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ABQCT online Boletim Semanal - Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis São Paulo, 05 de maio de 2010. versão para imprimir - A4 Expediente Boletim Oficial da Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis Responsabilidade: Régia Comunicação e Design Jornalista responsável: Caroline Bitencourt MTB 02462. Versão Web: Márcio Dantas - [email protected] Colaboração: Kelson dos Santos Araújo ABQCT 01248 Os textos das matérias aqui publicadas são de inteira responsabilidade de seus autores conforme fonte citada. Ajude-nos a construir o Boletim On-line Envie sugestões de pautas para [email protected] www.regiacomunicacao.com vão acabar se continuarem sendo extraídos. Segundo Monica, a Natura procura substituir minerais por ativos vegetais, como o maracujá. Há ainda cosméticos ditos naturais que usam apenas uma pequena porcentagem de ingredientes de origem vegetal, mineral ou animal. E ainda assim a maioria não é cultivada de maneira sustentável. Fitoterápicos. Remédios naturais também são fonte de confusão entre os consumidores. Nem todas as fórmulas contém ingredientes orgânicos e sustentáveis, como muitos acreditam. "Estamos verificando não somente a maneira como os fitoterápicos são produzidos, mas também focamos na responsabilidade pelo uso e exploração da biodiversidade", diz Tom Vidal, gerente comercial da IBD, empresa que faz inspeções sobre matéria-prima natural no Brasil. A Weleda é um dos poucos exemplos no Brasil que utiliza 100% de matérias-primas naturais em seus produtos, manejados de forma orgânica ou biodinâmica e seguindo os princípios do comércio justo. Além de serem utilizados para os cosméticos, também servem de insumo para seus remédios naturais. E é aí que o consumidor pode se empolgar e ter problemas. "O fato de o remédio ser natural não significa que não tenha alta concentração de um ingrediente ativo", explica Walter Büssem, gerente da Weleda. "O principal pecado é não ler a bula. Há quem tome ginseng por longos períodos, mesmo estando escrito que ele não deve ser ingerido por mais de três meses, já que pode afinar o sangue e causar outros problemas", diz Büssem. / ALICE LOBO A palavra natural é muitas vezes usada para induzir o consumidor a pensar que um determinado produto é sustentável, ecológico ou ainda benéfico para a saúde. Mas esse termo não significa nada além de algo que seja proveniente da natureza, mesmo que tenha sido extraído de forma predatória ao ecossistema e à saúde humana. Mesmo assim, muitas indústrias baseiam seu marketing em cima desse falso conceito para criar uma imagem simpática à determinado produto. Um bom exemplo é o algodão, usado em grande escala pela indústria têxtil e vendido como uma fibra natural ecológica. "A fibra é natural, mas a maneira como ele é cultivado pode ser prejudicial ao meio ambiente", explica Tais Aline Remunhão, professora de tecnologia Têxtil da Faculdade Santa Marcelina. Segundo a Fundação Justiça Ambiental (EJF na sigla em inglês), essa lavoura é considerada a mais tóxica do mundo, pois representa 2,4% de áreas cultivadas e utiliza 25% dos pesticidas e agrotóxicos aplicados em todo o planeta. Os pesticidas envenenam até 5 milhões de agricultores por ano, hospitalizam 1 milhão e matam 20 mil. "Para cada camiseta de algodão que pesa 250 gramas são usados 160 gramas de agrotóxicos", diz Taís. Outro ponto negativo no cultivo de algodão é seu alto consumo de água na irrigação: para cada botão da planta são necessários mais de 2,5 litros. Segundo ela, em países quentes como o Brasil, o algodão é muito usado pois dá conforto e permite a respiração do corpo. E este bem-estar é muitas vezes vendido como ecológico. Mas a verdadeira cultura sustentável do algodão é a orgânica, sem o uso de agrotóxicos ou pesticidas. Em 2009, esse tipo de produção cresceu 20%, segundo a Organic Exchange, associação internacional de algodão orgânico. No entanto, esse volume representa apenas 0,76% da produção mundial. Bambu. Outra matéria-prima que induz o consumidor ao erro no setor têxtil é o bambu. O que muitas malharias chamam de tecido de bambu simplesmente não existe. Ele nada mais é do que uma viscose que usa, entre outras coisas, a fibra celulósica do bambu. "Tecido de bambu é uma fraude. A fibra desta planta tem no máximo 3 milímetros de comprimento e para fazer um tecido é preciso 30 milímetros", explica Hans-Jürgen Kleine, da diretoria da Associação Catarinense do Bambu. "A fibra é desmanchada com químicos e o processo de construção do tecido é todo sintético." Se tecidos de bambu não passam de enganação, pisos e utensílios podem, sim, ser feitos com bambu ecológico. Isso porque seu cultivo é sustentável: não exige adubo, herbicidas e quanto mais se corta, mais cresce. A brasileira Welf, por exemplo, tem artigos para a casa em bambu sustentável. "Não usamos produto químicos e nossa cola é atóxica", diz o diretor Peter Kirsner. Maquiagem mineral. Outra confusão frequente é a de que maquiagem mineral é eco-friendly. "Toda maquiagem tem ingredientes minerais. Nas ditas "minerais", o que acontece é a substituição de algumas substâncias, aliada a um marketing de produto natural, que não agride a pele", explica Monica Gregori, diretora da Natura. "Mas os ativos continuam sendo de alto impacto ambiental, de fontes não renováveis." A lógica é simples: os minérios um dia Natural, sim. Sustentável, nem sempre Fonte: Estadão Informativo completo disponível no site da ABQCT Promoção no exterior da indústria da moda terá R$ 44 milhões A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) renovará, nesta terça-feira (04/05), convênio com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), estendendo o Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil) por mais dois anos. A cerimônia de assinatura será às 15h, na sede da ABIT, em São Paulo. Com investimentos previstos em US$ 44 milhões, o programa promove as exportações e a internacionalização das empresas do setor. A expectativa é que 380 empresas exportem US$ 456 milhões até o final de 2010. As empresas participantes do Programa Texbrasil contribuem hoje com 36% das exportações brasileiras no Setor Têxtil e de Confecção (excluindo-se fibras de algodão). Com as ações de promoção comercial, espera-se um aumento de 5% ao ano nessa participação. Fonte: Apex-Brasil

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ABQCT onlineBoletim Semanal - Associação Brasileira de Químicos e Coloristas TêxteisSão Paulo, 05 de maio de 2010.

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ExpedienteBoletim Oficial da Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis

Responsabilidade: Régia Comunicação e DesignJornalista responsável: Caroline Bitencourt MTB 02462.

Versão Web: Márcio Dantas - [email protected]ção: Kelson dos Santos Araújo ABQCT 01248

Os textos das matérias aqui publicadas são de inteira responsabilidade de seus autores conforme fonte citada.

Ajude-nos a construir o Boletim On-lineEnvie sugestões de pautas para

[email protected]

vão acabar se continuarem sendo extraídos. Segundo Monica, a Natura procura substituir minerais por ativos vegetais, como o maracujá.

Há ainda cosméticos ditos naturais que usam apenas uma pequena porcentagem de ingredientes de origem vegetal, mineral ou animal. E ainda assim a maioria não é cultivada de maneira sustentável.

Fitoterápicos. Remédios naturais também são fonte de confusão entre os consumidores. Nem todas as fórmulas contém ingredientes orgânicos e sustentáveis, como muitos acreditam. "Estamos verificando não somente a maneira como os fitoterápicos são produzidos, mas também focamos na responsabilidade pelo uso e exploração da biodiversidade", diz Tom Vidal, gerente comercial da IBD, empresa que faz inspeções sobre matéria-prima natural no Brasil.

A Weleda é um dos poucos exemplos no Brasil que utiliza 100% de matérias-primas naturais em seus produtos, manejados de forma orgânica ou biodinâmica e seguindo os princípios do comércio justo. Além de serem utilizados para os cosméticos, também servem de insumo para seus remédios naturais.

E é aí que o consumidor pode se empolgar e ter problemas. "O fato de o remédio ser natural não significa que não tenha alta concentração de um ingrediente ativo", explica Walter Büssem, gerente da Weleda.

"O principal pecado é não ler a bula. Há quem tome ginseng por longos períodos, mesmo estando escrito que ele não deve ser ingerido por mais de três meses, já que pode afinar o sangue e causar outros problemas", diz Büssem. / ALICE LOBO

A palavra natural é muitas vezes usada para induzir o consumidor a pensar que um determinado produto é sustentável, ecológico ou ainda benéfico para a saúde. Mas esse termo não significa nada além de algo que seja proveniente da natureza, mesmo que tenha sido extraído de forma predatória ao ecossistema e à saúde humana. Mesmo assim, muitas indústrias baseiam seu marketing em cima desse falso conceito para criar uma imagem simpática à determinado produto.

Um bom exemplo é o algodão, usado em grande escala pela indústria têxtil e vendido como uma fibra natural ecológica. "A fibra é natural, mas a maneira como ele é cultivado pode ser prejudicial ao meio ambiente", explica Tais Aline Remunhão, professora de tecnologia Têxtil da Faculdade Santa Marcelina.

Segundo a Fundação Justiça Ambiental (EJF na sigla em inglês), essa lavoura é considerada a mais tóxica do mundo, pois representa 2,4% de áreas cultivadas e utiliza 25% dos pesticidas e agrotóxicos aplicados em todo o planeta. Os pesticidas envenenam até 5 milhões de agricultores por ano, hospitalizam 1 milhão e matam 20 mil.

"Para cada camiseta de algodão que pesa 250 gramas são usados 160 gramas de agrotóxicos", diz Taís. Outro ponto negativo no cultivo de algodão é seu alto consumo de água na irrigação: para cada botão da planta são necessários mais de 2,5 litros.

Segundo ela, em países quentes como o Brasil, o algodão é muito usado pois dá conforto e permite a respiração do corpo. E este bem-estar é muitas vezes vendido como ecológico.

Mas a verdadeira cultura sustentável do algodão é a orgânica, sem o uso de agrotóxicos ou pesticidas.

Em 2009, esse tipo de produção cresceu 20%, segundo a Organic Exchange, associação internacional de algodão orgânico. No entanto, esse volume representa apenas 0,76% da produção mundial.

Bambu. Outra matéria-prima que induz o consumidor ao erro no setor têxtil é o bambu. O que muitas malharias chamam de tecido de bambu simplesmente não existe. Ele nada mais é do que uma viscose que usa, entre outras coisas, a fibra celulósica do bambu. "Tecido de bambu é uma fraude. A fibra desta planta tem no máximo 3 milímetros de comprimento e para fazer um tecido é preciso 30 milímetros", explica Hans-Jürgen Kleine, da diretoria da Associação Catarinense do Bambu. "A fibra é desmanchada com químicos e o processo de construção do tecido é todo sintético."

Se tecidos de bambu não passam de enganação, pisos e utensílios podem, sim, ser feitos com bambu ecológico. Isso porque seu cultivo é sustentável: não exige adubo, herbicidas e quanto mais se corta, mais cresce. A brasileira Welf, por exemplo, tem artigos para a casa em bambu sustentável. "Não usamos produto químicos e nossa cola é atóxica", diz o diretor Peter Kirsner.

Maquiagem mineral. Outra confusão frequente é a de que maquiagem mineral é eco-friendly. "Toda maquiagem tem ingredientes minerais. Nas ditas "minerais", o que acontece é a substituição de algumas substâncias, aliada a um marketing de produto natural, que não agride a pele", explica Monica Gregori, diretora da Natura. "Mas os ativos continuam sendo de alto impacto ambiental, de fontes não renováveis." A lógica é simples: os minérios um dia

Informações: Calle Virtud y Unión (Calle 12) 198 Corpac - San Isidro | Lima - PerúNextel: (99) 812*1344 -(98) 113*0026 | Teléf: 475-4010 | Fax: 225-7856

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ABQCT CONVIDA

Natural, sim. Sustentável, nem sempreFonte: Estadão

Informativo completo disponível no site da ABQCT Promoção no exterior da indústria da moda terá R$ 44 milhões

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) renovará, nesta terça-feira (04/05), convênio com a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), estendendo o Programa de Exportação da Indústria da Moda Brasileira (Texbrasil) por mais dois anos. A cerimônia de assinatura será às 15h, na sede da ABIT, em São Paulo.

Com investimentos previstos em US$ 44 milhões, o programa promove as exportações e a internacionalização das empresas do setor. A expectativa é que 380 empresas exportem US$ 456 milhões até o final de 2010.

As empresas participantes do Programa Texbrasil contribuem hoje com 36% das exportações brasileiras no Setor Têxtil e de Confecção (excluindo-se fibras de algodão). Com as ações de promoção comercial, espera-se um aumento de 5% ao ano nessa participação.

Fonte: Apex-Brasil