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CAMP2020 Biblio portugués...Freud - Obras completas SIGMUND FREUD. A / Obras Psicológicas Completas. Rio de Janeiro, Imago, 1996. (1900) A interpretação dos sonhos, v. IV-V Cap

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BIBLIO. / Equipe

EQUIPE.

Responsável da Bibliografia XII Congresso AMP.Marisa Chamizo

Responsável da Bibliografia pela EBP.Louise Lhullier

Colaboradores.Ana Beatriz FreireCélia Ferreira Carta WinterFred StapazolliGustavo RamosLuciana Silviano Brandão LopesMilena Viccari CrasteloSilvia SatoTeresa Maria Aparecida Pavone

BIBLIO. / Índice

ÍNDICE.

Apresentação 5

Sigmund Freud 7

Jacques LacanA / O Seminário 15B / Escritos 30C / Outros escritos 32D / Outros textos 33

Jacques-Alain Miller 34

Autores da AMPA / Eric Laurent 41B / Outros autores 47

PasseA / Testemunhos de A. E. 50

BIBLIO. / Apresentação

APRESENTAÇÃO.

A bibliografia em português para o XII Congresso da AMP é resultado do trabalho de vários, orientado para a busca de textos que contribuíssem para a pesquisa sobre a diferença entre a interpretação e o uso do sonho na vertente do inconsciente transferencial e na do inconsciente real. E, não menos importante, textos que pudessem ajudar a pensar o sonho desde o último ensino de Lacan.Na vertente do inconsciente transferencial há muitos textos em português. Já quanto à interpretação e uso do sonho na vertente do inconsciente real, é necessário “garimpar” bastante. Destacam-se aqui os próprios textos de orientação do Congresso 2020, que optamos por arrolar entre as referências. Nos outros que elencamos, nem sempre há mais que alguns parágrafos ou frases que tocam esse tema. No entanto, podem ser valiosos para os que se interessarem por pensar o sonho desde o último ensino de Lacan. Recolhemos as referências à obra de Freud na Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas. Apesar das limitações dessa tradução, é particularmente útil o índice ao final do volume XXIV, onde se pode encontrar, por exemplo, todos os sonhos mencionados por Freud.Quanto a Lacan, foram examinadas todas suas publicações em português, a partir dos verbetes sonho, desejo de dormir e despertar.Os cursos de J.-A. Miller não foram publicados em português na íntegra, com exceção de Silet, razão pela qual se recomenda recorrer às referências nas outras línguas da AMP. Percorremos suas publicações em português sob a forma de livros e artigos nas revistas Opção Lacaniana, Opção Lacaniana Online e Correio.Essas três revistas e alguns livros foram nossa fonte sobre escritos de outros autores do Campo Freudiano publicados em português e

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BIBLIO. / Apresentação

testemunhos de AE. Há outros periódicos de ótima qualidade na EBP, mas a nossa pesquisa encontrou um limite antes de ter conseguido percorrer suas páginas, pois o prazo se esgotou.Boas leituras e até breve!

Louise Lhullier

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BIBLIO. / S. Freud - Obras completas

SIGMUND FREUD.

A / Obras Psicológicas Completas. Rio de Janeiro, Imago, 1996.

(1900) A interpretação dos sonhos, v. IV-V Cap. II: O método de interpretação dos sonhos. Análise de um sonho modelo.A injeção de Irma. Trimetilamina. Vi a fórmula química dessa substância em meu sonho, o que testemunha um grande esforço por parte de minha memória. Além disso, a fórmula estava impressa em negrito, como se tivesse havido um desejo de dar ênfase a alguma parte do contexto como algo de importância muito especial […]150-151[…]. O sonho representou um estado de coisas específico, tal como eu desejaria que fosse. Assim, seu conteúdo foi a realização de um desejo, e seu motivo foi um desejo.153

Cap. III: O sonho é uma realização de desejo.De fato, parece que os sonhos de angústia tornam impossível asseverar como proposição geral que os sonhos são realização de desejos, eles parecem caracterizar tal proposição como um absurdo. Não obstante, não há grande dificuldade em enfrentar essas objeções aparentemente irrefutáveis. É necessário observar o fato de que a teoria [...] se refere aos

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BIBLIO. / S. Freud - Obras completas

pensamentos que o trabalho de interpretação mostra estarem por trás dos sonhos. [...] é ainda possível que os sonhos aflitivos e os sonhos de angústia, uma vez interpretados, revelem-se como realizações de desejo.144[...] o sonhar é, em seu conjunto, um exemplo de regressão à condição mais primitiva do sonhador, uma revivescência de sua infância, das moções pulsionais que a dominaram e dos métodos de expressão de que ele dispunha nessa época.578

(D) O Despertar Causado Por Sonhos - A Função do Sonho - Sonhos de Angústia. [...] Foi um sonho muito vívido, e nele vi minha querida mãe, com uma expressãovpeculiarmente serena e adormecida no rosto, sendo carregada para dentro do quarto por duas (ou três) pessoas com bicos de pássaros e depositada sobre o leito. Acordei aos prantos, gritando, e interrompi o sono de meus pais […]607

Capítulo VI: A bela açougueira. Consideração à representabilidade, pp. 371-381.

Capítulo VII: A psicologia dos processos oníricos. “Pai, não vês que estou queimando?”541Os sonhos são atos psíquicos tão importantes quanto quaisquer outros; sua força propulsora é, na totalidade dos casos, um desejo que busca realizar-se; o fato de não serem reconhecíveis como desejos, bem como suas múltiplas peculiaridades e absurdos, devem-se à influência da censura psíquica a que foram submetidos durante o processo de sua formação; à parte a necessidade de fugir a essa censura, outros fatores que contribuíram para sua formação foram a exigência de condensação de seu material psíquico, a consideração a sua representatividade em

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imagens sensoriais e – embora não invariavelmente – a demanda de que a estrutura do sonho possua uma fachada racional e inteligível.564[...]. O pensamento diurno pode perfeitamente desempenhar o papel de empresário do sonho; mas o empresário, que, como se costuma dizer, tem a ideia e a iniciativa para executá-la, não pode fazer nada sem o capital; ele precisa de um capitalista que possa arcar com o gasto, e o capitalista que fornece o desembolso psíquico para o sonho é, invariável e indiscutivelmente, sejam quais forem os pensamentos do dia anterior, um desejo oriundo do inconsciente.586.

(1906) Delírios e sonhos na Gradiva de Jensen, v. IX

(1911) Formulações sobre os dois princípios do funcionamento psíquico, v. XII [...]. Um homem, que outrora cuidara do pai durante longa e penosa doença mortal, contou-me que nos meses seguintes à morte daquele havia repetidamente sonhado que o pai estava novamente vivo e lhe falava da maneira costumeira. Mas ele achava excessivamente penoso que o pai houvesse realmente morrido, apenas sem sabê-lo. O único modo de compreender este sonho aparentemente absurdo é acrescentar ‘como aquele que sonhou quisera’ ou ‘em consequência de seu desejo’ após as palavras ‘que ele [o que sonhou] o desejaria’, às últimas palavras. O pensamento onírico é então o seguinte: foi-lhe penosa a lembrança de haver sido obrigado a desejar a morte do pai (como liberação) enquanto este ainda se achava vivo, e quão terrível teria sido se o pai houvesse tido qualquer suspeita disso.244

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(1911) O manejo da interpretação de sonhos na psicanálise, v. XII

(1913) A ocorrência, em sonhos, de material oriundo de contos de fadas, v. XII

(1913) Um sonho probatório, v. XII

(1915) Suplemento metapsicológico à teoria dos sonhos, v. XIV, pp. 229-241.

(1915) Conferências introdutórias sobre psicanálise, v. XVIConferência XV: Incertezas e críticas[...]. Um sonho não pretende dizer nada a ninguém. Não é um veículo de comunicação; pelo contrário, destina-se a permanecer não-compreendido. […].232

(1917-19) Sonhos do Homem dos Lobos, v. XVIICap. IV. O sonho e a cena primária, pp. 39-56

Cap. VII. Erotismo anal e o complexo de castração, pp. 79-94

(1920) Além do princípio de prazer, v. XVIII [...]. Se existe um ‘além do princípio de prazer’, é coerente conceber que houve também uma época anterior em que o intuito dos sonhos foi a realização de desejos. Isso não implicaria numa negação de sua função posterior, mas, uma vez rompida a regra geral, surge uma outra questão. Não podem os sonhos que, com vistas à sujeição psíquica de impressões traumáticas, obedecem à compulsão à repetição, não podem esses

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sonhos, perguntamos, ocorrer fora da análise também? E a resposta só pode ser uma afirmativa decidida.43

(1920) A psicogênese de um caso de homossexualismo numa mulher, v. XVIII Um sonho não é o ‘inconsciente’; trata-se da forma pela qual um pensamento remanescente da vida desperta pré-consciente ou mesmo consciente pode, graças ao estado favorecedor de sono, ser remoldado. No estado de sono, esse pensamento foi reforçado por impulsos inconscientes plenos de desejo e assim experimentou uma deformação através da elaboração onírica, que é determinada pelos mecanismos predominantes no inconsciente.177

(1922) Sonhos e telepatia, v. XVIIIUm sonho sem condensação, deformação, dramatização e, acima de tudo, sem realização de desejo, certamente não merece esse nome. […]. Há sonhos que devem ser distinguidos do tipo habitual por certas qualidades especiais que, dizendo corretamente, nada mais são que fantasias noturnas, não havendo sofrido acréscimos ou alterações de espécie alguma e sendo, sob todos os outros aspectos, semelhantes aos familiares devaneios ou sonhos diurnos. Seria esquisito, sem dúvida, excluir essas estruturas do domínio dos ‘sonhos’.219-220

(1922) Alguns mecanismos neuróticos nos ciúmes, na paranoia e no homossexualismo, v. XVIIIOs sonhos distinguem-se do pensamento de vigília pela sua possibilidade de incluir material (pertencente à região do reprimido) que não deve aflorar no pensamento desperto. Afora isso, os sonhos são meramente uma forma de pensar, uma transformação do material pré-consciente do pensamento pela elaboração onírica e suas condições. [...]. Um sonho

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pode, assim, simplesmente representar uma fantasia histérica, uma ideia obsessiva ou um delírio, isto é, pode revelar um ou outro desses fatos após a interpretação.243-244

(1922) Dois verbetes de enciclopédia, v. XVIII[...] A psicanálise restaurou aos sonhos a importância que lhes era geralmente atribuída nos tempos passados, mas os trata de modo diferente. Não se apoia na perícia do intérprete onírico, mas, na maior parte, entrega a tarefa àquele mesmo que sonhou, pedindo-lhe suas associações aos elementos independentes do sonho.258

(1922) Observações sobre a teoria e a prática da interpretação dos sonhos, v. XIX, pp. 127-138.

(1923) Josef Popper-Lyneus e a teoria dos sonhos, v. XIX[...].Nos sonhos, impulsos ocultos despertavam o que estava em contradição com aquilo que se poderia chamar de credo ético e estético oficial daquele que sonhava; este pois se envergonhava desses impulsos, voltava-lhes as costas e recusava-se a reconhecê-los de dia; e se, durante a noite, não podia evitar alguma expressão por parte deles, submetia-os a uma “deformação onírica”, que fazia o conteúdo do sonho parecer confuso e insensato. À força mental nos seres humanos que mantém vigilância sobre essa contradição interna e deforma os impulsos instintuais primitivos do sonho em favor de padrões morais convencionais ou mais elevados, dei o nome de “censura de sonhos”.291-292

(1925) Algumas notas adicionais à interpretação dos sonhos como um todo, v. XIX, pp. 141-154.

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(1924) Um estudo autobiográfico, v. XX [...] os sonhos são interpretados como um sintoma neurótico: são conciliações entre as exigências de um impulso reprimido e a resistência de uma força censora no ego. Visto terem uma origem semelhante, são igualmente ininteligíveis e têm igual necessidade de interpretação.49

(1929). Alguns sonhos de Descartes: uma carta a Maxime Leroy, v. XXI [...] não podemos compreender o sonho, mas aquele que sonhou - ou o paciente – pode traduzi-lo imediatamente e sem dificuldade, dado que o conteúdo do sonho se aproxima muito de seus pensamentos conscientes. Restam então certas partes do sonho sobre as quais aquele que sonhou não sabe o que dizer, e precisamente essas partes pertencem ao inconsciente, sendo, sob muitos aspectos, as mais interessantes.207

(1932-36) Novas conferências introdutórias sobre psicanálise e outros trabalhos, v. XXIIConferência XXIX. Revisão da teoria dos sonhos.[...] os sonhos não são, em si mesmos, uma forma de comunicação social, não são um meio de fornecer informação. Na verdade, nem nós compreendemos o que o sonhador tenta dizer-nos, e ele próprio igualmente o ignora. [...]. Temos - bastante arbitrariamente, forçoso é admiti-lo - feito a suposição, adotada como postulado, de que mesmo esse sonho ininteligível deve ser um ato psíquico inteiramente válido, com sentido e valor, que podemos utilizar na análise como qualquer outra comunicação […].18-19.

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BIBLIO. / S. Freud - Obras completas

(1938) Esboço de psicanálise, v. XXIIIEncontramos nosso caminho para a compreensão (“interpretação”) de um sonho presumindo que o que lembramos como sendo o sonho depois de termos acordado não é o verdadeiro processo onírico, mas apenas uma façade por trás da qual esse processo jaz escondido. Aqui temos a nossa distinção entre o conteúdo manifesto de um sonho e os pensamentos oníricos latentes. O processo que produz aquele a partir desse é descrito como elaboração onírica.179[...]. Não se deve esquecer que os sonhos são invariavelmente o produto de um conflito, que eles são uma espécie de estrutura de conciliação.184Um sonho, então, é uma psicose, com todos os absurdos, delírios e ilusões de uma psicose. Uma psicose de curta duração sem dúvida, inofensiva, até mesmo dotada de uma função útil, introduzida com o consentimento do indivíduo e concluída por um ato de sua vontade. Ainda assim é uma psicose e com ela aprendemos que mesmo uma alteração da vida mental tão profunda como essa pode ser desfeita e dar lugar à função normal. Será então uma ousadia muitogrande pretender que também deve ser possível submeter as temidas doenças espontâneas da vida mental à nossa influência e promover a sua cura?187

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BIBLIO. / J. Lacan - O Seminárie

JACQUES LACAN.

A / O Seminárie. Texte estabelecido por Jacques-Alain Miller

(1953-54) O seminário, livro 1: os escritos técnicos de Freud. 3. ed. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1986. Capítulo IV. O eu e o outroO que é que é o sonho? A reconstituição que o sujeito faz dele seria exata? Que garantia temos nós de que uma verbalização ulterior não se misturou aí? Todo sonho não seria uma coisa instantânea, à qual a palavra do sujeito dá uma história? Freud afasta todas essas objeções, e mostra que não são fundadas. Mostra-o sublinhando o fato, inteiramente singular, de que, quanto mais o texto que o sujeito nos dá é incerto, mais ele é significativo. É na dúvida mesma que o sujeito manifesta sobre certas partes do sonho, que ele, Freud, que o escuta, que o espera, que está lá para revelar o seu sentido, reconhece justamente o que é importante. Porque o sujeito duvida, deve-se ter certeza.57

Capítulo V. Introdução e resposta a uma exposição de Jean Hyppolite sobre a Verneinung de FreudA mola, o ponto sensível da investigação de Freud, eu lhes mostrei a propósito da análise do sonho. Vocês viram aí sob uma forma quase

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paradoxal, quanto a análise freudiana do sonho supõe que ele tem função de palavra.67

Capítulo XIX. A função criativa da palavraOs melhores sonhos que nos traz Freud, os mais ricos, os mais belos, os mais complicados, são os que ocorreram ao longo de uma análise e tendem a falar ao analista.279

Capítulo XXI. A verdade surge da equivocaçãoNo interior do que se chamam associações livres, imagens do sonho, sintomas, manifesta-se uma palavra que traz a verdade. Se a descoberta de Freud tem um sentido é este - a verdade pega o erro pelo cangote, na equivocação.302

(1954-55) O seminário, livro 2: o eu na teoria de Freud e na técnica da psicanálise. 2. ed. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1992. Capítulo IX. Jogo de Escrituração Num sonho, diz Freud, há sempre um ponto absolutamente não apreensível, do âmbito do desconhecido - ele denomina isto umbigo do sonho. Não se costuma salientar estas coisas no seu texto porque, provavelmente, se imagina que se trata de poesia. Não é não. Isso significa que há no fenômeno um ponto que não é apreensível, o ponto de surgimento da relação do sujeito com o simbólico. O que denomino ser é esta palavra derradeira, que não nos é certamente acessível na posição científica, mas cuja direção nos é indicada nos fenômenos de nossa experiência.138

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Capítulo X. Da Entwuerf à TraumdeutungFreud, na Traumdeutung, insiste sobre o parentesco do sonho com o sintoma neurótico, mas também sobre a diferença entre eles. [...]. O sonho permite apreender a função simbólica que está em jogo e, a esse título, é capital para entender o sintoma. Mas um sintoma está sempre inserido num estado econômico global do sujeito, enquanto o sonho é um estado localizado no tempo, em condições extremamente particulares. O sonho é apenas uma parte da atividade do sujeito, enquanto o sintoma se esparrama em diversos setores. Os processos são mais análogos do que idênticos.157-158

Capítulo XI. A Censura não é a ResistênciaO que interessa Freud, e em parte alguma isto está mais evidente do que na primeira parte deste sétimo capítulo, é a mensagem como tal, e pode-se dizer mais - é a mensagem como discurso interrompido e que insiste. Eis aí algo que nos mantém pertinho do problema que estamos por ora colocando em causa - o que é oalém do princípio do prazer? O que é o automatismo de repetição?161-162

Capítulo XIII. O Sonho da Injeção de IrmaIsso esclarece tudo, trimetilamina. [...].Tal qual um oráculo, a fórmula não fornece resposta alguma ao que quer que seja. Mas a própria maneira pela qual ela se enuncia, seu caráter enigmático, hermético, é justamente a resposta ao sentido do sonho. Pode-se calcá-la na fórmula islâmica – Não há outro Deus senão Deus. Não há outra palavra, outra solução ao problema de vocês senão a palavra.216

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Capítulo XIV. O Sonho da Injeção de Irma (FIM)Quero salientar com efeito que, ao retomar a interpretação que Freud fornece do sonho, não me limitei apenas a considerar o sonho, mas que considerei o conjunto formado pelo sonho e sua interpretação e isto, levando em conta a função particular da interpretação do sonho naquilo que constitui o diálogo de Freud conosco. Aí está o ponto essencial - não podemos separar da interpretação o fato de Freud nos fornecer este sonho como sendo o primeiro passo na chave do sonho. É a nós que Freud se endereça ao fazer esta interpretação.207

Capítulo XVNos dois sonhos em questão, encontramo-nos diante de uma espécie de vivência derradeira, diante da apreensão de um real derradeiro. O que existe de mais angustiante na vida de Freud, suas relações com as mulheres, suas relações com a morte, acham-se telescopadas na visão central de seu sonho, e poderiam certamente ser extraídas daí por uma análise associativa. Imagem enigmática a respeito da qual Freud evoca o umbigo do sonho, esta relação avissal ao mais desonhecido que é a marca de uma experiência privilegiada, excepcional, onde o real é apreendido para além de toda mediação, quer seja imaginária, quer simbólica.239

(1955-56) O seminário, livro 3: as psicoses. 2. ed. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1988.Capítulo I. Introdução à questão das psicoses[...]. Por mais que se diga que já se tinham interessado pelo sentido do sonho, isso não tem absolutamente nada a ver com este trabalho de pioneiro que é feito diante de nossos olhos. Isso não vai dar somente na fórmula de que o sonho diz alguma coisa para vocês, pois a única coisa que interessa a Freud é a elaboração através da qual ele o diz - ele o diz como se fala. Isso jamais tinha sido visto. Tinha-se podido perceber que o

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sonho tinha um sentido, que se podia ler nele alguma coisa, mas não que o sonho fala.19

(1956-57) O seminário, livro 4: a relação de objeto. 1. ed. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1995.Capítulo VIII. Dora e a jovem homossexual[...]. É possível situar como distinto o que o sujeito conduz em seu sonho, que é do nível do inconsciente, e o fator da relação dual, ligado ao fato de dirigir-se a alguém quando conta o sonho em análise. É nesse sentido que digo que um sonho que se produz no decorrer de uma análise comporta sempre uma certa direção para o analista, e essa direção nem sempre é, obrigatoriamente, a direção inconsciente.137

Capítulo XI. O falo e a mãe insaciável [...]. Vejam o sonho, pretensamente arquissimples, que é o sonho infantil, por exemplo aquele da pequena Anna Freud. [...]. O que se mantém no sonho como um desejo, certamente expresso sem disfarce, mas com toda a transposição da ordem simbólica, é o desejo do impossível.183

(1957-58) O seminário, livro 5: as formações do inconsciente. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1999.Capítulo XV. A menina e o falo (12 de março de 1958). É através de uma exegese do que é articulado num sonho particular que detectamos alguma coisa que é o quê, afinal de contas? Alguma coisa que supomos querer fazer-se reconhecer, que participa de uma aventura primordial, que está inscrita ali e que se articula, e que sempre relacionamos com algo de originário que aconteceu na infância e foi

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recalcado. É a isso, afinal, que damos a primazia de sentido naquilo que se articula no sonho.282

(1958-59) O seminário, livro 6: o desejo e sua interpretação. Rio de Janeiro: Zahar, 2016.Capítulo II. Explicação SuplementarLembrem-se do sonho inaugural, o sonho da injeção de Irma [...]. O que ele quer dizer exatamente? É algo ainda muito incerto.No desejo do sonho, Freud quer fazer Irma ceder, quer que ela deixe, como é dito ali, de se eriçar ante todas as suas aproximações. O que ele quer?47-48 Capítulo III. O Sonho do Pai Morto: “Ele não sabia que estava morto”Como anunciado, abordaremos agora a questão do que é o desejo, na medida em que ele é o fundamento do sonho [...].Primeiramente, esse desejo visa, sobretudo, a manutenção do sono […], ou seja, desse estado em que, para o sujeito, a realidade é suspensa. Em segundo lugar, esse desejo é desejo de morte.56. Capítulo V: O Sonho do Pai Morto: “Conforme seu Anseio”[…] quem sonha é o sonhador. É sempre bom lembrar disso quando falamos em personagens de um sonho. Neste caso, como o sonho é de um filho, o problema do que chamamos identificação se coloca com uma facilidade muito específica. Não há nenhuma necessidade de dialética para pensar que há alguma relação de identificação entre o sujeito e suas próprias produções oníricas.105-106

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Capítulo VI: Introdução ao Objeto do DesejoAqui o desejo de morte assume todo o seu sentido. É o desejo de não acordar – de não acordar para a mensagem, a mensagem mais secreta que possa ser carregada pelo próprio sonho e que é que o sujeito, devido à morte do pai, passa agora a estar confrontado com a morte, aquilo de que até então o protegia a presença do pai.Confrontado com a morte, ou seja, com quê? Com esse x ligado à função do pai, presente nessa dor de existir, que é o eixo em cuja órbita gira tudo o que Freud descobriu no complexo de Édipo, ou seja, a significação da castração.112O umbigo do sonho é o ponto de convergência final de todos os significantes.119

Capítulo VII. A Mediação Fálica do DesejoEsse sonho é uma coisa particularmente comovente. Surge no momento em que, talvez pela primeira vez, começam a soar para Trótski os primeiros dobres de não sei que declínio da força vital que, nele, era tão inesgotável, e ele vê aparecer em sonho seu camarada Lênin. Este lhe dá a entender que, dessa vez, talvez haja nele, Trótski, algo que não continua no mesmo nível que seu velho camarada sempre conheceu. Todavia, [..] aquilo em que Trótski pensa, de uma maneira que ganha seu valor por essa ambiguidade sempre presente no diálogo, é em poupá-lo. E querendo evocar uma lembrança que se reporta precisamente ao momento em que o esforço de Lênin declinou, Trótski lhe diz, para se referir ao momento em que ele morreu, o momento em que você estava muito, muito doente... – como se qualquer formulação precisa do que estava em questão pudesse, com seu mero sopro, dissipar a sombra diante da qual, no seu sonho, nessa mesma guinada de sua existência, Trótski se mantém.132

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Capítulo VIII: A mensagem da tossezinha[…] o sujeito tem de fazer um relato, uma enunciação sobre esse enunciado, situar-se com relação a ele, transmiti-lo a vocês com todos os seus acentos […]. Tudo isso que acompanha o sonho e que, de certo modo o comenta desde a posição mais ou menos assumida pelo sujeito, inscreve-se no nível do discurso para o Outro, que é também o discurso onde o sujeito assume seu sonho. Em outras palavras, quando conta seu sonho, o sujeito já está presente no interior do enunciado.155

Capítulo XIX. FalofaniasJá fiz alusão, na penúltima vez, à função do rito no luto. O rito introduz uma mediação com relação ao que o luto abre como hiância, Mais exatamente, o luto vem coincidir com hiância essencial, a principal hiância simbólica, a falta simbólica, o ponto x, em suma, do qual o umbigo do sonho, que Freud evoca em algum lugar, talvez seja apenas o correspondente psicológico.364

(1960-61) O seminário, livro 8: a transferência. 2. ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.Capítulo XII. A transferência no presenteTudo o que sabemos sobre o inconsciente, desde o início a partir do sonho, nos indica que existem fenômenos psíquicos que se produzem, se desenvolvem, se constroem para serem ouvidos, portanto, justamente para este Outro que está ali, mesmo que não se o saiba. Mesmo que não se saiba que eles estão ali para serem ouvidos, eles estão ali para serem ouvidos, e para serem ouvidos por um Outro.221

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Capítulo XXVI. Sonho de uma sombra, o homem[...]. Se o primeiro passo em direção à realidade é dado no nível do sonho e no sonho, o fato de que eu alcance essa realidade supõe, certamente, que eu desperte. Mas, esse despertar, não basta defini-lo topologicamente dizendo que o que me desperta é quando há um pouco de excesso de realidade em meu sonho. O despertar se produz, de fato, quando aparece no sonho a satisfação da demanda. Isso não é frequente, mas acontece.458-459

(1962-63) O seminário, livro 10: a angústia. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2005.Capítulo III. Do cosmo à UnheimlichkeitLembrem-se do que extraí do trabalho inaugural, no pensamento de Freud, constituído pela Interpretação dos sonhos, quando enfatizei que, nesse texto, primeiro Freud introduz o inconsciente como um lugar que ele denomina eine anderer Schauplatz, uma outra cena. Desde o começo, desde que entra em jogo a função do inconsciente a partir do sonho, esse termo é introduzido como essencial. Pois bem, creio que está aí, de fato, uma forma constitutiva do que é, digamos, nossa razão.42

Capítulo VI. O que não enganaSucede ver-se aparecer em sonho, e de maneira inequívoca, uma forma pura e esquemática da fantasia. É o que acontece no sonho da observação do Homem dos Lobos. É por ser a fantasia pura, desvelada em sua estrutura, que esse sonho repetitivo adquire toda a sua importância e Freud o toma como central. Se essa observação tem para nós um caráter não esgotado e inesgotável, é por tratar-se, essencialmente, de uma ponta à outra, da relação da fantasia com o real. Ora, que vemos nesse sonho? O escancarar repentino - os dois termos

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BIBLIO. / J. Lacan - O Seminárie

são indicados - de uma janela. A fantasia é vista além de um vidro, e por uma janela que se abre. A fantasia é enquadrada.85

Capítulo VII. Ele não é sem tê-loMuitas vezes sucede a nossos sujeitos terem sonhos em que ficam com esse objeto na mão, seja porque uma gangrena o arrancou, seja porque, no sonho, uma parceira teve o cuidado de praticar a operação cortante, seja por um acidente qualquer. Esses sonhos, com nuances diversas de estranheza e angústia, têm um caráter especialmente inquietante. Essa passagem súbita do objeto ao que poderíamos chamar de sua Zuhandenheit, como diria Heidegger, sua maneabilidade, no sentido dos objetos comuns, dos utensílios, é designada, na observação do Pequeno Hans, por um sonho - o do instalador de torneiras, que irá desatarraxá-lo, reatarraxá-lo, fazer com que o eingewurzelt, aquilo que estava ou não bem enraizado no corpo, passe para o registro do removível. Essa virada fenomenológica permite-nos apontar o que opõe dois tipos de objetos.103

Capítulo IX. Passagem ao ato e acting outEssa paciente - a coisa é articulada como tal - mentia para ele em sonhos. É através disso que Freud caracteriza o caso. O precioso ágalma desse discurso sobre a homossexualidade feminina é que Freud se detém, atônito, diante disto (ele também faz perguntas e dá respostas): Com que então, o inconsciente é capaz de mentir!143

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BIBLIO. / J. Lacan - O Seminárie

(1962-63) O seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da psicanálise. 2. ed. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1985.Capítulo II. O inconsciente freudiano e o nosso[...] Freud chama o umbigo - umbigo dos sonhos, escreve ele para lhe designar, em último termo, o centro incógnito – que não é mesmo outra coisa, como o próprio umbigo anatômico que o representa, senão essa hiância de que falamos.28Outro dia, não fui de modo algum despertado de um curto sono, em que procurava repouso, por alguma coisa que batia à minha porta desde antes que eu não me despertasse? É que, com essas batidas apressadas eu já formava um sonho, um sonho que me manifestava outra coisa que não essas batidas. E quando me desperto, essas batidas – essa percepção – se delas tomo consciência, é na medida em que, em torno delas, reconstituo toda a minha representação. Sei que estou ali, a que horas dormi, e o que buscava com aquele sono. Quando o barulho da batida acontece, não ainda para minha percepção, mas para minha consciência, é que minha consciência se reconstitui em torno dessa representação - de que eu sei que estou ameaçado de despertar, que estou knocked.58

Capítulo III. Do sujeito da certezaFreud sabe de todas as fragilidades dos furtacores do inconsciente no que concerne a esse registro, quando introduz o último capítulo de A Ciência dos Sonhos com aquele sonho que, de todos os que são analisados no livro, tem um modo à parte – sonho suspenso em torno do mistério mais angustiante, o que une um pai ao cadáver de seu filho mais próximo, de seu filho morto. O pai sucumbido ao sono vê surgir a imagem do filho, que lhe diz - Pai, não vês que estou queimando? Ora está para pegar fogo no real, na peça ao lado.37

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Capítulo IV. Da rede dos significantesNão digo que Freud introduz o sujeito no mundo - o sujeito como distinto da função psíquica, a qual é um mito, uma nebulosa confusa - pois é Descartes quem o faz. Mas direi que Freud se dirige ao sujeito para lhe dizer o seguinte, que é novo - Aqui, no campo do sonho, estás em casa. Wo es war, soll lch warden.47

Capítulo V. Tiquê e autômatonO lugar do real, que vai do trauma à fantasia - na medida em que a fantasia nunca é mais do que a tela que dissimula algo de absolutamente primeiro, de determinante na função da repetição - aí está o que precisamos demarcar agora. Aí está, de resto, o que, para nós, explica ao mesmo tempo a ambiguidade da função do despertar e da função do real nesse despertar. O real pode ser representado pelo acidente, pelo barulhinho, a pouca-realidade, que testemunha que não estamos sonhando. Mas, por outro lado, essa realidade não é pouca, pois o que nos desperta é a outra realidade escondida por trás da falta do que tem lugar de representação – é o Trieb, nos diz Freud. [...]. O despertar, como não ver que ele tem duplo sentido - que o despertar, que nos restitui a urna realidade constituída e representada, tem duplo emprego? O real, é para além do sonho que temos que procurá-lo - no que o sonho revestiu, envelopou, nos escondeu, por trás da falta de representação, da qual lá só existe um lugar-tenente. Lá está o real que comanda, mais do que qualquer outra coisa, nossas atividades, e é a psicanálise que o designa para nós.61

Capítulo VI. A esquize do olho e do olharNo campo do sonho, ao contrário, o que caracteriza as imagens é que isso mostra.76

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BIBLIO. / J. Lacan - O Seminárie

(1968-69) O Seminário Livro 16: De um Outro ao outro. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2008. Capítulo XII. O acontecimento Freud[...]. Portanto, quando interpretamos um sonho, o que nos orienta certamente não é o que quer dizer isso?, nem tampouco o que ele quer, para dizer isso?, e sim o que é que, ao dizer, isso quer? Isso não sabe o que isso quer, aparentemente.194

(1969-70) O seminário, livro 17: O avesso da psicanálise. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1992.Capítulo IV. Verdade, irmã de gozo[...] um sonho desperta justamente no momento em que poderia deixar escapar a verdade, de sorte que só acordamos para continuar sonhando – sonhando no real, ou, para ser mais exato, na realidade.54

Capítulo IX. A feroz ignorância de YahvéJá lhes disse, o complexo de Édipo é o sonho de Freud. Como todo sonho, precisa ser interpretado. Temos que ver onde se produz esse efeito de deslocamento, a ser concebido como aquele que pode se produzir pela defasagem numa escrita.128

(1971) O seminário, livro 18: de um discurso que não fosse semblante. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2009.Capítulo V. O escrito e a falaO fato de o sonho ser um rébus, diz Freud, não é o que me fará abandonar nem por um instante a afirmação de que o inconsciente é estruturado como uma linguagem. Só que é uma linguagem em meio à qual apareceu sua escrita. Isso não significa, é claro, que se deva dar o menor crédito - e quando o daríamos, não é? - a essas imagens que

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passeiam pelos sonhos. Uma vez que sabemos que elas são representações de palavras, já que se trata de um rébus, isso se traduz, ubertragt, no que Freud chama de pensamentos, die Gedanken, do inconsciente.83

(1971-72) O seminário, livro 19: ...ou pior. Rio de Janeiro: J. Zahar, 2012.Capítulo XV. O desejo de dormirO que faz um sonho? Não satisfaz o desejo, por razões fundamentais que não vou tratar de desenvolver hoje, porque isso equivale a quatro ou cinco seminários. A razão é simplesmente esta, e é tangível: o que Freud diz é que o único desejo fundamental no sono é o desejo de dormir. [...]. É para isso que serve o sono, basta qualquer um observar um animal dormindo para se dar conta disso – o que se trata de suspender é a ambiguidade que há na relação do corpo com ele mesmo, é o gozar.209

Capítulo XVI. Os corpos aprisionados pelo discursoVemos com clareza como e com que o sonho trabalha, com que ele tricota. Ele o faz com os elementos da véspera, como diz Freud, ou seja, com o que ainda está bem na superfície da memória, e não nas profundezas. A única coisa que liga o desejo do sonho ao inconsciente é a maneira como é preciso trabalhar para resolver o problema de uma fórmula com = 0, para encontrar a raiz graças à qual se anule o modo como isso funciona. Quando isso não é anulado, como dizem, há o despertar.225-226

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BIBLIO. / J. Lacan - O Seminárie

Anexo. Resumo do Seminário 19. Publicado no Anuário da Escola Prática de Estudos Superiores, 1972-1973É verdade que o trabalho (do sonho, entre outros) prescinde de pensar, de calcular, até de julgar. Sabe o que tem a fazer. É sua definição: ele supõe um “sujeito”, é Der Arbeiter.234

(1972-73) O seminário, livro 20: Mais ainda. 2 ed. Rio de Janeiro: J. Zahar, 1985.Capítulo V. Aristóteles e Freud: a outra satisfação[...]. Fica reservado às pessoas que conhecemos, esses adultos, dos quais, ademais, é expressamente dito que eles não podem jamais chegar a se despertarem - quando acontece no sonho deles alguma coisa que ameaçaria passar ao real, isto os enlouquece de tal maneira que imediatamente e eles acordam, quer dizer, continuam a sonhar. […].76

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BIBLIO. / J. Lacan - Escritos

B / Escritos, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 1998.

(1953) Função e campo da fala e da linguagem em psicanáliseQuem dentre nós, aliás, não sabe por experiência que, uma vez enveredada a análise na via da transferência – e para nós essa é a indicação de que ela efetivamente o está -, todo sonho do paciente é interpretado como provocação, confissão velada ou digressão, por sua relação com o discurso analítico, e que, à medida que progride a análise, eles se reduzem cada vez mais à função de elementos do diálogo que nela se realiza?269

(1954) Introdução ao comentário de Jean Hyppolite sobre a “Verneinung”Assim é que fizemos caso daquele caso com que Freud ilustra de maneira acrobática o que entende por desejo do sonho. Pois, se ele o expõe para cortar pela raiz a objeção da alteração que o sonho sofreria por sua rememoração no relato, evidencia-se claramente que a elaboração do sonho só lhe interessa na medida em que se realiza no próprio relato, isto é, que o sonho só tem valor para ele como vetor da fala.379

(1956) Situação da psicanálise e formação do psicanalista em 1956[...]. “Apenas a elaboração do sonho nos interessa”, diz Freud, e mais: “O sonho é um rébus”. Que mais teria precisado acrescentar, para que não esperássemos dele as palavras da Alma? Acaso as frases de um rébus

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algum dia tiveram o menor sentido, e porventura seu interesse, aquele que sentimos por sua decifração, não decorre de que a significação manifesta em suas imagens é caduca, só tendo importância ao fazer que se entenda o significante que nelas se disfarça?473

(1957) A instância da letra no inconsciente ou a razão desde Freud[...] as imagens do sonho só devem ser retidas por seu valor significante, isto é, pelo que permitem soletrar do “provérbio” proposto pelo rébus do sonho. Essa estrutura de linguagem que possibilita a operação da leitura está no princípio da significância do sonho, da Traumdeutung.514

(1958) A direção do tratamento e os princípios de seu poderE o sonho, diz-nos Freud, sem que pareça ver nisso a menor contradição, serve antes de mais nada ao desejo de dormir. É retração narcísica da libido e desinvestimento da realidade.Aliás, sabe-se por experiência que, quando meu sonho chega a alcançar minha demanda (não à realidade, como se diz impropriamente, que pode preservar meu sonho), ou àquilo que mostra aqui ser-lhe equivalente, a demanda do outro, eu desperto.630

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BIBLIO. / J. Lacan - Outros escritos

C / Outros escritos, Rio de Janeiro, Jorge Zahar, 2003.

(1972) ...ou piorÉ verdade, portanto, que o trabalho (do sonho, entre outros) prescinde de pensar, de calcular, ou até de julgar. Ele sabe o que tem de fazer. Esta é sua definição: ele supõe um “sujeito”, é Der Arbeiter. O que pensa, calcula e julga é o gozo, e sendo o gozo do Outro, exige que o gozo Um, aquele que exerce a função de sujeito, seja simplesmente castrado, isto é, simbolizado pela função imaginária que encarna a impotência – em outras palavras, pelo falo.548

(1973) TelevisãoUm parêntese aqui: será que o inconsciente implica que se o escute? A meu ver, sim. Mas certamente não implica que, sem o discurso a partir do qual ex-siste, ele seja avaliado como um saber que não pensa, não calcula e não julga, o que não o impede de trabalhar (no sonho, por exemplo) […].517

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BIBLIO. / J. Lacan - Outros textos

D / Outros textos.

(1974) A Terceira. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 62, dez. 2011.[...] É sobretudo o desejo de acordar que me agita. Mas, enfim, é particular.25

(1977) Abertura da Seção Clínica. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 30, abr. 2001.O sonho difere, dizfreud (différeud), a diferenciação, decerto não manifesta e totalmente enigmática – basta ver a trabalheira de Freud – entre o que se deve chamar uma demanda e um desejo. O sonho demanda coisas, mas aí ainda uma vez a língua alemã não serve a Freud, pois ele não encontra outra maneira de designá-la senão de chamá-la um anseio, Wunsch, que está, em suma, entre demanda e desejo.7

(1978) Transferência para Saint Denis? Lacan a favor de Vincennes! Correio, n. 65, abr. 2010.Como fazer para ensinar o que não se ensina? Foi por aí que Freud caminhou. Ele considerou que nada é apenas sonho, e que todo o mundo (se tal expressão pode ser dita), todo mundo, é louco, ou seja, delirante.31

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BIBLIO. / J.-A. Miller

JACQUES-ALAIN MILLER.

A / Textos.

(1996) Despertar. In: Matemas I. Rio de Janeiro: J. Zahar,Esse termo despertar é um dos nomes do real enquanto impossível.102Não há necessidade de retomar aqui a análise que Lacan fez do sonho “Pai, não vê que estou queimando?” que Freud colocou como exergo do capítulo VII da Interpretação dos sonhos. Aí, onde Freud se deteve para formular que é para continuar a dormir que se sonha, Lacan demonstra que o despertar não tem outro fim. Compreende-se como despertar para a realidade, ou seja, para a representação cuja moldura e cuja consistência são dadas por uma frase da fantasia. [...] O despertar para a realidade é apenas fuga do despertar para o real, aquele que se anuncia no sonho quando o sujeito se aproxima, como Freud mesmo o observa, do que ele nada quer saber […]105

(1997) Lacan elucidado: palestras no Brasil. Rio de Janeiro: J. ZaharCap. IV. Clínica e cultura. Sobre a clínica psicanalíticaUm capítulo todo de A interpretação dos sonhos trata dos sonhos feitos para um analista, eventualmente, para enganá-lo. Vamos colocar uma

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BIBLIO. / J.-A. Miller

questão, mas não respondê-la agora: não seria o próprio inconsciente freudiano também um artefato da experiência analítica?341

Cap. V. O desejo de Jacques Lacan. O avesso de FreudFreud diz em sua linguagem: o que chamou pré-consciente parece concentrado ao redor de um desejo único, o de dormir. Há supostamente uma diversidade de desejos inconscientes, mas todos eles são suportados pelo desejo de dormir. De tal forma que o próprio Freud disse que todos os sonhos merecem o apelativo “sonhos de comodidade”, e esse desejo impede os sonhos de irem mais além de um certo ponto. Na linguagem de Lacan, quando o sonho se aproxima do real desejado, o sujeito desperta para continuar a dormir. Creio que é preciso tomar isto com a seriedade que merece: o desejo fundamental é o de dormir e o do analista é a exceção. O desejo do analista, que chamamos desejo de saber, não tem nada a ver com nenhum tipo de erudição e constitui exceção à lei do desejo de dormir. É o desejo de despertar, não apenas de despertar-se, mas também despertar o Outro. É um desejo de despertar-se do desejo do Outro […]397

Cap. VI. A lógica da análise. A gênese do resto.[...] Como o inconsciente pode enganar? É muito importante perceber que o inconsciente é naturalmente mentiroso. Não se pode analisar um só sonho sem introduzir tal elemento. Quando o paciente sonha para o analista, já não podemos dizer que há algo de mentiroso no sonho, embora não se possa desprezá-lo, muito pelo contrário. Isso inquieta, porque se o inconsciente for identificado como real, este mente.505

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BIBLIO. / J.-A. Miller

(2008) Efeitos terapêuticos rápidos em psicanálise: conversação clínica com Jacques-Alain Miller em Barcelona. Belo Horizonte: EBP, Scriptum

(2009) Perspectivas do Seminário 23 de Lacan: o sinthoma. Rio de Janeiro: Zahar[...] Mas a questão aberta no derradeiro ensino de Lacan é: o que é o saber? Nesse nível, o saber não é um despertar e, se fosse preciso escolher, ele seria, antes, um sonho. É nisso que Lacan trilha seu giro em círculos. O ser humano (l’être humain) – o que na época ele escreve: les trumains - está condenado ao sonho.189

(2009) O Homem dos Lobos. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 56/57Passemos agora ao sonho que deu seu nome ao sujeito, e isto justificadamente, pois o próprio Freud exprime sua convicção, que partilha com o paciente - convicção, Überzeugung, é uma palavra recorrente nesse texto -, a saber, que por trás desse sonho se esconde a causa da neurose infantil. O primeiro vetor, que vai da idade dos três aos três anos e meio, não basta para conduzir diretamente à neurose infantil. Interpõe-se aí uma causa que remeterá verdadeiramente ao começo, a esse sonho de angústia, imediatamente interpretado por Freud como angústia de castração.[...], o que Freud quer descobrir aqui é certa relação - não precisemos mais - com o genital. Podemos dizer que é uma certa relação com a significação fálica. Há certa relação - não digo qual - que remaneja a posição fundamental do sujeito, ou seja, a passividade.38

(2010) Lacan com Joyce. Correio, n. 65[...] Há algo de “não há saída”, no sentido do pas de sortie francês. Não digo que seja um impasse, digo que “não há saída”. É o tema de Lacan,

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ao qual ele chega rapidamente, até não mais colocar o final de análise como um despertar. A fórmula empregada por Lacan é 'não há despertar', ao passo que todas as suas formulações anteriores não eram senão modalidades diversas do despertar. É preciso ver por que ele não mantém a noção de despertar nesse período. Quando se está no nível no qual o sujeito é sempre feliz, a noção de despertar desvanece; ela não tem mais a pertinência de antes.35

(2010) Efeito de retorno à psicose ordinária. Opção Lacaniana online. São Paulo, n. 3[...] A ideia geral é que nos defendemos contra o real, contra o que não podemos tornar sensato, ou contra o que nos torna loucamente sensatos. Apenas em nossos sonhos ressurge o que não tem sentido. Na verdade, os sonhos têm sentido, mas os pesadelos que nos fazem acordar, geralmente o fazem partir de um elemento fora-do-sentido. Neles se toca talvez mais de perto a verdade […]25

(2011) O Homem dos Lobos. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 59, mar. 2011. A fantasia ligada ao real é diferente da ligação do sonho com o real dos fatos, questão que trouxe muitos problemas a Freud. Os elos que nos faltam para estar no nível do que você assinalou, de Lacan, é saber por qual viés se chega a esse conceito de real e compreender a razão de Freud não ter chegado a ele. Nesse sentido, a função do olhar no sonho lhe escapa.11

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BIBLIO. / J.-A. Miller

(2011) O ser é o desejo. Lição de 11 de maio de 2011 do curso: O Ser e o Um (inédito). Disponível em: https://congresoamp2020.com/pt/articulos.php?sec=el-tema&sub=textos-de-orientacion&file=el-tema/textos-de-orientacion/el-ser-es-el-deseo.html. O primeiro ensino se assentava sobre o desejo de ser e prescrevia um certo regime da interpretação: a interpretação de reconhecimento. É a interpretação que reconhece o desejo subentendido e o exibe: cada vez que nos esforçamos para interpretar um sonho praticamos a interpretação de reconhecimento. Mas há um outro regime da interpretação que incide não sobre o desejo, mas sobre a causa do desejo. É uma interpretação que trata o desejo como defesa, trata a falta-a-ser como uma defesa contra o que existe. E o que existe, ao contrário do desejo que é falta-a-ser, é o que Freud abordou por meio das pulsões e que Lacan nomeou de gozo.[...] Isso deixa em suspenso a definição do desejo do analista. Lacan o invocava para fazer passar o ser inconsciente, ou seja, recalcado, ao estado de realizado. O recalcado, como o que quer ser, fazia apelo ao desejo do analista para vir a existir. A posição do analista, quando ele se confronta com o Yad’lun no ultrapasse, não é mais marcada pelo desejo do analista, mas por uma outra função que deveremos elaborar em seguida.

(2011) Perspectivas dos Escritos e Outros Escritos: entre desejo e gozo. Rio de Janeiro: ZaharHá uma expressão utilizada por Freud em A interpretação dos sonhos, o umbigo do sonho, o ponto no qual, definitivamente, as interpretações ao mesmo tempo convergem, misturam-se e se abrem para um horizonte indefinido. Então, o homem que fez a primeira coletânea – que até hoje continua sendo a única – das interpretações de seus sonhos, que as multiplicou, é aquele que diz, in fine, que todas essas interpretações estão inacabadas. Não por fadiga, ou preguiça, mas por estrutura, que todo

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sonho comporta um umbigo, um ponto no horizonte – para dizê-lo matematicamente -, e que nenhuma interpretação está, para falar com propriedade, terminada.44

(2012) O escrito na fala. Opção Lacaniana online. São Paulo, n. 8. [...]. Afirmar que o sonho se lê como enigma quer dizer que a imagem não vale como figura, um signo figurado, nem como pantomima, mas sim como uma letra e que tudo aqui é assunto de escritura.10

(2014) Apresentação do Seminário 6: o desejo e sua interpretação, de Jacques Lacan. Opção Lacaniana online. São Paulo, n. 14Lembro-lhes o texto desse sonho, que Freud incluiu, inicialmente, em “Formulações sobre os dois princípios do funcionamento mental” e que integrou, em seguida, à Interpretação dos sonhos. O pai ainda está vivo e fala a seu filho que é o sonhador. O filho tem o sentimento doloroso de que seu pai já está morto, mas este não sabe disso. Lacan detalha, inclusive em seu grafo, como Freud trata o sonho por meio do significante e o interpreta restituindo-lhe as cláusulas que ele pensa terem sido elididas pelo texto do sonho, em particular o famoso “segundo seu voto”. Há o tratamento desse sonho por Freud, que Lacan retoma, e o tratamento desse sonho por Lacan. Lacan o trata essencialmente pelo objeto e não pelo significante e, ao fazê-lo, vocês verão isto em especial na página 75, implica a fantasia no sonho. Ele formula a pergunta: o que é esse confronto entre o pai e o filho, essa cena estruturada, esse cenário? É uma fantasia? Outras questões são formuladas, mas a resposta, dita uma vez por Lacan, é que se trata efetivamente de uma fantasia. Ele enuncia, aqui, que nos encontramos diante de uma fantasia de sonho. Lacan é então levado, na interpretação do sonhar, não a proceder à análise significante, mas a assumir a representação imaginária oferecida

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BIBLIO. / J.-A. Miller

pelo sonho e a qualificá-la de fantasia, uma categoria de fantasia que é a fantasia de sonho.9-10

(2016) O desejo de certeza. Descartes e a ordem das razões. Opção Lacaniana Online, n. 19Ele era um homem preocupado com a pesquisa da verdade. A filosofia e a matematização do mundo eram para ele um modo de vida – é assim que Lacan apresenta Descartes no Seminário 11, como um homem de desejo. A pesquisa do saber estava no primeiro plano, era toda a sua vida. Tratava-se certamente de desejo e de saber quais valores podiam orientar sua existência. Isso aparece muito claramente no terceiro dos famosos sonhos relatados em La Vie de M. Descartes, de Adrien Baillet - os três sonhos de uma noite que perturbaram Descartes. [...] Descartes vê surgir em seu sonho um homem que lhe apresenta um papel em que está escrito: É e não (O sim e o não). Ora, pesquisando essas palavras no livro de Ausone, ele não as encontra. Eis o que se prestaria a infindáveis interpretações. […].4-5

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BIBLIO. / Autores da AMP - E. Laurent

AUTORES DA AMP.

A / Eric Laurent.

(1995) Versões da clínica psicanalítica. Rio de Janeiro: ZaharParte I. Transferência e Direção do Tratamento

2. Sobre a interpretaçãoNo fim do sonho, encontramos a interpretação desse acting-out, uma interpretação que o próprio paciente fez. O emprego que ele estava procurando era sustentar esse pai para que ele não fosse perigoso, ou seja, para que cuidasse de sua mãe. Na sequência acting-out/sonho, observa-se como se produziu a virada do analista, de tal modo que foi o paciente que interpretou o enigma, pois eu passei para outra posição. Tornei-me um S1 diante de quem ele se representou acrescentando-se um S2. Justamente dessa sessão, produziu-se uma outra virada […]27

4. Sobre o desejoLacan trabalha a partir de um sonho da Traumdeutung, sonho pouco comentado, o sonho da bela açougueira, que logo se transformou num clássico de retorno a Freud. Lacan toma pois esse sonho, cujo relato é muito curto, um sonho de uma histérica, demonstrando como, a partir dele, pode surgir o desdobramento de toda uma análise na histeria. Lacan obtém esse desdobramento a partir de uma leitura retroativa de Freud. Ele lê o sonho da bela açougueira a partir dos textos posteriores de Freud: o caso da homossexual feminina e o capítulo sobre a identificação da Psicologia das massas.

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BIBLIO. / Autores da AMP - E. Laurent

[...] Temos, portanto, dois movimentos: por um lado, o desdobramento de toda a análise de uma histeria a partir de um sonho da obra de Freud, e, por outro, o resumo de toda a análise de um obsessivo num sonho. Os dois sonhos devem ser correlacionados para produzir seu efeito de sentido.40-41

6. O que Melanie sabiaO primeiro pesadelo consistia em que “lhe era administrado éter pela rainha de Alice no País das Maravilhas”, e o outro, em “um carro que parecia velho, negro e abandonado, com uma série de placas numeradas, que vinha na direção dele e parava a seus pés”.É muito importante que houvesse dois pesadelos, pois vocês sabem que o sujeito só é representado por um significante para outro significante [...]Eu consideraria esse sonho como uma resposta aos dois pesadelos iniciais. [...] O ponto de despertar divide o sonho em duas partes […]57-58

Parte II. Neurose e Construção da Fantasia1. Construção da fantasia: O Homem do Impermeável

Um sonho deu-lhe a solução: ele estava na casa de sua tia e via os lugares com a precisão alucinante que pode implicar o efeito de real no sonho. Mas, ali como em outras situações, não era da realidade que se tratava, tal como na luz do sonho “Pai, não vês que estou queimando?”. Nesse sonho, na casa da tia, do outro lado da parede, num outro aposento, ele sabia que havia três mulheres presentes: sua mulher, sua tia e sua irmã. Ele remexia – o que era proibido – uma baú cheio de roupas femininas, e dele retirava a mão cheia de sangue.

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BIBLIO. / Autores da AMP - E. Laurent

(2000) As paixões do ser. VII Jornada da EBP/Bahia: III Jornada do Instituto de Psicanálise da Bahia. Salvador: EBP/BahiaNo sujeito psicótico o que vem em primeiro plano é o delírio, e não os sonhos [...] sob uma forma que é preciso diferenciar.47

(2007) A sociedade do sintoma: a psicanálise, hoje. Rio de Janeiro: Contra CapaOutros sonhos lhe dão acesso direto ao gozo, sem recalcamento: “Tinha pego o trem. Ele parava na estação. Eu não tinha pressa de descer [trata-se do oposto do sonho em que ela tem pressa de descer para xingar seus pais; furioso, seu marido lhe diz para pegar suas coisas e se apressar]. Eu não encontrava mais o vagão, eu não estava certa de que fosse aquele. Não encontrava mais nada meu. O trem partia. Tarde demais! Aonde íamos? Ao cabo de alguns instantes, percebi que não era realmente um trem. Éramos dois, o condutor e eu. Eu lhe perguntei se era possível me trazer de volta. Como se houvesse uma transformação, nós estávamos agora em uma espécie de máquina, semelhante a patins de gelo. Eu estava com um vestido muito curto“. Esse vestido desvelava seu sexo, e ela tinha um sexo de homem. “Acordei gozando“, diz.122

(2010) Lacan analisante. Opção Lacaniana Online, n. 3Lacan analisante é o inverso de Freud. Ele fez uma análise, não uma autoanálise endereçada ao público ou uma “interpretação dos sonhos”, pois não tem sonhos conhecidos, exceto dois de despertar, nos quais ele se apoiou para analisar brilhantemente o sonho de Freud, que ele muito valorizava e lhe era atribuído: “Pai, não vês que estou queimando?”. Estamos então sem recursos para seguir Lacan analisante?"1[...] a relação de Lacan com a paixão feminina lhe permitiu extrair um matema para responder ao gozo da mulher que desfere golpes. O

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BIBLIO. / Autores da AMP - E. Laurent

despertar será isso? Em seu Seminário XI Lacan nos relata um sonho que o mobiliza e põe em jogo uma mulher que bate à sua porta: ele é knocked. [...] Ousemos uma aproximação entre os golpes de Aimée e os golpes do despertar. Lacan analisante é aquele que soube sonhar mais longe que Freud e afrontar o insuportável da questão feminina para um homem e isso, em termos que renovariam definitivamente a psicanálise.6

(2012) A psicanálise e a escolha das mulheres. Belo Horizonte: ScriptumUma fantasia: “Uma criança é espancada”Quando, por exemplo, na injeção de Irma, esta entra no quarto, Freud vai ao seu encontro e examina sua garganta; depois, há o cortejo que invade o quarto,[...]. Então, os sonhos, vocês sabem, são um bom guia de leitura para seus próprios sonhos, cada vez que vocês virem uma multidão, pois bem, trata-se de vocês mesmos: isso é útil para não se perder no meio de toda essa gente: encontrar as saídas […]40

A jovem Parca pornográficaNo sonho, toma forma o que é um modo de articulação entre “o gozo é invisível” e o mundo da representação – imagem e significante.201

O enforma do gozo. Um véu que apenas recobre uma manchaO objeto a é semblante de gozo. É a ele que o mundo dos sonhos nos dá acesso.203

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BIBLIO. / Autores da AMP - E. Laurent

O analisando LacanSe, dentro do sonho, ele ouve o barulho da batida na porta, é porque isso tem um significado especial para ele como sonhador, que foi tocado, atingido (Knocked). O sonhador é o sonho.240

A eleição subjetiva e as mulheresÉ exatamente por isso que aquilo que se produz no sonho é algo que tem a ver com a experiência sexual. [...]. As consequências de que no sonho se faz presente um modo de despersonalização, permite a cada um de nós ter a experiência do corpo do outro, uma experiência erótica sem nenhuma representação de si mesmo. Uma representação que explode quando tudo é sonho. [...] a reformulação lacaniana consiste em passar pela experiência do sonho, porque ela nos dá acesso ao que é o encontro com o corpo sem representação, sem forma do si mesmo do corpo. Sim, existem formas, sim, o corpo tem formas, porém aquele que sonha está deslocalizado nestes corpos pela multiplicidade com que este se apresenta.253-254

(2016) O avesso da biopolítica: uma escrita para o gozo. Rio de Janeiro: Contra CapaJoyce acreditava na conexão direta entre o som e o sonho [...].Portanto, a relação de Joyce com o inconsciente existe. Que ele seja desabonado do inconsciente não diz tudo dessa relação. Trata-se, muito mais, de uma relação em curto-circuito […]155

(2017) Os efeitos da psicanálise no tecido da civilização (entrevista). Opção Lacaniana Online, n. 22O inconsciente freudiano é a surpresa de descobrir que há, sem que ninguém pense, pensamentos que nos atravessam. Quando eu sonho, eu

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BIBLIO. / Autores da AMP - E. Laurent

não penso, e, no entanto, meu sonho é constituído de pensamentos que me atravessam, de imagens que se inscrevem no conjunto do sonho com uma força particular. Isso faz com que todo mundo conheça impressões de força, de angústia, de realidade dadas pelos sonhos que nos atravessam. E aí, então, Freud tem um inconsciente particular. Não é o inconsciente de Fechner, não é simplesmente o inconsciente associativo, de palavras que se associam.12

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BIBLIO. / Autores da AMP - Outros autores

B / Outros autores.

Marcela Antelo(2006) Saber e sonho. Correio, n. 55:[...] Trata-se de saber em ato, saber que muda a vida, saber sobre o desejo que se realiza, sempre traumático. Apoiando-se nos chamados restos diurnos - primeira aparição da palavra de resto tão cara à psicanálise contemporânea - a pulsão transfere-se à letra através de uma falsa conexão, de um falso enodamento. Os restos insignificantes, vazios de significação, servem de objeto de transferência, assim como o analista, para possibilitar o trabalho do sonho.52

Miquel Bassols(2011) As neurociências e o sujeito do inconsciente. Opção Lacaniana Online, n. 17(201!) Relatório conclusivo do Cartel B9. Opção Lacaniana, n. 60, pp. 77-86.

Silvia Baudini e Fabián Naparstek(2019) Apresentação do XII Congresso da AMP. O sonho. Sua interpretação e seu uso no tratamento lacaniano. Disponível em: https://congresoamp2020.com/pt/articulos.php?sec=el-congreso&file=el-congreso/presentacion.html

Heloisa Caldas(2015) Trauma e linguagem: acorda. Opção Lacaniana Online, n. 16: […] O desejo do analista de Freud talvez tenha aí recuado. Ainda assim é ele que movimenta esse sonho para concluir com uma fórmula que não diz nada, signo do real do sonho, do sexual e do gozo.9

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BIBLIO. / Autores da AMP - Outros autores

Maria do Rosário Collier do Rêgo Barros(2015) Trauma, uma nova perspectiva sobre um real. Opção Lacaniana Online, n. 16.

Maria do Carmo Dias Batista(2019) Leituras. Site do XII Congresso da AMP. Disponível em: https://congresoamp2020.com/pt/articulos.php?sec=traumdeutung&sub=lecturas&file=traumdeutung/lecturas/19-05-27_maria-do-carmo-dias-batista.html

Cristina Drummond(2010) Leitura das aulas XII e XII do Curso Coisas de fineza em psicanálise. Correio, n. 66:Se há o tempo de dar significação e interpretação às formações do inconsciente, tendo uma verdade que se revela nesse trabalho de decifração, esse trabalho é colocado em questão com a noção de inconsciente real, que é um inconsciente sem recalque. Revela-se cada vez mais a falha entre o sonho e o real, e Lacan formula, no Seminário 24, que “o verdadeiro é o que acreditamos como tal.77(2011) Devastação. Opção Lacaniana Online, n. 6.

Lucíola Freitas de Macedo (2014) O sonho dentro do sonho, a angústia e a voz. In: Primo Levi: a escrita do trauma. Rio de Janeiro: Subversos, pp. 300-317:Mesmo no sonho, o encontro com o real dá-se como por acaso (tiquê), interrompendo o retorno, a volta dos signos comandados pelo autômaton do princípio do prazer: o real excede e sincopa o autômaton em suas infindáveis voltas [...](2014) Trauma e acontecimento de corpo: a escrita de Primo Levi. Curinga, n. 38, pp. 49-57.

Ram Mandil

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BIBLIO. / Autores da AMP - Outros autores

(2019) Sonho e inconsciente real. Texto de orientação ao XII Congresso da AMP. Disponível em https://congresoamp2020.com/pt/articulos.php?sec=el-tema&sub=textos-de-orientacion&file=el-tema/textos-de-orientacion/sueno-e-inconsciente-real.html

Jésus Santiago (2019) Clínica do despertar: eternidade, duração e tempo. Texto de orientação ao XII Congresso da AMP. Disponível em https://congresoamp2020.com/pt/articulos.php?sec=el-tema&sub=textos-de-orientacion&file=el-tema/textos-de-orientacion/clinica-del-despertar-imposible.html

Romildo do Rego Barros(1994) O pesadelo, entre sonho e angústia. Opção Lacaniana, São Paulo: Eolia, n. 11: É precisamente quando se acerca do insuportável que o sujeito desperta, o que parece ter a estrutura de uma passagem ao ato. Ele escapa do insuportável, mas, por outro lado, também coloca uma barreira eficaz contra a interpretação, se é verdade que ele desperta para proteger o sonho, da mesma forma que quando sonha protege o sono.8

Marcus André Vieira (2001) A ética da paixão: uma teoria psicanalítica do afeto. Rio de Janeiro, J. Zahar:[...] Para que possamos abordar o sonho de uma maneira nova, é preciso então perguntar como é possível navegar no universo de uma satisfação sem sujeito.73

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BIBLIO. / Passe - Testemunhos de A. E.

A / Testemunhos de A. E.

Elisa Alvarenga(2003) Do contingente ao necessário: o sintoma. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 35, pp. 28-31.(2018) A fórmula que não existe. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa.

Marie-Hélène Blancard(2013) O real como impossível de dizer. Opção Lacaniana Online, n. 12.(2014) O sintoma como “carta não retirada”. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 68/69, pp. 53-57.

Hélène Bonnaud(2011) Três interpretações... mais uma constatação. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 64, pp. 97-102.

Patricia Bosquin-Caroz(2010) Uma “a-paixonada”. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 58, pp. 95-102.

Guy Briole(2011) Essa cicatriz, aqui. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 61, pp. 155-160.

Graciela Brodsky(2011) Testemunho 1. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 64, pp. 103-108.

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BIBLIO. / Passe - Testemunhos de A. E.

Sergio Caretto(2014) O homem reto. Opção Lacaniana, n. 58, out. 2010, p. 85-93.

Luiz Fernando Carrijo da Cunha (2016) “É preciso acender a luz”, ou uma imagem a mais. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 73, pp. 97-102.(2017) O exílio no sintoma; a solidão como parceira. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 77, pp. 114-117.(2017) O que, de um acontecimento (traumático), ressoa no corpo? Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 75/76, pp. 147-151.(2018) À sombra de uma sombra. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa.(2018) Um último lance... a anamorfose e a père-version. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 78, pp. 79-83.

Maria Antonella Del Monaco(2017) Conjugação feminina de um corpo falante. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 75/76, pp. 109-113.

Rômulo Ferreira da Silva (2011) Passe Salvador. Opção Lacaniana, n. 64, pp. 109-116.(2018) Toma! In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa, p. 204.

Araceli Fuentes García(2011) Um corpo, duas escrituras. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 61, pp. 148.

Leonardo Gorostiza(2010) Calçadeira-sem-medida. Correio, n. 65, pp. 103-109.(2011) Quando a cópula se abre (três escansões do desejo do psicanalista). Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 60, pp. 91-97.

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BIBLIO. / Passe - Testemunhos de A. E.

(2011) O sintoma na clínica do delírio generalizado. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 61, pp. 103-115.(2013) O incomensurável silêncio de uma mulher. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 65, pp. 43-46.

Angelina Harari(2010) Parceiros no singular. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 58, pp. 45-51.(2018) Parceiros no singular. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa.

Dominique Holvoet(2017) Arrancou-se! Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 75/76, maio 2017, pp. 78-82.

Bernardino Horne (2018) A via da perplexidade. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa.

Sérgio Laia (2018) Tempo que para, tempo que flui. Opção Lacaniana, São Paulo: Eolia, n. 79, pp. 85.

Ana Lúcia Lutterbach Holck (2007) Relato. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 50, dez. 2007, p. 32-39.(2008) Mulheres e objetos - o tecido em uma análise. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 52, set. 2008, p. 88-91.(2009) Reavida e escrita. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 54, p. 117-124.

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BIBLIO. / Passe - Testemunhos de A. E.

(2018) Relato. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa.

Anne Lysy(2010) “Tem que ir!” Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 58, pp. 115-122.

Ram Mandil (2014) Psicanálise “de uma nota só”. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 68/69, pp. 47-51.(2018) Conjunto vazio. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa, p. 217.

Véronique Mariage(2003) A voz (via/vozes/voto) do tédio. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 35, jan. 2003, p. 26.

Céline Mengui(2008) Uma raspa de voz ao nível do osso. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 52, set. 2008, p. 92-97.

Kuky Mildiner(2016) O silêncio esvaziado do olhar: um dizer de outra maneira. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 73, pp. 106-112.(2017) Do enclausuramento ao plus de vida. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 75/76, pp. 127-132.

Sergio Passos Ribeiro de Campos(2010) O final de análise e a arte da pintura. Opção Lacaniana Online, n. 3.

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BIBLIO. / Passe - Testemunhos de A. E.

Débora Rabinovich(2017) Meu bestiário. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 75/76, pp. 152-156.

Celso Rennó de Lima (2018) A escritura do nome próprio: um ponto de báscula. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa.

Silvia Salman(2010) Ânimo de amar. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 58, pp. 111. (2013) Encontrar-se no lugar do sinthoma. Opção Lacaniana Online, n. 10, p. 7.(2018) O significante desanimado. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 61, p. 100.

Ana Lydia Santiago (2018) Coup de foudre. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa.

Jésus Santiago (2018) O engodo viril. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa.

Bernard Seynhaeve(2008) Escrita de uma borda. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 52, pp. 105-112.

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BIBLIO. / Passe - Testemunhos de A. E.

Maria Josefina Sota Fuentes (2018) Deixar-se escrever. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa.

Gustavo Stiglitz(2010) Bom dia, Escola Una. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 58, pp. 71-81.

Antoni Vicens(2008) Testemunho. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 52, pp. 118-120.

Marcus André Vieira (2013) Mordidavida. Opção Lacaniana. São Paulo: Eolia, n. 65, pp. 25-34.(2013) “Silêncio” (isso não é um silêncio). Opção Lacaniana Online, n. 11.(2018) Como morder o mar. In: Miller, Jacques-Alain [et al.]. Aposta no Passe: seguido de 15 testemunhos de Analistas da Escola, membros da EBP. Rio de Janeiro: Contra Capa.(2018) A escrita do silêncio: (voz e letra em uma análise). Rio de Janeiro: Subversos.

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