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Aconselhamento Cristão Página 3 de 46 CEBESP INTRODUÇÃO “Se existe um segredo para o sucesso, este é a capacidade de entender o ponto de vista do outro tão bem quanto o seu próprio” Henry Ford Este é o início de todo aconselhamento, conseguir compreender o outro acima de qualquer situação ou circunstância, é entender que o outro pode ter um ponto de vista diferente do meu sem assim me afetar ou me ameaçar com seus pensamentos, baseando-se neste princípio vem os conselhos sábios cheios de graça e humildade direcionando uma pessoa mais próxima possível do fim de seu possível dilema. Podemos diante de tal descoberta do ser que se expõe para ser beneficiado pelo conselho receber uma recusa drástica: “Se conselho fosse bom, seria vendido e não doado” – Provérbio popular. Pode parecer uma ideia um pouco ultrapassada começar um estudo menosprezando o objeto de estudo, mas provavelmente muitos já tenham ouvido essa frase célebre, porém não deixa de ter a sua verdade, mesmo que tenha sido dita por qualquer pessoa que desejasse fingir não precisar de conselhos. Receber conselhos sábios alimenta e fortalece a alma, é como tirar um julgo de sua alma de tal maneira que seus olhos são abertos e você consegue entender coisas que antes era tão obscura e de difícil interpretação, mas infelizmente estes conselhos estão se tornando cada vez mais raros, encontrar pessoas capacitadas para instruir e aconselhar outros em amor e prudência já não é tão simples assim, um misto de pensamentos tem tomado conta da mente de muitos entre eles os pastores ou ministros dentro das igrejas, estão mais na condição de receber conselhos do que oferecer. “Os conselhos são importantes para quem quiser fazer planos, e quem sai a guerra precisa de orientação” (Provérbios 20:1). Neste estudo priorizamos o aconselhamento como necessário para o ministério pastoral ou qualquer área que um indivíduo atue, mas o intento maior é o preparo para ser um conselheiro, e este estudo não tem como objetivo oferecer conhecimento

Apostila Aconselhamento Cristao Atualizada

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Excelente apostila sobre o tema.

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    INTRODUO

    Se existe um segredo para o sucesso, este a capacidade de entender o ponto de

    vista do outro to bem quanto o seu prprio Henry Ford

    Este o incio de todo aconselhamento, conseguir compreender o outro acima de

    qualquer situao ou circunstncia, entender que o outro pode ter um ponto de vista

    diferente do meu sem assim me afetar ou me ameaar com seus pensamentos, baseando-se

    neste princpio vem os conselhos sbios cheios de graa e humildade direcionando uma

    pessoa mais prxima possvel do fim de seu possvel dilema.

    Podemos diante de tal descoberta do ser que se expe para ser beneficiado pelo

    conselho receber uma recusa drstica: Se conselho fosse bom, seria vendido e no doado

    Provrbio popular.

    Pode parecer uma ideia um pouco ultrapassada comear um estudo menosprezando

    o objeto de estudo, mas provavelmente muitos j tenham ouvido essa frase clebre, porm

    no deixa de ter a sua verdade, mesmo que tenha sido dita por qualquer pessoa que

    desejasse fingir no precisar de conselhos.

    Receber conselhos sbios alimenta e fortalece a alma, como tirar um julgo de sua

    alma de tal maneira que seus olhos so abertos e voc consegue entender coisas que antes

    era to obscura e de difcil interpretao, mas infelizmente estes conselhos esto se

    tornando cada vez mais raros, encontrar pessoas capacitadas para instruir e aconselhar

    outros em amor e prudncia j no to simples assim, um misto de pensamentos tem

    tomado conta da mente de muitos entre eles os pastores ou ministros dentro das igrejas,

    esto mais na condio de receber conselhos do que oferecer. Os conselhos so

    importantes para quem quiser fazer planos, e quem sai a guerra precisa de orientao

    (Provrbios 20:1).

    Neste estudo priorizamos o aconselhamento como necessrio para o ministrio

    pastoral ou qualquer rea que um indivduo atue, mas o intento maior o preparo para ser

    um conselheiro, e este estudo no tem como objetivo oferecer conhecimento

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    epistemolgico1, mas abranger de maneira precisa a diferena entre um aconselhamento

    pastoral e um acompanhamento psicolgico, que no a natureza deste estudo. O sbio

    ouvir e crescer em conhecimento, e o entendido adquirir sbios conselhos (provrbios

    1:5)

    O aconselhamento um ministrio em que muitos so ajudados, histrias podem ser

    totalmente mudadas atravs de conselhos sbios de homens ou mulheres que buscam

    orientao de Deus para aconselhar aqueles que necessitam. Os conselhos so importantes

    para quem quiser fazer planos, e quem sai guerra precisa de orientao. (Provrbios

    20:1).

    H em seu corao um desejo de auxiliar pessoas atravs do conselho, uma

    orientao que abenoe e encaminhe, jovens adolescentes, adultos, velhos, homens ou

    mulheres, ento h um desafio proposto para que busque ao Senhor em todo tempo, e

    antes de ser um conselheiro necessrio se preparar.

    Um conselho muito mais que uma opinio pautada em simples experincias

    superficiais ou achismos, direcionar algum com conselhos pautados nas escrituras e

    orientao de Deus requer uma busca pessoal da orientao e do conselhos do nosso maior

    conselheiro. O desejo de ajudar outros importante, mas acima de tudo isto deve estar

    muito certo em seu corao que honrar a Deus e a sua palavra em tudo o que voc faz.

    Antes de entrarmos no assunto sobre aconselhamento faz-se muito importante

    conhecer o objeto do aconselhamento, o homem, estaremos estudando um pouco sobre a

    formao do homem, desde sua criao at a sua queda. Veremos que aps a queda vieram

    as consequncias, e, por conseguinte todos os problemas emocionais e espirituais do

    homem. Deus criou homem para viver em perfeita harmonia, mas o homem escolheu virar

    as costas para Ele.

    1 Epistemologia (do grego [episteme] - conhecimento, cincia; [logos] - estudo de),

    tambm chamada de teoria do conhecimento, o ramo da filosofia que trata da natureza, das

    origens e da validade do conhecimento.

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    A Criao do homem

    O Projeto de Deus

    E disse Deus: Faamos o homem nossa imagem, conforme a nossa semelhana;

    domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do cu, sobre os animais domsticos, e

    sobre toda a terra, e sobre todo rptil que se arrasta sobre a terra. Criou, pois, Deus o

    homem sua imagem; imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou (Gn. 1:26,27).

    Deus criou o homem perfeito e harmonioso. No somos frutos do acaso ou de um

    acidente gentico, mas de um projeto claro e especfico do Filho e do Esprito Santo.

    Imagem vem do hebraico tselem , que quer dizer figura representativa, aparncia

    externa. Semelhana vem da palavra hebraica demuwth , que significa padro, espcie,

    conduta, modelo, aparncia interior.

    A Ao de Deus

    E formou o Senhor Deus o homem do p da terra, e soprou-lhe nas narinas o flego

    da vida; e o homem tornou-se alma vivente. Formou o homem do p phr, que significa

    terra, restolho (nada de especial), diz respeito ao corpo. Flego, neshmh - vento, rajada

    de vento, esprito, diz respeito ao esprito. e o homem se tornou alma VIVENTE,

    nephesh, criatura viva, que possui corpo, desejo, apetite, sentimento.

    A alma resultado do sopro de Deus no corpo sem vidade Ado. A combinao de

    esprito e corpo produziu a alma, aquilo que singular no homem.

    Funes do esprito, da alma e do corpo

    Vimos que o homem esprito, capaz de ter conscincia de Deus, de se comunicar

    com Deus (J 32:8; Sl. 18:28; Pv. 20:27). O homem alma, tem conscincia de si mesmo (Sl.

    13:3). E homem corpo mediante os seus sentidos; por isso tem conscincia do mundo.

    Esprito: importante sabermos que possumos um esprito e que toda comunicao de

    Deus com o homem ocorre atravs dele. A palavra do Senhor acerca de Israel: Fala o

    Senhor, o que estendeu o cu, e que lanou os alicerces da terra e que formou o esprito do

    homem dentro dele (Zc. 12:1). Mas, o que se une ao Senhor um s esprito com ele (I

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    Co. 6:17). No sabeis vs que sois santurio de Deus, e que o Esprito de Deus habita em

    vs? (I Co. 3:16). O nosso esprito ento, que mantm comunho com Deus. O prprio

    Esprito testifica com o nosso esprito que somos filhos de Deus (Rm. 8:16).

    Corpo: Atravs do corpo fsico, o homem entra em contato com o mundo material e fsico.

    Ele nos d conscincia do mundo fsico, atravs dos sentidos que so: viso, audio, olfato,

    tato e paladar.

    Alma: Jesus veio para salvar a alma. A alma a pessoa, por isso tambm podemos cham-la

    de personalidade. nela que ficam as marcas e feridas dos traumas e complexos. Salvar a

    alma no somente livr-la do inferno e da condenao, mas tambm a restaurao da

    imagem e semelhana de Deus em ns. Atravs da alma o homem tem conscincia de si

    mesmo. A alma o ponto de intercesso (encontro) do esprito com o corpo, pois o esprito

    humano no pode atuar diretamente sobre o corpo, por isso ela a mediadora. A funo da

    alma manter a harmonia entre o esprito e o corpo. temos a seguir um diagrama da nossa

    alma:

    a) Emoo: o mundo emocional aquele por onde circulam o afeto, as sensaes de

    alegria ou de tristeza, bem-estar, insatisfaes e a capacidade de se vincular ao mundo

    exterior, de sentir o outro e o ambiente. As emoes tambm tm a ver com a intuio,

    percepo e sensibilidade. Poderamos dizer que, usando a metfora do corpo, as emoes

    estariam representadas pelo tronco e pelo peito. Por isso comum se ouvir a referncia a

    uma angstia ou a uma grande tristeza como um aperto no peito. s vezes, a angstia to

    profunda que provoca nuseas, o que significa que mexe com o ventre. Dentro da emoo

    temos a afeio, a percepo e o desejo

    - Afeio - ...a alma de Jnatas ligou-se com a alma de Davi; e Jnatas o amou como

    sua prpria alma (I Sm. 18:1). Dize-me, tu, a quem ama a minha alma... (Ct. 1:7). ...de

    modo que a sua vida abomi-na o po, e a sua alma a comida apetecvel (J 33:20).

    - Desejo - ...Assim a minha alma anseia por ti, Deus! (Sl. 42:1). ...o meu amado

    em quem a minha alma se compraz; ... (Mt. 12:18). Minha alma te deseja de noite... (Is.

    26:9).

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    - Percepo - ...e uma espada traspassar a tua prpria alma,... (Lc. 2:35). Deixa-a,

    porque a sua alma est em amargura... (II Rs. 4:27). Por que ests abatida, minha alma,

    ... (Sl. 42:5).

    b) Intelecto (mente): o mundo do pensamento, fica fcil associ-lo cabea, regio

    do raciocnio, da lgica e da reflexo. atravs do pensamento que se pode abstrair,

    fantasiar ou articular idias e conceitos. O intelecto est ligado ao pensamento, s idias,

    teoria. ...Maravilhosas so as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem (Sl. 139:14).

    ...E o conhecimento ser aprazvel tua alma;... (Pv. 2:10). Filho meu, no se apartem

    estas coisas dos teus olhos: guarda a verdadeira sabedoria e o bom siso; assim sero elas

    vida para a tua alma, e adorno para o teu pescoo (Pv. 3:21,22). Sabe que assim a

    sabedoria para a tua alma... (Pv. 24:14).

    c) Vontade: o querer ou no alguma coisa, tem tambm a ver com a impulsividade,

    a pertincia e a perseverana. A garra e a agressividade, tambm tm a ver com estes

    aspectos da nossa alma. Associando esses conceitos ao, a parte do corpo mais

    apropriada para representar a vontade seriam os membros, atravs dos quais pegamos,

    conquistamos, pisamos, realizamos. ...Senhor no o entregars vontade (original alma)

    dos seus inimigos (Sl. 41:2) . No me entregues vontade dos meus adversrios... (Sl.

    27:12). E, se te enfadares dela, deix-la-s ir sua vontade... (Dt. 21:14). Nessas coisas a

    minha alma recusa tocar,... (J 6:7).

    d) Conscincia: mais para o interior da figura, encontramos o espao destinado

    conscincia - aquela voz interior que soa com a nossa prpria voz, criticando nossos atos e os

    atos alheios; aquela voz que acusa e denuncia, acionando um alarme dentro de ns

    aquela voz que tambm aprova nossos atos corretos e agradveis a Deus. a conscincia

    que desperta as culpas e dispara o alarme dos ricos e perigos. No entanto, ela no tem

    poder de deciso.

    e) Livre Arbtrio: Tal poder de deciso compete ao livre-arbtrio, que o cerne e o

    eixo principal da alma. a instncia ltima do ser humano, que o diferencia - juntamente

    com a conscincia - dos outros animais, assemelhando- o a Deus, seu Criador. Livre-arbtrio

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    o poder maior da alma: a capacidade de escolher, de decidir e de optar. Usando-o,

    caminhamos ou para o cu ou para o inferno; decidimos nossos rumos e destinos. porque

    temos o livre-arbtrio que resistimos a Satans, tentao e ao pecado. Escolhemos fazer

    uma ou outra coisa, e, por isso, somos responsabilizados perante Deus e os homens. Por

    causa da importncia deste dom, o livre arbtrio est no ponto central da alma e

    simbolizado no ncleo do desenho acima.

    Chamamos a ateno, ainda dentro destes princpios, que podemos dividir a mente

    em consciente e inconsciente. A mente aqui no se refere ao intelecto acima descrito, e sim,

    mente como vida psquica. Observe tambm, que a diviso diz respeito consciente e

    inconsciente, e no conscincia. O consciente a superfcie da vida psquica onde est a

    conscincia.

    Sabemos o que est se passando agora dentro de ns mesmos, conhecendo nossos

    sentimentos, pensamentos e desejos, alm de termos conscincia deles. O consciente o

    espao onde aparece a emoo, o intelecto e a vontade; e tambm o arquivo onde esto

    todos os dados aos quais temos acesso constante. Mas, o consciente apenas a ponta de

    um "iceberg".

    J o inconsciente o resultado da soma dos traos que se recebe por herana mais as

    snteses das experincias vividas. Tudo o que j vivemos at o presente est gravado no

    inconsciente. A memria do inconsciente pantomnsia (panto = tudo). No s o que

    vivemos, mas tambm as nossas concluses, fantasias e snteses de cada experincia

    precipitam-se para o inconsciente, e l se depositam, passando a exercer influncia. nessa

    qumica de vivncia mais herana que so gerados os cdigos, valores, conceitos,

    pressupostos e programas que determinam nossas aes e reaes

    O que sou de fato est muito mais no inconsciente do que no consciente.

    A maioria das pessoas tem uma viso consciente de si que distancia do todo que ela

    realmente . E quanto maior essa distncia, mais doente e desajustada est a pessoa. Por

    outro lado, quanto mais madura e saudvel est uma pessoa, mais conhecimento ela tem de

    si prpria. Por isso mesmo, podemos concluir que o processo de crescimento, seja

    psicolgico, seja espiritual, se d por meio de um contnuo encontro da pessoa consigo

    mesma at que chegue expresso plena de seu ser como imagem e semelhana de seu

    Criador.

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    A queda do homem

    Porquanto a criao ficou sujeita vaidade, no por sua vontade, mas por causa

    daquele que a sujeitou. E no s ela, mas at ns, que temos as primcias do Esprito,

    tambm gememos em ns mesmos, aguardando a nossa adoo, a saber, a redeno do

    nosso corpo. Porque na esperana fomos salvos. Ora, a esperana que se v no esperana;

    pois o que algum v, como o espera? (Rm. 8:20,23,24).

    Com a entrada do pecado, a criao foi atingida e sujeita corrupo.

    Entrando o pecado, entrou a desarmonia. E o homem foi alvo central nesse processo.

    O homem uma trindade e como vimos, foi criado esprito, alma e corpo, e como

    conseqncia do pecado essas trs partes foram atingidas: o esprito ficou inativo, a alma

    entrou em desarmonia, e o corpo conheceu a corrupo.

    Nosso objetivo estudar sobre esse distrbio ou desarmonia da alma.

    Inteirarmo-nos de como o homem foi e tem sido afetado, tornando-se cativo de si

    mesmo e suscetvel ao mundo espiritual do mal, aos enganos e sugestes malignas.

    Cremos que o esprito do homem a parte que nasce de novo. Tiago 1:21 diz:

    acolhei com mansido a palavra em vs implantada a qual poderosa para salvar as vossas

    almas. No a alma que nasce de novo.

    A salvao e restaurao da alma um processo dinmico. Tiago falava, nos versos

    18 a 21 do texto acima, para pessoas que nasceram de novo. Pois os chamava de meus

    amados irmos.

    Com isso, entendemos que o homem interior, o esprito, recebe a vida eterna e nasce

    de novo. Mas seu intelecto, vontade e suas emoes ainda precisam ser tratadas. No

    nasceram de novo, precisam ser renova dos (Rm. 12:2). O Salmista tambm falou da

    restaurao da alma: Refrigera-me a alma... (Sl. 23:3). A palavra hebraica traduzida aqui

    refrigerar no Antigo Testamento a palavra grega traduzida como renovar no Novo

    Testamento e significam a mesma coisa. A alma e a mente devem ser renovadas ou

    restauradas.

    No den, iniciou-se todo o distrbio. A semente do mal foi lanada no homem, e com

    isso ele s necessitou dos agentes catalisadores (pai, me, familiares, marido, esposa,

    professores etc.), que seriam responsveis pelo desencadeamento dos problemas e

    dificuldades interiores.

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    Voc se lembra como Ado explicou sua desobedincia a Deus? Jogando toda a culpa

    em Eva. E quando Deus falou com Eva, consequentemente ela jogou toda a culpa sobre a

    serpente. Assim como Ado e Eva, todos ns preferimos ignorar nossa responsabilidade

    pelos problemas que enfrentamos. Eles nos machucam demais, ento mais confortvel

    responsabilizar os outros por aquilo que nos perturba. Culpamos o nosso prximo e, muitas

    vezes, culpamos o diabo. importante lembrarmos que os problemas entre as pessoas

    comeam dentro de ns.

    O conceito que temos acumulado de ns mesmos d cor a tudo que vemos. Se

    fssemos maduros e honestos para identificar os problemas e conflitos que h dentro de

    ns, teramos menos problemas entre ns.

    Portanto, a queda afetou a relao do homem com Deus, com o prximo e com ele

    mesmo. Cremos que o Esprito Santo, nestes dias, deseja restaurar-nos por completo:

    Esprito, alma e corpo guardados irrepreensveis... (I Ts. 5:23).

    Consequncias da queda: barreiras, feridas e traumas

    Como consequncia, surgiram s enfermidades interiores e as deformaes de

    personalidade. Essas enfermidades aparecem como consequncia de sua separao de

    Deus. O Homem foi entregue a si mesmo, saindo fora do controle do Esprito Santo, e

    tambm como resultado das influncias demonacas.

    Como uma das consequncias da queda temos as barreiras que se erguem em nosso

    interior. Podemos localizar dois tipos de barreiras interiores: as verticais e as horizontais. As

    verticais so formadas entre ns e Deus. Ela impede um relacionamento ntimo e satisfatrio

    com Deus. O homem foi criado imagem de Deus e ele no pode viver em harmonia sem se

    relacionar adequadamente com seu criador. E um fator que impede uma pessoa de

    desenvolver um relacionamento profundo com Deus a imagem distorcida que tem a

    respeito Dele. Muitos O consideram (mesmo que inconsciente) como um Deus severo,

    punitivo, indiferente, que muitas vezes nos rejeita quando falhamos, alm de muitos outros

    conceitos negativos.

    As barreiras horizontais se interpem entre ns e os outros. Elas impedem que

    estabeleamos relacionamentos significativos com o prximo.

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    O fato de no nos conhecermos plenamente torna-nos ilhados em ns mesmos. O

    medo da rejeio, da crtica, os complexos de inferioridade e at de superioridade formam

    barreiras que impedem as pessoas de se aproximarem e se relacionarem conosco em nvel

    mais profundo.

    J com relao s feridas e traumas seria o que a Bblia chama de enfermidades.

    So dificuldades, problemas em nossa personalidade que requerem um toque mais

    profundo e especfico do Esprito Santo. H experincias passadas em nossa vida que

    necessitam de uma desprogramao. So mensagens negativas que precisam ser

    desgravadas.

    So cenas do passado que nunca foram esquecidas e a dor da lembrana ainda nos

    persegue como se tivesse acabado de acontecer.

    As feridas so conseqncias de danos pessoais; pessoas e situaes que o feriram,

    atravs de palavras e atitudes, ou ausncia de afeto e ateno dos pais, desiluses,

    injustias, sofrimentos morais e tambm fsicos, etc. Os traumas so produzidos por

    experincias fortes acima da capacidade emocional do indivduo. Muitas vezes duas pessoas

    passam por uma mesma experincia traumtica e somente para uma delas se torna um

    trauma. Deus criou o homem diferente uns dos outros exteriormente e interiormente.

    Devido sensibilidade emocional de cada um, a situao traumtica ser de maior ou

    menor dano.

    Nossa histria de vida o somatrio de diversas experincias, desde a concepo at

    a morte. Enquanto houver vida estamos expostos a situaes constrangedoras e

    ameaadoras.

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    CAPTULO 1

    O ACONSELHAMENTO CRISTO

    Aconselhar uma das atividades importante de um pastor, ou mesmo lder de

    ministrios e departamentos. Podemos salientar que as necessidades do povo cristo no

    so diferenciadas do homem comum, visto que somos todos seres humanos.

    Esta prtica deve ser aprimorada dentro da igreja de Cristo, pois o mesmo era um

    conselheiro de fato e de direito.

    Essa disciplina tem o objetivo de apresentar alguns apontamentos no quesito

    aconselhamento cristo, com nfase no trabalho pastoral desenvolvido frente s

    comunidades que professam a f em Cristo e seus ensinamentos, uma vez que a igreja

    reconhecida como uma comunidade teraputica sempre pronta a acolher, tratar e

    acompanhar as pessoas em suas dificuldades.

    A orientao pastoral tem um papel fundamental na busca por uma mudana do

    comportamento humano cada vez mais nos dias atuais, onde o pastor exerce uma funo de

    conselheiro, amigo e orientador de acordo com os princpios bblicos estabelecidos por Deus

    na sua palavra, sem interferir nas decises do aconselhando, para isso, usa de diversas

    ferramentas no desempenho desse trabalho, levando em conta que esse orientador dever

    ter conhecimento em outras reas do saber.

    O aconselhamento , entre outras coisas, uma relao em que uma pessoa, o

    ajudador, busca assistir outro ser humano nos problemas da vida.

    O aconselhamento, para ser chamado cristo, precisa possuir quatro caractersticas:

    Ser realizado por um cristo;

    Ser centrado em Cristo (Cristo no um adendo ao aconselhamento, mas a alma e

    o corao do aconselhamento, a soluo para os problemas;

    Ser alicerado na Igreja (a Igreja meio principal pelo qual Deus trs as pessoas ao

    seu convvio e as conforma ao carter de Cristo);

    Ser centrado na Escritura Sagrada (a Bblia ajuda a compreender os problemas das

    pessoas e prover soluo para os mesmos);

    1.1 Propsitos gerais

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    Estimular o desenvolvimento da personalidade do sujeito;

    Ajudar os indivduos a enfrentarem mais eficazmente os problemas da vida, os

    conflitos ntimos e as emoes prejudiciais;

    Prover encorajamento e orientao para aqueles que tenham perdido algum

    querido ou estejam sofrendo uma decepo; o Assistir s pessoas cujo padro de

    vida lhes cause frustrao e infelicidade;

    Auxiliar na compreenso do assistido a obter um quadro real do que est passando

    em seu ntimo e no mundo que o rodeia Ningum gosta de mim.

    Auxiliar na comunicao do aconselhado. Expressar seus sentimentos, pensamentos

    e atitudes.

    Aprendizado e modificao do comportamento. Ajudar o aconselhado desaprenda

    comportamentos negativos e aprenda meios mais eficientes de agir.

    Conduzir o aconselhado a assumir responsabilidade por suas prprias escolhas.

    1.2 Propsito cristo

    Levar o indivduo a uma relao pessoal com Jesus Cristo, auxiliando-o a

    se tornar discpulo de Cristo e depois discipular outros.

    Tipos de aconselhamento

    Diretivo-confrontacional Ouvir, encorajar e apoiar mas tambm confrontar,

    desafiar e ensinar incisivamente.

    No diretivo Ouvir, encorajar e apoiar sem dar porm muita orientao.

    Ambos

    Elementos imprescindveis a um aconselhamento eficaz

    Ateno. O conselheiro deve tentar conceder ateno integral ao aconselhado. Isto

    feito mediante contato visual; postura; gestos naturais; Deve estar atento a situaes

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    pessoais que impeam a ateno tais como fadiga, impacincia, preocupao com outros

    assuntos, devaneios e inquietao.

    Escutar envolve entre outras coisas:

    Evitar expresses verbais ou no-verbais dissimuladas de desprezo,

    juzo com relao ao contedo da histria do aconselhado, mesmo

    quando esse contedo ofenda a sensibilidade do conselheiro.

    Aguardar pacientemente durante perodos de silncio ou lgrimas.

    Ouvir no apenas o que o aconselhado diz, mas aquilo que ele ou ela

    est tentando dizer ou deixou de dizer.

    Estar atento as pistas no verbais tais como: postura, tom de voz,

    olhar.

    Evitar a falao excessiva, oferta deliberada de conselhos e

    intromisso ansiosa na fala do aconselhado.

    Responder. Provoque a reflexo do aconselhado. Pergunte-se antes:

    Eu j tenho suficiente informao para responder?

    Quais os resultados que minha resposta pode provocar?

    Eu tenho condies de enfrentar os sentimentos reativos do aconselhado mediante

    minha resposta?

    Cuidado para no encorajar dependncia do aconselhado s suas respostas e se as

    recomendaes no forem bem sucedidas o conselheiro ir mais tarde sentir-se responsvel

    por sua orientao. Procure no emitir opinies pessoais. Balize-se na palavra. O

    aconselhado deve ser levado a depender de Deus e interdepender das pessoas.

    Perguntar. Para obter maiores esclarecimentos sobre o que o aconselhado est

    tentando dizer. Evite fazer muitas perguntas de uma s vez o que se assemelha a um

    interrogatrio.

    Confrontar. Significa apresentar alguma idia ao aconselhado, a qual ele ou ela talvez

    no esteja percebendo. Deve ser feito em amor e de maneira suave, sem atitude de

    julgamento. Mesmo assim, pode provocar resistncia, culpa ou ira por parte do

    aconselhado. importante dar tempo ao aconselhado para digerir.

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    Pecado.

    Inconsistncia.

    Comportamento derrotista

    Apoiar e encorajar. Especialmente no incio do aconselhamento.

    O processo do aconselhamento

    O aconselhamento no um processo tipo passo a passo como assar um bolo ou

    trocar um pneu. Cada aconselhado nico, com problemas, atitudes, valores, expectativas e

    experincias peculiares. O curso do aconselhamento pode variar de pessoa para pessoa.

    Em toda relao de aconselhamento, porm, existem ao que parece, vrios estgios

    que incluem: o estabelecimento e a manuteno de um relacionamento entre conselheiro e

    aconselhado; o a explorao de problemas a fim de esclarecer certas questes e determinar

    como os problemas podem ser tratados; o a deciso sobre um curso de ao;

    Tarefa de casa no Aconselhamento (devocional, leituras, cds, dvds, dirios, testes,

    estudos, servio cristo, etc.)

    Ao final de cada sesso de aconselhamento: De que modo posso aplicar o que

    conversamos em minha vida. o estmulo do aconselhado para que tome uma atitude;

    1. Avaliao do progresso e deciso sobre aes subsequentes;

    2. Avaliao dos fracassos e deciso sobre aes subseqentes;

    3. Trmino da etapa com o conselheiro.

    Encaminhamento. O encaminhamento no significa necessariamente que o conselheiro

    seja incompetente ou que deseje livrar-se do aconselhado.

    Os pacientes devem ser encaminhados quando no mostram sinais de melhora depois

    de vrias sesses, tm necessidades financeiras graves, precisam de ateno mdica ou

    assistncia jurdica, estejam severamente deprimidos ou com intenes suicidas, mostrem

    um comportamento extremamente agressivo, despertem sentimentos fortes de antipatia ou

    atrao sexual no conselheiro, ou tenham problemas que se achem fora da rea da

    especializao do conselheiro.

    Importante!

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    Estabelecer a frequncia (semanal/quinzenal)

    Local acolhedor, privado e seguro (evite aconselhar em casa e em horrios

    inadequados)

    Tempo das sesses

    Horrio

    Sigilo (para ambos)

    Limites (disponibilidade do conselheiro)

    Termo de consentimento

    Organizao de um dirio de notas (no tomar notas na frente do aconselhado)

    Faa o atendimento em orao.

    Qualificaes dos conselheiros eficazes

    Cordialidade. Implica cuidado, respeito ou preocupao sincera, sem excessos, pelo

    aconselhado.

    Sinceridade. Ser real aberto, franco, sem fingimento ou atitude de superioridade.

    No implica em confrontao impiedosa, mas no conselheiro ser ele ou ela mesmo.

    Empatia. Capacidade de sentir com o aconselhado. Cuida de si. As necessidades do

    ajudador sero satisfeitas em outra situao no dependendo do aconselhado para receber

    amor, afirmar-se ou ser ajudado.

    Quase todos ns encontramos pessoas que gostariam de desempenhar o papel de

    conselheiros, muitas vezes por se tratar de uma atividade considerada fascinante dar

    conselhos e ajudar as pessoas a resolverem os seus problemas. O aconselhamento, como

    natural, pode ser um trabalho muito gratificante, mas no leva tempo para descobrirmos

    que se trata de uma tarefa rdua, emocionalmente exaustiva. Ele envolve concentrao

    intensa e algumas vezes nos faz sofrer, ao vermos tantas pessoas infelizes. Quando esses

    indivduos no conseguem melhoras, como acontece com freqncia, fcil culpar-nos,

    tentar dar mais ainda de ns mesmos e ficar imaginando o que aconteceu de errado.

    Enquanto mais e mais pessoas procuram aconselhamento, surge a tendncia de aumentar

    nosso perodo de trabalho, esforando-nos at o limite mximo de nossas foras. Alguns dos

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    problemas dos aconselhados nos fazem lembrar de nossas prprias inseguranas e conflitos

    e isto pode ameaar nossa estabilidade ou sentimentos de auto-estima. No de admirar

    que o aconselhamento tenha sido considerado uma ocupao tanto gratificante como

    arriscada.

    Importante!

    No estar em pecado

    Em comunho com Deus e com a igreja

    Submisso a liderana

    Dizimista

    Se se trata de um curador ferido redobre os cuidados (aconselhe em dupla)

    Riscos do aconselhamento

    Confundir compaixo com dom.

    Romanos 12.8

    Paraklesis andar ao lado para ajudar

    Todo pai tem a responsabilidade de ensinar seus filhos, mas apenas alguns so

    professores especialmente dotados.

    Sobrecarga.

    Multiplicar a viso.

    Trabalhar em equipe.

    Estabelecer e cumprir limites na relao de aconselhamento

    Permitir o trmino (necessidade de companhia ou de amizades)

    Adoecimento. Ateno a fadiga, apatia, irritabilidade, frustrao e desgaste contnuos ou

    defesas como frieza, distanciamento e indiferena.

    Vulnerabilidade.

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    Manipulao.

    Sexualidade.

    Proteo espiritual

    Percepo dos sinais de perigo

    Estabelecimento de limites

    Anlise de atitudes

    Grupo de apoio

    O indivduo, no completamente condicionado e determinado; ele decide por si

    mesmo se vai ceder ou opor-se s condies...Todo ser humano tem liberdade para

    modificar-se a qualquer momento. Podemos alegar que que o diabo me obrigou a isso, mas

    o diabo s tenta. Ele nunca nos obriga a fazer nada. Ns decidimos pecar, deliberando e

    agindo contrariamente orientao do Esprito Santo, que reside no interior do crente e

    maior que Satans...evite o flerte a todo custo e considere seriamente a transferncia para

    outro conselheiro se observar indcios como ansiedade contnua durante as sesses de

    aconselhamento, falta de concentrao interrompida por fantasias sexuais, medo de

    desagradar o aconselhado; preocupao com pensamentos e fantasias sobre o aconselhado

    no intervalo das sesses e expectativa bvia da prxima entrevista acompanhada de temor

    da sesso ser cancelada ou terminado o aconselhamento.

    Cuide de si

    Perodos regulares de orao e reflexo sobre as escrituras

    Tenha pelo menos uma pessoa que te ame e compreenda e com quem possa chorar

    Lazer incluindo frias (perodos regulares, distante das pessoas exigentes e

    necessitadas)

    Multiplicao da viso

    Aperfeioamento do dom (cursos, leituras, trocas, etc.)

    Dois ou mais conselheiros podem no geral encontrar-se regularmente para apoio mtuo e

    orao conjunta. Se lhe falta tal relao, ore, pedindo a Deus que o faa encontrar um

    companheiro com quem possa se abrir.

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    1.3 O aconselhamento e suas definies

    Aconselhamento um relacionamento interpessoal em que o conselheiro assiste o

    indivduo em sua totalidade no processo de ajustar consigo mesmo e com seu ambiente.

    A utilizao de uma variedade de mtodos de cura (teraputicos) Para ajudar as

    pessoas a lidar com seus problemas e crises de uma forma mais conducente ao crescimento

    e, assim, a experimentar a cura de seu quebrantamento.

    Aconselhamentos pastorais no psicoterapia, ou psicanlise nem tampouco a

    resoluo de problemas; mas uma forma de ajuda pastoral ou ministerial de uma

    determinada confisso religiosa que prega a palavra de Deus, levando o aconselhando a uma

    profunda reflexo sobre seu comportamento em relao a essa mesma palavra.

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    CAPTULO 2

    ACONSELHAMENTO PASTORAL

    Problemas que no nos faltam nos dias atuais. E de toda ordem. Financeiros,

    polticos, emocionais, familiares, espirituais, de relacionamento, de sade, de segurana, de

    moradia... Seu grau de agravamento decorre das influncias das circunstncias em que

    vivem ou trabalham as pessoas. E sobre eles ainda incide a presso das mudanas ticas,

    morais, de costumes, de hbitos, deixando as pessoas confusas, a tal ponto que, na hora da

    angstia, no sabem qual o melhor caminho a seguir. Assim, todos precisam de ajuda para

    sobreviver, de auxlio para conseguir enxergar seus problemas e de cuidado para melhor

    solucion-los.

    A est o campo para a atuao do conselheiro pastoral. Esse trabalho

    normalmente desenvolvido pelos pastores, mas tambm pode ser feito pelos membros,

    desde que a liderana invista em cursos de especializao na rea.

    Dentro da igreja de Jesus o pastor sempre exerce muitas funes tais como: amigo,

    evangelista pessoal, pregador, discipulador, conselheiro espiritual, entre tantas funes

    naturais de um ministrio. Ser conselheiro pessoal e orientador uma das funes que ele

    tambm pode exercer em seu ministrio, e uma rea muito necessria dentro da igreja. O

    aconselhamento pastoral uma rea que tem como objetivo o auxilio a pessoas com

    desajustes emocionais, psicolgicos; por isso torna-se necessrio a cada igreja um ministrio

    especifico para essa tarefa, visando uma melhoria em nossos lares, nos auxilio aos pais para

    formao de uma sociedade melhor.

    O aconselhamento pastoral, qual sua finalidade, sua aplicao no contexto em que

    vivemos, observando sempre princpios da palavra de Deus; sem desmerecer nenhuma

    confisso religiosa, mas primando por aquilo que acreditamos como verdade absoluta e

    incontestvel perante uma sociedade corrompida pelos usos e costumes nos dias atuais.

    Hoje em dia mais e mais pastores esto recebendo treinamento especial para

    aconselhar, isto se chama treinamento clinico pastoral. Nesta classe de treinamento os

    pastores trabalham como conselheiros nos hospitais e outras instituies sob a superviso

    de mentores que acreditam conseguir passar uma receita de aconselhamento, e assim

    depois de vrios meses esses pastores esto prontos para exercer um aconselhamento

    pastoral de uma maneira real e mais diretiva dentro de suas igrejas. Nem sempre o

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    resultado desse curso alcana muito xito, pois o aconselhamento pastoral no algo com

    receitas prontas ou tcnicas de ouvir e falar algumas palavras certas, todo aconselhamento

    necessita de envolvimento continuo, entre o conselheiro e Deus, e o aconselhado e

    disposio de ouvir os conselhos vindos de Deus e sua palavra.

    Aconselhamento pastoral ou conselho pastoral como uma conversa espiritual.

    Exatamente isso, o que um pastor frequentemente faz para ajudar uma pessoa pode ser

    descrito como uma conversa espiritual. A maravilhosa experincia dos discpulos que

    caminhavam at Emas pode ajudar-nos a entender o significado disto em Lucas 24:13-31.

    Esta histria representa um excelente modelo de conversa espiritual entre o pastor e as

    pessoas. Neste sentido, o conselho pastoral pode ser descrito como a conversa entre duas

    pessoas at que cheguem a conhecer a presena do Cristo vivente.

    Aconselhar necessita envolvimento com interesse na vida do aconselhado, pois a

    conversa pastoral comea quando duas pessoas se juntam para falar de corao para

    corao. A conversa pastoral no um processo onde uma pessoa diz outra o que deve

    fazer, mas, este o processo por meio do qual as duas pessoas se juntam para tomar

    conhecimento da situao e entende-la. (vs. 14,15)

    Uma conversa que caminha para um aconselhamento comea com frequncia

    compartilhando a tristeza e a perplexidade (vs. 17). O pastor permanece margem do

    problema; ele entra no problema e caminha com a pessoa, quando uma soluo obtida

    porque o Cristo vivente estava com eles (vs. 31), e quando isto acontece o pastor

    simplesmente no entrega outra pessoa a resposta do seu problema. Sua parte na

    conversa bem mais ajudar-lhe a descobrir novas realidades na presena de Cristo.

    O objetivo do conselheiro levar o aconselhando a refletir sobre questes de cunho

    pessoal, para que o mesmo se convena da verdade de Deus a ele exposta pelo conselheiro,

    visando tomada de decises por parte do aconselhando; o objetivo de quem aconselha

    sempre buscar um equilbrio psicolgico do paciente (cristo) em relao s sagradas

    escrituras.

    O evangelho de Jesus a proclamao das boas novas, aconselhamento poderia ser

    definido como a proclamao do evangelho e proclamao do perdo para o pecador,

    aconselhamento antes de tudo comunicar a palavra de Deus, o aconselhamento deve

    prioritariamente tratar das tenses interiores e dos diversos complexos que interferem na

    vida do ser humano, ele deve promover a libertao do medo, da culpa, iras inadequadas,

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    essa tarefa devera ser efetuada com o auxilio dos recursos contidos na palavra de Deus, mais

    os recursos obtidos na pedagogia, psicologia e filosofia.

    A igreja primitiva tinha esse compromisso de cuidar integralmente dos cristos,

    levando em conta suas necessidades como um todo, seja fsico, psquica ou espiritual.

    2.1 A importncia do aconselhamento pastoral

    impossvel ajudar outras pessoas Integralmente somente com pregaes,

    mensagens e palavras por mais bem elaboradas que sejam, importante ter um encontro

    reservado e a ss com o individuo que quer o conselho, como exemplos tm os diversos

    encontros narrados na bblia de pessoas procuraram Jesus as ss, Nicodemos, Zaqueu, A

    mulher samaritana, a mulher adultera, todos esses tiveram uma ateno especial do mestre,

    ser que eles teriam o mesmo resultado se tivessem sido ministrados por Jesus junto com

    outras pessoas, claro que no, pois temos que ter momentos a ss com algum que

    confiamos, e o conselheiro um bom caminho para procurarmos ajuda.

    2.2 Aconselhamentos uma via de Mo dupla

    Na comunicao da palavra via plpito, no existe uma interao entre pregador e

    ouvinte, a comunicao fica restrita, necessrio que haja uma interao entre as partes,

    pois que recebe tambm precisa expressar seus sentimentos, precisa ser ouvido tambm,

    pois quem s recebe morre.

    Aspectos Centrais Do Aconselhamento

    Dificuldades encontradas pelos conselheiros

    Os problemas mais comuns encontrados pelos conselheiros so:

    Falta de orao, falta de f no Deus que serve, questo doutrinaria sentimento de

    culpas, pecados, mas a grande maioria dos problemas apresentados advinda de outras

    fontes, sejam de ordens matrimoniais, depresso, conflitos interiores.

    O objetivo primrio de um conselheiro cristo o de levar o aconselhando a

    compreender aquilo que Jesus veio fazer sobre a face dessa terra.

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    Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundancia, quando Jesus disse essa

    frase ele estava dizendo eu vim trazer uma mensagem de f, cura, de libertao para vocs,

    desde que vocs acreditem na minha palavra e coloquem em pratica, mas na pratica no

    isso que vimos dentro das nossas igrejas na atualidade, o que vimos so cristo homens e

    mulheres salvos, mas que vivem uma vida totalmente fora do que o cristianismo prega,

    sofrendo consequncias daquilo que no deveria mais sofrer, a falta de perdo, falta de

    amor ao prximo so algumas delas, mas o conselheiro dotado de tcnicas, conhecendo a

    palavra de Deus a fundo e com ajuda do Esprito Santo pode ajudar o aconselhando nessa

    tarefa.

    Relacionamentos entre conselheiro e aconselhando

    Existe uma dificuldade muito grande em relao a esse dialogo conselheiro e

    aconselhando, pois o individuo quase nunca admite a necessidade de ser orientado por

    algum, pois eles tm verdadeiro pavor em contar seus medos, fraquezas, duvidas para

    outras pessoas, pois temem no ser compreendidos ou ate mesmo mal interpretados da o

    fato de muitas vezes tentarem resolver sozinhos, quando na palavra de Deus fala que

    devemos confessar nossas culpas uns aos outros e orar uns pelos outros, pois a orao de

    um justo pode muito em sua eficcia.

    Como se construir um relacionamento teraputico? Existem pontos que so

    fundamentais no desenvolvimento do aconselhamento:

    Calor humano: algo que implica ateno, respeito, carinho e preocupar-se tambm com o

    problema do outro e tentar achar uma soluo.

    Sinceridade: te que haver sinceridade em suas atitudes, ser honesto, franco, mas no

    insensvel ao problema do aconselhando.

    Empatia: O que o aconselhando realmente pensa? Como ele se sente? Quais so os valores

    que ele acredita? Que tipo de crena ele tem, a empatia exatamente a capacidade de

    sentir o mesmo que esta sentindo o aconselhando, trs coisas:

    Calor humano sinceridade e empatia so armas fundamentais no exerccio do

    aconselhamento.

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    2.3 A finalidade do aconselhamento pastoral.

    Ajustes do Comportamento

    A finalidade do aconselhamento pastoral ajudar o ser humano no ajuste

    comportamental em relao palavra de Deus. Respeitando sempre os limites da tica que

    se requer de qualquer orientador, esse ajuste visa uma mudana em diversas reas da vida

    da pessoa que procura por esse auxilio, o conselheiro tem um papel fundamental nesse

    ajuste, pois ele tem o controle da situao afinal ele treinado para isso o seu papel

    fundamental no exerccio de ajudar os outros nesse ajuste, portanto o que se espera de um

    conselheiro integridade sinceridade, boa conduta, transparncia para que o aconselhando

    encontre segurana e revele ao conselheiro aquilo que realmente precisa ser revelado.

    A tica no aconselhamento

    A tica dentro do aconselhamento cristo algo fundamental para que se possam

    obter bons resultados, quando um aconselhando procura um conselheiro pedindo ajuda, ele

    procura muito mais do que algum que possa ouvi-lo e aconselh-lo, ele procura um amigo

    em quem ele possa confiar e revelar os seus mais ntimos segredos, seus medos, suas

    dificuldades algo que ele tem dentro de si e que precisa ser lanado para fora, ele precisa de

    algum em que ele possa confiar de verdade.

    Essa palavra tica muitas vezes tem sido esquecida pelos conselheiros ou at

    mesmo pelas pessoas leigas que tentam aconselhar os outros, no af de compartilhar com

    outras pessoas aquilo que se ouve dentro de um dilogo ou nos gabinetes pastorais, um

    desafio muito grande a ser vencido pelos conselheiros.

    Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A orao

    feita por um justo pode muito em seus efeitos. (Tiago 5,16)

    2.4 Aplicaes do aconselhamento

    Todo aquele que recebe os conselhos

    Segundo a psicologia, o comportamento do ser humano formado segundo o meio

    em que ele vive suas crenas, seus valores, sua cultura, aquilo que vai sendo adquirido ao

    longo de sua vida tudo isso vai formando a personalidade de um individuo, quando essa

    pessoa procura por um conselheiro cristo, o papel dele ajudar no ajuste dessa pessoa, do

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    seu comportamento em relao a palavra de Deus e seus ensinamento, isso implica em

    mudanas profundas em relao as praticas aprendidas ao longo da vida so mudanas que

    vo sendo auxiliadas pelo Esprito Santo no ajustamento com a palavra de Deus, uma tarefa

    impossvel de ser realizada sem ajuda do prprio Deus.

    Colocando Em Prtica

    A partir do momento em que o aconselhando recebe essas orientaes, torna-se

    necessrio o mesmo coloc-las em pratica para que se obtenham os resultados esperados,

    pois no exerccio do aprendizado que ele ira colher os frutos, o conselheiro no pode servir

    de bola de cristal ou cartas de tar para que toda ou qualquer deciso da parte do

    aconselhado o conselheiro tenha que ser consultado, ele deve procurar caminhar dentro das

    orientaes recebidas sempre respeitando princpios dos quais lhe foram ensinados

    (Sagradas Escrituras).

    Ajudando os Outros

    Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericrdias e o

    Deus de toda a consolao; Que nos consola em toda a nossa tribulao, para que tambm

    possamos consolar os que estiverem em alguma tribulao, com a consolao com que ns

    mesmos somos consolados por Deus. (2 Corntios 1: 3,4)

    A palavra de Deus nos contempla com essa graa de podermos ajudar a outros, pois

    no exerccio desse ministrio, tambm seremos ajudados em nossas fraquezas, quantas

    vezes deixamos de ajudar a outros, por pensar que no temos nada para oferecer, bem

    verdade que no temos nada, mais o pouco que temos quando oferecido pode se tornar

    algo muito grande para quem esta to carente de uma ajuda e no tem ningum por ela, por

    isso torna-se necessrio que ajudemos uns aos outros no exerccio de aconselhar, estender

    as mos ao nossos irmos ajudando nessa tarefa de vencer as dificuldades, pois de graa

    recebemos e de graa damos.

    2.5 Servio de capelania

    A seara grande, mas pouco so os ceifeiros (...). (Mateus 9,37)

    O Ministrio de Capelania Prisional, Hospitalar e Escolar.

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    Nos presdios o trabalho executado junto aos detentos de forma a ajudar no ajuste

    de seu comportamento, levando auxlio espiritual amigo e de f para aqueles que em

    determinado momento de sua vida cometeu algum ato infracional junta sociedade em que

    ele vive.

    Nos hospitais o trabalho realizado com os pacientes internados (leito a leito), seus

    familiares e tambm com os funcionrios ajudando-os a encontrar o caminho, Jesus; um

    ministrio de evangelizao e consolo, trabalhando junto s pessoas que sofrem.

    Segundo relatos da (Unio Mdica Hospitalar Evanglica) estudos mostram que

    passam mais pessoas pelos hospitais do mundo, que pelas nossas Igrejas.

    Relatos de pesquisas em todo o mundo tm mostrado o valor do cultivo da

    espiritualidade principalmente em pessoas enfermas, ajudando-as a se engajarem ao

    tratamento mdico, fazendo-as aceitar melhor o tempo de hospitalizao, ter melhor

    qualidade de vida, maior tranqilidade, reduo do perodo de internao, e nos casos

    terminais, melhor aceitao da morte e do processo de morrer. Relatos recentes de

    profissionais da sade dizem que pacientes preparados espiritual e emocionalmente antes

    de cirurgias tm menor probabilidade de enfartar.

    Nas escolas o papel do capelo levar conselhos a alunos, professores, pais enfim

    todas as pessoas que esto ligadas direta, ou indiretamente no processo de educao

    escolar, desde a pr-escola atem ao ensino superior, visando um auxilio no desempenho de

    suas funes.

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    CAPTULO 3

    OS MTODOS

    3.1 Mtodo libertador: liberdade em tempo oportuno

    Libertar uma sucesso de aes e reaes com o objetivo de trabalhar com as

    pessoas para que sejam socorridas em tempo oportuno, tornem sabedoras das origens e

    desenvolvimentos da opresso e da dominao na sociedade em que vivem . Isso contribui

    para que entendam melhor sua vida profissional, financeira, social, psicolgica e religiosa.

    Libertar no implica apenas em aes que tirem a pessoa da influncia negativa do reino das

    trevas, mas tambm do reino dos seres humanos.

    Todo processo de cuidado pastoral uma ao ou realizao continuada e

    prolongada de alguma atividade que vise, ao final, o bem-estar daquele que necessita de

    cuidados . Porm, trilhar esse caminho de auxlio ao outro exige uma anlise critica dos

    fatores que envolvem a vida da pessoa em questo. Isso pode revelar as diversas origens do

    problema e, tambm, direcionar para os melhores caminhos a fim de solucion-los.

    Os problemas de origens pessoais podem ser identificados na histria de vida do

    aconselhado e tm muito a revelar sobre quem a pessoa, como chegou ao ponto em que

    est. Identificadas as razes das questes que a atormentam, ficar mais fcil desenvolver

    um trabalho de acompanhamento, de cuidado pastoral, at que haja libertao dos

    sentimentos negativos, dos pensamentos ruins e da forma de vida que prejudica a si mesmo

    e aos outros.

    Quando um indivduo nasce, j encontra uma estrutura pronta para receb-lo. No

    decorrer de seu crescimento, ele no se adaptar a muitas questes que so consideradas

    normais para outras pessoas. Isso lhe trar conflitos interiores entre aquilo que pensa ser o

    correto e aquilo que todos dizem ser o certo. A estrutura poltica, social, financeira, familiar

    e outras vigentes durante o tempo de existncia de uma pessoa podero trazer problemas

    que exigiro maiores cuidados pastorais.

    As relaes, os processos e as estruturas sociais, enquanto formas de dominao

    poltica e apropriao econmica, produzem uma histria de vida de muitas pessoas plena

    de diversidades, disparidades, desigualdades, antagonismos. As condies de sobrevivncia,

  • Aconselhamento Cristo

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    o trabalho das diversas categorias profissionais e as classes sociais so de fundamentais

    importncias para uma anlise e identificao dos problemas de origens sociais. A libertao

    social precisa fazer parte da viso de quem faz um trabalho de orientao, pois a raiz dos

    problemas poder estar l.

    Identificada a origem das dificuldades da pessoa que busca ajuda pastoral,

    necessrio avaliar as opes de solues existentes que favoream uma mudana de vida

    por parte de quem precisa passar pelo processo de libertao. A militncia poltica pode

    auxiliar na derrubada de sistemas que oprimem e destroem o ser humano. O cuidado

    pastoral orientado por este modelo pensa em uma teologia da libertao que vise

    melhoria de vida em todos os aspectos da populao. um grande caminho para cuidar

    daqueles que almejam uma libertao.

    3.2 Mtodo empoderador: poder para lutar e vencer

    Empoderar significa admitir que cada cidado tem dentro de si foras necessrias

    para encarar certos problemas. encoraj-lo a colocar seu potencial, sua inteligncia, sua

    fora interior em prtica de forma justa e til para si mesmo e para os outros . Significa

    promover a iniciativa e a participao das pessoas na sociedade e na igreja. Constitui em

    tirar das mos de poucos e colocar nas mos de muitos o poder de decidir os rumos da

    sociedade. O cuidado pastoral orientado por este modelo a base do processo de

    reestruturao psicolgica, mobilizao social e participao religiosa.

    No se podem atender pessoas eternamente, como se elas no tivessem as menores

    condies de assumir suas responsabilidades da vida e superar suas dificuldades. As pessoas

    precisam aprender que tm condies de resolver muitos problemas sozinhas, basta que

    passem a acreditar no potencial que tm.

    Vida composta de problemas que precisam de auxlios para serem resolvidos e de

    situaes difceis que exigem uma ao particular por parte de quem est enfrentando a

    fase negativa. O conselheiro cristo pode empoderar seus aconselhados para que eles

    consigam caminhar sozinhos pelas estradas da vida.

    Os problemas e as coisas boas que existem na sociedade no so obras dos deuses. A

    vida em sociedade o resultado da ao do ser humano que compe essa sociedade. Isso

    significa que toda ao ou omisso faz do ser humano o sujeito da histria e no um simples

  • Aconselhamento Cristo

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    espectador. Por isso, o conselheiro no pode pensar apenas na fragilidade humana, mas em

    dar mais ateno capacidade pr-existente nas pessoas. O conselheiro ter de promover a

    iniciativa das pessoas, acreditando que elas so capazes de resolver os problemas que

    afetam diretamente suas vidas.

    Quando Deus criou o homem, concedeu-lhe a capacidade de dominar e administrar.

    Isso implica em que a pessoa est dotada de meios para gerir sua vida e transformar o que

    for necessrio para que tenha uma vida melhor. Essa capacidade administrativa como uma

    chama que a pessoa carrega dentro de si. O cuidado pastoral orientado por esse modelo

    implica em dar vigor a essa chama, a essa energia que a histria e as circunstncias, s vezes,

    conseguem enfraquecer.

    Os processos de marginalizao criam um forte sentimento de impotncia, de

    franqueza, nas pessoas a tal ponto que elas se acomodam, no acreditam mais em si

    mesmas, no conseguem mais visualizar mudanas no presente e nem no futuro, pensam

    que a vida assim mesmo e desistem de tudo. Mas o cuidado pastoral orientado por este

    modelo extrai e constri, a partir das foras e recursos amortecidos de indivduos e de

    comunidades, estratgias e mtodos que minimizem ou eliminem o sentimento de

    impotncia poltica e incapacidade pessoal (4). Assim, haver pessoas e igrejas que

    construam a democracia e a participao; construam um pas em que seus cidados

    promovam uma vida digna para todos.

    3.3 Mtodo teraputico: a produo de cura interior

    O curso da vida do ser humano o expe as diversas perdas, a variados problemas e a

    muitas frustraes. O resultado que muitos sentimentos negativos, em maior ou menor

    intensidade, ficam registrados no interior da pessoa. Esse arquivo mental contm registros

    negativos de problemas no resolvidos e isso acaba por colocar dificuldades, barreira na

    vivncia diria. Isso acompanha o indivduo e, com o tempo, produz uma desarmonia em

    muitas questes e desabam sobre as pessoas que esto sua volta. Esse condicionamento

    mental negativo no permite que prossiga sua jornada diria, pelo contrario, cria diversos

    obstculos psicolgicos que acabam por refletir no comportamento.

    O cuidado pastoral orientado por este modelo tem como objetivo a produo de cura

    das doenas da alma a tal ponto que o indivduo passe por mudanas e sua vida venha ter

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    estabilidade, equilbrio, alvio, descanso e paz em Deus. A psicoteologia, atravs de terapia,

    ser utilizada com um meio de elaborao e mudana interna na vida daquele que foi criado

    imagem e semelhana de Deus. Terapia toda interveno que visa tratar os problemas

    somticos, psquicos ou psicossomticos, suas causas e seus sintomas, com o fim de obter

    um restabelecimento da sade ou do bem-estar

    3.4 Mtodo ministerial: a utilizao das atividades da igreja

    O mtodo ministerial envolve o dia-a-dia da vida crist atravs das diversas

    atividades da igreja. A metfora bblica que mostra essa questo a do pastor de ovelhas,

    que uma pessoa que cuida do rebanho de Deus. Na prtica, ele lidera, alimenta, consola,

    corrige e protege. Estas responsabilidades pertencem a todos os membros da igreja . Uma

    escola de treinamento far com que as potencialidades das ovelhas sejam exercitadas para

    auxiliar o lder a cuidar do rebanho nas programaes da igreja.

    O culto o momento de adorao ao Senhor e pode ser aproveitado para cuidar das

    pessoas. A orao pode ser ferramenta para Deus trabalhar no interior dos ouvintes, o

    louvor pode entoar cnticos que tenham letras que falem do amor e da ao de Deus em

    prol daqueles que o buscam, a pregao pode desenvolver temas na rea de psicoteologia.

    O culto pode servir de porta de entrada para que as pessoas problemticas procurem ajuda

    pastoral.

    A pregao o momento do culto em que a Palavra de Deus explicada para os

    ouvintes. Muitos possuem problemas e no sabem como resolver e, pior, tm vergonha de

    procurar o gabinete pastoral para melhor ser atendido. A explanao de temas relevantes da

    atualidade apontar propostas de solues de problemas. O sermo um eficiente recurso

    eficaz de aconselhamento e de cuidado pastoral.

    O servio cristo um meio de fazer com que a ovelha perceba sua importncia

    dentro da comunidade crist, resgate sua auto-estima, desenvolva um sentimento de

    utilidade, restabelea o prazer de viver e de se relacionar com outras pessoas e aprenda a

    servir seu prximo. H muitas atividades na igreja que podem ser delegadas para os

    membros executarem. O sentimento de utilidade fortalece a auto-estima, auto-aceitao e

    auto-imagem.

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    A comunho exige que um grupo de pessoas tenha sintonia de sentimentos, de modo

    de pensar, agir ou sentir. Eles se identificam com alguma coisa e tm algo em comum. No

    caso do Cristianismo, o ponto central de tudo Jesus Cristo. Muitas atividades podem ser

    criadas para proporcionar momentos de confraternizao crist, principalmente, com

    aqueles que esto chegando agora para o meio da comunidade crist . Muitas esto com

    problemas de relacionamento e no sabem o que fazer. A aceitao pela igreja cria o

    sentimento de acolhimento, a idia de que ela pertence a um grupo, de que est sendo

    recebida da forma como .

    A administrao local liderada pelo pastor, mas muitas funes de apoio podem ser

    delegadas aos crentes que possuem formao naquela rea. Por conhecerem melhor certas

    questes, traro melhores resultados. Administrar um conjunto de princpios, normas e

    funes que tm por fim ordenar a estrutura eclesistica e o funcionamento da igreja. A

    definio das atividades semanais, dos horrios em que elas acontecero e a pr-fixao de

    todos os detalhes necessrios para o bom funcionamento evitaro muitos problemas e

    muitas frustraes.

    3.5 Mtodo de interao pessoal: a bno da comunho crist

    A sociedade atual conseguiu desenvolver uma comunicao superficial em que se fala

    muito e, s vezes, animadamente, mas sem interao pessoal, sem revelar quem realmente

    o falante e quem o ouvinte. Os relacionamentos atuais so teis para a manuteno dos

    vnculos de amizades dentro de um grupo ou comunidade, mas pouco revelam da

    personalidade, do carter, do jeito de ser dos indivduos, porque eles se escondem nas mais

    diversas formas, no querem se expor.

    O cuidado pastoral orientado por este modelo desenvolve a interao pessoal, em

    que as habilidades relacionais so utilizadas para facilitar o processo de explorao pessoal,

    esclarecimento e mudana em relao a comportamentos, sentimentos ou pensamentos

    indesejados. Aqui se focaliza mais o indivduo. Valoriza-se a autocompreenso em termos de

    interpretao da causa das dificuldades, na perspectiva de escolas psicoterpicas especificas.

    A pessoa no fica sozinha, isolada, mas descobre que seu envolvimento com a comunidade

    crist pode lhe proporcionar momentos agradveis em que seus traumas interiores sejam

    solucionados atravs do relacionamento, da comunho e confraternizao crist.

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    O fundamento da interao pessoal a demonstrao positiva da percepo da

    presena do outro. Para que exista interao pessoal efetiva necessrio que as pessoas se

    reconheam enquanto sujeitos na relao comunicativa. Cada indivduo possui suas

    caractersticas pessoais que devem ser respeitadas e aceitas pelo outro. As outras questes

    devem ser adaptadas. Uma pessoa que deixa o estilo de vida no-cristo adotado pela

    sociedade, inicialmente ter algumas dificuldades com o mundo evanglico e a igreja poder

    ajud-la nessa fase inicial atravs dos eventos internos que exijam o envolvimento pessoal.

    O conselheiro pode conscientizar as pessoas que um relacionamento s acontece e

    se desenvolve quando duas ou mais pessoas, cada uma com sua existncia prpria e

    necessidades pessoais, contatam uma a outra reconhecendo, respeitando e permitindo as

    diferenas entre elas. Nas confraternizaes ou em qualquer outro momento de interao

    pessoal, cada um responsvel por si, por sua parte do dilogo, por sua parte no

    relacionamento. Isso significa que cada um responsvel por se permitir ser influenciado

    pelo outro, ou se permitir influenciar. Se ambos permitem, o encontro pode ser como uma

    dana, com um ritmo de contato e afastamento. Ento, possvel haver o conectar e o

    separar, em vez de isolamento (perda de contato) ou confluncia (fuso ou perda da

    distino).

    Consideraes finais

    A prtica do aconselhamento pastoral fundamental na sociedade em que vivemos.

    As pessoas continuam com problemas, mas a igreja pode ajud-las a vencer a si mesmas, s

    dificuldades interiores e aos obstculos que se formaram no decorrer de sua existncia. As

    pessoas precisam ser cuidadas, necessitam de apoio para continuar sobrevivendo e h

    mtodos que podem ser utilizados pelo conselheiro pastoral.

    Esse conselheiro no precisa ser necessariamente o pastor da igreja. Membros da

    igreja podem receber treinamento terico e prtico para auxiliar a liderana da igreja e

    ajudar aqueles que necessitam ser cuidados. Aceita esse desafio?

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    CAPTULO 4

    O CONSELHEIRO

    4.1 Caractersticas de um conselheiro cristo

    Compreensvel

    Sincero

    Apto a confrontar de maneira construtiva

    Altrusta

    Estimular e encorajador a mudana de estilo de vida

    Aberto e firme na cobrana das realizaes das tarefas de casa.

    Aspecto do aconselhamento

    Auto-compreenso a si mesmo e ao outro.

    Comunicao clara e objetiva

    Deixar claro os seus sentimentos para com o outro e seus pensamento a cerca de tudo

    que os cerca, principalmente no casamento e parceria profissional e na igreja. Estar disposto

    a aprender, ser uma pessoa acessvel com disposio para mudar o comportamento se

    necessrio, sempre estar atento as mudanas, ser sensvel as dores dos outros. O

    comportamento aprendido, a instruo traz o caminho para a repetio ou imitao do

    que apresentado com instruo, como tambm a cpia do modelo a ser experimentado,

    surgindo vivncias de erros e acertos. Encorajar a praticar o que aprendeu assimilar sempre.

    A auto-realizao o aprendizado proporciona ao indivduo a realizao de seus sonhos ou

    alvos. A aprendizagem sugere confiana ou auto-confiana.

    Apoio proporcionar ao indivduo a sensao de parceria. Vislumbra a sensao de diviso

    de fardos, problemas. Reorganiza seus sentimentos emocionais, comportamentais e

    espirituais.

    Qualificaes eficazes

    Cordialidade, respeito e sinceridade com o indivduo. Conselho sem excessos.

    Sinceridade ser aberto, franco, honesto, sem confrontao impiedosa.

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    Empatia Com o que o indivduo est sentindo e pensando, colocar-se no lugar dele.

    Refletindo e considerando quais seus valores no memento, suas crenas, seus

    conflitos ntimos, suas mgoas.

    Deve-se ser sensvel a estas questes, entend-las e aconselhar com compreenso, ele

    precisa confiar em voc, sentir-se seguro, apoiado. O amor o agente incomparvel e

    psicoteraputico, eficaz para o tratamento de acompanhamento psicolgico. Ele sugere que

    o conselheiro secular, isto psiclogos, psiquiatras, psicanalista, psicopedagogo, incapaz

    de amar e receber o amor que o indivduo em acompanhamento espera receber e doar. O

    mesmo fala que o cristianismo capaz de oferecer um tratamento baseado no amor, Amor

    de Deus.

    4.2 Tcnicas de aconselhamento

    Ateno

    Conceder ateno com o contato dos olhos, sem arregal-los. Postura relaxada inclinada em direo do indivduo. Gestos naturais, sem excessos. No ser impaciente, no ter fadiga com as colocaes do indivduo. Ser atencioso.

    Ouvir

    No interferir na linha de pensamento e explanao dos questionamentos.

    Evitar expresso de reprovao e juzo.

    Aguardar pacientemente os momentos de silncio e de lgrimas.

    Ouvir no apenas o que ele diz, mas o que ele quer dizer, que ele est tentando falar.

    Atentar para o que a postura, expresses e atitudes e o tom de voz est falando.

    Avaliar suas reaes ao ouvir voc indagar ou aconselhar.

    Evitar desviar seus olhos enquanto ele fala.

    Controlar seus sentimentos aos questionamentos por ele colocados.

    Compreender e aceitar o outro, e no seu problema, este deve ser tratado. No

    julgar, orientar.

    Responder

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    Com cuidado e moderao para ter bons resultados.

    Como responder ao indivduo, orientando e liderando

    Um modo de permitir que ele saiba que estamos com ele, responda a pergunta aps

    refletir sobre suas colocaes, fazendo um resumo do que foi falado para que ele

    reflita no que falou e como ele agiu.

    Perguntar

    Pode extrair bastante informaes sobre os fatos.

    Confrontar

    Falar para que ele saiba que sua idia no nica, que existe outra forma de pensar

    aquela mesma questo.

    Estimul-lo e encoraj-lo a modificar seu comportamento e atitudes.

    Informar

    Apresentao dos fatos que devem ser apresentados. Voc precisa de dados para

    poder meditar no caso e aconselhar apropriadamente.

    Interpretar

    Explicar o que seu comportamento significa, comece com no ser que... e o deixe

    responder.

    Apoiar e encorajar

    So atitudes importantes principalmente no incio pois oferece a sensao de

    confiana e segurana.

    Ensinar

    O conselheiro um educador, instru, orienta, ensina a interpretar os problemas e

    buscar solues.

    4.3 Processos do aconselhamento Os mais comuns e mencionados so trs:

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    Estabelecimento e manuteno do relacionamento conselheiro e aconselhado.

    Explorao do problema para estabelecer questes que determinam

    O tratamento adequado e seu progresso.

    Decises sobre as aes subsequentes ao tratamento e as solues encontradas.

    Tarefas de casa ou acordos-tarefas

    As tarefas de casa a essncia do bom aconselhamento. Sendo ela positiva quando

    bblica ou com a diagnose de um profissional secular da rea, desde que seja concreta e

    fundamentada na pesquisa e anlises de outros casos idnticos. Os elementos a serem

    utilizados devem se adaptar a realidade do tratamento e pessoas atualmente trabalhada,

    com criatividade necessria a toda situao exigi tempo e esforo, mas produzem

    dividendos.

    Podemos tambm chamar de acordos-tarefas. Essas tarefas os deixam cnscios de

    seus objetivos, seus alvos a serem alcanados durante e depois do tratamento, obter

    informaes adicionais para serem seguidas, desenvolver a prtica de novas habilidades,

    eliminar, contudo comportamentos prejudiciais a si mesmo e experimentar novas maneiras

    de pensar e de agir.

    Tarefas de casa sugeridas Testes: Questionrios, formulrios, entrevistas padronizadas, trabalhos escritos. Estes

    devem ser discutidos com o conselheiro. Exemplos: autobiografia, lista de alvos, lista do que

    gosta e no gosta.

    Discusso e guias de estudo: Apresentao de alguns materiais a serem trabalhados com o

    indivduo ou lista de tarefas de casa, que devem ser analisados por ambos. Exemplos: Filmes,

    teste, caminhadas...

    Tarefas comportamentais: Estimular o indivduo a mudar seu comportamento e treinar em

    casa e amigos, mencionar na bblia textos referentes a essas tarefas. Exemplos: Dizer

    obrigado; desculpe-me, perdo, deixar de queixar-se, resmungar, ser negativo, ter medo,

    sair de casa para um passeio, ler a bblia, orar pedindo orientao a Deus, meditar na

    palavra...

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    Leituras diversas: Ler livros e artigos relacionados com sua dificuldade comportamental,

    emocional e espiritual, devendo ser discutido durante as sesses de aconselhamento.

    Exemplos: textos bblicos relacionados s suas necessidades especficas, textos cientficos

    sobre atualidades dos profissionais teraputicos, livros de mensagens altrustas, textos

    produzidos em fases anteriores de seu tratamento para comparao ao estado atual e

    anlise de como estava anteriormente as tarefas de casa.

    Msica: A terapia musical de suma importncia para o bem estar emocional e espiritual.

    Exemplos: msicas instrumental, melodias suaves, melodias frenticas para desabafo

    momentneo, msicas de nostalgia que ativa a lembrana de fatos bons e importantes.

    A motivao do conselheiro para aconselhar

    A questo est disponvel para ajudar o outro, sabendo-se que este est em

    dificuldades, existe uma necessidade de socorrer o outro, o semelhante.

    Motivos que interferem na eficcia do aconselhamento

    Curiosidade excessiva na vida particular do aconselhado

    A necessidade de manter relaes aps o tratamento.

    A necessidade de poder e dominar o aconselhado

    A necessidade de socorrer, deixando o outro incapaz de melhorar

    A eficcia do conselheiro

    Alguns so escolhidos para aconselhar, educar, instruir, orientar, em Romanos 12;8

    fala sobre o dom de exortao (paraklesis), que significa andar ao lado para ajudar,isso

    quer dizer orientar, apoiar e encorajar.

    4.4 Quem deve aconselhar?

    Pastores

    Lderes

    Psiclogos

    Psiquiatras

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    Psicopedagogas

    Orientadores

    Como aconselhar

    Com visitas peridicas e lugar apropriado. Individualmente ou em grupos

    teraputicos de acordo com o problema especfico.

    Como Jesus aconselhava

    Cuidadoso ao orientar.

    Incisivo e claro.

    Encorajava e apoiava.

    Confrontava e desafiava.

    Aceitava o pecador e necessitados como estavam.

    Ensinava para exigir arrependimento e obedincia.

    Ensinava mudana de costumes, de estilo de vida. Caractersticas de um conselheiro

    Honesto, compassivo, sensvel, maduro, verdadeiro, irrepreensvel, corajoso,

    altrusta, experiente, homem de orao. Profundo conhecedor das Escrituras, conhecedor de

    outras experincias cientificas no campo do aconselhamento e trabalhos teraputicos.

    Questionamentos abordados por Jesus como conselheiro

    Ansiedade, casamento,

    Relacionamento entre casais e pais e filhos,

    Obedincia

    Igualdade entre homem e mulher

    Sexualidade

    Ansiedade

    Medo

    Solido

    Liberdade

    Relao entre raas

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    Dvidas

    Orgulho

    Pecado

    Anjo

    Demnio

    Objetivos do aconselhamento

    Orientar e estimular o aconselhado a refletir sobre sua vida e aes.

    Estimular o indivduo a agir de forma acertada.

    Encorajar o individuo resolver seus problemas de forma simples e com a direo

    divina.

    Ajuda teraputica

    Na igreja as sesses de aconselhamento so ministradas individualmente.

    Na comunidade em dupla. Grupos teraputicos por dificuldades.

    CUIDADOS TOMADOS PELOS CONSELHEIROS Manipulao

    Conselheiros que gostam de manipular as pessoas so indesejados para exercer

    conselhos, procura desacreditar outro conselheiro e chamar as atenes para si.

    Resistncia

    Algumas pessoas resistem a aconselhamento pois gostam da ateno dispensadas a

    elas. Muitas vezes inconscientemente que isto acontece

    Perguntas a serem feitas a si mesmo enquanto conselheiro:

    Porque acho que a pessoa est melhor ou pior depois que aconselhei?

    Existe uma razo para o meu constante atraso ou do meu aconselhado?

    Existe uma razo para o indivduo querer mais tempo para o tratamento?

    Minhas palavras so significativas a menos ou em excessos nos conselhos ao

    aconselhado?

    Sinto-me aborrecido quando estou com o indivduo? Ele o problema ou sou eu?

    Porque eu sempre concordo ou discordo do aconselhado?

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    Estou excessivamente impressionado com o aconselhado?est na hora de parar, ou

    devo continuar?

    Estabelecimento de limites

    Se for o caso de paixo, atrao sexual, amizade ntima, desaprovao a pessoa,

    intriga, cime, quando no h simpatia com a outra pessoa.

    Anlise de atitudes:

    Consequncias Sociais

    Ceder tentao sexual pode arruinar sua vida ministerial e sua reputao

    como conselheiro e cristo.

    Imagem Profissional Deve ser maduro espiritualmente, deve ser profissional.

    Ter conhecimento das verdades teolgicas.

    Envolvimento sexual fora do casamento pecado e escandaliza o evangelho e sua

    moral. No use desculpas culpando o diabo.

    Proteo do grupo de apoio

    importante resistir atrao com o outro e procurar apoio de algum digno de sua

    confiana. Discuta seus sentimentos com seu cnjuge e descubra o que est errado

    em seu relacionamento que o direciona para outra pessoa.

    Busque foras em Deus.

    A TICA PARA O CONSELHEIRO

    Devemos levar em conta ou considerao a Bblia como padro de conduta do

    conselheiro, as Escrituras nos revela toda vontade de Deus a nosso respeito, isto com

    relao a nossa vida e nosso comportamento cristo. Como servos de Deus devemos

    aconselhar segundo os preceitos bblicos e lev-los a observar e viver com este mesmo

    cdigo de conduta, mas devemos ser exemplos para suas vidas. Temos responsabilidades

    com Deus, com a igreja de Cristo, com nossa profisso, com nossos amigos e com a

    responsabilidade de sermos sal e luz do mundo. Lembre-se que muitos te esto observando

    e acompanhando seu crescimento profissional e espiritual. Atitudes de fadiga para escutar,

    inrcia, indiferena, apatia, descortesia, antipatia, cinismo, irritabilidade contribuem para

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    seu fracasso como ministro e profissional nesta rea. Deve haver um equilbrio entre o

    homem profissional, o homem espiritual e o homem comportamental.

    O CONSELHO PARA OS CONSELHEIROS

    Estude, pesquise, busque em Deus a sua fonte de inspirao e de sabedoria. Saiba

    que nos livros e pesquisas cientficas voc encontrar material diversificado e capaz de te

    auxiliar em seus estudos e diagnose de casos. Tenha determinao em estudar a todo

    tempo, pois toda hora algo novo descoberto, comprovado e de grande valia para seu

    trabalho de conselheiro. Seu principal material de trabalho se dvida nenhuma sua bblia,

    aonde vir o exemplo de tudo o que est vindo a sua frente. Leia, medite e pratique seus

    preciosos conselhos como tambm passe-os em suas tarefas de casa.

    Divida com algum de compreenso a seu trabalho suas observaes e suas

    consideraes finais, relaxe e receba do senhor ajuda para tudo o que for pesado a voc.

    Seja ntegro no andar, falar e aconselhar, no procure tirar proveito de nada que no seja

    seu ou de boa conduta. Antes de tudo e todos seja servo, cristo, lder, pastor e conselheiro

    vindo da parte de Deus.

    CRISES NO ACONSELHAMENTO

    1. O perigo

    Vem da perda de algum ou de algo.Vem de situaes inesperadas, reais ou imaginrias,

    fatuais, ( a perda inesperada de algum) um fato, j aconteceu,ou potenciais (algum

    poder vir a morrer, est muito doente) ainda no aconteceu, poder vir a acontecer.

    2. A oportunidade

    Nesta crise a pessoa tem a chance de mudar, crescer e desenvolver meios de superar as

    dificuldades com a soluo do problema focado na realidade e aceitvel socialmente. As

    crises so acontecimentos que fazem parte da vida real, devemos ensinar que devem ser

    enfrentadas com coragem e determinao, pois tudo passa, as consequncias de como as

    solucionamos que ficam.

    3. Tipos de crise encontradas na bblia

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    As crises acidentais e situacionais.

    As crises de desenvolvimentos.

    As crises existenciais: Sou um fracasso, velho demais pra conseguir algo, fui deixado para

    traz, fui trado por ser feio, esta doena que tenho incurvel, sou vivo e estou solteiro,

    no acredito em nada, perdi tudo no incndio, estou aposentado e agora, fui rejeitado por

    ser negro ou pobre.

    4. Interferncias nas crises O aconselhamento vem exatamente para ajudar a pessoa a enfrentar estas dificuldades

    e mudar de comportamento.

    Para diminuir a ansiedade, tristeza, medo, pnico, apreenso at passar a crise.

    Ensinar maneiras e solues para as tais crises.

    Prevenir as crises discretas e futuras j identificadas.

    Considerar os ensinos bblicos como fundamental para o tratamento e a cura.

    COMO O CONSELHEIRO PODE AJUDAR DISCRETAMENTE

    Fazer contato mesmo sem que seja abordado.

    Reduzir a ansiedade tentando descontrair as sesses.

    Focalizar os problemas e discutir com o indivduo.

    Avaliar os recursos.

    Planejar a interferncia no caso.

    Encorajar a ao.

    Instalar a esperana.

    Interferir no ambiente.

    Acompanhamento com uma rotina planejada.

    ENCAMINHAMENTO PROFISSIONAL SE NECESSRIO

    Algumas vezes o melhor encoraj-lo a procurar um profissional secular onde o

    mesmo ter outro enfoque com relao a seguir os conselhos e determinao do mdico.

    Onde a percia deste ter grande valia, sendo que o conhecimento com o indivduo quase

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    sempre impedi um bom resultado no aconselhamento. At mesmo quando se faz necessrio

    uma medicao controlada pelo fato de no haver sinais de melhora. Os conselheiros

    cristos devem sempre est em contato com profissionais destas reas e participar sempre

    de cursos, palestras, fruns, para que seja sempre reciclado no que h de mais atual sobre

    os assuntos relacionados a aconselhamento.

    DIVISO DO ACONSELHAMENTO

    Aconselhamento teraputico

    Aconselhamento preventivo

    Aconselhamento educativo

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    CONSIDERAES FINAIS

    Mediante tudo que foi pesquisado ao longo desse trabalho notamos a necessidade

    urgente de se investir na rea de aconselhamento capacitando homens e mulheres no

    desempenho dessa funo, pois a grande maioria das igrejas no tem esse departamento e

    acaba ficando tudo a cargo do pastor, quando na verdade esse ministrio pode ser

    desenvolvido por qualquer pessoa dotada de capacitao para tal, pois Cristo nos deu uma

    misso como igreja e nos no podemos deixar tudo a cargo somente de um lder, preciso

    que toda a igreja se envolva nas tarefas de auxilio mutuo, para que haja um crescimento

    satisfatrio em todas as reas ministeriais, inclusive na rea de aconselhamento.

    Aconselhar no se prende apenas em teorias, necessria a direo do Esprito

    Santo, direcionando com dons e talentos, partir da vem a dedicao e o compromisso em

    se preparar para exercer o chamado que Deus tem colocado em suas mos.

    A vida de cada pessoa est em pleno desenvolvimento, ser machucado

    emocionalmente no percurso faz parte do viver, mas no quer dizer que precisamos viver na

    infelicidade de uma vida amargurada e totalmente aniquilada pelas dores. Deus nos deixa

    um escape muito til e abenoado que o aconselhamento, quando nos encontramos em

    situaes sufocadoras em que somente o auxilio de outra pessoa pode nos ajudar enxergar

    uma sada, uma grande bno poder contar com um irmo ou irm instrumentos na mo

    de Deus para curar feridas da alma, trazendo um novo direcionamento e alento para

    problemas que pareciam nunca mais ter soluo, e dores que pareciam jamais serem

    curadas.

    Neste conceito de aconselhamento vale sempre lembrar que o aconselhamento

    cristo no substitui o trabalho exercido por profissionais como psiclogos ou psiquiatras,

    mas vem a ser um instrumento de bnos dentro das igrejas, com problemas de menor

    dano e que pode ser resolvido dentro do mbito do aconselhamento. Para tanto

    necessrio deixar claro que as funes aqui representadas tragam semelhanas em seus

    desenvolvimentos devem deixar claras a postura do conselheiro, para que o conselheiro

    nunca assuma um papel que no seu, e faa com propriedade seu trabalho como um

    ministrio dado por Deus e um canal de ajuda para vidas aflitas e necessitadas de curas

    dentro das igrejas de Jesus. Assim agindo com toda sabedoria que vem do alto, podemos ter

  • Aconselhamento Cristo

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    igrejas saudveis e o crescimento do corpo de Cristo alcana pessoas libertando-as de todo

    mal.

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