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1 ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DE IMPLANTAÇÃO SISTEMA DE ENERGIA DE FOTOVOLTAICO ON GRID EM EDIFÍCIO DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR NA CIDADE DE ITAPERUNA- RJ M.Sc. Niander Aguiar Cerqueira (Faculdade Redentor) [email protected] Victor Barbosa de Souza (Faculdade Redentor) - [email protected] Resumo: Esta obra teve como finalidade fazer uma revisão bibliográfica sobre energia solar, expondo temas como sua origem, desenvolvimento, projetos, empregabilidade, conceituação técnica, viabilidade técnica, possíveis utilizações, instituições que já empregam e utilizam essa energia e como a energia solar poderá vir a ajudar ao combate das futuras demandas energéticas que estão por vir. Também visou o estudo da viabilidade técnica para implantação de um sistema fotovoltaico, no novo prédio anexo na instituição de ensino Superior, Sociedade Universitária Redentor, em Itaperuna, RJ. Verificou-se a viabilidade técnica para instalação de um sistema fotovoltaico na instituição, que apresentou uma média de radiação solar anual alta entre 4,5 e 5,10 Kwh/m².dia e uma grande área disponível para instalação dos módulos fotovoltaicos. Palavras Chaves: energia solar; fotovoltaico; energia renovável. 1 Introdução O desenvolvimento industrial do mundo, com a crescente demanda energética, tem sido tratado como um dos grandes problemas deste século. Estimativas afirmam que o gasto energético mundial tende a crescer nos próximos 25 anos em cerca de um terço. China apresenta-se como a líder no ranking de consumidores, seguido pelos EUA, sendo que a China apresenta um consumo energético superior em 70% ao dos EUA, figurando-se, junto com a Índia, como uma das maiores responsáveis pelo aumento do consumo energético (AIE, 2011). O Brasil tem experimentado um crescimento notável em todos os aspectos, o que gera também um aumento do consumo energético. Segundo especialistas, o Brasil deverá alcançar o segundo lugar entre os países com o mais rápido crescimento no consumo de energia primária nos próximos 25 anos, aumentando em cerca de 80% em relação ao seu consumo atual, perdendo apenas para a Índia que deterá o primeiro lugar (AIE, 2011). Segundo CERQUEIRA e SOUZA (2012), as informações da Agência Internacional de Energia: trazem dados alarmantes para o Brasil. Apesar da criação de mais uma usina nuclear em Angra dos Reis e outros projetos para algumas usinas nucleares, incentivos para o emprego de PCH’s e a tão discutida Usina Hidrelétrica de Belo Monte, ainda serão insuficientes para suprir a futura demanda energética. Existe uma teoria muita pessimista sobre esta demanda brasileira

ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DE IMPLANTAÇÃO … · de sistemas de geração de energia eólica, ... a segurança e a viabilidade do uso da Energia Nuclear. ... mas também no

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ANÁLISE DA VIABILIDADE TÉCNICA DE IMPLANTAÇÃO

SISTEMA DE ENERGIA DE FOTOVOLTAICO ON GRID EM

EDIFÍCIO DE INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR NA

CIDADE DE ITAPERUNA- RJ

M.Sc. Niander Aguiar Cerqueira (Faculdade Redentor) – [email protected]

Victor Barbosa de Souza (Faculdade Redentor) - [email protected]

Resumo: Esta obra teve como finalidade fazer uma revisão bibliográfica sobre energia solar,

expondo temas como sua origem, desenvolvimento, projetos, empregabilidade, conceituação

técnica, viabilidade técnica, possíveis utilizações, instituições que já empregam e utilizam

essa energia e como a energia solar poderá vir a ajudar ao combate das futuras demandas

energéticas que estão por vir. Também visou o estudo da viabilidade técnica para

implantação de um sistema fotovoltaico, no novo prédio anexo na instituição de ensino

Superior, Sociedade Universitária Redentor, em Itaperuna, RJ. Verificou-se a viabilidade

técnica para instalação de um sistema fotovoltaico na instituição, que apresentou uma média

de radiação solar anual alta entre 4,5 e 5,10 Kwh/m².dia e uma grande área disponível para

instalação dos módulos fotovoltaicos.

Palavras Chaves: energia solar; fotovoltaico; energia renovável.

1 Introdução

O desenvolvimento industrial do mundo, com a crescente demanda energética, tem

sido tratado como um dos grandes problemas deste século. Estimativas afirmam que o gasto

energético mundial tende a crescer nos próximos 25 anos em cerca de um terço. China

apresenta-se como a líder no ranking de consumidores, seguido pelos EUA, sendo que a

China apresenta um consumo energético superior em 70% ao dos EUA, figurando-se, junto

com a Índia, como uma das maiores responsáveis pelo aumento do consumo energético (AIE,

2011).

O Brasil tem experimentado um crescimento notável em todos os aspectos, o que gera

também um aumento do consumo energético. Segundo especialistas, o Brasil deverá alcançar

o segundo lugar entre os países com o mais rápido crescimento no consumo de energia

primária nos próximos 25 anos, aumentando em cerca de 80% em relação ao seu consumo

atual, perdendo apenas para a Índia que deterá o primeiro lugar (AIE, 2011).

Segundo CERQUEIRA e SOUZA (2012), as informações da Agência Internacional de

Energia:

trazem dados alarmantes para o Brasil. Apesar da criação de mais uma usina

nuclear em Angra dos Reis e outros projetos para algumas usinas nucleares,

incentivos para o emprego de PCH’s e a tão discutida Usina Hidrelétrica de

Belo Monte, ainda serão insuficientes para suprir a futura demanda

energética. Existe uma teoria muita pessimista sobre esta demanda brasileira

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que aponta para um outro possível racionamento de energia. Informações

mostram que se dentro de 5 (cinco) anos o Brasil não se estruturar de maneira

eficiente, sofrerá de contínuos apagões ressuscitando o tão assombroso

fantasma do racionamento energético vivido na época do governo FHC, que

poderia levar o país a um caos total. Apesar de ser apenas uma teoria, a

mesma liga o sinal de alerta, devendo o Brasil gerar novas iniciativas

energéticas para que no futuro possa se tornar uma potência mundial

sustentável.

Mesmo com essa grande demanda o Brasil ainda se apresenta timidamente com

relação a utilização de novas fontes de energia sustentável. Poucos, como o CRESEB (Centro

de Referência para Energia Solar Eólica Sergio Salvo Brito), desenvolvem iniciativas em

pesquisa na área. O Brasil apresenta grande potencial eólico e solar, que tornam viáveis o uso

de sistemas de geração de energia eólica, sistema de geração de energia solar e até mesmo de

sistemas híbridos de geração de energia eólico-solar, sendo esses, talvez, alternativas

imprescindíveis num futuro próximo.

Deste modo, este trabalho apresenta uma revisão histórica do uso da energia solar e o

seu emprego para o combate a futuras demandas energéticas, bem como demonstrar como

seria a análise da área para a instalação de um sistema de energia solar fotovoltaica,

identificando itens potenciais da região de instalação do sistema, área de incidência solar

disponível para a instalação das placas, etc.. Trata-se de parte das conclusões iniciais de um

projeto que objetiva a análise de viabilidade técnica e financeira para futura instalação de um

sistema fotovoltaico que atenderá a Biblioteca João Carlos de Almeida Mielli da Sociedade

Universitária Redentor, sistema este que poderá ser facilmente expandido para todo o edifício

da instituição.

2 Revisão Bibliográfica

2.1 Energia solar no mundo

O mundo passa por um momento de reflexão e reavaliação das fontes energéticas que

historicamente vêm sendo utilizadas. O desastre no Japão colocou em cheque, mais uma vez,

a segurança e a viabilidade do uso da Energia Nuclear. Há uma crise também no uso do

Petróleo e Carvão, que vêm atingindo as maiores cotações de toda a história (SOUZA, 2011).

A intensa e indiscriminada exploração de reservas não renováveis de combustíveis fósseis,

aliados aos prejuízos ambientais decorridos do uso destes recursos energéticos implica num

cenário preocupante. Desta forma, o surgimento de novas fontes de energia alternativas, em

particular de fontes renováveis e não-poluídoras, como a solar e a eólica, acena para um novo

momento.

Por razões econômicas o interesse dos Estados Unidos e da Europa pelo uso de energia

solar cresceu muito nas duas últimas décadas, principalmente após a crise da década de 70 no

setor petrolífero. Atualmente, não se fala apenas na aplicação desta radiação como fonte de

energia limpa e renovável, mas também no conhecimento do clima e de suas mudanças

(Souza, 2011). A energia solar pode ser dividida em duas categorias, solar fototérmica e solar

fotovoltaica (CRESESB, 2006). A energia solar fototérmica é baseada na quantidade de

energia que um determinado corpo é capaz de absorver, sob forma de calor, a partir da

radiação solar. Este princípio é utilizado em tanques solares e destilação de água. Este método

de dessalinização através do sol quando comparados com outros métodos como eletrodiálise

3

(que é a eliminação dos íons salinos por aplicação de campo elétrico) e o método do

congelamento apresenta a melhor relação custo beneficio e a maior eficiência. A energia solar

fototérmica também é utilizada em sistemas de aquecimento de água, podendo este

aquecimento ser passivo e ativo. O aquecimento passivo utilizado em tanques solares, como

citado acima, apresenta baixa eficiência. (ALDABÓ, 2002).

Em 1839, Edmond Becquerel notou um aparecimento de um diferencial nos extremos

de uma estrutura de material semicondutor produzido pela absorção da luz. Foi a partir desta

observação que se chegou ao conceito do efeito fotovoltaico. A partir daí passou-se ao

desenvolvimento deste conceito até chegar à utilização da energia solar como meio de

obtenção de energia elétrica. O ápice do desenvolvimento desta tecnologia se deu na época da

corrida espacial e da utilização de satélites, que tinham como principal fonte de energia a luz

do sol. Assim, esta tecnologia foi um pouco mais lapidada, dentro das limitações da época,

como fonte de energia para as naves espaciais, pois no espaço era a maneira mais fácil de se

obter energia sem sobrecarregar a aeronave com tanques de combustíveis (CRESESB, 2006).

Com a crise energética de 1973, o desenvolvimento desta tecnologia ganhou novo

impulso. Diversas empresas americanas do ramo do petróleo diversificaram seus

investimentos em novas formas de obtenção de energia e a energia solar foi a que mais

recebeu investimentos. Com a ampliação dos estudos e desenvolvimento de tal tecnologia,

descobriu-se que o sol era fonte riquíssima de energia, cerca de 10.000 vezes a energia

consumida na época, algo em torno de 1,5 x 1018

kWh (PARIDA B, INIYAN S. e GOIC

R.,2011). Foi-se, então, aprimorando os equipamentos e a eficiência dos mesmos, surgindo a

célula fotovoltaica, utilizada na absorção da energia do sol. Com o passar do tempo e com os

novos estudos realizados, percebeu-se no silício as potencialidades de um melhor material

para ser empregado nestas células, sendo esta conclusão de assaz importância para maiores

investimentos em tal tecnologia, pois o silício é o segundo elemento mais abundante do globo

terrestre (LANDI, 2010). Em 1993 a produção de energia através do sol atingiu o recorde de

60 Mwp (CRESESB, 2006). Já no ano de 2000, este número era 3 (três) vezes maior, sendo

que diversos países vêm utilizando esta tecnologia, até mesmo países não muito indicados

para a utilização da mesma. Com a crescente demanda por energia, levantou-se outro fator

que é o possível fim dos combustíveis fósseis, podendo gerar um caos energético e com isto

eclodir inúmeras guerras e conflitos para obtenção do tão importante ouro negro (CRESESB,

2006).

Nas próximas décadas todos os países do mundo têm que reduzir pela metade o nível

de emissão dos gases poluentes, mas esta diminuição não deve refletir na produção de energia

elétrica, uma vez que o potencial de energia de um país não pode diminuir, pois com isso

poderiam ocorrer sérios prejuízos e apagões nestes países (CRESESB, 2006). Por conta deste

cenário, diversas soluções têm sido propostas, algumas das quais já são conhecidas por boa

parte da população mundial, como os painéis fotovoltaicos, que têm grande utilização em

países europeus com a Holanda e Alemanha e os aquecedores de água, que substituem os

chuveiros elétricos e os aquecidos por gás natural e têm o seu o uso já bem mais difundido

pelo mundo. Entretanto, existem outros projetos e protótipos que de certa forma podem estar

sendo futuramente aproveitados é o caso do SES (Satélite de Energia Solar), Solar Two, SSM

(Sistema Solar Marítimo) e Phoebus, etc. Este útimo é um consórcio Europeu que objetiva

instalar na Jordânia uma Usina Termo Solar de 30 MW utilizando receptores volumétricos.

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Estes receptores, como o próprio nome já diz, recebem calor e servem de meio de transporte

para acionar uma turbina geradora de energia.

O Sistema Solar Marítimo, SSM, que seria utilizado para ajudar na locomoção do

navio, tem seu funcionamento baseado na utilização da eletrólise da água. O Hidrogênio que

é um dos produtos finais da eletrólise seria encaminhado para as caldeiras convencionais,

podendo também ser recombinado com o oxigênio em câmaras de combustão para obter

vapor aquecido e acionar as turbinas.

Já o Projeto Solar Two é um projeto de geração de energia, com um potencial de 10

MW, localizado no deserto de Mojave – Califórnia - USA utilizando uma tecnologia de

captação de energia solar do tipo torre, captação esta que é inovadora, onde a torre é a

responsável por abrigar o receptor. Esta usina está em funcionamento desde 1997, sendo que

os números do Two são muito bons, apresentando uma média mensal de 1633 MWh. A

eficiência do receptor gira em torno de 88% e a maior produção da turbina foi de 11,6 MW.

O sistema de armazenamento tem uma eficiência altíssima de 97% e a maior disponibilidade

alcançada foi de 94%, no ano de 1998.

Contudo, o projeto que mais chama a atenção é o SES, Satélite de Energia Solar. Ele

chama atenção devido à grande inovação proposta com relação à captação da energia solar. A

captação de energia solar convencional é aquela que incide sobre a terra. No método pensado

para o SES a captação desta energia se daria na órbita da terra. O Satélite de Energia Solar

inúmeros fatores, pois, devido a suas dimensões de aproximadamente 50 Km², peso de 90.000

toneladas e sua capacidade de geração energética de até 10.000 Mw, tal empreendimento

causaria grandes impactos nas matérias primas disponíveis na terra, sendo muito difícil a

colocação de um aparato de tal tamanho na órbita. Entretanto a polêmica se dá na esfera

social. O grande questionamento suscitado versa sobre os danos causados por uma exposição

de ondas de radiação de baixa freqüência de forma constante.

A grande vantagem deste sistema de geração solar é que, além da grande capacidade

de geração de energia, há uma constância nesta geração, 24 (vinte e quatro) horas, pois o

satélite está na órbita da terra. Todavia, este sistema apresenta grandes desvantagens e

dificuldades tecnológicas. Com as polêmicas já causadas para a recepção da energia seria

necessária à construção de uma torre de 50 Km², além da área de proteção contra incidência

das microondas ao redor da antena. O custo de tal projeto equivale ao produto interno bruto

dos EUA e para o transporte de tal estrutura necessitaria de milhares de pessoas e naves de

alta capacidade. Tal investimento teria uma vida útil muito pequena (somente de 10 anos)

devido a uma grande deterioração, cerca de 10% danos causados nos condutores da superfície

fotovoltaica. (ALDABÓ, 2002).

2.2 Energia solar no brasil

Em nível nacional, a tecnologia fototérmica começou de maneira discreta sendo

utilizada apenas em algumas residências e posteriormente em creches e colégios. Hoje,

indústrias, hotéis, pousadas e condomínios vêm adotando a tecnologia e a tendência é que

cada vez mais esta energia seja utilizada devido aos benefícios ao meio ambiente e

principalmente pela economia para quem a emprega. A tecnologia fotovoltaica vem ganhando

o espaço rapidamente. No ultimo dia 30/06/2011 o Brasil ganhou a sua primeira usina de

energia Solar, que fica localizada em Tauá, a 344 km de Fortaleza, com a capacidade de

5

geração de 1Mw, que tem expectativa de atender cerca de 1,5 mil famílias, tal investimento é

do grupo EBX. (INEE, 2011).

No interior do estado Rio de Janeiro, na cidade de Macaé, cidade esta considerada o

coração do desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro, empresas de condicionamento de ar

residencial estão oferecendo aparelhos de ar condicionados com alimentação por painéis

fotovoltaicos. (SOUZA e CERQUEIRA, 2011). A tendência é que esta tecnologia seja

difundia cada vez mais. Alguns parques e lugares públicos já têm suas instalações

fotovoltaicas como a Estação Ecológica Jureia, Parque Ecológico Porto Sauípe, Parque do Rio

de Janeiro. Existe também um programa do governo federal, Luz para todos, que leva energia

solar aos moradores de localidades remotas e o sistema de energia solar fotovoltaica será

utilizado. (TOLMASQUIM, 2003).

Logo a energia solar tem todos os requisitos para combater futuras demandas

energéticas devido a sua disponibilidade, empregabilidade e ser uma fonte renovável.

3 Análise da Área Disponível

Para análise e levantamento dos dados e características da região, utilizou-se alguns

recursos e softwares, como o banco de dados da APOLLO 11, CRESESB e Google Earth. Na

figura 1, está apresentado um mapa do estado do Rio de Janeiro.

Figura 1 - Mapa do Estado do Rio de Janeiro (Fonte: Rio Turismo)

Determinada a região para a análise, o Município de Itaperuna-RJ, localizado na

região Noroeste do Estado do Rio de Janeiro, partiu-se para o levantamento dos dados

geográficos da localidade da Faculdade Redentor utilizando-se o Google Earth (Figura 2).

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Figura 2 - Foto da localização da Sociedade Universitária Redentor (Fonte: Google Earth)

Com o auxilio do Google Earth, definiu-se a localização de forma completa. A

instituição se encontra localizada a margem da BR-356, com os seguintes dados (SOUZA e

CERQUEIRA, 2012).

Latitude: -21º 12’ 18’’ Sul.

Longitude: -41º 53’ 16’’ Oeste.

Altitude: 108 metros.

Além das influências causadas pela localização, há também as influências causadas

pelas características da geometria solar, conforme pode ser observado na Figura 3

(CERQUEIRA e SOUZA, 2012).

Figura 3 - Foto da órbita da terra em torno do sol (Fonte: Rainha dos Ventos)

O sol nasce no leste e se põe no Oeste.

A órbita terrestre é uma orbita elíptica em torno do sol e o eixo de rotação da terra

forma um ângulo de 23,5º com a normal ao plano da elipse da órbita da terra.

A declividade Solar varia entre valores: -23,45º 23,45º.

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O ângulo Azimutal de Superfície varia entre -180º wa 180º.

Intensidade de radiação Solar que chega a Terra é aproximadamente 1,3 KW/m².

Conhecendo a teoria de Rayleigh e Mie que diz que a massa do ar influencia através

dos efeitos de absorção e dispersão da radiação solar. Relação (simplificada) esta que define

que:

SenAM

CosAM

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Onde:

AM é massa de ar.

e são os ângulos de incidência.

Vale ressaltar que a poluição atmosférica interfere nos resultados.

Com os dados da localidade definidos, deu inicio a definição dos dados climáticos que

influenciam de forma direta no potencial de geração de energia solar (Tabela 1).

Tabela 1 - Climática de Itaperuna-RJ.

Fonte: INMET, 2012

De acordo com a tabela climática de Itaperuna (Tabela 1) definiu-se que o mês de

Fevereiro apresenta a maior temperatura, 33ºC, e o mês de Junho apresenta a menor

temperatura mínima, 15ºC e a menor média, 21oC. Os meses de Janeiro e Fevereiro

apresentam as maiores temperaturas mínimas, 22ºC. Já os meses de maior temperatura média

são Janeiro, Fevereiro e Março. O mês de Dezembro foi o mês com o maior índice de

precipitação cerca de 208 mm. A incidência de radiação ultravioleta é muito alta, sendo 9 o

nível de UV, numa escala que vai até o máximo de 14 (CERQUEIRA e SOUZA, 2012).

Com os dados de localização definidos, o passo seguinte foi definir o potencial de

radiação Solar da localidade de Itaperuna-RJ, para a determinação desse potencial levou-se

em consideração:

Radiação ao nível do Solo

Radiação Extraterrestre.

Métodos de cálculos Matemáticos.

Localização.

Os dados obtidos no CRESEB estão apresentados na Tabela 2 e no gráfico da Figura

4.

8

Tabela 2 - Radiação Diária de Itaperuna

Fonte: CRESEB, 2012

Figura 4 - Gráfico da Radiação Diária de Itaperuna (Fonte: CRESEB, 2012)

Na tabela 2, como no gráfico da Figura 5, fica evidente que o mês com maior nível de

radiação solar é o mês de Janeiro, com 6,06 Kwh/m².dia. O mês de Junho apresenta o menor

nível de radiação solar, com 3,53 Kwh/m².dia. A média do nível de radiação foi entre 4,50 e

5,10 Kwh/m².dia. Com isso fica evidente o bom nível de radiação solar, o que viabiliza a sua

utilizando na região (CERQUEIRA e SOUZA, 2012).

A etapa seguinte foi considerar prováveis níveis de radiação para possíveis inclinações

nas instalações dos módulos fotovoltaicos (Tabela 3).

Tabela 3 - Radiação Diária de Itaperuna com inclinações

Fonte: CRESEB, 2012

9

No gráfico da Figura 6, são apresentados os dados com relação à radiação solar no

plano inclinado para a cidade de Itaperuna.

Figura 6 - Gráfico da Radiação Diária de Itaperuna com inclinações (Fonte: CRESEB, 2012)

Levantadas todas as possibilidades de viabilidade de utilização de energia fotovoltaica

no município de Itaperuna, passou-se à tarefa de identificar a melhor inclinação para o

projeto, sempre buscando encontrar a melhor solução técnico-econômica. Vale destacar que a

média de radiação solar para planos inclinados foi superior a média dos planos horizontais.

(CERQUEIRA e SOUZA, 2012).

Com o conhecimento adquiridos sobre a radiação solar, sabemos que ela não é

constante, a radiação solar oscila durante o dia, porém tem sua maior intensidade ao meio-dia-

solar, período do dia que a incidência solar é perpendicular e o sistema fotovoltaico tem sua

geração de energia máxima, que é a denominada hora solar pico. Durante o dia a radiação

solar oscila, porém em determinada parte do dia ela vai do mínimo ao máximo, retornando no

fim do dia para o mínimo ao final da tarde.

E de tamanha importância o conhecimento de horas pico da localidade que se pretende

instalar um sistema fotovoltaico, pois é nessas horas de sol pico que o painel fotovoltaico

estará gerando o máximo de energia durante o dia. O período de horas pico é compreendido

entre duas ou três horas antes e depois do meio dia solar, que é diferente de meio dia (12 h)

das horas. O meio dia Solar é quando os raios solares estão projetando na direção norte-sul,

no meridiano local, isso varia de localidade para localidade e também do período do ano.

Logo, em Itaperuna, tem-se um período de insolação de aproximadamente 8 (oito) horas e 4

(quatro) horas de horas pico (CERQUEIRA e SOUZA, 2012).

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Torna-se evidente o período das horas pico no gráfico Irradiação X Horas (Figura 7).

(CRESESB, 2012).

Figura 7 - Gráfico de Horas Solar Pico (Fonte: HM Sistemas, 2011)

A etapa seguinte é analise da área disponível do novo prédio anexo da instituição, já

que os dados geográficos, dados climáticos e o potencial solar foram definidos. Como a

localização das novas instalações se dar no fundo da instituição, fica impossibilitado a

instalação de um sistema fotovoltaico na fachada do novo prédio, devido as orientações

geográfica. Logo para uma eventual instalação de um sistema fotovoltaico só nos resta a

possibilidade da instalação na parte superior do prédio. Na figura 8, temos a planta da situação

do novo prédio.

Figura 8 - Desenho do novo predio (Fonte: Sociedade Universitária Redentor, 2012)

Analisados as possibilidades, viu que o novo prédio apresenta as seguintes dimensões

na tabela 4:

Tabela 3 – Quadro de área do Edifício Anexo ao prédio da Redentor

11

Visto as dimensões da nova instalação, a dimensão que será útil é apenas a do 5º

pavimento que apresenta uma área de 582,871 m². Sendo a proposta atender, boa parte da

demandada energética do novo prédio, a área disponível da parte superior atenderia

facilmente a proposta do projeto.

4 Conclusão

De acordo com os resultados obtidos da análise de área disponível, analisando a região

onde está localizado o Campus da Sociedade Universitária Redentor, conclui-se que essa área

tem um grande potencial para receber um sistema fotovoltaico on/off. Apresentando uma

temperatura média anual de 33ºC, com clima estável e grande incidência de radiação solar,

sendo seu nível mais alto em Janeiro, de aproximadamente 6,1 Kwh/m².dia e o menor 3,6

Kwh/m².dia em Junho, com uma média de radiação solar anual entre 5,10 e 4,5 Kwh/m².dia.

Comparando os resultados encontrados com outros países que são muito mais

dependentes da energia solar como Holanda, Alemanha e Japão, Itaperuna apresenta um

excelente nível de radiação solar, com aproximadamente o dobro da incidência solar anual

média daqueles países.

Outro fator primordial em dimensionamentos de sistemas fotovoltaicos são as horas

picos da localidade onde se pretende instalar o sistema. Na análise da localidade concluiu-se

que a disponibilidade é de aproximadamente 4 (quatro) horas de pico, que é excelente, sem

contar que são aproximadamente 8 horas de radiação solar.

Outra constatação a que se chegou foi a de que as inclinações futuras das instalações

dos painéis devem estar próximas a 23º em relação ao nível do solo, melhorando com isso seu

rendimento.

O fator importante foi à área apresentada pelas novas instalações da Sociedade

Universitária Redentor, apresentando uma área disponível de aproximadamente 590 m², área

esta que suficiente para o presente projeto. Portanto, tem-se uma viabilidade Técnica para

uma futura instalação de um sistema fotovoltaico na Sociedade Universitária Redentor, sendo

a instalação do mesmo limitado apenas a questões de estudo da viabilidade econômica.

Referências

ALDABÓ, R. Energia Solar. São Paulo: ARTLIBER, 2002.

CERQUEIRA, N. A; SOUZA, V. B. de. Energia fotovoltaica como uma solução para crise energética: análise

da viabilidade técnica de sua implantação em edifício de uma instituição de ensino superior na cidade de

Itaperuna- rj Anais do VIII Congresso Nacional de Excelência em Gestão, 2012.

CRESESB/CEPEL - Grupo de Trabalho de Energia Solar Fotovoltaica. Energia Solar e suas Aplicações, 2006.

Disponível em: http://www.creseb.cepel.br/downlaod/tutorial_solar_2006.pdf. Acessado em 14 Julho de 2011.

Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias Renováveis. Disponível em:

http://www.ider.org.br/energias-renovaveis/energia-solar. Acessado em14 de julho de 2011.

Instituto Nacional de Eficiência Energética. Disponível em:

http://www.inee.org.br/eficiencia_o_que_eh.asp?Cat=eficiencia. Acessado em 14 de julho de 2011.

Instituto Nacional de Meteorologia. Disponível em: www.inmet.gov.br. Acessado em 28 de fevereiro de 2012.

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PARIDA, B.; INIYAN, S. E.; GOIC, R. A Review of Solar Photovoltaic Technologies. Renewable and

Sustainable Energy Reviews, 2011. 1625 – 1636.

SOUZA, M. N. A Crise Energética e a Radiação Solar. Disponível em

http://mauriciosnovaes.blogspot.com/2008/12/crise-energtica-e-radiao-solar.html. Acessado em 27 de julho de

2011.

SOUZA, V. B. de.; CERQUEIRA, N. A. Estudo da Viabilidade do Uso de Energia Solar: Revisão Bibliográfica.

IV Congresso de Iniciação Científica – FAC Redentor, 2011.

TOLMASQUIM, M. T. Fontes Renováveis de Energia no Brasil. CENERGIA, 2003.