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QUÍMICA FARMACÊUTICA II Agentes Antimaláricos Ano lectivo 2011/20012 Francisca Lopes

Anti Parasit

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QUÍMICA FARMACÊUTICA II

Agentes Antimaláricos

Ano lectivo 2011/20012 Francisca Lopes

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Sumário

Química Farmacêutica II 2011/2012 Francisca Lopes

Antiparasitários – Agentes antimaláricos

- Introdução: ciclo de vida do parasita e alvos para o tratamento e profilaxiada malária

• Aminoquinolinas e amino-álcoois

• Artemisinina e peróxidos sintéticos

• Antifolatos

- Novos alvos e novas abordagens terapêuticas

- Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

• Compostos que actuam na cadeia respiratória

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Francisca Lopes

INTRODUÇÃO

Química Farmacêutica II 2011/2012

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Francisca Lopes

Malária (humana): 5 espécies do género Plasmodium (P. falciparum, P. vivax, P. ovale, P. malariae, P. knowlesi)

P. falciparum e P. vivax: > 95% dos casos de malária

P. falciparum: quase todos os casos severos e fatais

Em 2002 estimou-se que existiam 660 milhões de casos clínicos demalária a P. falciparum que morriam 1-3 milhões pessoas/ano, namaioria crianças com menos de 5 anos (1 morte cada 30 segundos)

Introdução

2009 (OMS) – 225 milhões de casos clínicos e 780 000 mortes

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Francisca Lopes

Introdução

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Francisca Lopes

Introdução

homepage.mac.com

2005

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Francisca Lopes

Introdução

www.koshland-science-museum.org

Química Farmacêutica II 2011/2012

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www.nathnac.org/travel/factsheets/images/map.gif

Worldwide Distribution of Malaria in 2005

Francisca LopesQuímica Farmacêutica II 2011/2012

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Registos de malária – 2700 anos A.C. (China)

1º tratamento efectivo – casca Cinchona (habitantes Perú)introduzido na Europa séc. XVII (Jesuítas)

1820 – isolamento da quinina(Pelletier e Caventou)

Introdução

Francisca LopesQuímica Farmacêutica II 2011/2012

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Avanços científicos significativos sobre a Malária

Laveran - (1880) observa parasitas dentro deeritrócitos de pessoas com malária (Prémio NobelMedicina – 1907)

Illustration drawn by Laveran of various stages of malaria parasites as seen on fresh blood. Dark pigment granules are present in most stages.

The bottom row shows an exflagellating male gametocyte, which produces “…filiform

elements which move with great vivacity…”

Introdução

Francisca LopesQuímica Farmacêutica II 2011/2012

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Sir Ronald Ross – (1898) transmissão da malária por mosquitos (Prémio Nobel da Medicina em 1902)

Introdução

Francisca LopesQuímica Farmacêutica II 2011/2012

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Introdução

www.lawestvector.org

P. vivax e P. ovale

- hipnozoítos (fígado)

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Introdução

Francisca LopesQuímica Farmacêutica II 2011/2012

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Ciclo de vida do parasita e classificação dos antimaláricos deacordo com a fase em que actuam

Introdução

Adaptado de M. Schlitzer, ChemMedChem 2007

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Introdução

Classificação segundo o modo de acção

Esquizonticida sanguíneo ou agente supressor: fármaco que actuasobre as formas assexuadas sanguíneas do parasita prevenindo a esquizogoniae acabando com os sintomas da doença. Podem ser supressores (eliminação completa dos parasitas) através de uma terapia ininterrupta (cloroquina, quinina, amodiaquina, artemisinina, antifolatos)É a fase mais fácil de tratar

Esquizonticida tecidular ou agente profiláctico causal: fármaco que actua sobre as formas assexuadas do parasita nos tecidos (fígado)Primário – actua sobre as formas pré-eritrocíticas evitando a invasão doseritrócitos (primaquina)Secundário – actua sobre as formas exo-eritrocíticas secundárias ou latentesevitando as recaídas (primaquina)

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Introdução

Classificação segundo o modo de acção

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Gametocitocida: fármaco que actua sobre as formas sexuadas do parasita evitando a transmissão ao mosquito (primaquina)

Esporontocidas: fármaco que actua sobre os esporozoítos matando o parasita assim que entra na corrente sanguínea logo após a picada do mosquito

Os antimaláricos podem actuar em mais do que uma fase do parasita e podem ser efectivos numa espécie de Plasmodium e não efectivos noutra espécie

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Introdução

Efeitos Farmacológicos

Supressão ou profilaxia clínica: prevenção dos sintomas clínicose da parasitémia por acção sobre as formas assexuadas sanguíneas(cloroquina, amodiaquina, artemisinina, proguanilo, pirimetamina)

Profilaxia causal: prevenção completa da infecção eritrocítica por acção deagentes que actuam sobre os esporozoítos ou sobre as formas tecidulares primárias do parasita (primaquina)

Cura clínica: alívio dos sintomas e recuperação aparente do doente, sem que,necessariamente, tenha havido eliminação completa da infecção (cloroquina,amodiaquina)

Cura radical: eliminação completa dos parasitas, quer na fase sanguínea querna fase tecidular, sem risco de ocorrência de recaídas (associação fármacos)

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

H

OH

N

O

N

H

Quinina – 1ª substância puraa ser usada em terapêutica

(antimalárico)

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

N

SN N+

Azul de metileno (corante)

Paul Ehrlich

Azul metileno – efectivo a corar parasitasda malária

1891 – curou 2 doentes de malária comazul de metileno (1º composto desíntese a ser usado em terapia)

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Azul de metileno – base para desenvolvimento de antimaláricos sintéticos

1920 – Químicos da Bayer (empresa de tintas, Alemanha) começam a modificar a estrutura do azul de metileno

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

N

SN N

N

SN NN

N

O

NHN

NCl

NHN

NCl

O

NHN

+

+

substituição de 1 grupo metilopor 1 cadeia dialquilamino-alquilo

cadeia lateral ligada a diferentes sistemasheterocíclicos

pamaquina (1925)cloroquina (1934)

mepacrina (1932)Química Farmacêutica II 2011/2012

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

4-Aminoquinolinas

- Esquizonticidas sanguíneos

- Fármacos sintomáticos (actuam na fase da doença em que há sintomas)

NCl

NHN

- Introduzida durante 2ª Guerra Mundial- Boa eficácia- Toxicidade baixa- Barata

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Mecanismo de acção

• Parasita intra-eritrocítico Hemoglobina (endocitose)

• Hb : digerida no V.A. por proteases aa e heme

• Heme (FeII) Heme (FeIII): tóxico para o parasita

• Destoxificação do heme Formação de hemozoína (pigmentoda malária)

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Mecanismo de acção

ββββ-Hematin

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Heme

β-hematina

Hemozoína

Mecanismo de acção

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Mecanismo de acção

- Acumulação no interior do V.A. do parasita (pH V.A. 5,3) CQ (pKa1 = 8,1 pKa2 = 10,2)

- Bloqueio da formação dahemozoína

- Ligação do fármaco ao heme e alteração da permeabilidade da membrana do vacúolo?

www.tulane.edu

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Resistência dos parasitas à Cloroquina

- uso massivo de CQ

- > 80% isolados são resistentes à CQ

www.lumc.nl

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

GLOBAL MAP: Red areas shows where chloquine is sensitive and shaded areas shows chloroquine resistance. (Map is from the centre for Disease control and prevention, USA;: Adapted from Rang et al. 1996) homepages.uel.ac.uk

Resistência dos parasitas à Cloroquina

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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- acumulação de CQ no V.A. é menor

- efluxo rápido do fármaco e não diminuição do uptake

Resistência dos parasitas à Cloroquina

- mutação no gene pfcrt que codifica para uma proteína, PfCRT

(chloroquine resistance transporter), localizada no V.A.

- função fisiológica da PfCRT: transporte de aa ou peptidos,da degradação da Hb, para o citoplasma

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

M. Schlitzer, ChemMedChem 2007

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

M. Schlitzer, ChemMedChem 2007

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Reversores da resistência à CQ

N

MeO

MeO

OMe

OMeCN

Verapamil

N

N

Cl

Clorfeniramina

- 2 resíduos aromáticos (interacção com pocket lipofílico)

- cadeia lateral amino-alquilo básica

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Modificações estruturais na CQ

1 – Alteração do comprimento da cadeia diamino-alquilo

NCl

NHNEt2

CQ

NCl

NHNEt2

NCl

NH NEt2

NCl

NH

NEt2

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Cadeia lateral:

• nº de átomos de C variável

• enantiómeros equiactivos

• amina terminal terciária

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Exemplo : encurtamento da cadeia lateral

NCl

NH NEt2

AQ 13

- retem actividade contra parasitas resistentes à CQ

IC50 – 59 nM AQ13 IC50 – 315 nM CQ

- em doses elevadas AQ13 é mais tóxica do que a CQ, em ratos

- os 2 resíduos alquilo no N terminal sofrem desalquilação oxidativa originando metabolitos inactivos

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

NCl

NH N

NCl

NH N

OH

NCl

NH NH

NCl

NH NH

OH

NCl

NH NH2

[O]

[O]

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Alternativa

NF3C

NHNH

O grupo dietilamina é substituído pelo grupo terc-butilamina, metabolicamente mais estável

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

2 – Introdução de grupos aromáticos na cadeia lateral

NCl

NH

OH

NEt2

Amodiaquina (AQ)

- aumento da lipofilia

- efectiva contra estirpes resistentes à CQ- barata

- toxicidade após uso profiláctico (3 semanas a 10 meses) (interesse terapêutico diminuiu drasticamente)

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

NCl

NH

OH

NEt2

NCl

NNEt2

O

NCl

NH

OH

NEt2

SR

[O]

R-SHQuinonimina – sucesptível a ataquenucleofílico (grupos tiol)

- hepatotoxicidade

- imunogenicidade

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Estratégias para prevenir a formação da quinonimina

NCl

NH OH

NEt2

Isoquina

Activa contra estirpes resistentes à CQ, in vitro

(K1) > AQ

NCl

NH OH

NH

Terc-butilisoquina

Evitar a α-hidroxilação enzimática

Início de ensaios clínicos (GlaxoSmithKline)

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

NCl

NH

F

NH

Fluoro-amodiaquina

Não avançou para além de testes pré-clínicos

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

3 – Dimerização das 4-aminoquinolinas

• ligação feita por linkers de tamanho e natureza variável

• tamanho da molécula não permite que se possa inserir nosítio de ligação do substrato da PfCRT

• podem ser mais eficientemente sequestradas no V.A. porquetêm 4 locais de protonação

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

N

N

N

N

N

NCl Cl

Piperaquina

- desenvolvida nos anos 1960

- largamente usada na China

- já desenvolveu resistência em áreas onde foi extensivamenteutilizada

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

NCl

NH

N

CH3

Bases fracasAcumulação no V.A.

Sub-estrutura para complexaçãoFe(III) da Protoporfirina IX (heme)

Inibição da formação daββββ-hematina

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Arilamino-álcoois

H

OH

N

OH

NR S

Quinina

• Ainda é um fármaco importante no tratamento da malária• Tratamento durante 7 dias• Muitas vezes é a única opção terapêutica para malária severa

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

NH

N

OH

CF3

CF3

Mefloquina

Sintetizada durante a II G. M. : protótipo quinina

Seleccionada em 1963 Walter Reed Army

Uso terapêutico em 1985

Activa por via oral

Efectiva contra as fases intra-eritrocíticasEfectiva em dose única em zonas com baixo nível deresistênciaCerca de 100x mais cara que a CQ

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

H

OH

N

OH

N

H

OH

N

OH

N

NH

N

O

OH

H

Q=1,0 Q=1,0

Q=0,3

(Racemato)

Q = Equivalente de quinina(dose mínima efectiva quinina /dose mínima efectiva do agente)

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

NH

N

O

OH

H NH

N

H

OH

Cl

NH

N

H

OH

Cl

Cl

Q=0,3Q=0,3

Q=1,5

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

NH

N

H

OH

Cl

Cl

NH

N

H

OH

Cl

Cl

OH

cit P450

inactivação metabólica

Metabolitoinactivo

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Page 52: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

NH

N

OH

Cl

Cl

NH

N

OH

Cl

Cl

Cl

Cl

NH

N

OH

CF3

CF3

Actividade antimalárica aumentada; fototoxicidade inaceitável

Retém actividade alta sem fototoxicidade

Mefloquina

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

8-Aminoquinolinas

N

O

NHN

• Protótipo das 8-aminoquinolinas

• Início II Guerra Mundial – único fármacoanti-recaídas disponível

• Toxicidade – síntese de outras 8-aminoquinolinas

Pamaquina (1925)

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

N

O

NHNH

2

• Cura radical malária P. vivax e profilaxia causal

• Activa contra formas exo-eritrocíticas primárias(P. vivax e P. falciparum)

• Activa contra formas exo-eritrocíticas latentes(P. vivax e P. ovale)

• Activa contra formas sanguíneas assexuadas em doses elevadase tóxicas (P. falciparum e P. vivax)

• Activa contra as formas sexuais sanguíneas dos diferentes Plasmodia

Primaquina (USA-1950)

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

• Hemólise intravascular aguda em doentes com deficiência em G6PD

• t1/2 relativamente curto (4-6h) – administração diária durante 14 dias para a cura

Esforço de síntese e de screening de várias 8-aminoquinolinaspor parte do WRAIR e de outros grupos estabeleceu a relação estrutura actividade destes compostos

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Page 56: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

N

R R

R

NHR

X

1

2

3

456

7

8

1 2

3

4

• Substituição em C4 (R2) e C2 (R3) pode aumentar o índice terapêutico4-CH3 4-OCH3 2-CH3 2-OCH3

• Substituição em C5 (R1) pode melhorar a actividade5-O-alquilo (OCH3) 5-O-arilo ( )O

X

Relações estrutura actividade

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Page 57: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

N

O

NHNH

2

N

O

NHNH

2

O

O

F3C

N

O

NHNH

2

OF3C

WR 225448 (1975)

Tafenoquina (1979)

Primaquina

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Page 58: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

• fornece um grupo atractor de electrões e ao mesmo tempo aumenta o impedimento estéreo dificultando o metabolismo oxidativo dos outros substituintes

Substituição na posição 5:

• Aumento do t 1/2 de eliminação

A tafenoquina foi seleccionada relativamente ao WR225448 devido a uma melhor actividade terapêutica

Estudos clínicos em humanos - 1992

Manufacturada pela GlaxoSmithKlineActualmente está a ser investigada como possível tratamentoe profilaxia para a malária http://www.mmv.org/IMG/pdf/Q2_2009_MMV_Portfolio.pdf

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Artemisinina e Derivados

O

O

O

H

H

O

O1

23

45

6

7

8

910

11

12

Artemisinina(isolada 1971 – Artemisia annua)

• Eliminação rápida da parasitémia• Elevada eficácia em malária grave (cerebral – P. falciparum)• Toxicidade baixa• Eficaz contra formas eritrocíticas (cura e profilaxia clínicas)

• Solubilidade aquosa/oleosa inadequada e baixa/irregular biodisponibilidade oral

• t1/2 de eliminação curto (~ 4 horas)

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Page 60: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Mecanismo de acção- Característica estrutural chave de todas as artemisininas – sub-estrututa 1,2,4-trioxano (endoperóxido)

O

O

O

H

H

O

O

- Mecanismo não está completamente esclarecido

• Clivagem do endoperóxido pelo FeII do heme originandoradicais 1ários ou 2ários centrados no carbono

• Reacção com diferentes alvos proteicos ou com o heme (inibição de uma série de enzimas e da destoxificação do heme)

• Inibição de uma bomba de Ca2+ dependente do ATP localizada no retículo endoplasmático (Pf ATP6)

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Page 61: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

O

O

O

H

H

OO

O

O

O

H

H

FeOO

O

O

O

H

H

FeO

CH2

O

FeII

..

O

O

O

H

H

OO

O

O

O

H

H

O

FeO

H

O

O

O

H

HFeO

OHFeII

.

.

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Page 62: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Derivados da Artemisinina 1ª Geração

O

OH

H

OO

OR

O

OH

H

OO

O

O

O

OO

OH

H

OO

O

O

O

R: -CH3 – Artemeter-CH2CH3 - Arteeter

Lipofilia (melhoria absorçãoGI – Admin. Oral)

• Artesunato - solubilidade aquosa( i.v. - malária severa).

• Também i.m., oral e rectal• Instabilidade química

• Artelinato – solúvel água

• Mais estável quimicamente

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Page 63: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Inconvenientes

• Metabolização rápida – t1/2 curto

O

OH

H

OO

O

O

OH

H

OO

OH O

O

OH

H

OO

O

OHOH

OH

OH

OH

OH

HOOC

desalquilação

oxidativa

hidroxilação

glucoronação

• Neurotoxicidade – pensa-se que devido ao metabolito DHA

O

OH

H

OO

OH

Di-hidroartemisinina

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Page 64: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Derivados da Artemisinina 2ª Geração

O

OH

H

OO

O

OH

H

OO

OH

O

OH

H

OO

O

O

O

O

OH

H

OO

IC50 = 1,0 nM IC50 = 1,9 nM

IC50 = 4,2 nM IC50 = 1,4 nM

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Page 65: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

• Compostos com boa actividade in vitro

• Alguns com actividade in vivo promissoras

• Nenhum entrou em fase clínica de desenvolvimento

• Artemisininas semi-sintéticas de 1ª e 2ª geração dependem do fornecimento suficiente de artemisinina isolada das plantas

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Page 66: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Endoperóxidos sintéticos

OOO

SO O

O

O

H

O

O

OH

O O

O

H

IC50 = 31 nM IC50 = 15 nM

IC50 = 2,8 nM

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Page 67: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Todos estes compostos tinham alguma limitação

• Sínteses complicadas

• Obtenção de produtos racémicos

• Propriedades farmacocinéticas fracas

Nenhum entrou em ensaios clínicos

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Page 68: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

O

O

O

ONH

NH2

OZ-227

- Bom balanço estabilidade/reactividade

• Sistema 1,2,4-trioxalano

• resíduo de adamantano dá-lhe estabilidade• ciclo-hexano permite-lhe ter reactividade suficientepara ter actividade

• resíduo aminoacilo confere-lhe polaribilidade e solubilidadecorrectas para as propriedades farmacológicas

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Page 69: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

O

O

O

ONH

NH2

OZ-227

- Apresenta actividade alta contra isolados de Plasmódio

- Actua na mesma fase do parasita que a artemisinina

- Entrou em ensaios clínicos

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Page 70: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Antifolatos

- Inibem a síntese do DNA

- Os parasitas necessitam sintetizar o ácido fólico, usado comoco-factor na síntese das pirimidinas

- São usados como agentes profilácticos e como agentesterapêuticos contra a malária

- Inibidores da dihidropteroato sintetase (DHPS) são selectivos para o parasita (enzima ausente nos humanos)

- Inibidores da dihidrofolato redutase (DHFR) também podem ser selectivos (enzimas suficientemente diferentes nos humanose nos parasitas)

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Page 71: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

N

N NH

N

OH

NH2

OH N

N NH

N

OH

NH2

OP

O

OP

O

OH

OH

N

N NH

N

OH

NH2

NH

CO2H

N

N NH

N

OH

NH2

NH

O

NH

CO2H

CO2H

NH2

CO2H

Síntese de DNA no Plasmódio

2-amino-4-hidroxi-6--hidroximetilpteridina Dihidropteroato

sintetase(DHPS)

PABA

Ác. Di-hidropteróicoÁc. Di-hidrofólico

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Page 72: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Ácido di-hidrofólico

Dihidrofolato

redutase

Ácido tetra-hidrofólico

N

N NH

N

OH

NH2

NH

O

NH

CO2H

CO2H

N

N NH

OH

NH2

NH

O

NH

CO2H

CO2H

NH

NADPH

NADP+

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Page 73: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

N

N NH

N

OH

NH2

OP

O

OP

O

OH

OH N

N NH

N

OH

NH2

NH

SO2NH

2

NH2

SO2NH

2

Sulfonamidas

DHPS como alvo terapêutico

Análogo do PABA

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Page 74: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

DHPS como alvo terapêutico

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SNH2 NH

2

O

O

N

N

OMe

OMe

N

N

MeO OMe

N

N

MeO

NH

SNH2

O

O

R

Dapsona

Sulfadimetoxina Sulfadoxina Sulfaleno

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Page 75: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

DHFR como alvo terapêutico

N

N NH

OH

NH2

N

NH

R

N

N NH

OH

NH2

NH

NH

R

NADPH NADP+

Cl NH

NH

NHNH

NH

Cl N

N

NH2

NH2

N N

Cl

N

NH2

NH2

Proguanilo Cicloguanilo Pirimetamina

Ácido di-hidrofólico Ácido tetra-hidrofólico

Dihidrofolato

redutase

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Page 76: Anti Parasit

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Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

N

N NH

OH

NH2

N

NH

R

Cl

NH2

NH2

N

NCH

3

Inibidores da DHFR

Ácido di-hidrofólico

Pirimetamina

Cl

NH2

NH2

NN

N

Cicloguanilo

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Page 77: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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N

N NH

OH

NH2

N

NH

R

Cl

NH2

NH2

N

NCH

3

N

N NH

OH

NH2

N

NH

R

Cl

NH2

NH2

NN

N

Inibidores da DHFR

Ácido di-hidrofólico

Pirimetamina Cicloguanilo

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Page 78: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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Terapia sinergística

- Utilização simultânea de inibidores da DHPS e da DHFR

- Aplicação em zonas de elevada resistência à cloroquina

- Número crescente de casos de resistência

•Sulfadoxina/pirimetamina

•Sulfaleno/pirimetamina

•Dapsona/cicloguanilo ou proguanilo

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Page 79: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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Resistência aos inibidores da DHPS

• biossíntese aumentada de PABA pelo parasita

• enzima mutante com ligação diminuída das sulfonamidas(maior Ki)

• captação diminuída das sulfonamidas pelo parasita

Resistência aos inibidores da DHFR

• mutação da enzima

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Page 80: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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Compostos que actuam na cadeia respiratóriaO transporte de electrões na cadeia respiratória mitocondrial do P. falciparum não está acoplado à síntese de ATP.

A função mais importante da cadeia respiratória mitocondrialparece ser receber os electrões provenientes das desidrogenases

Os electrões são transferidos de diferentes desidrogenasespara a ubiquinona (coenzima Q)

Os parasitas necessitam sintetisar as pirimidinas

A dihidro-orotato desidrogenase catalisa a transformação do dihidro-orotato a orotato, intermediário chave na síntese das pirimidinas

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Page 81: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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Citocromo bc1

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Page 82: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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Hidroxinaftoquinonas

Lapachol

Actividade antiplasmodial conhecidadesde 1940

Falta de interesse destes compostosdevido à disponibilidade da CQ

Com o aparecimento de resistência à CQ estes compostosvoltaram a ter interesse a partir dos anos 1960

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Page 83: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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Menoctona

Características essenciais para actividade antiplasmódica:

- 2-hidroxinaftoquinona

- resíduo ciclo-hexilo na cadeia lateral

Metabolizada extensivamente (efeito terapêutico com doses altas)

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Page 84: Anti Parasit

Atovaquona

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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Metabolicamente mais estável

Actividade protozoária de largo espectro

Liga-se ao sítio Q0 do citocromo bc1 e bloqueia o transporte de es

Colapso do potencial da membrana mitocondrial

Shutdown do metabolismo mitocondrial (síntese das pirimidinas)

Morte do parasita

O citocromo dos mamíferos é 1000x menos sensível

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Page 85: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

Cara

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Desenvolveu rapidamente resistência à malária (troca de 1 aano sítio Q0)

Forte sinergismo com o proguanilo

Desde anos 1990 administrada em conjunto com proguanilo (Malarone)

Usado em terapia e profilaxia

Lipofílica (admin. com comidas gordas)

Geralmente bem tolerada

t1/2 eliminação 51-77 h

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Page 86: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos e seu desenvolvimento

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Page 87: Anti Parasit

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Novos alvos e novas abordagens terapêuticas

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Page 88: Anti Parasit

Novos alvos terapêuticos

Eritrócito

Apicoplasto Novos Alvos:Replicação e transcripção do DNA;Biossíntese ácidos gordos II;Biossíntese isoprenil

Vacúolo Alimentar Novos Alvos:Falcipaínas e plasmepsinas

Mitocôndria Novos Alvos:Dihidrooroato desidrogenase

Citoplasma Novos Alvos:Glicólise; proteínas quinases; biossíntese de nucleótidos

P. falciparum intra-eritrocítico e possíveis novos alvos terapêuticos

Membrana Plasmática Novos Alvos:Transporte de glucose; fluxo de nutrientes; antiporte Na+/H+

Parasita

Eritrócito

Apicoplasto Novos Alvos:Replicação e transcripção do DNA;Biossíntese ácidos gordos II;Biossíntese isoprenil

Vacúolo Alimentar Novos Alvos:Falcipaínas e plasmepsinas

Mitocôndria Novos Alvos:Dihidrooroato desidrogenase

Citoplasma Novos Alvos:Glicólise; proteínas quinases; biossíntese de nucleótidos

P. falciparum intra-eritrocítico e possíveis novos alvos terapêuticos

Membrana Plasmática Novos Alvos:Transporte de glucose; fluxo de nutrientes; antiporte Na+/H+

Parasita

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Page 89: Anti Parasit

Novas abordagens terapêuticas

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Terapia de combinação

ACT (artemisinin-based combination therapy) – recomendadapela OMS.Adoptada pela maior parte dos países africanos e asiáticosonde a malária é endémica.

Combinação dupla ou tripla de fármacos com o objectivode diminuir ou evitar o aparecimento de resistência aos fármacos

Exemplos: artesunato+mefloquinaartesunato+amodiaquinaartesunato+sulfadoxina+pirimetamina

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Page 90: Anti Parasit

Novas abordagens terapêuticas

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Fármacos híbridos

O

O

O

O

NH

HN

O

O

R2

S

R1

R3

O O

Trioxaquina 4-aminoquinolina-imipramina

Artemisinina-dipeptidilvinilsulfona

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Page 91: Anti Parasit

MMV portfólio

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Objetivo: registar fármacos com um perfil adequado

� Eficazes contra estirpes resistentes a outros fármacos

� Cura em 3 dias (usando dose única diária)

� Toxicidade baixa principalmente para crianças e grávidas

� Baixo risco de aparecimento de resistência

� Baixo custo

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Page 92: Anti Parasit

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MMV portfólio

Para aumentar o sucesso no desenvolvimento de fármacos antimaláricos têm sido investigadas várias aproximações:

�Re-design de fármacos já existentes (quinolinas e peróxidos)

�Novos usos de fármacos antigos (Lapdap+Art.)

�Usar novos alvos específicos do parasita (identificados por uma melhor compreensão da biologia do parasita)

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Page 93: Anti Parasit

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MMV portfólio

Lapdap = cloroproguanilo + dapsona 2005

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Page 94: Anti Parasit

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MMV portfólio

Coartem = lumefantrina+artemeterCoarsucam=artesunato+amodiaquina

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Page 95: Anti Parasit

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MALÁRIA

- Uma das doenças infecciosas com relatos mais antigos

- 1ª doença tratada com uma substância pura (quinina)

- 1ª doença tratada com uma substância sintética (azul de metileno)

- Início do séc. XX – endémica até à Noruega

- 2ª Guerra Mundial – aparecimento da cloroquina. Efectiva, segurae barata (fármaco maravilha)

- Guerra contra a malária quase ganha (anos 1960) – aparecemestirpes resistentes à cloroquina

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Page 96: Anti Parasit

Fármacos antimaláricos

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- Quinina: ainda efectiva na maior parte das zonas afectadas.

- Amodiaquina: efectiva contra várias estirpes resistentes à CQ.Problemas de toxicidade.

- Mefloquina: eficiência diminuida. Combinação com artesunato.

- Lumefantrina: combinação com artemeter

- Atovaquona /proguanilo: efectiva em terapia e profilaxia (cara)

- Artesunato: principal componente na terapia de combinação dasartemisininas (recomendada pela OMS).

- Primaquina: único fármaco anti-recaídas (activo contra as formas latentes do P.vivax e P. ovale).

- Dapsona/clorproguanilo

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Page 97: Anti Parasit

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Bibliografia

1 - http://www3.interscience.wiley.com/cgi-bin/fulltext/114269691/PDFSTARTM. Schlitzer, ChemMedChem 2007, 2, 944-986

Química Farmacêutica II 2011/2012

2 - Burger’s Medicinal Chemistry and Drug Discovery6th Edition, Volume 5: Therapeutic AgentsNew York: John Wiley & Sons, INC., 2003