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Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia Redação 1 AULA 1 “Querer vencer significa ter percorrido metade do caminho da vitória” (Miguel de Cervantes) Texto I Ninguém mais diz “não sei” Não conheço mais ninguém, que diga com ares de autêntica modéstia: "não sei". Todos professam conhecimento sobre tudo, opinam sobre qualquer coisa, exercem uma rede de certezas que me deixas entontecido. Parece que virou crime dizer "não sei". Se o cara fala isso no emprego, logo será encaminhado ao departamento pessoal e fichado no arquivo morto. Se ele diz para a esposa ou namorada, sugere que andou aprontando. Basta chegar em casa tarde da noite e a mínima indefinição transforma-se em suspeita de infidelidade. A regra é falar sem parar, mesmo quando o assunto não começou. Diálogos epilépticos, pulando freneticamente de temas, sem fim possível. Ou é uma época prodigiosa de gênios ou a maioria das pessoas está mentindo. Houve um tempo em que queria ser Napoleão no hospício e Pelé, Martha Rocha, Einstein e Fellini na vida. Hoje o desejo secreto de cada um é ser Google. As conversas giram em torno de referências e não de conteúdos. Encontra-se a informação, mas não se desenvolve o raciocínio para chegar até ela. O mais importante na Matemática é o cálculo, nunca o resultado final. Fica-se atualmente satisfeito com o resultado e se envaidece de dizê-lo com rapidez, na ponta da língua. A velocidade tornou-se o objetivo primordial. A busca se encerra no próprio ato final antes de ter realmente começado. O que adianta uma herança que não é vivida? Com a Internet, Orkut, e céleres estruturas de informação, apesar de tantas virtudes comunicativas e de convivência que geraram, criou-se uma geração de palpiteiros, mais do que formadores de opinião. A vivência foi substituída pela vidência. Pior que enganar os outros é se enganar. Na verdade, dura verdade, a cultura não se adquire sem esforço, inquietações, ensaios e exercícios, vacilos e resistência. A memória não se dá bem com facilidades. A afetividade se desenvolve na dúvida, na absorção madura do raciocínio. Inteligência é também humildade de se calar e de se retirar para estudar mais, ao contrário do que vem sendo alardeado aos quatro cantos do cérebro: de falar a todo momento para mostrar erudição. Ninguém mais leva tema para casa. Até as crianças estão ansiosas demais para escutar histórias e repetem "eu sei" no início delas. Não é um sintoma de pressa essa conversa fiada sem a devida contrapartida da lentidão de ouvir e aprender? A necessidade de aceitação social não estaria matando a honestidade da solidão? Acredito que é o momento de preservar a ignorância, de instaurar uma "Renascença às avessas". Se a Renascença valorizou o homem completo, o Leonardo da Vinci, a multiplicidade dos talentos em um único indivíduo (pintor, inventor, fabulista, cientista, poeta, pensador), deve-se entusiasmar agora o "homem incompleto", insuficiente, que admite desconhecer temas e assuntos para não atrofiar sua curiosidade. Sem curiosidade, não há motivo para estar aqui lendo a SUPER* ou este artigo. Um teólogo das antigas, Nicolau da Cusa (1401-1464), elogiado por Giordano Bruno, escreveu um livro chamado Douta Ignorância, em que recomenda a conscientização do que não se aprendeu para saber mais. Quem não sabe vai atrás. A sinceridade é a melhor forma de não sofrer para depois explicar o que o Google não listou. Viver já é uma pós-graduação e não admite fingimentos porque a vida não dá trégua para a imaginação ou fornece instruções de comissário de bordo. Exige o mais difícil sempre. Antes de um beijo, de um abraço, de uma despedida, não se recebe pausa para pensar o que fazer e escrever rascunhos. Não há tempo para raciocinar nem existe curso preparatório para se viver - vive-se de cara. O filósofo romano E.M. Cioran, por exemplo, autor de Silogismos da Amargura, produziu breves apontamentos e retratos sobre a história das idéias. Ele era um apóstolo do pessimismo, mas alguns de seus textos mostram que pensar além das aparências também serve como bombinha para o pulmão, pois a realidade pode sufocar o talento e a criatividade. (Fabrício Carpinejar.)* Em artigo para a revista SUPER INTERESSANTE, da Editora Abril. REFLEXÃO 1- Você concorda com a premissa do autor? 2- Por que, segundo o texto, o desejo secreto de cada um é ser um “google”? 3- Por que o autor afirma que “a memória não se dá bem com facilidades”. Você compartilha desta opinião? 4- Por que o autor propõe uma “Renascença às avessas”? -------------------------------------------------- AULA 2 “Os que conquistam são os que acreditam que podem conquistar” (Virgílio) Fala e escrita: duas modalidades O texto é um evento sociocomunicativo, que ganha existência dentro de um processo interacional. Todo texto é resultado de uma coprodução entre interlocutores: o que distingue o texto escrito do falado é a forma como tal coprodução se realiza. No texto escrito, a coprodução se resume à consideração daquele para quem se escreve, não havendo participação direta e ativa deste na elaboração lingüística do texto, em função do distanciamento entre escritor e leitor. Nele, o escritor dialoga com determinado (tipo de) leitor, cujas respostas e reações ele prevê. Dessa forma, no caso do texto escrito, ao contrário do que acontece com o texto falado, contexto de produção e contexto de recepção, de maneira geral, não coincidem nem em termos de tempo, nem de espaço, já que escritor e leitor normalmente não se encontram copresentes. Por isso, o produtor do texto tem mais tempo para o planejamento, a execução mais cuidadosa do texto e a revisão.

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Pré-Vestibular Popular da UFF na Engenharia

Redação 1

AULA 1

“Querer vencer significa ter percorrido metade do caminho da vitória” (Miguel de Cervantes)

Texto I Ninguém mais diz “não sei”

Não conheço mais ninguém, que diga com ares de autêntica modéstia: "não sei". Todos professam conhecimento sobre tudo, opinam sobre qualquer coisa, exercem uma rede de certezas que me deixas entontecido. Parece que virou crime dizer "não sei". Se o cara fala isso no emprego, logo será encaminhado ao departamento pessoal e fichado no arquivo morto. Se ele diz para a esposa ou namorada, sugere que andou aprontando. Basta chegar em casa tarde da noite e a mínima indefinição transforma-se em suspeita de infidelidade. A regra é falar sem parar, mesmo quando o assunto não começou. Diálogos epilépticos, pulando freneticamente de temas, sem fim possível. Ou é uma época prodigiosa de gênios ou a maioria das pessoas está mentindo. Houve um tempo em que queria ser Napoleão no hospício e Pelé, Martha Rocha, Einstein e Fellini na vida. Hoje o desejo secreto de cada um é ser Google. As conversas giram em torno de referências e não de conteúdos. Encontra-se a informação, mas não se desenvolve o raciocínio para chegar até ela. O mais importante na Matemática é o cálculo, nunca o resultado final. Fica-se atualmente satisfeito com o resultado e se envaidece de dizê-lo com rapidez, na ponta da língua. A velocidade tornou-se o objetivo primordial. A busca se encerra no próprio ato final antes de ter realmente começado. O que adianta uma herança que não é vivida? Com a Internet, Orkut, e céleres estruturas de informação, apesar de tantas virtudes comunicativas e de convivência que geraram, criou-se uma geração de palpiteiros, mais do que formadores de opinião. A vivência foi substituída pela vidência. Pior que enganar os outros é se enganar. Na verdade, dura verdade, a cultura não se adquire sem esforço, inquietações, ensaios e exercícios, vacilos e resistência. A memória não se dá bem com facilidades. A afetividade se desenvolve na dúvida, na absorção madura do raciocínio. Inteligência é também humildade de se calar e de se retirar para estudar mais, ao contrário do que vem sendo alardeado aos quatro cantos do cérebro: de falar a todo momento para mostrar erudição. Ninguém mais leva tema para casa. Até as crianças estão ansiosas demais para escutar histórias e repetem "eu sei" no início delas. Não é um sintoma de pressa essa conversa fiada sem a devida contrapartida da lentidão de ouvir e aprender? A necessidade de aceitação social não estaria matando a honestidade da solidão? Acredito que é o momento de preservar a ignorância, de instaurar uma "Renascença às avessas". Se a Renascença valorizou o homem completo, o Leonardo da Vinci, a multiplicidade dos talentos em um único indivíduo (pintor, inventor, fabulista, cientista, poeta, pensador), deve-se entusiasmar agora o "homem incompleto", insuficiente, que admite desconhecer temas e assuntos para não atrofiar sua curiosidade. Sem curiosidade, não há motivo para estar aqui lendo a SUPER* ou este artigo. Um teólogo das antigas, Nicolau da Cusa (1401-1464), elogiado por Giordano Bruno, escreveu um livro chamado Douta Ignorância, em que recomenda a conscientização

do que não se aprendeu para saber mais. Quem não sabe vai atrás. A sinceridade é a melhor forma de não sofrer para depois explicar o que o Google não listou. Viver já é uma pós-graduação e não admite fingimentos porque a vida não dá trégua para a imaginação ou fornece instruções de comissário de bordo. Exige o mais difícil sempre. Antes de um beijo, de um abraço, de uma despedida, não se recebe pausa para pensar o que fazer e escrever rascunhos. Não há tempo para raciocinar nem existe curso preparatório para se viver - vive-se de cara. O filósofo romano E.M. Cioran, por exemplo, autor de Silogismos da Amargura, produziu breves apontamentos e retratos sobre a história das idéias. Ele era um apóstolo do pessimismo, mas alguns de seus textos mostram que pensar além das aparências também serve como bombinha para o pulmão, pois a realidade pode sufocar o talento e a criatividade.

(Fabrício Carpinejar.)* Em artigo para a revista SUPER INTERESSANTE, da Editora Abril.

REFLEXÃO

1- Você concorda com a premissa do autor? 2- Por que, segundo o texto, o desejo secreto de

cada um é ser um “google”? 3- Por que o autor afirma que “a memória não se dá

bem com facilidades”. Você compartilha desta opinião?

4- Por que o autor propõe uma “Renascença às avessas”?

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AULA 2

“Os que conquistam são os que acreditam que podem conquistar” (Virgílio)

Fala e escrita: duas modalidades

O texto é um evento sociocomunicativo, que ganha existência dentro de um processo interacional. Todo texto é resultado de uma coprodução entre interlocutores: o que distingue o texto escrito do falado é a forma como tal coprodução se realiza.

No texto escrito, a coprodução se resume à consideração daquele para quem se escreve, não havendo participação direta e ativa deste na elaboração lingüística do texto, em função do distanciamento entre escritor e leitor. Nele, o escritor dialoga com determinado (tipo de) leitor, cujas respostas e reações ele prevê.

Dessa forma, no caso do texto escrito, ao contrário do que acontece com o texto falado, contexto de produção e contexto de recepção, de maneira geral, não coincidem nem em termos de tempo, nem de espaço, já que escritor e leitor normalmente não se encontram copresentes. Por isso, o produtor do texto tem mais tempo para o planejamento, a execução mais cuidadosa do texto e a revisão.

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Redação 2

O texto falado , por sua vez, emerge no próprio momento de interação. Como se costuma dizer, ele é seu próprio rascunho. Por estarem os interlocutores copresentes, ocorre uma interlocução ativa, que implica um processo de coautoria, refletido na materialidade lingüística por marcas da produção verbal conjunta. Por isso, a linguagem falada difere em muitos pontos da escrita: a) pelo próprio fato de ser falada; b) devido às incertezas de sua formulação.

Fala e escrita são, portanto, duas modalidades da língua. Assim, embora se utilizem do mesmo sistema lingüístico, cada uma delas possui características próprias. Ou seja, a escrita não constitui mera transcrição da fala, como muitas vezes se pensa.

AULA 3

“Se duvidas de ti mesmo, estás vencido de antemão”

CONHECIMENTO COMPARTILHADO

Como cada um de nós vai armazenando os conhecimentos na memória a partir de suas experiências pessoais, é impossível que duas pessoas partilhem exatamente o mesmo conhecimento de mundo. É preciso, no entanto, que produtor e receptor de um texto possuam, ao menos, uma boa parcela de conhecimentos comuns. Quanto maior for essa parcela, menor será a necessidade de explicitude do texto , pois o receptor será capaz de suprir as lacunas através de inferências.

INFERÊNCIAS

Inferência é a operação pela qual utilizando seu conhecimento de mundo, o leitor de um texto estabelece uma relação não explícita entre dois elementos (normalmente frases ou trechos). Todo texto assemelha-se a um icerberg-o que fica à tona, isto é, explicitado no texto, é apenas uma pequena parte daquilo que fica submerso, ou seja, implicitado ou implícito. Quanto maior o grau de familiaridade ou intimidade entre os interlocutores, menor a quantidade de informações explícitas, principalmente no caso dos diálogos.

AULA 4

“Obstáculo é tudo que vimos quando desviamos os olhos do alvo”

COESÃO E COERÊNCIA

Na construção de um texto, assim como na fala, usamos mecanismos para garantir ao interlocutor a compreensão do que se lê / diz.

Esses mecanismos lingüísticos que estabelecem a conectividade e a retomada do que foi escrito / dito são os referentes textuais e buscam garantir a coesão textual para que haja coerência, não só entre os elementos que

compõem a oração, como também entre a seqüência de orações dentro do texto.

Essa coesão também pode muitas vezes se dar de modo implícito, baseado em conhecimentos anteriores que os participantes do processo têm com o tema. Por exemplo, o uso de uma determinada sigla, que para o público a quem se dirige deveria ser de conhecimento geral, evita que se lance mão de repetições inúteis.

Numa linguagem figurada, a coesão é uma linha imaginária - composta de termos e expressões - que une os diversos elementos do texto e busca estabelecer relações de sentido entre eles.

Dessa forma, com o emprego de diferentes procedimentos, sejam lexicais (repetição, substituição, associação), sejam gramaticais (emprego de pronomes, conjunções, numerais, elipses), constroem-se frases, orações, períodos, que irão apresentar o contexto – decorre daí a coerência textual.

Um texto incoerente é o que carece de sentido ou o apresenta de forma contraditória. Muitas vezes essa incoerência é resultado do mau uso daqueles elementos de coesão textual. Na organização de períodos e de parágrafos, um erro no emprego dos mecanismos gramaticais e lexicais prejudica o entendimento do texto. Construído com os elementos corretos, confere-se a ele uma unidade formal.

Nas palavras do mestre Evanildo Bechara (1), “o enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.

Desta lição, extrai-se que não se deve escrever frases ou textos desconexos – é imprescindível que haja uma unidade, ou seja, que essas frases estejam coesas e coerentes formando o texto.

Além disso, relembre-se que, por coesão, entende-se ligação, relação, nexo entre os elementos que compõem a estrutura textual.

Referenciação: uma atividade discursiva, é uma estratégia de coesão.

A atividade de escrita pressupõe em seu desenvolvimento que se faça constantemente referência a algo, alguém, fatos, eventos e sentimentos; manter em foco os referentes introduzidos por meio de uma retomada. Isso tudo são estratégias por meio das quais são constituídos objetos de discurso.

O processo que diz respeito às diversas formas de introdução, no texto, de novas entidades ou referentes é chamado de referenciação e os elementos que possuem essa propriedade:dêixis.

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Redação 3

Dêixis, portanto, são elementos lingüísticos que têm a propriedade de fazer referência ao contexto situacional ou ao próprio discurso. Exercem, por excelência, essa função de progressão textual, dada sua característica: são elementos que não significam, apenas indicam, remetem aos componentes da situação comunicativa. Daí a importância do contexto e do conhecimento compartilhado para que esses elementos possam estabelecer a coesão referencial. Subdividem-se em coesão exofórica e coesão endofórica.

Coesão Exofórica: tais elementos remetem para exterioridade, à medida que seus elementos referenciados não são apreendidos apenas pelo sentido que essas formas lingüísticas possuem. A modificação de situação acarreta a mudança da referência.

Coesão endofórica ou co-referência: consiste na identificação entre fragmentos textuais, do ponto de vista referencial.

A referência pode ser: pessoal, demonstrativa e comparativa. A primeira, feita por meio de pronomes pessoais e possessivos.

Ex.: Renato e Rafael são excelentes amigos. Eles se conheceram na escola. (Referência pessoal anafórica);

A Segunda, demonstrativa – realizada por meio de advérbios de lugar e pronomes demonstrativos.

Ex.: Realizara todos os seus sonhos, menos este: o de entrar para Academia. (Referência demonstrativa catafórica);

Já a Comparativa é efetuada por via indireta, por meio de identidades e similaridades.

Ex.: É um exercício diferente do de ontem. (Referência comparativa endofórica).

Segundo Harweg (apud, KOCH,1996:23), “texto é uma sucessão de unidades lingüísticas constituídas por uma cadeia pronominal ininterrupta”. Para ele, toda retomada de referentes textuais é feita por pronomes. Cabe salientar, que o conceito de pronome postulado por ele é bem amplo, ou seja, é toda expressão lingüística que retoma um mesmo referente.

3.1- Texto l

VAGUIDÃO ESPECÍFICA

“As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica.” -Richard Gehman-

- Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.

- Junto com as outras?

Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer qualquer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.

Sim, senhora. Olha, o homem está aí.

Aquele de quando choveu?

Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.

Que é que você disse a ele?

Eu disse pra ele continuar.

Ele já começou?

Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse.

É bom?

Mais ou menos. O outro parecia mais capaz.

Você trouxe tudo para cima?

Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou para deixar até a véspera.

Mas traga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo. È melhor senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite.

Está bem, vou ver como...

(FERNANDES, Millôr. Trinta anos de mim mesmo. 3 ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1974.)

O diálogo apresenta vários elementos de referenciação. No entanto, o leitor por não compartilhar do contexto situacional, não compreende o diálogo estabelecido, diferentemente, das duas mulheres, que estão totalmente integradas, compartilhando uma série de informações que não temos.

AULA 5

“Não importa o tamanho da montanha, ela não pode tapar o sol”( provérbio chinês)

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Redação 4

EXERCÍCIOS SOBRE COESÃO DO TEXTO ESCRITO

1. Leia o trecho retirado de uma reportagem da Revista VEJA (22.03.06) e verifique sua coesão, buscando os referentes dos anafóricos.

Há um fenômeno musical em curso nas escolas brasileiras: as crianças estão aprendendo versões adaptadas das velhas cantigas de roda. O que chama atenção nessas músicas são as letras politicamente corretas, nas quais personagens do folclore nacional deixam de ser assustadores, animais não reverenciados e o desfecho das histórias cantadas é invariavelmente feliz. Um exemplo: o tradicional Atirei o Pau no Gato passou por uma metamorfose que o transformou em Não Atire o Pau no Gato. A idéia central da nova versão está sintetizada na última frase da cantiga – “Não devemos maltratar os animais”.

2. Leia o texto A calça LEE e responda ao que se pede:

A calça LEE

A calça Lee, após ter sido símbolo da contracultura, virou objeto do consumismo. Isso acontece não só entre os adolescentes, mas também no meio adulto e até na classe privilegiada afeita às injunções da moda segundo parâmetros altamente burgueses. Sua empatia liga-se ao advento de um mundo novo. Com efeito, nos primeiros tempos, ela exerceu realmente uma uniformização entre a classe média e a classe proletária, pelo menos entre os jovens. Para eles – espectadores infelizmente de um mundo competitivo que não haviam criado e nem desejavam – a unidade de vestir representava, até certo ponto, o início do futuro menos aflitivo e mais coerente com o viver natural. Hoje, porém, a calça Lee virou sistema: tem marketing exuberante, integra vestuários sofisticados, compõe bem com ambientes chiques e, por conseqüência, dispõe de um público fielmente consumista – exatamente o oposto dos ideais de liberdade que empolgaram o passado. A calça Lee já não é mais uma roupinha despretensiosa. Conta-se até que flagraram, por diversas vezes, um desses estilistas prestimosos da moda passando o seguinte conselho: quando percebeu que uma cliente hesitava na escolha de um vestido para uma ocasião especial, sugeriu que ela usasse uma blusa finíssima com calça Lee, sem qualquer adorno. Na atualidade, os moços, mais equilibrados entre a brutalidade do mundo real de um lado e o idealismo do outro, certamente já não vibram, de maneira consciente, com aqueles velhos tempos de fantasia ingênua que os fatos acabaram descartando.

a) Do que trata o texto?

b) Qual o nível de linguagem predominante?

c) Qual o referente de ela que está marcado?

d) Procure um outro ela no texto que não possua o mesmo referente. Indique-o.

e) Retire do texto um articulador de temporalidade e um de oposição.

f) Qual a relação de sentido introduzida pela expressão “até que” ?

g) Reconstrua o trecho: “Conta-se até que flagraram, por diversas vezes, um desses estilistas prestimosos da moda...” trocando o articulador por outro de igual sentido.

h) “Mas” (linha 02) é um articulador ou um anafórico? Justifique.

i) “Isso ” (linha 02) refere-se a quê?

3. Leia o fragmento retirado da revista VEJA (26.04.06) e responda ao se pede

Um aborrecimento causado pelo home theater é o emaranhado de fios conectados. Uma nova tecnologia, batizada de HDMI (sigla em inglês para Hight-Definition Multimedia Interface), é a solução. Esse tipo de conector substitui os cabos de áudio e vídeo convencionais, juntando-os em um só e acabando com a bagunça dos fios. Não se trata apenas de um cabo, mas de um novo padrão de transmissão de dados. Também não é possível comprá-lo como acessório. Ele vem de fábrica nos aparelhos.

O que encanta os fãs do cinema em casa na tecnologia HDMI é a qualidade de imagem e som que ela proporciona. Para enviar as imagens por cabos convencionais, o aparelho de DVD precisa converter o sinal para o formato analógico. Isso provoca perda de qualidade, agravada quando o aparelho de TV é de plasma ou LCD. Nesse caso, o televisor é obrigado a converter o sinal novamente para o sistema digital.

a) Qual a idéia central do texto?

b) A que se refere o pronome “Esse” (linha 03)?

c) Reescreva a frase: “Esse tipo de conector...” substituindo o anafórico “esse” por outro de igual valor.

d) Que idéia complementa a conjunção ”mas” (linha 05)?

e) Do mesmo modo, substitua o articulador “mas” na frase: “___de um novo padrão...”

f) Qual é a relação de sentido introduzida pela expressão “Também não é” (linha 06)?

g) Como substituir o anafórico “Ele” (linha 06) por outro de mesma valia?

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h) Destaque os anafóricos que se referem ao HDMI.

i) Liste cinco articuladores presentes no texto e classifique-os.

AULA 6

“Não podemos eliminar nossos defeitos. Mas podemos discipliná-los e restringi-los a tal ponto que acabarão por desaparecer”( J. Paul Schmitt)

EXERCÍCIOS SOBRE COERÊNCIA:

4. Leia as frases abaixo e identifique os problemas de construção, relacionando-os com os itens a seguir:

a) O trânsito apresenta inúmeros acidentes graves. É preciso saber-se suas causas para descobrirmos as possíveis soluções.

b) Pelé foi o melhor jogador de futebol que o mundo já viu. Maradona também foi o melhor.

c) Quando fazia chuva nas minhas férias, eu pensava que até é bom para descansar.

d) O progresso tecnológico avança a cada dia. A internet é o carro-chefe de todo esse avanço. Hoje, poucas pessoas ainda usam tevê sem controle remoto. As pessoas estão cada vez mais comodistas.

( ) há contradição de idéias;

( ) há contradição no uso da pessoa do discurso;

( ) faltou relação do tópico frasal com a conclusão;

( ) há contradição no uso do tempo verbal.

5. Agora relacione os exemplos a,b,c,d com as seguintes meta-regras:

a) Meta-regra da não-contradição: exemplo (s) ___, ____, ____ ,______

b) Meta-regra da relação: exemplo (s) __, ____, ____, ____

Com base no texto a seguir, responda às questões objetivas .

PEGA NA MENTIRA

Enganar e dissimular são atitudes muito mais comuns do que gostamos de admitir. Sim, a verdade é que mentimos. Saiba por que (e como) esse hábito pode se tornar uma compulsão capaz de prejudicar a nossa vida.

Basta dar uma espiada no noticiário da televisão para ter aquela incômoda sensação de que estamos sendo enganados. Como os políticos podem mentir tanto e com tamanha desfaçatez? Qual deles está contando algo próximo da verdade, o que acusa o colega de corrupção ou aquele que jura de pés juntos que nunca teve uma conta bancária num paraíso fiscal? Mas, entre os pontos positivos nesse diz-que-diz de pura embromação, no teatro das CPIs a peça que está em cartaz diz muito sobre o comportamento humano e confirma algo que os psicólogos já sabem, mas não se cansam de estudar: nós todos (e não apenas os políticos) somos mentirosos por natureza.

"A enganação está em todo lugar porque ela oferece vantagens àqueles que sabem utilizá-la", acredita o psicólogo David Smith, da Universidade de New England, nos Estados Unidos, e autor do livro Why We Lie (Por Que Mentimos), que será lançado no Brasil até o final deste ano. "A mentira pode ser encontrada em qualquer lugar onde existam conflitos de interesse e seja vantajoso manipular os outros", diz, com franqueza.

Mentir, portanto, é perfeitamente natural. Parece uma visão cínica do problema, mas a própria natureza se encarrega de confirmar isso. São inúmeros os casos de animais e plantas que dissimulam para conseguir alimento ou se livrar dos predadores. O exemplo mais conhecido é o do camaleão, cuja pele tem a valiosa capacidade de se confundir com o ambiente para enganar os seus algozes. Entre os seres humanos, claro, é tudo mais complexo. É bem verdade que usamos perfume para disfarçar o odor e as mulheres passam batom para parecer mais desejáveis. Mas também lançamos mão da linguagem, em palavras ou gestos, para enganar. "Existem dois motivos principais. Nós mentimos para parecer melhores do que realmente somos e também para evitar uma punição ou uma crítica", afirma o psicólogo americano Jerald Jellison, da Universidade do Sul da Califórnia. A maioria dessas mentiras são coisas pequenas, como abrir aquele sorriso quando vê alguém de quem, na verdade, nem gosta. Ou mandar dizer que não está em casa quando toca o telefone. O grande problema é quando a mentira mergulha na má-fé.

6. No trecho “A enganação está em todo lugar porque ela oferece vantagens...”, as palavras PORQUE e ELA, são, respectivamente:

a) Um anafórico de explicação e um articulador cujo referente é “vantagens”.

b) Um articulador de conclusão e um anafórico cujo referente é “enganação”.

c) Um articulador de explicação e um anafórico cujo referente é “enganação”.

d) Um anafórico cujo referente é “enganação” e um articulador de explicação.

e) Um articulador de finalidade e um anafórico cujo referente é “vantagens”.

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7. O articulador PORTANTO, em “Mentir, portanto, é perfeitamente natural.”, poderia ser substituído, sem alteração de sentido, por:

a) LOGO ou TAMBÉM

b) ENTÃO ou ENTRETANTO

c) ENTRETANTO ou NO ENTANTO

d) LOGO ou ASSIM

e) Nenhuma das alternativas está correta.

As expressões CUJA e MAS TAMBÉM, nos trechos “O exemplo mais conhecido é o do camaleão, cuja pele tem a valiosa capacidade de se confundir com o ambiente...” e “É bem verdade que usamos perfume para disfarçar o odor e as mulheres passam batom para parecer mais desejáveis. Mas também lançamos mão da linguagem, em palavras ou gestos, para enganar.”, são, respectivamente:

a) Um anafórico cujo referente é “exemplo” e um articulador de adição.

b) Um anafórico cujo referente é “camaleão” e um articulador de concessão.

c) Um articulador de adição e um anafórico cujo referente é “camaleão”.

d) Um articulador de conformidade e um anafórico cujo referente é “exemplo”.

e) Um anafórico cujo referente é “camaleão” e um articulador de adição.

9. Analisando a relação entre os anafóricos e os referentes relacionados abaixo, verifique qual das alternativas está incorreta:

a)“esse hábito” – referente: “enganar e dissimular”. (primeiro parágrafo)

b)“deles” – referente: “os políticos”. (segundo parágrafo)

c)“mentira”– referente: “enganação”. (terceiro parágrafo)

d)“utilizá-la”–referente: “enganação”. (terceiro parágrafo)

e)“onde” – referente “Universidade de New England”. (terceiro parágrafo)

AULA 7

“ Para mim, o sábio não é aquele que proclama palavras de sabedoria, mas sim aquele que demonstra sabedoria em seus atos” (São Gregório)

MODOS DE ORGANIZAÇÃO DO DISCURSO OU TIPOS TEXTUAIS

1- DESCRIÇÃO:tem por objetivo oferecerão leitor/ouvinte a oportunidade de visualizar o cenário em que uma ação se desenvolve e os personagens que dela participam. Consiste na enumeraração das características próprias dos lugares, pessoas, coisas, costumes; envolve a imobilidade do objeto descrito fora de qualquer dimensão temporal.

Exemplo:

O quarto em que durmo é o maior do apartamento em que moro. Ele tem uma janela de alumínio grande que ocupa quase toda a parede. Essa janela me permite saber a precisão do amanhecer, já que os raios solares logo que surgem, iluminam todo o quarto. A cortina amarela não consegue impedir esse acontecimento, apesar disso, como o apartamento fica próximo à baía de Guanabara, é bem ventilado.

Eu gosto do lugar onde durmo. Também gosto das pessoas que o dividem comigo. São duas meninas fantásticas: uma faz Ciências Sociais, é sensível, ingênua e muito sonhadora. Já a outra, é mestre em Ciências Biológicas, é cética, introspectiva, mas assim como eu, adora filmes e é dona de uma estante repleta de DVD’s. Ambas são altamente inteligentes, gentis e educadas.

2- NARRAÇÂO: consiste em um relato de acontecimentos ou fatos, reais ou imaginários, envolvendo ação e movimento, no transcorrer do tempo. Há personagens, problema e solução.

Exemplo:

O relógio despertou. Eram 5 da manhã. Levantei-me e olhei pela janela, vi que os primeiros raios de sol apareciam, timidamente. Tomei banho, coloquei um vestido azul bem confortável, pois o dia seria longo.

Por volta das 05h45min sai para o trabalho. Cumprimentei o porteiro que estava muito sonolento. Pensei em ir de ônibus até ao terminal rodoviário, mas hesitei devido ao grande número de assaltos que estava ocorrendo naquela linha de ônibus.

Resolvi ir caminhando, ao virar a esquina da minha rua, vi um rapaz muito bem vestido e bonito que vinha em minha direção. Pensei:

- como comecei bem o dia! - Neste mesmo instante percebi que vinha outro rapaz, não menos bonito, do outro lado da rua.

Numa fração de tempo, como se eu tivesse dormido e acordado, repentinamente, vi os dois rapazes na minha

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frente. O mais bonito apontando uma arma para meu abdômen e outro pedindo meu dinheiro e celular. Entreguei tudo o que havia pedido. Mesmo diante daquela situação, tive coragem para fazer um pedido ao assaltante:

- Por favor, você pode me dá o chip do celular?

Ele respondeu, calmamente:

- Claro moça – Retirou-o delicadamente e me entregou.

O outro rapaz, que estava armado, disse;

- Segue em frente e não olhe para trás.

Sentei no meio fio e esperei. Retornei a casa e naquele dia não fui trabalhar.

3- INJUNÇÃO: tem o objetivo de indicar como fazer ou realizar uma ação . As receitas, os manuais, as regras de jogo são exemplos de texto injuntivo.

Exemplo:

Bolo gelado

Ingredientes

•4 ovos

•2 xícaras de açúcar

•3 xícaras de farinha de trigo

•1 copo de suco de laranja ( 250ml)

•1 colher de sopa de fermento em pó

Para a cobertura:

•1 garrafa pequena de leite de coco

•1 garrafa de leite ( utilize a mesma garrafa do leite de coco como medida)

•1 lata de leite condensado

•1 pacote de coco ralado sem açúcar

Aula 8

“Temos o destino que merecemos. O nosso destino está de acordo com nossos méritos”( A. Einstein)

4- DIÁLOGO: consiste no intercâmbio verbal entre duas ou mais pessoas po personagens e tem como objetivo a troca de ideias e de informações sobre determinado assunto.

Exemplo:

Brasil de Fato - Qual a importância da Assembléia Guarani?

Bartolomeu Meliá - O que tem de mais importante nessa reunião é que para muitos indígenas é a primeira vez que escutam o discurso na língua do outro. É uma ocasião para se encontrarem e verem que os problemas são comuns.

BF - O povo guarani que participa da Assembléia Continental é descendente de Sepé Tiaraju?

Meliá - Os descendentes de Sepé se misturaram com a população gaúcha primitiva. Os povos das missões eram guarani, mas sempre houve grupos que ficaram fora dela, na selva, durante todo o tempo colonial e da independência. E agora, neste momento de crise, eles reaparecem porque não há mais selva e eles têm que enfrentar essa situação onde o seu modo de vida praticamente está sendo impossível. São um povo não apenas resistente, mas persistente.

BF - Como percebe o diálogo dos guarani com as outras culturas?

Meliá - Eles são muito mais abertos do que nós para aprender as coisas dos outros. O diálogo intercultural não somos nós que fazemos, são eles. Quantos de nós falamos guarani? E quantos deles sabem português? A maioria.

BF - Como era a relação dos guarani com as missões?

Meliá - Eles eram cristãos fazia 150 anos, mas, de certo modo, recriaram uma cultura que continuava sendo guarani, embora não fosse a religião guarani tradicional. Sepé parecia estar muito satisfeito com a Igreja nas cartas que enviou ao rei da Espanha. Eles tiveram gráfica, que demorou mais cem anos para existir em Buenos Aires e 150 anos no Brasil. Publicavam os próprios livros em guarani. Eles faziam sinos de bronze, instrumentos musicais. (Priscila D. Carvalho e Coletivo Catarse)

5-EXPOSIÇÃO: tem a finalidade de apresentar informações sobre assuntos, de forma isenta, impessoal; consiste na apresentação de ideias, analisa, informa situa-se no conhecer, abstraindo-se das marcas de tempo e de espaço. Uma explicação de um livro didático, um artigo de uma revista científica, um editorial de jornal se constroem com base em sequências expositivas.

Veja um exemplo de texto expositivo:

O telefone celular

A história do celular é recente, mas remonta ao passado –– e às telas de cinema. A mãe do telefone móvel é a austríaca Hedwig Kiesler (mais conhecida pelo nome artístico Hedy Lamaar), uma atriz de Hollywood que estrelou o clássico Sansão e Dalila (1949).

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Redação 8

Hedy tinha tudo para virar celebridade, mas pela inteligência. Ela foi casada com um austríaco nazista fabricante de armas. O que sobrou de uma relação desgastante foi o interesse pela tecnologia. Já nos Estados Unidos, durante a Segunda Guerra Mundial, ela soube que alguns torpedos teleguiados da Marinha haviam sido interceptados por inimigos. Ela ficou intrigada com isso, e teve a idéia: um sistema no qual duas pessoas podiam se comunicar mudando o canal, para que a conversa não fosse interrompida. Era a base dos celulares, patenteada em 1940.

6-ARGUMENTAÇÃO: busca convencer, influenciar, persuadir alguém; defende um ponto de vista sobre determinado tema. Consiste no emprego de provas, justificativas, a fim de apoiar ou recharçar uma opinião ou uma tese; é um raciocínio destinado a provar ou a refutar uma dada proposição; nela predominam sequências constrativas. As sequências argumentativas têm como objetivo apresentar hipóteses com bases em argumentos, estabelecer relações lógicas entre os argumentos e contra argumentos, exemplificar e encaminhar conclusões.

Aula 9

“Comece fazendo o que é necessário, depois o que é possível e de repente você estará fazendo o impossível”( São Francisco de Assis)

ASSUNTO /TEMA

Ambos os conceitos ser referem à matéria ou objeto de que se trata;no entanto estão separados pela amplitude do recorte que desenvolvem;são freqüentemente imbricados quer por comprometimento reflexivo, quer por discussão incompleta dos limites que os definem.

Os dicionários de língua, em geral, registram as seguintes definições de assunto e tema:

Assunto- (do latim assumptu)- 1- proposição que vai ser demonstrada, assunto; aquilo sobre o que se conversa ou discorre, tema, objeto.

Tema-( do grego Théma)-1- proposição que vai ser demonstrada, assunto; aquilo sobre o que se conversa ou discorre; assunto.

O que se pode observar com essas definições? O que se observa é que para definir um termo o dicionário usa o outro e vice-versa. No entanto não se pode fazer confusão, o assunto é mais amplo enquanto que o tema é um parte desse assunto. O tema dialoga com o assunto. Mas quando esse diálogo não respeita as fronteiras tênues, ocorre a fuga ao tema, motivo de zero em diversas redações. Por isso é muito importante saber fazer essa distinção.

Para tanto, vamos a prática?

Exercícios:

1) Dados os temas apresente assuntos possíveis:

a) O poder transformador da leitura. b) Violência: um retrato da atualidade. c) A partir do beijo na boca. d) O homem- maior predador da espécie. e) A irracionalidade humana.

Obs.: Você vai notar que alguns assuntos podem, muitas vezes, serem dados como tema e vice-versa. Quanto mais restrito for, mais tema a proposição será. Por exemplo.: Se você tem como assunto comportamento humano, você pode ter um tema tribos urbanas; mas eu posso ter também, nesse caso, como assunto, tribos urbanas, o que me permite tirar um tema como a ação dos pitboys nas grandes cidades.

AULA 10

“Não podemos descobrir novos oceanos, enquanto não tivermos coragem de perder de vista a terra firme”

TEMA/ TÍTULO

Não é raro, tema e título são empregados como sinônimos, no entanto são elementos bem diferenciados. O primeiro é uma afirmação sobre determinado assunto, em que se deixa claro uma tomada de posição que será confirmada, ou não no decorrer do texto. Já o segundo, caracteriza-se por ser mais curta que o tema, normalmente, vem sem verbo, sem aspas e jamais deve ser precedido pelo termo”título”.

Assim como o assunto pode abrir-se num leque de temas, os títulos podem contar com um amplo elenco de possibilidades, de onde não se austera as possibilidades, de que não se ausenta a criatividade.

Obs.: Quando o título é “cobrado” no enunciado da questão, a sua ausência é penalizada na avaliação redacional.

Exercícios

1- A partir dos assuntos, extraia temas e dos temas títulos .

a) Comportamento humano b) Lazer c) Crime d) Relacionamento humano e) Educação

1) Torne aceitáveis as seguintes afirmações:

a) O amor prejudica a existência humana._________________________________.

b) A televisão é nociva à formação da criança._________________________________.

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Redação 9

2) A partir da frase detectada na esquerda, redija uma sentença a ela relacionada por meio do elemento coesivo indicado e complete:

I) Estamos em prova. Por essa razão, ________________________________________.

II) Estamos em prova. Felizmente, ________________________________________.

III) Estamos em prova. Assim sendo, ________________________________________.

IV) Estamos em prova. Por outro lado, ________________________________________.

V) Estamos em prova. Melhor dizendo, ________________________________________.

VI) Estamos em prova. Afinal, ________________________________________.

VII) Estamos em prova. Apesar disso, ________________________________________.

VIII) Estamos em prova. Em contrapartida, ________________________________________.

IX) Estamos em prova. Desse modo, ________________________________________.

X) Estamos em prova. Some-se a isso, ________________________________________.

XI) Estamos em prova. Por conseguinte, ________________________________________.

XII) Estamos em prova. Por isso,____________________________________.

AULA 11

“Sábio é aquele que conhece os limites da própria ignorância.” ( Sócrates)

TESE E ARGUMENTO

TESE provém do grego “thésis”, que entrou na língua pelo latim these, significando Colocação, Proposição: proposição exposta para, em caso de impugnação, ser defendida.

Tese, portanto, é a ideia que se defende, sendo necessariamente polêmica, pois a sua sustentação decorre da divergência de opinião. Tese, por conseguinte, é uma opinião a comprovar.

Tese se sustenta por argumento(s).

ARGUMENTO é a razão , raciocínio que conduz à indução ou à dedução de algo. Prova que afirma ou nega um fato. É o recurso empregado para convencer alguém de algo.

Métodos Indutivo e Dedutivo

Dedutivo: Parte de uma verdade geral para afirmações particulares. A verdade da conclusão baseia-se nas premissas: se as premissas forem verdadeiras, a conclusão é verdadeira;

Indutivo: Parte de casos particulares para concluir uma verdade geral;

Raciocínio Dedutivo

Parte de uma lei universal e a aplica a casos particulares:

Todos os homens são falíveis

Einstein é um homem

Logo, Einstein é falível

Raciocínio Indutivo

É o método mais utilizado pela ciência: parte de informações particulares e busca uma lei geral, universal:

O ferro conduz eletricidade

O ouro conduz eletricidade

O cobre conduz eletricidade

Logo, todos os metais conduzem eletricidade.

Funções da Dedução e da Indução

Na dedução, a conclusão apenas explicita ou reformula o que já havia sido dito pelas premissas;

O raciocínio dedutivo objetiva tornar explícito o conteúdo das premissas;

Na indução, a conclusão enuncia algo que supera a informação contida na premissa;

O raciocínio indutivo objetiva ampliar nossos conhecimentos;

AULA 12

“"O esforço chama sempre pelos melhores." (Sêneca)

SILOGISMO

É a expressão formal do método dedutivo. É uma argumentação na qual, de um antecedente que une dois

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Redação 10

termos a um terceiro, infere-se um conseqüente que une esses dois termos entre si.

Das três proposições que constituem o silogism o, as duas primeiras chamam-se premissas, e a última, conclusão. A primeira premissa diz-se maior; a segunda, menor.No entento, entre ambas deve haver uma ideia ou um termo comum.

O silogismo pode ser válido, quanto aos seus aspectos formais, e verdadeiro, quanto à matéria. E, se a premissa maior for falsa, a conclusão será falsa, não importa o que seja a menor.

CONVENCER E PERSUADIR

texto filosófico bem escrito estes dois aspectos, convencer(argumentação direta) e persuadir (argumentação indireta), aparecem, na maioria das vezes,estreitamente relacionados. Distinguem-se pelo facto de aquele que procura convencer se dirigir a todos (universalidade), enquanto aquele que procura persuadir se dirige à emoção, aos sentimentos, isto é, a cada leitor como a um leitor

particular. Os argumentos de persuasão têm origem no facto de a tese ou a determinação da conduta que defendemos não se impor através de um raciocínio dedutivo e necessário

FALÁCIA

Uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na capacidade de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso. Reconhecer as falácias é por vezes difícil. Os argumentos falaciosos podem ter validade emocional, íntima, psicológica ou emotiva, mas não validade lógica.

A argumentação é um recurso que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o comportamento alterado

Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós.

No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas que apresentaremos, com o propósito de defender nossa idéia e convencer o leitor de que essa é a correta.

Falácia das várias perguntas – muito utilizada pelos advogados em ocasiões oficiais, ao fazer uma pergunta que na verdade é múltipla, ou seja, uma pergunta que vale por duas ou mais perguntas, a qual não caberia como resposta um sim ou um não. Um exemplo clássico desse tipo de pergunta: “Já parou de bater em seu filho?” – que na verdade se desdobra: “Alguma vez já bateu em seu filho?” e “bate hoje em dia?”

Falácia da inversão dos quantificadores – Um exemplo desse tipo de falácia seria a seguinte afirmação: “Todas as pessoas tem uma mãe, então, há alguém que é mãe de todas as pessoas”.

Há diferentes tipos de argumentos, a escolha certa consolida o texto.

AULA 13

“A humildade é a base e o fundamento de todas as virtudes e sem ela não há nenhuma que o seja.”(Miguel Cervantes)

TIPOS DE ARGUMENTO

ARGUMENTAÇÃO POR CITAÇÃO

Sempre que queremos defender uma idéia, procuramos pessoas ‘consagradas’, que pensam como nós acerca do tema em evidência

Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma informação extraída de outra fonte.

A citação pode ser apresentada assim: Assim parece ser porque, para Piaget, “toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras” (Piaget, 1994, p.11). A essência da moral é o respeito às regras. A capacidade intelectual de compreender que a regra expressa uma racionalidade em si mesma equilibrada.

O trecho citado deve estar de acordo com as idéias do texto, assim tal estratégia poderá funcionar bem.

ARGUMENTAÇÃO POR COMPROVAÇÃO

A sustentação da argumentação se dará a partir das informações apresentadas (dados, estatísticas, percentuais) que o acompanham.

Esse recurso é explorado quando o objetivo é contestar um ponto de vista equivocado.

Veja:

O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a partir de dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministério da Educação, mostra o número de crianças de sete a catorze anos que estão fora das escolas em cada Estado.

Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de crianças, ou 5,5 % da população nessa faixa etária (sete a catorze anos), para a qual o ensino é obrigatório, não freqüentam as salas de aula.

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Redação 11

O pior índice é do Amazonas: 16,8% das crianças do estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor, o Distrito Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianças excluídas, seguido por Rio Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo, com 3,2% (168,7 mil). (Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003)

Nesse tipo de citação o autor precisa de dados que demonstre sua tese.

ARGUMENTAÇÃO POR RACIOCÍNIO LÓGICO

A criação de relações de causa e efeito é um recurso utilizado para demonstrar que uma conclusão (afirmada no texto) é necessária, e não fruto de uma interpretação pessoal que pode ser contestada.

Para a construção de um bom texto argumentativo se faz necessário o conhecimento sobre a questão proposta, fundamentação para serem realizados com sucesso.

AULA 14

“A perseverança é a mãe da boa sorte.”(Miguel Cervantes)

CONTRA ARGUMENTO

É o ponto de vista divergente de um argumento que a ele se contrapõe, parcial ou totalmente.

Obs.:Argumentos irrefutáveis não admitem contra-argumentação.

Exemplo de texto contra-argumentativo.

Internacionalização da Amazônia

Durante debate ocorrido no mês de Novembro/2000, em uma Universidade, nos Estados Unidos, o ex-governador do Distrito Federal, Cristovam Buarque (PT), foi questionado sobre o que pensava da internacionalização da Amazônia. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro. Segundo Cristovam, foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como o ponto de partida para a sua resposta:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Como humanista, sentindo e risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Da

mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado

Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação. Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país.

Não faz muito, um milionário japonês, decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado. Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos EUA. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deve ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveriam pertencer ao mundo inteiro. Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm defendido a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida.

Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa."

(*) Cristóvam Buarque foi governador do Distrito Federal (PT) e reitor da Universidade de Brasília (UnB), nos anos 90. É palestrante e humanista respeitado mundialmente.

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Redação 12

Aula 15

"Não existe sorte. Sorte é quando a preparação encontra oportunidade."

Tópico Frasal

A idéia central do parágrafo é enunciada através do período denominado tópico frasal. Esse período orienta ou governa o resto do parágrafo; dele nascem outros períodos secundários ou periféricos; ele vai ser o roteiro do escritor na construção do parágrafo; ele é o período mestre, que contém a frase-chave. Como o enunciado da tese, que dirige a atenção do leitor diretamente para o tema central, o tópico frasal ajuda o leitor a agarrar o fio da meada do raciocínio do escritor; como a tese, o tópico frasal introduz o assunto e o aspecto desse assunto, ou a idéia central com o potencial de gerar idéias-filhote; como a tese, o tópico frasal é enunciação argumentável, afirmação ou negação que leva o leitor a esperar mais do escritor (uma explicação, uma prova, detalhes, exemplos) para completar o parágrafo ou apresentar um raciocínio completo. Assim, o tópico frasal é enunciação, supõe desdobramento ou explicação.

A idéia central ou tópico frasal geralmente vem no começo do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a idéia central.

Exemplos:

Ao cuidar do gado, o peão monta e governa os cavalos sem maltratá-los. O modo de tratar o cavalo parece rude, mas o vaqueiro jamais é cruel. Ele sabe como o animal foi domado, conhece as qualidades e defeitos do animal, sabe onde, quando e quanto exigir do cavalo. O vaqueiro aprendeu que paciência e muitos exercícios são os principais meios para se obter sucesso na lida com os cavalos, e que não se pode exigir mais do que é esperado.

Tópico frasal desenvolvido por enumeração:

Exemplo:

A televisão, apesar das críticas que recebe, tem trazido muitos benefícios às pessoas, tais como: informação, por meio de noticiários que mostram o que acontece de importante em qualquer parte do mundo; diversão, através de programas de entretenimento (shows, competições esportivas); cultura, por meio de filmes, debates, cursos.

Tópico frasal desenvolvido por descrição de detalhe s:

É o processo típico do desenvolvimento de um parágrafo descritivo:

Era o casarão clássico das antigas fazendas negreiras. Assobradado, erguia-se em alicerces o muramento, de pedra até meia altura e, dali em diante, de pau-a-pique (...) À porta da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre e parapeito desgastado. (Monteiro Lobato)

Tópico frasal desenvolvido por confronto:

Trata-se de estabelecer um confronto entre duas idéias, dois fatos, dois seres, seja por meio de contrastes das diferenças, seja do paralelo das semelhanças. Veja o Exemplo:

Embora a vida real não seja um jogo, mas algo muito sério, o xadrez pode ilustrar o fato de que, numa relação entre pais e filhos, não se pode planejar mais que uns poucos lances adiante. No xadrez, cada jogada depende da resposta à anterior, pois o jogador não pode seguir seus planos sem considerar os contra-ataques do adversário, senão será prontamente abatido. O mesmo acontecerá com um pai que tentar seguir um plano preconcebido, sem adaptar sua forma de agir às respostas do filho, sem reavaliar as constantes mudanças da situação geral, na medida em que se apresentam. (Bruno Betelheim, adaptado)

Tópico frasal desenvolvido por razões:

No desenvolvimento apresentamos as razões, os motivos que comprovam o que afirmamos no tópico frasal.

As adivinhações agradam particularmente às crianças. Por que isso acontece de maneira tão generalizada? Porque, mais ou menos, representam a forma concentrada, quase simbólica, da experiência infantil de conquista da realidade. Para uma criança, o mundo está cheio de objetos misteriosos, de acontecimentos incompreensíveis, de figuras indecifráveis. A própria presença da criança no mundo é, para ela, uma adivinhação a ser resolvida. Daí o prazer de experimentar de modo desinteressado, por brincadeira, a emoção da procura da surpresa. (Gianni Rodari, adaptado)

Tópico frasal desenvolvido por análise:

É a divisão do todo em partes.

Quatro funções básicas têm sido atribuídas aos meios de comunicação: informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de notícias, relatos e comentários sobre a realidade. A segunda atende à procura de distração, de evasão, de divertimento por parte do público. A terceira procura persuadir o indivíduo, convencê-lo a adquirir certo produto. A quarta é realizada de modo intencional ou não, por meio de material que contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos. (Samuel P. Netto, adaptado)

Tópico frasal desenvolvido pela exemplificação:

Consiste em esclarecer o que foi afirmado no tópico frasal por meio de exemplos:

A imaginação utópica e inerente ao homem, sempre existiu e continuará existindo. Sua presença é uma constante em diferentes momentos históricos: nas sociedades primitivas, sob a forma de lendas e crenças que apontam para um lugar melhor; nas formas do pensamento religioso que

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falam de um paraíso a alcançar; nas teorias de filósofos e cientistas sociais que, apregoando o sonho de uma vida mais justa, pedem-nos que "sejamos realistas, exijamos o impossível". (Teixeira Coelho, adaptado).

Aula 16

“Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida.”(Confúcio)

PARÁGRAFOS

O parágrafo é uma unidade de composição constituída por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada idéia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundarias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela.

Trata-se, evidentemente, de uma definição, ou conceito, que a pratica nem sempre confirma, pois, assim como há vários processos de desenvolvimento ou encadeamento de idéias, pode haver também diferentes tipos de estruturação de parágrafo, tudo dependendo, é claro da natureza do assunto e da rua complexidade, do gênero de composição, do propósito, das idiossincrasias e da competência do autor, tanto quanto da espécie de leitor a que se destine o texto. De forma que esse conceito se aplica a um tipo de parágrafo considerado padrão, e padrão não apenas no sentido de modelo, de protótipo, que se deva ou que convenha imitar, dada a sua eficácia, mas também no sentido de ser freqüente, ou predominante, em muitos textos de escritores modernos.

Importância do parágrafo.

Indicado na pagina impressa ou manuscrita por um ligeiro afastamento da margem esquerda da folha, o parágrafo facilita ao escritor a tarefa de isolar e depois ajustar convenientemente as idéias principais de seu texto, permitindo ao leitor acompanhar-lhes o desenvolvimento nos seus diferentes estágios.

Extensão de parágrafo.

Um parágrafo deve ter aproximadamente 5 linhas.

EXERCÍCIOS

1) Os parágrafos seguintes estão sem tópico frasal. Crie um tópico frasal adequado para cada enunciado e classifique e classifique o tipo criado.

a) A influência da televisão, na verdade, parece depender menos da quantidade de violência apresentada do que da imagem do mundo em geral que ela propõem ao espectador.

b) A violência é um dos temas preferidos pela televisão, e muitos acreditam que a apresentação desses assuntos influi negativamente sobre o comportamento do jovem.

c) O maior ou menor interesse da criança pela televisão depende de características pessoais.

d) Pesquisas mostram que as crianças que assistem por mais tempo à televisão são aquelas que possuem pais mais autoritários e mais frustrantes.

2) De acordo com o objetivo fixado para cada assunto abaixo relacionado, escreva uma sentença tópico, objetiva e coerente, que possa ser desenvolvida em um parágrafo.

3) Esportes:

- apontar as vantagens da prática de esporte;

_____________________________________________________________________________________________________________________ ______________

- comentar o significado das medalhas de ouro e prata nas competições;

____________________________________________________________________________________________________________________________________

Meios de comunicação em massa:

- comparar o rádio e a televisão;

____________________________________________________________________________________________________________________________________

- comparar a segurança do transporte aéreo, marítimo e terrestre.

____________________________________________________________________________________________________________________________________

c) Juventude:

- fazer uma afirmação a favor da juventude atual;

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___________________________________________________________________________________________________________________________________

- comparar a ação da juventude nos séculos XVIII, XIX, e XXI.

___________________________________________________________________________________________________________________________________

d) Imprensa:

- mostrar a responsabilidade da imprensa com o mundo;

____________________________________________________________________________________________________________________________________

- falar da imprensa como 4ºpoder.

___________________________________________________________________________________________________________________________________

e) Mercado de trabalho:

- situar o mercado de trabalho para o portador de diploma de curso superior;

____________________________________________________________________________________________________________________________________

- apresentar as chances dos recém-formados no mercado de trabalho.

__________________________________________________________________________________________________________________________________

f) Petróleo:

- estabelecer uma razão para o aproveitamento da sua energia;

___________________________________________________________________________________________________________________________________

- comentar suas influências na economia mundial.

___________________________________________________________________________________________________________________________________

EXERCÍCIOS SOBRE PARÁGRAFO

1) Leia os parágrafos abaixo e identifique as partes que os compõem: introdução, desenvolvimento e conclusão:

a) O protecionismo dos países ricos aparece freqüentemente mascarado sob argumentos de defesa ambiental, proteção trabalhista ou segurança sanitária. Foi o que ocorreu ainda agora, na fracassada reunião interministerial da OMS, de Cancún. No caso dos transgênicos, as questões reais estão menos camufladas e mais evidentes, embora não se saiba muito bem onde termina a preocupação ambiental e onde começa o interesse das multinacionais que dominam o mercado das sementes, dos insumos e dos agrotóxicos. Não se distingue com clareza o que é preocupação específica com produtividade e custo e o que é interesse comercial das empresas que dominam determinada tecnologia. Cabe ao país, especialmente pelos órgãos do governo, assumir uma postura de independência, comandando o aprofundamento do estudo e da pesquisa, tendo como norte unicamente o interesse nacional. Nessas questões, que precisam ser respondidas com bom senso, os preconceitos e os slogans não podem sobrepor-se às posturas racionais. Afinal, o país não pode sujeitar-se nem a teimosas teses apriorísticas, nem a ações destituídas de controles.

b) A calça Lee, após ter sido símbolo da contracultura, virou objeto do consumismo. Isso acontece não só entre os adolescentes, mas também no meio adulto e até na classe privilegiada afeita às injunções da moda segundo parâmetros altamente burgueses. Sua empatia liga-se ao advento de um mundo novo.

2. Reescreva os parágrafos a seguir, colocando em ordem as idéias.

a) No entanto, nenhuma criança dessa idade vai falar, por exemplo: “uma meninos chegou aqui amanhã”. Pois toda e qualquer língua é “fácil” para quem nasceu e cresceu rodeado por ela. O que ela não conhece são sutilezas, sofisticações e irregularidades no uso dessas regras, coisa que só a leitura e o estudo podem lhe dar. Está provado e comprovado que uma criança entre os três os quatro anos de idade já domina perfeitamente as regras gramaticais de sua língua.

b) Mário Gardelin refere que em 1884, por exemplo, a Lei do Ventre Livre foi comemorada com especial destaque em Passo Fundo e seu distrito de Nonoai, em Bagé, Soledade, Santa Cristina do Pinhal e Cacimbinhas. O texto da lei, aprovada pela Assembléia, determinava que “os filhos da mulher escrava, que nascerem no Império desde a data desta lei, serão considerados de condição livre”. A Lei do Ventre Livre, de 28 de setembro de 1871, que determinava a liberdade para os filhos de escravos nascidos a partir de então, representou um marco importante na luta dos brasileiros para abolir a escravidão. Após a promulgação, anualmente, os abolicionistas utilizavam-se da data para promover mobilizações a fim de libertar o maior número possível de cativos. Havia organizações permanentes que agitavam a questão no país e na província. No Rio Grande, tais organizações eram especialmente fortes em Pelotas e Rio Grande.

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3. Continue a construção de um parágrafo-padrão já iniciado, observando correção, elegância, concisão e clareza do pensamento.

Este parágrafo deve conter:

Introdução: dada

Desenvolvimento (mínimo três períodos):

Conclusão:

Quando uma cidade cresce vertiginosa e desenfreadamente assume as características de uma megalópole. (introdução)

4. A partir do parágrafo abaixo, assinale o assunto principal:

Temos boas notícias para as pessoas que se preocupam com a saúde, mas não querem desistir das deliciosas gorduras contidas nos pratos da alta gastronomia. Pesquisas realizadas pelo Dr. Scott M. Grundy, da Universidade do Texas, em Dallas, e por Fred H. Mattson, da Universidade da Califórnia, em San Diego, demonstraram que as gorduras monoinsaturadas, como o azeite, podem ser preferíveis aos óleos vegetais e margarinas poliinsaturadas, pois podem reduzir o risco de doenças cardíacas. Esses estudos demonstram que os monoinsaturados não afetam tanto o colesterol e podem ser mais seguros que os poliinsaturados. Outras vantagens do azeite é que dura mais tempo e tem menos probabilidade de ficar rançoso.

a) A saúde

b) O azeite

c) A gastronomia

d) As vantagens do azeite

5.Ainda, sobre o mesmo parágrafo (acima), assinale a sua delimitação .

a) Pesquisas realizadas nos Estados Unidos

b) Preocupação com a saúde

c) A gastronomia

d) As vantagens do azeite

6.Assinale o objetivo do parágrafo citado (acima).

a) Fornecer informações científicas sobre o uso do azeite.

b) Divulgar recentes pesquisas realizadas nos Estados Unidos

c) Esclarecer sobre os riscos de doenças cardíacas

d) Apontar a preferência por poliinsaturados.

7. Leia o parágrafos que seguem e responda qual é a idéia-núcleo dos mesmos:

a) Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer, colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes. Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota. Somente depois de ter feito tudo isso é que dependuram a roupa lavada na corda ou no varal para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para bem dizer. (Graciliano Ramos)

b) Como você gostaria que seu filho fosse educado? Essa pergunta deve ser respondida não apenas no momento em que se define a escola. É no dia-a-dia que se confirmará ou não a expectativa – a sua e a dele. A pergunta é válida do início ao fim da escolaridade. O ideal é que não sejam necessárias mudanças, a não ser em casos mais clássicos de troca, como quando escolas não oferecem todos os níveis de ensino, exigindo a transferência na 5ª série ou no 1º ano do Ensino Médio. Esses momentos devem ser encarados como oportunidades de crescimento, já que exigirão adaptações.

AULA 17

“Façamos da interrupção um caminho novo.

Da queda um passo de dança,

do medo uma escada,

do sonho uma ponte, da procura um encontro!”(Fernando Sabino)

CONCLUSÃO

TIPOS DE CONCLUSÃO

CONCLUSÃO PROPOSTA: aponta soluções para o problema tratado, ou seja, procura saídas, medias que possam ser tomadas. Em suma, é uma conclusão que aponta para o futuro.

"Como se nota pela dimensão do problema, algumas medidas fazem-se urgentes: é necessário investir em projetos de recuperação dos rios, tal como se fez na Inglaterra com o rio Tamisa; por outro lado, devem-se desenvolver projetos que visem ao reaproveitamento dos esgotos. Ao lado, disso, devem-se fazer maciças campanhas educativas para a população. Finalmente, há

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Redação 16

necessidade de uma ampla fiscalização por parte das autoridades responsáveis."

CONCLUSÃO RESUMO: a forma mais comum de concluir o texto. Resumem-se os aspectos abordados no desenvolvimento e apresenta-se (ou reforça-se) a tese.

"Dessa maneira, observamos que o problema da poluição nos rios envolve uma série de variáveis que incluem a população, as indústrias e o Estado".

CONCLUSÃO SURPRESA:

Possibilita uma maior liberdade de criação por parte quem escreve. Citações, pequenas histórias, um fato curioso, uma piada, um final poético, são conclusões inesperadas que surpreendem o leitor.

"Talvez um dia casos como o do garoto C.A.C.M., não ocorram mais. Cabe a todos nós lutar

por isso."

AULA 18

“ Se o amor é fogo, o zelo é a chama”( São Vicente de Paula)

ARTIGO DE OPINIÃO

O artigo de opinião, como o próprio nome já diz, é um texto em que o autor expõe seu posicionamento diante de algum tema atual e de interesse de muitos.

É um texto dissertativo que apresenta argumentos sobre o assunto abordado, portanto, o escritor além de expor seu ponto de vista, deve sustentá-lo através de informações coerentes e admissíveis.

Logo, as ideias defendidas no artigo de opinião são de total responsabilidade do autor, e, por este motivo, o mesmo deve ter cuidado com a veracidade dos elementos apresentados, além de assinar o texto no final.

Contudo, em vestibulares, a assinatura é desnecessária, uma vez que pode identificar a autoria e desclassificar o candidato.

É muito comum artigos de opinião em jornais e revistas. Portanto, se você quiser aprofundar mais seus conhecimentos a respeito desse tipo de produção textual, é só procurá-lo nestes tipos de canais informativos. A leitura é breve e simples, pois são textos pequenos e a linguagem não é intelectualizada, uma vez que a intenção é atingir todo tipo de leitor.

Uma característica muito peculiar deste tipo de gênero textual é a persuasão, que consiste na tentativa do emissor de convencer o destinatário, neste caso, o leitor, a adotar a opinião apresentada. Por este motivo, é comum presenciarmos descrições detalhadas, apelo emotivo,

acusações, humor satírico, ironia e fontes de informações precisas.

Como dito anteriormente, a linguagem é objetiva e aparecem repletas de sinais de exclamação e interrogação, os quais incitam à posição de reflexão favorável ao enfoque do autor.

Outros aspectos persuasivos são as orações no imperativo (seja, compre, ajude, favoreça, exija, etc.) e a utilização de conjunções que agem como elementos articuladores (e, mas, contudo, porém, entretanto, uma vez que, de forma que, etc.) e dão maior clareza às ideias.

Geralmente, é escrito em primeira pessoa, já que trata-se de um texto com marcas pessoais e, portanto, com indícios claros de subjetividade, porém, pode surgir em terceira pessoa.

CARTA ARGUMENTATIVA

O QUE É?

É um Gênero Textual. É um tipo de carta que tem por finalidade persuadir o interlocutor e, para alcançar esse objetivo, precisa de argumentos convincentes.

Obs.: persuadir = convencer

CARACTERÍSTICAS

-Apresenta introdução, desenvolvimento e conclusão.

- No primeiro parágrafo, você apresentará ao leitor o ponto de vista a ser defendido, nos dois ou três subsequentes (20/30 linhas), encadear-se-ão os argumentos que o sustentarão, e, no último, reforçar-se-á a tese (ponto de vista) e/ou apresentar-se-á uma ou mais propostas.

- Apesar dessas semelhanças com a dissertação é claro que há diferenças importantes entre esses dois tipos de redação. Dentre ela:

1- A carta Argumentativa é formada pelas seguintes partes: local e data, vocativo, assunto (corpo da carta), expressão cordial de despedida e assinatura;

2- Cabeçalho: na primeira linha da carta, na margem do parágrafo, aparecem o nome da cidade e a data na qual se escreve. Exemplo: Niterói, 17 de novembro de 2009.

3- Vocativo inicial: na linha de baixo, também na margem do parágrafo, há o termo por meio do qual você se dirige ao leitor (geralmente marcado por vírgula). A escolha desse vocativo dependerá muito do leitor e da relação social com ele estabelecida. Exemplos: Prezado senhor Fulano, Excelentíssimo senhor presidente Luís Inácio Lula da Silva, Senhor presidente Luís Inácio Lula da Silva, Caro Professor, etc.

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Redação 17

4- Interlocutor definido: essa é, indubitavelmente, a principal diferença entre a dissertação tradicional e a carta.

Nesta, estabelece-se uma comunicação particular entre um eu definido e um você definido.

5-Necessidade de dirigir-se ao leitor: na dissertação tradicional, recomenda-se que você evite dirigir-se diretamente ao leitor por meio de verbos no imperativo (“pense”, “veja”, “imagine”, etc.).

Ao escrever uma carta, essa prescrição cai por terra. Você passa a ter a necessidade de fazer o leitor “aparecer” nas linhas. Se a carta é para ele, é claro que ele deve ser evocado no decorrer do texto. Então, verbos no imperativo – que fazem o leitor perceber que é ele o interlocutor – e vocativos são bem-vindos;

6- Expressão que introduz a assinatura: terminada a carta, é de praxe produzir, na linha de baixo (margem do parágrafo), uma expressão que precede a assinatura do autor. A mais comum é “Atenciosamente”, mas, dependendo da sua criatividade e das suas intenções para com o interlocutor, será possível gerar várias outras expressões, como “De um amigo”, “De um cidadão que votou no senhor”, De alguém que deseja ser atendido”, etc.

7- Assinatura: um texto pessoal, como é a carta, deve ser assinado pelo autor. Nos vestibulares, porém, é proibido escrever o próprio nome por extenso. O ideal é apresentar iniciais. Ex.: T.C.A.

Exemplo de Carta Argumentativa

Niterói, 17 de novembro 2009.

Prezado Sr. E.B.M.

Em seu artigo publicado pelo jornal Folha de São Paulo a 1.º de setembro, deparei com sua opinião expressa no Painel do Leitor. Respeitosamente, li-a e percebendo equívocos em suas opiniões quanto à veracidade dos motivos que colocaram milhares de jovens na rua, de maneira organizada e cívica, tento elucidar-lhe os fatos.

Outro aspecto relevante em sua carta é o de dizer que a juventude, generalizadamente é indisciplinada. Tal opinião não condiz com a verdade. Nas manifestações pró "impeachment que invadiram o país visando a queda do Presidente Collor, não se viram agressões, intervenções policiais ou outras formas de violência. Fica, portanto, claro, que a manifestação dos chamados caras-pintadas não é vazia. Conscientes de que uma postura pouco organizada não lhes daria credibilidade, os jovens manifestaram-se honrosamente. Com isso, frente ao vergonhoso papel do próprio Presidente da República, Fernando Collor de Mello, a juventude demonstrou um grau de maturidade e percepção maior que o do próprio chefe de estado.

Vemos, com isso, que os jovens visam ao bem do país e o seu processo de conscientização não se deu de uma

hora para outra. Assim, dizer que a juventude é motivada pelo espírito da época, visando ao hedonismo é errôneo. Nossos jovens, senhor E.B.M., são reflexos da liberdade existente no país e a sua evolução político-ideológica.

Sem mais, despeço-me.

K.C.M. de M.

PROPOSTA DE REDAÇÃO

Periodicamente, ao longo da história, pensadores têm afirmado que a humanidade chegou a um ponto definitivo (o "fim da história"). O artigo abaixo, parcialmente adaptado, que Denis Lerrer Rosenfield publicou no jornal "Folha de S. Paulo" em 28/06/2002, de certo modo retoma essa afirmação.

A POÇÃO MÁGICA

O mundo mudou depois de 11 de setembro. A administração Bush, inicialmente voltada para um fechamento dos EUA sobre si mesmos, cujo símbolo era o projeto de escudo interbalístico, que protegeria essa nação de mísseis intercontinentais, afirma-se agora claramente como imperial. Sua doutrina militar sofreu uma alteração substancial.

Doravante, a prioridade são ataques preventivos, que eliminem os focos terroristas no mundo, ameaçando e atacando os Estados que lhes dêem cobertura e, sobretudo, que tenham armas químicas e biológicas. (...)

Talvez o mundo, no futuro, mostre que o problema da democracia passa pela influência que países, empresas, sindicatos e meios de comunicação venham a exercer sobre a opinião pública americana - que pode, ela sim, mudar os rumos do império. Não esqueçamos que a Guerra do Vietnã terminou devido à influência decisiva da opinião pública americana sobre o centro de decisões políticas. Os países deverão se organizar para atuar sobre a opinião pública americana.

Se essa descrição dos fatos é verdadeira, nenhuma política futura poderá ser baseada em um confronto direto com os EUA ou em um questionamento dos princípios que regem essa nação. A autonomia, do ponto de vista econômico, social, militar e político, pertence ao passado. Poderemos ter nostalgia dela, mas seu adeus é definitivo. O que não significa, evidentemente, que tenhamos de acatar tudo o que de lá vier; é imperativo reconhecer, porém, que a realidade mudou e que embates radicais estão fadados ao fracasso.

Na época do Império Romano, o general César ou os imperadores subseqüentes não estavam preocupados com o que se passava na Gália. Seus exércitos vitoriosos exerciam uma superioridade inconteste. Era mais sensato negociar com eles do que enfrentá-los. Se uma Gália moderna achar que pode deixar de honrar contratos, burlar a democracia, fazer os outros de bobos, mudando seu

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Redação 18

discurso a cada dia ou cada mês, sua política se tornará imediatamente inexeqüível.

Contudo, se, mesmo assim, esse povo decidir eleger um Asterix, convém lembrar que foi perdida para sempre a fórmula da poção mágica e suas últimas gotas se evaporaram no tempo.

Escreva uma carta, dirigida ao EDITOR do jornal, PARA SER PUBLICADA. Após identificar a tese central do texto de Rosenfield,

a) caso concorde com o ponto de vista do autor, apresente outros argumentos e fatos que o reforcem;

b) caso discorde do ponto de vista do autor, apresente argumentos e fatos que o contradigam.

PENGE 1

EXERCÍCIOS COMPLEMENTARES – REDAÇÃO

1 – Para construir o humor, Jô Soares faz, no texto abaixo, uso do vocabulário médico em sentido conotativo. Leia com atenção:

SALARIOSE ESPONTÂNEA – s.f Micróbio insidioso que aparece de tempo em tempo, contamina uma parte dos parlamentares e faz com que eles aumentem, por sua própria iniciativa, os seus salários. O que mais impressiona neste micróbio é que ele faz com que os deputados atingidos percam completamente a perspectiva e votem o assunto nos momentos mais inoportunos. Como na maioria dos casos das moléstias médico-políticas, o micróbio é incontrolável.

(Jô Soares. Pequeno Dicionário Médico-Político Brasiliense)

a) Identifique os termos que, em seu sentido denotativo, fazem parte do discurso médico.

b) Qual a intenção do humorista ao utilizá-los em sentido conotativo?

2 – O texto abaixo faz uma afirmação que pode ser controversa.

Brrrrrrr , que medo do Toutatis

Por pouco que o mundo não acabou no sábado 30. São cientistas britânicos da Universidade de Cambridge que garantem isso: “Um asteróide passou muito perto da Terra, numa distância equivalente a 14 vezes a que separa o nosso planeta e a Lua, o que significa zero no campo das astronomia”. O nome do asteróide quase assassino é Toutatis. O que inquieta os pesquisadores é o fato de existirem corpos celestes ainda não identificados e, dessa forma, fica difícil saber se estão ou não em rota de colisão com a Terra. (Isto É)

a) Transcreva do texto, a afirmação problemática.

b) Explique, com base em dados fornecidos pelo próprio texto, por que tal afirmação pode ser problemática.

c) Há, no texto, alguma informação que poderia justificar a afirmação feita?

3 – Leia com atenção os quadrinhos abaixo:

a) A fala de Helga indica um pressuposto sobre os homens. Explicite-o.

b) Que opinião sobre o casamento fica implícita a partir da identificação desse pressuposto?

4 – (Unicamp-SP) Para entender a tira abaixo, é necessário dar-se conta de que a pergunta de Helga pode ter duas interpretações.

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Redação 19

a) No contexto, como deve ser interpretada a fala de Helga?

b) Como Hagar interpretou a fala de Helga? c) Explique por que o comportamento lingüístico de

Hagar não corresponde ao de um falante comum?

PENGE 2

(UFF/09)Leia, cuidadosamente, os textos a seguir:

A) O futebol no Brasil não é um esporte. É o jogo da bola, da malícia e do drible. É o jogo que reflete a própria nacionalidade de uma terra dominada pela paixão da bola. No espaço do jogo, o futebol brasileiro é capaz de esquecer o próprio objetivo do gol, convicto de que a virtude sem alegria é uma contradição.

Ganhemos a Copa ou não, somos os campeões da paixão despertada pela bola!

Betty Milan. Brasil, o País do Futebol.

B) Chego do mato vendo tanta gente de cara triste pelas ruas, tanto silêncio de derrota dentro e fora das casas, como se o gosto da vida se tivesse encerrado, de vez, com as cinzas do finado carnaval dos últimos dias.

Imperdoável melancolia de quem sabe, e sabe muito bem, que esta deliciosa cidade não é samba, apenas; que o Rio, alma do Brasil, afina também seus melhores sentimentos populares por outra paixão não menos respeitável − o futebol.

Esse abençoado binômio, carnaval-futebol, é que explica e eterniza a alma esférica da gente mais alegre de nosso alegre país.

Armando Nogueira. Na grande área.

Redija um relato pessoal, contando uma experiência vivida por você como torcedor da seleção brasileira de

futebol.

C)

Ziraldo. 1964-1984. 20 anos de prontidão.

Características do gênero “relato pessoal”:

Trata-se de uma exposição escrita de um acontecimento ou de uma série de acontecimentos mais ou menos seqüenciados, em que são

apresentados os seguintes elementos: quem, onde, quando, como, porque e para que.

PENGE 3

2007/UFF

A) Considere, como exemplo, a evolução das canções, dos personagens e do tipo de letra predominantes nas décadas explicitadas.

Texto de Jussara Soares Soares (via Internet)

DÉCADA DE 40

Ele, de terno cinza e chapéu panamá,

em frente à vila onde ela mora, canta:

“Tu és divina e graciosa,

estátua majestosa!

Do amor por Deus esculturada.

És formada com o ardor

da alma da mais linda flor, de mais ativo

olor, que na vida

é a preferida pelo beija-flor...”

DÉCADA DE 50

Ele ajeita seu relógio Pateck Philip na

algibeira, escreve para a Rádio Nacional

e manda oferecer a ela uma linda música:

“A deusa da minha rua,

tem os olhos onde a lua,

costuma se embriagar.

Nos seus olhos eu suponho,

que o sol num dourado sonho,

vai claridade buscar...”

DÉCADA DE 60

Ele pede ao cantor da boate que ofereça

a ela a interpretaçao de uma bela

Page 20: Apostila redacao

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Redação 20

canção da Bossa Nova:

“Olha que coisa mais linda,

mais cheia de graça.

É ela a menina que vem e que passa,

no doce balanço a caminho do mar.

Moça do corpo dourado,

do sol de Ipanema.

O teu balançado é mais que um poema.

ANOS FINAIS DA DÉCADA DE 60

Ele aparece na casa dela, em sua

Lambretta, com um compacto simples

embaixo do braço, ajeita a calça Lee e

coloca na vitrola uma música papo-firme:

“Nem mesmo o céu,

nem as estrelas,

nem mesmo o mar e o infinito

não é maior que o meu amor, nem mais

bonito.

Me desespero a procurar alguma forma de

lhe falar,

como é grande o meu amor por você...”

DÉCADA DE 70

Ele chega em seu fusca tala larga, sacode o

cabelão, abre a porta pra mina entrar e bota

uma melô jóia no toca-fitas:

“Foi assim, como ver o mar,

a primeira vez que

os meus olhos se viram no teu olhar...

Quando eu mergulhei no azul do mar,

sabia que era amor e vinha pra ficar...”

DÉCADA DE 80

Ele telefona pra ela e deixa rolar um:

“Fonte de mel, nos olhos de gueixa,

Kabuki, máscara.

Choque entre o azul e o cacho de

acácias,

Luz das acácias, você é mãe do sol.

Linda, mais que demais...”

DÉCADA DE 90

Ele liga pra ela e deixa gravada uma música

na secretária-eletrônica:

“Bem que se quis,

depois de tudo inda ser feliz.

Mas já não há caminhos pra voltar.

E o que é que a vida fez da nossa vida?

O que é que a gente não faz por amor?”

EM 2001

Ele captura na Internet um batidão legal

e manda pra ela por e-mail:

“Tchutchuca!

Vem aqui com o teu Tigrão.

Vou te jogar na cama e te dar muita

pressão!

Eu vou passar cerol na mão, vou sim,

vou sim!

Eu vou te cortar na mão!

Vou sim, vou sim!

Vou aparar pela rabiola!

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Redação 21

Vou sim, vou sim!”

B) Redija um texto de caráter predominantemente narrativo em que o personagem apresenta uma canção relacionada a uma situação por ele vivida no seu cotidiano.

Observações:

*caracterização de um personagem: quem é; como se apresenta;

*caracterização de tempo e de lugar;

*a escolha da canção não se restringe às canções exemplificadas acima.

PENGE 4

A Revista de O Globo (23/04/06) publicou um

depoimento de Chico Buarque de Holanda ao anunciar

o lançamento de seu disco “Carioca”. Nesse disco há

uma canção intitulada “Subúrbio”.

Na entrevista, Chico Buarque chama a atenção para

a importância de se olhar a cidade como um todo,

para além da Zona Sul e das modernidades da Barra:

“Outro dia fui comprar um mapa da cidade que muito

turista compra: tinha o Centro, a Zona Sul e a Barra.

Não havia subúrbio no mapa”.

Fala, Maré

“Gosto da Maré, tem muitos lugares para ir, forró no

sábado, feira na sexta. Não preciso ir para lugar mais

nenhum, aqui tem tudo. Não mudaria para a Zona Sul,

estou acostumada com lugares mais tranqüilos.”

Michele da Silva, 17 anos, estudante.

Fala, Penha

“Morar aqui é legal, o comércio é bom, mas quando chove enche.

Nosso bairro não é esquecido, só é lembrado por causa da violência,

pelo que aconteceu com aquele jornalista. Somos lembrados por coisas ruins, parece que ninguém aqui presta. A maioria das pessoas é amiga. A gente é discriminado só ao falar o nome do bairro onde mora. Com esse negócio de briga entre bandido e polícia, não temos

sossego. Traria para a Penha as festas de rua que tem em outros bairros para ter algo para se divertir.”

Sankler Roberto Gomes de Silva, 19 anos, trabalha em uma barraca de salgados.

Fala, Paciência

“Nasci em Paciência. Aqui é legal que a gente pode andar a cavalo, jogar bola de gude, soltar pipa. Tenho muitos amigos e nos encontramos todos os dias. Não tem como colocar uma praia aqui, mas bem que podiam construir uma piscina.

Se pudesse morava na Ilha Grande.”

Adriano Garcia Mariano, 14 anos, estudante.

Redija um texto de caráter predominante descritivo , uma espécie de depoimento sobre o bairro em que você vive, ressaltando seus pontos positivos e negativos.

PENGE 5

Leia, cuidadosamente, os textos a seguir sobre a espetacularização da mediocridade e a briga pela

audiência nos meios de comunicação.

Page 22: Apostila redacao

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Redação 22

TEXTO I

A CUECA (OU CALÇÃO) DE SUPLICY

A pedido de apresentadora, senador usa peça sobre o terno dentro do Congresso em Brasília .

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) se rendeu aos apelos da apresentadora de TV e ex-BBB Sabrina

Sato. Anteontem, atendeu a um convite da moça e vestiu sobre a calça do terno uma peça vermelha que ele jura não ser uma cueca, mas um calção. A apresentadora abordou Suplicy ainda no Salão Azul, perto da entrada do gabinete da presidência do Senado. Fazendo charme, disse que o senador era a cara do Clark Kent, o super-homem.

Suplicy, primeiro, fez jogo duro.Disse que não podia usar o traje ali. Mas, diante da insistência, disse que pediria autorização aos telespectadores – a conversa estava sendo filmada – e aos que assistiam à cena no Senado. A cena também foi flagrada por fotógrafos. Sorridente, ele ainda teve a ajuda da apresentadora para vestir a peça vermelha sobre a calça escura do terno. E, como se fosse o próprio Superman, desceu correndo pela escada que dá acesso ao andar térreo do Senado.

Catarina Alencastro e Roberto Stuckert Filho, O Globo, 16/10/2009

TEXTO II

Meleca no ator Wagner Moura quando estava saindo da cerimônia de

entrega do prêmio APCA

Há duas semanas em São Paulo, fui abordado por um rapaz meio abobalhado. Ele disse que me

amava, chegou a me dar um beijo no rosto e pediu uma entrevista para seu programa de tv no interior.

Mesmo estando com o táxi de porta aberta me esperando, achei que seria rude sair andando e negar a

entrevista, que de alguma forma poderia ajudar o cara, sei lá, eu sou da época da gentileza, do muito

obrigado e do por favor, acredito no ser humano e ainda sou canceriano e baiano, ou seja, um babaca total.

Ele me perguntou uma ou duas bobagens, e eu respondi, quando, de repente, apareceu outro apresentador

do programa com a mão melecada de gel, passou na minha cabeça e ficou olhando para a câmera rindo.

Foi tão surreal que no começo eu não acreditei, depois fui percebendo que estava fazendo parte de um

programa de tv, desses que sacaneiam as pessoas.

Na hora eu pensei, como qualquer homem que sofre uma agressão, em enfiar a porrada no garoto,

mas imediatamente entendi que era isso mesmo que ele queria, e aí bateu uma profunda tristeza com a

condição humana, e tudo que consegui foi suspirar algo tipo “que coisa horrível” (o horror, o horror), virar as

costas e entrar no carro. Mesmo assim fui perseguido por eles. Não satisfeito, o rapaz abriu a porta do táxi

depois que eu entrei, eu tentei fechar de novo, e ele colocou a perna, uma coisa horrorosa, violenta mesmo.

Tive vontade de dizer: cara, cê tá louco, me respeita, eu sou um pai de família! Mas fiquei quieto, tipo

assalto, em que reagir é pior. O táxi foi embora. No caminho, eu pensava no fundo do poço em que

chegamos. Meu Deus, será que alguém realmente acha que jogar meleca nos outros é engraçado? Qual

será o próximo passo? Tacar cocô nas pessoas? Atingir os incautos com pedaços de pau para o deleite

sorridente do telespectador?

Compartilho minha indignação porque sei que ela diz respeito a muitos; pessoas públicas ou

anônimas, que não compactuam com esse circo de horrores que faz, por exemplo, com que uma emissora

de tv passe o dia inteiro mostrando imagens da menina Isabella. Estamos nos bestializando, nos idiotizando.

O que vai na cabeça de um sujeito que tem como profissão jogar meleca nos outros? É a espetacularização

da babaquice. Amigos, a mediocridade é amiga da barbárie! e a coisa tá feia. Digo isso com a consciência

de quem nunca jogou o jogo bobo da celebridade. Não sou celebridade de nada, sou ator. Entendo que

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Redação 23

apareço na tv das pessoas e gosto quando alguém vem dizer que curte meu trabalho, assim como deve

gostar o jornalista, o médico ou o carpinteiro que ouve um elogio. Gosto de ser conhecido pelo que faço,

mas não suporto falta de educação. O preço da fama? Não engulo essa. Existe, sim, gente inteligente que

não dá a mínima para as fofocas das revistas e as baixarias dos programas de tv. Existe, sim, gente que

tem outros valores, como meus amigos do mhud (movimento humanos direitos), que estão preocupados é

em combater o trabalho escravo, a prostituição infantil, a violência agrária, os grandes latifúndios, o

aquecimento global e a corrupção. Fazer algo de útil com essa vida efêmera, sem nunca abrir mão do bom

humor. Há, sim, gente que pensa diferente. E exigimos, no mínimo, não sermos melecados.(O Globo, 29/05/2008. Adaptação.)

Redija um texto de opinião sobre o seguinte tema:

A ESPETACULARIZAÇÃO DA MEDIOCRIDADE E A AUDIÊNCIA NOS MEIOS DE

COMUNICAÇÃO DE MASSA.

Características do gênero ‘texto de opinião’ :

. apresenta informações e juízos de valor sobre um determinado assunto;

. deve permitir que o leitor identifique, claramente, o tema central que está sendo desenvolvido;

. deve ser compreendido por diferentes tipos de pessoas;

. deve ser redigido em prosa e em língua padrão.

PENGE 6

Leia, cuidadosamente, os textos a seguir sobre relações amorosas.

Redija um texto de opinião sobre o seguinte tema:

TRAIÇÃO: UM DESCOMPASSO NA RELAÇÃO AMOROSA?

PENGE 7

Page 24: Apostila redacao

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Redação 24

A personagem Chiquinha, criada por Miguel Paiva avalia, com humor, as atividades realizadas em aulas de algumas disciplinas, criando um contraponto entre o real e o sonho.

Outros comentários sobre a Escola podem ser transmitidos a outras pessoas,

por exemplo, através de uma carta que pressupõe certas características textuais

como: local, data, registro de língua adequado ao contexto do destinatário.

A - Redija uma carta ou para um amigo ou para uma seção “carta de leitores” de um jornal,

avaliando criticamente as atividades desenvolvidas em disciplinas que você cursou na Escola de

Ensino Médio.

B - Redija seu texto, seguindo as observações:

1 - A carta deve necessariamente mostrar-se em registro lingüístico adequado à situação

discursiva: se para um amigo, se para uma seção de “carta de leitores”.

2 - A organização sintático-semântica que o narrador e o personagem imprimem às idéias

desenvolvidas no texto deve apresentar coesão, coerência e propriedade vocabular, atendendo às características da língua escrita.

3 - A carta pode apresentar passagens narrativas, descritivas e argumentativas.