41
Anestesia Local

Aula 4 - Anestésicos locais

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestesia Local

Page 2: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestesia Local

Bloqueio reversível da condução nervosa, determinando perda de sensações sem alteração do nível de consciência.

FERREIRA (1998)

Page 3: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestesia Local

• Fibras autossômicas;

• Sensação de dor;

• Sensação térmica;

• Sensação tátil;

• Fibras proprioceptivas;

• Fibras motoras.

FERREIRA (1998)

Page 4: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Page 5: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

• Ação reversível;

• Não deve ser irritante para os tecidos;

• Grau reduzido de toxicidade sistêmica;

• Início de ação rápido e duração suficiente;

• Ser incapaz de desencadear reações alérgicas;

• Ser estável em solução e sofrer rápida biotransformação no organismo;

• Potência e eficácia em baixas concentrações.TERRA e EUGÊNIO (1989); BENNET (1989)

Qualidades de um anestésico local

Page 6: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Classificação

Quanto à cadeia intermediária

• Tipo éster: procaína, tetracaína, benzocaína, clorprocaína.

• Tipo amida: lidocaína, prilocaína, mepivacaína, bupivacaína.

FERREIRA (1998)

Page 7: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Classificação

Quanto à duração de efeito

• Curta duração: procaína e clorprocaína;

• Duração intermediária: lidocaína, prilocaína e mepivacaína.

• Longa duração: tetracaína, bupivacaína, etidocaína.

FERREIRA (1998)

Page 8: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Composição da solução anestésica

• Agente anestésico local;

• Vasoconstritor;

• Agente redutor;

• Agente preservativo;

• Fungicida;

• Veículo. ROBINSON et al.(2004)

Page 9: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Composição da solução anestésica

Vasoconstritor

• Aumento da duração anestésica;

• Redução de sangramento;

• Efeitos tóxicos sistêmicos podem ser reduzidos.

ROBINSON et al.(2004)

Page 10: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Composição da solução anestésica

Agente redutor

• Metabissulfito de sódio;

• Previne a oxidação do vasoconstritor e atua competindo com a adrenalina pelo oxigênio dissolvido disponível na solução.

ROBINSON et al.(2004)

Page 11: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Composição da solução anestésica

Agente preservativo

• Metilparabeno e caprilhidrocuprienotoxina;

• Aumenta a vida útil dos AL (18 meses a 2 anos), mas podem provocar reações alérgicas;

• Menos utilizados atualmente.

ROBINSON et al.(2004)

Page 12: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Composição da solução anestésica

Fungicida

• Timol: usado, ocasionalmente, em algumas soluções.

Veículo

• É uma forma modificada da solução de Ringer Lactato, ajustada a um pH biocompatível.

ROBINSON et al.(2004)

Page 13: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Composição molecular

• Grupo lipofílico (anel benzeno);

• Grupo hidrofílico (amina terciária);

• Cadeia intermediária (éster ou amida).

FERREIRA (1998); SÁ LIMA (1996)

Bainha de mielina

Page 14: Aula 4 - Anestésicos locais

Mecanismo de ação

Page 15: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Mecanismo de ação

Interferem em processos de geração e condução nervosa por reduzirem ou prevenirem aumento de permeabilidade de membranas excitáveis ao sódio.

FERREIRA (1998)

Page 16: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Mecanismo de ação

• Sob a forma não-ionizada, o AL atravessa a bainha neuronal, chegando no interior do axônio;

• O AL assume sua forma ionizada e liga-se ao sítio receptor junto ao canal de sódio, inativando o mecanismo de portão que regula o influxo de sódio responsável pela despolarização axonal;

• Pode ocorrer bloqueio dos canais de potássio.FERREIRA (1998)

Page 17: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Mecanismo de ação

Na+

ME

Fibra nervosa mielínica

1. Despolarização

Interrupção da condução nervosa

Page 18: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Mecanismo de ação e pH do meio

• Apesar dos AL serem bases fracas, os preparados farmacêuticos são levemente ácidos;

•Nos tecidos com pH alcalino, há tamponamento do ácido e liberação da base não-ionizada, passível de ser absorvida;

• A mudança da forma não-ionizada para a ionizada também depende do pH do meio.

FERREIRA (1998)

Page 19: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Mecanismo de ação e pH do meio

• Quando o pH do meio não favorece essa transformação, a ação anestésica não se processa (tecidos inflamados);

•Suplementação excessiva de doses no mesmo local determina menor resposta, pois esgota a capacidade de tamponamento do meio, não liberando a base.

FERREIRA (1998)

Page 20: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Eficiência de um anestésico local

• Concentração: maior rapidez de ação em maiores concentrações;

• Solubilidade: menor efeito posterior nos tecidos e mais rápido início da analgesia, se mais solúvel em material aquoso e lipóide;

• Taxa de ligação de proteína: início e recuperação mais rápidos;

•pH da solução. ROBERTS e SOWRAY (1995)

Page 21: Aula 4 - Anestésicos locais

Farmacocinética dos Anestésicos

Locais

Page 22: Aula 4 - Anestésicos locais

Absorção

Contato com o meio interno

Difusão

Atravessa todas as barreiras biológicas

Ação junto à membrana nervosa

Microcirculação sangüíneaSÁ LIMA (1996)

Page 23: Aula 4 - Anestésicos locais

Absorção• Os AL são amplamente absorvidos pela pele e mucosas;

• Absorção Concentração sangüínea

SÁ LIMA (1996)

Page 24: Aula 4 - Anestésicos locais

Absorção

Fatores que influenciam na absorção dos AL

• Vascularização da região;

• Lipossolubilidade do agente anestésico;

• Velocidade da biotransformação anestésica;

• Concentração da solução empregada;

• Capacidade de fixação da fibra nervosa.SÁ LIMA (1996)

Page 25: Aula 4 - Anestésicos locais

Distribuição•Distribuem-se por todos os compartimentos orgânicos;

•Atravessam a barreira hematoencefálica e placentária.

SÁ LIMA (1996)

Page 26: Aula 4 - Anestésicos locais

Biotransformação

Grupo éster: metabolizados, em grande parte, no sangue por estearases e em parte no fígado.

Grupo amida: metabolizados no fígado pelas amidases.

SÁ LIMA (1996)

Page 27: Aula 4 - Anestésicos locais

ExcreçãoOs AL são eliminados pelos rins após

biotransformados.

SÁ LIMA (1996)

Page 28: Aula 4 - Anestésicos locais

Ações farmacológicas dos Anestésicos Locais

Page 29: Aula 4 - Anestésicos locais

TERRA e EUGÊNIO (1989); ROBERTS e SOWRAY (1995)

Sistema Cardiovascular•Vasodilatadores em doses terapêuticas;

•Diminuem a excitabilidade e força de contração do coração, diminuindo o débito cardíaco;

• Nos vasos, produzem relaxamento da musculatura lisa com conseqüente dilatação arteriolar;

• Quando empregados corretamente, os níveis sangüíneos raramente são suficientes para gerar manifestações clínicas importantes.

Page 30: Aula 4 - Anestésicos locais

TERRA e EUGÊNIO (1989); ROBERTS e SOWRAY (1995)

Sistema Nervoso CentralEstimulação do SNC

Ansiedade, agitação

Respiração profunda, tremores

Convulsões generalizadas

Page 31: Aula 4 - Anestésicos locais

TERRA e EUGÊNIO (1989); ROBERTS e SOWRAY (1995)

Sistema Nervoso Central

Respiração desordenada

SNC superestimulado

SNC deprimido

Page 32: Aula 4 - Anestésicos locais

Parâmetros farmacológicos para seleção dos

anestésicos locais

Page 33: Aula 4 - Anestésicos locais

Seleção dos anestésicos locais Parâmetros farmacológicos

Agente Potência

Toxicid IA pKa Lig Prot Metabol

Procaína 1 1,0 1,0 8,9 5,8% Plasma

Prilocaína 2 1,5 2,0 7,9 55,0% Fígado

Lidocaína 2 1,5 2,0 7,9 64,0% Fígado

Mepivacaína 2 2,0 1,5 7,6 77,0% Fígado

Etidocaína 6 10,0 1,5 7,7 94,0% Fígado

Tetracaína 8 12,0 1,2 8,5 75,0% Plasma

Bupivacaína 8 10,0 1,5 8,1 95,0% Fígado

FERREIRA (1998)

Page 34: Aula 4 - Anestésicos locais

Efeitos adversos

Page 35: Aula 4 - Anestésicos locais

Efeitos adversosEfeitos Locais: neurite, necrose, infecção,

hiperalgia, anestesia prolongada, reações alérgicas (dermatite, eczema agudo, urticária, etc).

Efeitos Sistêmicos: os Al, principalmente do tipo éster, podem desencadear reações de hipersensibilidade, como urticária, erupções cutâneas, broncoespasmo, edema laríngeo e reações anafiláticas.

Hipersensibilidade com Al do tipo amida é pouco comum;

Pacientes idosos, debilitados ou em mau estado apresentam maior incidência de reações tóxicas.

ARANOVICH et al. (2004)

Page 36: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos locais e gestação: considerações farmacológicas

Page 37: Aula 4 - Anestésicos locais

• O Al mais seguro para a gestante é a lidocaína associada a vasoconstritor (adrenalina ou noradrenalina) a 1:200.000;

• Os vasoconstritores felipressina e fenilefrina são contra-indicados por apresentarem ação ocitóxica;

•A mepivacaína não é metabolizada pelo fígado do feto.

Anestésicos locais e gestação

ARANOVICH et al. (2004)

Page 38: Aula 4 - Anestésicos locais

•A prilocaína pode provocar meta-hemoglobinemia fetal, com sérias conseqüências;

•A ropivacaína só foi suficientemente avaliada em bloqueios peridurais, até agora com bons resultados.

Anestésicos locais e gestação

ARANOVICH et al. (2004)

Page 39: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos Locais

Atualidade

Page 40: Aula 4 - Anestésicos locais

Anestésicos locais - Atualidade

ROBINSON et al.(2004)

Page 41: Aula 4 - Anestésicos locais

Referências BibliográficasARANOVICH, S.; PAGNONCELLI, R.M.; SALVI, R.M.; TARASCONI, J.C. Anestésicos Locais. Material didático – FO PUCRS, 2004.

BENNET, C.R. Anestesia Local e controle da dor na prática dentária. 7.ed. Rio de Janeiro, Guanabara Koogan, 1989.

FERREIRA, M.B.C. Anestésicos Locais. In: FUCHS, F.D.; WANNMACHER, L. Farmacologia Clínica: fundamentos da terapêutica racional. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

ROBINSON, P.D. et al. Anestesia Local em Odontologia. São Paulo: Santos, 2004.

ROBERTS, D.H; SOWRAY, J.H. Anestesia Local em Odontologia. 3.ed. São Paulo: Santos, 1995.

SÁ LIMA, J.R. Atlas colorido de Anestesia Local em Odontologia: Fundamentos e técnicas. São Paulo: Santos, 1996.

TERRA, E.S.H.; EUGÊNIO, A.G.B. Princípios da anestesiologia clínica. Campinas: Editora da UNICAMP, 1989.