Aula- 9B Propriedades Mecânicas Das Madeiras

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Materiais de construçao

Citation preview

  • UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA

    DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL

    Cmara de Materiais e Processos Construtivos

    Aula 08

    Disciplina: Materiais de Construo Civil I

    1

    MADEIRA - principais propriedades mecnicas

    da madeira

  • PRINCIPAIS PROPRIEDADES

    MECNICAS DA MADEIRA

    Resistncia compresso;

    Resistncia trao;

    Resistncia flexo;

    Resistncia ao choque;

    Resistncia ao cisalhamento;

    Resistncia ao fendilhamento;

    Elasticidade;

    Fluncia e fadiga;

    Resistncia das emendas dentadas e biseladas.

  • Resistncia compresso

    Os esforos tendem a esmagar as partculas, que se apertam e

    diminuem o comprimento da pea. menor que a resistncia

    trao, mas ambas so elevadas.

    A Compresso paralela s fibras

    B Compresso normal s fibras

  • PORQUE UTILIZAR A

    MADEIRA?

    Material A B C D E F G

    Concreto 2,4 1.920 20 20.000 96 8 8.333

    Ao 7,8 234.000 250 210.000 936 32 26.923

    Madeira confera 0,6 600 50 10.000 12 83 16.667

    Madeira - dicotilednea 0,9 630 75 15.000 8 83 16.667

    A: densidade do material (g/m);

    B: energia consumida na produo (MJ/m);

    concreto = queima do leo; ao = queima do carvo; madeira = energia solar.

    C: resistncia a compresso paralela as fibras, 12% de umidade (MPa);

    D: mdulo de elaticidade (MPa);

    E: relao entre os valores da energia consumida na produo e da resistncia

    (B/C);

    F: relao entre os valores da resistncia e da densidade (C/A);

    G: relao entre os valores do mdulo de elasticidade e da densidade (D/A).

  • Resistncia trao

    As foras tendem a separar as molculas no sentido de seu eixo

    de aplicao. Ela geralmente um pouco superior a duas vezes

    a resistncia compresso.

    Rtrao = 2 X Rcompresso

  • Resistncia flexo

    uma solicitao composta porque resulta no aparecimento de

    tenses de compresso na face que recebe a fora e de trao na

    face oposta.

  • Resistncia ao choque

    O choque corresponde a uma fora instantnea. Uma carga

    rompe tanto mais facilmente uma viga quanto mais rpida for

    sua aplicao.

  • Resistncia ao cisalhamento

    o resultado de uma fora cortante. um estado de tenso no

    qual as partculas do material deslizam com movimento relativo

    entre si.

  • Resistncia ao fendilhamento

    O fendilhamento independe da resistncia mecnica da madeira,

    ele decorrente da pouca ligao existente entre as fibras

    vizinhas.

  • Fluncia

    Fadiga

    Consiste no aumento da deformao da madeira com a

    permanncia da tenso no tempo.

    Consiste na diminuio da resistncia mecnica quando ela

    sujeita, de forma regular no tempo, a tenses que podem provocar

    deformaes permanentes.

  • Resistncias das emendas dentadas,

    biseladas e de encaixe

    Emenda de encaixe

  • PRINCIPAIS FATORES QUE

    INFLUENCIAM AS PROPRIEDADES

    DA MADEIRA

    Anatmicos: Densidade; Inclinao das fibras; Ns; Defeitos naturais da madeira;

    Presena de medula; Faixa parnquima.

    Ambientais: Umidade; Defeitos por ataque biolgico.

    Utilizao: Defeitos de secagem; Defeitos de processamento.

    A anatonomia da madeira depende da sua organizao interna.

  • FATORES ANATMICOS

    Densidade

    Quanto maior a densidade, maior a quantidade de madeira por volume e, como consequncia, a resistncia tambm

    aumenta.

    Alguns cuidados devem ser tomados com valores da densidade, pois a presena de ns, resinas e extratos podem

    aumentar a densidade sem, contudo, contribuir para uma

    melhoria significativa na resistncia.

    A umidade da madeira pode contribuir para o aumento da densidade aparente reduzindo a resistncia mecnica.

  • DEFEITOS DAS MADEIRA

    Deficincias na conduo da secagem ou cuidados

    insuficientes no armazenamento das peas serradas

    provocam uma srie de defeitos que restringem ou mesmo

    inviabilizam o aproveitamento de tais peas.

    So considerados defeitos nas madeiras todas as anomalias

    em sua integridade e constituio que alteram seu

    desempenho e suas propriedades fsico-mecnicas.

  • Defeitos de crescimento: Ns, fibras torcidas, gretas.

    Defeitos de secagem: Rachaduras, encurvamento, arqueamento, encanoamento, torcimento.

    Defeitos de produo: Fraturas, rachaduras, fendas, machucaduras ocorridas na derrubada das rvores.

    Defeitos de alterao: O ataque de predadores, fungos e insetos causa, muitas vezes, redues considerveis na seo resistente de peas estruturais.

  • FATORES ANATMICOS

    Inclinao das fibras

    A inclinao das fibras (ou traquedes) tem uma influncia significativa sobre as propriedades da madeira a partir de certos

    valores. Essa inclinao descreve o desvio da orientao das

    fibras da madeira em relao a uma linha paralela borda da

    pea;

    A norma brasileira NBR 7190 permite desconsiderar a influncia da inclinao das fibras para ngulos de at 6.

  • NS

    Imperfeies nos pontos onde existiam galhos; Se formam nos pontos em que os ramos se unem ao tronco; Diminui o valor da madeira; Reduz a resistncia; D origem a fendas.

  • FATORES ANATMICOS

    Ns

    Reduzem a resistncia da madeira pelo fato de interromperem a continuidade e direo das fibras.

    Podem causar efeitos localizados de tenso concentrada.

    Sua influncia depende do seu tamanho, localizao, forma, firmeza e do tipo de tenso considerada.

    Possuem maior influncia na trao do que na compresso.

  • FATORES ANATMICOS

    Defeitos naturais da madeira

    Encurvamento do tronco

    e dos galhos: ocorre

    durante o crescimento das

    rvores; alterao do

    alinhamento das fibras;

    provvel influncia na

    resistncia.

    Presena de alburno:

    apresenta valores de

    resistncia menores.

  • FATORES ANATMICOS

    Presena de medula

    Provoca diminuio da resistncia mecnica.

    Facilita o ataque biolgico.

    Provoca rachaduras no cerne prximo medula.

  • FATORES AMBIENTAIS

    Umidade

    Tem influncia direta nas propriedades de resistncia e elasticidade da madeira.

    Defeitos por ataque biolgicos

    Decorrentes dos ataques provenientes de fungos ou insetos.

    Os insetos causam as perfuraes.

    Os fungos causam manchas azuladas e podrides.

  • FATORES DE UTILIZAO

    Defeitos de secagem

    Descolorao por secagem desigual.

    Empenos por secagem diferencial.

    Endurecimento superficial.

    Rachaduras por aumento da tenso superficial causada por restrio do interior mido.

  • ARQUEAMENTO

    ENCURVAMENTO

    ENCANOAMENTO

    TORCIMENTO

  • Madeira empenada

  • FATORES DE UTILIZAO

    Defeitos de processamento

    Originados do desdobro, transporte e armazenamento da madeira.

    Principais defeitos: arestas quebradas e variao da seo transversal.

  • As fibras no se desenvolvem paralelamente ao eixo, mas sim em espiral;

    Devem ser utilizadas apenas como estacas, postes , pilares sem funo estrutural.

    FIBRAS TORCIDAS

  • GRETAS

    Separao entre os anis anuais, provocada por tenses internas

    devidas ao crescimento lateral da rvore, ou por aes externas,

    como flexo devida ao vento.

    1 greta parcial

    2 greta completa

  • FENDAS

    Aberturas nas extremidades das peas, produzidas pela

    secagem mais rpida da superfcie. Podem ser evitadas

    mediante a secagem lenta e uniforme da madeira.

    1 fenda perifrica

    2, 3 e 4 fendas no cerne

  • FENDAS ANELARES

    FENDAS RADIAIS E

    FISSURAS

  • 1, 2 e 3 rachaduras

    provocadas por

    ressecamento.

    RACHADURA

  • PRESERVAO DA MADEIRA

    Conjunto de medidas preventivas e curativas para controle de

    agentes biolgicos (fungos, insetos xilfagos* e perfuradores

    marinhos), fsicos e qumicos que afetam as propriedades da

    madeira. Objetivo principal: aumento da vida til da madeira.

    Ferramenta: Sistema de Classe de Risco.

    *insetos que consomem madeira e

    material celulsico. Ex: cupins

  • Baseia-se no uso racional e inteligente da madeira na construo

    civil, visando uma maior durabilidade das construes.

    Fornecimento de uma abordagem sistmica ao produtor e usurio.

    SISTEMA DE CLASSE DE RISCO

    Foco:

    Condies de exposio ou uso das madeira; Expectativa de desempenho do componente; Vulnerabilidade ao agentes biodeterioradores.

  • Etapas obrigatrias para uso da madeira como

    material na construo civil:

    1. Elaborao do projeto com foco para diminuio dos processos de

    instalao e desenvolvimento de organismos xilfagos.

    2. Definio do nvel de desempenho necessrio para o componente ou

    estrutura de madeira, tais como: vida til, responsabilidade estrutural,

    garantias comerciais e legais, entre outras.

    3. Avaliao dos riscos biolgicos aos quais a madeira ser submetida

    durante a vida til ataque de fungos e insetos e perfuradores. 4. Determinao da necessidade de tratamento preservativo, em funo da

    durabilidade natural e tratabilidade do cerne e alburno das espcies

    botnicas que sero utilizadas.

    5. Definio dos tratamentos preservativos como base nas seguintes

    escolhas:

    Espcie botnica que deve permitir este tratamento (tratabilidade); Umidade da madeira no momento do tratamento; Processo de aplicao do produto de preservao; Parmetros de qualidade necessrios: reteno e penetrao do

    produto preservativo da madeira;

    Produto preservativo que satisfaa classe de risco determinada.

  • Classe de

    risco (CR) Condio de uso Organismo xilfago

    1

    Interior de construes, fora de contato com o solo,

    fundaes ou alvenaria, protegidos das intempries,

    das fontes internas de umidade. Locais livres do

    acesso de cupins-subterrneos ou arborcolas.

    Cupins-de-madeira seca; Brocas-de-madeira

    2

    Interior de construes, em contato com a alvenaria,

    sem contato com o solo ou fundaes, protegidos

    das intempries e das fontes internas de umidade.

    Cupins-de-madeira seca; Brocas-de-madeira;

    Cupins-subterrneos; Cupins-arborcolas

    3

    Interior de construes, fora de contato com o solo e

    continuamente protegidos das intempries, que

    podem, ocasionalmente, ser expostos a fontes de

    umidade.

    Cupins-de-madeira seca; Brocas-de-madeira;

    Cupins-subterrneos; Cupins-arborcolas; Fungos

    Emboloradores/manchadores; Fungos

    apodrecedores

    4* Uso exterior, fora de contato com o solo e sujeitos a

    intempries.

    Cupins-de-madeira seca; Brocas-de-madeira;

    Cupins-subterrneos; Cupins-arborcolas; Fungos

    Emboloradores/manchadores; Fungos

    apodrecedores

    5*

    Contato com o solo, gua doce e outras situaes

    favorveis deteriorao, como engaste em

    concreto e alvenaria.

    Cupins-de-madeira seca; Brocas-de-madeira;

    Cupins-subterrneos; Cupins-arborcolas; Fungos

    Emboloradores/manchadores; Fungos

    apodrecedores

    6* Exposio gua salgada ou salobra.

    Perfuradores marinhos; Fungos

    emboloradores/manchadores; Fungos

    apodrecedores

    *classes mais crticas

    Classes de risco para uso da madeira na

    construo civil

  • PRODUTO PRESERVATIVO

    So produtos qumicos, de composio e caractersticas

    definidas.

    Propriedades:

    Eficincia na preveno ou controle de organismos xilfagos; Segurana em relao ao homem e ao meio ambiente; Permanncia na madeira (no deve perder-se na madeira por decomposio, evaporao, lixiviao, exsudao ou outros);

    No ser corrosivo; De custo acessvel (competitivo); Disponibilidade no mercado; No deve alterar as propriedades fsicas e mecnicas da madeira.

  • Natureza dos produtos:

    Oleosos: produtos derivados do alcatro de hulha; Oleossolvel: produtos contendo misturas complexas de agentes fungicidas e/ou inseticidas, a base de compostos de

    natureza orgnica e/ou organometlica;

    Hidrossolveis: produtos contendo misturas mais ou menos complexas de sais metlicos.

  • Processo de aplicao:

    Sem presso: impregnao superficial da madeira. Com presso: impregnao profunda (autoclave) da madeira.

    Parmetros de qualidade para madeira preservada:

    Penetrao: profundidade alcanada pelo preservativo ou pelos seus ingredientes ativos na madeira, expressa em milmetro.

    Reteno: quantidade do preservativo ou do seus ingredientes ativos, contida de maneira uniforme num determinado volume

    da madeira, expressa em kg de ingrediente ativo por m de

    madeira tratvel.