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9. A Psicologia da Pessoa Completa de Henry Wallon HENRI WALLON (1879-1962) www.inrp.fr/she/ministres_bio/wallon_h.htm WALLON: VIDA E OBRA 1879 – nasceu em Paris, França, em 1879. Estudou Medicina (Psiquiatria), Filosofia e Psicologia. Membro de uma família de tradição universitária humanista, seu avô foi um grande historiador, discípulo de Michelet, introduziu a palavra ‘república’ na Constituição de 1875. JULES MICHELET (1798-1874) Fonte: www.ac-creteil.fr/.../Images/JM3.JPG

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Captulo 9 - A Psicologia da Pessoa Completa de Henry Wallon

9. A Psicologia da Pessoa Completa de Henry Wallon

HENRI WALLON (1879-1962)

www.inrp.fr/she/ministres_bio/wallon_h.htm

WALLON: VIDA E OBRA

1879 nasceu em Paris, Frana, em 1879. Estudou Medicina (Psiquiatria), Filosofia e Psicologia.

Membro de uma famlia de tradio universitria humanista, seu av foi um grande historiador, discpulo de Michelet, introduziu a palavra repblica na Constituio de 1875.

JULES MICHELET (1798-1874)

Fonte: www.ac-creteil.fr/.../Images/JM3.JPGJules Michelet (1798-1874) nasceu pouco aps a Revoluo Francesa, que marcou a transio da Idade Mdia para a Modernidade. Michelet tornou-se conhecido como o primeiro historiador a afirmar que no eram as grandes personalidades, e sim as massas, o nico agente de transformao histrica1902 - Com 23 anos, formou-se em Filosofia pela Escola Normal Superior.

1908 Formou-se em Medicina.

Viveu num perodo marcado por instabilidade social e turbulncia poltica. As duas guerras mundiais (1914-18 e 1939-45), o avano do fascismo no perodo entre guerras, as revolues socialistas e as guerras para libertao das colnias na frica atingiram a Europa, em especial, a Frana.

Crises sociais e instabilidades polticas foram fundamentais para Wallon construir sua teoria pedaggica, pois serviram de estmulo para que ele organizasse suas idias. Isso explica, em parte, a viso marxista que deu sua obra e por que aderiu, no perodo anterior Primeira Guerra, aos movimentos de esquerda e ao Partido Socialista.

1914 Atuou como mdico do exrcito francs na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), permanecendo vrios meses no front de combate, ajudando a cuidar de pessoas com distrbios psiquitricos. O contato com leses cerebrais de ex-combatentes fez com que revisse posies neurolgicas que havia desenvolvido no trabalho com crianas deficientes.

1925 - Funda um laboratrio destinado pesquisa e ao atendimento de crianas deficientes - Laboratrio de Psicobiologia da Criana - que fica perto de uma escola da periferia para ter acesso ao contexto da criana. Publica sua tese de doutorado A Criana Turbulenta. Inicia um perodo de intensa produo com livros voltados para a psicologia da criana.

1929 encarregado de Conferncias sobre a Psicologia da Criana como professor na Universidade de Sorbonne e em outras instituies de ensino superior.

1931 Atuou como mdico em instituies psiquitricas e, nesse perodo, consolida-se seu interesse pela Psicologia da criana. Viaja para Moscou e convidado para integrar o Crculo da Rssia Nova, grupo formado por intelectuais que se reuniam com o objetivo de aprofundar o estudo do materialismo dialtico e de examinar as possibilidades oferecidas por este referencial aos vrios campos da cincia. Neste grupo, o marxismo que se discutia no era o sistema de governo, mas a corrente filosfica.

1935 Viajou para o Brasil.

1937 a 1949 Leciona Psicologia e Educao no Colgio de Frana (bero da psicologia francesa). Integrou a Sociedade Francesa de Pedagogia (1937 a 1962).

1939 a 1945 Frana ocupada pelos alemes (2 Guerra Mundial). Atuou na Resistncia Francesa contra os alemes, foi perseguido pela Gestapo (polcia nazista), viveu clandestinamente. Escreveu o livro Origens do pensamento na criana.

1944 / 1946 Integra a Comisso do Ministrio da Educao Nacional para reformulao do sistema de ensino francs. Torna-se vice-presidente do Grupo Francs de Educao Nova (1946 a 1962) instituio que ajudou a revolucionar o sistema de ensino daquele pas e da qual foi presidente de 1946 at sua morte.

Considerava uma relao recproca entre Psicologia e Educao. Criticou o ensino tradicional, participando do Movimento da Escola Nova.

Coordenou (junto com o fsico Langevin) a Reforma do Ensino Francs, conhecido como Projeto Langevin-Wallon conjunto de propostas equivalentes nossa Lei de Diretrizes e Bases, visando reforma completa do sistema educacional francs. Nele, por exemplo, est escrito que nenhum aluno deve ser reprovado numa avaliao escolar.Reprovar sinnimo de expulsar, negar, excluir. a prpria negao do ensino. (Wallon)1948 Cria e lana a revista ENFANCE. Este um peridico, que ainda hoje utilizado como fonte de pesquisa por pesquisadores em Psicologia do Desenvolvimento.

Ao longo de toda a vida, dedicou-se a conhecer a infncia e os caminhos da inteligncia nas crianas e, de acordo com seus pressupostos, o meio exerce influncia fundamental sobre o desenvolvimento da pessoa humana, considerado o alimento cultural.

a cultura e a linguagem que fornecem ao pensamento os instrumentos para sua evoluo. (Wallon).1962 Morre em Paris, Frana, em 1962, aos 83 anos.

Principais conceitos

O desenvolvimento psicolgico dividido em estgios (no rgidos, mas contnuos, marcado por rupturas, retrocessos e reviravoltas) no incio biolgico, depois social.

No possvel definir um limite terminal para o desenvolvimento da inteligncia, pois depende das condies oferecidas pelo meio.

Estgios do Desenvolvimento segundo Wallon

1 Impulsivo-Emocional (0 a 1 ano)

2 Sensrio-Motor e Projetivo (1 a 3 anos)

3 Personalismo (3 a 6 anos)

4 Categorial (6 a 11 anos)

5 Puberdade e Adolescncia (11 anos em diante)

De acordo com Wallon, o desenvolvimento infantil dinmico marcado por rupturas, retrocessos e reviravoltas no h linearidade. Os fatores orgnicos (biolgicos) determinam seqncia fixa dos estgios do desenvolvimento que se torna flexvel pela influncia dos fatores sociais (alimento cultural = linguagem e o conhecimento).

Em outras palavras, a gnese da inteligncia para Wallon gentica e organicamente social. Nesse sentido, a teoria do desenvolvimento cognitivo centrada na psicognese da pessoa completa, ou seja, em cada estgio temos uma pessoa inteira, completa e em transformao constante, a partir das dimenses afetiva, cognitiva e motora.

O desenvolvimento emocional (afetividade), cognitivo (inteligncia) e motor (movimento), determinado por fatores orgnicos e sociais. Assim, h sempre a predominncia funcional de uma dimenso do desenvolvimento em relao aos outros e em cada perodo, sendo que no final h uma integrao funcional.

Portanto, o desenvolvimento pontuado por crises ou conflitos chamados de fatores dinamognicos, que podem ser de natureza endgena / interna (maturao nervosa) e de natureza exgena / externa (cultural). A isso Wallon chamou de lei de alternncia funcional: ora o conflito interno ora externo, constituindo-se em motor propulsor ao desenvolvimento.

Estgios do Desenvolvimento

Impulsivo Emocional (0 a 1 ano)

Personalismo (3 a 6 anos)

Puberdade e Adolescncia (11 anos)

Fatores Dinamognicos endgeno / para dentro

Predominncia Funcional afetivo (centrpeta)

Estgios do Desenvolvimento

Sensrio-Motor e Projetivo (1 a 3 anos)

Categorial (6 a 11 anos)

Fatores Dinamognicos exgeno / para fora

Predominncia Funcional cognitivo (centrfuga)