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Olá,amigos! Para começar esse meu primeiro relatório do ano quero testemunhar que vi a mão de Deus agindo em todos os detalhes para que eu estivesse aqui em Moçambique. Tive alguns problemas com minha documentação para poder tirar o passaporte. Nesse tempo descobri também que em minha certidão de nascimento havia um erro e era preciso fazer outra! O tempo estava correndo e tudo precisava estar pronto o quanto antes, mas graças a Deus tudo foi sendo resolvido, ainda que com um pouco de emoção! rs No final de tudo descobrimos que as normas para conseguir o visto de moradia tinham mudado: Para receber o visto era necessário ter viajado para Moçambique pelo menos duas vezes como turista! O cônsul de Moçambique até ligou para o Victor (o irmão que divide o quarto comigo) fazendo várias perguntas sobre a viagem e dizendo que não lhe daria o visto! mas o Senhor é quem manda Ele é o Senhor das nações e graças a essa verdade o visto saiu e estamos aqui! Ufa! Provisão Eu também precisava de alguns equipamentos necessários para os acampamentos e outras coisas para o uso diário na missão e o Senhor enviou os recursos através de irmãos bem próximos, alguns irmãos se comprometeram em me ajudar com uma quantia mensal. Muito obrigado a todos vocês pelo apoio! É muito bom saber que existem irmãos interessados no que Deus está fazendo através de seus filhos no campo missionário. Deus é confiável! Quando Ele diz: “vá e faça isso!” não precisamos ficar ansiosos, pois Ele irá tornar as coisas claras e no tempo certo providenciará o que for necessário para que o projeto Dele se torne real. A Despedida Minha família mora no Rio de Janeiro, então não pude me despedir de nenhum deles no aeroporto, mas fiz uma viagem ao Rio para poder abraçá-los e ter um tempo de com eles. No aeroporto, além dos amigos, a única pessoa bem próxima a mim para se despedir foi minha noiva, Roberta. Nós achamos que a despedida seria mais triste e pesada, mas o Senhor nos deu graça e nenhum de nós chorou, pelo menos naquela hora rs. Ela também ama missões e estava muito feliz com a minha decisão, eu também estava muito feliz e ao mesmo tempo triste por deixá-la. Não posso negar que a saudade ainda dói bastante, mas cremos que no tempo certo o Senhor irá nos unir novamente para juntos cumprirmos Seus propósitos (casamento!). Neste misto de emoções, embarquei em direção a África do Sul e de lá para Moçambique. INHAMINGA, JANEIRO DE 2013 BOLETIM MISSIONAL Nossa última foto no aeroporto de Guarulhos

Boletim Missionário - Janeiro 2013

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Primeiro informativo sobre o trabalho aqui em Moçambique

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Page 1: Boletim Missionário - Janeiro 2013

Olá,amigos!

Para começar esse meu primeiro relatório do ano

quero testemunhar que vi a mão de Deus agindo

em todos os detalhes para que eu estivesse aqui em

Moçambique. Tive alguns problemas com minha

documentação para poder tirar o passaporte.

Nesse tempo descobri também que em minha

certidão de nascimento havia um erro e era preciso

fazer outra! O tempo estava correndo e tudo

precisava estar pronto o quanto antes, mas graças a

Deus tudo foi sendo resolvido, ainda que com um

pouco de emoção! rs

No final de tudo descobrimos que as normas para

conseguir o visto de moradia tinham mudado:

Para receber o visto era necessário ter viajado para

Moçambique pelo menos duas vezes como turista!

O cônsul de Moçambique até ligou para o Victor

(o irmão que divide o quarto comigo) fazendo

várias perguntas sobre a viagem e dizendo que

não lhe daria o visto! mas o Senhor é quem manda

Ele é o Senhor das nações e graças a essa verdade

o visto saiu e estamos aqui! Ufa!

Provisão

Eu também precisava de alguns equipamentos

necessários para os acampamentos e outras coisas

para o uso diário na missão e o Senhor enviou os

recursos através de irmãos bem próximos, alguns

irmãos se comprometeram em me ajudar com

uma quantia mensal.

Muito obrigado a todos vocês pelo apoio! É muito

bom saber que existem irmãos interessados no que

Deus está fazendo através de seus filhos no campo

missionário.

Deus é confiável! Quando Ele diz: “vá e faça isso!”

não precisamos ficar ansiosos, pois Ele irá tornar as

coisas claras e no tempo certo providenciará o que

for necessário para que o projeto Dele se torne real.

A Despedida

Minha família mora no Rio de Janeiro, então não

pude me despedir de nenhum deles no

aeroporto, mas fiz uma viagem ao Rio para

poder abraçá-los e ter um tempo de com eles.

No aeroporto, além dos amigos, a única pessoa

bem próxima a mim para se despedir foi minha

noiva, Roberta. Nós achamos que a despedida

seria mais triste e pesada, mas o Senhor nos deu

graça e nenhum de nós chorou, pelo menos

naquela hora rs. Ela também ama missões e

estava muito feliz com a minha decisão, eu

também estava muito feliz e ao mesmo tempo

triste por deixá-la. Não posso negar que a

saudade ainda dói bastante, mas cremos que no

tempo certo o Senhor irá nos unir novamente

para juntos cumprirmos Seus propósitos

(casamento!).

Neste misto de emoções, embarquei em direção

a África do Sul e de lá para Moçambique.

INHAMINGA, JANEIRO DE 2013

BOLETIM MISSIONAL

Nossa última foto no aeroporto de Guarulhos

Page 2: Boletim Missionário - Janeiro 2013

Mais um testemunho...

Durante essas viagens quase sempre há risco de

furto ou extravio de alguma mala, fiquei um pouco

tenso, mas orei para que o Senhor guardasse todas

as nossas bagagens, e graças a Deus todas

chegaram ao aeroporto de Beira em perfeito estado!

a Susana comentou conosco que realmente foi um

milagre! Deus é muito bom e cuidadoso!

Chegando em Beira

Fomos recebidos por Rod, um dos diretores da

missão, Dora e Jansen, um casal de missionários

brasileiros que vivem na missão também. Depois

disso, fomos ao mercado comprar os chips para os

telefones e outras coisas. Em seguida pegamos a

estrada para Inhaminga, onde fica a base da missão

Afrika Wa Yesu (África para Jesus). Foram 170 km

de muitos buracos e poças, me senti em um rali!

Todos estavam animados com aquela “aventura” e

felizes por estarmos na “reta final” da viagem

(5 horas de muitos buracos e lugares difíceis de

passar com o carro!).

A viagem

A vinda para Moçambique foi bem tranquila,

apesar de cansativa, mais ou menos 24 horas de

viagem ao todo! Viemos em uma equipe de oito

pessoas: Eu, Victor, Isabela, Isabella, Thaís, Karina,

Susana e Paulo. As meninas foram dias depois

para Nacala, para ministrar uma série de palestras

sobre educação.

Roberta, eu, Isa, Lilian, Karine e Paulo.

Chegada a missão

Depois de toda essa aventura, chegamos sãos,

salvos e muito gratos a Deus por tudo ter corrido

tão bem. Já era noite do dia 9, estávamos todos

exaustos. Tiramos todas as bagagens dos carros e

fomos dormir (eu apaguei!).

Indo conhecer os moradores da base de Inhaminga

Muita lama e buracos!

Conhecendo pessoas

Conhecemos a mãe Ellie, outra diretora. Chamar

as pessoas de “pai” ou “mãe” antes do nome é

um sinal de respeito aqui em Moçambique).

Pai Rod e mãe Ellie são zimbabuanos, casados e

fundadores da missão Afrika Wa Yesu .

Page 3: Boletim Missionário - Janeiro 2013

Depois a Susana nos levou para fazer uma “mini

tour” para conhecer a missão, e nos apresentar a

outros missionários e obreiros que vivem aqui.

Todos eles foram muito simpáticos e calorosos ao

nos receber.

Eu já estou amando os moçambicanos, eles se

parecem com nós brasileiros em muitos aspectos,

isso é muito bom, pois estou longe de casa.

Casa Esperança

Na parte da manhã visitamos a Casa Esperança

onde funciona uma pré-escola que recebe mais ou

menos 50 crianças de 3 a 6 anos, um projeto da

Simona, uma missionária da Romênia. O trabalho

é muito bonito e percebemos que tudo ali é feito

com muito cuidado e carinho. Foi muito bom

conhecer as crianças!.Cantamos,dançamos bastan-

te e depois fomos para fora das salas para termos

um tempo de recreação com elas.

Viagem a Ndoro.

Ndoro é uma vila da província de Sofala que fica

à mais ou menos 70 km de Inhaminga.

Nossa equipe era composta por seis missionários:

Eu, Victor, Simona, Estevão, um evangelista

moçambicano que nos ajudou muito com as

traduções. Elijah e Eugene, dois alunos de uma

escola bíblica da Romênia.

Assim que chegamos fomos recebidos com

músicas e danças! nosso carro ia passando e as

pessoas, principalmente mulheres e crianças

vinham atrás cantando e batendo palmas. Foi

uma experiência bem diferente, depois soubemos

porque eles estavam tão felizes, é que eles não

recebiam visitas há muito tempo, e é bem

provável que há anos um carro não passava por

ali. Falando em carro, outra aventura foi que na

verdade quase não havia estrada para passar e

sem querer acabávamos destruindo algum milho

de vez em quando! tinham muitas machambas

(plantações) a beira do caminho,.

Na ida achamos que o carro poderia atolar a

qualquer momento no “matope” (uma lama

escura) pois quase não víamos o chão! Foi um

momento meio tenso! então chegamos ao local

onde acampamos, ao lado do salão da igreja.

Já fazia tempo que não acontecia nenhum

trabalho de evangelismo por lá, por isso

estávamos curiosos em saber como estava a

situação daquela igreja.

O que encontramos na verdade não foi bem uma

igreja, mas um grupo, que na sua maior parte era

composto por mulheres e crianças e alguns pou-

cos homens que em sua maioria não pareciam co-

nhecer o Senhor Jesus, foi triste conhecer o pastor,

um homem cansado e aparentemente indiferente.

O que encontramos na verdade foi uma terra

muito seca!

Page 4: Boletim Missionário - Janeiro 2013

Tive um momento de recreação com as crianças e

achei difícil, pois não falávamos a mesma língua e

não havia ninguém (por perto) para fazer a

tradução. Apenas um menino que entendia um

pouco de português, mas não conseguia traduzir

direito. Apesar dessa dificuldade eles gostaram

de mim e das brincadeiras que tentei fazer rs.

À noite exibimos o filme sobre a vida Jesus

(Evangelho de Lucas). Foi uma experiência e

tanta exibir o filme no dialeto Sena, em uma

região onde não tem energia elétrica (usamos um

gerador a gasolina) e com quase certeza, posso

dizer que a maioria nunca assistiu a um filme.

No final do filme pregamos o evangelho e oramos

pelos doentes.

O Evangelismo

No segundo, dia dividimos o grupo em dois e

fomos visitar as casas para compartilhar o

evangelho. Pra mim essa foi uma das maiores

experiências da viagem.

As casas são feitas de palha ou barro com teto de

palha e sem janelas (imaginem o calor) por isso

eles no recebiam em frente a elas, em um espaço

de terra batida. Eles também não têm cozinha e

banheiro como os nossos, eles têm a “latrina” e

“casa de banho” (dois quadrados de palha um

para tomar banho e outros para outras

necessidades).

Nosso grupo (Victor estava na câmera)

A receptividade

Mesmo em meio à pobreza, os moradores

daquela vila nos receberam muito bem.

Quando chegávamos, eles logo nos traziam

cadeiras ou bancos de madeiras para sentarmos,

muitos deles se sentavam no chão, pois não

tinham mais bancos. Nos apresentávamos,

conversávamos durante um tempo e ficávamos

atentos ao que o Espírito Santo estava querendo

fazer em cada vida e de que forma deveríamos

pregar o evangelho.

Muitas pessoas daquela vila estavam

desacreditadas com o pastor, outras estavam

envolvidas com o curandeirismo e tinham medo

de abandonar as alianças que haviam sido feitas

com o curandeiro do lugar. Elas diziam: “Se eu

abandonar o curandeiro eu vou morrer”.

Visitamos uma curandeira também, ela dizia que

não poderia abandonar os espíritos. Nessa visita

eu falei como Deus havia criado o mundo e o

homem. Disse que o nosso Deus era o Senhor da

vida e maior do que qualquer espírito e

poderoso para guardar a vida dela e de sua

família, mas isso aconteceria se ela se voltasse

em arrependimento através da fé em Jesus

Casa de matope (barro)

Page 5: Boletim Missionário - Janeiro 2013

O Curandeirismo

A maioria das pessoas, em toda a África, está

debaixo do jugo de medo e ameaças, pois se envol-

veram com os espíritos alguma vez. O

curandeirismo (bruxaria) não é uma religião como

no Brasil. O Africano já nasce sendo consagrado aos

espíritos, então quando está doente, ou precisa de

alguma ajuda na vida é muito comum recorrer às

práticas dos bruxos. E a ameaça é real.

Mas quando o poder de Deus invade esses lugares

a libertação acontece de forma instantânea. Ouvi

um caso de outra vila onde o próprio curandeiro se

rendeu a Jesus e declarou em público que não per-

tencia mais a Satanás. Aí o testemunho é grande pa-

ra todas as pessoas que vivem de baixo do jugo dos

demônios.

Chegamos à casa de um homem chamado

Agostinho. Nos apresentamos, conversamos um

pouco sobre a vida e logo em seguida começamos a

falar sobre o plano de Deus, perdão de pecados e

vida eterna. Ele tinha algumas dúvidas sobre a vida

cristã e o que havíamos pregado. Achei isso muito

bom, pois a maioria não nos indagava. Depois de

algumas explicações sobre o evangelho tive a

impressão de que a luz de Deus estava chegando à

vida daquele homem. Ele disse que queria a vida

eterna não queria passar a eternidade longe de

Jesus. Oramos com ele e falamos mais um pouco da

necessidade do arrependimento. Ele não

frequentava a igreja da vila, somente a sua esposa.

No sábado à noite, exibimos o filme mais uma vez,

e lá estava ele! ficamos bem felizes!

Domingo pela manhã

Simona perguntou se um de nós poderia pregar no

domingo e eu me ofereci. Ela sugeriu que eu

falasse sobre o batismo com Espírito Santo.

Algumas pessoas daquela igreja haviam crido em

Jesus, mas nunca foram cheias do Espírito Santo e

essa era uma das razões de tanta fraqueza e

sequidão.

Comecei falando sobre quem é o Espírito Santo,

seu ministério e o que é ser batizado Nele.

Foi bem diferente pregar naquele lugar, pois

muitos estavam bem dispersos e sonolentos,

mas mesmo assim o Senhor me deu graça para

continuar. Ao final, a Simona falou mais um

pouco, perguntando se eles tinham entendido a

mensagem, provocando mais curiosidade sobre

o assunto.

Eu não sabia que no fim da pregação eu

poderia fazer perguntas, no Brasil a gente acaba

de pregar e pronto! rs. Logo depois de mais

explicações e perguntas, começamos a orar por

todos aqueles que desejavam ser batizados com

o Espírito Santo. Começamos a orar impondo as

nossas mãos, alguns foram batizados

ali mesmo. Foi muito legal ver a fé pura

daquela gente, Deus se moveu naquele lugar!

Nossas coisas já estavam arrumadas dentro do

carro, então logo após a reunião nós nos

despedimos. Alguns irmãos ficavam brincando

dizendo que poderíamos ficar mais e outros

achavam realmente que iríamos ficar mais

tempo. Assim como na chegada, eles

acompanharam o carro com músicas até certa

distância. Algumas crianças correram bastante

tempo atrás do carro, gritando: “boleia!”

“boleia!” (carona! carona!).

Falando sobre o Espírito Santo

Page 6: Boletim Missionário - Janeiro 2013

O que aconteceu naquele fim de semana foram apenas algumas “gotas” do que o Senhor pode

derramar ali. Essa foi minha primeira viagem e dizem que geralmente é o lugar que fica mais forte no

coração. O trabalho ali Ndoro não está terminado. Há carência do ensino da Palavra e discipulado,

quero muito voltar em breve! Uma coisa legal é que o filho do pastor virá para a escola bíblica esse

ano. Ele parece ser um jovem um pouco mais esclarecido e poderá contribuir bastante servindo com

a Palavra.

Última foto depois da reunião de domingo

Início das aulas na escola de Inhaminga

As aulas na escola bíblica começam dia 4 de

fevereiro. Estou ansioso para que comece logo!

Já são mais de 90 inscritos! muitos desistirão de

vir, acho que esse ano haverá mais alunos que o

normal.

Peço que orem pela turma que virá, e por

capacitação para ensinar tanta gente!

Fico empolgado quando penso que irei

colaborar na capacitação de ministros da

Palavras aqui em Moçambique! A carência de

pregadores que conhecem a bíblia é grande no

Brasil, onde existem muitos seminários e

faculdades, imaginem nas igrejas daqui!

Meu coração está cheio de expectativas, não só

sobre o que eu posso fazer, mas quanto ao que o

Senhor irá fazer no meu coração nesse tempo.

Quero viver de forma intensa cada aula, cada

viagem e fazer tudo para a glória Dele! Pois Ele é

digno! Como escreveu John Piper: “Missões só

existem porque nome do Senhor ainda não está

sendo glorificado em toda terra”.

Contribuições

Banco do Brasil

Agência 6572-2

Conta Poupança 6755-5

Contato

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