Upload
hugo-leonardo
View
222
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Apresentação sobre medidas de pobreza - Carla Bronzo.
Citation preview
Enfoques e medidas de pobreza nas polticas sociais municipais
Carla BronzoEscola de Governo da Fundao Joo Pinheiro/MG
Seminrio Internacional Indicadores UrbanosPUC/MG e PBH
Novembro de 2011
1. Concepes importam? Detrs de cada estilo de poltica publica
siempre existe, en forma implcita o explicita, una determinada perspectiva terica, es decir, un modo especifico de ver las cosas. Una teoria, en sintesis, es un sistema de categorias de percepcin(Fanfani, 1991, p. 92).
Como definimos pobreza? Qual a teoriaque informa nossa leitura da pobreza e as politicas para seu enfrentamento?
Concepo/enfoque
Operacionalizao/mensurao
Estratgias deinterveno
Toda estratgia de interveno tem uma teoria - mais ou menos explcita ou implcita sobre o problema, que fornece o arcabouo para a ao.
A definio de pobreza o motor para a seleo de polticas
Mensurar envolve identificar os pblicos potenciais e legtimos das aes no campo da proteo social.
Uma vez identificado o mal, tem-se o remdio para seu
enfrentamento
(E. Fanfani)
- Enfoque monetrio: pobreza como privao de renda
- Necessidades bsicas insatisfeitas: acesso precrio a bens e servios
- Capacidades: privao de capacidades dos indivduos para ser e fazer coisas que julgam relevantes. Desenvolvimento como Liberdade (Amartya Sen)
- Excluso social: aspecto relaes sociais, processos, pertencimento, identidade, coeso social. Trabalho, proteo social, sociabilidade
- Vulnerabilidade e riscos: multidimensionalidade das privaes, dimenses objetivas e subjetivas, noo de ativos, estratgias de resposta e estrutura de oportunidades.
Renda: Parmetronutricional
Transporte
Trabalho
Qualificacaoprofissional
Infra estrutura
Educacao
Saneamento
Saude
Moradia
Dimenses psicosociais: valores,
crencas,comportamentos.
Dimensoes objetivasinterrelacionadas
Dimensoes subjetivas: Aspectos sociais e
psico sociais
Sociabilidade(politica e
capital social)
Pobr
eza c
omo p
rivac
aomu
ltipla
Pobr
eza c
omo p
rivac
aode
liber
dade
e cap
acid
ades
Ativos materiaise ativos menos tangveis
Enfoque monetrio
NecessidadesBasicas Insatisfeitas
Exclusao social
Vulnerabilidade
Capacidades
Dimenso econmica, a ausncia de renda. Capacidades limitadas em termos de ativos
produtivos e humanos. Precariedade do acesso a bens e servios Fragilidade do trabalho, para alm da renda,
envolve identidade e dignidade social. Fragilidade dos laos sociais e de mecanismos
de solidariedade e reciprocidade. Aspectos subjetivos, relativos a valores e
atitudes. Dimenso da territorialidade, estigma e da
segregao, elementos que podem agregar outro componente aos processos de excluso.
Pobreza em mltiplas dimenses
Duas questes:
Faz diferena conceber a pobreza sob um ou outro aspecto em termos da identificao do problema?
Quais as consequncias do ponto de vista do contedo e da forma das polticas pblicas?
Alguns autores tm pontuado a questo de mltiplos ajustes nas estimativas empricas sobre a pobreza, que fazem com que as taxas de pobreza variem entre 13% e 66% na mensurao da pobreza em 17 pases latino-americanos (Laderchi, Saith, Stewart, 2003, p. 12).
A magnitude da variao pode indicar, de acordo com os autores, que muitas estimativas monetrias da pobreza no so robustas.
Incidncia da pobreza absoluta e relativa em MG
Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios
(PNAD), Minas Gerais, 2001-2008.
47,7047,9949,4550,7449,44Pobreza relativa
629,92576,54505,20469,67408,90renda_pc
27,7229,9033,5434,8838,61Pobreza 2
13,3814,2216,6518,0521,04Pobreza 1
20092008200720062005
Elaborao: Equipe de Desenvolvimento Humano (Fundao Joo Pinheiro - FJP)
pobreza 1: Linha de 1/2 salrio mnimo de 2000. Equivalente a R$ 141,22
pobreza 2: Linha de 1/2 salrio mnimo de 2009. Equivalente a R$ 232,50
Observao: As linhas de Pobreza esto a preos de Agosto de 2009
a
d
e
1
/
2
s
a
l
r
i
o
m
n
i
m
o
d
e
2
0
0
9
.
E
q
u
i
v
a
l
e
a
d
e
1
/
2
s
a
l
r
i
o
m
n
i
m
o
d
e
2
0
0
9
.
E
q
u
i
v
a
l
e
Incidncia da pobreza absoluta e relativa em MG
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
2005 2006 2007 2008 2009
P obrez a 1
P obrez a 2
P obrez a relativa
Um experimento: diferentes resultadosda mensurao a partir de distintas
concepes (Priscila Santos, FJP, 2010) Renda
Renda familiar per capita Necessidades Basicas Insatisfeitas:
Material predominante nas paredes Acesso adequado a abastecimento de gua Coleta adequada de esgoto.
Vulnerabilidade social: Sexo do chefe domiclio Raa do chefe domiclio Escolaridade do chefe domiclio Condio de ocupao do chefe de domicilio
Incidencia da pobreza no Brasil e em Minas Gerais segundo distintas concepes
0,392,20Todas as necessidades
insatisfeitas
20,1732,24Alguma necessidade
insatisfeita
34,6930,43Vulnerveis
11,0416,08Pobres
% Minas Gerais% Brasil
Fonte: Priscila Santos, 2010
100 80,97 18,67 0,36 No pobres
100,00
69,36 30,00 0,70 Pobres
Total Todas as necessidades bsicas satisfeitas
Alguma necessidade insatisfeita
Todas as necessidades bsicas insatisfeitas
Indicador de pobreza monetria
Fonte: Priscila Santos, 2010
Minas Gerais: cruzamento entre a perspectiva monetria e a de necessidades bsicas insatisfeitas
100,0032,2667,74
No pobres100,0055,1344,87
PobresTotalVulnerveis
No vulnerveis
Indicador de vulnerabilidade socialIndicador de pobreza
monetria
Minas Gerais: cruzamento entre a perspectiva monetria e vulnerabilidade social
Fonte: Priscila Santos, 2010
No e possvel definir de forma exaustiva um conjunto de dimenses, variveis e indicadores para a mensurao e anlise da pobreza e da vulnerabilidade social.
Na realidade no existe e nem poder haver um consenso absoluto sobre como medir a vulnerabilidade.
A escolha dos indicadores para expressar alguma realidade ou fenmeno social no e unvoca e neutra.
O ponto central parece ser a clareza da concepode base e as escolhas da advindas, que devem ser explicitadas e reconhecidas em sua parcialidade na abordagem do real, sempre mais amplo e complexo do que os indicadores podem alcanar.
Vulnerabilidade como concepo snteseda pobreza
Concepo de vulnerabilidade como uma abordagem mais ampla da pobreza, capaz de absorver dimenses presentes em outros enfoques e expandi-las. Vulnerare = ferir. Incerteza, sofrimento, para alm das privaes monetrias ou materiais em si.
Fornece parametros ou pontos mais estaveispara operacionalizao do conceito
Implica pensar polticas de preveno, mitigao e enfrentamento (ex-ante e ex post)
Elementos chave da concepo de vulnerabilidade (Busso, Katzman, Holzmann e Jorgensen; Moser; dentreoutros)
Idia de processo-trajetria. Carter dinmico da pobreza.
Noo de ativos: recursos de natureza tangvel (capital humano, fsico, financeiro) e menos tangvel (capital social, relaes familiares, dimenso relacional e psico social)
Estratgias de respostas. Uso dos ativos. Manejo dos ativos.
Estrutura de oportunidades: conjunto de leis, instituies, polticas. Dimenso macro, contextual.
Unidades: indivduos, domiclios, territrios.
La vulnerabilidad social de sujetos y colectivos de poblacin se expresa de varias formas, ya sea como fragilidad e indefensin ante cambios originados en el entorno, como desamparo institucional desde el Estado que no contribuye a fortalecer ni cuida sistematicamente de sus ciudadanos; como debilidad interna para afrontar concretamente los cambios necesarios del indivduo u hogar para aprovechar el conjunto de oportunidades que se le presenta; como inseguridad permanente que paraliza, incapacita y desmotiva la posibilidad de pensar estrategias y actuar a futuro para lograr mejuores niveles de bienestar (Busso, 2001, p. 8).
Por activos se entiende el conjunto de recursos materiales e imateriales que los indivduos y los hogares movilizan em procura de mejorar su desempeo econmico y social, o bien como recursos despegados para evitar el deterioro de sus condiciones de vida o disminuir su vulnerabilidad. La vulnerabilidad, a su vez, es entendida como uma relacin entre dos trminos: por una parte la estrutura de oportunidades y, por la outra, las capacidades de los hogares. De las diferentes combinaciones entre ambos trminos se derivan tipos y grados de vulnerabilidade que pueden ser imaginados como um cociente entre ambos trminos (KATZMAN, 1999).
Se temos os ativos e as estratgias de resposta em uma ponta, na outra ponta do conceito tem-se a categoria de estrutura de oportunidades.
Por um lado, portanto, a concepo de vulnerabilidade situa-se a frente da ideia de risco e da capacidade de resposta, material e simblica, que indivduos, que famlias e comunidades conseguem fornecer para fazer frente ao risco ou ao choque (que significa a materializao do risco).
Essa capacidade de resposta permeada, mediada, constrangida e-ou potencializada pela estrutura de oportunidades que definem o contexto da ao e essa constitui uma dimenso central no enfoque da vulnerabilidade, sob suas diferentes abordagens tericas.
Por esse termo estrutura de oportunidades se considera o conjunto de recursos, bens e servios, programas, benefcios colocados disposio de pblicos com diferentes nveis e tipos de vulnerabilidade.
probabilidades de acceso a bienes, servicios o actividades que inciden sobre el bienestar del hogar porque le facilitan el uso de recursos propios o le suministran recursos nuevos, tiles para la movilidad e integracin social a travs de los canales existentes (Katzman, 2000, p.299).
Consequncias da concepo de vulnerabilidade para polticas sociais locais
MultidimensionalidadeIntersetorialidade
Integracao
Heterogeneidade
Dimenses subjetivasAutonomia
CapacidadesEmpoderamento
Flexibilidade na ofertaRedes de servios e
foco no territrio
Dupla dimenso da pobreza:
Esta mais que privao de renda e mais que privao material apenas: envolve dimenses objetivas (acesso a ativos materiais e humanos) e dimenses subjetivas (valores, atitudes, relaes sociais, familiares e comunitrias: dimenses de natureza psicosocial).
As diferenas entre pobres e no pobres no se explicam apenas pelo nvel da renda familiar ou pela quantidade e intensidade das necessidades bsicas insatisfeitas.
Relaes pobres e no pobres: geralmente so assimtricas, favorecem a dependncia e/ou a estigmatizao, reforam as atitudes de passividade e resignao.
Frequentemente os pobres so vistos pelos setores no pobres (e principalmente pelos agentes pblicos encarregados da execuo de programas sociais) como aqueles que no sabem, que no tm, o que acaba por fortalecer atitudes de passividade, baixa autoestima, resignao, dependncia, subalternidade, apatia, fatalismo...dimenses psico sociais negativas.
Importncia do foco na ampliao da autonomia e capacidades. A perspectiva do empoderamento. O que significa de fato essa expanso do poder?
Empoderamento/empowerment: controle externo sobre recursos diversos e tambm no mbito das crenas, valores e atitudes (capacidade de auto-expresso e auto-afirmao. Capacidade de ao)
Carter contingente do empoderamento. Interao entre o mbito micro, subjetivo, valorativo e atitudinal e o mbito macro, das estruturas, processos e dinmicas que remetem a estrutura de oportunidades que o Estado, a sociedade e o mercado oferecem a indivduos e comunidades.
A estrutura de oportunidades, a infra estrutura social e o territrio. Contextos e condicionantes da ao.
Algumas evidencias, ainda exploratorias.
Pesquisa desenvolvida na Fundao Joo Pinheiro/MG , financiada pela Fapemig, concluda em junho de 2011.
Buscou-se explorar os efeitos da interveno governamental (programas de proteo social Bolsa Familia e PAIF-CRAS) no que se refere aos aspectos de natureza psico social das famlias beneficirias.
Por aspectos psico sociais entende-se desenvolvimento de capacidades e alteraes em dimenses menos tangveis, relativas ao manejo de ativos e capacidade de ao, uma expresso de empoderamento.
Pesquisa quantitativa (survey) e qualitativa (grupos focais com tcnicos e famlias
Banco a partir de 608 questionrios, aplicados em duas reas de uma mesma regional em Belo Horizonte, sendo 505 questionrios de beneficirios do Bolsa Familia e 103 questionrios em famlias que moravam nos territrios, mas no constavam das listas de beneficirios, nem do BF nem do Cras.
As hipteses: os servios scio assistenciais produzem efeitos nas dimenses psico sociais do pblico atendido pelo Bolsa Familia.
As transferncias de renda produzem efeitos para alm da renda e da melhoria nos indicadores de educao.
Os servios scio assistenciais desenvolvidos no mbito do PAIF (servio desenvolvido nos CRAS) tm o objetivo manifesto de fortalecer tanto o acesso a bens e servios quanto os vnculos comunitrios e familiares das famlias de sua rea de abrangncia, principalmente famlias beneficirias do Bolsa Famlia.
Intensa interao com os usurios, personalizao da ateno socioassistencial(tipologia de baixa padronizao e alta interao, conforme Martinez Nogueira).
Importncia da dimenso da confiana e criao de vnculos.
Os servios scio-assistenciais do Cras, enquanto elemento da estrutura de oportunidade existente, atuam no sentido de possibilitar o empoderamento das pessoas?
Contribuem para a alterao dos ativos das famlias e indivduos, principalmente aqueles de natureza menos tangvel? Alteram estratgias de respostas?
Como as condies da infra estrutura social(rede de servios e organizao social) impactam esse processo?
Os diferentes perfis ou tipos de vulnerabilidade condicionam tais efeitos?
Quem so essas famlias? Contexto de alta vulnerabilidade: Baixo nvel
de ativos tangveis (baixa renda, moradias precrias, acesso precrio ao mercado de trabalho, baixa escolaridade) e fragilidades em relao aos ativos sociais e familiares (conflitos e dificuldades nas relaes familiares, isolamento social, dificuldades comunicacionais, convivncia com a violncia nos territrios)
Precariedade da infra estrutura de servios nos territrios
Beneficirios BF
e Cras
No assistidos Total
N % N % N %
Sem instruo formal
16 3,2% 2 1,9% 18 3,0%
Primrio Incompleto
48 9,5% 9 8,7% 57 9,4%
Primrio Completo 71 14,1% 11 10,7% 82 13,5%
Fundamental Incompleto
142 28,1% 19 18,4% 161 26,5%
Fundamental Completo
122 24,2% 16 15,5% 138 22,7%
Mdio Incompleto 69 13,7% 26 25,2% 95 15,6%
Mdio Completo 36 7,1% 19 18,4% 55 9,0%
Superior Incompleto
1 ,2% 1 1,0% 2 3%
Total 505 100,0 103 100,0 608 100,0
Mdia de escolaridade dos adultos beneficirios e no assistidos
Mdia de ocupao dos adultos
Beneficiarios BF e CRAS No assistidos
Trabalhador Assalariado
74 29 10314,7% 28,2% 16,9%
Trabalhador Informal
150 27 17729,7% 26,2% 29,1%
Estudante 87 18 10517,2% 17,5% 17,3%
Desempregado 133 21 15426,3% 20,4% 25,3%
Aposentado 25 4 295,0% 3,9% 4,8%
No trabalha 36 4 407,1% 3,9% 6,6%
Total 505 103 608100,0% 100,0% 100,0%
Mdia de ocupao dos adultos beneficirios e no assistidos
Problemas no Bairro
Beneficirios BF e/ou CRAS No Assistidos Total
N % N % N %
INFRAESTRUT. 146 29.0 30 29.1 176 29.0EDUCAO 79 15.6 15 14.2 93 15.4TRANSPORTE 60 11.9 8 8.1 69 11.3POSTO DE SADE 23 4.5 4 3.6 26 4.3DROGAS 103 20.5 24 23.6 128 21.0VIOLNCIA 25 4.9 6 6.1 31 5.1VIZINHANA 9 1.7 0 0.3 9 1.5NO V PROBLEMAS 59 11.7 15 14.9 74 12.2Outros 2 0.1 0 0.0 2 0.1Total 505 100 103 100 608 100
Um conjunto de questes no questionario foi especifico para identificar alteraes que ocorrem no pblico beneficirio do BF, podendo ser consideradas como variveis de efeitos nas dimenses menos tangveis.
A partir dessas variveis foi construdo um ndice de resposta, denominado ndice Scio-relacional, que buscou capturar mudanas nos aspectos de natureza menos tangvel nos grupos expostos ao Bolsa Familia e aos servios do Cras.
Indice Scio Relacional (12 variveis):
disposio para procurar emprego;
acesso a informaes de emprego;
disposio para sair de casa e freqentar locais de lazer;
manuteno de laos sociais/redes e constituio de laos de solidariedade;
acesso a informao sobre servios pblicos;
aumento da auto-estima;
melhora da relao intradomstica;
empoderamento (entendido como maior capacidade de auto afirmao e de participao comunitria).
Um primeiro resultado evidencia que hdiferenas no valor do ndice para participantes e no participantes das atividades do CRAS, com nvel de significncia de 95% (Coeficiente de Spearman = 0,09; sig = 0,044), apontando para a diferena que a participao no Crasproduz na dimenso scio relacional do pblico beneficirio do Programa Bolsa Famlia.
Participao no Cras e ndice Scio-relacional
O ndice Scio-relacional varia tambm entre aqueles que recebem atualmente o beneficio daqueles que j receberam, mas perderam.
As diferenas so significativas: para os atuais beneficirios, 32% apresentaram um ndice alto, enquanto que para os que perderam o benefcio este percentual foi de apenas 18,3%.
Para o grupo que perdeu beneficio, 59,60% apresentaram ndice baixo, sugerindo maiores dificuldades e limites no que se refere a tais ativos e disposies de natureza scio relacional.
Situao do beneficirio e ndice Scio- relacional
Outro cruzamento busca identificar como a dimenso do tempo de recebimento do beneficio afeta o ndice de resposta. Os resultados apontam que a relao negativa, ou seja, quanto mais tempo recebendo o benefcio, menor o ndice de resposta. Para aqueles com mais de 6 anos de recebimento do beneficio, 43,6% apresentaram um ndice de resposta baixo, enquanto que 27% apresentaram um ndice alto. O ndice se relaciona de maneira mais positiva entre aqueles que tem tempo mdio de recebimento do benefcio, sugerindo que o melhor efeito do Programa pode ser observado no mdio prazo.
Tempo de recebimento do Benefcio e ndice Scio-relacional
Controlando a relao entre tempo de recebimento e resposta ao ndice Scio-relacional pela varivel participa das atividades do Cras, tem-se alteraes nos efeitos do tempo sobre as respostas ao ndice.
Para aqueles que no participam do Cras, o tempo de recebimento influencia mais negativamente o ndice; ou seja, quanto mais tempo como beneficirio, menor a resposta, evidenciando que as pessoas tendem a responder menos s mudanas nos aspectos de natureza scio-relacional quando se encontram h mais tempo como beneficirias.
Tempo de recebimento do beneficio e ndice scio relacional, por participao em atividades do Cras
Participao nas atividades do Cras
Tempo de recebimento do beneficio
ndice Scio relacional Total
Baixo Mdio Alto
N % N % N % N %
Participa do Cras
At 2 anos 10 28,6 14 40,0 11 31,4 35 100
Mais de 2 a 6 anos
13 27,0 16 33,3 19 39,7 48 100
Mais de 6 anos 13 33,3 13 33,3 13 33,3 39 100
No participa do Cras
At 2 anos 52 38,5 45 33,3 38 28,2 135 100
Mais de 2 a 6 anos
43 31,4 56 40,8 38 27,8 137 100
Mais de 6 anos 45 47,9 26 27,6 23 24,5 94 100
Para concluir:A identificacao e mensuracao da vulnerabilidade envolve identificar ativosmateriais e menos tangiveis e tambem aspectos relativos as condicoes daestrutura de oportunidades:
indicadores de necessidades basicas relativas a domicilio e condicoes do territorio;
Indicadores de acesso a politicas publicas e a servicose redes de protecao social;
indicadores de escolaridade, qualificacao profissionale condicoes de saude;
indicadores de renda, trabalho e acesso a protecaocontributiva e nao contributiva;
indicadores relativos a capital social e dimensoes de natureza psicosocial (empowerment, capacidades, agencia)
Indicadores tambem focados no territorio, naperspectiva de uma gestao ativa do mesmo.
Os desafios da mensuracao dos aspectos menos tangiveis
OPHI - Oxford Poverty & Human Development Initiative e as dimenses faltantes da pobreza (dentre elas, a capacidade de viver sem sentir vergonha e bem estar psicologico e subjetivo)
La iniciativa de la OPHI est dirigida a complementar y formar parte de las encuestas internacionales sobre hogar y familia, como laEncuesta de Indicadores Mltiples por Conglomerados (MICS) de UNICEF, la Encuesta de Medicin del Nivel de Vida (LSMS) del Banco Mundial y el Cuestionario sobre Indicadores Bsicos de Bienestar(CIBB), as como la Encuesta sobre Demografa y Salud (EDS) de USAID, todos ellos llevados a cabo en muchos pases en desarrollo y transicin. Pueden obtener ms informacin sobre la iniciativa de laOPHI en el documento adjunto de la OPHI (http://hdr.undp.org/docs/network/hdr_net/2008/OPHIpaper_E-Discussion.doc).
Fonte: http://hdr.undp.org/en/media/Missing_dimensions_summary_ES.pdf
O obvio, esquecido as vezes pelo fetichismo dos indicadores: Indicadores nao sao uteis por si. Servempara refletir a realidade e as mudancas que estaoocorrendo. Instrumento para conhecimento e acao.Nao existe neutralidade e esse fato tem consequenciasdefinitivas na focalizacao e no desenho das estrategiasde intervencao. Indicadores influenciam, legitimampoliticas e a forma como sao utilizados impactamdiretamente na vida das pessoas.
Necessidade de construcao e uso de indicadores quepermitam um planejamento e monitoramentointersetorial das acoes. Sistema de informacao comorecurso que favorece e possibilita a intersetorialidade. Visao compartilhada sobre os problemas e alternativas.
Radical ligacao com o campo das politicas publicas.
Temos dados suficientes, informaes abundantes sobre as mltiplas necessidades dos indivduos, famlias, domiclios, territrios; sobre a oferta de bens e servios e as falhas de cobertura e qualidade das polticas (IBGE; PAD-FJP; IMRS-FJP; IDH-FJP; PED-FJP; dficit habitacional-FJP; IDS SEDESE; etc).
Os indicadores podem favorecer e reconhecimento de critrios polticonormativos para definio das necessidades sociais, o que remete a direitos.
Nesse caso, as definies sobre volume / qualidade da oferta de servios decorre de diagnsticos e so frutos de deciso poltica e programtica e no realizada de forma errtica e altamente dependente das modificaes do entorno ou de interesses particularistas.
Referencias RICHARDSON, Liz; MUMFORD, Katharine. Community, Neighbourhood, and Social
Infrastructure. In: Hills, John et all. (Ed.) Understanding Social Exclusion. Oxford, 2002. Oxford University Press.
SEN, Amartya Social exclusion: concept, application and scrutiny. Social Development Papers, 1. Asian Development Bank, Philippines, june 2000
SEN, Gita. Empowerment as an approach to poverty Working Paper series number 97.07 - December 1997 (background paper to the human development report 1997) mimeo.
RACZYNSKI, Dagmar La crisis de los viejos modelos de proteccin social en America Latina: nuevas alternativas para enfrentar la pobreza In. TOKMAN, V. E. E ODONELL, G (orgs) Pobreza y desigualdad en America Latina: temas y nuevos desafios. Buenos Aires, Ed. Paidos, 1999
MOSER, C. (1998) The asset vulnerability framework: reassessing urban poverty reduction strategies. World Development 26(2), 119. http://www.tessproject.com/products/seminars&training/seminar%20series/Assets_Materials/Reassessing_Urban_Poverty_Reduction_Strategies.pdf
FRANCO, Susana. Different Concepts of Poverty: An Empirical Investigation and Policy Implications. Queen Elizabeth House, University of Oxford. Paper for WIDER Conference on Inequality, Poverty and Human Well-being. Helsinki, 30-31 May 2003
SAITH, Ruhi. Social Exclusion: the concept and application to developing countries. Working paper, 72. Queen Elizabeth House, University of Oxford, 2001
Obrigada!