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apostila Geografia

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    NDICE GEOGRAFIA DO BRASIL

    1 Localizao.............................................................................................................................................. 2 2 Limites..................................................................................................................................................... 2 3 Pontos Extremos..................................................................................................................................... 3 4 Fusos Horrios........................................................................................................................................ 3 5 Relevo Brasileiro..................................................................................................................................... 4 6 Clima Brasileiro...................................................................................................................................... 6 7 Vegetao Brasileira............................................................................................................................... 7 As Formaes florestais Arbreas............................................................................................................... 8 As Formaes Complexas............................................................................................................................ 9 8 Hidrografia Brasileira............................................................................................................................ 10 9 O Litoral Brasileiro................................................................................................................................ 14 10 Agricultura e Extrativismo Vegetal no Brasil.................................................................................... 16 O Extrativismo Vegetal........................................................................................................................ 17 11 As Mineraes no Brasil....................................................................................................................... 18 12 Os Recursos Energticos...................................................................................................................... 19 13 A Pecuria............................................................................................................................................. 20 14 A Indstria............................................................................................................................................ 22 15 Transportes........................................................................................................................................... 22 16 A Populao brasileira......................................................................................................................... 24 17 Estrutura tnica da Populao.......................................................................................................... 25 18 Populao Rural e Populao Urbana................................................................................................ 25 19 A Imigrao no Brasil.......................................................................................................................... 26 20 A Emigrao no Brasil......................................................................................................................... 27 21 Migraes Internas............................................................................................................................... 27 22 Setores da Economia............................................................................................................................. 28 23 Urbanizao........................................................................................................................................... 29 24 A Diviso Regional................................................................................................................................ 29 25 Regio Norte.......................................................................................................................................... 31 Diviso Poltica...................................................................................................................................... 31 26 Regio Centro Oeste............................................................................................................................. 35 Diviso Poltica...................................................................................................................................... 35 27 Regio Nordeste.................................................................................................................................... 39 Diviso Poltica...................................................................................................................................... 39 28 Regio Sul.............................................................................................................................................. 44 Diviso Poltica...................................................................................................................................... 44 29 Regio Sudeste...................................................................................................................................... 49 Diviso Poltica...................................................................................................................................... 49

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    GEOGRAFIA DO BRASIL

    1 LOCALIZAO: O Brasil est situado na parte centro-oriental da Amrica do Sul . Possui uma superfcie de 8.547.403,5 Km2 , conforme o Instituto de Geografia e Estatstica (IBGE). O Equador e o Trpico Capricrnio so os dois paralelos que atravessam o Brasil, o Trpico de Capricrnio atravessa o

    sul de So Paulo, o norte do Paran e sul de Mato Grosso do Sul. ( Regies Sudeste, Sul, e Centro-Oeste) O Equador passa exatamente em Macap (AP); o Equador faz com que o Brasil se localize nos dois hemisfrios: sul

    (maior parte 93%,) norte (menor parte 7%). O Brasil em relao aos demais pases do globo, o quinto em extenso , apenas superado pela Rssia, o Canad, a

    China e os Estados Unidos, isto , em terras descontnuas. Em terras contnuas, o Brasil o quarto do mundo, superando os Estados Unidos em Razo do Alasca e Hava, estados

    descontnuos dos E.U.A . O Brasil o maior pas da Amrica do Sul, o terceiro do Continente Americano e o 5 do mundo. Compe-se de 27 unidades polticas , sendo 26 estados e o Distrito Federal, onde se localiza Braslia, a capital do pas.

    O BRASIL NO MUNDO

    2 - LIMITES O Brasil se limita ao norte com a Venezuela, Guiana, Suriname

    e Guiana Francesa, ao sul com o Uruguai, a noroeste com a Colmbia, a oeste com o Peru e a Bolvia, a sudoeste com a Argentina e Paraguai, a nordeste, a leste e a sudeste com o Oceano Atlntico.

    Chile e Equador so os dois nicos pases da Amrica do Sul que no fazem fronteira com o Brasil. Os dois pases de menor fronteira so Suriname (593Km) e a Guiana Francesa (655 Km). Os dois pases de maior fronteira com nosso pas so Bolvia (3.126 Km) e Peru (2.995 Km).

    O Brasil um pas martimo, pois banhado a leste pelo importante Oceano Atlntico (7.367 Km de litoral), possuindo extensa Plataforma Continental.

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    3 PONTOS EXTREMOS Ao norte nascente do rio Ail, na Serra do Cabura (RR). Ao sul arroio Chu (RS) A leste Ponta Seixas, no Cabo Branco (PB) A oeste Serra da Contamana ou Divisor (AC)

    4 FUSOS HORRIOS Pela sua extenso territorial no sentido

    leste-oeste (4.320 Km), nosso pas cortado por quatro fusos horrios, havendo quatro horrios diferentes.

    Fuso 1 compreende as Ilhas de

    Fernando de Noronha, Trindade e Martim Vaz, e os penedos de So Pedro e So Paulo.

    Fuso 2 abrange todos os Estados litorneos, os Estados do Amap, Tocantins, Minas Gerais e Gois, o Distrito Federal e o Estado do Par at os Rios Jari e Xingu.

    Fuso 3 inclui a poro ocidental do Par, os Estados de Roraima, Rondnia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e a parte leste do Amazonas.

    Fuso 4 compreende o oeste do Amazonas e o Estado do Acre. O Brasil tem sua hora diminuda de duas a cinco horas em relao hora de Londres, pois se encontra a oeste de

    Greenwich (meridiano inicial ). O mais importante fuso horrio do Brasil o 3 pois abrange todas as capitais litorneas.

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    5 - RELEVO BRASILEIRO O relevo brasileiro est dividido em dois grandes

    sistemas: Planalto das Guianas (Parima), junto

    fronteira Norte. Planalto Brasileiro, ao sul da Plancie

    Amaznica. Ambos esto separados pela Plancie Amaznica e

    so constitudos por terrenos antigos (Era Primria), desgastados pela eroso e formados principalmente de granitos e gnaisses, que constituem o Complexo Cristalino Brasileiro.

    O vasto Planalto Brasileiro compreende quatro

    divises: - Planalto Nordestino ou da Borborema.

    - Planalto Atlntico ou Oriental. - Planalto Central. - Planalto Meridional.

    As Plancies so: - Amaznica - Litornea ou Costeira - Paraguaia ou Pantanal - Gacha ou Pampa O Planalto das Guianas est dividido em serras orientais (menores altitudes) e serras ocidentais (maiores altitudes),

    separados pela Depresso do Pirara. Apresenta uma das partes mais elevadas e escarpadas do relevo, onde existem vrias serras: Tumucumaque, Imeri,

    Acara, Pacaraima, Parima e Navio.

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    CONFIGURAO DO RELEVO BRASILEIRO

    Neste Planalto encontramos importantes elevaes do relevo brasileiro: Pico da Neblina, Pico 31 de Maro e o Monte Roraima.

    O Pico da Neblina com 3.014 metros, na Serra do Imeri, o ponto culminante do Brasil. O Pico 31 de Maro, com 2.992 metros, o segundo do Brasil, na mesma serra e planalto, na fronteira do Brasil

    (Amazonas) com a Venezuela. O Monte Roraima, com 2.875 metros no Estado do mesmo nome, o quarto ponto mais alto do Brasil. Os pontos culminantes do Brasil, em ordem decrescente, so: 1 Pico da Neblina (3.014 metros) 2 Pico 31 de Maro (2.992 metros) 3 Pico da Bandeira (2.890 metros) 4 Monte Roraima (2.875 metros) O Planalto Nordestino divide-se em Arcos Maranhenses (Penitente, Tiracambu, Alpercatas) e Chapadas Nordestinas. A forma caracterstica do relevo s as Chapadas: Apodi (RN), Baturit e Araripe (CE), Ibiapaba (PI), Borborema (RN,

    PB, PE, AL), Mangabeiras (MA). O Pico Alto 1.115metros, na Chapada do Baturit, o ponto culminante do Planalto Nordestino. A semi-aridez do serto nordestino est relacionada presena do Planalto da Borborema, que impede a penetrao de

    massas midas do litoral em direo ao interior, provocando somente chuvas prximo ao litoral. O Planalto do Macio Atlntico formado, dentre outras, por importantes serras como a da Mantiqueira e a do Mar. A Serra do Espinhao est localizada Quadriltero Central. A Serra do Mar aparece junto orla litornea e se alonga do Estado do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul. A Serra do Mar est separada da Serra da Mantiqueira pelo vale do Rio Paraba do Sul. O Planalto Central constitudo por rochas sedimentares e cristalinas. Apresenta uma topografia regular e domina a

    Regio Centro-Oeste do Brasil. A forma caracterstica do relevo so imensos tabuleiros ou chapades com altitude entre 500/900 metros. O Espigo Mestre (divisa Gois Bahia) uma importante elevao do Planalto Central, que tem como ponto culminante

    o Morro Alto (1.678 metros), na Chapada dos Veadeiros (em Gois) O Planalto Meridional

    constitudo por: - terrenos cristalinos, que

    correspondem ao 1 degrau (Serra do Mar).

    - terrenos sedimentares que correspondem ao 2 degrau (cuestas).

    - terrenos baslticos que correspondem ao 3 degrau (trapp).

    O derrame de lenis e sua decomposio em clima tropical deu origem a um solo rico: a terra roxa.

    O ponto culminante do Planalto Meridional o Morro da Igreja (1.870 metros), na Serra Geral, em Santa Catarina.

    Coxilhas so as pequenas ondulaes da Serra Geral, que aparecem no final do Planalto Meridional (no territrio gacho): Santana, Haedo, So Martinho e Grande.

    Fonte: Jurandir Ross (adaptado) Planaltos 1 - Planalto da Amaznia Oriental 2 - Planaltos e Chapadas da Bacia do

    Parnaiba

    Depresses 12- Depresso da Amaznia Ocidental 13- Depresso Marginal Norte-

    Amaznica

    Plancies 23- Plancie do Rio Amazonas 24- Plancie do Rio Araguaia

    25- Plancie e Pantanal do Rio

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    3- Planaltos e Chapadas da Bacia do Paran

    4- Planalto e Chapada dos Parecis 5- Planaltos Residuais Norte-

    Amaznicos 6- Planaltos Residuais Sul-

    Amaznicos 7- Planaltos e Serras do Atlntico-

    Leste-Sudeste 8- Planaltos e Serras de Gois-Minas 9- Serras Residuais do Alto Paraguai 10- Planalto da Borborema 11- Planalto Sul-Rio-grandense

    14- Depresso Marginal Sul-Amaznica 15- Depresso do Araguaia 16- Depresso Cuiabana 17- Depresso do Alto Paraguai-

    Guapor 18- Depresso do Miranda 19- Depresso Sertaneja e do So

    Francisco 20- Depresso do Tocantins 21-Depresso Perifrica da Borda Leste

    da Bacia do Paran 22- Depresso Perifrica Sul-Rio-

    grandense

    Guapor 26- Plancie e Pantanal Mato-grossense 27- Plancie da Lagoa dos Patos e Mirim 28-Plancies e Tabuleiros Litorneos

    6- CLIMA BRASILEIRO O clima o comportamento normal ou a

    sucesso habitual do tempo (meteorolgico) durante o ano.

    Tipos de clima: Quanto temperatura: quente, temperado e

    frio. Quanto umidade: supermido, mido,

    submido, semi-rido, rido (seco). TROPICAL Tropical: duas estaes bem definidas uma

    chuvosa e quente (no vero) e outra seca com temperatura mais amena (inverno) Temperatura mdia anual entre 20C e 25C. Maior ocorrncia no Brasil central.

    Tropical Atlntico: com chuvas no inverno, na zona litornea. Ocorrncia, litoral do Rio Grande do Norte at o Rio Grande do Sul. Sua vegetao a Mata Atlntica.

    Tropical de Altitude: Temperatura amena, chuvas bem distribudas. Ocorrncia, Minas Gerais, Esprito Santo, Rio de

    Janeiro, So Paulo e Paran CLIMA EQUATORIAL Apresenta as seguintes caractersticas: temperaturas elevadas ( a mdia anual sempre superior 25C e alta

    pluviosidade (chuvas abundantes durante todo o ano, com 3.000 mm de chuvas ) e fraca a amplitude trmica anual (diferena entre o ms mais quente e o ms mais frio).

    A vegetao corresponde a Floresta Equatorial. O fenmeno da friagem se faz sentir na Plancie Amaznica: uma queda brusca da temperatura, quando a regio

    atingida por massa fria do plo sul. SEMI-RIDO Temperaturas elevadas, seca, chuvas irregularmente distribudas ( com longos perodos de estiagem). A vegetao

    correspondente a caatinga. Ocorrncia no Serto Nordestino, vale mdio do Rio So Francisco e norte de Minas Gerais (Polgonos das Secas).

    SUBTROPICAL As quatro estaes do ano so bem definidas, temperatura amena, chuvas bem distribudas, alcanando no inverno as

    temperaturas mnimas do pas. Sua vegetao correspondente a Floresta Subtropical (dos Pinhais) ou Mata Araucria. Ocorrncia: Planalto Meridional, (regio Sul), abrangendo os Estados do Paran, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

    O Brasil um pas de clima quente, portanto, um pas tropical. As mdias trmicas anuais, em nosso pas, variam de 13C no Sul a 35C no Nordeste. Os extremos de temperatura j registrados so: mxima de 44C, em Paratinga, na Bahia, a mnima de 14C abaixo de zero, em So Francisco de Paula, no RS.

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    Os extremos de pluviosidade so: Serra do Mar, SP (Itapanha), com mais de 4.500 mm, Serto da Paraba, (Cabaceiras) polgono das secas onde chove menos de 280 mm por ano. VENTOS: Noroeste vento quente procedente da Amaznia e que atinge o estado de So Paulo, no final do inverno (agosto-

    setembro) quando provoca chuvas fortes. Minuano ou pampeiro vento frio que vem da Argentina e do Uruguai, ou seja, massa polar atlntica, nos meses de

    inverno, provocando perodos de chuva. O homem responsvel por muitas mudanas que esto ocorrendo. J estamos convivendo com chuva cida, com o

    efeito estufa ou aquecimento global, com buraco na camada de oznio, com desertificao, com desmatamentos e poluio de toda ordem. At mesmo o EL Nio, fenmeno outrora moderado e limitado aos litorais do Peru e do Equador, se agiganta e desequilibra a atmosfera brasileira prolongando e intensificando as chuvas e as secas.

    O EL Nio j conhecido h mais de dois sculos. Ocorria quase todos os anos no Pacfico, nas costas do Peru e do Equador, onde as guas so frias e com grandes cardumes. O fenmeno EL Nio a chegada de guas quentes (correntes marinhas) que afugentam os cardumes e prejudicam a pesca que muito importante na regio.

    O fenmeno EL Nio ocorre por causa dos desequilbrios de presso atmosfrica existentes no Pacfico, no norte da Austrlia e na Indonsia (anticiclone) e no litoral sul-americano (ciclone), nos litorais do Peru e do Equador.

    O EL Nio desequilibra a atmosfera e a regularidade dos ventos alsios e das correntes marinhas. Nestas ltimas dcadas ele se tornou mais freqente e mais intenso e j responsabilizado pelos longos perodos de chuvas em So Paulo e de secas no Nordeste.

    7- VEGETAO BRASILEIRA

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    AS FORMAES FLORESTAIS OU

    ARBREAS A FLORESTA AMAZNICA Tambm conhecida como floresta latifoliada

    equatorial ou Hilia, ocupa cerca de 40% do territrio brasileiro, estendendo-se pela quase totalidade da regio Norte, poro setentrional de Mato Grosso e poro ocidental do Maranho.

    Caracterstica de clima quente e supermido, essa floresta extremamente heterognea e densa e apresenta-se dividida em trs estratos:

    igap: corresponde poro da floresta que se assenta sobre o nvel mais inferior da topografia - a verdadeira plancie, ou plancie de inundao, onde o solo est permanentemente inundado. Sua principal rea de ocorrncia o baixo curso do rio Amazonas;

    vrzea: ocupa a poro do relevo denominada teso ou terrao fluvial, onde as inundaes so peridicas;

    terra firme: corresponde ao trecho da floresta localizado na poro mais elevada do relevo - os baixos planaltos ou baixos plats -, sendo por isso mais desenvolvida e exuberante.

    O APROVEITAMENTO ECONMICO DA FLORESTA

    O aproveitamento econmico da floresta d-se sobretudo atravs do extrativismo vegetal, geralmente de produtos tradicionais. Destacam-se a extrao de ltex para produo de borracha, principalmente no Acre, Amazonas e Rondnia; de castanha-do-par, no Par e Amazonas; e de guaran, no Amazonas e Acre. Nenhuma dessas atividades interfere negativamente no equilbrio ecolgico da floresta. O que devasta, na verdade, a grande extrao madeireira que se pratica na regio, sem nenhuma preocupao com a preservao ambiental, sem reflorestamento e utilizando como equipamento de trabalho as moto-serras e os tratores com seus correntes. Outro problema ambiental grave a prtica de criminosas queimadas realizadas com o objetivo de limpar o terreno para a implantao de enormes fazendas de gado.

    MATA ATLNTICA Formao exuberante, que se assemelha bastante floresta equatorial, a Mata Atlntica heterognea, densa e aparece

    em diferentes pontos do pais, onde h temperaturas elevadas e alto teor de umidade. Tambm chamada de floresta latifoliada tropical mida da encosta.

    Estendia-se do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, porm foi intensamente devastada pela cultura canavieira desde o perodo colonial, sobretudo na regio Nordeste.

    No litoral sudeste e sul, a presena da serra do Mar dificultou a ocupao humana e a explorao florestal. Mas hoje, mesmo nessa rea, a extrao de madeiras, a abertura de estradas e a poluio industrial tm devastado a Mata Atlntica.

    As madeiras de lei, como jacarand, jatob, jequitib, cedro, imbuia, etc., sempre atraram as atenes dos empresrios da madeira, para os quais "rvore tem que dar dinheiro".

    No interior do Sudeste, a floresta tropical aparecia em quase toda a rea drenada pelo rio Paran e seus afluentes, sendo por isso denominada de mata da bacia do Paran, e tambm j foi quase toda devastada com o avano da cultura cafeeira em So Paulo e Minas Gerais, no final do sculo passado e inicio deste. Hoje, seus vestgios correspondem s estreitas faixas de rvores que margeiam os rios da regio, sendo, por isso, denominadas matas galerias ou ciliares.

    MATA DE ARAUCRIAS Floresta aciculifoliada uma formao tpica do clima subtropical, menos quente e mido que o equatorial e o tropical.

    Por isso, suas folhas so finas e alongadas (em forma de agulha), a fim de evitar a excessiva perda de umidade. Estendia-se originalmente do sul de Minas Gerais ao norte do Rio Grande do Sul.

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    Relativamente homognea, apresenta poucas variedades e sua espcie dominante a Araucria angustifolia, ou pinbeiro-do-paran. E uma formao aberta, fato que facilitou sua explorao intensa e no-racional.

    A concentrao de pinheiros favoreceu o extrativismo vegetal de tal forma que essa floresta se tornou a principal fonte produtora de madeira do pais, com inmeras aplicaes econmicas, na indstria de mveis, na construo civil ou na indstria de papel e celulose.

    Tambm na Mata de Araucrias a preocupao com a preservao foi nula, pois quase no h reas de reflorestamento e, mesmo quando h, restringe-se ao plantio de eucalipto ou pinus, que fornecem madeiras de qualidade inferior, mas podem ser exploradas em tempo bem mais curto que a araucria.

    MATA DOS COCAIS Formao de transio tpica do Meio-Norte composta pelos estados do Maranho e do Piau ladeada por climas

    opostos, o equatorial supermido oeste e o semi-rido a leste. No Maranho, norte de Tocantins e oeste do Piau, rea um pouco mais mida, comum a ocorrncia do babau,

    palmeira de 15 a 20 m de altura com cachos de coquilhos em cujo interior encontram-se as amndoas. Dessas, extrai-se o leo, que comercializado com indstrias alimentares e de cosmticos, enquanto o coco aproveitado como biomassa, na produo de energia;

    Na rea menos mida, leste do Piau, litoral do Cear e do Rio Grande do Norte, encontramos a carnaba, palmcea de at 20 m de altura. A carnaba conhecida na regio como a rvore da providncia porque dela tudo se utiliza. As razes para infuses medicinais, o tronco para fazer paredes, as folhas para recobrir o teto, o fruto para ser consumido como alimento, as sementes torradas e modas para substituir o caf e a folha para produzir cera, seu produto de maior aproveitamento econmico.

    O extrativismo do babau e da carnaba no implica devastao, pois aproveitam-se apenas os cocos e as folhas, continuamente reproduzidas pelas palmeiras. No entanto, a expanso pecuarista na regio tem provocado grande destruio da vegetao com a criao de reas de pasto. Isso tem levado ao agravamento das condies de vida de milhes de pessoas, que dependem do extrativismo.

    AS FORMAES COMPLEXAS CERRADO Ocupando originariamente quase 25% do territrio brasileiro, a segunda formao vegetal mais extensa do pas; no

    entanto, vem tendo sua participao diminuda gradativamente. Tpico de reas de clima tropical com duas estaes bem marcadas vero chuvoso e inverno seco, o cerrado ocorre em quase todo o Brasil Central, a regio Centro-Oeste e arredores, como o sul do Par e do Maranho, o interior de Tocantins, o oeste da Bahia e de Minas Gerais e o norte de So Paulo.

    Caracterizado pelo domnio de pequenas rvores e arbustos bastante retorcidos, com casca grossa (cortia), geralmente caduciflios e com razes profundas, sua origem ainda desconhecida. Para alguns, ele produto do clima com alternncia entre as estaes mida e seca durante o ano. Para outros, sua origem est ligada ao solo extremamente cido e pobre. Alm disso, certos tipos de cerrado resultam da prpria ao humana, atravs de sucessivas queimadas realizadas em um mesmo local. provvel que o cerrado, tambm denominado savana-do-Brasil, seja na verdade resultado da ao de todos esses fatores ao mesmo tempo.

    O aproveitamento econmico do domnio do cerrado faz-se atravs da pecuria e da agricultura comercial mecanizada (cultivo de soja), que vem destruindo a vegetao natural.

    A CAATINGA A caatinga uma formao tpica do clima semi-rido do Serto nordestino e ocupa cerca de 11% do territrio

    brasileiro. Composta por plantas xerfilas, como as cactceas, com suas folhas em espinhos, as caduciflias, que jogam fora suas folhas, para no perderem gua, ou como a prpria carnaba, que produz uma cera que recobre os poros da folha, evitando a transpirao.

    O principal uso econmico do domnio da caatinga a agropecuria, que apresenta baixos rendimentos e afeta negativamente o equilbrio ecolgico.

    Caso no sejam adotadas tcnicas mais racionais de uso do solo e no se expanda a construo de audes e de canais de irrigao, provvel que a mdio ou longo prazo desenvolva-se um processo de desertificao do j muito seco Serto nordestino.

    O COMPLEXO DO PANTANAL Pantanal corresponde a uma grande depresso localizada no interior de Mato Grosso e de Mato Grosso do Sul,

    ocupando uma rea de aproximadamente 100 mil km2. Sua altitude mdia de 100 m acima do nvel do mar, sendo a maior plancie inundvel do mundo.

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    O Pantanal , na verdade, um mosaico de paisagens naturais. H reas que so alagadas todo ano com as cheias dos rios provocadas pelas fortes chuvas de vero. H reas um pouco mais elevadas, que eventualmente so alagadas, e tambm reas bem mais elevadas, livres de inundao.

    Na poro inundvel, a vegetao desenvolve-se apenas nas estiagens de inverno. Caracteriza-se como formao rasteira, prpria prtica da pecuria. Na poro de alagamento eventual, aparecem arbustos misturados vegetao rasteira. Nas reas altas, chamadas "cordilheiras", encontramos espcies dos cerrados, que, em alguns pontos mais midos, misturam-se s espcies arbreas da floresta tropical.

    A economia tradicional do Pantanal sempre foi a pecuria, realizada em harmonia com o ambiente, sem destru-lo. No entanto, mais recentemente, o investimento de grandes capitais na regio tem sido causa de srios desequilbrios ecolgicos.

    A implantao de agricultura comercial, a utilizao de agrotxicos e a construo de estradas, com a barragem das guas realizadas pelas pontes, so alguns dos problemas ligados ocupao recente do Pantanal. Alm desses, destacam-se a caa ilegal de jacars e a pesca predatria, especialmente na piracema (poca de acasalamento dos peixes).

    AS FORMAES HERBCEAS As formaes herbceas, de caractersticas bastante diversificadas, geralmente aparecem em forma de manchas de

    pequena extenso, distribudas de maneira descontnua pelo interior do pas, em funo de vrios fatores como a topografia suave ou climas mais frios e secos. Se aparecem exclusivamente gramneas, denominam-se campos limpos e se as gramneas esto misturadas a pequenos arbustos, denominam-se campos sujos.

    Entre as diversas reas de formao campestre, merecem destaque: campos meridionais: como a Campanha Gacha, no Rio Grande do Sul, e os Campos de Vacaria. A pecuria a

    atividade econmica mais comum nessas regies.

    campos da Hilia: so formaes rasteiras encontradas nas reas inundveis da Amaznia oriental, como o litoral do Amap, a ilha de Maraj e o golfo Maranhense;

    campos de altitude: so formaes herbceas encontradas em grande altitude. Aparecem no Sudeste, na serra da Mantiqueira, e tambm na Amaznia, na regio serrana de Roraima.

    Proporcionais extenso do litoral brasileiro, as formaes litorneas apresentam grande variedade. As principais so: vegetao de praias: so comuns as espcies halfilas, que habitam lugares ricos em sal, como a salsa-de-praia e o

    jundu, vegetao arbreo-arbustiva do litoral paulista;

    vegetao de dunas: vegetais rasteiros, com razes profundas e grande extenso horizontal, criando verdadeiros cordes vegetais;

    restingas: misturam espcies herbceas, arbustivas e arbreas, como a aroeira-de-praia e o cajueiro, favorecendo a formao de dunas sobre as restingas;

    mangues: vegetais que se adaptaram intensa salinidade e falta de oxigenao do solo, em reas alagadas periodicamente pelas guas do mar. Compem-se de arbustos misturados s espcies arbreas, quase sempre de tronco muito fino e razes areas. E no mangue que se realiza, como atividade econmica, a extrao de caranguejos e, em menor escala, de ostras.

    8- HIDROGRAFIA BRASILEIRA BRASIL BACIAS HIDROGRFICAS

    Bacias rea absoluta (Km2) rea relativa (%) I Amaznica 3.984. 467 46,8 II Paran 891.309 10,4 III Tocantins-Araguaia 803.250 9,5 IV So Francisco 631.133 7,4 V Paraguai 345.701 4,0 VI Uruguai 178.235 2,1 Agrupadas VII Nordeste 884.835 10,3 VIII Leste 569.310 6,7 IX Sudeste 223.688 2,8

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    AS BACIAS HIDROGRFICAS O Brasil possui uma das maiores redes hidrogrficas do mundo, destacando-se seus rios quer pela extenso (tamanho),

    quer pelo volume de gua. Os rios brasileiros esto agrupados em seis bacias hidrogrficas isoladas e trs conjuntos de bacias agrupadas. As bacias

    isoladas, controladas por um nico eixo fluvial (o rio principal), ocupam cerca de 80% do territrio nacional. J as bacias agrupadas so menores e apresentam vrios eixos que se deslocam todos para uma s direo. Ocupam uma rea bem menor, apenas 20% da superfcie total do pas.

    As bacias hidrogrficas do Brasil esto divididas em bacias principais e bacias secundrias. Bacias principais: - So Francisco - Tocantins-Araguaia - Amaznica - Platina (Paraguai, Paran e Uruguai) Bacias secundrias: - Nordeste - Leste - Sudeste - Vertente do Amap BACIA AMAZNICA a maior bacia hidrogrfica do globo terrestre, estendendo-se por terras da Bolvia, Peru, Colmbia, Venezuela,

    Guiana, Suriname, Guiana Francesa e Brasil. Ocupa uma rea de 6 892 475 km2, sendo 3 984 467 km2 no Brasil (46,8% do territrio nacional). Localiza-se nos dois hemisfrios, da a interferncia que possibilita duas cheias anuais.

    A Bacia Amaznica recebe ao direta do clima equatorial, cujas precipitaes so elevadas todos os meses, gerando um total anual de chuvas da ordem de 2 000 a 2 500 mm. Isso faz com que o rio Amazonas tenha o maior dbito do mundo, descarregando no Atlntico cerca de 100 000 m3/s de gua, o que significa cerca de 20% da gua que todos os rios do mundo despejam em conjunto nos oceanos.

    O rio Amazonas (7 100 km) o maior do mundo em extenso e suas nascentes esto localizadas na cordilheira dos Andes. Entra em nosso territrio na altura de Tabatinga (Amazonas) e passa a se denominar Solimes at receber as guas do rio Negro, prximo a Manaus, quando finalmente recebe o nome de Amazonas. Sua foz no Oceano Atlntico, em forma mista (esturio-deltaica)

    Sua largura mxima de 300 Km na foz - junto cidade de bidos (PA) apresenta sua menor largura 1,5 Km. De toda a enorme extenso que

    o rio Amazonas percorre da nascente foz, cerca de 45% corresponde a trecho brasileiro, com 3.165 Km. Nesse trecho, seu desnvel total de 82 m de altura.

    O rio Amazonas, junto com o baixo curso de seus afluentes, forma um complexo hidrovirio de 25 450 km de percurso navegvel, que , s vezes, a nica opo real de transporte no interior da Amaznia.

    Outra caracterstica importante da bacia Amaznica a infinidade de pequenos cursos d'gua e canais fluviais criados pela ao dos rios no seu processo de cheia e vazante. So eles:

    igaraps: braos de rios

    ou canais fluviais que partem, de forma perpendicular, do rio em direo floresta.

    paran-mirins: braos de rios que contornam pequenas ilhas em meia-lua, tambm chamadas falsas-ilhas, por serem pequenas elevaes do terreno que, em momentos de cheias, so ilhadas por esses canais;

    furos: canais marginais que interligam os vrios cursos dgua existentes.

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    O Rio Amazonas apresenta o fenmeno da pororoca (choque das guas do rio com o oceano durante a mar alta ou sizigia) e o das terras cadas (deslocamento de terras junto s margens).

    inteiramente navegvel, sendo ideal para hidrovias. Os rios amaznicos podem ser brancos (ricos em sedimentos) e negros (no transportam sedimentos slidos). BACIA DO TOCANTINS-ARAGUAIA Ocupa uma rea de 803 250 km2 (9,5% da rea total do pas). Desse espao, metade pertence ao rio Tocantins e a outra

    metade ao rio Araguaia, da a denominao da bacia. O rio Tocantins nasce a cerca de 250 km de Braslia, sendo formado pela juno dos rios Alma e Maranho, cujas cabe-

    ceiras esto no Brasil Central, em Gois. A partir da, o rio percorre 2 640 km at chegar ao golfo Amaznico. Seu principal afluente o Araguaia. Esse rio nasce em Mato Grosso, na fronteira com Gois, e une-se ao Tocantins no

    extremo norte do estado de Tocantins, definindo a o contorno da regio denominada Bico do Papagaio. Antes disso, porm, o Araguaia circunda uma rea que a maior ilha fluvial do mundo a ilha do Bananal, com cerca de 20 000 km2 de superfcie.

    A bacia apresenta um grande potencial hidreltrico, mas apenas uma rea de produo efetiva de energia eltrica, que a usina de Tucuru, no sul do Par. Quanto ao percurso navegvel, tambm pouco extenso, cerca de 935 Km aproveitveis, distribudos por trechos descontnuos.

    Lanam suas gua no esturio de Maraj (portanto s se encontra com o Amazonas na foz) BACIA DO SO FRANCISCO Ocupa uma rea de 631.133 Km2 (7,4%da superfcie do pas), drenando terras de cinco estados: Minas Gerais, Bahia,

    Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Faz, portanto, a ligao entre o Sudeste e o Nordeste do Brasil. O So Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, regio de clima tropical chuvoso, e toma a direo norte,

    atravessando o Serto nordestino, rea de clima semi-rido, indo desembocar no litoral oriental do Nordeste, sob clima tropical mido.

    Logo aps a descida da serra da Canastra, temos a usina de Trs Marias. No interior do Serto nordestino, o rio que marca os limites entre os estados da Bahia e de Pernambuco, onde se instalou a represa de Sobradinho, que tem a funo de regularizar o nvel do rio. Em seguida, o So Francisco se desvia para leste, at a fronteira da Bahia com Alagoas, onde esto montadas as quatro usinas do complexo hidreltrico de Paulo Afonso. A partir desse ponto, o rio inicia a descida do planalto, onde foi construda a usina de Xing, e vai desaguar no Atlntico, na divisa entre Alagoas e Sergipe.

    O So Francisco um rio de planalto, possui 1.300 km de extenso navegvel, em um trecho que se estende de

    Pirapora (Minas Gerais) a Juazeiro (Bahia) e Petrolina (Pernambuco), e de Marechal Floriano (AL) foz. a nica grande bacia genuinamente brasileira. Possui 3.161 Km de extenso e recebe diversas denominaes: - Nilo Brasileiro - Rio da Integrao e Unidade Nacional - Rio dos Currais BACIA PLATINA ( Bacia do Paran, Paraguai e Uruguai) BACIA DO PARAN A bacia do Paran ocupa uma rea de cerca de l,4 milho de km2. A bacia do Paran drena a poro centro-meridional

    do pas, abrangendo terras dos estados de Gois, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, So Paulo, Paran e Santa Catarina. Tem como eixo principal o rio Paran.

    O rio Paran o dcimo stimo do mundo em extenso, com seus 2 940 km. Nasce na confluncia de dois outros rios importantes: o rio Paranaba, que separa Minas Gerais de Gois, e o rio Grande, que separa Minas Gerais de So Paulo, definindo-se a a regio conhecida como Tringulo Mineiro.

    A partir da, o rio Paran toma a direo sul e separa So Paulo de Mato Grosso do Sul. Adiante, serve de limite entre o Paran e Mato Grosso do Sul e, mais frente, faz a fronteira do Brasil com o Paraguai. Da em diante, penetra em territrio argentino e vai desembocar no rio da Prata.

    O rio Paran tem como principais afluentes os rios Verde, Pardo e Ivinheima, na margem direita, e os rios Tiet, Paranapanema e lguau, na margem esquerda.

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    Tanto o rio Paran como os seus afluentes da margem esquerda esto descendo planaltos atravs de inmeras quedas d'gua, o que d bacia um alto potencial hidreltrico disponvel para aproveitamento. Sua localizao, prxima ao grande parque industrial do Sudeste, garante-lhe o primeiro lugar em produo hidreltrica efetiva no pas.

    A navegabilidade dessa bacia muito pequena devido topografia. Mesmo assim, o percurso navegvel de 3 370 km, utilizando-se de trechos planos entre as quedas. o que ocorre num trecho de 500 km de extenso no rio Paran entre as quedas de Urubupung e Itaipu. Nos locais onde foram instaladas eclusas, como em Barra Bonita, no rio Tiet, a navegao tambm possvel.

    A eclusa Uma eclusa fluviaI composta basicamente de uma cmara com dois muros laterais, limitados nas duas extremidades

    por duas comportas e, no fundo, um piso ou soleira. Quando se quer que uma embarcao atinja um nvel mais baixo, faz-se com que ela entre nessa cmara cheia, que

    depois esvaziada. A embarcao desce com a gua e atinge o nvel mais baixo. Para que uma embarcao suba de nvel, realiza-se o processo inverso.

    BACIA DO PARAGUAI Sua rea de 345 701 km2 (4% do territrio nacional). O rio Paraguai nasce em terras do Centro-Oeste, na serra do

    Arapor, em Mato Grosso, a cerca de 100 km de Cuiab. A partir da, toma a direo sul, atravessando a enorme plancie do Pantanal, no sudoeste de Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul.

    Ao atravessar a plancie do Pantanal, o rio Paraguai recebe muitos afluentes, como o Pilcomayo e o Bermejo, na margem direita, e o So Loureno, o Taquari, o Miranda e o Apa, na margem esquerda.

    Essa grande rede hidrogrfica, devido ao mnimo desnvel que a plancie apresenta, tem um grave problema de escoamento durante as chuvas de vero. Nessa estao, toda a regio sofre um intenso processo de inundao, da a denominao Pantanal (ou, de acordo com os ndios guaranis, o grande mar de Xarais).

    Aps atravessar a plancie do Pantanal, o rio entra em territrio paraguaio, cortando de nordeste para sudoeste a grande depresso do Chaco. Finalmente, desgua no rio Paran, j em territrio argentino, prximo cidade de Corrientes.

    Percorrendo 2 078 km (1 400 km em territrio brasileiro), o rio Paraguai tem na navegao o seu maior destaque econmico, seu trecho navegvel de Crceres (MT) at Assuno. Corumb, Porto Esperana e Porto Murtinho so os principais portos fluviais do Rio Paraguai.

    A bacia como um todo possui 2 345 km navegveis, por onde circulam muitas das mercadorias da regio, com especial nfase aos minrios de ferro e mangans, extrados do macio de Urucum e embarcados pelos portos de Corumb e Porto Murtinho, ambos no rio Paraguai.

    BACIA DO URUGUAI Ocupa uma rea de 1 78 235 km2 (2,1% do territrio nacional). O rio Uruguai, eixo da bacia, formado pela juno do

    rio Canoas, que vem de Santa Catarina, com o rio Pelotas, que vem do Rio Grande do Sul. Quando atinge a fronteira com a Argentina, aps ter feito a divisa dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sofre um desvio para o sul e separa as terras do Brasil e da Argentina. Posteriormente, faz a divisa entre a Argentina e o Uruguai, e da segue at a foz, prximo a Buenos Aires, onde desemboca no rio da Prata, aps ter percorrido uma extenso de 1 500 km.

    muito pouco aproveitado, seja para a gerao de energia, seja para o transporte fluvial. O percurso navegvel dessa bacia de apenas 625 km. A maior parte dessa extenso localiza-se entre os portos de So Borja e Uruguaiana, no prprio rio Uruguai.

    Apresenta apenas trs importantes afluentes, todos na sua margem esquerda, em territrio sul-rio-grandense: o Iju, o Ibicu e o Quara.

    BACIAS AGRUPADAS O Brasil possui trs conjuntos de bacias agrupadas: bacias do Nordeste, do Leste e do Sudeste. As bacias do Nordeste ocupam uma rea de 884 835 km2 (10,3% da superfcie do pas) e apresentam uma extenso

    navegvel de 4.498 km. Esse conjunto de bacias abrange uma extensa poro do Nordeste, que vai do Maranho at Alagoas. Caracteriza-se por dois tipos diferentes de rios:

    rios perenes: apresentam-se com gua o ano todo e predominam no trecho ocidental da regio. Destacam-se o rio Parnaba, nasce na Serra de Tabatinga e separa o Maranho do Piau, onde foi instalada a usina hidreltrica Castelo Branco. Entre os outros rios perenes, temos o Mearim, o Pindar, o Graja e o ltapecuru;

    rios temporrios: ficam parcial ou totalmente sem gua durante os longos perodos de estiagem. Predominam na poro mais interior da regio, alm do litoral do Cear e do Rio Grande do Norte. Nessa rea encontramos inmeras obras - os audes - que visam reter a gua do perodo chuvoso para amenizar o efeito do longo perodo de estiagem. Destaque-se ai o famoso aude de Ors, no rio Jaguaribe, no Serto cearense. Como exemplo de outros rios temporrios, temos o Acara, o Apodi e o Piranhas.

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    As bacias do Leste estendem-se desde Sergipe at o litoral paulista, ocupando uma rea de 569 310 km2 (6,7% do territrio nacional). Compem-se de inmeros rios que descem diretamente dos planaltos e serras para o oceano, apresentando, por isso, inmeras corredeiras e quedas-d'gua, o que dificulta muito a navegao. A extenso do percurso navegvel dessa bacia de 2 253 km.

    Os principais rios so: o Paraguau, que tem sua foz em Salvador; o Jequitinhonha, que atravessa o nordeste de Minas Gerais, de clima semi-rido, e desemboca no sul da Bahia; o Doce, que nasce na Serra da Mantiqueira, aps atravessar a rica regio ferrfera de Minas Gerais, desgua no litoral

    do Esprito Santo, ao norte de Vitria, no seu vale se concentram importantes usinas siderrgicas. Possui 980 Km de extenso.

    o Paraba do Sul, que nasce na serra da Bocaina (SP), bem prximo da capital paulista formado pela juno dos rios

    Paraibuna e Paraitinga, corre entre as serras do Mar e da Mantiqueira em direo ao norte do Rio de janeiro, onde desemboca no Atlntico, atravs de um delta de 60 km de largura. Possui 1.019 Km de extenso

    As bacias do Sudeste ocupam uma rea de 223 688 km2 (2,8% do territrio nacional), estendendo-se do litoral sul de

    So Paulo at o Rio Grande do Sul. Compem-se predominantemente de rios planlticos e, portanto, com poucas possibilidades para a navegao. A extenso do percurso navegvel de 1186km.

    Destacam-se nessa bacia os seguintes rios: Ribeira de Iguape, no litoral sul de So Paulo; Itaja, no leste catarinense; Tubaro, na regio carbonfera do sudeste de Santa Catarina, e o Jacu, que vem do norte do Rio Grande do Sul e sofre um desvio para leste, indo at a capital Porto Alegre, quando muda o nome para Guaba e desemboca na lagoa dos Patos.

    BACIA DO LESTE BACIA DO NORDESTE BACIA DO SUDESTE

    So os rios de vertente do Amap: Oiapoque (Brasil-Guiana Francesa), rio Amap e rio Araguari. Os rios da Mesopotnia Maranhense so: Pindar, Mearim, Graja e Itapecuru. 9 - O LITORAL BRASILEIRO O litoral brasileiro inicia-se no extremo norte da costa do Amap, ponto marcado pela foz do rio Oiapoque, que, aps

    fazer a divisa entre Brasil e Guiana Francesa, desemboca no oceano Atlntico, na altura do cabo Orange, e termina no extremo sul do pas, onde est situado o arroio Chu, pequeno riacho que faz a divisa entre Brasil e Uruguai.

    Apresenta uma longa extenso, que, em linha reta, corresponde a 7.367 km e que aumenta para 9.198 km se considerarmos todas as suas salincias e reentrncias. por ser assim to grande que esse litoral costuma ser estudado a partir de uma diviso em trs partes: setentrional, oriental e meridional.

    O LITORAL SETENTRIONAL Esse trecho do litoral brasileiro vai do cabo Orange, no

    Amap, at o cabo de So Roque, no Rio Grande do Norte, estendendo-se por 2 465 km.

    Caracteriza-se por apresentar um relevo muito raso, devido extensa plataforma continental, o que o torna facilmente inundvel, da o domnio dos manguezais, particularmente nos litorais do Amap e do Par. A partir da, nos litorais do Maranho, Piau e Cear, encontramos a predominncia das praias e das dunas.

    No litoral do Rio Grande do Norte e do Cear, o destaque fica com a presena das salinas.

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    Como principais acidentes geogrficos, temos o golfo Amaznico (onde est a foz do rio Amazonas), que abriga, entre outras, a ilha de Maraj (a maior do Brasil). No

    Maranho, temos o golfo Maranhense, onde se localizam a baa de So Marcos e a ilha de So Lus, que abriga a capital do estado, a cidade de So Lus.

    Nesse litoral, destacam-se ainda os portos de Santana, no Amap, Belm, no Par, Ponta da Madeira, no Maranho, e Areia Branca, no Rio Grande do Norte. A principal atividade pesqueira desenvolvida nessa poro do litoral a pesca de camaro, a maior do Brasil, particularmente no litoral amapaense.

    O LITORAL ORIENTAL

    Comea no cabo de So Roque, no Rio Grande do Norte, e vai at o cabo de So Tom, no Rio de Janeiro, estendendo-se por 2 640 km.

    Caracteriza-se pelo domnio das barreiras e dos recifes, particularmente no litoral pernambucano. H ainda uma srie de praias intercaladas entre as barreiras, algumas at com dunas, alm de alguns recifes de corais, como o atol das Rocas, no Rio Grande do Norte, e o atol de Abrolhos, na Bahia.

    Os principais acidentes geogrficos so a ponta do Seixas (Paraba), as ilhas de Itamarac (Pernambuco) e de Itaparica (Bahia), o Recncavo Baiano e as baas de Todos os Santos, Ilhus e Cabrlia, todos na Bahia, alm do arquiplago de Fernando de Noronha (Pernambuco) e das ilhas ocenicas de Trindade e Martin Vaz, a 1.000 km do litoral do Esprito Santo.

    Destacam-se tambm os portos de Recife, em Pernambuco, Salvador e Ilhus, na Bahia, e Vitria Tubaro, no Esprito Santo, Cabedelo e Malhado.

    Na pesca, o destaque a captura da lagosta em toda a costa nordestina. A produo petrolfera a maior do pas, concentrada na bacia de Campos (Rio de Janeiro).

    O LITORAL MERIDIONAL

    Essa parte do litoral brasileiro tem 2 262 km de extenso, comeando no cabo de So Tom, no Rio de Janeiro, indo at o arroio Chu, no Rio Grande do Sul.

    Caracteriza-se pela diversidade, onde se misturam praias, restingas formadoras de lagoas como Araruama e Maric (Rio de Janeiro), Patos e Mirim (Rio Grande do Sul), intercaladas com paredes abruptos - as falsias - quando a serra do Mar chega at o oceano. So tpicas do litoral entre Ubatuba (So Paulo) e Parati (Rio de Janeiro) e do litoral de Torres (Rio Grande do Sul).

    Os acidentes geogrficos mais importantes so as ilhas Grande (Rio de Janeiro), de So Vicente, Guaruj e So Sebastio (So Paulo), Santa Catarina (onde est Florianpolis) e as baas da Guanabara (Rio de Janeiro) e de Guaratuba (Paran). Merece destaque ainda Cabo Frio (Rio de Janeiro), importante rea salineira.

    Os principais portos do Brasil esto nesse litoral, tais como Rio de Janeiro, Santos, So Sebastio, Paranagu e Rio Grande.

    Na pesca, sobressaem o camaro e a sardinha, principalmente nos litorais gacho e catarinense. As ilhas ocenicas brasileiras so: Trindade, Arquiplago de Fernando de Noronha, Atol das Rocas, rochedos (penedos)

    So Pedro e So Paulo, ilha Martim Vaz ( o ponto mais afastado do litoral, a 1.155 Km da costa, na direo do Esprito Santo).

    Duas correntes marinhas afluem para o litoral brasileiro: Corrente Sul-Equatorial (quente) e Corrente das Falklands ou

    Malvinas (fria). A corrente das Guianas, que um brao da Corrente Sul-Equatorial, percorre parte do litoral Norte. Corrente do Brasil( a mais importante para ns), banha o litoral oriental (todo o NE e SE).

    A Corrente das Falklands atinge o litoral sul e sudeste do Brasil, terminando em Cabo Frio (RJ). Mar territorial a faixa de mar que pertence a um pas. O mar territorial brasileiro atualmente abrange a faixa de 200

    milhas, cobrindo a Plataforma Continental, de importncia fundamental para a pesca, explorao de petrleo e comrcio.

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    10 - AGRICULTURA E EXTRATIVISMO VEGETAL NO BRASIL

    Fatores naturais, humanos e econmicos Diversos elementos do quadro natural podem

    contribuir, positiva ou negativamente, para o desenvolvimento da agricultura. Entre esses elementos, destacam-se o clima e o solo.

    O clima , sem dvida, o elemento natural que mais influencia a produo agrcola. Caracteriza-se pela ao da temperatura, umidade, chuvas e, em menor escala, ventos.

    O solo um importante elemento do quadro natural para o desenvolvimento agrcola, pois suporta e sustenta o vegetal.

    A anlise do fator humano na agricultura envolve aspectos relacionados mo-de-obra (nmero de trabalhadores e sua especializao) e as relaes de trabalho.

    Em regies mais atrasadas, o nmero de trabalhadores agrcolas bastante alto em relao extenso da rea de cultivo, significando que no h grande utilizao de equipamentos mecnicos e indicando uma reduzida produtividade dessa lavoura, caracterstica de uma agricultura pobre.

    J nas regies mais desenvolvidas, observa-se o contrrio, com uma intensa mecanizao da agricultura, resultando em pouca mo-de-obra para uma alta produtividade.

    possvel distinguir dois grandes objetivos do trabalho agrcola:

    - abastecer o prprio grupo que trabalha a terra e gerar um pequeno excedente de troca, correspondendo chamada lavoura de subsistncia ou de pequeno mercado;

    - produzir exclusivamente para o grande mercado, interno ou externo, correspondendo chamada lavoura comercial.

    A remunerao do trabalho na agricultura tambm realizada de duas formas mais comuns:

    - primitiva, em que o trabalhador recebe como pagamento o direito de morar e plantar na terra de terceiros, ou o direito de ficar com uma parte da colheita, dando o restante ao dono da terra;

    - moderna, que corresponde ao trabalho as-salariado, que pode ser permanente ou temporrio, dependendo das condies econmicas, sociais e polticas de cada regio.

    Os fatores econmicos determinam claramente a diferena entre agricultura moderna e primitiva.

    OS SISTEMAS AGRCOLAS A anlise de um sistema agrcola considera trs

    fatores dominantes: a terra, o trabalho e o capital. O fator terra predomina nas regies

    subdesenvolvidas do globo, onde a produo est diretamente relacionada com a extenso da rea cultivada, pois no conta com investimentos de capital e tecnologia.

    Esse sistema, definido como de uso extensivo da terra, aparece sob diversas formas, destacando-se a agricultura intinerante ou roa tropical, na qual o

    agricultor ocupa reas florestadas, realizando o desmatamento e a queimada. Com isso, o solo se esgota precocemente, as terras so abandonadas e o agricultor se muda para nova rea, onde repetir o processo.

    O fator trabalho predomina tambm em regies subdesenvolvidas, onde h grande utilizao de mo-de-obra.

    Esse tipo de agricultura que considera o fator trabalho caracterstico de regio de grande densidade demogrfica, comum no Sudeste Asitico e Extremo Oriente, onde recebe o nome de agricultura de jardinagem.

    O capital um fator que predomina na agricultura dos pases desenvolvidos e de algumas regies de pases subdesenvolvidos.

    A agricultura moderna ou comercial desenvolvida em pequenas, mdias ou grandes propriedades, com larga aplicao de recursos tcnicos e capital

    A AGRICULTURA NO BRASIL A agricultura sempre foi uma atividade econmica

    muito importante para o pais. Embora atualmente a maior parte da produo econmica nacional tenha sua origem na atividade industrial, a agricultura ainda ocupa um lugar de destaque, empregando mais de 20% da mo-de-obra ativa e produzindo cerca de 25% da renda das exportaes nacionais.

    A AGRICULTURA BRASILEIRA E O

    QUADRO NATURAL A agricultura brasileira sofre basicamente a

    influncia de dois grandes fatores naturais: o solo e o clima.

    No Brasil, h pelo menos dois tipos de solo considerados extremamente frteis. Um a terra roxa, solo de origem vulcnica, que aparece na rea drenada pela bacia do Paran. Outro o massap, solo muito profundo e argiloso, que aparece na Zona da Mata nordestina.

    Por outro lado, enfrentamos inmeros problemas no uso do solo, tais como o plantio em declives, que acelera a eroso, e a prtica de queimadas, que empobrece o solo.

    Entre os aspectos climticos que favorecem a atividade agrcola no pais, destaca-se a tropicalidade. O predomnio de altas temperaturas e de alta pluviosidade na maior parte do territrio, durante o ano todo, permite um desenvolvimento da produo vegetal ininterrupto.

    O outro aspecto favorvel a diversidade climtica, permitindo que se desenvolvam os mais diferentes tipos de vegetais.

    Os aspectos desfavorveis da ao do clima na agricultura esto ligados aos extremos climticos, tais como as reas excessivamente chuvosas (Amaznia Ocidental) ou com escassez de pluviosidade (Serto nordestino).

    Esses extremos tambm ocorrem devido diversidade climtica. No Sul e em parte do Sudeste, o rigor das temperaturas dificulta certas produes, principalmente em reas sujeitas ocorrncia de geadas e, eventualmente, de neve.

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    AS RELAES TRABALHISTAS NA

    AGRICULTURA BRASILEIRA Existem diversas formas de trabalho no meio rural

    brasileiro, sendo comum os trabalhadores rurais atuarem em pelo menos duas delas ao mesmo tempo. O total de trabalhadores rurais no pas atualmente de 15 570 171 pessoas. Mo-de-obra rural no Brasil Forma Total de Percentagem do de trabalho trabalhadores total Posseiros 654 615 4,2 Parceiros 366 995 2,3 Pequenos 2 437 001 15,6 proprietrios Arrendatrios 101 409 0,8 Assalariados 975 150 6,3 permanentes Assalariados 6 844 849 44,0 temporrios No-remu 4.190.152 26,8 nerados

    (Estatsticas cadastrais do INCRA.) As principais formas de trabalho so: - posseiros: lavradores que se instalam em terras

    que no lhes pertencem legalmente, ou seja, terras devolutas (do governo) ou de terceiros;

    - parceiros: lavradores que trabalham na terra de outra pessoa, com a qual dividem a produo obtida. Quando a diviso de 50%, o trabalhador chamado meeiro;

    - pequenos proprietrios: trabalhadores que cultivam sua prpria terra, tanto para atender s necessidades de suas famlias, quanto para destinar a produo ao mercado local;

    - arrendatrios: agricultores que alugam a terra de algum e pagam seu uso em dinheiro. Em geral, dispem de um certo capital e de equipamentos;

    - assalariados permanentes: trabalhadores que moram nas propriedades em que trabalham, mantendo vnculo empregatcio com registro profissional e todos os direitos legais;

    - assalariados temporrios: agricultores que trabalham contratados por dia, tarefa ou empreitada, sem direito a morarem na terra. Geralmente habitam a periferia das cidades e se deslocam diariamente para o trabalho no campo;

    - no-remunerados: corresponde ao grupo familiar do trabalhador composto pelos seus dependentes, mulher e filhos, que o ajudam no trabalho rural sem serem remunerados pela atividade.

    O EXTRATIVISMO VEGETAL A atividade extrativista corresponde retirada

    de bens fornecidos pela natureza, nos remos mineral, vegetal e animal.

    O extrativismo realizado de forma primitiva, sem aplicao de recursos tcnicos e de capital, objetivando apenas a subsistncia do grupo familiar e um pequeno excedente de troca. Quando a retirada se faz em moldes modernos, com o uso de recursos de capital e tecnologia, mo-de-obra assalariada, pessoal especializado, mquinas, etc., passa a ser considerada atividade industrial. Essa tendncia crescente em quase todo o planeta.

    H uma classificao do aproveitamento vegetal considerando trs grandes sistemas, conforme as tcnicas utilizadas e a intensidade da destruio da cobertura vegetal. So eles:

    sistema primitivo: caracterstico das regi-es mais atrasadas, onde a populao utiliza os produtos coletados para sua prpria subsistncia ou para abastecer um incipiente mercado local. A destruio da vegetao muito pequena, recuperando-se facilmente;

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    sistema colonial: caracterstico de regies

    subdesenvolvidas, onde o grande capital, nacional ou estrangeiro, visa explorar os recursos vegetais em grande escala para exportao. E um sistema altamente predat-rio, sem nenhuma preocupao com a conservao ou recuperao da rea vegetal destruda;

    sistema moderno: corresponde silvicultura,

    realizada por empresas que investem muito capital e tecnologia, obtendo um grande aproveitamento dos recursos vegetais. E uma forma de explorao racional, pois substitui a floresta nativa pela cultivada. Esse sistema de aproveitamento vegetal caracterstico das regies mais desenvolvidas.

    EXTRATIVISMO VEGETAL NO BRASIL O extrativismo vegetal no Brasil, embora seja uma

    atividade bastante pobre e de pequena participao na economia nacional, tem grande importncia socioeconmica nas regies em que ocorre, principalmente na Amaznia e no Nordeste. Nessas regies, as necessidades econmicas da populao rural acabaram levando milhares de pessoas a se envolverem com a coleta vegetal.

    A grande diversidade climatobotnica do Brasil favoreceu uma atividade extrativista diversificada. Os principais produtos obtidos pelo extrativismo vegetal no

    Brasil so ltex, leos e ceras. A mais importante espcie produtora de ltex a

    seringueira (Hevea brasiliensis). A borracha tambm pode ser obtida de outras espcies, como o caucho, a manioba e o mucuj. A resina desse ltimo utilizada na fabricao de chicletes.

    Uma das mais importantes espcies produtoras de leo a palmeira de babau denominada uauau pelos ndios. Produz cocos que contm um leo na industrializao do sabo, margarina, produtos qumicos, entre outros. O bagao do babau, depois de extrado o leo, utilizado na indstria de rao para animais

    A mamona, planta muito comum no Brasil, produtora de leo de rcino. Seu bagao utilizado como biomassa ou como adubo orgnico.

    A castanha-do-par, uma grande e bela rvore amaznica, produz um ourio cujas sementes so utilizadas na indstria de leos comestveis e produtos cosmticos.

    A oiticica, rvore de copa baixa, tpica de reas secas, tambm tem sementes oleaginosas, utilizadas na indstria de tintas e vernizes.

    O destaque na produo de cera fica com a carnaba, denominada "rvore da providncia", pois dela tudo se aproveita - tronco, galho, folhas, razes, frutos e sementes. Porm, a cera que recobre as folhas seu maior produto econmico, sendo utilizada nas indstrias de graxas, ceras domsticas, acetato para discos, pilhas, lmpadas incandescentes, papel-carbono, sabonete e batom.

    11 - A MINERAO NO BRASIL Num pas de dimenses continentais como o Brasil, natural que haja abundncia e grande variedade de minrios. No

    entanto, alguns ocorrem em quantidade surpreendente, mas outros so escassos. Veja o quadro a seguir.

    Classificao das reservas minerais Suficiente Deficiente Carente alumnio chumbo enxofre calcrio cobre iodo diamante estanho mercrio ferro ouro nitrato mangans petrleo platina urnio prata potssio

    Entre os principais minrios e minerais extrados no

    pas, destacam-se o ferro, o mangans e a bauxita. O ferro o mais importante recurso mineral

    explorado no Brasil. Os minerais de ferro surgem em terrenos proterozicos, podendo ser classificada como minrio a rocha que apresentar teor metlico superior a 40%. No Brasil, o mais explorado e exportado a hematita, que apresenta entre 55% e 65% de teor metlico.

    As principais reas de ocorrncia de minrio de

    ferro no Brasil so: Quadriltero Central ou Ferrfero, em Minas

    Gerais;

    macio de Urucum, no pantanal Mato-gros-sense;

    serra dos Carajs, no Par. O mangans o segundo recurso mineral mais

    exportado pelo Brasil. Sua importncia econmica est relacionada com sua utilizao indispensvel no setor siderrgico. Embora encontrado em vrios estados, como:

    Par (Carajs),

    Mato Grosso do Sul (Urucum),

    Minas Gerais (Quadriltero Central),

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    Amap, na serra do Navio ocorrem as maiores produes nacionais.

    As principais reas de ocorrncia de bauxita no

    Brasil esto localizadas no: Par (Carajs e Oriximin)

    Minas Gerais (Poos de Caldas e Ouro Preto) Nas proximidades do rio Trombetas, em

    Oriximin, localiza-se uma das maiores reservas mundiais desse minrio.

    O sal explorado sobretudo no Nordeste, sendo o Rio Grande do Norte responsvel por mais de dois teros da produo nacional.

    O calcrio de grande importncia como material de construo civil cimento e cal - e para a agricultura, onde utilizado como corretivo do solo. Ocorre em quase todo o Brasil.

    12 - OS RECURSOS ENERGTICOS

    Entre os principais recursos energticos utilizados pelo homem, destacam-se os combustveis fsseis, assim denominados devido sua origem, relacionada deposio de restos de seres vivos em eras geolgicas passadas. Os mais importantes combustveis fsseis so o petrleo e o carvo mineral.

    Com o passar dos anos essa continua superposio de camadas na crosta terrestre fez aumentar a presso e o calor sobre os depsitos orgnicos, provocando neles reaes qumicas que resultaram em gs natural e petrleo.

    O petrleo fluido, sendo encontrado em regies sedimentares, nos poros das rochas armazenadoras como o arenito, dominante no Brasil.

    O petrleo o produto mineral mais importante do sculo XX, pois, alm de ser utilizado em larga escala como fonte de energia, atravs de derivados como o leo diesel, o querosene, a gasolina e o gs liqefeito, tam-bm possibilita a fabricao de solventes, borracha sinttica, fertilizantes, plastificantes, fibras de nilon e outros produtos indispensveis economia moderna.

    O PETRLEO NO BRASIL Em 1932, foi instalada em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, a Destilaria Sul-rio-grandense. Em 1936, duas refinarias

    de petrleo foram inauguradas: a Matarazzo, em So Caetano do Sul (So Paulo), e a Ipiranga, em Rio Grande (Rio Grande do Sul).

    Em 1938, foi criado o Conselho Nacional do Petrleo (CNP), que visava regular e controlar as atividades ligadas a esse recurso. Em 1939, na localidade de Lobato, no Recncavo Baiano, finalmente jorrou petrleo em condies comerciais pela primeira vez no pas.

    Por fim, em 1 953, durante o governo de Getlio Vargas, foi assinada a Lei n. 2004 criando a Petrleo Brasileiro S.A.

    (Petrobrs). A Petrobrs deteve, durante 42 anos, o monoplio nas seguintes atividades: e pesquisa e lavra das jazidas de petrleo e outros hidrocarbonetos, fluidos e gases raros em territrio nacional; refino do petrleo nacional e estrangeiro; transporte martimo de cabotagem, isto , costeiro, e transporte terrestre por oleodutos de petrleo e derivados; importao e exportao de petrleo e derivados.

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    A explorao de petrleo no Brasil realizada nas bacias sedimentares, que totalizam 3,2 milhes de km2 na parte

    terrestre e quase 1 milho de km2 na plataforma continental. Entre as principais bacias produtoras, destacam-se: bacia de Campos, principal rea produtora do pas, na plataforma continental, onde se destacam ainda trechos do litoral da Bahia, Sergipe e Alagoas;

    bacia do Recncavo Baiano, importante rea produtora de petrleo no continente; bacia do Nordeste, entre Sergipe e Alagoas, que produz cerca de 15 % do petrleo brasileiro. O CARVO MINERAL O carvo mineral um combustvel fssil cuja origem est relacionada ao soterramento de antigas florestas. O carvo mineral foi a principal fonte energtica do planeta at fins do sculo XIX. No sculo XX, sua importncia

    declinou graas ao crescimento da produo e das possibilidades econmicas do petrleo. No entanto, o carvo continua sendo uma das mais importantes fontes energticas, bem como matria-prima indispensvel indstria, uma vez que produto bsico na fabricao do ao.

    No Brasil, a produo pequena, no atendendo sequer ao consumo interno. Entre as causas da pequena produo nacional de carvo, destacam-se: pas no dispe de grandes reservas; carvo nacional de baixa qualidade; as tcnicas de extrao e o sistema de escoamento so precrios, determinando um preo mais elevado que o do

    carvo importado. As principais reas produtoras no pas localizam-se nos terrenos permo-carbonferos da regio Sul, particularmente nos

    estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

    Santa Catarina responsvel por mais de dois teros da produo nacional, uma vez que possui as nicas reservas conhecidas aproveitveis na siderurgia, ou seja, produo de carvo-coque. Suas principais reas carbonferas situam-se na bacia do rio Tubaro, onde se destacam os centros de Cricima e Siderpolis.

    No Rio Grande do Sul, o destaque fica com o carvo-vapor, utilizado em ferrovias e termeltricas. As principais jazidas so encontradas no vale do rio Jacu.

    13 - A PECURIA Pecuria a atividade relacionada criao de gado, ou seja, criao de determinados rebanhos com fins econmicos.

    Tem como principais objetivos a produo de alimentos e de matrias-primas, alm da criao de animais de trao e transporte

    OS SISTEMAS DE CRIAO Definem-se dois grandes sistemas de criao: o extensivo e o intensivo, lembrando que existem alguns outros

    intermedirios que misturam caractersticas dos dois primeiros.

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    No sistema de pecuria extensiva, a criao considerada de pior qualidade, pois a pecuria realizada com o gado solto no pasto sem grandes cuidados com sua sade e higiene. E um sistema que exige espao, porm requer pequena quantidade de mo-de-obra.

    O sistema extensivo, portanto, de baixa produtividade, sendo caracterstico de regies subdesenvolvidas. O sistema de pecuria intensiva possui caractersticas opostas, pois considerado de alta qualidade. O gado criado

    em estbulos, recebendo cuidados com alimentao, sade e higiene. Pode ser realizado em pequenas propriedades, porm exigindo grande investimento, tanto em pessoal qualificado quanto em equipamentos.

    A ZOOTECNIA Zootecnia a cincia que tem como objetivo estudar tcnicas de pecuria para criar o melhor animal, no menor tempo e

    pelo menor custo a fim de se obter o maior lucro possvel. Utiliza os seguintes recursos: aclimatao: tcnica que visa adaptar um animal oriundo de rea climtica diferente; cruzamento: baseia-se no acasalamento de animais da mesma espcie, de raas diferentes, porm puros. seleo: tcnica de cruzamento que escolhe as melhores cabeas da mesma raa, tendo como objetivo acentuar suas

    qualidades no rebanho; hidratao: processo que cruza elementos de espcies diferentes. O produto desse cruzamento o animal hbrido,

    quase sempre estril; Inseminao: tcnica de reproduo sem que se realize o acasalamento, ou seja, o smen extrado de reprodutores

    selecionados e imediatamente congelado e armazenado. A PECURIA NO BRASIL A pecuria no Brasil realizada fundamentalmente de forma extensiva, caracterizando-se, portanto, por um pequeno

    nvel de investimento de capital e tecnologia. Bovinos O rebanho bovino brasileiro, com aproximadamente 1 70 milhes de cabeas, um dos cinco maiores do mundo,

    representando cerca de 10% de todo o gado bovino do globo. A histria da pecuria bovina no Brasil data dos primrdios do sculo XVI, com a introduo das primeiras cabeas na

    capitania de So Vicente. Sunos O rebanho brasileiro, superior a 35 milhes de cabeas, um dos maiores do mundo, representando 5% do total

    mundial. A pecuria suna destina-se basicamente produo de carne e de banha. Ovinos O rebanho brasileiro de ovinos - ovelhas e carneiros - de aproximadamente 20 milhes de cabeas, correspondendo a

    apenas 1,5% do total mundial. O aproveitamento econmico desse rebanho est na produo de l, leite e carne. Caprinos O rebanho brasileiro de caprinos pouco superior a 12 milhes de cabeas (2,5% do total mundial). Seu

    aproveitamento econmico muito grande, pois, alm de produzir carne, leite e derivados, tambm se aproveita a pele. Eqinos Os eqinos foram introduzidos no Brasil no incio da colonizao. Totalizam atualmente 6,5 milhes de animais, 9% do

    efetivo mundial. A criao de cavalos no Brasil apresenta diversos objetivos. Assim, temos criao para sela e montaria, como os

    estrangeiros quarto de milha, rabe e persa, ou como os nacionais manga-larga e campolina, e criao para trao, com destaque para a raa shire (inglesa) que atinge um grande porte.

    Muares O rebanho de muares burros e mulas -

    alcana 2 milhes de cabeas no Brasil (13% do total mundial). A origem desse rebanho est no cruzamento de duas outras espcies, o asinino macho (jegue) com o eqino fmea (gua). Por serem animais hbridos, tanto o burro quanto a mula so estreis, ou seja, no se reproduzem. A

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    principal utilidade dos muares est no transporte de carga e, em segundo plano, na montaria. Asininos O rebanho brasileiro de asininos - asnos, jumentos, jegues ou jericos -, da ordem de 1,5 milho de cabeas, corresponde

    a 4% do total mundial. Entre as principais qualidades desse rebanho, est sua grande capacidade de sobreviver em condies ambientais hostis. Assim como os muares, os asininos so importantes para montaria ou transporte de carga.

    Bufalinos O efetivo de bfalos criados no Brasil de

    aproximadamente 1,5 milho de cabeas, apenas 1% do total mundial. O aproveitamento do bfalo muito diversificado, pois o animal um grande fornecedor de carne, j que cerca de 50% do seu peso (que chega a 900 kg) pode ser utilizado para esse fim. E tambm grande produtor de leite, com at 10 litros dirios; tem seu couro industrializado e, pela sua grande capacidade de deslocamento de carga - possui a fora de dois bois juntos, ainda utilizado como animal de trao.

    14 - A INDSTRIA TIPOS DE INDSTRIA A indstria uma atividade transformadora, ou seja,

    utilizando-se de mo-de-obra, mquinas e energia, transforma a matria-prima em bens destinados ao consumo. A indstria de transformao pode ser dividida em dois grandes grupos: o de bens de produo e o de bens de consumo.

    INDSTRIAS DE BENS DE PRODUO Fazem parte desse importante grupo as indstrias que

    transformam matrias-primas brutas (oriundas da natureza) ou que visam abastecer as outras indstrias com mquinas, equipamentos, insumos e matrias-primas beneficiadas. Como exemplo, temos as side-rrgicas, a minerao, a qumica e a petroqumica.

    As indstrias de bens de produo tambm so denominadas indstrias de base

    por fornecer o alicerce do desenvolvimento industrial e indstrias pesadas pelo seu porte e por trabalhar com grandes quantidades de matrias-primas.

    INDSTRIAS DE BENS DE CONSUMO Classificam-se nesse grupo as indstrias que tm

    como objetivo atender s necessidades do grande mercado. Utilizam matrias-primas produzidas na natureza ou bens provenientes das indstrias de base.

    As indstrias de bens de consumo costumam ser divididas em dois subgrupos:

    - bens durveis: produzem bens de consumo que

    no so perecveis, cujo uso no implica sua extino. Como exemplos, temos a indstria automobilstica e a de eletrodomsticos;

    - bens no-durveis: produzem bens de consumo

    perecveis. Como exemplos, temos a indstria alimentcia, a de vesturio e a farmacutica.

    OS FATORES DA LOCALIZAO

    INDUSTRIAL A implantao e o desenvolvimento industrial esto

    relacionados a uma srie de influncias que podem favorecer ou acelerar o desenvolvimento de uma regio. A indstria depende, ento, de vrios fatores:

    capital: toda implantao industrial exige um grande

    investimento anterior, com aquisio de terreno, construo do edifcio, compra de mquinas e matrias-primas,

    energia: todo e qualquer processo industrial s se faz

    com grande disponibilidade energtica. mo-de-obra: a transformao industrial tem como

    principal finalidade a obteno de lucro. Um dos elementos bsicos para se atingir tal objetivo a existncia de um excedente de mo-de-obra que permita ao empresariado adotar uma poltica salarial fundamentada em baixa remunerao. Assim, a implantao industrial tem maiores chances de se viabilizar junto aos grandes centros urbanos, onde a mo-de-obra mais numerosa e mais bem qualificada;

    matria-prima: o elemento mais importante no

    processo industrial a matria-prima a ser transformada. Quanto mais prxima ela estiver, menor o custo do transporte e, portanto, menor o custo de produo e maior o lucro da indstria;

    mercado consumidor: a exemplo da matria-prima,

    quanto mais prxima a indstria estiver do seu mercado, menor o custo do transporte e maior a sua margem de lucro;

    meios de transporte: a presena desse item em

    condies satisfatrias vai favorecer o deslocamento das matrias-primas para a indstria, dos produtos para o mercado e dos trabalhadores para as fbricas.

    15 TRANSPORTES OS TIPOS DE TRANSPORTE Cinco grandes tipos de transporte so utilizados

    comercialmente em grande escala: dois so terrestres (ferrovirio e rodovirio), dois so aquticos (navegao fluvial e martima) e um areo.

    Rodovias: as principais vantagens das rodovias so a

    versatilidade e a facilidade de ligao origem-destino. Por outro lado, sua manuteno, bem como a dos veculos que nelas circulam, de custo elevado (reparos, combustveis, etc.).

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    Ferrovias: entre as principais vantagens do trans-

    porte ferrovirio esto a capacidade de carga, baixo consumo de energia e a segurana no trfego. Entre os problemas, destacam-se o alto custo de implantao e o trajeto limitado.

    O desenvolvimento do transporte areo ainda recente.

    A evoluo tecnolgica, aumentando a velocidade e a segurana dos vos, tem gerado progressos no transporte areo mundialmente.

    A navegao martima vem evoluindo junto com a

    humanidade. No incio utilizavam-se o remo - fora humana - e o vento, depois o carvo e o petrleo e, hoje, os navios mais modernos so movidos a energia nuclear.

    A navegao fluvial tem cumprido um importante papel o caminho natural de penetrao, onde as adversidades do relevo ou o desinteresse econmico tenham impedido a implantao de rodovias e ferrovias.

    OS TRANSPORTES NO BRASIL Brasil um pas de dimenses continentais, com topografia dominantemente plana, grandes distncias entre as reas de

    matrias-primas e as reas industriais e enorme capacidade hidreltrica, que pode compensar a insuficincia em petrleo, de onde derivam a gasolina e o diesel.

    Todas essas caractersticas, em conjunto, justificariam como opo preferencial de transporte a ferrovia, e no a rodovia. No entanto, a realidade outra.

    Brasil: transporte Tipo Carga Transportada (em%) Rodovia 61 Ferrovia 21 Hidrovia 14 Outros 4

    (Ministrio dos Transportes)

    AS RODOVIAS

    O Brasil possui uma extenso rodoviria total de 1 663 987 km, dos quais somente 136 647 km, ou 8,2% do total, so totalmente pavimentados. As rodovias sob controle direto do governo federal dividem-se em qua-tro grupos ( todos indicados pelo prefixo BR): rodovias radiais: partem de Braslia e tm sua numerao variando de 001 a 100. O nmero aumenta no sentido horrio de acordo com o ngulo formado com o norte. Exemplos: BR-010 Rodovia Bernardo Sayon (Belm-Braslia); BR-040 Rodovia Braslia-Rio de Janeiro; rodovias longitudinais: seguem no sentido norte-sul. A numerao aumenta de leste para oeste e varia de 10 l a 200. Exemplos: BR-101 Rodovia Litornea; BR-116 -Rodovia Fortaleza-Jaguaro; rodovias transversais: seguem no sentido leste-oeste. A numerao aumenta de norte para sul, variando de 201 a 300. Do norte at Braslia vai de 201 a 250, e de Braslia at o sul vai de 251 a 300. Exemplos: BR-210 - Rodovia Perimetral Norte; BR 230 Rodovia Transamaznica; rodovias diagonais: cortam as anteriores em diagonal (nordeste-sudoeste ou noroeste-sudeste). Variam de 301 a 400 e a numerao aumenta para o sul. As de nmeros pares so as de direo noroeste-sudeste e, as mpares, nordeste-sudoeste. Exemplos: BR 319 - Rodovia Manaus-Porto Velho; BR 364 - Rodovia Cuiab-Porto Velho.

    O smbolo do rodoviarismo brasileiro foi a construo da rodovia Transamaznica (BR 230), inaugurada em 1 974 com

    apenas alguns trechos construdos e logo a seguir abandonada. Sobre ela dizia-se que era o elo de ligao entre o "nada" e o "coisa alguma".

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    AS FERROVIAS A extenso ferroviria total no Brasil de 29 833 km, distribudos da seguinte forma: Rede Ferroviria Federal S.A. (RFFSA): controla 74% de toda a extenso de vias frreas do pas, ou seja, 22 067

    km, englobando inmeras estradas de ferro, tais como: - Estrada de Ferro Central do Brasil, criada em 1855 como E.F. Dom Pedro 1, a segunda do pas em volume de carga

    transportada;

    - Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, de 1905, vai de Bauru (So Paulo) at Corumb (Mato Grosso do Sul) e da segue com o nome de E.F Brasil-Bolvia at Santa Cruz de La Sierra, no interior boliviano;

    - Estrada de Ferro Santos-Jundiai, criada em 1868, tem apenas 139 km de extenso.

    Ferrovias Paulistas S.A. (FEPASA):

    controla 1 6,5% das vias frreas, ou seja, 4 899 km, englobando vrios ramais, como a E.F. Sorocabana (1875) e a Companhia Mogiana (1871), que alcana o Tringulo Mineiro;

    Ferrovias isoladas: correspondem aos 2

    867 km restantes, englobando a E.F. Carajs, pertencente Companhia Vale do Rio Doce, a E.F. Vitria-Minas, a primeira do pas em volume de carga e que tambm pertence Companhia Vale do Rio Doce, e a E.F. do Amap, que escoa o minrio de mangans da serra do Navio.

    A Rede Ferroviria Federal (RFFSA)

    est passando por um processo de privatizao. A fim de facilitar a venda, o governo dividiu toda a rede em seis partes: Malha Oeste, Malha Centro Oeste, Malha Sudeste, Malha Sul, Malha Nordeste e Malha Teresa Cristina.

    16 - A POPULAO BRASILEIRA J sabemos que a populao humana o nmero ou a

    quantidade de pessoas que habitam um determinado espao geogrfico.

    Dependendo do conjunto ou segmento a que se refere a populao pode ser:

    - absoluta e relativa, quanto ao espao territorial ocupado. - local, regional, continental e global, quanto a extenso do espao geogrfico; municipal, estadual e nacional, quanto a extenso do espao territorial da unidade pblica. - rural e urbana, quanto a distribuio geogrfica, no campo e na cidade; economicamente ativa e no economicamente ativa quanto a sua distribuio e participao nas atividades econmicas de produo e de trabalho.

    - jovem, adulta e velha (ou senil), quanto a idade; masculina e feminina, quanto ao sexo, na sua estrutura.

    - branca, negra, amarela e mestia, quanto as diferentes tipologias tnicas das pessoas.

    - dos vrios segmentos culturais, religiosos, sociais

    etc., sejam eles maiorias ou minorias. POPULAO ABSOLUTA Populao absoluta o nmero total de habitantes de

    um espao geogrfico ou territorial. Em funo da dimenso ou extenso do espao geogrfico ou territorial, a populao absoluta, tambm chamada de efetivo demogrfico ou efetivo humano pode ser:

    local, regional, continental e global, respectivamente. municipal, estadual e nacional, politicamente. O calculo da populao absoluta feito atravs de

    censos (ou recenseamentos) demogrficos E de estimativas ou projees populacionais.

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    PASES MAIS POPULOSOS DO MUNDO MAIS POPULOSOS 1000 HAB. - China 1.155.100 - ndia 975.800 - EUA 273.800 - Indonsia 206.500 - Brasil 161.800 - Paquisto 147.800

    Fonte Almanaque Abril - 98 e 99 O Brasil e o 5 pas mais populoso do globo, contudo

    sua populao relativa ou densidade demogrfica baixa em relao a outros pases do globo ( 18,93 hab/Km2 ).

    A distribuio populacional pelas regies brasileiras bastante desigual, conforme tabela abaixo:

    GRANDES REGIES

    REA (Km2) POPULAO (hab) DENSIDADE hab./Km2

    NORTE 3.869.637,9 11.868.725 3,07 NORDESTE 1.561.177,8 45.811.342 29,34 CENTRO-OESTE 1.612.077,2 10.994.821 6,82 SUDESTE 927.286,2 68.961.343 74,37 SUL 577.214,0 24.154.080 41,85 BRASIL 8.547.403.,5 161.790.311 18,93

    Fontes: Almanaque Abril 1999 e Anurio estatstico do brasil (IBGE) - 1997 POPULAO RELATIVA ou DENSIDADE

    DEMOGRFICA - A densidade demogrfica ou populao relativa o

    nmero de habitantes por quilometro quadrado n. hab. /Km2 . Para se obter esse numero dividimos o valor da populao absoluta pelo valor da rea do espao geogrfico ou territorial ocupado por essa populao.

    PASES MAIS POVOADOS DO MUNDO MAIS POVOADOS HAB./Km2 - Mnaco 16.359 - Cingapura 5.460 - Malta 1.185 - Maldivas 946 - Bareim 876 - Bangladesh 861 Fonte: Almanaque Abril 1999 17 - ESTRUTURA TNICA DA POPULAO. Um dos traos mais caractersticos da estrutura

    tnica da populao brasileira a enorme variedade de tipos, resultantes da intensa mistura de raas. Esse processo vem ocorrendo desde o incio de nossa histria.

    Trs grupos tnicos bsicos deram origem a populao brasileira: o branco, o negro e o ndio. O contato entre esses grupos comeou a ocorrer nos primeiros anos da colonizao, quando os brancos (portugueses) aqui se instalaram, aproximando-se dos indgenas (nativos) e trouxeram os escravos negros (africanos).

    A miscigenao ocorreu de forma relativamente rpida j nesse perodo, dando origem aos inmeros tipos de mestios que atualmente compem a populao brasileira. Segundo os dois ltimos recenseamentos, a distribuio a seguinte:

    GRUPOS TNICOS NA POPULAO TOTAL

    ETNIA 1980 1991 Brancos 54,7% 55,3% Negros 5,9% 4,9% ndios 0,6% 0,5% Mestios 38,5% 39,3% Fonte IBGE As regies Sul e Sudeste so as que apresentam as

    maiores propores de brancos no conjunto de suas populaes.

    As regies Nordeste e Sudeste so as que apresentaram a maior concentrao de negros, por serem arcas onde a mo-de-obra escrava era muito utilizada.

    As regies do Nordeste e Sudeste, apresentam tambm grande concentrao de mulatos em sua populao, devido a forte presena dos negros.

    As regies Norte e Centro-Oeste abrigam os poucos indgenas que restaram no Brasil, embora eles possam ser encontrados em nmeros extremamente reduzidos em todas as outras regies brasileira. Nas regies interioranas do pais encontramos os caboclos (mestios de brancos e ndios) e nas regies da Amaznia, Centro-Oeste e no Nordeste particularmente no Maranho, encontramos os cafuzos.

    A populao amarela est representada pelos imigrantes asiticos (japoneses em especial) e indgenas.

    A mistura racial entre os elementos formadores do povo brasileiro resultou em trs tipos: mulato, caboclo e cafuzo.

    branco + negro = mulato

    branco + ndio = caboclo ou mameluco negro + ndio = cafuzo, cabor ou curiboca 18 - POPULAO RURAL E POPULAO

    URBANA Essa forma de distribuio da populao o melhor

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    indicador do grau da intensidade de ocupao e de povoamento do espao geogrfico.

    No Brasil, a populao rural foi mais numerosa e

    predominou at 1960. No Censo de 1970 j se constatou o predomnio numrico da populao urbana, com 56% do total nacional.

    Em conseqncia do surto urbano-industrial que

    ocorreu em nosso pas, nestas ltimas dcadas, a

    distribuio rural-urbana da populao brasileira se apresentava, em 1995, com:

    - 78,36% de populao urbana e 21,64% de

    populao rural; - predomnio da populao urbana em todas as

    grandes regies, especialmente no Sudeste e Centro Oeste;

    CRESCIMENTO DA POPULAO BRASI1EIRA

    ANO POPULA O

    CRESC. TN % TM% CNV% TF

    DO ABSOLUTA NO PERODO

    POR POR POR

    CENSO PESSOAS % MIL MIL CENTO 1872 9930478 44,34 46,50 30,20 1,63 8,86 1890 14333915 21,65 46,00 27,80 1,82 7,70 1900 17438434 75,68 45,00 26,40 1,86 7,43 1920 30635605 34,60 44,00 25,30 1,87 6,57 1940 41236315 25,97 44,40 20,90 2,35 6,16 1950 51944397 34,90 43,20 14,20 2,90 6,21 1960 70070457 32,92 38,70 9,80 2,89 6,28 1970 93139037 27,77 33,00 8,10 2,49 5,76 1980 119002706 23,45 31,87 8,87 2,30 4,35 1991 146917459 13,18 23,02 7,12 1,59 2,70 1996 157080000 6,92 19,80 6,00 1,38 2,40 2000 165000000 5,00 18,00 6,00 1 ,20 2,16

    LEGENDAS: TN = taxa de natalidade JM = taxa de mortalidade CNV = ndice de crescimento natural ou vecetativo TF = taxa de fecundidade

    Fonte: Anurio estatstico do brasil 1996 do IBGE e Almanaques Abril 1995 e 98

    Foram relativamente moderados, abaixo de 2% ao

    ano, entre 1872 e 1940, quando as taxas de natalidade e de mortalidade eram elevadas, acima de 40 % e 20 %, respectivamente;

    Se elevaram, progressivamente, nesse perodo (1872-1940), pois as redues foram bem acentuadas nas taxas de mortalidade e quase que imperceptveis nas de natalidade;

    Foram elevados, superiores a 2% ao ano, a partir de 1940 e at 1980, com quase 3% ao ano nas dcadas de 50 e 60, novamente porque as redues nas taxas de natalidade no foram to acentuadas quanto nas de mortalidade;

    Declinaram nas ltimas dcadas do sculo XX, apesar das quedas acentuadas nas taxas de mortalidade mas, agora sim, devido a queda mais acentuada nas taxas de natalidade e de fecundidade;

    J so inferiores a 2% ao ano, de apenas 1,93% em 1991, e vo baixar ainda mais, o que significa que estamos na segunda parte da transio demogrfica que j aconteceu, muito anteriormente, nos pases hoje desenvolvidos e ricos.

    19 - A IMIGRAO NO BRASIL Em todo o perodo colonial, que foi pouco superior a

    300 anos, no qual o Brasil esteve sob o domnio de Portugal, era proibida a entrada de "estrangeiros" no nosso espao territorial. Por essa razo, no se pode falar em imigrantes nesse perodo, pois no existia essa condio ou qualificao.

    Ao longo desses trs sculos, as muitas dezenas de milhares de pessoas que aqui chegaram e permaneceram, ainda que por pouco tempo, no eram imigrantes. Mesmo assim, muitos aqui chegaram e se estabeleceram, especialmente os:

    portugueses, que eram os colonizadores, em

    misses oficiais e nas condies de bandidos (degredados)