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Coleção Cinema para Todos VOLUME I Professor Caderno do

Caderno do Professor 2013

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Page 1: Caderno do Professor 2013

Coleção Cinema para Todos

Volume I

ProfessorCaderno do

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Coleção Cinema para Todos

Volume I

ProfessorCaderno do

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Governador Sérgio Cabralvice-Governador Luiz Fernando de Souza PezãoSecretária de eStado de cultura Adriana Scorzelli RattesSecretário de eStado de educação Wilson Risolia Rodrigues

Secretaria de eStado de educaçãoSubSecretário de GeStão da rede de enSino Antonio José Vieira de Paiva NetoSubSecretário executivo Amaury Perlingeiro do ValleSubSecretário de GeStão de PeSSoaS Luiz Carlos Becker JuniorSubSecretário de recurSoS e infraeStrutura Zaqueu Soares RibeiroSuPerintendente PedaGóGica Claudia Rayboltdiretora de inteGração educacional Inês dos Santos da Silvacoordenadora de eSPorteS, cultura, ProtaGoniSmo Juvenil e eScola aberta Cíntia Aparecida Garcia Rodrigues

Secretaria de eStado de culturaSubSecretária de relaçõeS inStitucionaiS Olga CampistaSubSecretário de PlaneJamento e GeStão Mario CunhaSuPerintendente do audioviSual Julia Levycoordenadora de difuSão e aceSSo Fátima PaesGerente de difuSão e aceSSo Adriana Carneiro

inStituto cultura em movimento – icemdiretora do icem Luciana Boal Marinhocoordenadora do ProGrama Tatiana MacielGerente de Produção Renato Herzogcomunicação inStitucional Flavia SalgadoGerente do circuito de cineclubeS Juliana Domingos

caderno do ProfeSSorcoordenação equiPe PedaGóGica cinema Para todoS Vanessa CastroPeSquiSa de conteúdo e edição de texto Ana Corrêa, Andrea Perroni, João Coelho e Castro, Kássio Motta, Paula Tedrus, Taissa Vaillé Nunes e Vanessa R. S. Castrocolaboração Adriana Carneiro, Fátima Paes, Flávia Salgado, Julia Levy, Cíntia RodriguesProJeto Gráfico e diaGramação Místico Solimões Design

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Adriana Rattes Secretária de Estado de Cultura

Wilson Risolia Secretário de Estado de Educação

Caros alunos e professores,

Quando, em 2008, iniciamos uma parceria entre as Secretarias de Cultura e de Educação apostando no poder enriquecedor da experiência do cinema no ambiente escolar, a partir da distribuição de vales-ingresso entre alunos e professores da rede estadual de ensino, apenas intuíamos o quão produtiva poderia ser essa união de forças.

Cinco anos depois, o PROGRAMA CINEMA PARA TODOS já levou mais de um milhão de alunos, professores e familiares ao encontro dos múltiplos retratos do Brasil na telona. Além disso, desdobrou a relação cinema-educa-ção em ações que têm adquirido fôlego cada vez maior e constituído parte essencial do Programa.

Os Encontros Pedagógicos, as Oficinas VideoInteratividade e, mais recentemente, o Circuito de Cineclubes nas escolas são as ações que, ao ampliar o acesso à cinematografia nacional e internacional, têm possibilitado o exer-cício da cidadania, formando novos hábitos e repertórios culturais entre alunos, professores e comunidade escolar.

Os Cadernos do CINEMA PARA TODOS são o desdobramento natural do trabalho que desenvolvemos até agora. Seus três volumes - que podem também ser baixados do site do Programa (www.cinemaparatodos.rj.gov.br) - pretendem dar condições de aprofundamento da relação entre cinema e educação no trabalho do aluno e do professor em sala de aula, contribuir para a relação da comunidade escolar com as novas tecnologias e, finalmen-te, estimular o desenvolvimento, em toda sua potencialidade, da atividade cineclubista nas escolas.

Que as informações aqui reunidas tenham o poder de desencadear novas percepções e diálogos entre alunos e professores, é o nosso maior desejo!

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SumárioApresentação.........................................................................7

Introdução ............................................................................11

[Capítulo 1] Uma proposta de método: explorar filmes em sala de aula .............................................12

1.1. Educador-mediador: ponte entre filme e público.........131.2. Um possível roteiro de mediação ..............................15

[Capítulo 2] Cinema e Educação ..........................................272.1. Fundamentos da educação ......................................272.2. Cinema e aprendizagens ..........................................282.3. Encontro com a arte .................................................302.4. Emoção e razão .......................................................32

[Capítulo 3] O Espaço do Cinema ........................................353.1. Um pouco de história ...............................................353.2. Experiência-cinema ..................................................40

[Capítulo 4] Fazer e ver cinema: uma via de mão dupla ........424.1. Da ideia à tela ...........................................................424.2. Como se faz um filme? ............................................444.3. A voz da audiência ...................................................47

Anexos:Roteiros experimentados ..........................................50

Anexos 2: Filmes da 3ª Edição..............................................61

Referências bibliográficas .....................................................74

Sites Interessantes ...............................................................75

Iconografia ...........................................................................77

O Capítulo 1, UmA PRoPostA de método, abre a conversa falando ao professor-mediador sobre possibilidades de dinamizar atividades a partir de filmes e traz uma sugestão de método para explorar um filme em sala de aula.

O Capítulo 2, CinemA e edUCAção, levanta fundamentos da educa-ção, aborda aprendizagens que podem resultar da experiência com o cinema, passeia pela razão e emoção em processos de ensino-apren-dizagem e provoca questões sobre a importância do encontro com a arte no ambiente escolar.

O Capítulo 3, o esPAço do CinemA, traz um breve panorama sobre como o cinema foi ocupando salas de aula no Brasil, e trata da experiência de assistir a um filme no cinema, destacando a singula-ridade desse espaço.

O Capítulo 4, FAzeR e VeR CinemA, amplia o olhar sobre o cinema acom-panhando o caminho que uma ideia percorre até chegar à tela, e abor-da o jogo comunicativo entre autor e audiência.

Por fim, no anexo, estão reunidos RoteiRos com propostas de ativida-des elaboradas por participantes durante os Encontros Pedagógi-cos, a partir dos filmes vistos, que podem ser aplicadas em sala de aula. Essa é uma forma de reconhecer essa contribuição e de expandir a troca de saberes vivida nesses Encontros realizados entre 2012 e 2013 com professores e alunos de magistério. Esperamos que você continue compartilhando descobertas e aprendizados conosco pelo portal do PROGRAMA e no Facebook, pelo grupo Canal do professor – Cinema Para Todos. Até lá!

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157.000expectadores

501.607expectadores

800.000expectadores

previstos

Mais de 1 milhãode vales utilizados!

1ª edição 2ª edição 3ª edição Soma das 3 edições

Apresentação

O PROGRAMA CINEMA PARA TODOS foi concebido pela Secretaria de Cultura em parceria com a Secretaria de Educação. Faz parte dos seus objetivos: incentivar a formação cultural do público da rede estadual de ensino, valorizando e interagindo com suas atividades educacionais re-gulares, a partir do diálogo entre cinema e educação e da ampliação do acesso ao cinema brasileiro.

Para tanto, uma de suas ações principais é possibilitar, através da distri-buição de vales-ingressos, a ida dos alunos e professores da rede pública estadual às salas de cinema conveniadas ao Programa para assistir a fil-mes brasileiros, possibilitando também a aproximação deste público com o mundo cinematográfico em debates com diretores e elenco, além de atividades extras e da distribuição de textos de apoio.

Alunos e professores podem também travar contato com uma série de filmes estrangeiros selecionados por sua relevância cultural e pedagógica, em sessões previamente agendadas.

Desde sua primeira edição, em 2008, o CINEMA PARA TODOS levou mais de um milhão de pessoas, entre alunos, professores e seus convidados, aos cinemas distribuídos nos 27 municípios do Estado do Rio de Janeiro que possuem salas de exibição. Parte expressiva desse público foi ao cinema pela primeira vez.

valE-ingrEsso

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DUQUE DE CAXIAS

PETRÓPOLIS

TERESÓPOLIS

TRÊS RIOS

NOVA FRIBURGO

MACAÉ

RIO DAS OSTRAS

ARMAÇÃO DOS BÚZIOSARARUAMA

SÃO GONÇALO

SÃO JOÃO DE MERITI

NILÓPOLIS

RIO DE JANEIRO

NOVA IGUAÇU

PARACAMBI

ITAGUAÍ

ANGRADOS REIS

VOLTAREDONDA

BARRAMANSA

BARRA DO PIRAÍ

VALENÇA

VASSOURAS

NITERÓI

CAMPOS DOS GOYTACAZES

ITAPERUNA

BOM JESUS DO ITABAPOANA

MAGÉ

ILHA DO GOVERNADOR

ENGENHEIROPAULO DE FRONTIN

BELFORD ROXO

SANTA CRUZ

QUEIMADOS

SEROPÉDICA

CACHOEIRAS DE MACACU

TANGUÁ

IGUABAGRANDE

MARICÁ

MIGUELPEREIRA

CANTAGALO

SAPUCAIA CORDEIRO

CAMBUCI

SANTO ANTÔNIODE PÁDUA

ITAOCARA

LAJE DO MURIAÉ

CARDOSO MOREIRA

SÃO FRANCISCODE ITABAPOANA

SÃO JOÃO DA BARRASÃO FIDÉLIS

RESENDE

RIO CLARO

Com o objetivo de aumentar os espaços de exibição audiovisual do es-tado, o CINEMA PARA TODOS deu início, em 2012, ao CIRCUITO DE CINECLUBES que, realizado nas escolas da rede, representa a expansão do Programa para mais 23 municípios atendidos diretamente.

Legenda

Com salas de Cinema

27 municípios

CirCuito CineClubes 30 municípios

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Outros 40 municípios que não contam com salas de cinema têm parti-cipado do Programa, seja pela participação em sessões agendadas em municípios vizinhos, seja pelos ENCONTROS PEDAGÓGICOS, voltados à aproximação do professor às inúmeras possibilidades da experiência com o cinema; ou pelas OFICINAS VIDEOINTERATIVIDADE, exercício coletivo de produção audiovisual a partir das novas tecnologias.

O site www.cinemaparatodos.rj.gov.br é a linha direta entre a equipe que rea-liza o Programa e os alunos e professores da rede estadual. Lá, você encontra o detalhamento de cada ação, todos os materiais pedagógicos produzidos para download, além da programação dos cinemas convenia-dos. Ficar de fora não está no roteiro!

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Incentivar os alunos a frequentar as salas de cinema, valorizar a produção nacional e aproveitar as inúmeras pos-sibilidades dos filmes como instrumento de trabalho do educador são alguns dos muitos objetivos do CinEMa Para ToDos, que tem na atuação do professor um de seus eixos fundamentais.

O propósito deste CaDErno Do ProFEssor é provocar reflexões sobre cinema e educação. E, além disso, sugerir um método de trabalho com filmes em sala de aula, dentre muitos possíveis. Este material integra a coleção do CinEMa Para ToDos, que pode ser baixada no site do PrograMa.

Introdução

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[CAPíTulo 1] uma proposta de método:

explorar filmes em sala de aula

o olho vê. A lembrança revê. A imaginação transvê.

é preciso transver o mundo.

manoel de barros

Ao propiciar a ida de educadores e alunos da rede estadual de ensino ao cinema, o PROGRAMA CINE-MA PARA TODOS busca ampliar o acesso à cultura e expandir o re-pertório cinematográfico dos parti-cipantes. Ir ao cinema é uma forma de afetar as pessoas – no sentido de despertar ou fortalecer o afeto – pelo próprio cinema.

De acordo com a Prof.ª Luciane Cruz, de Campos dos Goytacazes, ir ao cinema com alunos possibili-ta “despertar a memória afetiva, a construção dos conhecimentos

tempo. Cada um de nós aprende a ler as imagens antes mesmo de expressá-las por meio de signos, desenhos, palavras. Como afirma Paulo Freire: “a leitura do mundo precede a leitura da palavra” (A im-portância do ato de ler, pág. 9).

Fazemos a leitura do mundo vivi-do antes de analisá-lo e de elabo-

coletivos e a rela-ção estudante e mediador”.

Quando a escola ocupa o espa-ço do cinema, os filmes assistidos podem ser incorporados à sala de aula para ampliar reflexões e diálo-gos não só sobre conteúdos curri-culares, mas também sobre assun-tos que mobilizam os estudantes.

Ver filmes nos incentiva a perce-ber aspectos da vida cotidiana de forma crítica e poética ao mesmo

rar esse conhecimento em disci-plinas. Da mesma forma, quando se vê um filme, o processo de ler ou interpretar as imagens e sons acontece naturalmente. Quando um grupo de alunos vai ao cine-ma, uma interpretação coletiva do que foi ou será visto pode ser pro-movida na sala de aula.

Colegas, de Marcelo Galvão

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Dica: A leitura do filme pode acontecer sem estar, necessaria-

mente, vinculada a um conteúdo disciplinar. É comum encontrar

associações entre o que se vê nos filmes e temas transversais re-

lacionados à realidade dos alunos: ética, pluralidade cultural, meio

ambiente, trabalho e consumo, saúde, orientação sexual e outros

assuntos de interesse da turma.

Para explorar filmes na escola sugerimos aqui uma possibilidade de método que dá ênfase ao diálogo e à interatividade e que propõe contextualizar o que está na tela,

fazendo relações com a vida que levamos. Sempre com uma pitada lúdica, para propiciar prazer e afetividade na aprendizagem.Essa proposta associa a atitude de dialogar sobre

filmes ao exercício da cidadania. Pela prática do diálogo, o indivíduo se fortalece para a negociação permanente que é viver em sociedade.

Desafio: Para você, qual seria um clássico do cinema? Quais são os filmes que marcaram a sua vida? Qual é seu filme brasileiro preferido? Como você escolhe o filme que vai ver no cinema?

1.1. Educador-mEdiador: pontE EntrE filmE E público

Esses exercícios também podem ser feitos com grupos de alunos para despertar-lhes a memória afetiva. Podem ser também uma maneira de conhecer um pouco mais so-bre o perfil desses alunos – saber se já fo-ram e se vão ao cinema; com que frequên-cia; como escolhem o que querem assistir; com quem costumam fazer esse programa; e, se não vão ao cinema, indagar o por quê.

Além de observar sua própria relação com a ida ao cinema, o grupo também pode ser incentivado a pesquisar hábitos de lazer dos seus colegas ou da comunidade em questão:

Você se lembra quando foi ao cinema pela primeira vez?

Com quem você foi e qual era o filme?

Que sentimentos essa experiência despertou em você?

Se quiser convidar pessoas para passear pelo mundo do cinema, é interes-sante que você faça suas próprias reflexões e exercícios de memória: você tem uma relação com o cinema? Como ela se estabeleceu? Como é hoje?

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O que você busca quando vai ao cinema? Entretenimento? Conhecimento? Em 2012 o

CINEMA PARA TODOS realizou uma pesquisa de avaliação com mais de 2.500 diretores,

professores e alunos participantes do PROGRAMA. A pesquisa mostrou que cerca de

70% dos professores e diretores associou a ida dos alunos ao cinema a informação e

conhecimento e aproximadamente 70% dos estudantes a diversão e entretenimento. E

você, considera o cinema como um meio de informação, de diversão, ou as duas coisas?

DIRETOR

PROFESSOR

ALUNO

LEGENDA Informação e conhecimento

Diversão e entretenimento

59,6% 50,4%

68,9% 31,1%

35,7% 64,3%

o que as pessoas costumam fazer no fim de semana? Gostam de ver filmes? Se gostam, onde assistem? Que tipo de filmes preferem? Desses que gos-tam de ver filmes, quantos dizem que vão ao cinema e com que frequência? Qual foi o último filme que foram ver?

O cinema pode ser explorado em atividades de diversos tipos, educativas ou não, envolvendo escola e comunidade, professores e alunos em sala de aula, ou em outros espaços e com outros públicos.

Para explorar um filme em sala de aula, o professor precisa assistir à obra com com antecedência e identificar possibilidades de trabalho. É preciso planejar, definir objetivos e elaborar seu roteiro de atividades. E isso é coisa que educadores estão acostumados a fazer!

Logo após ver o filme, o próprio educador pode se perguntar e fa-zer anotações que respondam, primeiro, a questões mais objetivas. Em seguida, para aprofundar a reflexão, mergulhar em aspectos mais subjetivos.

exercite! Assista a um filme e identifique: quem são os protagonistas e suas principais características? Quais são os cenários e a época em que o filme acontece? Que assuntos podem ser abordados a partir do filme? Lembra alguma cena que tenha se destacado para você? Você se identificou com a história ou com algum dos personagens?

Chico Xavier, de Daniel Filho

Essa experiência vai ajudar a elaborar um roteiro de atividades para explo-rar o filme. As atividades visam incentivar o questionamento, o raciocínio e a interpretação, para levar cada estudante a contextualizar o que foi visto e a expressar sua visão de mundo a partir do filme.

Nesse processo de ver um filme, elaborar um roteiro e realizar atividades que promovam a troca de saberes entre alunos e a construção coletiva de conhecimentos, a atuação do professor é entendida como a de um mediador. Esse professor--mediador exerce um papel de provocador de pensamentos e sentimentos e de gerenciador do espaço da conversa.

toQUe: A palavra

mediador deriva do

latim, médium, meio.

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Foto: Sebastião Salgado

Como agente facilitador do diálogo entre filme e audiência, o professor põe em prática a aprendizagem mediada proposta por Vygotsky. Segun-do o pensador bielorrusso, a aprendizagem se dá em atividades colabo-rativas e as interações são importantes para internalizar conhecimentos.

Vygotsky (1896 – 1934) fala da importância da interação social e das condições

de vida para o desenvolvimento humano, além de destacar o papel do outro e dos

instrumentos simbólicossimbólicos na mediação entre o homem e a sua realidade.

A dinâmica da troca de ideias para a construção coletiva de conheci-mento pressupõe diálogo e relação horizontal entre participantes e me-diador, favorecendo a livre expres-são e a escuta mútua.

Sem conferir maior valor às suas próprias opiniões e julgamentos do que às falas dos outros participan-tes, o mediador mantém a escuta atenta para explorar o que é dito de modo a ampliar espaços de diálogo.

Os diálogos inspirados por um fil-me são um meio para, nas pala-vras da Prof.ª Simone de Oliveira, de Araruama: “inovar as aulas, tra-zendo temas que possam causar um debate construtivo para o cor-po discente”.

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1.2. um possívEl rotEiro dE mEdiação

.......,.......,......;..............!

...........

A ida dos alunos ao cinema proporciona diversão, prazer, informação e promove a circulação em novos lugares, expandindo espaços escolares. A experiência com um filme começa antes de chegar ao cinema e conti-nua a reverberar após o término da sessão. E essa experiência pode ser ampliada de diversas maneiras.

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Nas atividades que irá propor em sala de aula, o educador-mediador dinamiza falas e provoca posiciona-mentos entre os alunos. Desta for-ma, ele recebe todas as ideias apre-sentadas como legítimas, mesmo que sejam contrárias ao que pensa ou opostas entre si. O fato de que todo argumento trazido pelos partici-pantes deva ser aceito como válido não impede que se questione a sua lógica e o porquê de cada ideia.

Para incentivar trocas, o media-dor deve estar atento para que nenhuma opinião seja consa-grada como verdadeira ou falsa, nem por ele mesmo, nem por nenhum dos participantes - não é preciso estabelecer uma ver-dade única. A dinâmica se realiza no próprio diálogo, cada um traz seus entendimentos individuais e as ideias vão sendo coletivamen-te negociadas.

Dica: Diálogo é relação horizontal. Por isso, organizar o grupo

em forma circular favorece a comunicação – no círculo todos se

veem e estão posicionados de igual para igual, propiciando uma

distribuição equânime da fala. Como propõe Paulo Freire: “não é

a transferência de saber, mas um encontro de sujeitos interlocu-

tores que buscam a significação dos significados” (Extensão ou

Comunicação, p. 69).

Para potencializar essa construção coletiva de ideias a partir de filmes, o ambiente deve ser de trocas, num clima em que todos se sintam livres para participar a qualquer momen-to, sempre exercitando a escuta e respeitando o espaço de fala ou o silêncio dos outros.

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FILME

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vamos colocar isso em prática?

Segue uma sugestão de método apresentada em etapas com fins di-dáticos. Cada uma dessas etapas, com nomes que brincam com ter-mos do cinema e seus significados, pode ser trabalhada pelo mediador de inúmeras formas. Bons roteiros de trabalho podem ser elaborados saltando etapas ou transgredindo a ordem sugerida no diagrama. A imagem serve apenas para ilustrar um ciclo de ensino-aprendizagem a partir de experiências com cinema.

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argumEnto

A primeira etapa, chamada ARGUMENTO, pode acontecer antes mesmo de começar a sessão. O objetivo é despertar a curiosidade para o filme. O ARGUMENTO permite que cada indivíduo traga elementos do seu reper-tório e ideias que tenham relação direta com algo que será visto no filme.

A palavra ideia vem do grego eidos, que significa imagem. As ideias são reflexos do mundo em que vivemos.

As ideias trazidas no ARGUMEN-TO despertam a memória afetiva dos espectadores, instigando-os a se identificarem com o que será projetado na tela. O ARGUMENTO também faz saltar o conhecimento prévio que trazem sobre alguma te-mática abordada pelo filme.

Argumento tanto pode ser uma ideia que dá origem a um filme, como uma versão

resumida do roteiro, descrevendo a proposta do filme, os personagens, seus mun-

dos, e como a história se desenvolve.

Roda de ARGUMENTO no encontro de Macaé.

Page 21: Caderno do Professor 2013

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sUgestões De argUMeNto

Informe o nome do filme a que irão assistir para que cada aluno escolha uma

imagem que esteja relacionada a esse título. Você pode solicitar a seu grupo

para que na próxima aula traga as imagens, ou propor que essa atividade seja

feita no mesmo dia, disponibilizando materiais. Escreva o título no centro de um

papel pardo onde todos irão desenhar ou colar suas imagens. Faça uma roda e

abra espaço para que cada um fale sobre o que colocou no mural. Quando todos

tiverem falado, puxe a roda de conversa sobre o mural coletivo: há semelhanças

ou diferenças entre as imagens trazidas? Do que fala esse conjunto de imagens?

Há uma unidade?

Outra opção é perguntar o que os espectadores imaginam que irão ver na tela

só a partir do título de um filme. Depois da sessão, pode-se comparar o que

esperavam ver com o que viram.

Dica: Outra sugestão de ARGUMENTO é a dinâmica realizada no

encontro pedagógico com o filme Capitães da Areia para instigar

reflexões sobre liderança no bando de meninos: todo mundo é, nin-

guém é. Com os participantes em círculo, todos fecham os olhos e

o mediador explica que vai girar ao redor deles e tocar em pessoas

que tenham perfil de liderança. Ele faz uma primeira volta em torno

do grupo sem tocar ninguém. Pede que abram os olhos e que cada

um aponte alguém que acha que foi tocado, incentivando alguns

a falarem sobre o motivo da escolha e sobre as características de

um líder. Os participantes voltam a fechar os olhos e o mediador

repete o movimento de girar em torno do grupo, só que desta vez

toca em todos eles. Novamente, abrem os olhos e cada um aponta

para quem acha que foi tocado (podem manter ou mudar a es-

colha anterior). Mais algumas pessoas são provocadas a dizer o

porquê daquele palpite. Por fim, o mediador instiga o grupo a fazer

uma construção coletiva sobre as qualidades que um líder deve

ter. Pede, então, para os que foram tocados na primeira rodada

levantarem a mão – ninguém foi tocado. Depois, o mediador pede

a mesma coisa em relação à segunda rodada – todos levantarão a

mão. Que reflexões podemos tirar disto? Depois, é hora de ver o

filme. Essa vivência do ARGUMENTO pode se expandir nas conver-

sas após a sessão.

Page 22: Caderno do Professor 2013

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ExpEriência-cinEma

Experiência é conhecimento adquirido de maneira espontânea,

prática. Aqui se refere à experiência-cinema, em que o especta-

dor, protegido das interferências externas, como luzes e ruídos,

e aninhado na sala escura do cinema, experimenta sensações e

situações vivenciadas na tela pelos personagens.

A exposição diária a um vasto núme-ro de imagens num ritmo frenético dificulta a nossa reflexão sobre o que vemos. Acabamos não prestando atenção nem conferindo significado a cada imagem vista. Ao trabalhar com filmes numa perspectiva de aprendi-zagem é importante promover exer-cícios que ampliem a reflexão sobre imagens e sons percebidos.

A etapa seguinte ao ARGUMEN-TO é denominada EXPERIÊNCIA--CINEMA. Essa EXPERIÊNCIA consiste em assistir ao filme numa sala escura de cinema, protegido de interferências ex-ternas e distanciado da realidade cotidiana, mergulhando no enre-do e nas peripécias que envol-vem os personagens.

Para a Prof.ª Rose da Conceição de São João de Meriti, a EXPERIENCIA CINEMA pode “melhorar o desem-penho dos alunos em participação oral e despertá-los para o que se vê. O cinema pode - e muito - con-tribuir para a nossa vida prática”.

ExpErimEnto

Quando o filme termina, natural-mente cada sujeito faz sua leitura individual. Cada um se volta para as suas próprias percepções, numa reflexão íntima sobre as impressões que o filme lhe trouxe.

A próxima etapa, o EXPERIMENTO, procura associar algum aspecto do que foi visto no filme à experiência

Mesmo que realizado sob condições supostamente idên-

ticas e previamente estabelecidas, o Experimento não é

repetível por se tratar de um evento único e particular.

Page 23: Caderno do Professor 2013

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Segundo a Prof.ª Sueli Carvalho de Souza, de Nova Friburgo, a ida ao cinema proporciona “uma boa oportunidade de reflexão, análise e possibi-lidades novas de ver o mundo a partir de novas linguagens”.

Uma das maneiras de se fazer uma reescrita criativa da EXPERIÊNCIA--CINEMA para expressar as impressões que o filme provocou em cada um é usar linguagens artísticas (literária, musical, corporal, plástica etc.).

“A leitura da palavra não é apenas precedida pela

leitura do mundo, mas por uma certa forma de

‘escrevê-lo’, ou de ‘reescrevê-lo’, quer dizer, de

transformá-lo através de nossa prática consciente”,

afirma Paulo Freire

(A importância do Ato de Ler, pág. 29/30).

sUgestão De exPeriMeNto

Pedir a cada um que recite um poema ou cante um trecho de música que traduza

uma ideia ou sentimento que o filme lhe tenha inspirado.

Alguns exemplos vivenciados nos encontros pedagógicos:

No filme Tainá 3, A Origem, uma árvore tem destaque. Cada um desenhou uma

árvore com a qual tivesse ligação especial. Depois, quem teve vontade falou sobre

a sua árvore.

Numa cena do filme Desenrola, um grupo brinca de “eu nunca”, um jogo em que

cada um diz algo que nunca tenha feito e os outros também podem se posicionar,

dizendo se “também já” ou ”também nunca”. Depois do filme, lançou-se a provoca-

ção: “eu também” – o que você viu no filme que também já tenha vivido? Respostas

como “eu também já gostei de alguém que não gostava de mim”, “eu também tive

uma primeira vez” ou “eu também tenho filho adolescente” mobilizaram a conversa

entre os participantes.

exercite! A partir de um filme é possível fazer um EXPE-RIMENTO de recontar uma história. Pode ser uma produção textual, criando um novo final ou uma continuação para o filme que foi visto. Para uma versão coletiva, organize os participantes em roda. Um integrante do grupo (que pode ser ou não o mediador) se inspira no filme para iniciar uma nova narrativa. Conta um trecho curto e para no meio de uma situação qualquer. O próximo participante toma a palavra e continua narrando do ponto em que o anterior parou. Assim vai, passando de um a outro, cada um dando sequência ao relato anterior e criando um novo trecho da história, até que o último integrante do grupo inventa um fim para a narrati-va coletiva. Considere que o início da história terá um peso grande em relação ao rumo que ela irá tomar. E que finalizá--la requer uma boa articulação das ideias anteriormente apresentadas.

pessoal do espectador, promoven-do reflexões sobre a própria vida, os diferentes modos de ser e de estar no mundo.

Em movimento contrário ao do ARGUMENTO, realizado antes do filme para ligar o repertório pes-

soal ao que será visto, depois da exibição, o EXPERIMENTO pro-voca cada espectador a relacio-nar o que foi visto na tela à sua trajetória particular. O filme é o mesmo para todos, mas as asso-ciações que cada um faz a partir dele são únicas.

Page 24: Caderno do Professor 2013

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dEcupagEm

Depois de vivenciar a indivi-dualidade da EXPERIÊNCIA--CINEMA no EXPERIMENTO, respeitando sentimentos e re-flexões de cada um, passa-se à etapa da DECUPAGEM com os participantes interagindo entre eles e com o mediador.

A DECUPAGEM é um momento de interpretação coletiva do tex-to audiovisual, um convite a ex-pressar e escutar opiniões sobre o filme. É um exercício de organi-zação de ideias, de argumenta-ção e de respeito à diversidade nas formas de pensar.

Abre-se um espaço de conver-sa, o mediador provoca os parti-cipantes a falarem sobre o filme e incentiva a troca de ideias sobre conteúdos percebidos e asso-ciações com a realidade vivida. As diferentes visões reunidas pro-porcionam uma nova percepção do que foi visto.

Em francês, découper significa recortar. Em

cinema, decupagem se refere à divisão das

cenas para se chegar a um plano de filmagem.

Decupagem também é o processo de organi-

zar as imagens produzidas, descrevendo pla-

nos e sons e mapeando tudo que foi realizado.

Esse mapa do material facilita as escolhas na

montagem ou edição.

Em pesquisa realizada para avaliar o PROGRAMA, perguntou-se sobre as atividades

que poderiam ser desenvolvidas na sala de aula a partir dos filmes assistidos no CINE-

MA PARA TODOS. O debate foi citado por 84% dos professores que responderam a

essa questão. Vale destacar que o debate após o filme também é uma marca forte nas

exibições cineclubistas, onde organizadores e público interagem em torno de questões

levantadas a partir do que foi visto.

sUgestão De DecUPageMPromova a leitura coletiva do filme e registre num quadro ou mural as observa-ções levantadas, de modo que todos possam acompanhar o que está sendo dito. Alguns exemplos de provocações possíveis:

• Quem são as personagens e quais as características marcantes de cada um deles?

• Onde moram? Como vivem? O que costumam fazer?• Em que contexto histórico o filme acontece? Quais elementos do cená-

rio, objetos ou figurinos sugerem alguma época em especial?• Alguma imagem ou frase se destacou para você?• De quais assuntos o filme tratou?• Que sentimentos despertou em você?• Há alguma relação entre o que foi visto na tela e a realidade em que

vivemos?

• Você se identificou com algum dos protagonistas do filme? Com qual e por quê?

• Que outras perguntas você poderia fazer? • Outra possibilidade é dividir os participantes em grupo e solicitar que

montem uma ficha técnica do filme, contendo: título, sinopse, gênero do filme, direção, elenco. Alguns grupos podem analisar aspectos di-versos do filme, como: os recursos de linguagem utilizados; o enredo ou estrutura narrativa.

Enco

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Ped

agóg

ico

Page 25: Caderno do Professor 2013

23

toQUe: Sinopse é um resumo mais desenvolvido da histó-

ria, uma forma atraente de apresentar o filme.

Em relação ao gênero, um filme pode ser documentário e/

ou ficção. Seis categorias podem ser destacadas: drama;

comédia; ação/aventura; ficção científica/fantasia; thril-

ler (compreendendo suspense e terror); além do cinema

de autor (alguns diretores têm uma marca tão pessoal e

distinta que criam um parâmetro próprio).

A fotografia, a luz e os movimentos de câmera são alguns

dos recursos da linguagem cinematográfica.

Para ampliar esse assunto, consulte a APOSTILA VI-

DEOINTERATIVIDADE no site do PROGRAMA e/ou o livro

Como ver um filme de Ana Maria Bahiana.Na

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Dica: O documentário brasileiro O Prisioneiro da Grade de Ferro (Auto-retratos), de Paulo Sacramento (2003), pode proporcionar um exercício interessante de DECUPAGEM. O filme foi rodado nos sete meses que antecederam a implosão do presídio de Carandiru e retrata o sistema carcerário brasileiro a partir da visão dos próprios presos, que manejaram as câmeras para registrar a realidade em que viviam. Caso você queira aguçar o olhar do grupo para a foto-grafia em especial, uma boa opção é o documentário americano Nascidos em Bordéis, de Zana Briski e Ross Kauffman (2004). A diretora, Zana, trabalha noções de foto e de enquadramento com crianças que vivem num bordel em Calcutá, Índia. Assista ao(s) filme(s) e pense formas de ampliar o olhar dos participantes para aspectos técnicos da imagem fotográfica na DECUPAGEM.

O Prisioneiro da Grade de Ferro

Page 26: Caderno do Professor 2013

24

sEquência

A junção das cenas constitui o que se chama de sequência e forma a estrutura narrativa. Se o filme fosse um texto, cada cena seria uma frase e uma sequência seria um parágrafo.

Um processo de ensino-aprendiza-gem pode ir além da DECUPAGEM. Para aprofundar a construção cole-tiva de conhecimentos entra-se na SEQUÊNCIA do trabalho. Nes-ta etapa o mediador aproveita as questões que foram levantadas a partir do filme e propõe atividades que incentivem os participantes a

desenvolverem pesquisas e rea-lizarem trabalhos criativos como blog, jornal, história em quadrinhos, propaganda, cordel, músicas, en-cenações e exposições. Essas atividades podem ser individuais ou coletivas, explorando diferentes formas de estudo e linguagens di-versas para essa produção.

sUgestões De seQUÊNcia

Nos encontros pedagógicos, na etapa da SEQUêNCIA, os participantes se dividiam em grupos

para elaborar atividades que pudessem ser feitas em sala de aula a partir do filme assistido.

Os roteiros em anexo, ao final deste CADERNO, são resultado da criação feita por esses grupos.

Apenas a título de exemplo, trazemos uma das produções realizadas. Um grupo de participan-

tes do encontro em Três Rios planejou o seguinte roteiro, a partir do filme De Pernas pro Ar 2 :

iniciar o trabalho identificando cenários do filme. Dividir a turma em grupos para que cada um

escolha um lugar, pesquisando e levantando suas características – aspectos físicos, clima,

idioma, comida, música, vestimenta, cultura em geral. Cada grupo apresentaria o seu local

em forma de roteiro de viagem, como se estivesse conduzindo um tour.

No encontro com o filme Margaret Mee e a Flor da Lua, uma das propostas foi fazer uma aula

passeio e pedir a cada aluno para fazer um “diário de bordo”, com apontamentos, desenhos,

fotografias e observações. Depois, em grupo, produziriam um mapa local, identificando espé-

cies da flora e da fauna que foram encontradas.

toQUe: Para ampliar ideias de atividades, consulte os

roteiros vivenciados em encontros pedagógicos ao final

deste CADERNO. Lá você vai encontrar diversas propostas

elaboradas pelos participantes desses encontros, que po-

dem ser adaptadas de acordo com o filme que for explorar,

os objetivos que tiver em mente e o público com quem irá

trabalhar.

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Page 27: Caderno do Professor 2013

25

Ação se refere ao conjunto de eventos de um filme; enredo; ma-neira como a história é contada.

Crítica, entre outras coisas, é a análise

de uma obra artística. Pode influenciar

a reação do público.

sUgestão De crÍtica

O mediador rememora as atividades realizadas e questiona:

• Como se sentiram? O sentimento de cada um pode ser expresso em uma

palavra ou por meio de um gesto.

• Está levando algo de novo? Pode-se desenhar a imagem de uma mala

num papel pardo e solicitar que os participantes escrevam ou desenhem

dentro dessa mala o que estão levando do processo que foi vivenciado.

• O que mais gostaria de saber? Cada um pode escrever e colocar dentro

de uma caixinha de sugestões. Depois, todos os papéis são lidos no grupo

e esse registro serve para desenvolver novas atividades.

ação!

Tudo que foi construído a partir da EXPERIÊNCIA-CINEMA, seja resultado do EXPERIMENTO ou das criações elaboradas na SEQUÊNCIA, pode ser compartilhado. Esse momento em que todos socializam suas criações e aprendizagens é chamado AÇÃO!

Nos encontros pedagógicos em que a proposta de SEQUÊNCIA foi ela-borar uma atividade para ser aplicada em sala de aula a partir do filme as-sistido, o momento em que cada grupo apresentou o que havia planejado marcava a AÇÃO! Este momento é de compartilhar conhecimentos com o grupo.

Para completar o ciclo de ensino-aprendizagem, todos são convidados a falar ou escrever livremente sobre o que vivenciaram a partir da EXPERIÊN-CIA-CINEMA, fazendo a CRÍTICA desse processo.

crítica

Dica: Em todos os encontros pedagógicos, a CRÍTICA foi realizada em questionários respondidos pelos participantes. Mas, como visto na sugestão acima, há muitas maneiras de se levantar impressões do grupo sobre o processo de ensino-aprendizagem. Inclusive, mui-tas formas de promover a CRÍTICA podem incorporar elementos lú-dicos e promover maior interatividade entre os participantes e deles com o mediador, como proposto na Sugestão de CRÍTICA.

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CPT

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Page 28: Caderno do Professor 2013

26

Vale destacar que o método apre-sentado e as etapas aqui descri-tas são apenas uma indicação de caminho. Cabe ao educador--mediador adequar o seu roteiro de atividades à especificidade do seu grupo, ao tempo disponível e, prin-cipalmente, à sua prática e ao seu contexto.

Das cerca

de 1000 pessoas que

responderam os questionários

da segunda rodada de encontros

pedagógicos, 62% afirmaram poder aplicar com

facilidade o método sugerido neste CADERNO e 15%

informaram já aplicá-lo em sala de aula. A possibilidade

de colocar o método em prática com dificuldade foi

apontada por 7%; 2% ainda marcaram que o

método não se aplica ao seu contexto e

o restante deixou a questão em

branco.

toQUe: Lembramos que o canal do professor – cinema para todos é um grupo no facebook criado com a pro-posta de ser um meio permanente para troca de ideias, especialmente sobre possibilidades de relacionar cinema e educação. Venha contar suas experiências!

Em resumo, o roteiro aqui proposto se fundamenta em dinâmicas que promovam diálogo, inspiradas na EXPERIÊNCIA-CINEMA. Cada indi-víduo é valorizado pelas ideias que expressa e pela coragem de emi-

tir sua opinião sobre o filme. Esse exercício de dizer o que se pensa e de estar aberto a ouvir a argumen-tação do outro está diretamente li-gado aos princípios que fundamen-tam a educação e a prática cidadã.

A Profª Adriana Pires, de Niterói, acredita que o papel do CINEMA PARA TODOS é “despertar a paixão pelo cinema em todos, democratizando o acesso ao cinema, possibilitando aos alunos e professores reflexão crítica sobre o cotidiano, um olhar sensível e uma escuta atenta para o outro”.

Page 29: Caderno do Professor 2013

27

[CAPíTulo 2]

Cinema e educação

1. aprender a ConheCer: se refere aos instrumentos usados para construir opiniões e pensamento crítico. Ou seja, aprender a apren-der, vontade de saber mais, combinando cultura geral com o estudo de assuntos específicos, e aproveitando oportunidades oferecidas pela educação ao longo da vida.

2. aprender a fazer: se refere a aplicar na prática seus conhecimen-tos teóricos, não só para adquirir qualificação profissional, mas tam-bém competências que tornem a pessoa apta a enfrentar situações na vida social ou no trabalho.

3. aprender a Conviver: se firma na descoberta do outro e na partici-pação em projetos comuns; realiza-se na compreensão e aceitação do outro, na percepção das interdependências, na tolerância, no res-peito pelo pluralismo, em atitudes e valores essenciais para gerenciar conflitos e construir a paz.

4. aprender a ser: é o exercício da autonomia que possibilita desenvol-ver a personalidade para poder agir com discernimento e responsabili-dade pessoal, estabelecer relacionamentos interpessoais e comunicar--se para interferir de forma consciente e criativa na sociedade. Para isso, a educação deve levar em consideração todas as potencialidades do indivíduo, como memória, raciocínio, sentido estético, capacidades físicas, poder de comunicação, afetividade, espiritualidade.

2.1. fundamEntos da Educação

Os quatro pilares da educação, definidos pela Organização das Na-ções Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), ser-vem de orientação para usar filmes como meio de enriquecer a prática pedagógica. São eles:

melhorar a minha prática em sala de aula, usando com mais frequência filmes que enriqueçam meus alunos em suas práticas pedagógicas como também em suas vidas, demonstrando uma visão mais crítica e enriquecida do mundo.a profª eliane prado, de Campos dos GoytaCazes, fala sobre aprender-ensinar Com Cinema.

Page 30: Caderno do Professor 2013

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Dica: Educação: um tesouro a descobrir é o nome do Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Para acessar o documento completo consulte: http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf (acesso em 05/08/2013).

Foto de Sebastião Salgado em O Berço da Desigualdade (escola na BA)

Assim, os quatro pilares da UNESCO propõem uma educação que con-sidera o estudante como ser humano em desenvolvimento, em relação, em processo.

O Projeto Político-Pedagógico (PPP) norteia o planejamento e as ações das unidades escola-

res. Dentre os participantes que responderam a pesquisa de avaliação do PROGRAMA, 54%

dos diretores já inseriram o CINEMA PARA TODOS no PPP e 37% dos professores o incluíram

em seu planejamento de curso.

2.2. cinEma E aprEndizagEns

toQUe: O cinema se desenvolveu a partir de narrativas de ficção

e, também, como método de registro dos costumes e hábitos cul-

turais de diferentes povos e grupos sociais. Não foi por acaso que,

em 1922, mesmo ano em que o norte-americano Robert Flaherty

apresentava ao mundo o filme Nanook, o Esquimó, primeiro filme

a ser chamado de documentário, o antropólogo de origem polone-

sa Bronislaw Malinowski lançou o livro Os Argonautas do Pacífico

Ocidental, considerada a primeira etnografia. Ah! Etnografia é um

termo da antropologia que se origina do grego - etno = povo +

grafia = escrita, registro - e significa observar e registrar uma rea-

lidade social a partir da perspectiva de seus próprios habitantes.

toQUe: As premissas apontadas pela UNESCO como eixos estru-turais da educação para o século XXI foram incorporadas como diretrizes orientadoras dos Parâmetros Curriculares Nacionais para a Educação Básica brasileira, que inclui a Educação Fundamental e o Ensino Médio. Para consultar o texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB - Lei 9.394/86) na íntegra, acesse: http://portal.mec.gov.br/arquivos/pdf/ldb.pdf

e o filme disse: eu quero ser poema.

Caetano veloso e Gilberto Gil

Para sugerir uma linha de exploração de filmes em sala de aula, o método sugerido neste CADERNO DO PROFESSOR leva em consideração alguns pressupostos sobre cinema e aprendizagem:

• o cinema é uma linguagem artística e é importante propiciar ao públi-co escolar experiências com essa arte;

• experiências com a arte cinematográfica proporcionam diferentes leituras de mundo que podem contribuir para o desenvolvimento de competências e habilidades dos alunos.

As ações do CINEMA PARA TODOS propõem fomentar o diálogo a par-tir de filmes e, dessa maneira, aprimorar a capacidade de expressão de cada aluno, desenvolver a autonomia intelectual e o pensamento crítico, a formação ética e a valorização da diversidade, a capacidade de fazer es-colhas e a responsabilidade pelos seus atos. E, nesse sentido, estão em sintonia com as diretrizes apontadas pela UNESCO e pela LDB.

Page 31: Caderno do Professor 2013

29

Nesse contexto de descobertas e de encontro com outras realidades, a escola tem um papel fundamental no proGrama Cinema para todos: incentivar a aproximação de alunos e professores com o universo cinematográfico.

Como afirma Alain Bergala “a arte tem que permanecer, mesmo na peda-gogia, um encontro que desestabiliza o conjunto de nossos hábitos cultu-rais” (A Hipótese-Cinema, Pág. 97).

Diretor e professor de cinema, Bergala escreveu artigos na revista Cahiers du Cinéma

e vários Livros. No livro citado acima, ele fala das ideias que nortearam sua atuação

num projeto governamental de cinema e educação na França. O CINEAD, um grupo de

pesquisa da UFRJ que estuda currículo e linguagem cinematográfica na educação bá-

sica, tem esse autor como referência. É do CINEAD o Abecedário do Cinema, em que

Alain Bergala fala diretamente de diferentes aspectos do cinema e da relação cinema

e educação em especial. O Abecedário do Cinema está disponível para consulta em:

http://www.cinead.org/?p=382

Serge Daney foi professor, diretor e crí-tico de cinema francês, realizou progra-mas de rádio sobre cinema e desenvol-veu uma teoria crítica da imagem.

toQUe: Para a revista francesa Cahiers du Cinéma, lançada nos anos 50, cola-boraram vários dos jovens diretores da Nouvelle Vague como Jean-Luc Godard e François Truffaut. Nouvelle Vague, em português “Nova Onda”, foi um movimento artístico do cinema francês que se caracterizou pela proposta de transgredir re-gras normalmente aceitas pelo cinema mais comercial.

O crítico francês Serge Daney, que publicou diversos artigos na revista Cahiers du Cinéma, dizia que o en-contro com o cinema dá acesso a experiências diversas das nossas, permitindo compartilhar “ainda que por apenas alguns segundos, algo de muito diferente” (citado por Ber-gala em A Hipótese Cinema, pág. 9).

O cinema propicia a vivência de um encontro com o outro, com a alterida-de, de forma muito natural. Ir ao cinema é uma prática social e cultural que se adquire e, quando esse hábito é incentivado na escola, as pessoas são instigadas a buscar informações e a conhecer um pouco mais do mundo e de si mesmas de uma forma divertida e prazerosa.

exercite! Escolha um dos conteúdos da disciplina que você

leciona. Divida sua turma em grupos e peça que pesquisem

filmes que abordem esse tema. Cada grupo deve contar aos

demais uma descoberta que tenha feito sobre o assunto a partir

do filme. Faça uma votação na turma para eleger um desses

títulos para ser explorado em sala de aula.

Fotograma de Nanook, o Esquimó, de Robert Flaherty

Como toda arte, o cinema é capaz de gerar curiosidades, questiona-mentos, reflexões, sentimentos e identificações. Como toda arte, o cinema apresenta diversidade de olhares, realidades desconheci-das, inimagináveis. Por isso, pode causar incômodos, desconfortos, desequilíbrios.

Page 32: Caderno do Professor 2013

30

2.3. Encontro com a artE

Patrícia Durães é musicista e edu-

cadora, sócia do Espaço Itaú de Ci-

nema e responsável por atividades

do projeto Escola no Cinema.

Desafio: Dos filmes que você viu pelo ciNeMa Para toDos,

quais foram os que mais te impressionaram e por quê? O que te

impressiona numa obra de arte?

Ter o hábito de ir ao cinema e incorporar filmes na sua prática cotidiana não quer dizer que você se tornará um mestre nessa arte. Mas, os professores que aproveitarem a oportunidade de ir com seus alunos ao cinema podem planejar e realizar atividades que promovam o diálogo e que contextuali-zem conteúdos trabalhados em sala de aula.

A Profª Maria José de Castro, de Nova Friburgo, analisando a proposta do CINEMA PARA TODOS, declarou: “É preciso trabalhar para despertar para a arte e a cultura. Os temas e tramas são selecionados para favorecer o cres-cimento do professor e do aluno. Os filmes têm o poder de transformar, de questionar a nossa vida. Precisamos da arte para que a vida não nos mate”.

“Você quer entender de cinema, ter intimidade com ele? Então veja, veja, veja e veja filmes. Vá ao cinema. Ali você terá a experiência plena, as nuan-ces”, declara Patrícia Durães (Revista Cine-Educação: Vá e Veja, p. 7)

O encontro com a arte é algo íntimo e lento, é uma iniciação longa. Para que uma relação com o cinema se forme em nosso imaginário é preciso frequência e trocas com outros “amadores” da arte. Desse modo, na inte-ração com o cinema é preciso respeitar a trajetória e o tempo de cada um.

Sobre essa interação nas sessões do CINEMA PARA TODOS, a Profª Josiane Ribeiro dos Santos, de Nova Iguaçu, diz que “sempre é bom aprender, sair da nossa zona de conforto, dar um basta no cotidiano. Busco com essa proposta atualizar, mudar, melhorar minha prática pedagógica, tornar a aula interessante para o aluno e para mim”.

Diante disso, eis um desafio propos-to por Bergala: iniciar o contato dos estudantes com o cinema vendo os filmes como obras de arte. Para isso, sugere, num primeiro momento, uma aproximação mais criativa do que analítica e crítica. Ou seja, antes de se propor entendimentos e significados sobre o filme, instigar a percep-ção das impressões que a obra deixou em cada um.

A primeira coisa é compor repertório.

Ver o que se quer ver, sem se preocupar se é bom ou ruim.

Ver o que dá prazer

patríCia durães

Estamira, de Marcos Prado

Page 33: Caderno do Professor 2013

31

Essa atitude de instigar a percepção sobre os filmes que se vê, pode expandir a relação entre cinema e educação para além de formas já con-sagradas no ambiente escolar, como:

• análise das mensagens transmitidas por um filme numa abordagem ideológica;

• associação de temas de um filme a conteúdos curriculares;• análise de elementos que constituem a linguagem cinematográfica.

Dica: Assim como aprendemos primeiro a falar uma língua para,

então, compreender a estrutura gramatical, Bergala diz que a

análise da linguagem cinematográfica ganha sentido quando a

proposta é produzir um audiovisual. Para aprofundar o tema de

realização de curtas-metragens com os alunos, consulte a APOS-

TILA VIDEOINTERATIVIDADE no site do PROGRAMA.

toQUe: Se estiver pensando em produzir um audiovisual, vale ver o filme Cidadão Kane, de Orson Welles. O filme revolucionou a linguagem cine-matográfica com recursos inovadores para a época, como a narrativa sem ordem cronológica, sequências sem cortes, cenas filmadas de cima para baixo e de baixo para cima.

descobrir. Nas palavras de Bergala: “encontros importantes, no cinema, são quase sempre com filmes que estão um tempo à frente da cons-ciência que temos de nós mesmos e de nossa relação com a vida”.

Assista ao próprio Bergala falando da

experiência de alteridade que o cinema

pode proporcionar no Abecedário do

Cinema: http://vimeo.com/66752227.

A escola é

espaço privilegiado para

incentivar esses encontros com os

filmes e favorecer a degustação da arte. A

ida ao cinema abre espaço-tempo para que

as obras possam reverberar e se revelar

a cada um segundo a sua

sensibilidade.

Fotograma de Cidadão Kane, de Orson Welles.

A Profª Luzia Helena da Silva Silveira, de Macaé, ao sair de um encontro pedagógico, revelou: “este encontro, paradoxalmente, tanto me alimentou quanto criou em mim ainda mais fome“.

Além das três formas já consagradas de explorar o cinema em sala de aula citadas acima, Bergala propõe que os estudantes se aproximem do cinema pelo olhar da arte. A obra cinematográfica e sua linguagem artística podem contribuir para que o sujeito forme um repertório que o familiarize com surpresas e estranhamentos.

Na experiência com o cinema, o espectador se familiariza com linguagens artísticas, descobre novas maneiras de ver o mundo e, também, pode se

Page 34: Caderno do Professor 2013

32

exercite! Nos apropriamos da linguagem cinematográfica

vendo filmes. Ver filmes indianos, africanos, orientais, europeus

é uma forma de fazer contato com diversas maneiras de se con-

tar histórias. Pesquise nomes de filmes estrangeiros que soem

interessantes: só pelo título, poderia dizer sobre o quê esses fil-

mes irão tratar? Então, veja os filmes e compare: o que pensou

que iria ver e o que viu? Algum detalhe chamou a sua atenção?

Viu algo de diferente nesses filmes? Escolha um deles para ex-

plorar com a turma e solicite aos espectadores que imaginem, a

partir da obra, um perfil para o diretor – será que é homem ou

mulher? Em que época e local deve ter vivido (ou vive ainda)?

Depois do exercício de imaginação, proponha uma pesquisa so-

bre o cineasta e incentive os participantes a identificarem se,

de alguma forma, a sua cultura de origem e história de vida

estão presentes na obra. Se sim, quais elementos permitiriam

identificar o contexto vivido por quem fez o filme?

“Neste mundo moderno onde os produtos culturais circulam fa-cilmente, é raro que um diretor estreante não tenha visto todo tipo de filme, vindo dos quatros cantos do mundo. E todos es-ses filmes que ele viu constroem sua sensibilidade, assim como aquilo que ele viveu, os livros que leu, as músicas que ouviu. Ele quer fazer filmes porque deseja expressar alguma coisa da sua sensibilidade.” Tran Anh Hung, diretor vietnamita.

2.4. Emoção E razão

existe apenas uma razão para um produtor produzir

um filme, ou um roteirista escrever um roteiro, um ator

interpretar um papel ou um diretor dirigir um filme:

mexer com as emoções da plateia.

JaCk lemmon

Cada espectador interpreta os filmes que vê e lhes atribui senti-do a partir do que pensa e sen-te diante da tela. O sentido que damos a um filme resulta da combinação entre os estímulos que nos chegam de fora; as emoções, expectativas, temo-res e desejos que associamos a essas imagens e sons; e o que já trazemos dentro de nós, nosso repertório.

Alex Moletta, dramaturgo, roteirista e diretor brasileiro, afirma: “somos dotados da capacidade de sintetizar infor-mações. A memória de tudo que vivenciamos e o conhe-cimento que adquirimos ao longo da vida nos permitem fazer associações entre as informações

Tran Ahn Hung no set de Norwegian Wood.

Page 35: Caderno do Professor 2013

33

apreendidas pelos sentidos e os conceitos que formamos na mente. O ci-nema trabalha fundamentalmente com o mecanismo de apreender (pelos sentidos), de utilizar a memória e nossas ideias das coisas (conceitos já formados) e de concluir a experiência proporcionada pelo filme. (Criação de Curta-metragem em Vídeo Digital, pág. 29).

Alex Moletta fundou a Companhia Fatídicos de Teatro e Audio-

visual, realizou curtas como A Partida e Reencontro e é autor

de várias histórias em quadrinhos. Publicou o livro Criação de

Curta-metragem em Vídeo Digital, utilizado na Oficina Videoin-

teratividade por tratar do processo de realização de curtas de

baixo orçamento.

Nenhum de nós espera que alguém nos ensine a “ler” o que vamos ver. Todos nos sentimos aptos a apreciar e interpretar as imagens. E de fato não estamos?

exercite! Experimente anotar tudo que você escolhe ver durante uma semana – seja no cinema, na televisão ou em outros meios. Depois, destaque o que você mais gostou e o que você menos gostou desse conjunto. E por quê? Reflita: como você es-colhe as imagens que consome?

A compreensão do que vemos é influenciada pela nossa subjetivi-dade. Quando paramos para refle-tir sobre o peso das emoções nas nossas escolhas e no processo de dar sentido às imagens, percebe-mos que somos bem menos racio-nais do que imaginamos. Não é à toa que muitos conteúdos da mídia são mais sedutores do que convin-centes. É pela sedução das ima-gens e pelo prazer de assistir a um filme que o cinema nos mobiliza.

Desde o instante em que o cinema foi criado, sua relação com a edu-cação foi pensada. Essa reflexão se intensificou com o aparecimento de novas tecnologias da comunicação. A relação entre meios de comuni-cação e educação é pensada como questão social em dois sentidos: primeiro, pelos efeitos das mensagens veiculadas – educativas ou não. Segundo, pela possibilidade destes meios contribuírem para processos de ensino-aprendizagem.

Na pesquisa de avaliação

do PROGRAMA, quando

questionados se o CINEMA PARA TODOS

contribui para o interesse pelas aulas e pela

escola, responderam afirmativamente 56%

dos alunos, 78% dos professores e

93% dos diretores.

Assim, a Profª Márcia Mattos, de São João de Meriti, espera que o CI-NEMA PARA TODOS “venha contribuir para a melhoria da qualificação cultural de nossos alunos e que nos dê (aos professores) instrumentos

para trabalhar de modo mais preciso e dinâmi-co a questão dos filmes assistidos. Essa troca é muito válida. Precisamos desse espaço para incrementar nossas atividades em sala de aula”.

Page 36: Caderno do Professor 2013

34

Aquilo que está escrito no coração não necessita de agendas, porque a gente não esquece. o que a memória ama fica eterno.rubem alves

O cinema, além das informações que pode trazer, nos proporciona prazer e mobiliza nossas emoções, dando impulso à ação criativa.

O cinema se torna meio propulsor de aprendizagens quando desperta o interesse para um objeto de co-nhecimento, apresentando-o, pri-meiro, como objeto de desejo.

Já parou para pensar no que acontece com você quando assiste a um filme? Mesmo que não tenha com quem falar sobre ele, tanto pode fa-zer uma análise da linguagem utilizada quanto pode perceber questões e emoções que despertou em você. Assim, o filme ganha sentidos a partir da leitura que você faz dele. Desse modo, educar com cinema proporciona a conciliação entre emoção e razão.

Você sabia que o cérebro humano divide o controle das atividades que

desenvolvemos? Enquanto algumas regiões são responsáveis pela lógica

e racionalidade, outras são pelas emoções, imaginação e criação artística.

Sessão Especial do Filme 31 Minutos.

Page 37: Caderno do Professor 2013

35

Lá dentro o que é que tem que

aqui fora não tem ninguém?

paulo leminski

[CAPíTulo 3]

o espaço do Cinema

3.1. um pouco dE história

Além de ser considerado arte e entretenimento, logo nas primeiras dé-cadas da sua invenção, percebeu-se que o cinema também poderia ter uma aplicação no campo da educação, auxiliando no processo de aprendizagem.

vamos conhEcEr um pouco dEssa história?

Page 38: Caderno do Professor 2013

36

MEC/USAID foi o termo dado a uma série de acordos realizados nos anos 60 entre o Ministério da Educação brasileiro (MEC) e a United States Agency for International Development (USAID). O objetivo era estabelecer convênios de assistência técnica e cooperação financeira à educação bra-sileira. Entre junho de 1964 e janeiro de 68, período de maior intensidade nos acordos, foram firmados 12 deles, abrangendo desde a educação primária (atual ensino fundamental) ao ensino superior. O último desses acordos foi firmado em 1976.

1960

O congresso americano lan-çou um programa educativo para aproximar ainda mais os povos da América Latina à cultura americana, através do uso do audiovisual em salas de aula.

1930

No Brasil, o primeiro grande in-centivo para o uso do audiovisual em sala de aula foi no governo de Getúlio Vargas. Na década de 30, os filmes norte-americanos tinham uma presença tão maciça nos cine-mas do país, que no ano de 1934 nenhum longa brasileiro foi produzi-do. Ao final dessa década, foi cria-do o Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE) com a ideia de incentivar a produção e a exibição de filmes que valorizassem a cultu-ra brasileira. Nas escolas, o cinema serviria como complemento aos conteúdos curriculares, funcionan-do como “legendas” para a explica-ção dos professores. Naquela épo-ca, ainda não era comum explorar questões éticas e efeitos estéticos que os filmes pudessem provocar. A exploração de filmes em sala de aula se restringia a abordar conteú-dos escolares.

Desafio: Nos primeiros seis meses de 2013, cinco filmes nacionais venderam mais de 1 milhão

de ingressos e integraram a lista das 20 maiores bilheterias desse semestre no Brasil. Nesse

período, o público espectador de filmes brasileiros nas salas de cinema representou uma participa-

ção de mercado de 18,6%. (Notícia publicada pela ANCINE em 24/07: http://www.ancine.gov.br/

sala-imprensa/noticias/balan-o-do-primeiro-semestre-de-2013-apresenta-n-meros-animadores-

-para-o-cine). Você acredita que isso tenha relação com a política de entrada do cinema americano

no Brasil?

Filmes nas 20 maiores bilheterias do semestre

PROPORÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DE

MERCADO DOS FILMES BRASILEIROS

LEGENDA:

Filmes estrangeiros

Filmes brasileiros

5

15

toQUe: No Brasil, já em 1939, os cinemas passaram a ser obrigados a exibir um número mínimo de longas-metragens nacionais por ano. Atual-mente a chamada cota de tela, que estabelece o número mínimo de dias para o cumprimento dessa obrigação e a diversidade de títulos que devem ser exibidos, é definida a cada ano e fiscalizada pela ANCINE, Agência Nacional do Cinema.

Page 39: Caderno do Professor 2013

37

1968

1970

1980

Dica: O Cineduc participa ativamente de festivais,

seminários e mesas-redondas no país e no exterior

e representa o Brasil junto ao Centre International du

Film pour l’ Enfance et la Jeunesse (CIFEJ), órgão

da UNESCO. Quem tiver interesse em trabalhar com

linguagens audiovisuais na escola encontra no site

do Cineduc indicações de filmes, animações e livros

interessantes. Acesso: www.cineduc.org.br.

Criação do primeiro curso de ci-nema no Brasil. O cineasta Nelson Pereira dos Santos, após ter sido exilado da Universidade de Brasí-lia (UnB) no período da ditadura, cria o primeiro curso de cinema na Universidade Federal Fluminense (UFF), marcando a chegada da arte cinematográfica à universidade.

Criação da instituição chamada Cinema e Educação (Cineduc) no Rio de Janeiro. O Cineduc realizava oficinas de produção de filmes com alunos de escolas particulares. A partir de 80, passou a atuar tam-bém em escolas públicas, incen-tivando a reflexão sobre a relação entre imagem e educação, infância e meios de comunicação.

Outras iniciativas envolvendo cinema e educação foram surgindo e conti-nuam a acontecer, muitas delas ligadas a universidades, festivais, mostras de cinema e cineclubes em todo o Brasil. Vamos ver algumas?

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univErsidadEs

• universidade federal fluminense - uma das iniciativas da UFF é o Projeto Kumã – Laboratório de pesquisa e experimentação teórica e prática da imagem. Desenvolve, entre outras ações, experimenta-ções audiovisuais com jovens, em parceria com a Escola Livre de Cinema de Nova Iguaçu.

• universidade federal do rio de Janeiro - O CINEAD é um nú-cleo da UFRJ formado por professores e alunos, que promove o encontro do cinema com a Educação Básica dentro e fora da escola. Procura diversificar este encontro em escolas públicas, na Cinemate-ca do Museu de Arte Moderna e no Instituto de Pediatria e Puericul-tura da UFRJ, Martagão Gesteira. É deles a iniciativa do Abecedário de Cinema (http://www.cinead.org/?p=382).

• universidade do estado do rio de Janeiro - o Laboratório de Educação e Imagem da UERJ estuda a relação entre educação e audiovisual em escolas e outros espaços educativos do Rio de Ja-neiro. Também disponibiliza acervo de imagens e biblioteca, organiza seminários e publica jornais eletrônicos. A UERJ também oferece Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação em Periferias Urbanas para profissionais que utilizam aparelhos culturais como o cinema em processos educativos.

Foram identificadas algumas ações acadêmicas que envolvem cinema e educação apenas a título de exemplo: foram citadas três universidades públicas do Rio de Janeiro. A seguir destacamos dois festivais brasileiros que estão relacionados à educação.

fEstivais dE cinEma

• festival do rio - A Mostra Geração, segmento infanto-juvenil do Festival, é um espaço de exibição de curtas e longas dedicados a crianças e jovens, assim como de vídeos produzidos por eles mes-mos. Ainda oferece oficinas e encontros especiais para educadores.

• festival de Cinema de ouro preto/mG - A programação do Ci-neOP inclui a Rede Kino, Fórum da Rede Latino Americana de Edu-cação, Cinema e Audiovisual. O Fórum promove debates e troca de experiências sobre ensino e audiovisual, além de projetos de pesqui-sa, produção e difusão.

No 7º CineOP, em 2012, a Rede Kino publicou a Carta de Ouro Preto sobre

o Projeto de Lei nº 7.507/2010, de autoria do Senador Cristovam Buarque.

Esse projeto trata de acrescentar à Lei de Diretrizes e Bases da Educa-

ção Nacional (9.394/1996) a obrigatoriedade de exibir filmes brasileiros

nas escolas de educação básica. Para consultar a Carta de Ouro Preto,

acesse: http://redekino.com.br/#/page2

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a Escola vai ao cinEma

• Cinema para todos - Criado em 2008, o PROGRAMA chega à sua 3ª edição em 2012/2013, ultrapassando a marca de 1 milhão de espectadores. Nesta edição, além da distribuição de vales-ingres-sos, sessões com o público escolar, Oficinas Videointeratividade e Encontros Pedagógicos, aconteceram novas ações: a criação do grupo Canal do professor no Facebook para ampliar a comunica-ção com educadores e a montagem de cineclubes em escolas. Se quiser saber mais sobre o cineclubismo, consulte o GUIA PARA A PRÁTICA CINECLUBISTA.

Na pesquisa de avaliação do CINEMA PARA

TODOS foi perguntado aos entrevistados se consideravam importante a continuação

do PROGRAMA no contexto escolar. No grupo de respondentes, se declararam favoráveis à sua continuidade 97% dos diretores e professores,

assim como 94% dos alunos.

Uma proposta educativa associa-da ao cinema pode contribuir para desenvolver criatividade e senso crítico. Também favorece o de-senvolvimento da capacidade de fazer escolhas e as habilidades de negociação que fortalecem cida-dãos plenos para os acordos da vida em sociedade.

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3.2. ExpEriência-cinEma

o cinema nos faz ficar tristes e nos faz ficar alegres. incita-nos à reflexão e nos livra das preocupações. Alivia o fardo da vida cotidiana e serve de alimento à nossa imaginação empobrecida. é um amplo reservatório contra o tédio e uma rede indestrutível para os sonhos.huGo mauerhofer

Ir com um grupo de alunos ao ci-nema é bem diferente de levar um filme para a sala de aula, não é? O espaço do cinema é especial e tem características exclusivas: a sala escura, protegida de estímulos externos, com suas confortáveis cadeiras, temperatura agradável e isolamento acústico, provoca emo-ções e sentimentos que afetam as pessoas de forma particular.

Sobre a experiência de assistir filmes com seus alunos no CINEMA PARA TODOS, a Profª Elaine Lopes e Silva, de Barra Mansa, afirmou: “um mo-mento para propiciar novas reflexões sobre o cinema e sobre a arte como um todo. A experiência de estar no cinema é como estar em um local ‘sagrado’ para os alunos”.

Hugo Mauerhofer, psicólogo alemão que analisa o processo de assistir a um filme no espaço do cinema, aponta mudanças na consciência de uma pessoa durante o que ele chama de situação cinema. Uma delas é a fuga voluntária da realidade cotidiana. Na sala de cinema, o indivíduo está protegido das interferências externas, como luzes e ruídos que possam lembrá-lo do mundo lá fora. Ele precisa se afastar dele, momentaneamen-te, para vivenciar a experiência-cinema. Nessa atmosfera mais isolada, no anonimato da escuridão da sala e afastado do mundo exterior, o especta-dor fica mais desperto para a sua subjetividade.

O psicólogo alemão Hugo Mauerhofer pensa a relação produção-consumo de obras cinematográficas, examinan-do, a partir da psicanálise, o que ele chama de situação cinema.

Alfred Hitchcock dizia: “meus filmes são sonhos acordados” (O Cader-no de Cinema de Marina W, p.242). Confortavelmente acomodado na sala de cinema e receptivo ao con-teúdo apresentado, o espectador é conduzido pela narrativa do filme e pela ação de seus personagens a vivenciar uma outra realidade.

O estado introspectivo do espec-tador faz com que a situação cine-ma se assemelhe a um estado de sono. E, “se no sono, produzimos nossos sonhos, no cinema eles nos chegam prontos”, diz Mauerhofer (A Experiência do Cinema, de Ismail Xavier, p. 378).

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A ida ao cinema é uma experiência única e singular. O encontro com um filme nunca é igual para duas pessoas, pois cada espectador sente e interpreta o que está na tela de maneira particular – cada um vê o “seu” filme. A emoção, o sentimento, a percepção são indi-viduais. E mesmo que se assista ao mesmo filme mais de uma vez, cada experiência será diferente.

Assim, o cinema nos abre possibilidades. Apresenta outras formas de vida, outras visões de mundo, outros entendimentos. No cinema po-demos ver também outro de nós que gostaríamos de ser. Nas palavras de Mauerhofer:

“o estado mental do espectador ao sair do cinema mantém-se alterado por algum tempo, o que é facilmente percebido pelos que o acompa-nham. Se, por motivos inconscientes, ele se identificou com determi-nados atores ou situações, essa disposição mental permanece até que a experiência do filme retroceda perante as solicitações da realidade cotidiana e acabe por dissipar-se”. (A Psicologia da Experiência Cine-matográfica, in A Experiência do Cinema, de Ismail Xavier, p. 379).

exercite! Se você pudesse entrar em algum filme, qual escolheria? E se pudesse mudar o seu final, como seria?

5 x Favela - Agora Por Nós Mesmos, episódio Concerto Para

Violino, de Luciano Vidigal. Fotografia de Alexandre Ramos.

Estamira, de Marcos Prado.

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[CAPíTulo 4] Fazer e ver cinema:

uma via de mão dupla

sonhoUm poema que, ao lê-lo,nem sentirias que ele já estivesse escrito, mas que fossebrotando, no mesmo instante,do teu próprio coração.

mario Quintana

4.1. da idEia à tEla

“Um filme é como um trem que avança na noite", diz Ferrand, o protagonis-ta de A Noite Americana, dirigido por François Truffaut.

Pensar o processo produtivo de uma obra cinematográfica é acompa-nhar a trajetória que uma ideia percorre da cabeça de alguém até a sua projeção na tela.

Em um filme de longa-metragem, a mágica que é mostrada na tela do ci-nema e que nos envolve numa atmosfera de sonho durante mais de uma hora pode ter levado muitos meses ou, até, anos de trabalho intenso.

O roteiro do filme O Homem que Copiava levou cinco anos para ser

concluído, enquanto Jorge Furtado (diretor e roteirista) fazia uma série

de outras coisas. O filme foi rodado em 43 dias e a montagem durou

um ano. (O Caderno de Cinema de Marina W, p. 180).

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toQUe: Segundo a ANCINE, obras audiovisuais com du-ração igual ou inferior a 15 minutos são de curta-me-tragem; um filme com duração superior a 15 minutos e igual ou inferior a 70 minutos é de média-metragem; e um longa-metragem dura mais de 70 minutos. Para mais informações, acesse: www.ancine.gov.br

Noite americana é o nome que se dá ao efeito de filmar cenas noturnas durante o dia, usando-se filtros e recursos especiais de fotografia e iluminação. Tam-bém é o nome de um filme do Truffaut, em que ele interpreta um cineasta que está rodando um longa. Ele mostra o dia a dia de uma filmagem, os truques utilizados e os imprevistos como problemas técnicos, falta de dinheiro, além do envolvimento emocional da equipe, com direito a uma estrela temperamental. Quando A Noite Americana foi lançado, Godard, diretor que via o cinema como instrumento de política e denúncia, e que dizia que “o movimento de câmera é ideológico”, após assistir e odiar o filme do seu, até então, amigo (os dois faziam parte da Nouvelle Vague ), mandou uma carta acusando o diretor de vangloriar o cinema clássico e compactuar com o sistema. Truffaut respondeu com poucas e boas em 20 páginas. E nunca mais os dois se falaram (O Caderno de Cinema de Marina W, p. 44).

A produção de um filme, sobretudo de um longa-metragem, é um pro-cesso que envolve algum tipo de recurso financeiro, equipamentos, gente e, portanto, diálogo e muito trabalho.

Há movimentos que questionam a maneira tradicional de fazer cinema, quebram regras estéticas e de condução da narrativa comuns na cinema-tografia americana. Além disso, buscam caminhos alternativos para produ-zir filmes com baixo orçamento.

Em diversos países há movimentos nacionais que fazem parte da ver-tente chamada Cinema de Autor. Basicamente, esses movimentos defendem a ideia de que um filme deve nascer da vontade de expres-são artística e não de uma deman-da de mercado.

Dica: Cinema Novo – o movimento surgiu no Bra-

sil muito influenciado por cineastas europeus da

corrente do Cinema de Autor, mas buscando uma

expressão marcadamente brasileira. Diretores como

Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha e Joa-

quim Pedro de Andrade fizeram parte desse movi-

mento, cujo lema era “uma câmera na mão e uma

ideia na cabeça”. Algumas características desse

movimento são: a fotografia que aproveita a luz na-

tural, o envolvimento de não-atores nas encenações

e o foco em temáticas brasileiras e de forte crítica

social. Uma boa fonte para aprofundar o assunto

é o livro “Revolução do Cinema Novo”, escrito por

Glauber Rocha. E ver alguns filmes que marcaram

esse movimento!

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Mesmo com as facilidades proporcionadas pelas novas tecnologias, lan-çar um filme de curta, média ou longa-metragem e fazê-lo circular, com ou sem grandes investimentos, requer algo além de uma boa ideia e muita criatividade: é fundamental encontrar gente disposta a embarcar nessa viagem. E observando os créditos exibidos ao final de um filme é possível constatar a quantidade de pessoas envolvidas naquela produção.

Desafio: Peça a seus alunos para imaginarem um set de filma-

gem. Quais são os profissionais que formam a equipe?

4.2. como sE faz um filmE?

Linha - linha de montagem,a cor - a coragem,

cora – coração,abecê – abecedário,

opera – operário,Pé no - pé no chão.

ChiCo buarQue

A realização de um filme costuma ser pensada em três etapas: a pré--produção, que antecede as filmagens; a produção, quando as câmeras começam a rodar; e a pós-produção, quando o filme recebe a forma final.

Para Ana Maria Bahiana, o nascimento de um filme começa antes mesmo da pré-produção e vai além da pós-produção.

“Com sorte, dinheiro em caixa, profissionais que cumprem prazos, catástrofes naturais ausentes e es-trelas tranquilas e estáveis, essa trajetória leva de 18 a 24 meses. Sem nada disso, pode durar três, cinco, dez, até vinte anos. Os deu-ses do cinema não contam o tem-po real, apenas o tempo de tela” (Ana Maria Bahiana, Como Ver um Filme, pág. 20)

Ana Maria Bahiana é jornalista especiali-zada em cultura e conceituada na área do cinema. Já atuou em TV e rádio, escreve artigos na internet, em jornais e revistas e publicou vários livros, dentre eles Como Ver um Filme, em que descreve o pro-cesso de criação de filmes. Se quiser ler outros escritos dela, acesse o link: http://anamariabahiana.blogosfera.uol.com.br/

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como acontEcE, Então, o procEsso dE rEalização dE um filmE?

exercite! O storyboard é a descrição visual de um filme, com cada plano apresentado num pequeno desenho. É um recurso relativamente fácil e sim-ples para se ter uma ideia de como um filme virá a ser. Experimente convidar seus alunos a fazerem um storyboard de uma história criada por eles. Depois, peça que formem duplas para que cada um interprete a história do outro a partir das imagens. E monte um varal com as criações.

• produção: com o desenvolvimento e a pré-produção realizados, a equipe está pronta para entrar em cena! Luz, câmera e ação! É hora de concretizar tudo o que foi idealizado e detalhado no roteiro e no plano de filmagem.

Antes de entrar na pré-produção é preciso desenvolver a ideia. Essa fase do desenvolvimento é crucial para “vender” a ideia às pessoas que irão contribuir para arremessá-la da cabeça ao papel e deste para a tela, sejam elas membros da equipe ou investidores.

“O desenvolvimento do cinema se deve basicamente aos seguintes fatores: o Inventor (como os pensadores...), o Artista (roteiristas, diretores, equipe e atores) e o Homem de Negócios (planejadores, investidores, distribuidores e exibidores). Dificilmente um poderia viver sem os outros. Todos eles depen-dem basicamente, para a sua sobrevivência, de um conjunto de pessoas que se juntam momentaneamente para ver o filme - o Público (a quem o filme é dirigido)” (Chris Rodrigues em O Cinema e a Produção, p. 13).

Quando a trajetória da ideia para a tela é delineada, é hora de definir os cabeças da equipe, que por sua vez organizarão seus grupos de trabalho. Pouco a pouco o time vai entrando em campo.

• pré-produção: para definir como a ideia será concretizada no filme, di-retor e equipe detalham o roteiro, estabelecem o conceito visual e o estilo do filme, sempre atentos aos custos. A partir do roteiro faz-se a seleção de locações, equipamentos e materiais a serem utilizados, como câme-ras, lentes e luzes, muito importantes para a fotografia do filme. Há ainda que pensar no som, nos cenários, nos objetos de cena, nos figurinos, maquiagem e cabelo... E, para que tudo aconteça, é necessário elaborar o plano de filmagem, ou seja, fazer um mapa de toda a produção: dia, hora e local em que cada cena será gravada, integrantes do elenco e da equipe que estarão presentes, equipamentos necessários - e como toda essa parafernália e gente serão transportadas até as locações!

Storyboard de Nightmare Before Christmas,

de Tim Burton.

Set do filme A Noite Americana, de François Truffaut.

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Sessão especial com debate no Cinema Odeon Petrobras com o filme Á Beira do Caminho e a presença do diretor Breno Silveira e da roteirista Patrícia Andrade. Foto: Armazém Comunicação/Chris Martins)

• pós-produção: com todas as cenas gravadas, o filme está pron-to para receber sua forma final, encadeando imagens na fase de montagem (ou edição) e inserindo, na sonorização e na finalização, efeitos sonoros e visuais.

• plano de mARketing: desde que um filme é concebido, ele é as-sociado a um plano de lançamento, definindo quem será seu público alvo e como se chegará até ele. Em grandes produções, quando um projeto é finalizado, sessões-teste podem avaliar a recepção do filme junto ao público escolhido como alvo. Mesmo um filme de orça-mento modesto pode fazer exibições prévias em universidades, em cineclubes e em pequenas mostras e festivais.

Quando fez Crepúsculo dos Deuses, o diretor Billy Wilder iniciava o filme com o

protagonista no necrotério, dentro de uma gaveta de cadáveres, conversando

com os outros mortos sobre como haviam chegado até ali. Esse era o gancho

para o ator principal, William Holden, contar a história do personagem. Mas

numa sessão-termômetro para saber o efeito que o filme teria, o público riu

muito dessa situação. Como não era essa a intenção do diretor, ele reformulou

o começo do filme, abrindo com o protagonista morto dentro de uma piscina.

(O Caderno de Cinema de Marina W., p. 92 )

• distribuição: é a última etapa do processo. Quando o filme está pronto é o momento de botar a cara no mundo e ser projetado nas telas de cinema ou em outros meios. Geralmente, se o destino for mesmo a sala de cinema, é preciso ter um acordo com uma empresa distribuidora que irá negociar com os exibidores quando, onde e por quanto tempo o filme ficará em cartaz. E ainda promover a divulgação, com trailer e materiais promocionais do filme; agendar “cabines”, que são sessões especiais para a mídia e formadores de opinião; e pro-mover eventos, como sessão de pré-estreia, por exemplo.

Dica: o CINEMA PARA TODOS realiza sessões especiais de fil-

mes, com presença do elenco e/ou direção interagindo com o

público após a exibição. Essa é outra maneira de promover um

filme. O público pode satisfazer sua curiosidade em relação ao

processo de produção e à história, e o diretor também pode obter

retorno direto da reação do público à sua obra.

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Em um encontro pedagógico, um professor pre-sente fez questão de destacar que, atualmente, fazer um filme “é acessível para qualquer pes-soa, basta ter um equipamento de áudio e vídeo. E vontade”.

malu de martino, diretora de

Margaret Mee e a Flor da Lua,

em sessão especial do CINE-

MA PARA TODOS, contou que

o filme nasceu a partir do diário

da Margaret e de boas histórias

que ouviu sobre ela. “Nem to-

das foram aproveitadas. Porque

fazer um filme é fazer escolhas

do que se vai mostrar e do que

vai ter que ficar de fora. Não

cabe tudo”. Uma professora que

participou da Oficina Videoin-

teratividade com seus alunos se identificou com essa declaração e

contou sobre a sua experiência: o processo de elaborar um roteiro e

sair para gravar, os desafios que o grupo enfrentou, a dificuldade de

escolher quais cenas teriam que ser cortadas.

O FEMINA – Festival Internacional

de Cinema Feminino - divulga filmes

dirigidos por mulheres e desenvolve

uma grande reflexão sobre as ques-

tões de gênero. Esse festival compe-

titivo para filmes dirigidos por mulhe-

res é o primeiro evento deste gênero

no Brasil e na América Latina. Além

de exibir o trabalho das realizadoras

brasileiras, aumenta sua visibilidade

e abre espaço para o cinema femini-

no nacional no exterior.4.3. a voz da audiência

minha opinião é que um cineasta não deve explicar o que quis dizer. sobre coisa nenhuma. deixe que os fregueses decidam. orson Welles

A experiência da criação de um filme é complementar à de fazer com que essa obra seja vista. Os espectadores vivenciam o que está exposto na tela e cada um faz a sua própria interpretação do que viu. Através dos olhos do diretor, o público enxerga o mundo por outro ângulo.

exercite! Para exercitar o olhar da diversidade cul-tural, pesquise filmes produzidos por diversos povos indígenas no Vídeo nas Aldeias (www.videonasal-deias.org.br). Você destacaria alguma característica da maneira como esses povos contam histórias e fazem cinema? Outra possibilidade de ver o mundo por um ângulo particular é explorar filmes que tratem sobre a condição da mulher no Brasil: há alguma variação na forma de apresentar as personagens femininas quando o cineasta é homem ou quando é mulher?

É importante destacar que os avanços tecnológicos facilitaram o acesso aos equipamentos de imagem e som e permitiram que novos atores se apropriassem da linguagem audiovisual.

Encontro Pedagógico em Macaé. Foto: Paolla itagiba

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Essas inovações acabam possibilitando a diversidade de padrões esté-ticos e de linguagens utilizadas em criações audiovisuais. Hoje existem muitas formas de fazer e, também, de ver filmes, como cineclubes, canais de TV por assinatura e canais da web, como o youtube e o vimeo.

Dica: Se quiser saber mais sobre como produzir e difundir filmes com fer-

ramentas que estão ao seu alcance, e também sobre técnicas da linguagem

audiovisual, consulte a APOSTILA VIDEOINTERATIVIDADE. E se quiser pensar

canais alternativos para a difusão e exibição de filmes, com foco especial em

cineclubes, leia o GUIA PARA A PRÁTICA CINECLUBISTA. Esses materiais são

parte da Coleção do CINEMA PARA TODOS e estão disponíveis para download

no site do PROGRAMA.

Coleção Cinema para Todos:Volume I - Caderno do Professor

Volume I I - Aposti la Videointeratividade

Volume I I I - Guia para prática Cineclubista

Assim como um filme permite que seu autor expresse formas de ver o mundo, a partir da reação dos seus espectadores, ele também pode des-cobrir visões e nuances sobre a própria obra. Assim, fazer e ver cinema se tornam dois polos de uma dinâmica de comunicação.

Toda experiência com filmes envolve um jogo comunicativo entre autor e público, mesmo que a fala da audiência não seja ouvida e se manifeste apenas como reação silenciosa, subjetiva, ao que foi visto.

“De acordo com suas definições nos dicionários, o termo audiência engloba desde suas origens em outros âmbitos, como o jurídico, pelo menos um duplo significado: receber e emitir informação. Assim, ‘levar a cabo uma audiência’ supõe expor e escutar os argumentos de todas as partes envolvidas, supõe uma reunião de diferentes perspectivas”. (Guillermo Orozco Gómez, Televisión, audiencias y educación, p. 22)

Martín-Barbero é semiólogo, an-

tropólogo e filósofo, faz pesquisas

na área de comunicação e cultura.

Escreveu, dentre outros livros, Dos

Meios às Mediações. Sua página

pessoal: www.mediaciones.net.

Esse jogo comunicativo se expande quando a obra se torna objeto de diá-logo. Um filme serve de instrumento para reflexão sobre a vida e o mundo em que se vive, especialmente quando é explorado em conversas.

“Na redefinição da cultura, é fundamental a compreensão de sua natu-reza comunicativa. Isto é, seu caráter de processo produtor de signifi-cações e não de mera circulação de informações, no qual o receptor, portanto, não é um simples de-codificador daquilo que o emis-sor depositou na mensagem, mas também um produtor”. (Martín-Barbero. Dos Meios às Mediações – Comunicação, cultura e hegemonia, p.287.)

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Ao pensar a relação entre quem faz e quem vê cinema como dois polos de uma dinâmica comunicativa, a experiência-cinema se aproxima da concepção de ensino-aprendiza-gem baseada no diálogo, processo que sempre acontece em via de mão dupla.

“Somente o diálogo, que implica num pensar crítico, é capaz, também, de gerá-lo. Sem ele, não há comunicação e sem esta não há verdadeira educação” (Paulo Freire, Pedagogia do Oprimido, p. 98).

curta a ExpEriência do cinEma para todos.

ficar dE fora não EstÁ no rotEiro. participE!

Nas palavras da Profª Jussara Miranda Gonçalves de Paracambi, o papel do CINEMA PARA TODOS é “continuar incentivando as pessoas a irem ao cinema. Todos têm o direito de assistir aos mais variados temas”.

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Anexos: Roteiros experimentados

colEgas

Dirigido por Marcelo Galvão e es-trelado por Ariel Goldenberg, Rita Pokk, Breno Viola, Lima Duarte e outros. Produzido pela Gatacine e lançado em 2013.

sinopse: Três colegas portadores de síndrome de Down e apaixona-dos por cinema se inspiram no fil-me Thelma e Louise para viver uma grande aventura em busca de seus sonhos.

Curiosidades: Filmado em Paulí-nia, em regiões do sul do Brasil e na Argentina; trilha sonora marcada pelo som de Raul Seixas.

trailer:

http://www.youtube.com/colegasofilme

rotEiro com sugEstõEs dE atividadEs

• arGumento: se você fosse um personagem, qual seria? Valem per-sonagens do cinema, da música, da literatura, da TV, das histórias em quadrinhos, dos contos de fada, do circo, da história...

• eXperiÊnCia-Cinema: Colegas

• eXperimento: perguntar ao grupo qual é o seu maior sonho. De-pois de uma pausa para a reflexão, propor que numa folha de papel dobrada ao meio, cada um crie um livro: na capa, uma imagem que represente a realização desse sonho; no miolo, a trajetória que leva à sua realização, detalhando nela cada um dos passos que preci-sam ser dados para alcançar esse sonho; na contracapa, ou seja, nas costas do livro, a sinopse desse seu filme. Outra possibilidade é fazer a seguinte dinâmica: peça para cada um escrever seu sonho em um papel. E dê o comando para que joguem fora aquele papel. O objetivo é discutir o que te faz persistir ou desistir de um sonho.

• deCupaGem: fazer a leitura coletiva do filme e registrá-la num quadro ou papel. Quais são os personagens e as características de cada um? Frases marcantes? Tempo histórico? Temas que aborda? En-controu referências a outras obras de arte?

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• seQuÊnCia: planejamento em grupo de atividades que podem ser realizadas em sala de aula com o filme. Alguns exemplos do que foi elaborado pelos participantes:

1) Prepare um papel com um círculo no centro e a palavra liberdade escrita dentro dele. Cubra o conteúdo desse círculo colocando um papel sobre ele, deixando a palavra oculta. A partir do filme, selecione palavras e as escreva em tiras de papel, recorte as suas sílabas, embaralhe e peça que cada aluno retire uma. Oriente o grupo que busque companheiro(s) que tenha(m) sílaba(s) com quem possam formar palavras. As palavras completadas devem ser coladas ao redor do círculo, formando os raios de um sol. Por fim, peça aos participantes para adivinharem, a partir desse con-junto, qual é a palavra que está no centro.

2) Proponha a criação de um mural com fotos, desenhos e recortes do dia a dia dos participantes, da família, dos amigos, das ações e sonhos cotidianos. Use esse facebook da realidade para refletir sobre a força da mídia e das redes sociais: o que é amigo e o que é colega para você? Quais são os costumes, características e valores do seu grupo de amigos? E da sua família?

3) Ver o filme e perguntar: o que é diversidade? O que é ser di-ferente? Depois de assistir ao filme, a sua percepção sobre a Síndrome de Down mudou? Como? Peça ao grupo para falar o que sabe sobre essa Síndrome. Conduza a vivência de uma “deficiência” durante a aula, por exemplo: em duplas, um fecha os olhos e o outro vai guiando seus passos por meio de orienta-ções dadas com a mão nas costas e ombros do parceiro "cego". Depois inverta: quem guiou passa a ser guiado. Converse so-bre como foi essa experiência. Depois, peça para que encenem uma situação em que cada um se coloque no papel de alguém

visto como diferente e reflita com o grupo: como a sociedade se posiciona em relação a pessoas que foram mal vistas por serem consideradas diferentes, mas que, no final das contas, transformaram a realidade cultural? Escolha algumas persona-lidades que foram vistas como diferentes e que fizeram história para fazer um júri popular. Também se pode abordar o tema da deficiência (de – negação + eficiência): sou deficiente em algo ou sou eficiente em tudo? A partir dessas atividades se pretende promover uma campanha na escola, sensibilizando para a inclu-são de alunos/pessoas vistas como especiais, ou diferentes, e convidar à reflexão: como essas pessoas especiais nos transfor-mam? Como conviver com alunos especiais?

4) Após assistir ao filme, trabalhe temas de diversas disciplinas, como história (geração hippie, ação da polícia e do exército na ditadura, os desaparecidos); geografia (rota percorrida pelos per-sonagens); sociologia (termos utilizados para se referir à Síndrome de Down e ao tratamento dado aos portadores ao longo da histó-ria – exclusão/inclusão); biologia (aspectos biológicos da Síndro-me); português (hipertextualidade a partir da referência a outros filmes e obras artísticas, organização do tempo na narrativa, es-trutura da linguagem simbólica, como na cena em que o Márcio está no balão e seu pé se desamarra da corda presa ao chão).

5) Peça aos alunos que elaborem textos com diferentes alternativas para o final: o que acontece com os três colegas quando voltam ao Brasil? Ou, antes de ver o filme, apresentar apenas os créditos finais e propor que os participantes, reunidos em grupos, produ-zam um roteiro e encenem a narrativa criada. Depois de assistir ao filme, promova a roda de conversa: alguma parte do filme se assemelhou ao que pensaram? O que foi inesperado?

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6) Peça aos alunos para trazerem matérias de assuntos que achem relevantes. Traga você também jornais e revistas. Faça uma análi-se de mídia, propondo que observem o tratamento que os meios de comunicação dão a assuntos relevantes ao público escolar: como os jovens estão sendo retratados pela mídia? Proponha que separem as matérias selecionadas em dois blocos: as que percebem como positivas e as que julguem negativas. Compare o espaço dado às matérias que divulgam fatos alegres e voltados para o bem comum ao espaço disponível para assuntos relacio-nados a crime e violência e reflita: qual é a influência da mídia sobre os cidadãos? No filme, as formas como os personagens são apresentados – perigosos -, e a maneira como o Instituto é mostrado - similar a uma prisão - fazem questionar a imagem da escola pela mídia.

7) Faça um jogo de júri popular com os alunos para debater a ques-tão da redução da maioridade penal: se considerarmos que os protagonistas têm 16 anos, eles deveriam ser condenados ou não? E se tivessem 18 anos, a pena definida pelo júri deveria ser diferente?

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dE pErnas pro ar 2

Direção de Roberto Santucci, com Ingrid Guimarães, Maria Paula, Bru-no Garcia, Eriberto Leão e outros. Produzido por Morena Filmes e lan-çado em 2012.

sinopse: Alice (Ingrid Guimarães) e Marcela (Maria Paula) vão abrir sua primeira sex shop nos Estados Unidos, levando um produto erótico inédito. Muito agitada e obsessiva, Alice também precisa descobrir como equilibrar ambição profissio-nal com a vida pessoal.

Curiosidades: o filme foi rodado no Rio de Janeiro e em Nova York.

trailer ofiCial:

www.youtube.com/watch?v=R_SIB4xLAzY

rotEiro com sugEstõEs dE atividadEs

• arGumento: quando você era pequeno(a), o que dizia que queria ser quando crescesse?

• eXperiÊnCia-Cinema: De Pernas pro Ar 2

• eXperimento: pergunte aos participantes como dividem seu tempo entre vida profissional, vida social, vida familiar e tempo para si pró-prio. Como seria o gráfico para representar a proporção de tempo que dedicam a cada uma dessas dimensões da vida? E o que gos-tariam de fazer para dedicar mais tempo a si mesmos.

• deCupaGem: promover a leitura coletiva do filme, registrando num quadro ou papel. Quais são os personagens e suas característi-cas? Em que época o filme acontece? Conhece algum dos cená-rios? Alguma frase ou dito te marcou? Quais temas foram levanta-dos pelo filme?

• seQuÊnCia: algumas atividades planejadas em grupo para serem realizadas em sala de aula após a exibição.

1) Após assistir ao filme, peça que os alunos identifiquem os cená-rios e digam o que sabem sobre esses locais. Divida a turma em grupos e peça a cada um que escolha um lugar que gostaria de pesquisar. Se for o caso, associe a algum conteúdo que queira abordar. Peça que investiguem aspectos físicos, clima, idioma, comida, música, vestimenta, cultura em geral e depois, cada gru-po irá apresentar o resultado de sua pesquisa como se fosse um roteiro turístico, conduzindo os colegas por uma visita aquele

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lugar. Com isso, é possível associar diversas disciplinas – língua estrangeira: idioma; geografia: aspectos físicos e humanos; his-tória: eventos marcantes; sociologia: estrutura familiar e cultural; matemática: moeda e câmbio.

2) Aproveite o filme para abordar questões éticas ligadas à filosofia como: as “meias verdades” ditas no filme são socialmente acei-tas? Isso é ético? E ainda aspectos da biologia, como o corpo hu-mano, sua química, os hormônios e o efeito de remédios e álcool.

3) Proponha que cada aluno crie uma pergunta relacionada ao filme e a coloque dentro de um balão de gás. Em círculo, todos jogam as bolas para o alto e cada um pega uma. Cada um estoura o seu balão e responde à pergunta, trocando ideias com os outros parti-cipantes. Alguns exemplos de perguntas: que riscos Alice correu? Como você ajudaria Alice a superar suas dificuldades? Se fosse dar um conselho a algum dos personagens, qual seria? E se você fosse a Alice, como agiria? Essas perguntas e respostas podem levar a um debate sobre relações em família: como você demons-tra seu afeto pelos outros? Que ações mostram cuidado/atenção dos pais com seus filhos? E dos filhos com os pais? O que te traz alegria na convivência com a sua família? Organize um dia de gincana com os alunos e suas famílias para instigar a participação dos pais no dia a dia dos filhos de forma integrada com a escola. Nesse dia estariam incluídos um bingo de palavras que expressem sentimentos, de modo que, aquele que formar uma palavra fala sobre ela; brincadeiras do tipo “você conhece o outro?”, fazendo perguntas sobre o jeito de ser, os hábitos e preferências de cada um; e, por fim, um almoço coletivo.

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vai quE dÁ cErto

Dirigido por Maurício Farias, es-trelado por Fábio Porchat, Danton Mello, Gregório Duvivier, Natália Lage, Bruno Mazzeo, Felipe Abib e outros. Produzido por Fralha Produ-ções e lançado em 2013.

sinopse: Cinco amigos de velhos tempos, frustrados por não terem alcançado sucesso na vida, se juntam para praticar um golpe que vai resolver seus problemas finan-ceiros.

Curiosidades: O diretor, Maurí-cio Farias, teve a ideia do filme em 1994, quando ouviu a história do motorista de um conhecido que havia sido preso por assalto. Na época ele ficou impressionado com o fato de que o motorista era uma pessoa íntegra e querida, daquelas que jamais se imaginaria que esti-vesse envolvido em alguma ativida-de criminosa.

trailer:

www.youtube.com/watch?v=dB_D0rfUR3

rotEiro com sugEstão dE atividadEs

• arGumento: qual é o seu super-herói preferido?

• eXperiÊnCia-Cinema: Vai que Dá Certo

• eXperimento: Você já teve a sua confiança traída por alguém? E essa pessoa conseguiu resgatar a sua confiança? E você, já de-cepcionou alguém que confiava em você? Conseguiu conquistar a confiança de novo? O experimento com um sonho a ser realizado, descrito no roteiro do filme Colegas, também pode ser aplicado.

• deCupaGem: quem são os personagens do filme e quais são as características de cada um? Que elementos do filme, cenários e objetos você observou? Que temas foram abordados no filme? Há alguma relação entre o filme e a realidade em que vivemos?

• seQuÊnCia: alguns exemplos de atividades planejadas em grupo para aplicar em sala de aula:

1) Trabalhe com o título do filme: Vai que dá certo - qual é o seu sonho? O que você seria capaz de fazer para alcançar o seu sonho? Como você faria o seu plano de vida para realizar esse ideal? Convide o grupo a fazer uma árvore de Projeto de Vida, para ficar exposta na sala de aula. Numa primeira etapa, peça aos alunos que a preencham com frutas, escrevendo em cada fruto seu(s) projeto(s) de vida a curto e a longo prazo. Na raiz, diga para colocarem os valores que precisarão para alcançar esse projeto de vida. E, ao longo do tempo, essa árvore seria revisitada, refle-

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tindo os desafios encontrados, as novas percepções geradas e as conquistas realizadas na trajetória dos participantes. O objetivo é refletir sobre a relação da conquista dos sonhos com valores éticos e morais.

2) Divida os participantes em grupos para formar uma feira profissio-nal. Cada grupo escolheria uma profissão pra apresentar para os demais. Pode-se fazer relação com os planos de vida traçados no item 1.

3) Após a exibição do filme, peça aos alunos para criarem outro final para a história. Outra possibilidade é propor que criem um roteiro de filme sobre amigos e, a partir dele fazer um storyboard, uma história em quadrinhos. Esse material pode alimentar a conversa: o que é a amizade?

4) Proponha que os alunos façam uma pesquisa em jornais sobre crimes atuais, levantando as suas consequências. Depois pro-mova um julgamento dos personagens do filme para trabalhar as habilidades de argumentação da turma.

5) Convide os alunos a fazerem pesquisa com pessoas mais velhas com quem convivem: quais são as suas memórias sobre o lugar? O que viram acontecer na história do Brasil ao longo da sua traje-tória? Quem são seus heróis? Entreviste também os mais jovens: quem são os heróis locais na opinião deles? Divida a turma em grupos. Cada um escolherá trechos dessas entrevistas para mon-tar uma encenação, refletindo sobre a percepção de bem e de mal, de herói e de anti-herói. Há consequências quando se torce pelo herói ou pelo anti-herói, pelo ético ou pelo não ético? Quais? A partir das histórias coletadas, elaborar perguntas para um Jogo de Verdade ou Consequência, como um RPG, com situações em

que o respondente diz como agiria. Então, fazer uma rodada do jogo, com cada um tirando e respondendo uma pergunta. E, de-pois, converse sobre as situações apresentadas e posições que poderiam ser tomadas diante delas.

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tainÁ 3 – a origEm

Dirigido por Rosane Svartman, es-trelado pela pequena WiranuTem-bé, Gracindo Junior, Nuno Leal Maia, Guilherme Berenguer, Laila Zaid e outros. Produzido pela Sin-crocine e lançado em 2011.

sinopse: o filme conta a história de Tainá, uma indiazinha órfã que aos cinco anos de idade sonha em se tornar uma guerreira e descobrir sua verdadeira origem.

Curiosidades: a produção envol-veu mais de 100 profissionais, entre técnicos e artistas brasileiros, que ficaram mergulhados nas selvas do Pará e do Amapá. A cidade de San-tarém e regiões de Alter do Chão, Tapajós e Ilha de Santana serviram de locação.

aCesse trailer, JoGos e

material pedaGóGiCo no site:

taina3.com.br

rotEiro com sugEstão dE atividadEs

• arGumento: qual o significado do seu nome? Destaque a impor-tância do nome para a identidade de cada um de nós.

• eXperiÊnCia-Cinema: Tainá 3, a origem

• eXperimento: ”Você tem uma ligação especial com alguma árvore? Desenhe essa árvore num papel”. Quem não tiver nenhuma árvore especial desenha a imagem que lhe vem à cabeça quando pensa na palavra "árvore". Depois, quem quiser pode dar seu depoimento.

• deCupaGem: quem são os personagens e quais as características de cada um? Quais elementos da fauna e da flora você identificou no filme? Aprendeu alguma palavra indígena? Quais são os assuntos de interesse abordados pelo filme?

• seQuÊnCia: planejamento em grupo de atividades que podem ser realizadas em sala de aula com o filme. Alguns exemplos do que foi sugerido pelos participantes:

1) Divida os alunos em grupo e peça que escolham uma cena do filme para dramatizar.

2) Escolha uma árvore próxima da escola para os alunos observa-rem e cuidarem, fazendo registros sobre suas mudanças ao longo do ano e nas diferentes estações. Essa atividade foi chamada de abrace uma árvore. Com crianças do Ensino Fundamental do primeiro ciclo proponha que registrem por meio de desenhos, e

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no segundo ciclo, com desenhos e registros escritos. Faça, junto com os alunos, o cultivo de uma horta na escola.

3) Promova uma pesquisa sobre povos indígenas. Pode começar com uma visita a uma aldeia próxima, ou fazendo contato via inter-net com grupos de alguma etnia para trocar experiências. Instigue os alunos a investigarem receitas típicas da cultura indígena, ela-borarem e degustarem em conjunto; chame a atenção para as di-ferenças entre os ingredientes utilizados, as formas de preparar os alimentos e os hábitos de cada cultura. Complemente a pesquisa fazendo uma atividade de pintura corporal e trabalhos com arte indígena. Uma boa dica é a Enciclopédia dos Povos Indígenas no Brasil: http://pib.socioambiental.org/pt

4) Utilize a música do filme (“toque patoque...”) com voz e instrumen-tos para trabalhar alfabetização de alunos.

5) Leve os alunos para fazerem uma aula-passeio em um parque nacional ou em outra área de reserva ambiental para observar e fazer um levantamento das espécies locais da flora e da fauna. Proponha alguma forma de registro do resultado dessa pesquisa.

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uma história dE amor E fúria

Filme de animação dirigido por Luiz Bolognesi e dublado por Sel-ton Mello, Camila Pitanga, Rodrigo Santoro e outros. Produzido por Buriti Filmes e Gullane e lançado em 2013.

sinopse: a história de amor entre um herói imortal e Janaína, a mu-lher por quem é apaixonado há 600 anos, é o pano de fundo para abor-dar quatro momentos da história do Brasil: a colonização, a escravi-dão, o regime militar, e o futuro, em 2096.

Curiosidades: utilizando técnicas de animação clássica, os persona-gens foram desenhados e anima-dos a lápis e papel, tendo como ponto de partida a interpretação dos atores que fizeram a dublagem.

aCesse trailer e material

pedaGóGiCo no site:

www.umahistoriadeamorefuria.com.br

rotEiro com sugEstão dE atividadEs

• arGumento: forme um círculo com seus alunos e peça que cada um diga uma dupla romântica de que gosta (pode ser de filmes, no-vela, literatura, música etc).

• eXperiÊnCia-Cinema: Uma História de Amor e Fúria

• eXperimento: qual ou quais são as batalhas que você vive ou já viveu e que valem ou valeram a pena? Quais são as penas dessas batalhas? E as conquistas? Pode-se pedir a cada participante que faça uma história em quadrinhos contando uma dessas batalhas e, depois, monte um varal com essas HQs e promova leituras no grupo.

• deCupaGem: quais os momentos históricos destacados no filme? Em que lugares esses eventos acontecem? Quem são os persona-gens e quais suas características? Destacaria alguma frase ou cena no filme? Percebeu alguma referência citada? Qual?

• seQuÊnCia: atividades elaboradas em grupo para serem aplicadas em sala de aula

1) Promova atividades para refletir sobre o uso consciente da água. Peça que os alunos façam uma pesquisa de observação sobre as formas de uso da água em seu entorno. Depois questione: qual cenário desejamos para o futuro e que ações podemos desenvol-ver para que isso se realize?

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2) Divida os alunos em grupo, peça que façam desenhos ou usem seus celulares para registrar situações cotidianas do meio am-biente. A partir do que foi coletado, proponha que elaborem uma campanha voltada para a preservação local. Essa pesquisa e campanha podem ser um gancho para estudar a relação entre os avanços tecnológicos e a degradação ambiental: quais são as tecnologias mais utilizadas no nosso dia a dia? De onde vem a energia que faz funcionar essas tecnologias? Quanta água, com-bustível, energia humana e elétrica são necessários para produzir e transportar o que consumimos?

3) Convide os alunos para trabalharem com expressão corporal, abordando os ritos de passagem em culturas indígenas.

4) Peça aos alunos que pesquisem versões da história contadas pelas minorias, pelas mulheres, pelos indígenas, amplificando os discursos que normalmente tiveram menos destaque.

5) Aproveite o filme para discutir com seus alunos a origem do Esta-do e o seu papel na história brasileira e no contexto atual.

6) Dividir os participantes para que cada grupo fique responsável por explorar temas e acontecimentos de uma época específica apresentada no filme. Juntos, construam uma linha do tempo.

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Anexos 2: Filmes da 3ª edição

2 coElhos

sinopse: Após se envolver em um grave acidente au-tomobilístico, no qual uma mulher e seu filho são mor-tos, Edgar (Fernando Alves Pinto) é indiciado, mas consegue escapar da prisão graças à influência de um deputado estadual. Logo em seguida ele parte para uma temporada em Miami, onde retorna com um elaborado plano em que pretende atingir tanto o de-putado que o ajudou, símbolo da corrupção política, quanto Maicon (Marat Descartes), um criminoso que

consegue escapar da justiça graças ao suborno de políticos influentes.

31 minutos

sinopse: Juanín é o produtor do famoso noticiário de TV 31 Minutos, e o último de sua espécie. Mal sabe ele que sua raridade desperta o interesse de Cachiru-la, uma malvada colecionadora de animais em extin-ção que precisa dele para completar sua exótica co-leção. Com a ajuda de Tio Careca, ela inicia uma caçada pelo último membro dos juanines...

Vítima de um plano malévolo, Juanín é raptado e le-vado até o fantástico castelo de Cachirula, onde ela mantém prisioneiros todos os animais de sua coleção. A atrapalhada equipe do programa 31 Minutos iniciará uma busca alucinada pelo seu amigo e companheiro de trabalho, sem saber que precisarão enfrentar um verdadeiro exército para resgatar Juanín.

31 Minutos – O Filme é uma aventura sobre a importância da amizade e o valor da liberdade.

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360

sinopse: IInspirado em “La Ronde”, clássica peça de Arthur Schnitzler, 360 é uma reunião de histórias dinâ-micas e modernas, passadas em diversas partes do mundo. Laura (Maria Flor) é uma mulher que deixou a vida na terra natal para tentar a sorte em Londres ao lado do namorado Rui (Juliano Cazarré). Ao descobrir que o parceiro está tendo um caso com Rose (Rachel Weisz), ela decide voltar para o Brasil. Na volta pra casa, ela conhece um simpático senhor (Anthony Ho-

pkins) e Tyler (Ben Foster), duas pessoas em momentos difíceis em suas vidas. Num outro lado da história, Mirka (Lucia Siposová) é uma jovem tche-ca que começa a trabalhar como prostituta para juntar dinheiro. Ao mesmo tempo, lida com a desaprovação da irmã Anna (Gabriela Marcinkova). O primeiro cliente de Mirka é Michael (Jude Law), que por sua vez é casado com Rose. Dirigido por Fernando Meirelles, filme começa em Viena e passa por Paris, Londres, Rio de Janeiro, Bratislava, Denver e Phoenix.

5x pacificação

sinopse: Depois de quase quatro décadas subjuga-do pela força e violência do tráfico de drogas baseado nas favelas, o Rio de Janeiro vive uma nova experiên-cia de segurança pública. Implantadas em algumas comunidades da cidade, as UPPs (Unidades de Polí-cia Pacificadora) chegam para retomar o espaço ocu-pado por bandidos com armas de guerra. Para contar essa história de um modo diferente do que se vê nos noticiários, os produtores Cacá Diegues e Renata de

Almeida Magalhães abraçaram o projeto de quatro diretores de 5x Favela

- Agora por Nós Mesmos, para que as UPPs fossem examinadas de den-tro, do ponto de vista dos que moram nas favelas.

à bEira do caminho

sinopse: Para fugir dos traumas do passado, o cami-nhoneiro João (João Miguel) resolve deixar sua cida-de natal para trás e cruzar o país. Ele dirige Brasil afo-ra, sempre solitário, até que numa de suas viagens descobre que o menino Duda (Vinicius Nascimento) se escondeu em seu caminhão. Duda é órfão de mãe e está à procura do pai, que fugiu para São Paulo antes mesmo dele nascer. A contragosto, João aceita levá-lo até a cidade mais próxima. Entretanto, durante

a viagem nascem elos entre os dois, que faz com que João tenha cora-gem para enfrentar seu passado.

a busca

sinopse: Theo Gadelha (Wagner Moura) e Branca (Mariana Lima) são casados e trabalham como médi-cos. O casal tem um filho, Pedro (Brás Antunes), que desaparece quando está perto de completar 15 anos. Para piorar a situação, Theo fica sabendo que Branca quer se separar dele e que seu mentor (Germano Haiut) está à beira da morte. Theo sai em busca do filho sumido e aproveita a viagem para se redescobrir.

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a mEmória quE mE contam

sinopse: A ex-guerrilhera Ana (Simone Spoladore), ícone do movimento de esquerda, é o último elo entre um grupo de amigos que resistiu à ditadura militar no Brasil. Com a iminente morte da amiga, eles se reencontram na sala de espera de um hos-pital. Entre eles está Irene (Irene Ravache), uma di-retora de cinema que sente-se perdida diante da iminente morte da amiga e que precisa ainda lidar com a inesperada prisão de Paolo (Franco Nero),

seu marido, acusado de ter matado duas pessoas em um atentado terrorista ocorrido décadas atrás na Itália.

amanhã nunca mais

sinopse: Walter (Lázaro Ramos) é um homem de clas-se média que promete à esposa Solange (Fernanda Machado) que irá buscar o bolo de aniversário da filha deles. O que poderia ser uma tarefa simples se mostra bem complicada à medida que o sujeito se depara com inúmeras situações inusitadas pelo caminho. Enquanto tenta lidar com a desconfiança do chefe e com o trânsi-to de uma São Paulo chuvosa, ele verá sua vida tomar um rumo inesperado no caminho para casa.

as avEnturas dE agamEnon

sinopse: Agamenon Mendes Pedreira (Hubert/Marcelo Adnet) cortou o pão que o diabo amassou para se trans-formar no jornalista mundialmente conhecido e autor da coluna diária publicada todos os domingos. Ficou anos sem almoçar e jantar para comprar uma passagem para o Titanic e, sobrevivente, acabou se enrabichando com Eva Braun (Guilhermina Guinle), o grande amor de Hitler. Entre os altos e baixos de sua incrível carreira, entrevistan-do figuras ilustres (Gandhi, Albert Einstein e Freud), o re-

pórter Pedro Bial (Pedro Bial) o encontra em um momento histórico: a derrubada do Muro de Berlim. De volta ao Brasil, e já no jornal O Globo, Agamenon segue sua vidinha no Dodge Dart 73, estacionado na porta do jornal e habitado pela patroa Isaura (Luana Piovani), mas após ser enviado para o Afeganistão para entrevistar Osama Bin Laden, a vida do casal sofreu um forte abalo e eles preci-sam rever alguns conceitos sobre a vida a dois, a três, a quatro...

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Boca,desesperado em busca de alguém que consiga fazer com que sua filha saia do coma.

capitãEs da arEia

sinopse: Pedro Bala (Jean Luís Amorim), Professor (Robério Lima), Gato (Paulo Abade), Sem Pernas (Is-rael Gouvêa) e Boa Vida (Jordan Mateus) são adoles-centes abandonados por suas famílias, que crescem nas ruas de Salvador e vivem em comunidade no Tra-piche junto com outros jovens de idade semelhante. Eles praticam uma série de assaltos, o que faz com que sejam constantemente perseguidos pela polícia. Um dia Professor conhece Dora (Ana Graciela) e seu

irmão Zé Fuinha (Felipe Duarte), que também vivem nas ruas. Ele os leva até o Trapiche, o que desencadeia a excitação dos demais garotos, que não estão acostumados à presença de uma mulher no local. Pedro con-segue acalmar a situação e permite que Dora e o irmão fiquem por algum tempo. Só que, aos poucos, nasce o afeto entre o líder dos Capitães da Areia e a jovem que acabou de integrar o bando.

até quE a sortE nos sEparE

sinopse: Tino (Leandro Hassum) é um pai de família comum que vê sua vida virar de ponta a cabeça após ganhar na loteria. Levando uma vida de ostentação ao lado da mulher, Jane (Danielle Winits), ele gasta todo o dinheiro em 15 anos. Ao se ver quebrado, Tino acei-ta a ajuda do vizinho Amauri (Kiko Mascarenhas), um consultor de finanças super burocrático e que por si-nal vive seu próprio drama ao enfrentar uma crise no casamento com Laura (Rita Elmôr). Tentando evitar

que Jane descubra a nova situação financeira, afinal ela está grávida do terceiro filho e não pode passar por fortes emoções, Tino se envolve em várias confusões para fingir que tudo continua bem. Para isso, conta com ajuda do melhor amigo, Adelson (Aílton Graça), e dos filhos.

billi pig

sinopse: Marivalda (Grazi Massafera) sonha ser atriz e seu marido, Wanderley (Selton Mello), é um corretor de seguros falido. Ela rotineiramente sonha com Billi, um porco de plástico que guarda desde a infância, até que um dia passa a conversar com ele. Em suas conversas com a dona, Billi a pressiona a largar Wan-derley, alegando que ele não consegue lhe dar o luxo que merece. Marivalda resolve dar um ultimato ao marido, que fica desesperado em busca de algo que

possa manter o casamento. Quando Tenório (Murilo Grossi), o braço direi-to do traficante Boca (Otávio Muller), procura o padre Roberval (Milton Gonçalves), Wanderley tem uma grande ideia. Ele elabora um plano com o padre, que tem fama de milagreiro, para que possam enganar

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colEgas

sinopse: Stallone (Ariel Goldenberg), Aninha (Rita Pook) e Márcio (Breno Viola) eram grandes amigos e viviam juntos em um instituto para portadores da sín-drome de Down, ao lado de vários outros colegas. Um belo dia, surge a ideia de sair dali para realizar o sonho individual de cada um e inspirados pelos inú-meros filmes que já tinham assistido na videoteca lo-cal, eles roubam o carro do jardineiro (Lima Duarte) e fogem de lá. A imprensa começa a cobrir o caso e a

polícia não gostou nem um pouco dessa “brincadeira”. Para resolver o problema, coloca dois policiais trapalhões no encalço dos jovens, que só querem realizar os seus sonhos e estão dispostos a viver essa grande aventura, que vai ser revelar repleta de momentos inesquecíveis.

coraçõEs sujos

sinopse: O tratado de rendição assinado pelo impe-rador japonês Hirohito ao general americano Douglas MacArthur marcou o fim da Segunda Guerra Mundial. Entretanto, no Brasil o anúncio não marcou o fim do período de violência. Os imigrantes japoneses que viviam no interior do estado de São Paulo, formando a maior colônia do país fora do Japão, se dividiram em dois grupos. Os que acreditavam na notícia eram chamados de traidores da pátria, apelidados de “co-

rações sujos”, e perseguidos por aqueles que endeusavam o imperador e ainda acreditavam na vitória do Japão. É neste contexto que vive Takahashi (Tsuyoshi Ihara), dono de uma pequena loja de fotografia e casado com Miyuki (Takako Tokiwa), uma professora primária. Incitado pelo coronel Wa-

tanabe (Eiji Okuda), ele se torna o vingador daqueles que pregam a supre-macia japonesa e passa a atacar todos aqueles que não acreditam que o país foi derrotado na guerra.

dE pErnas pro ar 2

sinopse: Alice (Ingrid Guimarães) agora é uma em-presária bem-sucedida, que continua trabalhando muito mas sem deixar de lado o prazer sexual. Ela está bastante atarefada devido à abertura da primeira filial de sua sex shop em Nova York, ao lado da sócia Mar-cela (Maria Paula). Seu grande objetivo é levar para a América um produto erótico inédito, o que faz com que ela fique bastante estressada. Até que, durante a festa de comemoração pela 100ª loja SexDelícia no

Brasil, Alice tem um surto devido ao excesso de trabalho. Ela é internada em um spa comandado pela rígida Regina (Alice Borges), onde conhece várias pessoas que buscam controlar suas obsessões e ansiedades.

E a vida continua...

sinopse: Ernesto (Luiz Bacelli) tem 50 anos e carrega consigo uma tragédia do passado, a qual esconde através de um sorriso bem humorado. Ele conhece Evelina (Amanda Acosta), de 25 anos, ao ajudá-la na estrada, após o carro dela enguiçar. Ambos estão indo ao mesmo hotel e, aos poucos, constroem uma amizade sólida baseada também nas dificuldades en-frentadas ao longo da vida, já que Evelina está machu-cada emocionalmente devido à infidelidade do marido.

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faroEstE caboclo

sinopse: João (Fabrício Boliveira) deixa Santo Cristo em busca de uma vida melhor em Brasília. Ele quer deixar o passado repleto de tragédias para trás. Lá, conta com o apoio do primo e traficante Pablo (César Troncoso), com quem passa a trabalhar. Já conheci-do como João de Santo Cristo, o jovem se envolve com o tráfico de drogas, ao mesmo tempo em que mantém um empregro como carpinteiro. Em meio a tudo isso, conhece a bela e inquieta Maria Lúcia (Ísis

Valverde), filha de um senador (Marcos Paulo), por quem se apaixona lou-camente. Os dois começam uma relação marcada pela paixão e pelo ro-mance, mas logo se verá em meio a uma guerra com o playboy e trafican-te Jeremias (Felipe Abib), que coloca tudo a perder.

fEbrE do rato

sinopse: Zizo (Irandhir Santos) é um poeta inconfor-mado e anarquista, que banca a publicação de seu tablóide. Em seu mundo próprio, onde o sexo é algo tão corriqueiro quanto fumar maconha, ele conhece Eneida (Nanda Costa). Zizo logo sente um forte dese-jo por Eneida, mas, apesar de seus constantes pedi-dos, ela se recusa a ter relações sexuais com ele. Isto transtorna a vida do poeta, que passa a sentir falta de algo que jamais teve.

E aí, comEu?

sinopse: Recém separado, Fernando (Bruno Maz-zeo) não se conforma com o fracasso de seu casa-mento com Vitória (Tainá Muller), enquanto seu amigo Honório (Marcos Palmeira), um jornalista machão ca-sado com Leila (Dira Paes), não para de desconfiar que a esposa está traindo ele. Também amigo da du-pla, Afonsinho (Emilio Orciollo Netto) sonha em ser um escritor de sucesso, tira onda de intelectual e se rela-ciona com prostitutas. Juntos, eles vão debater e

descobrir qual é o papel deles nesse mundo povoado por mulheres, sejam elas interesses amorosos ou não.

ElEna

sinopse: Ao viajar para Nova York, Elena segue o sonho de se tornar atriz de cinema e deixa no Brasil uma infância vivida na clandestinidade, devido à di-tadura militar implantada no país, e também a irmã mais nova, Petra, de apenas sete anos. Duas déca-das depois, Petra, já atriz, embarca para Nova York atrás da irmã. Em sua busca Petra apenas tem algu-mas pistas, como cartas, diários e filmes caseiros. Ela acaba percorrendo os passos da irmã até en-

contrá-la em um lugar inesperado.

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bos. Baseada em conversas realizadas entre pai e filho, essa é a história do cantor e sanfoneiro Luiz Gonzaga, também conhecido como O Rei do Baião ou Gonzagão, e de seu filho, popularmente chamado de Gonzaguinha.

hElEno

sinopse: O jogador de futebol Heleno de Freitas (Ro-drigo Santoro) era considerado o príncipe do Rio de Janeiro dos anos 40, numa época em que a cidade era um cenário de sonhos e promessas. Sendo ao mesmo tempo um gênio explosivo e apaixonado nos campos de futebol, além de galã charmoso nos sa-lões da sociedade carioca, tinha certeza de que seria o maior jogador brasileiro de todos os tempos. Mas seu comportamento arredio, sua indisciplina e a

doença (sífilis) foram minando o que poderia ser uma grande jornada de glória, transformando-a numa trágica história. Baseado no livro “Nunca Houve um Homem como Heleno”, de Marcos Eduardo Novaes.

histórias quE só ExistEm quando lEmbradas

sinopse: Jotuomba fica localizada no Vale do Paraí-ba, no estado do Rio de Janeiro. Nos anos 30 as até então ricas fazendas de café foram à falência, derru-bando a economia local. Madalena (Sônia Guedes), uma velha padeira, continua vivendo na cidade. Ela é muito ligada à memória de seu marido morto, que está enterrado no único cemitério local, hoje tranca-do. Sua vida começa a mudar quando Rita (Lisa E. Fávaro), uma jovem fotógrafa, chega na cidade.

giovanni improtta

sinopse: Giovanni Improtta (José Wilker) é um con-traventor que sonha com a ascensão social e vive há anos com Marilene (Andrea Beltrão), sua ex-amante. Após a morte de um colega de trabalho, Giovanni tem a grande chance de entrar para a cúpula, um grupo formado apenas por grandes contraventores que está negociando nos bastidores a liberação dos cassinos no Brasil. Animado com o negócio, ele almeja tam-bém entrar para um badalado e exclusivo clube, que

não o deseja por perto devido ao seu histórico como bicheiro. Para tanto conta com a ajuda de Patrícia (Julia Gorman), a filha de um influente con-selheiro que pode decidir sobre sua entrada ou não no clube. O problema é que Patrícia logo fica interessada em Giovanni, o que causa problemas no seu relacionamento com Marilene. Ao mesmo tempo existe um golpe sendo elaborado, sem que Giovanni saiba, para que seja preso.

gonzaga, dE pai para filho

sinopse: Decidido a mudar seu destino, Gonzaga sai de casa jovem e segue para cidade grande em busca de novos horizontes e para apagar uma tristeza amoro-sa. Lá, ele conhece uma bela mulher, Odaléia (Nanda Costa), por quem se encanta. Após o nascimento do filho e complicações de saúde da esposa, ele decide voltar para a estrada para garantir os estudos e um fu-turo melhor para o herdeiro. Para isso, deixa o pequeno aos cuidados de amigos no Rio de Janeiro e sai pelo

Brasil afora. Só não imaginava que essa distância entre eles faria crescer uma complicada relação, potencializada pelas personalidades fortes de am-

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luz nas trEvas

sinopse: Retrata a trajetória de Jorge Bronze, conhe-cido pelo codinome Tudo-ou-Nada (André Guerreiro). Ele é filho do famoso Bandido da Luz Vermelha (Ney Matogrosso), que assaltava casas de ricos paulista-nos e foi transformado em ícone pelo jornal Notícias Populares. Por outro lado, aborda a vida de Luz Ver-melha em um presídio de segurança máxima, mos-trando como ele lida com a fama de ser um dos crimi-nosos mais famosos do Brasil.

marcElo Yuka no caminho das sEtas

sinopse: Este documentário segue a trajetória do ar-tista Marcelo Yuka, bateirista da banda O Rappa, cuja vida se transformou ao levar nove tiros em um assalto no Rio de Janeiro. Desde o acidente, ele se movimen-ta com uma cadeira de rodas e luta para reencontrar o equilíbrio físico e espiritural, ao mesmo tempo em que busca novas formas de continuar com a carreira de músico.

margarEt mEE E a flor da lua

sinopse: O trabalho e o legado da artista botânica inglesa Margaret Mee são apresentados neste do-cumentário dirigido pela cineasta Malu De Martino. A britânica se mudou para o Brasil na década de 1950, produziu mais 400 ilustrações sobre a flora brasileira e, através da arte, defendeu a bandeira do ambientalismo.

mEu pé dE laranja lima

sinopse: Zezé (João Guilherme de Ávila) é um garoto de oito anos que, apesar de levado, tem um bom co-ração. Ele leva uma vida bem modesta, devido ao fato de que seu pai está desempregado há bastante tem-po, e tem o costume de ter longas conversas com um pé de laranja lima que fica no quintal de sua casa. Até que, um dia, conhece Portuga (José de Abreu), um senhor que passa a ajudá-lo e logo se torna seu me-lhor amigo.

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minha mãE é uma pEça

sinopse: Dona Hermínia (Paulo Gustavo) é uma mu-lher de meia idade, divorciada do marido (Herson Ca-pri), que a trocou por uma mais jovem (Ingrid Guima-rães). Hiperativa, ela não larga o pé de seus filhos Marcelina e Juliano (Mariana Xavier e Rodrigo Pandol-fo), sem se dar conta que eles já estão bem grandi-nhos. Um dia, após descobrir que eles consideram ela uma chata, resolve sair de casa sem avisar para ninguém, deixando todos, de alguma forma, preocu-

pados com o que teria acontecido. Mal sabem eles que a mãe foi visitar a querida tia Zélia (Sueli Franco) para desabafar com ela suas tristezas do presente e recordar os bons tempos do passado.

o abismo pratEado

sinopse: Violeta (Alessandra Negrini) é uma dentista casada e com um filho, que tem um dia normal de trabalho. Ao ouvir uma mensagem deixada na secre-tária do celular ela entra em desespero. A mensagem foi gravada por seu marido, Djalma (Otto Jr.), que dis-se que estava deixando-a e partindo para Porto Ale-gre. Ele pede para que Violeta não o siga, mas ela não segue o conselho e tenta viajar, o quanto antes, para a capital do Rio Grande do Sul.

o diÁrio dE tati

sinopse: Tati (Heloísa Périssé) escreve tudo no seu diário, onde conta detalhes do verão em que ficou de recuperação na escola e suas tentativas de esconder da sua mãe o boletim. Durante esse período, a garota conheceu Anita (Márcia Cabrita), a nova e espirituosa namorada do seu pai. Foi neste verão também que ela sofreu por amor, pensando em Zeca (Thiago Ro-drigues), o rapaz mais bonito da escola. Tati tem mui-tas histórias para contar: suas neuroses, brigas com

a mãe, as cantorias do pai, as disputas com as amigas, um novo amor (Marcelo Adnet) e muitas outras confusões.

o palhaço

sinopse: Benjamim (Selton Mello) trabalha no Circo Esperança junto com seu pai Valdemar (Paulo José). Juntos, eles formam a dupla de palhaços Pangaré & Puro Sangue e fazem a alegria da plateia. Mas a vida anda sem graça para Benjamin, que passa por uma crise existencial e assim, volta e meia, pensa em abandonar Lola (Giselle Mota), a mulher que cospe fogo, os irmãos Lorotta (Álamo Facó e Hossen Mi-nussi), Dona Zaira (Teuda Bara) e o resto dos amigos

da trupe. Seu pai e amigos lamentam o que está acontecendo com o companheiro, mas entendem que ele precisa encontrar seu caminho por conta própria.

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o som ao rEdor

sinopse: A presença de uma milícia em uma rua de classe média na zona sul do Recife muda a vida dos moradores do local. Ao mesmo tempo em que alguns comemoram a tranquilidade trazida pela segurança pri-vada, outros passam por momentos de extrema ten-são. Ao mesmo tempo, casada e mãe de duas crian-ças, Bia (Maeve Jinkings) tenta encontrar um modo de lidar com o barulhento cachorro de seu vizinho.

odEio o dia dos namorados

sinopse: Débora (Heloísa Périssé) é uma publicitária que sempre privilegiou a carreira em detrimento de sua vida amorosa. Entretanto, ambas se misturam quando ela precisa trabalhar em uma importante campanha para o Dia dos Namorados cujo cliente é Heitor (Daniel Boaventura), seu ex-namorado, que foi dispensado por ela de forma humilhante. Diante desta situação, ela ainda precisa lidar com a inesperada vi-sita do fantasma de seu amigo Gilberto (Marcelo Sa-

back), que tenta fazer com que ela repense a vida e descubra o que as pessoas realmente pensam dela.

os pEnEtras

sinopse: Marco Polo (Marcelo Adnet) é um sujeito bem-humorado, sedutor e manipulador, sempre ten-tando levar vantagem. Em um de seus golpes, ele cruza com Beto (Eduardo Sterblitch), um homem tími-do e inseguro, que acabou de ser rejeitado por sua amada Laura, e tem vários problemas com a família. Vendo a situação financeira privilegiada de Beto, Mar-co Polo promete conversar com Laura, e tentar con-vencê-la a voltar para o colega. Enquanto isso, ele tira

vantagem da fragilidade do outro. Mas os planos mudam quando Marco Polo conhece esta mulher, tão sedutora e tão manipuladora quanto ele.

paraísos artificiais

sinopse: Erika (Nathalia Dill) é uma DJ de relativo su-cesso e muito amiga de Lara (Lívia de Bueno). Juntas, durante um festival onde Erika trabalhava, elas conhe-ceram Nando (Luca Bianchi) e, juntos, vivem um mo-mento intenso. Entretanto, logo em seguida o trio se separa. Anos depois Erika e Nando se reencontram em Amsterdã, onde se apaixonam. Só que apenas Erika se lembra do verdadeiro motivo pelo qual eles se afastaram pouco após se conhecerem, anos antes.

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quEm sE importa?

sinopse: Este documentário investiga as iniciativas de 19 empreendedores sociais pelo mundo, dentre eles o prêmio Nobel da Paz, Muhammad Yunus. A narração é de Rodrigo Santoro e a direção de Mara Mourão (Doutores da Alegria).

somos tão jovEns

sinopse: Brasília, 1973. Renato (Thiago Mendonça) acabou de se mudar com a família para a cidade, vindo do Rio de Janeiro. Na época ele sofria de uma doença óssea rara, a epifisiólise, que o deixou numa cadeira de rodas após passar por uma cirurgia. Obrigado a per-manecer em casa, aos poucos ele passou a se inte-ressar por música. Fã do punk rock, Renato começa a se envolver com o cenário musical de Brasília após melhorar dos problemas de saúde. É quando ajuda a

fundar a banda Aborto Elétrico e, posteriormente, a Legião Urbana.

sudoEstE

sinopse: Em uma cidade pacata e anônima, durante um dia apenas, Clarice (Simone Spoladore) vê sua vida se desenrolar de maneira circular, da morte ao nascimento, e depois à velhice mais um vez. Ela ob-serva as pessoas ao seu redor, que não envelhecem, e que não entendem sua existência. Esta mulher deve compreender a importância de temas fundamentais como a vida, a morte, a maternidade e a violência.

tainÁ, a origEm

sinopse: A floresta amazônica é invadida por piratas da biodiversidade e a jovem índia Maya (Mayara Ben-tes) acaba tornando-se vitima dos bandidos, deixan-do órfã a bebê Tainá. A criança é abrigada entre as raízes de uma Grande Árvore e salva pelo velho e so-litário pajé Tigê (Gracindo Jr), que passa a cuidar dela e só a devolve para seu povo cinco anos depois, quando será escolhido o novo líder defensor da natu-reza. Por ser menina, Tainá (Wiranú Tembé) é impedi-

da de se apresentar, mas pela herança da mãe, a última das guerreiras, e com o apoio da esperta menina da cidade Laurinha (Beatriz Noskoski) e do índio nerd Gobi (Igor Ozzy), a indiazinha resolve encarar os malfeitores, desvendando o mistério de sua própria origem.

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totalmEntE inocEntEs

sinopse: Da Fé (Lucas d’Jesus) é perdidamente apaixonado por Gildinha (Mariana Rios), irmã de Bra-cinho (Gleison Silva), seu melhor amigo. Ele sonha em conquistá-la, apesar da concorrência com Do Morro (Fábio Porchat), o novo dono do DDC, que assumiu o posto após entregar a Diaba Loira (Kiko Mascare-nhas) para a polícia. Para impressionar Gildinha, Da Fé resolve entrar para o mundo do crime. Paralela-mente, ela tenta conseguir com Do Morro uma entre-

vista exclusiva para Wanderlei (Fábio Assunção), que trabalha com ela na revista Taras & Tiros.

uma história dE amor E fúria

sinopse: Uma História de Amor e Fúria é um longa-metragem de animação, com traço e linguagem de HQ, feito para os públicos jovem e adulto. O filme baseia-se em fatos reais da história do Brasil, contan-do, de modo inovador, desde as batalhas entre tupi-nambás e tupiniquins - antes de os europeus chega-rem - até a guerra pela água, em 2096. A história passa, ainda, pela Balaiada e pela resistência ao mo-vimento militar de 1964. São momentos importantes

da história do país, contados por um personagem que está vivo há quase 600 anos e viu muita coisa...

uma longa viagEm

sinopse: O documentário revela a história de três ir-mãos, tendo como fio condutor a trajetória do mais novo, que viaja para Londres em 1969, enviado pela família para que não participasse da luta armada con-tra a ditadura no Brasil, seguindo os passos da irmã, que acabou tornando-se presa política. Misturando depoimentos e memórias dos irmãos com nove anos passados no exterior pelo caçula, o filme detalha car-tas e também entrevistas com ele, que chegou a ser

internado em instituições psiquiátricas. Um relato triste e ao mesmo tempo bem humorado de um núcleo familiar e suas convicções.

vai quE dÁ cErto

sinopse: Cinco amigos dos velhos tempos se en-contram com problemas financeiros e resolvem se reunir para praticar um golpe contra uma transporta-dora de valores. O plano é ótimo e Danilo (Lúcio Mau-ro Filho), que trabalha lá, já tem tudo esquematizado na cabeça. Agora, ele só precisa que Rodrigo (Dan-ton Mello), Vaguinho (Gregório Duvivier), Amaral (Fá-bio Porchat) e Tonico (Felipe Abib) se concentrem nas coordenadas para faturar uma grana alta e fácil. Mas

a sorte não parece estar do lado do quinteto e eles vão ter que se virar para honrar o compromisso com um “empresário do mal”, que financiou o ar-mamento do grupo. Será que eles conseguem? É quando pinta a ideia de recorrer a um outro amigo de infância, o político Paulo (Bruno Mazzeo). A confusão está armada e tem tudo para dar errado.

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virando bicho

sinopse: Seis jovens de diferentes realidades e com diferentes trajetórias de vida são acompanhados no momento em que se preparam para as provas de vestibular. Todos eles têm o mesmo desafio: passar no rígido processo de seleção e ingressar em uma universidade. A partir das histórias desse grupo de alunos, a realidade brasileira do sistema de faculda-des é apresentada com bom humor.

vou rifar mEu coração

sinopse: Documentário que trata do imaginário ro-mântico, erótico e afetivo brasileiro a partir da obra dos principais nomes da música popular romântica, também conhecida como brega. Letras de músicas de artistas como Odair José, Agnaldo Timóteo, Wal-dick Soriano, Evaldo Braga, Nelson Ned, Amado Ba-tista e Wando, entre outros, formam verdadeiras crô-nicas dos dramas da vida a dois. Em Vou rifar meu coração, os temas destas músicas se relacionam

com as histórias da vida amorosa de pessoas comuns, enfrentando o desafio de falar sobre a intimidade de pessoas reais, em situações reais.

xingu

sinopse: Os irmãos Orlando (Felipe Camargo), Cláu-dio (João Miguel) e Leonardo Villas Bôas (Caio Blat) resolvem trocar o conforto da vida na cidade grande pela aventura de viver nas matas. Para isso, resolvem se alistar no programa de expansão na região do Bra-sil central, incentivado pelo governo. Com enorme poder de persuação e afinidade com os habitantes da floresta, os três se tornam referência nas relações com os povos indígenas, vivenciando incríveis expe-

riências, entre elas a eterna conquista do Parque Nacional do Xingu.

Page 76: Caderno do Professor 2013

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rEfErências bibliogrÁficas

livros

ALVES, Rubem. Retorno e Terno. Campinas, SP: Papirus, 1992.

ANTUNES, Celso. A prática dos quatro pilares da educação em sala de aula. Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.

BARBOSA, Andrea e CUNHA, Edgar. Antropologia e imagem. RJ: Zahar, 2006.

BAHIANA, Ana Maria. Como ver um filme. RJ: Nova Fronteira, 2012.

BERGALA, Alain. A hipótese-cinema: Pequeno Tratado de Transmissão do Cinema Dentro e Fora da Escola. RJ: Booklink, CINEAD-LISE-FE/UFRJ, 2008.

BRANDÃO, Myrna. Leve seus alunos ao cinema. RJ: Qualitymark, 2011.

DELORS, Jacques (Coord.). Os quatro pilares da educação. In: Educação: um tesouro a descobrir. SP: Cortez, 1999.

DUARTE, Rosália. Cinema & Educação. BH: Autêntica, 2002.

FERRES I PRATS, Joan. Televisão e Educação. Porto Alegre: Artes Médi-cas, 1996.

FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. SP: Cortez, 2011.

______. Comunicación en medios y competencia emocional. Universidad

Autónoma de Barcelona: Master em Comunicação e Educação, 2003.

______. Conscientização: Teoria e Prática da Libertação – Uma Introdução ao Pensamento de Paulo Freire. SP: Moraes, 1980

______. Extensão ou Comunicação? RJ: Paz e Terra, 1977.

______. Pedagogia do Oprimido. RJ: Paz e Terra, 1975. 2ª ed.

LEMINSKI, Paulo e SUPLICY, João. Winterverno. SP: Iluminuras, 2001.

MARTIN-BARBÉRO, Jésus. Dos Meios às Mediações - comunicação, cul-tura e hegemonia. RJ: UFRJ, 1997.

MAUERHOFER, Hugo. A psicologia da experiência cinematográfica. In: A experiência do cinema: antologia. Org. Ismail Xavier. RJ: Graal, 1993.

MOLETTA, Alex. Criação de curta-metragem em vídeo digital: uma pro-posta para produções de baixo custo. SP: Summus, 2009. 2ª ed.

OROZCO GÓMEZ, Guillermo. Televisión, audiencias y educación. Bs. Ai-res: Norma, 2001.

REZENDE, Maria Adriana. O caderno de cinema de Marina W. RJ: Nau, 2004.

RODRIGUES, Chris. O cinema e a produção. RJ: Lamparina, 2007. 3ª ed.

XAVIER, Ismail. A experiência do cinema: antologia. RJ: Graal, 1993.

Page 77: Caderno do Professor 2013

75

rEvistas E documEntos

UNESCO. Educação: um tesouro a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. Acesse: http://unesdoc.unesco.org/images/0010/001095/109590por.pdf. Acesso em 02/04/2012.

Revista Cine-Educação: Vá e Veja - Entrevista com Patrícia Durães p.7. Sociedade Amigos da Cinemateca, SP, 2011, vol.I.

O Globo, terça-feira, 23/07/2013: O Cineasta da exuberância cede à me-lancolia. Segundo Caderno, p. 2

sitEs intErEssantEs

www.ancine.gov.br – Agência Nacional de Cinema, que tem como atribui-ções o fomento, a regulação e a fiscalização do mercado do cinema e do audiovisual no Brasil.

www.animamundi.com.br – Site do festival que visa informar, formar, educar e entreter utilizando infinitas possibilidades da linguagem de animação.

www.cinead.org – Site do grupo de pesquisa do Programa de Pós-Gradua-ção em Educação da UFRJ, que estuda Cinema e Educação, com linha de pesquisa sobre currículo e linguagem cinematográfica na Educação Básica.

www.cinemaparatodos.rj.gov.br – Site do PROGRAMA CINEMA PARA TO-DOS. Os arquivos com o conteúdo deste e de outros materiais, produzi-dos especificamente para o lançamento de filmes do PROGRAMA, tam-bém estarão acessíveis e poderão ser baixados neste site.

www.curtagora.com – Rede de informações sobre a produção de filmes e vídeos independentes no Brasil - nos formatos de curta e média metragem - realizados durante as últimas duas décadas.

www.curtaocurta.com.br – Site que oferece filmes para exibição gratuita na inter-net e publica notícias sobre curtas metragens brasileiros no Jornal do Curta.

www.filmeb.com.br – Filme B é um portal especializado no mercado de cine-ma, com dados sobre produção, distribuição e exibição de filmes no Brasil.

www.funarte.gov.br – A Fundação Nacional de Artes – Funarte - é o órgão responsável, no âmbito do Governo Federal, pelo desenvolvimento de po-líticas públicas de fomento às artes visuais, à música, ao teatro, à dança e ao circo.

Page 78: Caderno do Professor 2013

76

www.icemvirtual.com.br – Site do Instituto Cultura em Movimento, que realiza a 3ª edição do CINEMA PARA TODOS.

www.kinooikos.com.br – Site que disponibiliza ferramentas e conteúdos que contribuam para a construção de uma cultura de valorização da interativi-dade, do intercâmbio e do compartilhamento de conhecimentos.

www.mamrio.com.br – A Cinemateca do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro é centro de referência da memória do cinema brasileiro.

www.mis.sp.gov.br – O acervo do Museu da Imagem e do Som de São Paulo conta com mais de 200 mil itens entre fotografias, filmes, vídeos, cartazes, discos de vinil e registros sonoros.

www.minutefestival.com/festivaldominuto – Festival do Minuto, evento criado no Brasil em 1991, é o maior festival de vídeos da América Latina e inspirou festivais do minuto em diversos países.

www.mnemocine.com.br – informações básicas sobre técnica fotográfica e cinematográfica, indicações de acervos, bibliografia, links de instituições de ensino e pesquisa, além de resenhas e textos ensaísticos.

www.portacurtas.com.br – site de curtas metragens brasileiros com mais de mil filmes para assistir na íntegra e gratuitamente.

www.programadorabrasil.org.br – A Programadora Brasil é um programa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, realizado pela Socieda-de Amigos da Cinemateca sob a coordenação da Cinemateca Brasileira. Seu objetivo primordial é ampliar o acesso às produções recentes e aos filmes representativos da nossa cinematografia e que estão fora do circuito de exibição.

www.rj.gov.br/web/sec – Site da Secretaria de Estado de Cultura do Rio de Janeiro.

www.rj.gov.br/web/seeduc – Site da Secretaria de Estado de Educação do Rio de Janeiro.

www.youtube.com – Site para pesquisa e publicação de vídeos.

www.vimeo.com – Site de compartilhamento de vídeos, onde os usuários podem fazer upload, compartilhar e ver vídeos. Ainda em vimeo, vale a pena ver: Abecedário de Cinema, por Alain Bergala, onde o pensador apresenta alguns conceitos para refletir sobre a relação entre cinema e educação (acessível em http://vimeo.com/66752228).

Page 79: Caderno do Professor 2013

Iconografia

(p. 12) Cartaz do filme Só 10% é Mentira, de Pedro Cezar.

(p. 12) Cena do filme Colegas, de Cecília Amado.

(p. 13) Cartaz do filme A Memória que me contam, de Lúcia Murat.

(p. 14) Chico Xavier, de Daniel Filho.

(p. 15)FOTO: Sebastião Salgado.

(p. 15) Desenrola, de Rosane Svartmann.

(p. 17, 21, 41, 43) FOTO: Małgorzata Głuchowska http://www.sxc.hu/profile/liljaa

(p. 18) Roda de ARGUMENTO no encontro de Macaé.

FOTO: Paolla itagiba

(p. 19) Cartaz do filme Capitães de Areia, de Cecília Amado.

(p. 20) FOTO: Manu Mohan http://manumohan.com

(p. 20, 57 e 81) Cartaz do filme Tainá - a origem, de Rosane Svartman.

(p. 22) Mural ilustrando visualmente a decupagem.

FOTO: Paolla itagiba

(p. 23) Cena do filme Nascidos em Bordéis, de Zana Briski e Ross Kauffman.

(p. 23) Cena do filme Nascidos em Bordéis, de Zana Briski e Ross Kauffman.

(p. 23) Cena do filme O Prisioneiro da Grade de Ferro, de Paulo Sacramento.

(p. 24) SEqUêNCiA no Encontro Pedagógico.

FOTO: Fabiano Xavier

(p. 24) Oficina Videointeratividade.

FOTO: Praga Produções

(p. 25) AÇÃO! em Encontro Pedagógico.

FOTO: Vânia Laranjeiras

(p. 26) FOTO: Sander ten Brakel http://www.up2udesign.nl

(p. 27) FOTO: Svilen Milev http://www.facebook.com/pages/efffectivecom-design/162632963747602

(p. 28) FOTO: Sebastião Salgado em O Berço da Desigualdade. (escola na BA).

(p. 29) Fotograma do filme Nanook, de Robert Flaherty.

(p. 30) Cena do filme Estamira, de Marcos Prado.

(p. 30 e 72) Cartaz do filme Histórias que só existem quando lembradas, de Julia Murat.

(p. 31) Fotograma de Cidadão Kane, de Orson Welles.

(p. 32) Tran Ahn Hung no set de Norwegian Wood.

(p. 32) Cartaz do filme Tabu, de Miguel Gomes.

(p. 33) ILUSTRAçãO: © Paul Bartlett <http://www.istockphoto.com>

(p. 34, 59 e 82) Cartaz do filme Uma história de amor e fúria, de Luiz Bolognesi.

(p. 34) Sessão Especial do Filme 31 Minutos

FOTO: Equipe Cinema Para Todos.

Page 80: Caderno do Professor 2013

(p. 35) FOTO: Vânia Laranjeira

(p. 37) Marca do Cineduc.

(p. 37) Arte e Liberdade, do cineclube Glauber Rocha.

(p. 38) Marca do Festival do Rio.

(p. 38) Marca da Rede Kino.

(p. 40) Escultura da Praça da Sinagoga (Platz der Synagoge) em Göttingen, Alemanha.

FOTO: © Daniel Schwen

(p. 39) 5 x Favela agora por nós mesmos, de Luciano Vidigal. Fotografia de Alexandre Ramos.

(p. 39) Estamira, de Marcos Prado.

(p. 42) FOTO: Timo Balk http://www.redbubble.com/people/timobalk

(p. 43) Cartaz do filme Rio 40 graus, de Nelson Pereira dos Santos.

(p. 43) Cartaz do filme Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade.

(p. 43) Cartas do filme Deus e o Diabo na Terra do Sol, de Glauber Rocha.

(p. 44) FOTO: Deafstar

http://www.sxc.hu/profile/deafstar

(p. 45) Storyboard de Nightmare Before Christmas, de Tim Burton.FONTE: http://www.digititles.com/animation/the-nightmare-before-christmas-1993/storyboard/jack-spread.

(p. 45) Set do filme A noite americana, de François Truffaut.

(p. 46) FOTO: Armazém Comunicação/Chris Martins.

(p. 46) FOTO: Vânia Laranjeiras.

(p. 47) Malu de Martino durante encontro Pedagógico em Macaé.

FOTO:Paolla itagiba

(p. 47) FONTE: http://www.videonasaldeias.org.br/2009/video.php?c=94

(p. 47) Festival Femina.

(p. 49) FONTE: http://ouroboricphilosophy.wordpress.com/2011/04/18/ a-welcome-to-ouroboric-philosophy

(p. 50 e 67) Cartaz do filme Colegas, de Marcelo Galvão.

(p. 53 e 68) Cartaz do filme De pernas pro ar 2, de Roberto Santucci.

(p. 55 e 83) Cartaz do filme Vai que dá certo, de Maurício Farias.

(p. 61) Cartaz do filme 2 Coelhos, de Afonso Poyart.

(p. 61) Cartaz do filme 31 Minutos, de Álvaro Díaz e Pedro Peirano.

(p. 61) Cartaz do filme 360, de Fernando Meirelles.

(p. 62) Cartaz do filme 5X Pacificação, de Wagner Novais, Luciano Vidigal, Cadu Barcellos e Rodrigo Felha.

(p. 62) Cartaz do filme À Beira do Caminho, de Breno Silveira.

(p. 62) Cartaz do filme A Busca, de Luciano Mauro.

(p. 63) Cartaz do filme Amanhã Nunca Mais, de Tadeu Jungle.

(p. 64) Cartaz do filme As Aventuras de Agamenon, de Vitor Lopes.

Page 81: Caderno do Professor 2013

(p. 65) Cartaz do filme Até que a Sorte nos Separe, de Roberto Santucci.

(p. 65) Cartaz do filme Billi Pig, de José Eduardo.

(p. 67) Cartaz do filme Corações Sujos, de Vicente Amorim.

(p. 69) Cartaz do filme E a vida continua..., de Paulo Figueiredo.

(p. 69) Cartaz do filme E aí, comeu?, de Felipe Joffily.

(p. 69) Cartaz do filme Elena, de Petra Costa.

(p. 70) Cartaz do filme Faroeste Caboclo, de René Sampaio.

(p. 70) Cartaz do filme Febre do Rato, de Cláudio Assis.

(p. 71) Cartaz do filme Giovanni Improtta, de José Wilker.

(p. 71) Cartaz do filme Gonzaga, De Pai Para Filho, de Breno Silveira.

(p. 72) Cartaz do filme Heleno, de José Henrique Fonseca.

(p. 73) Cartaz do filme Luz nas Trevas, de Helena ignes e icaro C. Martins.

(p. 73) Cartaz do filme Marcelo Yuka no caminho das setas, de Daniela Broitman.

(p. 74) Cartaz do filme Margaret Mee e a flor da Lua, de Malu de Martino.

(p. 74) Cartaz do filme Meu Pé de Laranja Lima, de Marcos Bernstein.

(p. 75) Cartaz do filme Minha Mãe É Uma Peça, de André Pellenz.

(p. 75) Cartaz do filme O Abismo Prateado, de Karim Ainouz.

(p. 76) Cartaz do filme O Diário de Tati, de Mauro Farias.

(p. 77) Cartaz do filme O Palhaço, de Selton Mello.

(p. 77) Cartaz do filme O Som ao Redor, de Kleber Mendonça Filho.

(p. 77) Cartaz do filme Odeio o Dia dos Namorados, de Roberto Santucci.

(p. 78) Cartaz do filme Os Penetras, de Andrucha Waddington.

(p. 78) Cartaz do filme Paraísos Artificiais, de Marcos Prado.

(p. 79) Cartaz do filme Quem se importa?, de Mara Mourão.

(p. 80) Cartaz do filme Somos Tão Jovens, de Antonio Carlos Fontoura.

(p. 80) Cartaz do filme Sudoeste, de Eduardo Nunes.

(p. 81) Cartaz do filme Totalmente Inocentes, de Rodrigo Bittencourt.

(p. 82) Cartaz do filme Uma Longa Viagem, de Lucia Murat.

(p. 83) Cartaz do filme Virando Bicho, de Alexandre Carvalho e Silva Fraiha.

(p. 83) Cartaz do filme Vou Rifar Meu Coração, de Ana Riper.

(p. 84) Cartaz do filme Xingu, de Cao Hamburger.

Page 82: Caderno do Professor 2013

Anotações

Page 83: Caderno do Professor 2013

Cinema para Todoswww.cinemaparatodos.rj.gov.br

o cinema para todos é um Programa do plano estratégico do governo do Estado do rio de Janeiro e uma realização da secretaria de Estado de Cultura e da secretaria de Estado de Educação, em parceria com o iCEM - instituto Cultura e Movimento, com o sindicato das Empresas Distribuidoras e o sindicato das Empresas Exibidoras do rio de Janeiro.

Page 84: Caderno do Professor 2013

REALIzAçãOPARCERIA

SINDICATO DAS eMPReSAS exIBIDORAS CINeMATOGRáFICAS DO eSTADO DO RIO De JANeIRO

SINDICATO DAS eMPReSAS exIBIDORAS CINeMATOGRáFICAS DO MUNICÍPIO DO RIO De JANeIRO

SINDICATO DAS eMPReSAS DISTRIBUIDORAS CINeMATOGRáFICAS DO MUNICÍPIO DO RIO De JANeIRO

Coleção Cinema para Todos:

www.cinemaparatodos.rj.gov.br

Volume I I IGuia para prática Cineclubista

Volume ICaderno do Professor

Volume I IAposti la Videointeratividade

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