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Enfermeir o Clínica Cirúrgica 2009

Apostila Clinica Cirurgica Seiton

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Page 1: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Enfermeiro

Clínica Cirúrgica

2009

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Cuidado de Enfermagem ao Cliente CirúrgicoSeiton Cursos

ooo

^/'Perioperatório - refere-se aos eventos ocorridos durante todo o período cirúrgico, desde o preparopara a cirurgia até a recuperação dos efeitos temporários da cirurgia e anestesia.

Pré-operatórioIntra-operatório /Trans-operatório

_ Pós-operatórioPré-operatóriOj*—

o Tem início no momento em que se identifica a necessidade de uma intervenção cirúrgica etermina com a transferência do cliente a mesa cirúrgica.

o Pode ser dividido em• Mediato - até 24 horas antes da cirurgia• Imediato - 24 horas antes da cirurgia

Trans-Operatórioo Tem início no momento em que o paciente é transferido para o leito da sala de cirurgia e

termina quando o paciente é admitido na sala de Recuperação Anestésica (RA) ouenfermaria.

Pós-Operatórioo Tem início com a admissão no setor de RA e termina com o após a avaliação na unidade

de internação ou no consultório médico.• Imediato - da admissão do paciente na sala da RA até a primeiras 24 horas pós-

operatórias.• Mediato - Período que vai de 24 a 48 horas de pós-operatório.

,,-Tardio - a partir de 48 horas de pós-operatório e persiste enquanto o indivíduonecessitar de atenção especial.

Indicações e Classificações Cirúrgicas

A cirurgia pode ser realizada por uma variedade de razões. Ela pode ser para diagnóstico,quando, por exemplo, uma biópsia é obtida ou uma laparotomia exploratória é realizada; ela podeser curativa, quando uma massa tumoral é estirpada ou um apêndice inflamado- é removido; elapode ser reparadora, quando múltiplas feridas devem ser corrigidas; pode ser de reconstrução oucosmética, quando uma mamoplastia ou liftlng de face é realizado; ou pode ser paliativa, quandoa dor deve ser aliviada ou um problema corrigido - ppr exemplo, quando uma, sonda de gastrostomiaé inserida para compensar a inabilidade de deglutir o alimento. A cirurgia pode ser tambémclassificada, conforme o grau de urgência envolvido, utilizando-se os termos emergência,urgência, necessária, eletiva e opcional.

Categorias da Cirurgia Baseada na Urgência.' t :

ClassificaçãoI. Emergência! - O paciente requerimediata atenção; a desordem pode serameaçadora à vida.II. Urgente - Paciente requer atençãorápida.III. Eletiva - Paciente deve se submeter acirurgia.IV. Opcional - Decisão parte do paciente.

Indicações para CirurgiasSem demora

Dentro de 24 - 30h

Realizados com data pré-agendada

Preferência pessoal

CUIDADO DO PACIENTE NO PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO

Avaliação basal do paciente antes do dia da cirurgia através da entrevista pré-operatória (consultade enfermagem) que inclui:

- Exame físico- Avaliação emocional

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Seiton Cursos- História anestésica prévia- Identificação de alergias- Avaliaçã o e possibilidades de problemas genéticos que possam interferir na cirurgia- Assegura r que os exames necessários foram realizados- Fornece r educação pré-operatória (a respeito da educação da cirurgia e cuidados pré-operatórios).- Dia da cirurgia: ensino do paciente revisto, identidade do paciente e sítio cirúrgico verificados,consentimento informado verificado.

Preparação para cirurgia;

Consentimento informado vm

Decisã o autónoma do paciente sobre submeter-se a um procedimento cirúrgico não-emergencial , com, base na natureza da condição, nas opções de tratamento e nos riscos e benefíciosenvolvidos . Ess e consentimento por escrito protege o paciente contra a cirurgia não-autorizada eprotege o cirurgião contra açõe s de uma operaçã o não-aiítorizada. O paciente assina pessoalmente oconsentimento de ele tiver idade legal ou for mentalmente capaz.

O consentimento é necessário nas seguintes circunstâncias:• Procedimentos invasivos, como incisão cirúrgica, biópsia, citoscopia e paracentese;• Procedimentos que exigem sedaçã o e/ou anestesia;• Um procedimento não-cirúrgico, com o arteriografia, que comporta risco mais discreto para o

paciente;Procedimentos que envolvem radiação.

Risco Cirúrgico -—

Toda possibilidade de perigo ou dano que ocorre com um paciente candidato à cirurgiaFatore s de risco atribuídos ao paciente

• Condições físicas: idade, sexo; '• Estado clínico: afecção responsáve l pela indicação cirúrgica, estado nutricional, afecções

clínicas associadas, alergias a medicamentos;• Condições emocionais;• Preparo pré-operatório, tabagismo, etilismo, uso de medicamentos.

Avaliaçã o clínica pré-operatória

Exame s principais

1.2.3.4.

Hemograma Completo: eritrograma, leucograma e'plaquetas;Glicemia: glicemia de jejum;,/Eletrólitos: sódio e potássioFunção hepática: TGO (transaminase glutâmico-oxalacética) e TGP (transaminase glutâmicopirúvica); ""^

5. Coagulograma: contagem de plaquetas, TS (tempo de sangramento), TC (tempo decoagulação), TP (tempo de protrombina), TTP A (tempo de tromboplastina parcial ativada)Controle do tempo de sangramento e coagulação sanguínea; .

6. Função renal: ureia e creatinina;7. E^S: urina I (pesquisa de elementos e sedimentos anormais na urina);8. PPF: parasitológico de fezes.

Exame s complementares:Furiçã o Cardíaca: ECG, ecocardiogramaFunçã o Respiratória: prova de funçã o respiratória

Outros : ultra-som, tomografia, raio X, ressonânci a magnética

Histórico dos fatores de saúde que afeiam os pacientes no período pré-operatório

l) "Estad o Nutricional e Hídrico) A nutrição ótima é um fator essencia l na promoção de cura e resistência à infecção e a outras

complicaçõe s cirúrgicas.• Ao exame do estado nutricional e hídrico avaliar:

Obesidade — <Desidrataçã o

Enfermeir o - Clínic a Cirúrgica 2

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Seiton Cursos- Subnutrição

HipovolemiaPerda de pesoDistúrbios eletrolíticos

- Desnutrição- Deficiências em nutrientes específicos, anormalidades metabólicas.

- Avaliação das necessidades nutricionais- índice de massa corporal

Perímetro da cintura- Valores de albumina

Qualquer deficiência nutricional, como a desnutrição deverá corrigida antes da cirurgia de modo quea proteína suficiente esteja disponibilizada para a reparação tissular.

2) Uso de Álcool e Drogas 'Alcoolismo crónico - observar desnutriçãoAbstinência do álcool - Delirium tremens - previsto 72 h após a abstinência do álcool.

X3) Estado Respiratório

A meta para pacientes cirúrgicos potenciais é a função respiratória ótima.Ensino sobre exercícios respiratóriosIncentivo a fisioterapia respiratóriaDoenças obstrutivas crónicas - avaliação criteriosa da condição pulmonarFumantes: parar de fumar 2 meses antes ou no máximo 24 horas antes ( devido areatividade aumentada da via aérea, depuração muco ciliar diminuída, bem como asalterações fisiológicasdo sistema cardiovascular e imune.

4) Escado Cardiovascular -, -Hipertensão arterial descontrolada: contra-indicadoDoença cardiovascular aumenta o risco de complicações.Necessário assegurar um bom funcionamento cardiovascular para satisfazer as necessidadesde oxigenação, hídrica e nutricionais.

5) Funções Hepáticas e Renal f . • :

Fígado: biotransformação dos compostos anestésicos.Rins: excreção de medicamentos anestésicos e seus metabólicos.

Cirurgia contra-indicada: nefrite aguda, IRA com disúria ou anúria. Exceção: medida salvadora ounecessária para melhorar a-função urinária (uropatia obstrutiva).

6) Função EndócrínaDiabetes: risco de hipoglicemia (ingestão insuficiente e administração excessiva de insulina)ou hiperglicemia (devido ao estresse cirúrgico que aumenta o risco: de infecção); meta:glicemia em menos 200mg/dl.

/ • • > ' .7) Função Imune

Determinar existência de alergia: medicamentosa, látex, transfusões de sangue, agentes decontraste, alimentícia.

Avaliar imunossupressão:- Terapia com corticosteróide/antiinflamatório- Transplante renal- Radioterapia- Quimioterapia- Distúrbios que afetam o sistefha imune: AIDS, leucemia, etc.

8) Uso prévio de medicamentosPossibilidades de intervenção medicamentosaExemplos:

- Corticosteróides (Predinisona) colapso cardiovascular-interrompido forma súbita.- Diurético (Hidroclorotiazida) depressão respiratória resultante de um distúrbio

eletrolítico associado.Enfermeiro - Clínica Cirúrgica

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Seiton Cursos• Fenotiazinas (Clorpromazina) aumenta a ação hipotensora do anestésico.• Tranquilizantes (Diazepan) pode provocar ansiedade, tensão e até convulsões

quando retirado de forma súbita• Insulina pode interagir com anestésicos.• Antibióticos(eritromicina) ....combinado ao relaxante muscular

curariforme, a transmissão nervosa é interrompida e pode resultar em apnéia pela paralisiarespiratória.

• Anticogulantes (warfarin) pode aumentar o risco de sangramento no intra-operatório epós-operatório.

• Anticonvulsivante (fenitoína) necessário aplicar por via EV no período intra e pós-operatório.

• Inibidores da Monoamina Oxidase (Sulfato de fenelzina)... Pode aumentar a ação hipotensorados anestésicos.

• Antiinflamatório - AAS distúrbio de coagulação

OBS: Medicamentos a base de ervas: efeitos sobre a coagulação e interação com outrosmedicamentos: equinácea, éfedra, alho, ginkgo, ginseng, kava kava, erva-são-joão, alcaçuz,valeriana. (\, t ~ i\vtowfc M)^Considerações a clientes especiais

Pacientes idosos: Podem estar associados doenças crónicas concomitantes aquelas em que o motivoleva ao procedimento cirúrgico. O risco está no número e à gravidade dos problemas de saúdecoexistente e á natureza e duração de procedimento operatório. O cliente idoso apresenta menorreserva fisiológica, onde as reservas cardíacas são menores, as funções renal e hepática estãodeprimidas e a atividade gastrointestinal esteja reduzida. Podem apresentar limitações sensoriais,como visão e audição diminuídas e sensibilidade táctil reduzida. A artrite pode afetar a imobilidade e

condutas devem ser realizadas para a redução de pressão em protuberâncias ósseas. Com adiminuição do tecido adiposo, o cliente idoso torna-se ais susceptível a alterações da temperatura.

'" ' 'Pacientes obesos: A obesidade aumenta o risco e a gravidade das complicações associadas acirurgia, como por exemplo, as deiscências e infecções de ferida cirúrgica,, O peso avantajado é umfator complicante devido a dificuldade de cuidar. Em decúbito dorsal o cliente obeso respira mal, oque aumenta o risco de hipoventilação e complicações pulmonares pós-opefatórias. Além disso, adistensão abdominal a flebite e as doenças cardiovasculares, endócririas, hepáticas e biliaresocorrem mais prontamente nos pacientes obesos.

Diagnóstico de Enfermagem

Os principais diagnósticos de enfermagem pré-operatórios para o cliente cirúrgico são:• Ansiedade relacionada à experiência cirúrgica e ao resultado da cirurgia;• Medo relacionado à ameaça percebida do procedimento cirúrgico e a separação do sistema

de apoio; ' . • • • '• Déficit de conhecimento dos procedimentos e protocolos pré-operatóríos e expectativas

perioperatórias e ausência das complicações pré-operatórias. . •

Planejamento e Metas

As principais metas pré-operatórias para o cliente cirúrgico podem incluir o alívio da ansiedade pré-operatória, medo diminuído, conhecimento aumentado das expectativas pós-operatórias.

Educação Pré-operatóría do PacienteO valor da instrução pré-operatória tem sido reconhecido a tempos. A cada paciente é

ensinado enquanto um indivíduo, considerado como únicas as suas ansiedades, e as suasnecessidades. / >1) Respiração Profunda, Tosse e Espirômetros de Incentivo

Uma das metas do cuidado de enfermagem no pré-operatório é ensinar ao paciente comopromover a expansão pulmonar e a oxigenação sanguínea após a anestesia geral. Isto é conseguidopela demonstração para o paciente sobre como fazer uma respiração profunda'e lenta respiração esobre como expirar lentamente e ainda o ensino 'da utilização do espirômetro. Deve ser ensinado

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Seiton Cursoscolocar as mãos entrelaçadas no abdome nos casos de cirurgias abdominais e torácicas, para alívioda dor em casos de tosse

A meta quanto a promoção da tosse é mobilizar as secreções de forma que elas possam serremovidas. Quando uma respiração profunda é feita antes da tosse, o reflexo da tosse é estimulado.Se o paciente não tosse efetivamente, atelectasia, pneumonia e outras complicações pulmonares.

2) Mudança de Decúbito e Movimentação Ativa do Corpo, fAs metas quanto à promoção de movimentos corporais deliberados no pós-operatório são

melhorar a circulação, prevenir a estase venosa e contribuir oara uma ótima função respiratória.Deve-se usar uma adequada mecânica corporal e a instruir o paciente a fazer o mesmo.

Quando o paciente é colocado em qualquer posição, o seu corpo é mantido em alinhamentoapropriado.

3) Controle da DorO paciente é informado que a medicação pré-anestésíca será administrada para promover o

relaxamento, podendo causar sonolência e possivelmente sede. No pós-operatório. medicações serãoadministradas para reduzir a dor e manter o conforto, mas não para evitar a atividade pertinente oua adequada troca gasosa. Ao paciente é assegurado que a medicação estará disponível, no pós-operatório, para o alívio da dor. Os métodos de administração antecipada de agentes analgésicos(tais como analgesia controlada pelo paciente, analgesia epidural) são discutidos com o pacienteantes da cirurgia. . .

4) Controle CognitivoAs estratégias de conhecimento podem ser úteis para o alívio da tensão, para a superação da

ansiedade e para obtenção do relaxamento. Exemplos de tais estratégias incluem os seguintes.

Imaginação - O paciente é encorajado a concentrar-se em uma experiência agradável ou em umacena repousa nte.Distração - O paciente é encorajado a pensar em uma estória agradável ou recitar o seu poemafavorito.Auto-sugestão otimista - Recitação de pensamento otimista ("Eu sei que tudo sairá bem") ésugerida.

Prescrições de Enfermagem no Pré-operatórioi

1) Nutrição e Hidratação -—O propósito da suspensão dos alimentos antes da cirurgia é evitar a aspiração. A aspiração

acontece quando o alimento ou líquido é regurgitado do estômago e entra no sistema pulmonar.

JEJUM; As restrições dependem da idade e do tipo de alimento ingerido (ASA)12 h - cirurgias do trato gastrointestinal08 h - ingestão de alimentos gordurosos;04 h - ingestão Láctea;02 h - líquidos leves -j,/v-~ '

u' C i y

2) Preparação IntestinalOs enemas não são comumente prescritos, a menos que o paciente vá se submeter a uma

cirurgia abdominal pélvica. Os objetivos desta preparação são permitir a visualização satisfatória dosítio cirúrgico e evitar o trauma do intestino e a contaminação do peritôniO'por fezes.

3)Preparação da Pele no Pré-operatórioA meta da preparação da pele no pré-operatório é diminuir as fontes bacterianas sem lesar a

pele. Quando há tempo, como em uma cirurgia eletiva, o paciente pode ser instruído a utilizar umsabão contendo um detergente germicida para limpar a região da pele vários dias antes da cirurgiapara reduzir o número de organismos da pele. Este procedimento pode ser realizado no domicílio.

< • - — - • • ~~~~~\ 'O horário do banho deve ser o mais/próximo possível |do horário da cirurgia e a finalidade éreduzir o risco de contaminação da pele da ferida cirúrgicafA-lavagem dos cabelos-no dia anterior àoperação é aconselhável a menos que a condição do paciente não o permita. É preferível aue a peleno local e à volta da região a ser operada não seja trícotomizada. Se o.'pêlo deve ser removido, oscortadores elétrícos são usados para a remoção segura de pêlo imediatamente antes da cirurgia.

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Seiton Cursos', •.' • • .

Prescrições de Enfermagem no Pré-operatórias Imediatas

- Vestir camisola hospitalar apropriada;- Cobrir a cabeça com um gorro;- Remover próteses dentárias (podem gerar obstrução respiratória);- Remover jóias, bijuterias, piercings, maquiagem e cabelos de náilon;- Roupas íntimas devem ser retiradas;- Orientar para urinar imediatamente antes da cirurgia, a fim de promover a continência durante acirurgia abdominal baixa e tornar mais acessíveis os órgãos abdominais; a sondagem deverá serfeita somente em sala cirúrgica.- Administrar medicação pré-anestésica "perante a chamada da sala de cirurgia". Por provocarsonolência e tonteira, as grades do leito ou da maca deverão estar elevadas;

Medicação Pré-anestésica

Barbitúricos/ Tranquilizantes: sedação e indução do sono - barbitúricos (fenobarbital);benzodiazepínicos (Diazepan/i|Midazg^mJ.

Opiáceos: reduzir a quantidade de anestésico geral necessário morfina e a meperidina (Demerol).Altas doses podem causarthipotensão, náusea, vómitos, constipação e distensão abdominali

Anticolinérgicos. reduzir as secreções de trato respiratório e para prevenir ou tratar, o grave reflexode retardamento do batimento cardíaco durante a anestesia; atropina é frequentemente prescrita;deve ser utilizada com cautela nos pacientes com glaucoma, tíreotoxícose, híperplasía prostática oualgumas formas de doença do coração.

Outras Medicações Pré-anestésícas. Outros agentes utilizados como medicação pré-anestésicasão o droperidol, o fentanil ou uma combinação deles. Não devem ser usados como sedativos porquepodem causar depressão respiratória ou circulatória e potencializar os depressores.

Horário de Administração dos Medicamentos. Deverá ser administrado perante a chamada dasala de cirurgia.

Registro Pré-ooeratórío

Pode ser realizado através de roteiro pré-operatório (checklist). O prontuário completo acompanha opaciente à sala de operação. O consentimento informado é também afixado, assim como todos osresultados laboratoriais e evoluções de enfermagem. Qualquer observação de última hora não usual,que possa ter influência sobre a anestesia ou cirurgia, ,é colocada na parte anterior do prontuário emum local de evidência.

CUIDADO DO PACIENTE NO PERÍODO INTRA-OPERATÓRIO

Equipe cirúrgica:

É constituídas pelo paciente, anestesiologista, equipe médica e equipe de enfermagem.

Paciente: Devido aos temores e ao estresse a respeito da cirurgia, a ansiedade aumenta, o que podelevar ao aumento da quantidade de anestésicos, nível de dor pós-operãtoria e tempo derecuperação. . ,Considerações geronto/ógicas: Pacientes idosos tem mais riscos anestésicos-cirúrgicos, devidoprincipalmente as alterações cardiovasculares (débito cardíaco diminuído) e pulmonares relacionadoscom a idade. Necessita de menor quantidade de anestésico devido à diminuição da capacidade deexcreção, menor capacidade de metabolização pelo fígado e maior capacidade de absorção que oanestésico possui pelo tecido adiposo, aumentado com a idade. Além disso, a desnutrição observadaem muitos clientes idosa pode levar aos anestésicos a permanecerem livres ou hão-ligados, devido aausência de proteína plasmática, o que potencializa o efeito dos anestésicos. Observa-se ainda asuscetibilidade a hipotermia (mecanismos termorreguladores prejudicados), perda óssea (cuidado namanipulação e posicionamento). '., , ,

Enfermeiro - Clínica Cirúrgica •• 6

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Seiton Cursos

Circulante: monitora práticas assépticas, coordena movimento do pessoal de sala de cirurgia e ofuncionamento seguro dos equipamentos e instrumentos, documenta atividades específicas durantetoda a cirurgia, previne complicações durante todo o procedimento.

Instrumentador: Preparação de mesas cirúrgicas e equipamentos, instrumentação, auxilia o cirurgiãoe seus assistentes. E responsável pela contagem de compressas, instrumentais e agulhas para quenão permaneçam como corpo estranho no cliente.

Cirurgião: Lidera a equipe de cirurgia e realiza o procedimento cirúrgico.

Anestesiologista: Entrevista e avalia o paciente antes da cirurgia, seleciona a anestesia, administra-a, intuba o paciente quando necessário, controla quaisquer problemas técnicos relacionados àadministração dos anestésicos, e supervisiona toda a condição do paciente durante todo oprocedimento cirúrgico. Os anestesistas utilizam o Sistema de Classificação do Estado Físico daAMERICAN SOCIETY OF ANESTHESIOLOGISTS (ASA) para descrever o estado geral do paciente eidentificar os riscos potenciais durante a cirúrgica. São eles:

ASA l - Paciente saudável

ASA 2 - Paciente com doença sistémica branda

ASA 3 - Paciente com doença sistémica grave que não seja incapacitante •

ASA 4 - Paciente com doença sistémica incapacitante que está sob constante ameaça de vida.

ASA 5 - Paciente moribundo sem expectativa de sobreviver por 24 horas com ou sem cirurgia.

Outra classificação (segundo Carvalho e Bianchi, 2007)

ASA 5 - Paciente moribundo que se espera sobreviver sem a cirurgia

ASA 6 - Paciente com morte cerebral declarada e doador de órgãos em potencial

Enfermeiro: Tem como responsabilidade o fornecimento da segurança .e o bem-estar do cliente,coordenação da sala de cirurgia e realização de atividade de circulante e instrumentador. Monitoramos fatores que podem provocar lesão, como posição do paciente, funcionamento erróneo doequipamento e perigos ambientais, reduzindo os riscos operatórios.

Posições CirúrgicasÉ aquela em que o paciente é colocado, depois de anestesiado, para ser submetido à intervenção

cirúrgica, de modo a propiciar acesso fácil ao campo operatório.As principais posições cirúrgicas são:

» Posição dorsal - nesta posição, o paciente deve ser mentido em decúbito dorsal ou supino.tendo as pernas esticadas e os braços estendidos ao longo do corpo. É a posição maiscomumente usada para as cirurgias abdominais supra e infra-umbilieál, Algumas torácicas,vasculares, etc. De todas as posições cirúrgicas, é a mais utilizada é s que menos Complicaçõestraz ao paciente. -.

Posição ventral - é a posição em que o paciente é colocado com o abdome para baixo, tendo acabeça voltada para um dos lados e apoiada num travesseiro, as pernas estiradas, os braçosligeiramente flexionados e apoiados em suportes. Esta posição exige, ainda a colocação, decoxins sob os ombros, para facilitar a expansão pulmonar, sob a região infra-umbilical e sob aface anterior dos pés, para evitar a distensão muscular. É indicada pára cirurgias para a região

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Seiton Cursosdorsal, lombar, sacrococcígea e occipital, sendo que, nesta última, a cabeça precisa estarapoiada, pela região frontal, num suporte acolchoado.

Posição lateral ou sims- nesta posição, o paciente é colocado sobre um dos lados, tendo aperna inferior estendida e a superior flexionada, separadas por um coxim ou travesseiro. Coloca-se também, um coxim sob a linha da cintura e, a seguir, fixa-se o paciente transversalmente àmesa cirúrgica com uma faixa larga de esparadrapo, passada sobre o quadril. Esta posição éutilizada para as intervenções cirúrgicas de acesso aos rins.

Posição ginecológica - Nesta posição, o paciente é colocado em decúbito dorsal, tendo osmembros inferiores elevados e colocados em suportes especiais, também chamados perneiras, efixados com correias. Deve-se ter o cuidado de envolver-lhe as pernas com campos ou perneirasde tecido para lhe proporcionar conforto e segurança. Esta posição está indicada para as cirurgiasginecológicas, proctológicas, algumas urológicas e exames endoscópicos. ,

l «s to wryi fio

Posição de trendelemburg - nesta posição a cabeça e o corpo são abaixados; é usualmenteempregada para a cirurgia da parte inferior do abdome e da pelve, visando obter a boa exposiçãoao deslocar os intestinos para dentro da parte superiro do abdome.

Posição de litotomia - nesta posição o paciente é colocado em decúbito dorsal com as pernas eas coxas flexionadas. A posição é mantida ao se colocar os pés nos estribos; é empregada emquase todos os procedimentos cirúrgicos perineais, retais e abdominais.

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Seiton Cursos

Posição de fpwller e semi fowller

Fowler's

Posição de jacknife ou canivete

Trendelemburg reverso

Genitopeitoral

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Page 11: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton CursosOBS:Ao se colocar o paciente na posição cirúrgica, alguns aspectos fundamentais devem ser

lembrados:• Evitar contato de partes do corpo do paciente com as superfícies metálicas da mesa cirúrgica;• Posicioná-lo de modo funcional e seguro, a fim de prevenir distensões musculares, evitar

compressão de vasos, nervos e saliências ósseas, e facilitar a dinâmica respiratória;*• Possibilitar livre fluxo das infusões venosas e a adaptação dos eletrodos para.a perfeita avaliação

intra-operatória.

Da mesma maneira, ao se retirar o paciente da posição cirúrgica, alguns pontos precisamobservados:• Manusear o paciente anestesiado com movimentos firmes e lentos, pois a mudança repentina de

posição pode levar à queda de pressão arterial;• Ao se retirar o paciente da posição ginecológica, deve-se ter o cuidado de descer,

alternadamente, as pernas, a fim de prevenir o afluxo rápido de sangue para os membrosinferiores, podendo causar a mesma situação acima referida;

• Manter a cabeça voltada para um dos lados, quando o paciente permanecer em decúbito dorsal;• Observar o posicionamento correto das infusões e drenage/is.

• Prevenindo lesão por posicionamento do paciente:

As articulações em hiperextensão, as artérias comprimidas ou a pressão sobre nervos eproeminências ósseas geralmente resultam em desconforto apenas porque a posição deve sersustentada por um longo período. Os fatores a considerar incluem os seguintes:

O paciente deve ficar na posição mais confortável possível, quer dormindo, quer acordado.- O campo operatório deve estar adequadamente exposto. -

Uma posição incómoda, pressão indevida sobre uma região do corpo ou uso de estribos outração não devem obstruir o aporte vascular.A respiração não deve ser prejudicada por pressão dos braços sobre o tórax ou por umacamisola que comprime o pescoço ou o tórax.Os nervos devem ser protegidos contra a pressão indevida. O posicionamento inadequado debraços, mãos, pernas ou pés podem provocar lesão grave ou paralisia. Os suportes de braçodevem ser bem acolchoados para evitar a lesão nervosa irreparável, principalmente quando énecessária a posição de Trendelenburg.

- As precauções para a segurança do paciente devem ser observadas, em particular no caso depacientes magros, idosos ou obesos, ou naqueles com deformidade física.O paciente precisa da contenção suave antes da indução no caso de agitação.

Ambiente Cirúrgico

São divididos em:Área irrestrita: são aquelas cuja circulação de pessoal é livre, não exigindo cuidados especiaisnem uso de uniforme privativo. Ex.: elevadores, corredores externos.Área semi-restrita: permitem a circulação de pessoal e de equipamentos, de modo que nãointerfira no controle e manutenção da assepsia cirúrgica. Neste local é necessário o uso deoropé ou calçados adequados e uniforme privativo. Ex.: secretaria, copa,{etc.Área restrita: são as que têm limites definidos para a circulação de pessoal e equipamentos,onde se devem empregar rotinas próprias para controlar e .manter, a assepsia loca. Sãousados uniformes privativos, sapatilhas, gorros e máscaras que cubram a boca e o nariz. Ex.:salas cirúrgicas, ante-salas, lavabos e corredores internos.

Devem apresentar dispositivos de filtração especial do ar para depurar partículas contaminantes,poeiras e poluentes, devendo ser controlados temperatura, umidade e padrões de fluxo de ar.

Roupas: Devem ser de uso único para o ambiente cirúrgico e quando molhadas e sujas devem sertrocadas. ' • .

Máscaras: devem ser usadas em todo momento em áreas restritas. Devem cobrir todo o nariz e aboca e não devem interferir com a visão, fala e respiração, devendo s'er ajustadas para evitarventilação nas laterias. A máscara deve ficar na face ou fora dela, nunca amarrada no pescoço.

Enfermeiro - Clínica Cirúrgica ] Q

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Seiton Cursos

Gorro: Deve cobrir por completo os cabelos, inclusive a barba.

Sapatílhas: São usadas uma só vez e retiradas ao sair da área restrita.

Unhas artificiais: proibidas o uso por alojarem microorganismos

Princípios de Assepsia Cirúrgica

Todo suprimento cirúrgico, como instrumentos, suturas, agulhas, luvas, campos e soluções queentram em contato com a ferida cirúrgica devem ser esterilizados. A assepsia cirúrgica previnecontra infecção dos sítios cirúrgicos.

Medidas de assepsia cirúrgica e controle ambientais:

Escovação das mãos e antebraços com sabão anti-séptico (medida sendo avaliada); tem porobjetivo promover a eliminação da flora transitória residente e, ainda, o retardamento darecolonização da flora residente pelo efeito residual. Estas substâncias, como degermantes eanti-sépticas, devem agir rapidamente, ter efeito residual e não ser irritantes para a pele. NoBrasil, as soluções degermantes anti-sépticas usadas para degermação das mãos são:solução detergente de polivinil-pirrolidona - iqdo a 10% (PVPI) com 1% de iodo ativo (possui4 horas de ação residual); solução de detergente de clorexidina a 4%, contendo 4% de álcooletílico (possui ação residual de 6-8 horas), no caso de alergia ao iodo.

Cabelos e cabeça cobertos com gorro;Máscara sobre nariz e boca;Utilizar capotes e luvas esterilizadas. Os capotes da equipe cirúrgica são considerados estéreisna frente do tórax até o nível do campo esterilizado. As mangas são consideradasesterilizadas a partir de 5 cm do cotovelo até a borda elástica;

- Depois de uma embalagem aberta as bordas são consideradas não estéreis;- Pele do paciente deve ser limpa, recebendo a aplicação de um agente ahtimicrobiano;

Remoção do pêlo imediatamente antes do procedimento para minimizar os riscos de infecção;Cobrir o corpo do paciente com campos esterilizados, que devem colocados o mais próximopossível da sua utilização;

- Todo material em contato com a ferida cirúrgica deve se manter esterilizado.Fluxo de ar laminar é desejado para cirurgias com mais possibilidade de infecção como a detransplante de órgãosRestringir movimentos e pessoas na sala de cirurgia.

Bíossequranca:

Riscos do laser: Para o uso seguro do laser, medidas são importantes, como:Reduzir a possibilidade de expor os olhos e a pele aos feixes de laser;

- Prevenir contra inalação da névoa do laser;Proteger contra riscos de incêndio e elétricos;Usar óculos específicos para cada tipo de laser;Usar depuradores de fumaça para remoção de névoa de laser.

Exposição ao sangue e fluídos corporais: Medidas de proteção incluem:- Uso de bota de borracha;

Uso de avental impermeável e protetores de manga;Óculos ou protetor facial; .

Alergia ao látex: medidas de proteção incluem:Identificação precoce do paciente com alergia ao látex;Manutenção de precauções para alergia ao látex durante todo o período perioperatório.

1.1-Limpeza da SÓ:Com a recente questão sobre os riscos de transmissão ocupacional de infecção (principalmente

por HIV e HBV) pelo sangue e outros fluídos orgânicos e as subsequentes precauções universais epadrão, a concepção de limpeza de SÓ precisou ser revista. Nas atuais condições, a priori todos osclientes podem ser considerados contaminados' e em decorrência toas as cirurgias podem serconsideradas contaminadas e não só aquelas realizadas em tecidos contaminados ou em clientes

Enfermeiro - Clínica Cirúrgica l J

Page 13: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton Cursosportadores de infecções por vários tipos. Sabidamente estas possíveis contaminações/infecções sãopredominantemente transmitidas por contato. Neste sentido, a programação das cirurgias iniciando-se das mais limpas a mais sujas não representa uma condição extremamente necessária, desde queas medidas de precaução por contato sejam tomadas.

A limpeza criteriosa ou terminal da SÓ ocorre somente ao término da cirurgia, portanto ela semostra inócua no que se refere ao controle de infecção por liberação de microorganismos no ar pelopessoal e outras fontes, assim como o respingamento de secreções e sangue dos clientes. A maioriadas contaminações do sítio cirúrgico ocorre na SÓ durante a cirurgia ou nas las 24 horas após,quando o cliente se torna mais exposto pela própria abertura da incisão e pelos outrosprocedimentos invasivos e imunossupressivos. É durante a cirurgia que deve ocorrer o controle dainfecção, o qual se volta principalmente para o controle do ar ambiente e dos procedimentos.

A ênfase deve ser dada na limpeza criteriosa através da remoção mecânica e no momentoprincipalmente que a sujidade ocorre, como por exemplo em caso de respingamento de sangue efluídos orgânicos durante a cirurgia.

Limpeza do Centro Cirúrgico é dividida em 4 fases:l- Limpeza Preparatória: Limpeza realizada quase antes do início das cirurgias programadas do dia.

Tem por objetivo a remoção de poeiras que se depositam nas superfícies horizontais dos móveise equipamentos durante o período noturno e após a limpeza terminal do dia anterior. Usa-se umpano seco e limpo com solução anti-séptica, de preferência o álcool.

1- Limpeza Operatória: Limpeza realizada durante o procedimento cirúrgico, com intuito decontrolar a transmissão de microorganismos pelo ar ambiente e por contato direto ou indireto.Deve se remover a matéria orgânica que por ventura espalhou-se além do campo operatório,seja diretamente nas superfícies, seja por compressas ou outros artigos sujos,

2- Limpeza Concorrente: Limpeza que é realizada ao término de cada cirurgia. Envolve a limpeza desuperfícies, móveis e equipamentos, piso e remontagem da SÓ para o próximo evento. Lembrarque todo procedimento cirúrgico hoje é considerado contaminado. Limpeza do chão com água esabão, podendo ser usado desinfetante após.

3- Limpeza Terminal: Limpeza realizada após a última cirurgia programada do dia, sendo maiscompleta que a limpeza concorrente. Inclui limpeza dos lavabos, paredes, portas, maçanetas,grades de ar condicionado, etc.

Potencial de contaminação de acordo com portaria MS 930 f 1992)

As infecções pós-operatórias devem ser analisadas conforme ò potencial pé contaminação daferida cirúrgica, entendido como o número de microorganismos presentes no. teotdo a ser operado. Aclassificação das cirurgias deverá ser feita no final do ato cirúrgico.a) Operações Limpas

São aquelas realizadas em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação, na ausência deprocesso infeccioso e inflamatório local ou falhas técnicas grosseiras, cirurgias eletivas atraumáticascom cicatrização de primeira intenção e sem drenagem. Cirurgias em que não ocorrem penetraçõesnos tratos digestivo, respiratório ou urinário.b) Operações Potencialmente Contaminadas

São aquelas realizadas em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou em tecidode difícil descontaminação, na ausência do processo infeccioso e inflamatório e com falhas técnicasdiscretas no trans-operatório. Cirurgias limpas com drenagem, se enquadram nesta categoria.Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem contaminação, sign-ificativa.c) Operações Contaminadas • ' . :

São aquelas realizadas em tecidos traumatizados recentemente e abertos, colonizados por florabacteriana abundante cuja descontaminação seja difícil ou impossível, bem como todas aquelas emque tenham ocorrido falhas técnicas grosseiras, na ausência de supuraçãos local. Presença deinflamação aguda na incisão e cicatrização de segunda intenção, grande contaminação a partir dotubo digestivo, obstrução biliar ou urinária.d) Operações Infectadas

São todas as intervenções cirúrgicas realizadas em qualquer tecido ou órgão, em presença deprocesso infeccioso (supuração local), tecido necrótico, corpos estranhos e ferida de origem suja.

Enfermeiro - pinica Cirúrgica 12

Page 14: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton CursosTempos cirúrgicosTodas as intervenções cirúrgicas são realizadas em quatro tempos básicos e fundamentais: a

diérese, a hemostasia, a cirurgia propriamente dita ou exérese, e a síntese.

• DiéreseA diérese (dividir, separar, cortar) consiste na separação dos planos anatómicos ou tecidos para

possibilitar a abordagem de um órgão ou região, na realidade, é o rompimento da continuidade econtiguidade dos tecidos.

Instrumental de Diérese: Bisturis, e Tesouras - Cirurgias GeraisTrépano e Rugina - Cirurgias Especiais

• HemostasiaA hemostasia (hemo = sangue ; stasis = deter) é o processo através do qual se previne, detém

ou impede o sangramento.

Instrumental de Hemostasia: Pinças Hemostáticas retas ou curvas: Kelly, Rochester, Crile,...

• Cirurgia propriamente dita ou exéreseÉ o tempo cirúrgico fundamental, que consiste na realização do tratamento cirúrgico, seja em

caráter cirúrgico, paliativo, estético ou corretivo, ou com fim diagnóstico.

• Síntese cirúrgicaA síntese (junção, união) é o procedimento utilizado para aproximar ou coaptar as bordas de uma

ferida, com a finalidade de estabelecer a continuidade dos tecidos e facilitar as fases do processo decicatrização.

Instrumental de Síntese:Agulhas de Sutura e Porta-Agulhas (Hegar e Matieu - mais comuns)Agulhas - Possuem 3 partes fundamentais: a ponta, o corpo e o fundo.Podem ser: Traumáticas - Montadas pelo Cirurgião ou Instrumentador

Atraumáticas - Montadas pelo fabricante

Fios de Sutura:Finalidades: - Ligaduras de vasos sanguíneos: - Sutura de tecidos orgânicos. t

- Absorvíveis - São aqueles que, após colocados no organismo, sofrem ação dos líquidos orgânicose são absorvidos. ,

Tipos:• De origem animal - Categute simples e cromado (fabricado com fitas de colágeno

extraídos da serosa do intestino delgado do boi).• Sintéticos - ácido poliglicólico

- Não - Absorvíveis:_Permanecem envolvidos por tecido fibroso no interior do organismo.Ex.: Seda, algodão, linho

Metálicos - aço monofilamento e multifilamento. Fio de prata, bronze.Sintéticos - poliéster, náilon e propileno.

Unidade de Etetrocirurgia;O bisturi elétrico e um aparelho eletrônico que tem a propriedade de transformar a corrente

elétrica alternada comum em corrente elétrica de alta frequência, sem causar lesão orgânica nemexcitação nervosa.

O efeito físico da eletrocirurgia as baseia na Lei de Joule, ou seja, na energia térmicaproduzida de alta frequência aquece a ponta metálica do eletrodo positivo, passa através do corpo dopaciente e é eliminada através da placa dispersiva que está direta ou indiretamente ligado ao fio-te rra.

Finalidades: . . . .1 - Eletrocoagulação: Oclusão de vasos sanguíneos e .linfáticos, através da solidificação dassubstâncias proteicas ou retração dos tecidos.2 - Dissecção: consiste na secção de tecidos.

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Page 15: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton Cursos3 - Fulguração: coagulação superficial - indicação para remoção de proliferações celulares cutânease remover manchas.

Tipos de Bisturi:l - Bisturi elétríco aterrado: utiliza corrente aterrada, ou seja, a corrente elétrica após teratravessado o corpo do paciente, retorna a terra pelo fio terra. Não deve ter outro equipamentoaterrado em uso do paciente, o que pode levar o escape da eletricidade, podendo causarqueimaduras.

2- Bisturi elétríco com sistema REM: A corrente elétrica retorna para o gerador. Neste tipo de bisturi,se a placa desconectar durante o uso do aparelho, o gerador deixa de enviar corrente elétrica,evitando queimaduras. Só funciona coma placa apropriada - placa com sistema REM - em umgerador REM. A placa é descartável e apresenta-se em diferentes tamanhos - NUNCA CORTAR APLACA.

Cuidados na colocação da Placa:Contato regular e homogéneo da placa com o corpo do paciente. Os locais mais utilizados para estefim são a panturrilha, a face posterior da coxa e a região glútea. Devesse evitar colocar a placadispersiva sobre saliências ósseas, áreas muito pilosas ou de tecido escarificado.

Complicação:A queimadura é uma complicação do uso inadequado do bisturi elétrico. e que pode se dar nosseguintes casos:a) quando há contato insatisfatório entre a placa dispersiva e o paciente;b) quando há conexão inadequada entre o aparelho e a placa dispersiva e/ou a unidade de

eletrocirurgia e o fio-terra da sala de cirurgia;c) quando há contato do paciente com partes metálicas da mesa cirúrgica.

OBSERVAÇÕES:Utilizar substâncias gelatinosas condutoras (gel) para aumentar a eficiência de contato da placacom o corpo do paciente;Colocar a placa em locais de pouco ou nenhum deslocamento no ato cirúrgico;Verificar no pré-operatório se o paciente faz uso de placa metálica; colocar a placa de bisturimais distante da placa metálica;

Portador de marca-asso: a corrente elétrica pode interferir

Sedação e Anestesia

Posição do paciente para a anestesiaA posição do paciente para ser anestesiado está na dependência do tipo de anestesia indicado.

1) Anestesia geral - decúbito dorsal/ventral

2) Anestesia raqui ou periduralDuas posições: o paciente senta-se sobre a mesa cirúrgica ou a posição em que o paciente é

colocado em decúbito lateral direito ou esquerdo, tendo as pernas fletidas sob as coxas e estar sobreo abdómen, os membros superiores cruzados na frente à na altura da •cintura e o pescoço bemfletido, de modo a aproximar o queixo ao esterno. • • . . .

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Page 16: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

A sedação e a anestesia apresentam quatro níveis:Seiton Cursos

• Sedação mínima: é um estado induzido por uma substância durante o qual o paciente poderesponder normalmente aos comandos verbais, com função cognitiva podendo estarprejudicadas e funções ventilatórias e cardiovasculares mantidas;

• Sedação moderada: depressão do nível de consciência que não compromete a capacidade dopaciente de manter as vias respiratórias desobstruídas e responder a estímulos físicos ecomandos verbais. O propósito é manter o paciente calmo, tranquilo com amnésia. Omidazolan ou o diazepan é empregado com frequência por via endovenosa;

• Sedação profunda: é um estado induzido por uma substância durante o qual o paciente nãopoderá ser acordado com facilidade mas pode responder a estímulos repetidos. A diferençada anestesia é que nesta o paciente não poderá ser despertado. São empregados anestésicoslíquidos voláteis quando seus vapores dão inalados.São eles: halotano, enflurano, isoflurano,sevoflurano e desflurano. Todos são administrados com oxigénio é óxido nitroso. Quandoinalados penetram no sangue através de capilares pulmonares e atua sobre os centroscerebrais para produzir a perda da consciência e da sensação. É eliminado através dospulmões.

Agentes anestésicos inalatóríos:

Halotano:Não-explosivo e não-inflamável, baixa incidência de náuseas e vómitos;Hepatotóxico, ação hipotensora, nefrotóxico.

Enflurano:Não-explosivo e não-inflamável, indução e recuperação rápidas;Depressão respiratória, incompatível com epinefrina (fibrilação ventricular);

lIsofluorano:

Indução e recuperação rápidas, potencializa o efeito dos relaxantes musculares;Depressor respiratório profundo;

Sevoflurano:Indução e excreção rápidas e efeitos colaterais mínimos;

• Tosse e laringoespasmo e deflagração das hipertermia maligna, nefrotóxico.

Desflurano:Indução e emergências rápidas;Irritação respiratória e deflagração da hipertermia maligna, disritmias.

Óxido nitroso:• , Indução e recuperação rápidas, não-inflamável, útil com outros agentes e com oxigénio para

procedimentos curtos; .Relaxante deficiente, anestésico fraco, pode produzir hipóxia.

• Anestesia: é um estado de narcose (depressão intensa do sistema nervoso central produzidapor agentes farmacológicos), analgesia e perda de reflexo. Não; são passives de seremacordados, mesmo com estímulos dolorosos, perdem a capacidade da função respiratória enecessitam de assistência na manutenção de uma via aérea permeável. A anestesia seapresenta estágios: . . . .Estágio I:Indução da anestesia;Estágio II: Excitação, podendo ser visto como reações diversas (gritos, conversa, choro erisos), podendo ser evitadas se administrado de maneira suave e rápidajEstágio III: Anestesia cirúrgica;Estágio IV: Depressão medular; é conseguida quando a anestesia em excesso foiadministrada; :

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Page 17: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Métodos de administração de anestesia:Seiton Cursos

• Inalação: anestésicos voláteis e gases anestésicos; podem ser inalados por máscara laríngeaou tubo oro/nasotraqueal.

• Intravenosa:pode ser produzida por injeção intravenosa de substâncias como barbitúricos,benzodiazepínicos, hipnóticos não-barbitúricos, agentes dissociativos e agentes opióides.Podem ser administrados concomitantes a agentes inalatórios ou utilizados isoladamente. Osbloqueadores neuromusculares (relaxantes musculares) também são utilizados na anestesiageral intravenosa e bloqueiam a transmissão de impulsos nervosos na junção neuromusculardos músculos esqueléticos. São empregados para relaxar os músculos nas cirurgiasabdominais e torácica, tratar laringoespasmo e assistir na ventilação mecânica.

Agentes anestésicos intravenosos:

Tranquilizantes e sedativos hipnóticos; :

Benzodiazepínicos

Mídazolan:- Ação curta; possui efeitos ansiolíticos sedativos, amnésicos e relaxante muscular;

Sensibilidade aumentada em pacientes com DPOC.

Diazepan:- Sedação pré-operatória;- Absorvido de maneira imprevisível quando administrado por via IM,. pode provocar

tromboflebite quando administrados em veias periféricas.

Droperidol:Longa ação;Inibição das vias dopaminérgicas dos gânglios da base pode levar a rigidez extrapiramidalassemelhando-se ao parkinsonismo; pode levar a hipotensão. ;

Opióides

Morfina:Pode deprimir a pressão arterial por diminuir a resistência vascular sistémica;Não proporciona boa amnésia;Não promove o relaxamento muscular adequado;

- Depressor respiratório;Pode ocorrer hipotensão hipostática

Meperidína:Início imediato;Pode baixar frequência respiratória, provoca reações adversas como tonteira, náuseas evómitos

Neuroleptanalgésicos: combinação de um opióide sintético de ação curta e umabutirofenona.Também são chamados de analgésicos agonistas narcóticos. .

Fentanil:75/100 vezes mais potente que a morfina; pouco efeito sobre o sistema cardiovascular;Em dosagem alta, efeito bloqueador @-adrenérgico; depressão respiratória;

Sufentanil:Início rápido;Duração de 1/3 apenas do Fentanil.

Agentes dissociativos:

Ketamína:Indução rápida e ação curta; pode ser administrado como analgésico ou anestésico;

- Pode provocar pressão arterial elevada e respirações deprimidas; pode provocar alucinações evómitos; pode deflagrar aberrações psíquicas;

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Page 18: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Barbitúricos:Seiton Cursos

Tiopental sódíco:- Indução rápida, não-explosivo;

Poderoso depressor respiratório, relaxante deficiente, pode produzir tosse, espirro elaringoespasmo.

Hipnóticos não-barbitúricos:

EtomidatoiPoucos efeitos cardiovasculares e respiratórios; útil para pacientes debilitados;Supressão transitória da supra-renal; movimentos musculares involuntários.

Propofol:Indução rápida com efeitos excitatórios mínimos; pode ter efeito antiemetico;Depressão miocárdica, hipotensão, dor na injeção;

- Contra-indicado a pacientes com alergia a ovo e óleo de soja.

Bloqueadores Neuromusculares:

Não-despolarizantes:

Tubocurarina:Máximo de ação de 30-60 min;Provoca hipotensão, resistência aumentada da via aérea e eritema cutâneo;Contra-indicado em alergias e asma.

Galamina:Dura 25% menos que o curare;Bloqueia gânglios vagais no coração;i

Pancurônio:Cinco vezes mais potente que o curare; duração de 60-85 min;Seguro e estável, sendo bom relaxante muscular;Evitar com pacientes com miastenia grave e doença renal.

Vecurônio:Bloqueia a despolarização;

- Facilita a intubação endotraqueal; bom relaxante muscular;- Apnéia ligada a dose prolongada;

Bem tolerado em pacientes com insuficiência renal.

Despo!arizantes(mimetizam a acão da acetilcolina na junção neuromuscular):

Succinilcolina:Início rápido: l min.; duração de 4-8 min.;Ideal para a intubação endotraqueal e redução de fratura;

- Tratamento de laringoespasmo;Contra-indicado a pacientes com pseudocolinesterase baixa;Pode provocar disritmias e taquicardias

Antagonistas das drogas anestésicas:

- Benzodiazepínicos - Flumazenil (Lanexat®)- Opiáceos - Naloxona (Narcan®)- Relaxantes musculares - Neostigmina e atropina

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Page 19: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton CursosBLOQUEIOS SUBARACNÓIDE OU SUBDURAL f R AQUI ANESTESIAI E PERIDURAL

(EPIDURAL)Raquianestesia

É realizada pela posição do medicamento anestésico no espaço subaracnóide, uma vez que amembrana aracnóide está justaposta à dura-máter. O anestésico neste local bloqueia a conduçãonervosa, produzindo insensibilidade aos estímulos dolorosos.

• Técnica de punção - o anestesiologista deve obedecer à rigorosa técnica asséptica que oprocedimento exige. Escovar as mãos, paramentar-se, proceder a anti-sepsia da pele daregião e colocar os campos estéreis. A linha que une as duas cristas ilíacas é identificada, estalinha passa justamente ao nível do espaço intervertebral de L4 e L5. Escolhido o melhorespaço intervertebral, próximo a este nível, o acesso ao espaço subaracnóide poderá serrealizado ,pela linha mediana ou lateral.

• Destino do agente anestésico ínjetado - o anestésico introduzido no espaço subaracnóideo irásofrer, inicialmente, uma diluição pelo líquor durante os primeiros minutos. Logo apósdifunde-se devido ao movimento molecular do anestésico; ao mesmo tempo em que ocorre adifusão do anestésico no líquor, passa a se fixar aos nervos, onde irá exercer sua ação ,bloqueando a condução elétrica dos mesmos.

Complicações:A complicação precoce mais importante é a hipotensão arterial que o bloqueio subaracnóide

pode promover. O tratamento desta ocorrência é, inicialmente, promover uma hidratação rigorosa nopaciente, pois, como foi visto, é uma inadequação do conteúdo vascular em relação a seucontinente; em seguida, colocá-lo em posição de trendelemburg para melhorar o retorno venoso, eadministrar oxigénio. A utilização de medicamentos vasopressores está .indicada somente se asmedidas anteriores não obtiverem êxito. O uso de vaaolfticos. como a atropina, esta reservado aospacientes que vierem a apresentar bradicardia.

A complicação tardia mais importante do bloqueio subaracnóide é á çefaléia. É mais frequenteem pacientes jovens, ansiosos, com antecedentes de çefaléia e, particularmente, nas puérperas.Geralmente, aparece entre o 2° e o 7° dia após a punção, mas pode, eventualmente, aparecer deimediato. É uma çefaléia de caráter pulsátil, constante, geralmente, occipital ou frontal, que piora aose elevar o decúbito. A prevenção é feita através de uma punção única do saco durai, com agulhafina de punção subaracnóide e promoção de hidratação adequada. A manutenção do decúbito baixo,em posição supina, nos pacientes que ainda não desenvolveram çefaléia, hão a previne. O pacientedeve permanecer em posição supina, somente pelo tempo necessário ao bloqueio nervoso e limitadopela cirurgia. .

O tratamento da çefaléia, após a punção subaracnóide, é feito inicialmente através demedidas não intervencionistas, como: apoio psicológico, decúbito baixo, hidratação adequada, faixasde contenção abdominal, e analgésicos sistémicos. Nos pacientes em que g çefaléia é muito intensa,ou naqueles cujas medidas não-intervencionistas não obtiveram sucesso, indica-se o blood patch,que consiste retirar 20 a 30 ml de sangue do paciente e injetá-lo no espaço pendurai, sob rigorosacondição asséptica. O alívio da çefaléia, geralmente, é imediato.

Anestesia PeriduralÉ realizada pela deposição do anestésico no espaço peridural, onde irá se difundir e bloquear a

condução nervosa, produzindo a insensibilidade aos estímulos dolorosos. '• Técnica anestésica - enfocar-se-ão apenas as diferenças entre p bloqueio subaracnóide e o

peridural para não se incorrer na repetição de tópicos. Os cuidados preliminares e oposicionamento s ã o semelhantes. ' • • • ; .

• Destino do agente anestésico ínjetado- - o anestésico injetádo' no espaço peridural sofre,inicialmente, uma difusão neste espaço e, posteriormente, para oujtros loc.áis, como o espaçosubaracnóideo. Após a difusão, o anestésico loca! fixa-se ao tecido nervoso, bloqueandoraízes nervosas intra e extradurais. '' '•

Complicações:A complicação mais frequente é a hipotensão arterial com fisiopatologia e tratamento

idênticos ao da anestesia subaracnóide. Outras complicações desse tipo de bloqueio são: falha dobloqueio, mais frequente que na anestesia subaracnóide; punção subaracnóide .acidental; anestesiasubdural total, devida à injeção inadvertida da massa anestésica no espaço subdural; toxicidadesistémica, devida à injeção intravasal; infecção no local; hematoma peridural;" dor lombar.

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Page 20: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton Cursos

Locais de punção: espaço peridural e espaço subaracnóide

Complicações intra-operatórias potenciais

Náuseas e vómitos:f

Alguns anestésicos podem produzir hipersecreção de muco e saliva, podem ocorrer tambémvómitos ou regurgitação, especialmente quando o paciente ainda tem alimento no etetômago. Nestescasos, o paciente deve ser lateralizado, a parte da mesa que sustenta a cabeça deve ser abaixada eutilizar-se uma cuba rim para colher o vómito. Um aparelho de aspiração deve estar disponível pararemover a saliva o os conteúdos gástricos.

Anafilaxía:

A anafilaxia é uma reação alérgica aguda com risco de vida que provoca vasodilatação,hipotensão e constrição brônquica. Pode existir um potencial para anafilaxia de alguma substânciaadministrada (medicamentos) ou aplicadas (selantes de fibrina ou adesivos tisulares) ou ainda aolátex.

Hipóxía e outras complicações respiratórias:

Pode ser proporcionada por ventilação inadequada, oclusão de. via aérea, intubaçãoinadvertida de esôfago. A troca gasosa pode ser comprometida por depressão respiratória (causadapor agentes anestésicos), broncoaspiração e posicionamento do paciente na mesa cirúrgica.Avaliação da perfusão e da oximetria são importantes para avaliar a hipoxemia.

Hipotermia:

É indicada para uma temperatura abaixo de 36,6° C. Pode ocorrer como consequência dabaixa temperatura da sala, infusões de líquidos frios, inalação de gases frios, cavidades abertas, daatividade muscular diminuída, idade avançada e agentes farmacológicos utilizados (vasodilatadores,anestésicos gerais). O aquecimento deverá ser gradual com cobertores ou mantas térmicas. Nuncautilizar bolsa de água quente para este fim. '.

Hípertermía Maligna:

É um distúrbio muscular hereditário, quimicamente induzido por agentes anestésicos porinalação (halotano e enflurano)e relaxantes musculares (succinilcolina). O estresse e algunsmedicamentos como simpaticomiméticos (epinefrina), teofilina, aminofilina, anticolinérgicos(atropina) e glicosídeos cardíacos (digitálico) podem induzir ou intensificar esta reação. Nahipertermia maligna há um rompimento do mecanismo da bomba de cálcio,; impedindo que sejarearmazenado, proporcionando acúmulo de cálcio, causando sintomas clínicos de hipermetabolismo,o que por sua vez aumenta a contração muscular (rigidez) com hipertermia e -lesão do sistemanervoso central. Os sinais clínicos mais comuns são: taquicardia (acima de 150 batimentos/minuto),disritmia ventricular, hipotensão, débito cardíaco diminuído, oligúria, podendo levar a paradacardíaca. Observam-se ainda movimentos tetânicos e rigidez. O aumento da temperatura é um sinal

Enfermeiro - Clínica Cirúrgica , 19

Page 21: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton Cursostardio, mas pode ultrapassar a 40° C em minutos. Geralmente pode se apresentar me torno de 10 a20 minutos após a indução da anestesia, mas também pode ocorrer nas 24 horas subsequentes àcirurgia.

O tratamento consiste em interromper a anestesia de imediato e diminuir o metabolismo,reverter à acidose metabólica e respiratória, corrigir as disritmias, diminuir a temperatura corporal,fornecer oxigénio e nutrientes para os tecidos e corrigir o desequilíbrio eletrolítico. Para isso opaciente é hiperventilado com oxigénio a 100%, é administrado dantrolene sódico (relaxantemuscular) e bicarbonato de sódio é administrado de imediato.

Coagulação intravascular disseminada:

É uma condição de risco de vida ocasionada por formação de trombo e depleção dedeterminadas proteínas da coagulação. A causa exata é desconhecida, mas fatores predisponentesincluem: trauma maciço, trauma de crânio, transfusão maciça, eventos embólicos e choque.

CUIDADO DO PACIENTE NO PERÍODO PÓS-OPERATÓRIO

Unidade de recuperação pós-anestésica:

As metas do cuidado de enfermagem na recuperação anestésica consistem em fornecercuidado até que o paciente esteja recuperado da anestesia, esteja orientado, apresente sinais vitaisestáveis e não mostre evidências de hemorragia ou outras complicações.

O paciente admitido da recuperação anestésica revê as seguintes informações:Diagnóstico médico e tipo de cirurgiaHistórico médico e alergias pertinentesIdade e condição geral do paciente

- Anestésicos e medicamentos usados- Problemas ocorridos no intra-operatório

Patologia encontradaLíquidos administrados/perdidos e perda sanguíneaDispositivos como drenos e cateteres

- Qualquer anormalidade ocorrida no intra-operatório

Avaliação inicial;

Avaliar os seguintes sinais e verificar seu nível de estabilidade:• Função respiratória: profundidade e natureza das respirações, permeabilidade das vias

aéreas, nível de saturação do oxigénio (primeiro lugar)• Função circulatória: avaliação da pressão arterial; coloração da pele, pulsos: frequência e

regularidade (segundo lugar)• Sítio cirúrgico (terceiro lugar)• Nível de consciência: capacidade de responder aos comandos (quarto lugar)».,, Temperatura• Valores hemodinâmicos• Drenos e cateteres '

Seguindo os cuidados:

- Avaliação dos sinais vitais de 15/15 minutos na primeira hora e 30 minutos nas duas horassubsequentes. Depois disso, caso se mantenham estáveis, serão verificados a cada 4 horas duranteas primeiras 24 horas.

- Manter via aérea permeável: :• Administrando oxigénio suplementar• Avaliar sons respiratórios• Avaliar frequência e profundidade das respirações• Avaliar saturação de oxigénio« Observar obstrução hipofaríngea (mandíbula e língua caem para trás e obstruem a passagem

de ar) - utilizar cânula de guedel e inclinar a cabeça para trás

Enfermeiro - Clínica Cirúrgica 20

Page 22: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton Cursos• Decúbito lateral (caso a cirurgia não contra-indicar) em casos de hipersecreção de muco e

vómitos• Manter a cabeceira a 15/30° , exceto quando contra-indicado• Aspirar vias aéreas

- Manter estabilidade cardiovascular:• Avaliar estado mental• Avaliar sinais vitais• Avaliar ritmos cardíacos• Avaliar temperatura• Avaliar Coloração da pele e umidade• Avaliar débito urinário• Monitorar PVC• Monitorar pressão da artéria pulmonar

- Aliviando dor e ansiedade:• Administrar analgésicos prescritos, sempre atentando para os opióides que deprimem o

sistema respiratório

- Controlando náuseas e vómitos• Manter em decúbito lateral, caso a cirurgia não contra-indicar, para promover a drenagem da

boca e evitar broncoaspiração• Administrar antiemético prescrito

Determinando alta da recuperação anestésica

Em geral, as seguintes medidas são empregadas para determinar a aptidão do paciente para a salade recuperação anestésica:

Orientação para pessoa, local, eventos, tempo;Função pulmonar íntegra;Leituras de oximetria e pulso indicando saturação adequada;Débito urinário de pelo menos 30ml/hora;Náuseas e vómitos ausentes ou sob controle;

- Dor mínima.Para uma avaliação contínua e sistematizada, pode ser utilizado um sistema de pontuação escore deAldrete) que determina a condição geral do paciente e sua condição de alta da recuperaçãoanestésica. A escala de Aldrete, como mostrada abaixo, possui critérios objetivos que através depontuação, possibilitará a condição de permanência ou alta do paciente. Q escore necessário paraalta do paciente na recuperação anestésica é de 7-8 pontos.

•• • -Atividade

Respiração

Circulação

Consciência

Saturação arterial deoxigénio (Sa02)

, .;-.- • • _ ; ' - ' . . ; . . • ' " • . •'

Movem 4 extremidades voluntariamente a ordemMovem 2 extremidades voluntariamente a ordemIncapaz de mover extremidadesCapaz de respirar profundamente e tossir livrementeDispneia limitada a respiraçãoApnéiaPressão arterial < 20% de nível pré-anestésicoPressão arterial 20 - 49% de nível pré-anestésicoPressão arterial > 50% de nível pré-anestésico •Completamente despertoResponde a chamadaNão respondeMantém Sa02 > 92% com ar ambienteNecessita O2 para manter SaO2 > 90%SaO2 < 90% com Ò2 de suplemento

Pontos210210210210210

Complicações no Pós-operatório

Enfermeiro - Clínica Cirúrgica 21

Page 23: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton Cursosl- Complicações respiratórias:

1.1 - Atelectasia: Expansão incompleta do pulmão

Causa: Falta de mobilidade, de exercícios respiratórios e tosse e ainda não está dedeambulação.

Sinais e sintomas: sons respiratórios diminuídos, estertores e tosse.

1.2 - Pneumonia: Infecção respiratória f

Causa:procedimentos invasivos como intubação, aspiração e assistência ventilatória.

Sinais e sintomas: calafrios, febre, taquicardia e taquipnéia; tosse pode estar ou nãopresente, estertores na base do pulmão.

1.3 - Hipoxemia: Diminuição de oxigénio circulante no sangue

Causa: Obesidade, cirurgias abdominais, problemas pulmonares pré-existentes.

Sinais e sintomas: Baixa saturação de oxigénio, , membros frios, tremores, fibrilação atrial.

Condutas de Enfermagem: l

Exercícios respiratórios (uso espirômetro, respirações profundas, incentivar a tosse)Imobilizar sítios de incisão abdominal ou torácica (diminuir a dor)Administrar oxigénio, se prescritoDeambulação precoce

Obs.: O incentivo a tosse pode ser evitado em casos de pacientes que apresentam lesãointracraniana ou realizaram cirurgia intracraniana (por causa do aumento da PIC), bemcomo nos pacientes que se submeteram à cirurgia ocular (risco de aumentar a pressãointraocular) e que realizaram cirurgias plásticas, devido ao risco de tensão nos tecidos.

2 - Trombose Venosa Profunda: ,

Causas: Estresse (resposta hipotalâmica ao estresse, leva ao aumento da viscosidade do sanguee aumento da agregação plaquetária), desidratação, baixo débito cardíaco, represamentosanguíneo dos membros e repouso no leito. . •

Sinais e sintomas: Dor ou cãibra em panturrilha provocada por dorsoflexão de panturrilha (sinalde Homan), edema em perna, febre, calafrios e diaforese.

• \ Heparina de baixo peso molecular profilática em baixas doses, deambulação precoce,

compressão pneumática externa e meias elásticas altas (até a coxa),, evitar pernas pendentes.

3 - Hematoma:

Causas: Sangramento que forma um coágulo abaixo da pele.

Sinais e sintomas: /4baulamento da ferida quando for de grande tamanho.

Enfermeiro - Clínica Cirúrgica 22

Page 24: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton CursosCondutas: Quando grande a remoção do coágulo é feita pelo médico; quando pequeno, aguardarreabsorção.

4- Infecção do sítio cirúrgico:

Causas: Fatores endógenos associados (obesidade, diabetes, estresse, idade, estado nutricional,tabagismo, resposta imune alterada, duração da internação pré-operatória e gravidade dadoença), preparação de pele, duração da cirurgia, método de colocação de campos, técnicaasséptica, técnica operatória (suturas apertadas, hematomas, uso exagerado de bisturi elétrico),ventilação da sala de cirurgia, entre outros.

Sinais e sintomas: Elevação da temperatura e do pulso, leucocitose, sinais flogísticos na incisãocirúrgica.

Condutas: Remover suturas e permitir a drenagem da ferida, inserir um dreno caso sejanecessário (condutas médicas), antibioticoterapia e cuidados com a ferida.

5- Deiscência da ferida (ruptura da ferida) e evísceracão (protusão do conteúdo da ferida):

Causas: Afrouxamento das suturas, infecção do sítio cirúrgico, distensão, abdominal e tosseacentuada, idade avançada, estado nutricional deficiente, .

Sinais e sintomas: Separação das bordas da ferida é protusão dos intestinos, esguicho de líquidoperitoneal sanguinolento, dor intensa.Condutas: Manter o paciente em fowler baixa, cobrir alças intestinas com curativos estéreisembebidos de solução salina a 0,9%, notificar cirurgião imediatamente..

6 - Hipotensão e Choque: ' .

Causas: Perda sanguínea(mais comum no choque hipovolêmico), hipoventilação, alteração daposição, efeitos colaterais de medicamentos e anestésicos.

Sinais e sintomas (choque hipovolêmico): Diminui PVC e PA, aumenta resistência periférica,taquicardia, palidez, pele fria e úmida, respiração rápida, cianose, pulso fraco, filiforme e rápido,diminuição do débito urinário . ' • „ , '

Condutas: Reposição volumétrica (ringer lactado ou produtos sanguíneos), òxigênio(máscara oucateter), medicamentos (cardiotônicos, vasodilatadores e corticosteróides),aquecimentomoderado, decúbito dorsal e as pernas elevadas • } .

BIBLIOGRAFIA1) SMELTZER S.C. e BARE, B.G. Tratado de Enfermagem Médico- Cirúrgica 10a ed. Rio de

Janeiro: Guanabara Koogan, 2005, 2 vol.

2) www.Bibliomed.com.Br/urgenciascirurgicas

3) MEEKER, M.H. e ROTHROCK, J.C. Cuidados de Enfermagem ao Paciente Cirúrgico. 10aEd. Riode Janeiro: Guanabara Koogan, 1997

3) CARVALHO, R. e BIANCHI, E.R.F. Enfermagem em centro cirúrgico e recuperação. 1a Ed. SãoPaulo: Ed. Manole, 2007.

Enfermeiro - Clínica Cirúrgica 23

Page 25: Apostila Clinica Cirurgica Seiton

Seiton CursosFHCGV - Aplicação 14/03/2004

A participação da enfermagem no pré e pós-operatório é fundamental. Com relação aesse assunto, julgue os itens a seguir.

01) No pré-operatório, é importante que o paciente seja prientado sobre os procedimentos a seremrealizados, utilizando-se linguagem acessível e enfatizando-se a importância de sua colaboração.01) No pré-operatório, é fundamental providenciar e preparar o paciente para exames laboratoriais,controlar os sinais vitais, orientar sobre o jejum a ser feito e que em média varia de 12h a 18h deacordo com a cirurgia, realizar tricotomia de acordo com rotina, remover próteses e vestir pacientecom roupas adequadas.03) No pós-operatório, é importante manter o decúbito horizontal, com travesseiro, no mínimo 48hpara casos de raquianestesia para evitar cefaléia, além, do controle dos .sinais vitais, jejum ediurese. !

PETROBRAS - Aplicação 28/03/20044-

A respeito das normalidades e complicações pós-op*eratórias, julgue os itens a seguir.04) A dor é um dos primeiros sintomas a surgir no pós-opeçatório, assim que vai regredindo o efeitodo anestésico, e a capacidade para suportá-la varia de paciente para paciente, dependendo muito daansiedade, do tipo de anestesia e da cirurgia.05) A hipotermia na sala de recuperação deve-se à depressão do sistema nervoso decorrente dadroga anestésica. Entretanto, não se espera hipertermia durante o pós-operatório, mesmo tendohavido agressão tissular.06) Náuseas e vómitos podem ocorrer em virtude de drogas anestésicas que aumentam operistaltismo. Nesses casos, o paciente deve ser colocado em decúbito lateral ou deve-se lateralizara cabeça para evitar aspirações.07) O choque hipovolêmico é causado pela redução do volume de líquido circulante, provocada porperda sanguínea e hídrica, sendo importante manter o paciente em decúbito dorsal, elevar osmembros inferiores e controlar rigorosamente os sinais vitais.08) Entre os problemas mais sérios observados no período pós-operatório estão as complicaçõespulmonares, como a atelectasia, a broncopneumonia e a embolia pulmonar. Hipotermia, alteraçõesda frequência do pulso e da respiração, dispneia e tosse são sinais e sintomas característicos.

SMS - Aplicação 2004

09) Nas cirurgias, cada instrumental utilizado pertence a um determinado, grupo de acordo com asua finalidade. No grupo de material de síntese, podé-se citar: :a) Afastador de Farabeufb) Pinça de Backausc) Porta-agulhasd) Tesoura

HGB~ Aplicação 16/11/2003 \ ': '',,. •

Julgue os itens seguintes, relativos aos desinfetantes e anti-sépticos hospitalares.

10) O degermante PVPI é indicado para realizar, lavagem pré-procedimento cirúrgico das mãos e doantebraço. ' . . / • • ' • . ; • " .11) O glutaraldeído a 2% é indicado para desinfecção de superfícies. '12) O gluconato de clorexidina é considerado um excelente desinfetante hospitalar. .

SMA/SMS - Aplicação 18/01/2004 : '

Acerca das principais complicações pós-operatórias, julgue os itens seguintes:13) O controle da pressão arterial é importante''para avaliar a perda'Sanguínea excessiva e,conseqiientemente, o choque hipovolêmico - muito cornum no pós-operatório'. •14) Em pacientes com retenção urinária, causada por espasmo no esfíncter vesiçal, deve-se fazer ocateterismo vesiçal como primeira intervenção de enfermagem. ' V ;

15) É recomendado aplicação de calor e repouso no leito a pacientes que apresentem distensãoabdominal devida a redução da peristalse, o que causa retenção de gases, vómitos e dor.

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SETESPE/PA - Aplicação; 14/3/2004Um paciente de 76 anos de idade, emagrecido, acaba de retornar do centro cirúrgico

após realização de uma vasectomia, onde foram administradas drogas para a anestesia:midazolam, vecurônio e fentanil. Na clínica, em sua admissão, apresentou dificuldades emacordar, mas respondeu à solicitação da enfermeira para virar-se e tossir. Ao mover-se,gemeu, como se estivesse com dor, que levou a enfermeira a administrar 75 mg demeparidina intramuscular, seguindo a prescrição médica de medicação; se necessário.Veio do centro cirúrgico com sonda nasogástrica instalada. Mais tarde, os sinais vitaisindicavam pressão arterial de 110/70 mmHg, pulso de 64 batimentos por minuto,respiração de 8 movimentos pó minuto e temperatura de 35,3°C. Ritmo e sons cardíacosestavam normais. Gases arteriais indicaram pH, de 7,27; Po2 de 110 mmHg e Pco2 de 56mmHg com oxigénio sob máscara a 40%. Sua pçle apresentava-se pálida e fria ao toque esua oximetria de pulso foi de 98%.

Considere a situação hipotética descrita acima, julgue os itens a seguir.

16) Complicações respiratórias podem ocorrer nos pós-operatórios de cirurgia abdominais,especialmente devido à incisão cirúrgica dolorosa, exigindo da enfermeira atenção criteriosa eestímulo à realização de exercícios respiratórios.17) Atenção especial deve ser dada no pós-operatório imediato de pacientes idosos, com vigilânciaconstante, pois podem ocorrer alterações como aumento do debito cardíaco, aumento da capacidadevital pulmonar e presença de murmúrios vesiculares pulmonares. , • .18) O paciente mencionado está apresentando alteração no padrão respiratório, possivelmente emdecorrência do sinergismo entre as medicações anestésicas utilizadas no intra-operatório e amedicação analgésica administrada na clínica. : . .19) Não existem indícios de alterações nos gases arteriais, uma vez que a gasometria mostra valoresde Po2 e Pco2 normais. '20) A coloração da pele pode ser explicada pela vasoconstrição decorrénte: da baixa temperaturaaxilar do paciente mencionado, confirmando a hipótise diagnostica de hipotermiá.21) A meperidina é um potente analgésico que pode induzir, como efeitos adversos, sedação, euforiae confusão mental. ,.22) A enfermeira que admitiu o paciente descritp deverá deixar a sonda- nasogástrica fechada paraevitar perda hidroeletrolítica.23) No seu julgamento clínico, a enfermeira utilizou evidências clínicas críticas e priorizou odiagnóstico de dor, administrando rapidamente o analgésico. Na situação apresentada, ela agiuadequadamente. • , '

24) No pré-operatório imediato de um cliente, os barbitúricos podem ser prescrjtos como medicaçãopré-anestésica.Essa medicação tem por finalidade:

a) Produzir analgesia. ;b) Diminuir a ansiedade.c) Prevenir eventos eméticos.d) Reduzir a quantidade de anestésico.

25) A posição na qual o cliente é colocado na mesa cirúrgica depende do procedimento operatório aser realizado. . ;""

O enfermeiro de centro cirúrgico, ao tomar conhecimento que o cliente será submetido a cirurgiade períneo, deve colocá-lo na seguinte posição: • • , •

a) Sims. :

b) Litotômica. ' . -c) Trendelemburg.d) Dorsal recumbente. '

26) Um paciente que se submete a uma raquianestesia pode apresentar, como complicação precoce,hipotensão arterial. Nesse caso, é recomendável, dentre outras medidas, colocar o paciente naseguinte posição. • .. ••'"

a) Prona. .;b) Supina. .c) Jacknife.d) Trendelemburg.

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Seiton Cursos

FUNDAÇÃO JOÃO GOULART - 2004

ejhf27) Nos pós-operatórios, o exame físico realizado pelo enfermeiro prioriza identificar a necessidadeafetada decorrente da:

a) Anestesia, imobilização temporária e trauma cirúrgico.b) Anestesia, perda sensitiva temporária e trauma cirúrgico.c) Anestesia, administração de hemoderivados e trauma cirúrgico.d) Anestesia, administração de hemoderivados e perda da sensibilidade temporária.

28) Nas cirurgias de pelve e baixo abdómen, há necessidade de posicionar o cliente na mesaoperatória, de forma a deslocar as alças intestinais em direção superior, para melhor exposição daárea a ser operada. Para o procedimento, a posição indicada é denominada:

a) Sims.b) Litotômica.c) Trendelemburg. 'd) Dorsal recumbente. :

29) A hipertermia maligna pode ocorrer durante o ato anestésico. Sua fisiopatologia está relacionadaà atividade da célula muscular devido ao acúmulo excessivo de:

a) Sódio.b) Cálcio.c) Potássio.d) Magnésio.

30) As intervenções cirúrgicas são classificadas ern função de gravidade, a urgência e finalidade dacirurgia. São casos que requerem intervenções cirúrgicas de emergência.

a) Neoplasia maligna, obstrução coronariana, catarata.b) Neoplasia maligna, obstrução coronariana, aneurisma roto.c) Apendicite perfurada, amputação traumática, aneurisma roto.d) Apendicite perfurada, fratura de colo de fémur, litíase renal.

31) O cuidado imediato do cliente, na recuperação pós-anestésica, consiste em avaliar os seguintesparâmetros.

a) Respiração, circulação, nível de consciência, coloração da pele, atividade muscular.b) Respiração, circulação, eliminações intestinais, coloração da pele, atividade muscular.c) Respiração, dor, débito urinário, coloração da pele, excreção em ferida cirúrgica.d) Respiração, circulação, líquidos infundidos, débito urinário, coloração da pele.

SARA - 200532) Sr. Sebastião tem 55 anos de idade, trabalha na construção civil.é esta. agendado para umalaminectomia lombar. Está prescrito midazolan como medicação pré-operatória. Qual é a propostaprimária desta medicação?

a) Diminuir a emese.b) Produzir sonolência e relaxamento. ic) Diminuir as secreções.d) Prevenir bradicardia vagai.

33) O (A) enfermeiro (a) está assistindo pacientes na Clínica Cirúrgica e acabou de receber o plantãodo turno da manhã. Qual das alternativas indica necessidade de intervenção imediata?

a. Um homem de 35 anos, admitido há três horas com perfuração por arma de fogo napanturrilha direita. O curativo apresenta drenagem sanguinolenta escura deaproximadamente l,5cm de diâmetro.

b. Uma mulher de 43 anos submetida a mastectomia há dois dias. Foi mensurado o total de25ml de secreção serosanguinolenta no dreno de sucção. , :;.

c. Um homem de 59 anos com dreno de tórax inserido após acidente automobilístico. Nenhumadrenagem foi observada nas últimas oito horas.

d. Uma mulher de 62 anos, submetida a uma esplenectomia há três dias, queixando de calafriose aumento da temperatura corporal. , - '.

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JL Seiton Curso»RESIDÊNCIA DE ENFERMAGEM UERJ - 2007

34)Alguns cuidados de pré-operatório prescrito pela enfermeira para serem desenvolvidos com ocliente são:

a) fazer jejum de 8 a 12 horas antes da cirurgia; retirar próteses e adereços no dia doprocedimento; orientar a cliente para esvaziar a bexiga imediatamente antes de ser encaminhadaao centro cirúrgico.b) Executar a lavagem intestinal na noite anterior à cirurgia; fazer jejum, de 8 a 12 horas antesda cirurgia; instalar cateter vesical antes de encaminhá-la ao centro cirúrgico e paramentar ocliente para a cirurgia.c) Instalar cateter nasogástrico e vesical antes antes de encaminhg-la ao centro cirúrgico; retirarpróteses e adereços no dia do procedimento e fazer jejum de 04 a 06 horas antes da cirurgia.d) Realizar tricotomia em pescoço e lavagem intestinal n noite anterior à cirurgia; retirarpróteses e adereços no dia da cirurgia e fazer jejum de 04 a 06 horas antes da cirurgia.

35)Durante o período pós-operatório imediato, a equipe de enfermagem implementará os seguintescuidados:a) i evitar a hiperextensão do pescoço e movimentar lentamente a cabeça; colher sangue para adosagem de potássio; manter em posição de Trendelenburg devido ao risco de hipotensão arterialdecorrente do sangramento e atentar para a ocorrência de crise convulsiva. •b) evitar a hiperextensão do pescoço e movimentar lentamente a cabeça; manter a posição desemi-fowler; observar sinais de insuficiência respiratória, deixando uma bandeja de traqueostomiana unidade da cliente e observar os sinais de sangramento no local da incisão cirúrgica.c) Manter em posição de Sims até que recobre a consciência e posteriormente mante-la emfowler; colher sangue para a dosagem de cálcio e potássio; realizar a aferição da frequênciarespiratória de 4/4 horas e mobilizar o cliente em bloco. 'd) Manter o decúbito lateral para facilitar a respiração e evitar a' broncoaspiração ; atentar paraa ocorrência de crise convulsiva; colher sangue para a dosagem de potássio e de cálcio e mobilizar ocliente em bloco. ;

36) No período pós-operatório, a enfermeira observará a ocorrência das seguintes^complicações:a) atelectasia, hemorragia; formação de hematomas, trombose e embolia decorrente do tempo

prolongado de cirurgia, associado ao uso de anestesia geral. .b) Edema de glote; cãimbras e tetania decorrente.de alteração do' nível de potássio sérico,

advindo do desequilíbrio entre paratireóide-tireóide; crise convulsiva.c) crise convulsiva; cãimbras e tetania decorrente de alteração do nível de potássio sérico

advindo do desequilíbrio entre paratireóide-tireóide; lesão do nervo recorrente.d) Hemorragia; formação de hematoma; edema de glote; alteração, do metabolismo de cálcio,

podendo a levar espasmos das mãos, pés .e contraturas musculares; lesão do nervorecorrente.

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RESIDÊNCIA DE ENFERMAGEM UERJ - 2008 ; • / . ..H ' '

37) Eliane tem 40 anos e apresentou necrose de cabeça de fémur, após; à suspensão de terapiacom corticóide. Teve que se submeter então a uma cirurgia de colocação de' prótese ortopédica. Osfatores de risco para trombose venosa profunda que podem estar presentes no quadro de saúde deEliane são: . •• , .

a) aumento da volemia e da obesidade '.;'b) estresse emocional no pré-operatório e hipocalcemiac) uso de Midazolan como agente pré-anestésico e desidrataçãod) baixo débito cardíaco e respresamento sanguíneo, dós membros

RESIDÊNCIA DA MARINHA - 2007 . ; • • ; . . .

38) Na unidade de recuperação anestésica, quando a enfermeira receber o> paciente, o que ela de vêavaliar de imediato? ' . " • ' ; . ' r

a) Sítio cirúrgico . . ;b) Tubos e drenagens V " ' . ' . •cj Frequência de pulsod) Linhas de monitorização >'e) Acesso venoso

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Seiton Cursos

INÇA - 200739) Paciente submetida a uma ressecção esofagiana apresenta a seguinte sintomatologia no 1° PO:abdome distendido e doloroso a palpação, ruído peristáltico inaudível. A sintomatologia é maisprovavelmente decorrente de:

a) Aderênciab) Obstrução intestinalc) íleo paralíticod) Volvo

Marinha - PS-CSM/ 200840) A hipertermia maligna quimicamente induzida por agente anestésico tem como sintomas iniciais:a) Taquicardia, disritimia ventricular e hipotensão.b) Taquicardia, hipotensão e poliúria.c) Taquicardia, hipertensão e poliúria.d) Bradicardia, hipotensão e oligúria.d) Bradicardia, disritimia ventricular e hipertensão.

Marinha - PS-CSM / 200741) Ao assistir um paciente idoso na recuperação pós-anestésica, é necessário o enfermeiroreconhecer que o idoso: • ;• .a) Leva mais tempo para eliminar os anestésicos.b) Tem eficiência renal aumentada.c) Tem perfusão aumentada.d) É capaz de compensar os desequilíbrios.e) Tem metabolismo rápido.

Residência da Marinha - 2008 ;' : • .42) Para Brunner e Suddarth, a trombose venenosa profunda (TVP) pode ser evitada, principalmentequando os pacientes considerados de alto risco são identificados. Quanto, aos fatores de risco paraTVP marque a opção INCORRETA:a) Utilização de contraceptivos orais.b) Doença neoplásica.c) Coagulopatia.d) Obesidade.e) Utilização de compressor pneumático intermitente nos MMII.

43)Segundo OLIVEIRA, algumas medidas devem ser adotadas para a prevenção de infecções dosítio cirúrgico, EXCETO:a) Reduzir o tempo de hospitalização pré-operatória.b) Não remover os pêlos, exceto ao redor da incisão e quando interferir com o ato cirúrgico.c) Realizar a tricotomia 12 horas antes da cirurgia.d) Preferir o uso de tricotomizadores ao emprego de lâminas.e) Manter as unhas rentes.

Residência da Marinha - 200744) Na Unidade de Recuperação Pós Anestésica, quando a Enfermeira recebe, o paciente, o que eladeve avaliar de imediato? • , . í . "a) Sítio cirúrgico. ; .. 'b) Tubos e drenagens. ; > , .' ".>c) Frequência do pulso.d) Linhas de monitoração.e) Acesso venoso. *

45) Com relação ao diagnóstico de enfermagem para o paciente cirúrgico, é correto afirmar que:a) O risco de constipação está relacionado aos agentes anestésicos.b) O débito cardíaco diminuído está relacionado à hipervolemia.c) O risco da retenção urinária está relacionado à imobilidade.d) O risco de broncoaspiração está relacionado ao repouso no leito.e) A intolerância à atividade está relacionada à fraqueza primaria à cirurgia.

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Residência da Marinha - 200646) Em que condição deve ser indicado cirurgia de urgência?a) Sangramento grave.b) Infecção aguda de vesícula.c) Hérnia simples.d) Queimaduras extensas.e) Obstrução vesical ou intestinal.

Residência da Marinha - 200447) Qual a posição do paciente na mesa cirúrgica para uma nefrectomia?a) Decúbito dorsal.b) Litotômica.c) Sims.d) Sentadaé) Trendelemburg.

48) O cuidado de enfermagem indicado para um paciente vítima de traumatismo abdominal comevisceração é:a) Aplicar compressão no abdómen mantendo o paciente em decúbito ventral.b) Cobrir as vísceras abdominais exteriorizadas com curativos estéreis de soro fisiológicos.c) Passar cateter nasogástrico e infundir líquidos para compensar o sangramento.d) Recolocar as vísceras e realizar curativo compressivo.e) Instalar irrigação furacinada para prevenir infecções.

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GABARITO01020304050607080910111213141516171819

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