneamente, aplicação localizada e
incorporação de corretivo, enleiramento da palha e quebra dos torrões a 0,4 m e subsolagem
profunda a 0,8 m de profundidade. Desta forma, a mobilização intensa do solo na região dos
canteiros até a profundidade de 0,8 m elevou a porosidade o qual refletiu nos baixos valores de
20,0 20,4 20,8 21,2 21,6
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Densidade radicular (kg m-3)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
Canteiro Rua
b
a
ba
ab
aa
A
aa
20 20,4 20,8 21,2 21,6
0,0 - 0,2
0,2 - 0,4
0,4 - 0,6
0,6 - 0,8
0,8 - 1,0
Densidade radicular (kg m-3)
Ca
ma
da
s d
o s
olo
(m
)
Canteiro Rua
a
b
ab
aa
a
b
a
b
B
95
densidade do solo e resistência do solo à penetração quando se considera valores acima de 2,0
MPa como limitantes ao desenvolvimento da cana-de-açúcar (TAYLOR et al., 1966). Isto é
importante por promover incrementos na aeração, o que está ligado à absorção de nutrientes,
devido ao processo respiratório da planta (FRANCO & INFORZATO, 1946). Além disso, a
maior disponibilidade de nutrientes a partir da profundidade de 0,2 m levaram ao melhor
desenvolvimento de raízes e sua capacidade de explorar o solo em camadas mais profundas nos
canteiros do PPC.
Nas ruas de tráfego agrícola, como pode-se esperar, a pressão imposta ao solo pelos
rodados das máquinas e implementos para preparo do solo no PC aumentou a resistência do
solo à penetração (Figura 34B) e pressão de preconsolidação (Figura 37B), o que indicou uma
pré-compactação no sistema de manejo convencional do solo, interferindo na massa seca de
raízes (Figura 47A), no comprimento radicular (Figura 49A), (Figura 51A) na área e volume
radiculares (Figura 53A).
O período de estiagem ocorrido entre 2013 e 2014, correspondente ao período de
desenvolvimento do sistema radicular da cana-de-açúcar até sua amostragem em agosto de 2014
(Figura 2), não interferiu no crescimento de raízes em profundidade no que diz respeito a massa
seca e comprimento radiculares tanto nos canteiros quanto nas ruas de tráfego agrícola do PPC,
onde as condições físico-hídricas e mecânicas do solo foram, na maioria das vezes, melhores.
No contraste da posição de amostragem, a menor massa seca de raízes nos canteiros do
PPC nas camadas de 0,0-0,2 e 0,8-1,0 m devem-se aos maiores comprimentos radiculares nas
ruas para as classes de diâmetros <0,50 mm (Tabela 4) e 0,51-1,0 mm (Tabela 16),
respectivamente. No PC, o preparo do solo em área total, seguido da passagem dos rodados das
máquinas e implementos agrícolas em duas operações, alterou o balanço dos constituintes
massa/volume do solo, elevando a resistência do solo à penetração nas ruas de tráfego agrícola.
Desta forma, menores quantidades de raízes foram encontradas, possivelmente devido a menor
taxa de elongação celular em razão da diminuição na taxa de divisão celular do meristema em
zonas compactadas.
encontraram melhor distribuição do sistema radicular e maior concentração de raízes
em Latossolo Vermelho não trafegado em relação aos solos compactados por trator foi
observado por BEUTLER & CENTURION (2004). Segundo BORGES et al. (1988), as raízes
das plantas desenvolvem-se melhor em pontos de menor resistência do solo à penetração, razão
pela qual ocorrem modificações na morfologia da raiz, como a redução no comprimento
radicular quando estas encontram impedimento mecânico. BERGAMIN et al. (2010) também
notaram que a compactação do solo influenciou negativamente o comprimento radicular.
96
Os resultados da área e volume radicular, em geral, seguem os resultados do
comprimento radicular e os maiores valores desses parâmetros foram observados nos canteiros
do PPC. No entanto, verificou-se nas figuras 51A e 53A aumento da área e volume radicular,
respectivamente, no PC na camada de 0,6-0,8 m. Essa diferença ocorreu devido ao maior
comprimento de raízes com diâmetros de 1,01-2,00 e 2,01-3,00 mm (Tabela 13, Anexo 3) nos
canteiros do PC em relação ao PPC.
Este resultado provavelmente está associado aos valores limitantes de resistência do
solo à penetração (>2,0 MPa), principalmente a partir da profundidade de aproximadamente
0,15 m, aos quais as raízes apresentaram dificuldades em penetrar nas camadas mais profundas.
Com a diminuição do espaço poroso do solo, principalmente de poros estruturais ou
interagregados, ocorre não somente a redução da quantidade de oxigênio, mas também a
disponibilidade de água às raízes. Desta forma, para superar essas adversidades do ambiente
edáfico, há modificações morfológicas e anatômicas das raízes, através de seu espessamento,
numa tentativa de buscar os recursos físico-hídricos e nutricionais em outras porções do solo,
que as manterão vivas (GUIMARÃES & MOREIRA, 2001). Para CARDUCCI (2013),
modificações morfológicas do sistema radicular têm sido estudadas como um potencial de
adaptação das plantas ao ambiente com impedimentos físicos.
Segundo MERTEN & MIELNICZUK (1991) e SILVA et al. (2000b) quando esta
situação ocorre, as raízes promovem maior desenvolvimento radicular na camada superior
menos compactada, como forma de compensar a redução do desenvolvimento radicular na
camada de solo compactada. No entanto, o aumento da resistência do solo à penetração numa
determinada camada a ponto de impedir a passagem da raiz principal leva à expansão de raízes
laterais com diâmetros menores, que se proliferam e formam um sistema radicular muito denso
e raso, que no campo dificilmente sobrevive a condições de seca CAMARGO & ALLEONI
(1997).
Para SILVA & CABEDA (2005), a elevada resistência do solo à penetração aliada aos
períodos de veranicos induzem a planta ao estresse hídrico. Esses períodos associados à maior
densidade do solo, menor disponibilidade de água e aumento do atrito e coesão entre as
partículas do solo podem reduzir o desenvolvimento das raízes e até causar a morte,
particularmente das raízes absorventes.
Em geral, as raízes desenvolveram-se melhor nos canteiros, principalmente no PPC
pois, além do preparo profundo do solo, essa região não é trafegada, preservando assim as
propriedades do solo, favorecendo o crescimento do sistema radicular e desenvolvimento das
culturas (BRAUNACK & MCGARRY, 2006; VERMEULEN & MOSQUERA, 2009). O
97
aumento do volume radicular nos canteiros do PPC na camada de 0,0-0,2 m em relação as ruas
(Figura 54A) deve-se ao maior comprimento de raízes com diâmetros de 1,01-3,00 mm (Tabela
4).
De acordo com TOMAZ (2013), os parâmetros mais utilizados na avaliação da
eficiência na absorção de nutrientes das plantas são a massa seca, a área superficial, o
comprimento e o raio médio do sistema radicular. Embora cada parâmetro citado apresente
limitações e vantagens quanto ao seu uso, a área superficial e o comprimento de raízes são
preferidos e mais utilizados para a expressão das taxas de absorção de água e de nutrientes,
além de refletir os efeitos bióticos e abióticos do meio.
Os resultados da densidade radicular estão diretamente relacionados aos dados de massa
seca e volume radiculares. Portanto, maiores densidades radiculares foram observadas em todas
as camadas dos canteiros e das ruas do PPC, em relação ao PC, com exceção da camada de 0,4-
0,6 m. Este resultado também está relacionado ao tipo de preparo do solo que cada tratamento
recebeu, como já discutido. SOUZA et al. (2012) também estudando o sistema radicular da
cana-de-açúcar, associaram a menor densidade radicular na linha de rodado às limitações físicas
do solo causadas pelo tráfego de máquinas.
Para BRAUNACK et al. (2006) e COLLARES et al. (2008) a maior compactação do
solo resulta em menor densidade radicular e reduz o volume de solo utilizado, o que pode causar
perda de produtividade das culturas. FARONI & TRIVELIN (2006) observaram redução de
91% na concentração do sistema radicular na linha do rodado, na camada de 0,0-0,2 m. Estes
resultados são corroborados com os obtidos no presente estudo.
Para os preparos do solo, percebe-se maior concentração de raízes na superfície do solo,
que diminuem gradativamente em profundidade. Para LAMPURLANÉS et al. (2001) uma
maior concentração de raízes na superfície favorece uma absorção maior da água após irrigação
ou precipitação, minimizando a evaporação. Segundo os autores, a alta densidade de raízes nas
camadas superficiais é uma característica favorável à absorção de água, após irrigações ou
chuvas.
Em geral, o PPC proporcionou melhor expressão do sistema radicular da cana-de-açúcar
pelo maior contato raiz-solo, enquanto que no PC as raízes encontraram camadas impeditivas
ao seu desenvolvimento, buscando estratégias alternativas para a maior exploração do solo e
aquisição dos recursos edáficos.
98
4.4.7 Análise por classe de diâmetro
Foi realizada a análise dos parâmetros radiculares (comprimento, área e volume) por
classe de diâmetros radicular. As escalas de diâmetro foram definidas de acordo com os valores
apresentados pelo Safira®, uma vez que a ponderação não seria viável, sendo elas: <0,50; 0,51-
1,00; 1,01-2,00; 2,01-3,00 e >3,00 mm. As tabelas com os resultados obtidos são apresentadas
no Anexo 3.
Não foram verificadas interações entre as variáveis estudadas que pudessem gerar
discussões significantes. Em geral, observou-se maior comprimento de raízes nos canteiros do
PPC para diâmetros < 0,50 mm até 3,00 mm. À medida que se aprofunda o perfil do solo
diâmetros superiores a 2,00 mm são raramente encontrados. Isto indica que as raízes são finas,
o que facilita a eficiência da planta em buscar água e nutrientes. Geralmente as raízes em cana-
planta são mais eficientes em absorver água e nutrientes, por serem mais novas e estarem
concentradas na camada que recebe correção e preparo do solo (ANDRADE, 2011).
Não houve presença de raízes com diâmetro superior a 2,01 a partir da profundidade de
0,2 m, indicando que as raízes relativamente finas foram encontradas em camadas mais
profundas do perfil do solo, capazes, portanto, de absorver nutrientes em profundidade.
Estudando o sistema radicular da cana-de-açúcar COSTA (2005) encontrou diâmetros
de 0,59 a 0,73 mm em Nitossolo Vermelho. Na classe de diâmetro para raízes de cana-de-
açúcar encontrada por BALL-COELHO et al. (1992) variou entre 0,05 e 1,1 mm. Porém, o
diâmetro médio de raízes encontrado pelos mesmos autores foi menor (0,20 a 0,26 mm).
O estudo do sistema radicular da cana-de-açúcar é importante em vista à melhoria das
condições ao desenvolvimento da cultura, o que acarretará em maior produtividade
(BARBOSA, 2015). No entanto, a quantificação do crescimento do sistema radicular em
campo, é um desafio em função de fatores como: a arquitetura geométrica complexa do sistema
radicular, as diferentes atividades fisiológicas em raízes de diferentes idades, a diversidade de
tipos e diâmetros das raízes, o rápido crescimento e decomposição de raízes finas, os processos
microbiológicos que ocorrem na interface solo-raiz e a variabilidade do ambiente edáfico no
qual as raízes se desenvolvem (LUXMOORE & STOLZY, 1987; FANTE JUNIOR, 1999).
4.4.8 Contagem das raízes
A distribuição longitudinal e em profundidade das raízes de cana-de-açúcar a partir da
99
contagem das raízes em cada quadrante é apresentada na forma gráfica nas figuras 57 e 58 para
os tratamentos PPC e PC, respectivamente, e corroboram os resultados até aqui apresentados.
Há maior concentração de raízes abaixo da linha de plantio e na camada superficial (0,0-
0,2 m) dos tratamentos. FARIAS et al. (2008) também encontraram maior percentagem de
raízes de cana-de-açúcar na camada superficial do solo. FARONI (2004) encontrou 74% das
raízes nos 0,2 m superficiais do solo, valor este superior ao encontrado no PPC e no PC do
presente estudo. Para INFORZATO & ALVAREZ (1957), o maior adensamento de raízes
ocorre nos primeiros 0,3 m, com um percentual de 59%. BALL-COELHO et al. (1992)
observaram que 63% da matéria seca de raízes se situam nos primeiros 0,5 m de profundidade
e que entre 38% e 48% das raízes ativas estão nos primeiros 0,3 m superficiais.
Na camada superficial (0,0-0,2 m) observa-se 39,35% e 42,82% do número de raízes
visíveis para o PPC e o PC, respectivamente. Como houve aumento na compactação do solo
nos canteiros e nas ruas do PC, a partir da profundidade de 0,1 m (Figura 34), a superfície
menos compactada apresentou crescimento radicular mais intenso. MAPFUMO et al. (1998)
observaram que, com o aumento da compactação em subsuperfície, a porcentagem total de
biomassa radicular aumentou na camada superficial não compactada em solos de textura média
e argilosa. DE MARIA et al. (1999) também constataram que o sistema radicular foi reduzido
entre 0,1-0,2 m, quando a densidade e a resistência do solo foram elevadas nessa camada por
causa do método de preparo do solo.
À medida que se aprofunda o perfil do solo são observadas maiores percentagens de
raízes em todas as camadas do solo do PPC, os quais podem favorecer a absorção de água em
épocas de déficit hídrico, permitindo a absorção de nitrogênio que tenha sido deslocado para
camadas mais profundas.
Esses dados refletem justamente no tipo de preparo do solo que cada tratamento recebeu.
O PPC foi trabalhado até uma profundidade de 0,8 m do solo na faixa de 0,9 m, e suas raízes
puderam se desenvolver mais e explorar camadas mais profundas. No tratamento com preparo
convencional, por causa da camada compactada do solo, denominada de “pé de grade”, suas
raízes concentraram-se na camada superficial e foram impedidas de descer e chegar em maior
quantidade a outras camadas, corroborando os resultados obtidos dos parâmetros radiculares
(item 4.4.1).
O tratamento que proporcionou maior crescimento lateral e em profundidade foi o PPC,
com maior quantidade de raízes nos canteiros, entre as duas linhas de cana-de-açúcar espaçadas
a 0,9 m, local correspondente aos menores valores de resistência do solo à penetração e melhor
qualidade física. A mobilização profunda do solo, até 0,8 m de profundidade, proporcionou
100
condições físicas adequadas, por romper a estrutura do solo e camadas de impedimento ao
desenvolvimento radicular quando comparado ao PC, no qual o revolvimento foi realizado até
0,2 a 0,3 m. Portanto, mais uma vez a importância de fazer um bom preparo do solo,
principalmente em áreas onde se tem déficit de água que as raízes em maior quantidade podem
explorar melhor as necessidades da cultura (TOMAZ, 2013).
Todos os dados aqui apresentados tornam evidentes que a melhoria da qualidade física
do solo, proporcionada pelo preparo profundo do solo, aliado ao tráfego agrícola em faixas,
permitem um melhor desenvolvimento do sistema radicular da cana-de-açúcar no PPC, pois
estas crescem e distribuem-se ao longo do perfil em relação ao preparo convencional do solo.
Figura 57 - Média da distribuição longitudinal e em profundidade das raízes da cana-de-açúcar
(nº de raízes) no PPC.
Figura 58 - Média da distribuição longitudinal e em profundidade das raízes da cana-de-açúcar
(nº de raízes) no PC.
0-10
11-20
21-30
31-40
41-50
51>
0,90 m 1,5 m
0-0,20
0,20-0,40
0,40-0,60
0,60-0,80
1,5 m
0,80-1,00
Cam
adas
(m)
39,35%
21,28%
13,81%
12,54%
13,02%
0-10
11-20
21-30
31-40
41-50
51>
1,5 m 0,90 m 1,5 m
Cam
adas
(m)
0-0,20
0,20-0,40
0,40-0,60
0,60-0,80
0,80-1,00
42,82%
20,54%
13,55%
11,78%
11,31%
101
4.5 Biometria e Produtividade
Não houve diferença significativa para a média do número de colmos observados em
dois metros lineares no final do primeiro ciclo (cana-planta) que correspondeu a 12 e 11
colmos no PPC e PC, respectivamente (Figura 59A). TOMAZ (2013) encontrou 11 a 13
perfilhos por metro linear em sistema de preparo profundo do solo após os 90 dias após o
plantio. O autor afirma que após esse período há estabilização do perfilhamento até o momento
da colheita e já se pode estimar a produtividade.
A superioridade na quantidade de colmos do primeiro ciclo no PPC pode ser atribuída
ao fato de que o preparo profundo do solo melhora a qualidade física do solo, dada pela redução
da densidade, aumento porosidade total e macroporosidade, principalmente em superfície, pois
a enxada rotativa desagrega as partículas do solo reduzindo a resistência do solo à penetração
das raízes. Por outro lado, a degradação dos atributos físicos do solo no PC prejudicou o
desenvolvimento das raízes de cana-de-açúcar e, consequentemente não conseguiram explorar
suficientemente água e nutrientes, reduzindo assim o número de colmos final. MARASCA
(2014) estudando aspectos físicos e radiculares da cana-de-açúcar também reportou aumento
no número de perfilhos em preparo profundo do solo em relação ao preparo convencional.
A qualidade física do solo, associada ao crescimento radicular da cana-de-açúcar
também respondeu diretamente na altura dos colmos da planta. Enquanto que no PPC essa
resposta foi positiva com altura média dos colmos de 1,85 m, no PC os colmos alongaram-se
em média somente 1,68 m, respondendo negativamente às condições físico-hídricas e
mecânicas impostas ao solo (Figura 59B). Assim sendo, no PPC a planta de cana-de-açúcar
estava exposta ao ambiente edáfico mais favorável em termos de qualidade física e
disponibilidade de nutrientes (Tabela 2), e provavelmente não necessitou utilizar sua energia
metabólica para manutenção da biomassa do sistema radicular, e a direcionou para
manutenção da parte aérea.
No sistema de preparo convencional, a perda da qualidade física do solo ocasionada,
principalmente, pelo trânsito de máquinas e implementos agrícolas para preparo do solo,
ocasionou a compactação do solo, reduzindo o crescimento radicular em profundidade nas
ruas e nos canteiros do PC. Sendo assim, a planta deve ter utilizado sua energia para o
crescimento radicular na superfície, o que pode ter acarretado em menores sítios de adsorção
de água e nutrientes, os quais em condições climáticas adversas não devem ter suprido
adequadamente as necessidades das plantas, reduzindo a altura dos colmos (VASCONCELOS
& CASAGRANDE, 2010).
102
Na figura 59C observa-se comportamento inverso para o diâmetro dos colmos, em que
no PC os diâmetros dos colmos foram maiores em relação ao PPC. Possivelmente, no período
de déficit hídrico (Figura 2) a falta de raízes profundas e finas no PC dificultou a absorção de
água e nutrientes pela planta e esta não desenvolveu-se em altura, somente em diâmetro.
Segundo DILLEWIJN (1952) quanto maior o diâmetro, menor o perfilhamento das touceiras
e menor a produtividade.
Como pode ser observado na figura 59D, a melhor qualidade física do solo, aliada ao
melhor desenvolvimento do sistema radicular da cana-de-açúcar no PPC, rendeu cerca de 19
t ha-1 de cana-de-açúcar a mais em relação ao PC. A produtividade média do PPC foi superior
à média para o estado de São Paulo (78,2 t ha-1) para o ano de referência (CONAB, 2014).
No PC, a redução do sistema radicular, aliado ao período de déficit hídrico do período
de ocorrência, reduziu a produtividade de maneira acentuada a produtividade da cultura para
valores abaixo da média estimada para a região. Sendo assim, o PPC mostrou-se mais
produtivo que o PC devido à maior área mobilizada em profundidade o qual propiciou melhor
desenvolvimento do sistema radicular e, por conseguinte, absorção de água e nutrientes para
suprir os perfilhos.
Figura 59 - Dados biométricos e de produtividade da cana-planta.
10
11
12
13
PPC PC
Nº
de
colm
os
(m-1
)
a
a
1,5
1,6
1,7
1,8
1,9
PPC PC
Alt
ura
dos
colm
os
(m)
B
a
b
50
60
70
80
90
PPC PC
Pro
du
tivid
ad
e (t
ha
-1)
D
a
b
A
24
26
28
30
32
PPC PC
Diâ
met
ro d
os
colm
os
(mm
)
C
a
b
103
5 CONCLUSÕES
No sistema canteirizado com preparo profundo do solo há maior concentração de raízes,
tanto nos canteiros quanto nas ruas, quando comparado ao sistema convencional de preparo do
solo.
O preparo profundo resulta em melhor qualidade física do solo na área do canteiro, com
consequente aumento da biomassa radicular e do volume de solo explorado pelas raízes em
relação ao preparo convencional.
No sistema canteirizado com preparo convencional, o tráfego de máquinas resulta em
redução da qualidade física do solo e limitações ao crescimento das raízes abaixo da camada
de 0-0,2 m, reduzindo a produtividade da cultura em 23%.
No sistema canteirizado com preparo profundo, a capacidade de suporte de carga do
solo no canteiro é reduzida, indicando que as operações de cultivo devem ser realizadas com
tráfego controlado.
Os atributos físicos que melhor distinguem as modificações na qualidade física do solo
são porosidade total, índice S, resistência à penetração, pressão de preconsolidação e o escore
obtido por meio da análise visual da estrutura do solo.
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121
7 ANEXOS
ANEXO 1 – Descrição Morfológica do Perfil de Solo
DATA – 02.02.2016
CLASSIFICAÇÃO ATUAL – Nitossolo Vermelho Eutrófico latossólico.
LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIO, ESTADO E COORDENADAS – Polo Regional do Centro
Sul da APTA - Piracicaba/SP. 22º41'04" latitude Sul e 47º38'52" longitude Oeste.
SITUAÇÃO, DECLIVE E COBERTURA VEGETAL SOBRE O PERFIL – Perfil descrito
em trincheira no experimento em sistema de preparo convencional do solo em cana-
de-açúcar.
ALTITUDE – 550 metros.
LITOLOGIA – Diabásio.
FORMAÇÃO GEOLÓGICA – Suítes Básicas.
CRONOLOGIA – Neocenozóico.
MATERIAL ORIGINÁRIO – Produto de alteração do material supracitado.
PEDREGOSIDADE – Não pedregoso.
ROCHOSIDADE – Não rochoso.
RELEVO LOCAL – Suave ondulado.
RELEVO REGIONAL – ondulado.
EROSÃO – Laminar ligeira.
DRENAGEM – Bem drenado.
VEGETAÇÃO PRIMÁRIA – Floresta tropical subcaducifólia.
USO ATUAL – Gramínea (cana-de-açúcar).
CLIMA – Cwa, da classificação de Köppen.
DESCRIÇÃO MORFOLÓGICA
Ap 0,0 – 0,10 m, vermelho-escuro-acinzentado (2,5YR 3/2, úmida); argila; moderada,
pequena a média, blocos angulares e subangulares; friável, muito plástica e pegajosa;
transição ondulada e gradual.
AB 0,10 – 0,25 m, bruno-avermelhado-escuro (2,5YR 2,5/4, úmida); argila; moderada,
pequena a média, blocos angulares e subangulares; cerosidade pouca e fraca; muito
plástica e pegajosa; transição ondulada e difusa.
Bn 0,25 – 0,60 m, vermelho-escuro (10R 3/6, úmida); muito argilosa; forte, média a grande;
blocos angulares e subangulares; cerosidade comum e moderada; muito friável, muito
plástica e muito pegajosa; transição ondulada e difusa.
Bw +0,60 m, vermelho-escuro (2,5YR 3/6, úmida); muito argilosa; fraca, pequena, blocos
angulares que desfazem-se facilmente a granular; cerosidade pouca e fraca; muito
friável, muito plástica e muito pegajosa; transição ondulada e clara.
RAÍZES: Muito finas e grossa em A e AB; Comuns e finas em Bt e poucas e finas em Bw.
OBSERVÇÕES: Muitos canais biológicos. Perfil descrito úmido.
Perfil descrito por: Camila Cassante de Lima e Wellingthon da Silva Guimarães Júnnyor.
122
ANEXO 2 – Análise da Transformação Logarítmica dos Parâmetros Radiculares no
Coeficiente de Variação
Figura 60 - Alteração do coeficiente de variação natural dos parâmetros radiculares quando
transformados para y = log (x + 10). Massa seca radicular (A); Comprimento radicular (B);
Área radicular (C); Volume radicular (D) e Densidade radicular (E).
0
30
60
90
120
150
0 30 60 90 120 150
CV
tra
nsf
orm
ad
o (
%)
CV natural (%)
B
0
50
100
150
200
0 50 100 150 200
CV
tra
nsf
orm
ad
o (
%)
CV natural (%)
C0
50
100
150
200
250
0 50 100 150 200 250
CV
tra
nsf
orm
ad
o (
%)
CV natural (%)
D
0
30
60
90
120
150
0 30 60 90 120 150
CV
tra
nsf
orm
ad
o (
%)
CV natural (%)
A
0
50
100
150
200
0 50 100 150 200
CV
tra
nsf
orm
ad
o (
%)
CV natural (%)
E
112
ANEXO 3 - Análise do Sistema Radicular por Classe de Diâmetro
Tabela 4 - Média do comprimento radicular (mm) da cana de açúcar na camada de 0,0-0,2 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua
de PPC e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 570,82 aB 822,64 aA 68,49 aA 33,08 aA 45,89 aA 21,04 aB 31,32 aA 20,00 aB 20,00 aA 20,00 aA
PC 640,56 aA 603,82 aA 64,66 aA 34,89 aA 37,70 aA 20,53 bB 22,41 aA 20,00 aB 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
Tabela 5 - Média da área radicular (mm²) da cana de açúcar na camada de 0,0-0,2 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC
e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 495,40 aA 294,25 aA 110,19 aA 42,59 aA 75,27 aA 24,01 aA 50,63 aA 20,00 aB 20,00 aA 20,00 aA
PC 454,16 aA 230,32 aB 109,56 aA 39,91 aB 57,50 aA 21,64 aB 30,01 aA 20,00 aB 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
Tabela 6 - Média do volume radicular (mm³) da cana de açúcar na camada de 0,0-0,2 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de
PPC e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 59,39 aA 33,49 aB 50,62 aA 24,50 aA 57,00 aA 21,23 aB 44,91 aA 20,00 aB 20,00 aA 20,00 aA
PC 53,76 aA 29,57 aB 46,72 aA 23,26 aB 45,04 aA 20,87 aB 27,50 aA 20,08 aB 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
123
113
Tabela 7 - Média do comprimento radicular (mm) da cana de açúcar na camada de 0,2-0,4 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua
de PPC e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 359,90 aA 224,68 aB 31,20 aA 27,14 aA 21,78 aA 21,05 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 196,04 bA 129,61 bA 25,24 aA 23,52 aA 20,01 bA 20,00 bA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
Tabela 8 - Média da área radicular (mm²) da cana de açúcar na camada de 0,2-0,4 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC
e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 166,97 aA 110,29 aB 40,06 aA 31,92 aA 24,66 aA 23,12 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 105,98 bA 66,23 bA 28,53 aA 25,77 aA 20,03 bA 20,00 bA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
Tabela 9 - Média do volume radicular (mm³) da cana de açúcar na camada de 0,2-0,4 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de
PPC e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 26,75 aA 24,76 aA 23,77 aA 22,55 aA 21,74 aA 20,68 bA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 24,90 bA 25,41 bA 23,83 aA 20,81 bA 20,37 bA 21,36 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
124
114
Tabela 10 - Média do comprimento radicular (mm) da cana de açúcar na camada de 0,4-0,6 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua
de PPC e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 232,17 aA 205,46 aA 30,22 aA 24,89 aA 20,40 aA 21,09 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 129,18 bA 84,95 bA 24,18 bA 27,09 aA 22,73 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
Tabela 11 - Média da área radicular (mm²) da cana de açúcar na camada de 0,4-0,6 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC
e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 131,27 aA 118,54 aA 38,68 aA 28,50 aA 23,43 aA 23,22 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 72,94 bA 41,46 bB 30,23 aA 31,71 aA 27,08 aA 20,00 aB 20,00 aB 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
Tabela 12 - Média do volume radicular (mm³) da cana de açúcar na camada de 0,4-0,6 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de
PPC e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 24,90 aA 25,41 aA 23,83 aA 20,81 aB 20,37 aA 21,36 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 23,26 aA 22,50 aA 21,32 bA 20,98 aA 23,07 aA 20,00 bB 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
125
115
Tabela 13 - Média do comprimento radicular (mm) da cana de açúcar na camada de 0,6-0,8 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e
rua de PPC e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 202,63 aA 161,27 aA 25,56 aA 25,39 aA 20,17 bA 20,01 aB 20,01 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 116,87 bA 54,78 bB 37,07 aA 20,01 bB 28,98 aA 20,00 aB 23,09 aA 20.00 aA 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
Tabela 14 - Média da área radicular (mm²) da cana de açúcar na camada de 0,6-0,8 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC
e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 88,68 aA 84,36 aA 29,25 aA 28,77 aA 20,56 bA 20,04 aB 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 93,83 aA 34,30 bB 52,09 aA 20,02 bB 44,51 aA 20,00 aB 38,22 bA 20,00 aB 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
Tabela 15 - Média do volume radicular (mm³) da cana de açúcar na camada de 0,6-0,8 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de
PPC e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 23,47 aA 23,60 aA 22,28 aA 21,21 aA 20,19 bA 20,01 aB 20,00 bA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 29,34 aA 20,66 bB 32,48 aA 20,01 aB 33,75 aA 20,00 aB 34,91 aA 20,00 aB 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
126
116
Tabela 16 - Média do comprimento radicular (mm) da cana de açúcar na camada de 0,8-1,0 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua
de PPC e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 143,05 aA 137,29 aA 20,24 aB 20,39 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 80,41 bA 83,17 bA 20,08 aA 20,02 bA 20.00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
Tabela 17 - Média da área radicular (mm²) da cana de açúcar na camada de 0,8-1,0 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de PPC
e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 75,57 aA 72,02 aA 20,39 aB 20,63 bA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 49,44 aA 44,95 bA 20,12 bB 21,86 aA 20.00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
Tabela 18 - Média do volume radicular (mm³) da cana de açúcar na camada de 0,8-1,0 m para as cinco classes de diâmetros no canteiro e rua de
PPC e PC.
Tratamentos ≤0,50 mm 0,51-1,00 mm 1,01-2,00 mm 2,01-3,00 mm >3,01 mm
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 23,13 aA 22,97 aA 20,12 aA 20,08 bB 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA
PC 21,18 bA 21,19 bA 20,02 bB 20,34 bA 20,01 bA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA 20,00 aA *Médias seguidas de mesmas letras minúsculas nas colunas e maiúsculas nas linhas não diferem entre si (p<0,15).
127
117
ANEXO 4 - Análise da Transformação Logarítmica dos Parâmetros Radiculares na Probabilidade (p) da Compararão entre Médias do
Teste de Hipóteses
Tabela 19 - Valores de p para dados naturais e transformados da massa seca radicular (kg ha-1) da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC e PC.
*Valores de p entre parênteses correspondem aos dados transformados.
Tabela 20 - Valores de p para dados naturais e transformados do comprimento radicular (mm) da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC e PC.
*Valores de p entre parênteses correspondem aos dados transformados.
Tratamentos 0,0-0,2 m 0,2-0,4 m 0,4-0,6 m 0,6-0,8 m 0,8-1,0 m
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 0,79 (0,94) 0,44 (0,11) 0,10 (0,26) 0,76 (1,00) 0,37 (0,58)
0,05 (0,07) 0,01 (0,00) 0,12 (0,07) 0,02 (0,02) 0,91 (0,87) 0,00 (0,00) 0,07 (0,02) 0,01 (0,00) 0,38 (0,70) 0,04 (0,02)
PC 0,00 (0,00) 0,06 (0,10) 0,03 (0,01) 0,00 (0,00) 0,06 (0,03)
Tratamentos 0,0-0,2 m 0,2-0,4 m 0,4-0,6 m 0,6-0,8 m 0,8-1,0 m
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 0,52 (0,95) 0,07 (0,06) 0,80 (0,70) 0,46 (0,46) 0,99 (0,96)
0,49 (0,85) 0,95 (0,13) 0,01 (0,00) 0,25 (0,15) 0,09 (0,07) 0,08 (0,01) 0,45 (0,37) 0,02 (0,01) 0,05 (0,01) 0,08 (0,12)
PC 0,14 (0,27) 0,71 (0,28) 0,24 (0,00) 0,04 (0,02) 0,54 (0,85)
128
118
Tabela 21 - Valores de p para dados naturais e transformados da área radicular (mm²) da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC e PC.
*Valores de p entre parênteses correspondem aos dados transformados.
Tabela 22 - Valores de p para dados naturais e transformados do volume radicular (mm³) da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC e PC.
*Valores de p entre parênteses correspondem aos dados transformados.
Tratamentos 0,0-0,2 m 0,2-0,4 m 0,4-0,6 m 0,6-0,8 m 0,8-1,0 m
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PPC 0,22 (0,20) 0,11 (0,20) 0,37 (0,83) 0,96 (0,86) 0,94 (0,26)
0,54 (0,85) 0,35 (0,28) 0,01 (0,02) 0,17 (0,14) 0,38 (0,35) 0,22 (0,04) 0,81 (0,00) 0,02 (0,00) 0,12 (0,15) 0,05 (0,08)
PC 0,11 (0,09) 0,56 (0,46) 0,06 (0,08) 0,08 (0,02) 0,84 (0,50)
Tratamentos 0,0-0,2 m 0,2-0,4 m 0,4-0,6 m 0,6-0,8 m 0,8-1,0 m
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PENTA 0,23 (0,14) 0,84 (0,49) 0,72 (0,82) 0,77 (0,82) 0,76 (0,84)
0,35 (0,74) 0,34 (0,20) 0,20 (0,08) 0,13 (0,16) 0,93 (0,76) 0,26 (0,19) 0,13 (0,13) 0,06 (0,01) 0,09 (0,14) 0,21 (0,15)
PC 0,08 (0,07) 0,44 (0,46) 0,10 (0,08) 0,12 (0,03) 0,34 (0,00)
129
119
Tabela 23 - Valores de p para dados naturais e transformados da densidade radicular (kg m-3) da cana-de-açúcar no canteiro e rua para PPC e PC.
*Valores de p entre parênteses correspondem aos dados transformados.
Tratamentos 0,0-0,2 m 0,2-0,4 m 0,4-0,6 m 0,6-0,8 m 0,8-1,0 m
Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua Canteiro Rua
PENTA 0,78 (1,00) 0,44 (0,00) 0,03 (0,00) 0,77 (0,00) 0,36 (1,00)
0,10 (0,00) 0,01 (0,00) 0,11 (0,00) 0,02 (0,00) 0,91 (1,00) 0,03 (0,00) 0,06 (0,00) 0,01 (0,00) 0,44 (1,00) 0,04 (0,00)
PC 0,00 (0,00) 0,06 (0,00) 0,01 (0,00) 0,00 (1,00) 0,00 (0,00)
130