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Anais do II Simpósio Capixaba de Memória Institucional

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Anais do II Simpósio Capixaba de Memória Institucional

TEXTOS

Andréa Cristina de Barros QueirozAnaximandro Oliveira Santos Amorim

Rosilda Adelaide RufoThaís da Silva Mello Ecard Pinto

Rafael de Jesus André Luiz Ataide

VITÓRIA - ES2013

Dossi Editora

MEMORIALMINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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Copyright 2013 by Ministério Público do Estado do Espírito Santo. Memorial Qualquer parte desta publicação pode ser reproduzida desde que citada a fonte.

ORGANIZAÇÃO E EXECUÇÃO DO PROJETO Memorial do Ministério Público do Estado do Espírito Santo Equipe: Nícia Regina Sampaio – Coordenadora Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila – Agentes de Apoio Administrativo Arthur Lamborghini Ferreira e Victor Augusto Lage Pena – Estagiários

DIAGRAMAÇÃO E CAPA: Sérgio Marvila

REVISÃO: Herbert Farias

FOTOGRAFIAS: MP-ES; Garoto; TRE-ES.

TIRAGEM: 700 exemplares

Catalogação na fonte Biblioteca Pública do Estado do Espírito Santo

Simpósio Capixaba de Memória Institucional. (2 : 2012 : Vitória, ES).Anais do II Simpósio Capixaba de Memória Institucional / organização do Memorial. Ministério Público do Estado do Espírito Santo / textos de Andréa Cristina de Barros Queiroz e outros / revisão de Herbert Farias / prefácio de Paulo José da Silva e Simone da Silva Ávila. – Vitória, ES : MP-ES, 2013. 64 p. : il ; 15 x 22 cm

ISBN: 978-85-65245-02-9

– Ministério Público – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios. 2. Bandes – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios. 3. Chocolates Garoto – História – Simpósios. 4. Grupo Águia Branca – História – Simpósios. 5. Justiça Eleitoral – Espírito Santo (Estado) – História – Simpósios. I. Memorial. Ministério Público do Estado do Espírito Santo. II. Queiroz, Andréa Cristina de Barros. III. Amorim, Anaximandro Oliveira Santos. IV. Rufo, Rosilda Adelaide. V. Pinto, Thaís da Silva Mello Ecard. VI. Jesus, Rafael de. VII. Ataide, André Luiz. VIII. Título. CDD. 981.52

Rua Procurador Antônio Benedicto Amancio Pereira, 121Edifício Edson Machado – Santa Helena – Vitória/ES – CEP. 29050-265

Telefone: (27) 3194 4500 – www.mpes.gov.br

S61A

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SUMÁRIO

Mensagem ..................................................... ................................5

Agradecimentos .........................................................................7

Prefácio ......................................................................................9

A Memória Institucional: uma questão de identidade e de políticasde preservação e de disseminação dos seus acervos ...............13Andréa Cristina de Barros Queiroz

Centro de Documentação e Memória Bandes: um relato ...........21Anaximandro Oliveira Santos Amorim

Centro de Documentação e Memória da Chocolates Garoto: Memória Empresarial, uma chave de oportunidades .................31Rosilda Adelaide RufoThaís da Silva Mello Ecard Pinto

Centro de Memória Águia Branca: uma história de 65 anos do Grupo Águia Branca ......................41Rafael de Jesus

Os 80 anos da Justiça Eleitoral no Espírito Santo .................... 51André Luiz Ataide

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Ministério Público do Estado do Espírito Santo

MENSAGEM

Compreender, guardar e registrar a memória do Ministério Público significa também compreender, guardar e registrar a memória do Estado Democrático de Direito no Estado Brasileiro.

Após uma breve visita à história da democracia no país, percebe-se que a proeminência do Ministério Público acontece quando há uma abertura para o exercício pleno da cidadania, representado pelo acesso aos direitos fundamentais como saúde, educação e meio ambiente, entre outros.

A Constituição Cidadã, de 1988, delimitou como atividade finalística do Ministério Público defender a ordem jurídica e do regime democrático, dos direitos e garantias assegurados na Carta Maior, além de zelar pelo efetivo respeito aos poderes públicos e aos serviços de relevância pública.

Assim, os registros históricos revelam que a escolha do Ministério Público como o defensor, por excelência, dos direitos fundamentais foi acertada. Muitos avanços foram alcançados, contudo ainda não foram consolidados. Dessa forma, para que o rumo da história se processe sem retrocessos e violação a direitos conquistados, é necessário sempre um revisitar aos fatos passados, identificando os melhores acertos e os maiores erros.

Nesse viés, o Memorial do Ministério Público pretende atuar como elo entre o passado e o futuro, sendo um instrumento libertário e de construção de um Estado de bem-estar social.

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Por fim, convém salientar que, em meio a tantos sinais que apontam para a desconstrução e violação de direitos e garantias, os registros históricos da Instituição apontam para um sentido oposto, na medida em que põem em relevo as vitórias conquistadas pelo Ministério Público em parceria com a sociedade e que devem permanecer na memória coletiva, reconhecidas como valor essencial e impulsionador de novas conquistas.

Nícia Regina SampaioPromotora de Justiça

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Ministério Público do Estado do Espírito Santo

AGRADECIMENTOS

Na realização do II Simpósio Capixaba de Memória Institucional, contamos com a colaboração de diversos setores do Ministério Público do Espírito Santo (MP-ES): Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), Assessoria de Comunicação (ASCM), Cerimonial e o Serviço de Suporte Administrativo (SSAD).

O Ceaf, ao qual o Memorial atualmente está vinculado,

referente ao material de divulgação (fôlder e cartaz), pela recepção dos participantes e pela confecção dos

divulgação do Simpósio, vinculando notas sobre o evento no site e na intranet da instituição, e enviando releases para a imprensa local. Ao Cerimonial, coube a condução do evento e ao SSAD, a viabilização do coffee break servido aos participantes.

O apoio das instituições que apresentaram seus centros de documentação e memória foi primordial para o sucesso do evento. O Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes), a Chocolates Garoto, a Águia Branca Participações e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES) disponibilizaram fôlderes e material de expediente para compor, junto a um exemplar dos Anais do I Simpósio Capixaba de Memória Institucional, a pasta entregue a todos os participantes.

Um agradecimento especial ao professor Antônio Luiz Mattos de Souza Cardoso, chefe do Departamento de Biblioteconomia da Ufes, pelo empenho na divulgação do Simpósio aos alunos dessa Universidade.

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Ao Instituto Goia, que, em parceria com a Prefeitura de Vitória, realiza o Projeto Visitar no centro da cidade, somos gratos pela disponibilização de material de divulgação (cartões-postais, calendário e mapa) do Centro Histórico de Vitória.

À então dirigente do Ceaf e coordenadora do Memorial, Nícia Regina Sampaio, por incentivar esse evento como meio de preservar a história institucional e aproximar o MP-ES da sociedade. À atual dirigente do Ceaf, Sabrina Coelho Machado Fajardo, e ao procurador-geral de Justiça, Eder Pontes da Silva, nosso agradecimento por terem tornado possível a publicação destes anais.

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Ministério Público do Estado do Espírito Santo

PREFÁCIO

O Memorial do Ministério Público do Estado do Espírito (MEMP) concebeu o Simpósio Capixaba de Memória Institucional buscando o diálogo com outras instituições e organizações que possuem, ou pretendem constituir, centros de documentação e memória. Esse Simpósio, criado com o objetivo de fazer parte do calendário acadêmico e cultural do estado do Espírito Santo, tem como meta o enriquecimento da discussão sobre a identidade e o papel do Ministério Público no estado e a criação de uma interface entre ele, empresas, universidade, instituto histórico e demais setores governamentais e da sociedade em geral.

Nesta segunda edição do evento, no dia 25 de outubro de 2012, debatemos a importância do desenvolvimento de pro-gramas de preservação da memória institucional e abrimos um espaço para as empresas apresentarem suas experiên-cias bem-sucedidas nesse campo.

O II Simpósio Capixaba de Memória Institucional foi realizado no Auditório Promotor Deo Schneider, da Procuradoria-Geral de Justiça, e teve a participação de membros, servidores e colaboradores do Ministério Público, instituições públicas e

jurídicas e da informação.

A conferência e as comunicações proferidas e divulgadas nestes anais têm o intuito de contribuir para a ampliação

capixaba, esta publicação oportuniza àqueles que não participaram do evento o acesso ao tema debatido.

Estes anais apresentam, em seu primeiro capítulo, o texto A Memória Institucional: uma questão de identidade e

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de políticas de preservação e de disseminação dos seus acervos, de Andréa Cristina de Barros Queiroz. A autora é doutora em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), onde atua como diretora da Divisão de Memória Institucional do Sistema de Biblioteca e Informação (SiBI/UFRJ).

O texto trata da memória como construção feita no presente a partir de vivências e experiências ocorridas num passado que se deseja lembrar ou esquecer. Essa memória subjetiva e seletiva nos remete a uma dimensão coletiva, social e, por extensão, institucional. Nesse sentido, são apresentadas as ações desenvolvidas na UFRJ em prol da organização, preservação e divulgação dos acervos da instituição, visando contribuir para a produção do conhecimento gerado na universidade.

O segundo capítulo trata do Centro de Documentação e Memória (CDM/Bandes) como espaço destinado ao estudo, à pesquisa e à preservação do acervo e da memória do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo S/A. Essa comunicação, apresentada pela gerente de Inovação Institucional responsável pelo CDM/Bandes, Vanessa Vaillant Beltrame Colodetti, está representada nesta publicação por meio do artigo intitulado Centro de Documentação e Memória Bandes: um relato, escrito pelo pesquisador Anaximandro Oliveira Santos Amorim.

O tema Centro de Documentação e Memória da Chocolates Garoto: Memória Empresarial, uma chave de oportunidades, foi discorrido pela assessora de Imprensa e supervisora da Memória Empresarial Garoto, Rosilda Adelaide Rufo. O capítulo com essa apresentação, que tem a coautoria de Thaís da Silva Mello Ecard Pinto, estagiária de Arquivologia lotada na Assessoria de Comunicação Corporativa da Chocolates Garoto (Arquivo-Geral), relata as atividades dessa empresa para a criação do seu CDM e analisa sua importância

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na instituição e seus produtos e serviços prestados à comunidade, à empresa e aos seus stakeholders.

O quarto capítulo traz a comunicação Centro de Memória Águia Branca: uma história de 65 anos do Grupo Águia Branca, do analista de Comunicação Rafael de Jesus. Criado para ser um espaço para preservação do acervo histórico do Grupo Águia Branca e de relacionamento com seus públicos estratégicos, esse centro de memória tem como objetivos difundir o conhecimento, contribuir na formação acadêmica de jovens e adultos, ampliar o relacionamento do grupo com a comunidade local e fortalecer a imagem positiva da empresa.

Completa estes anais o relato do projeto de exposição

histórico, em comemoração aos 80 anos da Justiça Eleitoral no Brasil, apresentado no Simpósio pelo diretor-geral do TRE-ES, Alvimar Dias Nascimento. O texto Os 80 anos da Justiça Eleitoral no Espírito Santo, escrito pelo analista judiciário/arquivista do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES), André Luiz Ataíde, descreve a concepção e realização dessa exposição pela Comissão de Preservação e Memória

criar meios de preservar o material histórico produzido e recebido no âmbito dessa Egrégia Corte e com a intenção de montar um centro de memória.

Paulo José da SilvaSimone da Silva Ávila

Agentes de Apoio AdministrativoCEAF-Memorial

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A Memória Institucional

Michel de Certeau (2002, p.77) salientou que os lugares permitem e interditam as produções da história, tornando possíveis certas pesquisas em função de conjunturas e problemáticas comuns e, por outro lado, impossibilitando outras. Por sua vez, os grupos, classes e indivíduos também estão em constante disputa pelo poder. As relações entre poderes, muitas vezes, definem o que será lembrado e o que deverá ser esquecido. Seja como for, é no âmbito da noção de poderes que se define o que ficará registrado em livros e programas escolares, por exemplo, tornando-se “memória histórica”, ou a denominada “história oficial”.

A memória, dessa forma, está diretamente ligada aos mecanismos de controle e dominação de alguns grupos sobre outros. A evocação da memória também está vinculada a um tempo presente. Mesmo remetendo a uma lembrança do passado, é a necessidade presente que norteia a evocação memorialística. Nesse sentido, é pertinente termos a consciência de que os interesses do presente norteiam e

passado.

A MEMÓRIA INSTITUCIONAL: UMA QUESTÃO DE IDENTIDADE E DE POLÍTICAS DE

PRESERVAÇÃO E DE DISSEMINAÇÃO DOS SEUS ACERVOS

Andréa Cristina de Barros Queiroz*

* Doutora em História Social (PPGHIS/UFRJ); diretora da Divisão de Memória Institucional – SiBI/UFRJ; Prof.ª Dr.ª do Curso de História da Universidade Unigranrio. E-mail: [email protected].

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A “rememoração” [...] proporciona o sentimento da distância temporal; mas ela é a continuidade entre presente, passado recente, passado distante, que me permite remontar sem solução de continuidade do presente vivido até os acontecimentos mais recuados da minha infância (RICOUER, 1996, p.8).

Para Paul Ricoeur, existe uma distinção entre rememoração (parte de um processo de elaboração individual) e comemoração (trabalho de construção de uma memória coletiva). A mediação entre a memória individual e a coletiva passaria, então, a produzir uma identidade narrativa, inscrita no tempo e na ação. De acordo com Ricoeur, como a memória possui caráter seletivo, ocorre uma manipulação desta em função da utilização deliberada do esquecimento. Os usos dessa seleção da memória coletiva encontram-se, portanto, nesse processo de rememoração social, cuja intenção é justamente a de impedir o próprio esquecimento. Lembramos que as utilizações sociais da memória são visíveis nesse fenômeno das comemorações que, em todas as partes do mundo, vêm se impondo como um ritual nacional. Consagrando o universalismo dos valores de uma comunidade, as comemorações buscam, nessa

reviver de forma coletiva a memória de um acontecimento considerado como ato fundador, a sacralização dos grandes valores e ideais de uma comunidade constituindo-se no objetivo principal. A comemoração tem por objetivo demonstrar que o acontecimento “rememorado”, por seu valor simbólico, pode se reportar ao devir. As comemorações buscam, pois, nessa reapropriação do acontecimento passado, um novo regime de historicidade, projetando-o em direção ao futuro.

Para a historiadora Verena Alberti (2004, p. 33), as formas de concepção do passado também são formas de ação, já que “conceber o passado não é apenas selá-lo sob determinado

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desencadear ações”.

Assim, ressaltamos que memória e identidade são conceitos intrinsecamente ligados, constituindo-se mutuamente num processo no qual a primeira dá substrato à segunda. Através de uma constante seletividade de elementos, a memória busca a legitimação do que deve prevalecer na lembrança e por isso também é objeto de constante disputa de poderes. Isso também vale para a memória institucional. Se é verdade que uma instituição é constituída por uma complexa rede de relações estabelecidas, não somente nos papéis e registros

fundamentadas em valores e normas adotadas pelos sujeitos que as constituem e nela atuam, é também sabido que a identidade compartilhada é um poderoso fator de coesão de grupos (BOURDIEU, 2001, p. 37).

institucional e através dele podemos perceber a atuação dos diversos grupos implicados nesse processo, bem como a relação destes com os diversos tipos de memórias que se perpetuam ou se apagam. O discurso a que nos referimos extrapola a noção de textos, documentos, objetos e falas. Refere-se também à relação que os sujeitos estabelecem com o meio social e ao processo histórico em curso. Para Pollak (1992), a memória, em todos os níveis, é um fenômeno construído social e individualmente e por isso, tem ligação direta com o sentimento de identidade.

Seja como for, reconhecemos a importância da construção

diante da necessidade de se estabelecer uma identidade não apenas da própria instituição, mas da ação dos diferentes sujeitos que participaram desse processo; e que tem no passado o seu lugar de construção, e no presente a tarefa

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individual, e ao mesmo tempo coletiva, de preservação, salvaguarda e difusão dessa memória, ou melhor, dessas memórias.

E nesse momento, estabelece-se um diálogo entre as diferentes memórias em disputa dentro de uma instituição e os “lugares de memória” por ela produzidos. Estamos nos referindo ao conjunto de iniciativas de registro dos dados coletados em atividades de pesquisa e/ou no recolhimento de materiais didáticos, relatos, documentos, móveis, utensílios,

que constituíram e constituem uma dada instituição que, percebidos em sua dimensão histórica, são inventariados em conjuntos coerentes, sendo em seguida socializados para a consulta do público interessado. Dessa forma, tais acervos tornam-se depositários da história da instituição, passando a compor o seu patrimônio cultural.

Como destacou Andreas Huyssen (2000, p. 72), “sem memória, sem a leitura dos restos do passado, não pode haver o reconhecimento da diferença [...], nem a tolerância das ricas complexidades e instabilidades pessoais e culturais, políticas e nacionais”. Por isso mesmo, é necessário que se reforce junto às instâncias superiores de governo, às agências de fomento e até mesmo aos empresários a importância da salvaguarda da memória das instituições, bem como da necessidade de viabilizar recursos materiais importantes à recuperação, à preservação e à disseminação de informações sobre esses acervos memorialísticos, uma vez que eles traduzem não somente o legado histórico-político-cultural da instituição, mas de toda a sociedade que dialoga e interage com tais instituições.

As políticas institucionais de preservação e de disseminação de seus acervos – a Universidade Federal do Rio de Janeiro

O equacionamento entre a consciência da necessidade de preservação e os recursos materiais viabilizados para tal

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temos a consciência de que, ao nos colocarmos como defensores e “guardiões” de acervos memorialísticos, assumimos grande responsabilidade perante as futuras gerações. O direito à memória é um direito de cidadania. Por tudo percebemos a necessidade de se estabelecer

para a salvaguarda dos patrimônios e acervos materiais e imateriais, tão espalhados e fragmentados na Universidade Federal do Rio de Janeiro.

Como entidade pública, a universidade tem, entre suas funções, assegurar à sociedade o direito de acesso a todas as informações sobre sua origem, trajetória e funcionamento,

construção de saberes e da cidadania. A organização, a preservação e a divulgação dos acervos contribuem para pesquisas que tenham como objeto de estudo a produção do conhecimento gerado na universidade, grosso modo, e, por conseguinte, para a compreensão da construção e da

de nosso país.

Com a criação do Grupo de Pesquisa em Memória, História e Documentação e do Projeto Memória, Documentação e Pesquisa, desde 2006, dentro da Divisão de Memória Institucional (DMI) do Sistema de Bibliotecas e Informação (SiBI) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estabeleceu-se o objetivo comum de preservação, análise e difusão dos acervos que fazem parte da história e da memória da UFRJ. Dessa maneira, foram feitos levantamentos sobre esses acervos, sobre os “lugares de memória” onde eles estão organizados e sobre como estão disponibilizadas essas informações ao público.

preservação desses acervos e a difusão das pesquisas já existentes, a Divisão de Memória Institucional promove anualmente a série de seminários Memória, Documentação

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e Pesquisa, que visa, além da divulgação do acervo e patrimônio institucional, uma análise da produção técnico-

livro das conferências e palestras apresentadas nessa série, que podem ser consultadas e baixadas da página da DMI/UFRJ (www.sibi.ufrj.br/Projeto/memoria.html).

Com a contribuição de uma equipe interdisciplinar de pes-quisa, formada por pesquisadores, docentes e discentes da

-tamento e a análise de diferentes acervos documentais da

-

e arquitetônico, e as pesquisas relativas à constituição do acervo de História Oral da UFRJ, buscando fazer um levan-tamento dos diversos gestores que comandaram a univer-sidade, bem como dos diferentes servidores que moram ao redor do campus da Cidade Universitária da Ilha do Fundão e que participaram literalmente de sua construção.

Retomamos a dimensão de que as memórias individual e coletiva sempre se fazem em algum lugar, que lhes imprime uma referência. Assim, os lugares constituem-se representa-ções importantes na memória dos indivíduos e da socieda-de. Assim como as mudanças empreendidas nesses locais sempre acarretam mudanças na percepção da realidade e das vidas, que se inscrevem nesses “lugares”.

Por tudo isso, há a necessidade de se compreender como se constituem os “lugares de memória” dentro das instituições, sejam arquivos, museus, bibliotecas, centros culturais e núcleos de memória, entre outros, e como eles organizam os seus acervos e promovem a sua disseminação dos mesmos. Com isso, podemos tomar esses lugares e seus acervos não somente como fontes para a história institucional, mas também como objetos de pesquisa.

Portanto, no trabalho que desenvolvemos na DMI/UFRJ

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da instituição, e, como a demanda pela memória é diária, esses dados podem ser alterados no instante de nossa fala. Contudo, há que se ter cuidado com essa chamada “sedução pela memória” (HUYSSEN, 2000), pois ela pode gerar uma explosão de memórias comercializadas, que trazem à tona os excessos produzidos com o boom de informações na era digital. Disso decorre outra demanda, principalmente quando o que está em jogo são os usos das novas tecnologias para o armazenamento e preservação desses acervos, e o posterior acesso do público na leitura e manuseio desses suportes em que os acervos serão arquivados.

ReferênciasALBERTI, Verena. Ouvir contar: textos em história oral. Rio de Janeiro: FGV, CPDOC, 2007.

HALBWACHS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Centauro, 2006.

HUYSSEN, Andreas. Seduzidos pela memória: arquitetura, monumentos, mídia. Rio de Janeiro: Aeroplano, 2000.

FERREIRA, Marieta de Moraes. História oral, comemorações e ética. Projeto História. Ética e História oral, São Paulo, n. 15, p.157-164, abr. 1997.

OLIVEIRA, Antonio José B. de; QUEIROZ, Andréa C. B.; MELLO, Paula M. A. M. Projeto Memória da UFRJ. Rio de Janeiro, 2009. (Mimeo)

POLLAK, Michael. Memória e identidade social. Estudos Históricos. Rio de Janeiro. v. 5, n.10, p.200-212, 1992.

XAVIER, Libânia Nacif. Iniciativas de preservação da memória institucional na UFRJ. [199-]. Mimeo.

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Resumo:

O presente artigo tem como objetivo tecer um relato, ainda que breve,

do Centro de Documentação e Memória Bandes. O CDM-Bandes é um

espaço destinado ao estudo, à pesquisa e à preservação do acervo e

da memória do Bandes. O CDM é responsável por manter a memória

da instituição, preservar as fontes de interesse histórico, além de primar

pela disseminação do conhecimento acumulado dentro da empresa.

Inaugurado em dezembro de 2010, o CDM reúne documentos históricos

e conta a história da instituição, tendo como pano de fundo a história

do desenvolvimento do Espírito Santo. Seu espaço físico se constitui

de uma exposição permanente sobre o desenvolvimento do Bandes e

do estado, documentos de caráter museológico, expostos em vitrines,

um arquivo com estudos, teses, pesquisas e outros documentos que

remontam ao planejamento do desenvolvimento do estado, além de sala

de projeção e de uma biblioteca técnica com amplo espaço para leitura,

todos abertos ao público para visita e pesquisa.

Palavras-chave: Centro de Documentação e Memória, Bandes, memória

institucional, acervo.

1 - Introdução

Durante muitos anos, as corporações não se preocuparam

“obsoleto” se tornava “velho” e deveria ser “descartado”. Muitas empresas perderam documentos, hoje considerados

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E MEMÓRIA BANDES: UM RELATO

Anaximandro Oliveira Santos Amorim*

* Técnico Bancário/Pesquisador da Gerência de Informação do Banco de Desenvolvimento do Espírito Santo (Bandes).

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importantíssimos, por causa, sobretudo, da chamada doutrina da “Qualidade Total”, máxima dos anos 1990, que estimulava tal pensamento.

Com o tempo, no entanto, percebeu-se a importância da preservação da chamada “Memória Empresarial”, que nada mais é do que uma ferramenta de gestão, um mecanismo para compreensão da empresa no seu contexto (STROHNSCHOEN: s/d). Assim, e mais precisamente a

do resgate dessa memória pugnou pela recuperação das muitas histórias institucionais, como forma, até mesmo, de manter viva a identidade corporativa e situar o colaborador nesse estado de coisas, fortalecendo as instituições. Como

Empresarial tem como responsabilidade “a constituição, a guarda e a exploração da memória coletiva com uma

viver o presente e preparar o futuro”.

Inaugurado em dezembro de 2010, o Centro de Documentação e Memória Bandes (CDM) é um espaço destinado ao estudo, à pesquisa e à preservação do acervo e da memória do Bandes, além de primar pela disseminação do conhecimento acumulado dentro da empresa (PORTAL: 2012).

Seu espaço físico se constitui de uma exposição permanente sobre o desenvolvimento do Bandes e do estado, documentos de caráter museológico, expostos em vitrines, um arquivo com estudos, teses, pesquisas e outros documentos que remontam ao planejamento do desenvolvimento do estado, além de sala de projeção e de uma biblioteca técnica com amplo espaço para leitura, todos abertos ao público para visita e pesquisa (PORTAL: 2012).

ruínas, transforma-se em conhecimento que diferencia as

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instituições frente aos seus concorrentes, mostrando para a sociedade o que elas têm de genuíno, singular.

2 - Por que criar um CDM no BANDES?

Criado em 20 de fevereiro de 1967 pela Lei Estadual nº 2.279, ainda com o nome de Codes (Companhia de Desenvolvimento do Espírito Santo), e transformado em banco em 1969 pela Lei Estadual nº 2.413 daquele ano (RELATÓRIO: 1970), o Bandes padeceu com um problema. Após quase meio século de existência e muita história a ser contada, os colaboradores, sobretudo os mais antigos do banco, perceberam que a memória institucional estava se acabando, seja com a aposentadoria dos empregados mais antigos, seja pelo turn over dos mais novos, que acabavam tendo pouco contato com a história do banco. Além disso, percebia-se que a identidade da instituição ia se perdendo, o que, a longo prazo, pode contribuir para o enfraquecimento da corporação, além de vários problemas daí decorrentes.

A solução adotada para manter viva a história institucional e fortalecer a identidade do banco foi a criação de um CDM, o Centro de Documentação e Memória, a reboque do que já vinha acontecendo em outras instituições, tais como Vale, Votorantim, Garoto e Águia Branca, num movimento de resgate à memória institucional.

3 - O CDM-BANDES

Inaugurado em dezembro de 2010, o CDM-Bandes foi construído no 1º andar do Edifício Caparaó, onde funciona o Bandes. A aquisição revestiu-se de simbolismo, visto que esse foi o último andar adquirido pelo banco (presente no imóvel desde 1971) (RELATÓRIO: 1972), totalizando a ocupação completa dos 13 andares do imóvel. E foi por causa disso, dentre outros fatores, que se pensou em instalar ali um Centro de Documentação e Memória.

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O CDM-Bandes reúne documentos históricos e conta a trajetória da instituição, tendo como pano de fundo a história do desenvolvimento do Espírito Santo. Ali, podem-se encontrar 19 painéis, sendo 17 deles luminosos, que contam não apenas a saga do banco, mas também da economia capixaba, sobretudo a partir da década de 1960, uma vez que as duas histórias encontram-se intimamente imbricadas, o que reforça ainda mais a importância do local. Há aí também oito totens, com exposição de documentos importantes para a história da empresa, como o primeiro balanço contábil e a primeira “carta-patente”, além de livros e demais objetos; é possível encontrar ali também uma galeria de fotos de todos os presidentes da instituição, todos eles homens de importância na história econômica do Espírito Santo.

Mas engana-se quem pensa ser o CDM-Bandes tão somente um local de preservação documental. O espaço conta com um diferencial fundamental em relação aos outros centros: a chamada “agregação de conhecimento”. É que o local também tem uma biblioteca institucional, transformando-se em um espaço destinado ao estudo, à pesquisa e à preservação do acervo e da memória do Bandes. Para tanto, conta com um bibliotecário e uma estagiária de Biblioteconomia, para auxiliar na ciência da informação, além de um pesquisador, dentre seus colaboradores de carreira, que tem por objetivo dar apoio ao estudante, seja interno ou externo, durante as pesquisas sobre temas pertinentes ao banco.

Seu espaço físico se constitui de uma exposição permanente sobre o desenvolvimento do Bandes e do estado, documentos de caráter museológico, expostos em vitrines, um arquivo com estudos, teses, pesquisas e outros documentos que remontam ao planejamento do desenvolvimento do estado, além de sala de projeção e de uma biblioteca técnica com amplo espaço para leitura, todos abertos ao público para visita e pesquisa.

Para poder concretizar tudo isso, o CDM conta com o seguinte acervo (PORTAL: 2012):

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estaduais e interestaduais à disposição para leitura;

anúncios, campanhas e brindes institucionais;

documentos internos, entre outros.

4 - As ações do CDM-BANDES

Objetivando a criação de um espaço de pesquisa que não seja estático, mas que proponha ações para a circulação de pessoas, principalmente pesquisadores interessados em se utilizar do local, o CDM-Bandes trabalha basicamente com dois eixos, quais sejam, atividades e eventos. As atividades são as seguintes (PORTAL: 2012):

o Centro de Documentação e Memória conta com um pesquisador residente, cujo trabalho é, além de estudar os documentos históricos da instituição, dar suporte a estudantes, professores ou demais pessoas interessadas em efetuar pesquisas dentro das dependências do Bandes, no acervo do banco, sobre o banco ou sobre assuntos relacionados direta ou indiretamente com o acervo e o banco.

a) O InfoBandes é realizado às quartas-feiras, contém informações selecionadas dos cadernos de informática de diversos jornais online e é enviado via e-mail aos colaboradores e posteriormente arquivado eletronicamente e trimestralmente gravado em CD e/ou DVD. O

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Informativo é dividido em três grandes áreas, a saber: Gestão de TI, Sistemas e Aplicativos e Produtos e Periféricos;

b) O Bandes Informa é promovido de 15

do Bandes e novos materiais que entraram no acervo da biblioteca. Com uma sinopse de cada livro e com o sumário dos principais artigos das revistas, é encaminhando via e-mail para os colaboradores do Bandes e posteriormente arquivado eletronicamente e trimestralmente gravado em CD e/ou DVD;

c) O Clipping Jurídico se dá às sextas-feiras, com base na leitura e seleção de materiais com foco em legislação e tributos, publicados no jornal Valor Econômico/Legislação & Tributos (caderno), sites da OAB (oab.org.br) e Universo Jurídico (uj.com.br). É encaminhado via e-mail para os colaboradores do setor jurídico do Bandes e posteriormente arquivado eletronicamente e trimestralmente gravado em CD e/ou DVD;

d) O Arrob@ é realizado às terças-feiras, com base na leitura e seleção de materiais com foco voltado para o universo do agronegócio. Entrega, semanalmente, informações e notícias atuais, com o objetivo de auxiliar no trabalho dos técnicos do Bandes. É encaminhado via e-mail para os colaboradores do setor de crédito rural do Bandes e posteriormente arquivado eletronicamente e trimestralmente gravado em CD e/ou DVD.

estudos, apresentando títulos constantemente renovados e à disposição, além de um bibliotecário chefe e uma estagiária

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de Biblioteconomia treinados para atender às demandas dos colaboradores e dos pesquisadores de fora da instituição.

-mente, sempre com as novas aquisições, sendo reportado via boletim quinzenalmente.

5 - Os eventos do CDM-BANDES

Os eventos são os seguintes (PORTAL: 2012):

mesmo sketchescomo “liderança”, “trabalho de equipe” e outros relacionados

apresentação quinzenal de trinta minutos da vida e obra de um escritor brasileiro ou estrangeiro, morto ou vivo, e debate de um texto desse mesmo autor. Há também minipalestras de autores locais, expondo suas obras ou falando sobre

programa.

ensinos médio e superior com objetivo de fazer conhecer o Centro de Documentação e Memória e o banco, graças a uma exposição do acervo permanente, como forma de não apenas divulgar o trabalho da instituição, mas servir como atividade de extensão das instituições de ensino. As visitas guiadas sempre culminam com uma palestra, nas áreas de gestão, empregabilidade ou qualquer outro tema congênere. Nas visitas técnicas, os alunos têm a oportunidade de conhecer a história do banco, coadunada com a história econômica do estado. A visita pela exposição complementa os conteúdos de

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muitos desses alunos, ter uma instituição como o Bandes de portas abertas para recebê-los é uma oportunidade única de conhecer o funcionamento de uma importante empresa para a economia estadual. Nas palestras os alunos também podem conhecer as oportunidades de crédito que o Bandes oferece, sobretudo para empreendedores informais e de micro e pequenos negócios. Assim, eles são estimulados a desenvolver um espírito empreendedor. As visitas mostram que o acesso ao crédito é possível, por meio do Bandes, um instrumento de desenvolvimento do estado.

6 - Conclusão De março a junho de 2012, com a efetivação do programa de visitas guiadas, passaram pelo CDM mais de 800 alunos de turmas de ensino médio e deste com técnico integrado. Principais cursos das escolas: Ensino Médio com técnico integrado de Logística, de Recursos Humanos e de Administração de Empresas, e Ensino Médio normal. Essencial atentar-se também para a importância de retirar os alunos da sala de aula, tornando o aprendizado mais

nosso acervo, com mais de 1700 títulos à disposição para pesquisa e de portas abertas para esses alunos (esquema open doors). Ademais, saliente-se o acontecimento de algumas visitas noturnas, em caráter especial e fora do horário normal de funcionamento, para atender à demanda de alunos que trabalham o dia todo e não podem comparecer em horário comercial, demonstrando o compromisso do CDM-Bandes com o aprendizado.

7 - Referências

BANDES. Relatório 1972. Vitória, 1972.

BANDES. Relatório 3 anos da Companhia de Desenvolvi-mento Econômico do Espírito Santo. Vitória, 1970.

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PORTAL DE INOVAÇÃO. CDM. Disponível em: http://inovacao/dotnetnuke/CDM/tabid/169/Default.aspx. Acesso em 23 ago 2012.

STROHNSCHOEN, Ana Maria. Um estudo sobre como algumas empresas da região trabalham seu histórico: o que pode ser memória institucional no contexto destas práticas. Belo Horizonte, Compós, s/d.

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Chocolates Garoto - História

Fundada em 1929 pelo imigrante alemão Henrique Meyerfreund, a Chocolates Garoto possui duas fábricas localizadas no bairro Glória, em Vila Velha, com cerca de 3.500 colaboradores diretos e 14 mil empregos indiretos.

Com 83 anos de história, a empresa detém um sólido portfólio. Entre os produtos destacam-se os ovos de Páscoa, bombons, tabletes e coberturas de chocolate para uso culinário.

Esses produtos estão presentes em mais de 400 mil pontos de vendas em todo o Brasil e são exportados para mais de 50 países. Dentre muitos projetos executadas pela empresa, pode-se destacar o Centro de Documentação e Memória.

Centro de Documentação e Memória-História

Segundo Paulo Nassar, jornalista, escritor e diretor-executivo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje), o conjunto de acervos históricos, que abrange

CENTRO DE DOCUMENTAÇÃO E MEMÓRIA DA CHOCOLATES GAROTO:

MEMÓRIA EMPRESARIAL, UMA CHAVE DE OPORTUNIDADES

Rosilda Adelaide Rufo*Thaís da Silva Mello Ecard Pinto**

* Especialista em Comunicação, Bibliotecária e Arquivista. Assessora de Imprensa e supervisora da Memória Empresarial Garoto.

**Graduanda em Arquivologia na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Estagiária da Assessoria de Comunicação Corporativa Chocolates Garoto (Arquivo-Geral).

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documentos relacionados ao desenvolvimento das pessoas, das cidades, dos negócios e da comunicação empresarial, deve ser preservado e colocado à disposição da sociedade (NASSAR, 2010).

Pensando nisso, e atendendo a um antigo anseio da

parte da história do Espírito Santo e do chocolate no Brasil, foi criado o CDM – Centro de Documentação e Memória – da empresa Chocolates Garoto. Sua missão é resgatar, ordenar e divulgar ao público interno aos consumidores e à comunidade a memória da Chocolates Garoto, garantindo a preservação de seu patrimônio documental e o registro perene da evolução da empresa.

Assim, faz-se necessária a existência de um ciclo de ações baseado em atrair, reter e desenvolver atitudes, valores e reconhecimentos dentro e fora da empresa, que alimentarão as informações e exposições apresentadas no CDM. A ação de atrair baseia-se na exposição da empresa, no fortalecimento da relação com a comunidade e na agregação

Figura 1 - Empresa Chocolates Garoto

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de valor ao negócio. Reter tem por objetivo proporcionar um reconhecimento das áreas e um bom relacionamento com os gestores. E por último a ação de desenvolver refere-se à pesquisa e novos produtos.

1 - CRIAÇÃO

A criação do CDM ocorreu em 1999, em comemoração aos 70 anos da Chocolates Garoto. Contou com a consultoria da Memória & Identidade de São Paulo e ainda com uma equipe de historiadores, bibliotecários e arquivista, que atuaram no levantamento das informações necessárias. Dentre as atividades dessa equipe, destacam-se: a reunião da documentação existente em diversos setores da empresa, organização e disponibilização para consultas e visita ao

baseado na estrutura da empresa e criação de um banco

um moderno conceito de memória empresarial, que alia a divulgação institucional e a prestação de serviços/produtos ao público interno e externo. Seu sucesso é comprovado por um público de mais de 285 mil pessoas, entre turistas, pesquisadores, estudantes e outros interessados que já visitaram o local em 13 anos.

1.1 - Espaço físico e programação para visitação

da empresa de forma expositiva e por meio de vídeos, além de uma exposição permanente que percorre décadas de história brasileira, expondo, por meio de peças museológicas e documentos históricos, a evolução da Garoto desde a sua fundação. Os horários de visitas são: segunda-feira, das 13h às 16h30 e de terça a sexta-feira, das 8h às 16h30. As visitas são gratuitas e só precisam ser agendadas para grupos com mais de 20 pessoas.

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1.2 - Público e usuário

Localizado na matriz da fábrica, em Vila Velha, Espírito Santo, o CDM está aberto à visitação pública. Em números, de 1999 a 2012, o CDM recebeu 152.316 visitantes e 132.874 alunos de escolas públicas e particulares. Além da comunidade, atende aos setores da empresa que solicitam informações

estratégico e estudantes que estão fazendo trabalhos escolares ou acadêmicos sobre determinados assuntos relacionados à empresa.

Figura 3 Escolas visitando o CDM

Figura 2 - Centro de Documentação e Memória

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1.3 - Tipos de material para consulta e exposição oferecidos pelo CDM

O CDM tem um acervo textual formado por documentos de valor histórico, correspondentes a diferentes fases da empresa, desde a fundação até os dias atuais; acervo

diversos suportes (negativos, positivos, slides e cromos); acervo audiovisual estruturado com vídeos institucionais, clippings eletrônicos, propagandas, CDs etc; acervo museológico formado por máquinas e equipamentos, embalagens de produtos, mostruários etc.; e banco de depoimentos composto pelo registro de entrevistas com funcionários, ex-colaboradores e outras pessoas que, direta ou indiretamente, participaram da trajetória da empresa.

Figura 4 - Acervo do CDM

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1.4 - Catalogação e classificação do acervo

Para gerenciar suas informações, o CDM utiliza uma base de dados própria – Sistema CDM. Essas informações são

especialmente desenvolvido para atender à necessidade da organização. Segue um exemplo desse plano:

GRUPO: MARKETING

Séries:Marketing de produtoLançamento e relançamento de produtos (fotos; audiovisual) Promoções especiais (fotos; audiovisual)Campanha publicitária (fotos)Catálogos de produtos Promoção em Pontos de Venda – PDV (fotos)Material promocional (Boston, cartaz, display)EmbalagensAções de MarketingPesquisa de mercadoParticipação em feiras (fotos)Serviços de atendimento ao consumidor Receitas

Figura 5 - Sistema CDM

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2. ATIVIDADES, DESAFIOS E OPORTUNIDADES

Dentre as atividades do CDM, pode-se elencar:

(acesso à cultura);

como: marketing, comunicação, jurídico, desenvolvimento de produtos, exportação, etc.

Chocolates Garoto;

produto, etc.);

com Pimenta, exposição em Shopping);

site;

Fan page Garoto, Talento e Serenata;

empresarial da empresa, em diferentes suportes;

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seu desenvolvimento, como: pilares da marca, criação do Livro de 80 anos Garoto; exposições temáticas (50 Anos da Findes, 10 Anos de Talento, 50 Anos do bombom Serenata de Amor, exposição do desenvolvimento da cidade de Vila Velha através da exposição da Corrida Dez Milhas Garoto e Garotada); Elaboração de dossiês; Participação no Almanaque dos anos 80; retrospectiva Garoto 2004; aniversários da empresa; criação de fôlderes (Páscoa, Colonização do Solo Espírito-Santense, Talento, Serenata etc).

Diante dessas ações, o CDM e, consequentemente, a Chocolates Garoto, destacou-se e recebeu premiação em eventos como o Prêmio Aberje 2000 e Prêmio Marketing Bestcomunicação, o desenvolvimento de produtos e equipe, a fomentação da memória empresarial diariamente na empresa, o desenvolvimento da cultura, o ambiente promissor e inovador, a inspiração e o engajamento são encontrados

oportunidade de desenvolver novas atividades e projetos que somam ao desenvolvimento da empresa.

Uma chave de oportunidades...

O gerenciamento e a disseminação inteligentes de todas as informações obtidas e, por conseguinte, do conhecimento gerado e incorporado pela empresa a partir dos processos de inovação tornam-se um diferencial estratégico. Desse modo, o Centro de Memória da Chocolates Garoto, além de ser um espaço interativo, oferece informação, cultura e conhecimento aos visitantes e usuários, contando com um quadro de pessoal formado não apenas por especialistas

trabalhar a informação de maneira criativa. Nesse contexto é que surgem dentro da empresa os novos agentes do

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conhecimento. Assim, oportunidades de crescimento empresarial também são agregadas ao desenvolvimento da Chocolates Garoto por meio do CDM. Dentre essas oportunidades, destacam-se: responsabilidade social, que proporciona visitas ao espaço; responsabilidade ambiental, com a criação de cartilha e desenvolvimento de atividades relacionadas ao meio ambiente; qualidade de produtos e serviços; credibilidade junto a diversas áreas da empresa; inovação e desenvolvimento de projetos que aumentam a credibilidade da memória empresarial.

atualizada para atender à realidade no contexto em que está inserida, e para isso ações precisam ser efetivadas com a

e da comunidade a importância da instituição. A Chocolates Garoto e o CDM trabalham para isso.

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Em 2006 o Grupo Águia Branca completou 60 anos. É a história de uma empresa familiar que, com apenas um ônibus, iniciou as atividades no interior do Espírito Santo. Hoje, com forte atuação nas áreas de transporte de passageiros, logística, comércio de veículos e infraestrutura, o grupo é formado por 14 empresas e atua principalmente nos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.

Composto por mais de 15 mil colaboradores e considerado um dos maiores conglomerados de logística do Brasil, o Grupo Águia Branca tem na disseminação da memória empresarial

a organização dos negócios em unidades autônomas são

e, consequentemente, a percepção da imagem corporativa.

Nesse contexto, foi proposto um projeto que visava utilizar a memória empresarial como ferramenta de comunicação, permitindo dar início à transformação desse cenário e fortalecer o relacionamento da corporação com seus públicos estratégicos (funcionários, fornecedores, clientes, parceiros, comunidades e formadores de opinião).

Por outro lado, também se tornava necessária a organização adequada dos registros históricos, de forma a permitir o acesso ao acervo e disponibilizar informações institucionais

CENTRO DE MEMÓRIA ÁGUIA BRANCA: UMA HISTÓRIA DE 65 ANOS DO

GRUPO ÁGUIA BRANCA

Rafael de Jesus *

* Historiador. Analista de Comunicação do Grupo Águia Branca.

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Assim, baseado nos valores culturais do Grupo Águia

familiar e na solidez dos negócios, o “Projeto 60 anos” pôs em prática, em 2006, um conjunto de peças e ações de comunicação corporativa, sendo o Centro de Memória o principal componente desse projeto.

Nos anos subsequentes, consolidou-se o espaço e incrementaram-se novas ações de comunicação para sua atualização. Dessa forma, organizo o presente escrito em três seções: implantação, consolidação e renovação.

1- IMPLANTAÇÃO

O “Projeto 60 anos” foi iniciado em agosto de 2005, quando o Conselho de Administração aprovou o orçamento e as diretrizes para as ações relacionadas à data comemorativa.

A primeira providência tomada foi uma ampla campanha com o intuito de resgatar documentos, imagens, materiais e

e funcionários foram convocados para contribuir na formação do acervo corporativo, que viria compor o Centro de Memória Águia Branca.

Paralelamente, foi dado início a outras atividades para organização do acervo e preparação do showroom, tendo como parceiros o designer Ronaldo Barbosa e o historiador Cassius Rodrigues.

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A partir dessa organização, uma extensa pesquisa foi feita, visando aprimorar os textos sobre a história do grupo. Em paralelo, também foram selecionadas as imagens mais relevantes para a exposição institucional (showroom).

1.1 - Banco de depoimentos

Visando complementar a narrativa sobre a história da

últimos anos, foram gravados 41 depoimentos em vídeo (26 horas). Concederam entrevistas os acionistas, diretores e funcionários antigos. Atualmente, os depoimentos estão disponíveis para consulta no Centro de Memória e são importantes fontes de pesquisa e instrumentos para a disseminação da cultura da empresa.

1.2 - Organização do acervo

A seleção dos materiais históricos obedeceu a duas etapas: avaliação dos materiais já coletados anteriormente e resgate de novos materiais. Em seguida, foi feito o tratamento e organização das peças, o que permitiu traçar um plano

Branca. Os materiais foram separados em seis grandes

museológico e textual.

Visando à preservação do acervo, o cuidado e a vigília são constantes. O armazenamento e o manuseio são feitos de acordo com as atuais técnicas arquivísticas. Nesse sentido, os itens são guardados em compartimentos de materiais alcalinos e o contato com o meio externo é restrito. Um armário deslizante comporta todo o acervo atual, incluindo espaço para reserva técnica.

1.3 - Banco de dados

possível realizar a indexação dos materiais. Um software foi utilizado para possibilitar o cadastro e a consulta dos itens.

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1.4 - Espaço físico

O local escolhido para abrigar o Centro de Memória foi o térreo do principal prédio administrativo do Grupo Águia Branca, em Cariacica (ES), onde está concentrado o maior contingente de funcionários.

Com área de 200 m², o espaço foi projetado para permitir visitas de grandes grupos e causar impressão de imponência, sendo ao mesmo tempo aconchegante.

O espaço reúne um miniauditório com capacidade para 40 pessoas, uma sala de acervo, vitrines com maquetes da frota e documentos antigos, terminais web para consultas e painéis informativos.

Na ala externa do Centro de Memória, está em exposição um ônibus antigo. Trata-se de um Chevrolet 1954, que operava no interior do ES nas décadas de 50 e 60. Esse

apelido “Meia Dúzia”.

1.5 - Memória itinerante

Considerando a grande dispersão do quadro de funcionários do grupo, foi planejada uma exposição que pudesse repercutir o Centro de Memória nas “pontas” - locais onde se exerce basicamente o trabalho operacional e há pouco contato com informações institucionais.

Nesse sentido, o Centro de Memória foi recriado dentro de um ônibus chamado de “Memória Itinerante”. Os colaboradores eram o público-alvo, mas clientes e parceiros também puderam ser envolvidos.

A exposição circulou nos principais pontos de atuação e onde há maior concentração de funcionários, sendo visitada por 6,5 mil pessoas, durante sete meses (agosto/2006 a fevereiro/2007). Foram contempladas 45 localidades em seis

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estados, perfazendo mais de 10.000 km rodados e 1.250 apresentações.

2 - DE PORTAS ABERTAS

Depois de tudo pronto, no dia 10 de agosto de 2006 foram abertas as portas do Centro de Memória Águia Branca. Na ocasião, fundadores e diretores do grupo receberam autoridades, empresários, clientes e parceiros. O evento também contou com a presença do prefeito de Cariacica e do governador do estado do Espírito Santo, que descerraram a placa inaugural com os fundadores do grupo. Planejada com

Na saída, todos receberam uma revista comemorativa dos 60 anos.

Na semana seguinte, o público interno foi prestigiado com um café da manhã especial, que reuniu as principais lideranças do grupo. Somente após esse evento, o espaço

3.- CONSOLIDAÇÃO

De portas abertas, novas oportunidades foram criadas para divulgação e movimentação do Centro de Memória. As principais se referem ao atendimento e à organização do acervo.

3.1 - Integração de novos funcionários

Por tratar-se de espaço que guarda e apresenta informações corporativas sobre o Grupo Águia Branca, o Centro de Memória tornou-se por excelência lugar de ambientação de novos funcionários das empresas próximas à sede.

o atendimento interno às áreas, com informações históricas e atuais. As principais áreas às quais prestamos esse serviço são Comunicação, Diretoria, Qualidade e Recursos Humanos.

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Durante o treinamento, os novos funcionários conhecem a história do grupo, dados atuais, curiosidades e assistem ao

3.2 - Visitas escolares

Para atender às escolas, foi formado um programa de visitas

séries de escolas situadas nas comunidades vizinhas à sede administrativa do grupo, no município de Cariacica (ES). Em cinco anos de atividade, 6.500 estudantes foram atendidos.

O programa tem como objetivos:

local;

Águia Branca acredita;

Águia Branca;

empresa.

Associado ao programa de visitas, é promovido o concurso de redação “Águia Branca dá asas à sua imaginação”. Cada um dos três primeiros colocados ganhou um computador.

3.3 - Concursos culturais

A primeira ação cultural e promocional do Centro de Memória foi o Concurso de Depoimentos, que ocorreu em 2006. Com o objetivo de reunir relatos históricos sob o ponto de vista dos funcionários, ex-funcionários e prestadores de serviços,

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o concurso premiou as melhores redações nas categorias “Valores Culturais”, “Marcos da História”, “Comédia e Curiosidades”, “Amor e Amizade” e “Relacionamento com o Público Externo”.

os funcionários foram convidados a criar a logomarca do espaço. O vencedor recebeu o prêmio em dinheiro, além de ter a sua marca exposta em todos os materiais do espaço.

3.4 - Atendimento a estudantes

Por atuar como centro de informações, o Centro de Memória vem atraindo a atenção de pesquisadores e curiosos em geral. Nesse aspecto, um número crescente de estudantes universitários busca informações sobre os negócios do grupo e processos de gestão.

Em seis anos de funcionamento, foram orientados 156 trabalhos acadêmicos sobre o Grupo Águia Branca, entre

3.5 - Visitas técnicas

As visitas de universitários são programadas de acordo com os objetivos de cada turma. As visitas começam no Centro de Memória e são incrementadas com palestras técnicas nas áreas de interesse dos alunos, que muitas vezes são ministradas pelos próprios acionistas do grupo. Em alguns casos há também a visita in loco, especialmente nos setores operacionais.

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Após a reformulação do programa, o atendimento de grupos passou de quatro para 14 anualmente.

4 - RENOVAÇÃO

4.1 - Novo banco de dados e banco de imagens

Atendendo às necessidades atuais de interação e rapidez de acesso, reestruturou-se o banco de dados que gerencia o acervo do Centro de Memória. Entre outras melhorias, a ferramenta tornou a consulta dos relatórios de registros

organização de banco de imagens a partir dos cadastros efetuados.

4.2 - Site História Coletiva

O Projeto História Coletiva visa reorganizar a forma de apresentação da história do grupo, tornando-a mais atrativa. Imagens, conteúdos informativos e depoimentos sobre a trajetória do grupo passaram a ser agrupados cronologicamente por décadas e disponibilizados para consulta na internet por meio de um site interativo e didático, vinculado ao site Memória Águia Branca.

4.3 - Novo programa de visitas técnicas

Para melhor atendimento do público universitário, o programa

dias pré-determinados.

O novo processo otimizou os atendimentos, capacitando funcionários e ampliando o público atendido.

Tipos de programação:

1ª opção:1h30min: Visita às áreas técnicas;1h: Visita ao Centro de Memória / apresentação do grupo;1h: Palestra técnica.

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2ª opção:1h: Visita ao Centro de Memória / apresentação do grupo;1h: Palestra técnica;1h: Palestra técnica.

Temas das palestras:

Prêmio Qualidade, Projetos, Logística e Gestão da Empresa Familiar.

O trabalho continua ...O trabalho de Memória é contínuo. Adequações são necessárias para atender a novas realidades, e com isso demonstramos nossa importância para os processos da empresa e da comunidade.

memória cada vez mais presente na vida de todos, visando à valorização do trabalho e da nossa própria história.

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1 - APRESENTAÇÃO

No dia 21 de novembro de 2012, foi promovida, no Salão Nobre do Tribunal Regional Eleitoral do Espírito Santo, uma

valor histórico, em comemoração aos 80 anos da Justiça Eleitoral no Brasil.

A abertura do evento ocorreu no Plenário do TRE-ES, tendo como destaque inicial o lançamento, por parte dos Correios, do selo comemorativo dos 80 anos da Justiça Eleitoral do Espírito Santo.

Logo após o lançamento do selo, o presidente do TRE-ES deu início à exposição, convidando os servidores ali presentes para participarem do coquetel de abertura do evento.

A efetivação dessa exposição coube à Comissão de Preservação e Memória da Justiça Eleitoral Capixaba, criada

Foto 1: - Selo comemorativo criado pela Comissão de Preser-vação e Memória do Espírito Santo em homenagem aos 80 anos da Justiça Eleitoral no Brasil.

OS 80 ANOS DA JUSTIÇA ELEITORAL NO ESPÍRITO SANTO

André Luiz Ataide *

* Analista Judiciário/Arquivista do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-ES).

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por meio do Ato nº 470, de 3 de setembro de 2012, para preservar todo material histórico produzido e recebido no âmbito desta Egrégia Corte, com a intenção futura de criar um Centro de Memória para a Justiça Eleitoral do Espírito Santo.

O evento, levado a efeito no Salão Nobre do TRE-ES, foi restrito a servidores e funcionários, que puderam observar fatos marcantes da história das eleições no estado, assim como no Brasil.

Para que o evento pudesse relatar com clareza a história das eleições, a Comissão de Memória resgatou documentos do Arquivo Central do TRE-ES (de 1945 até os dias atuais), contando ainda com a colaboração do Arquivo Público do Espírito Santo, detentor de documentos relativos ao período de 1932 a 1937, assim como com a grande colaboração do Centro de Memória da Assembleia Legislativa do Espírito

contribuíram para a exposição.

Com os documentos em mãos, a Comissão de Memória criou uma linha do tempo, iniciando-se em 1932, data da instalação da Justiça Eleitoral no Brasil, até os dias atuais.

presidentes do TRE-ES, de servidores antigos, da primeira sede do Tribunal, da primeira mulher eleita deputada no estado, entre outros.

A exposição também contou com o apoio do Setor de Material e Patrimônio do TRE-ES, o qual disponibilizou diversos materiais históricos que ajudam a entender como eram prestados os serviços eleitorais antigamente, dentre os quais destacamos: as primeiras urnas manuais feitas de lona, a primeira urna eletrônica do estado, móveis antigos utilizados nas primeiras sessões do tribunal, carimbos antigos e cabina de votação, dentre outros.

Todas as informações garimpadas pela Comissão de Memória foram digitalizadas, resultando, com o apoio do Setor de

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Informática do Tribunal, em um site comemorativo dos 80 anos da Justiça Eleitoral, que pode ser acessado por qualquer cidadão em busca de conhecimento mais apurado da história das eleições: http://www.tre-es.jus.br/80anos/.

Foram confeccionadas camisas comemorativas dos 80 anos da Justiça Eleitoral, passíveis de aquisição antes mesmo do evento. Vários servidores usaram a camisa comemorativa no dia do evento.

Foto 2: Camisas comemorativas dos 80 anos da Justiça Eleitoral

Foto 3 - Visita à exposição

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Foto 4 - Leitura dos documentos nos expositores

Foto 5 -

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considerado um sucesso.

2 - LINHA DO TEMPO: HISTÓRIA DAS ELEIÇÕES NO ESPÍRITO SANTO

A Comissão de Preservação, em suas diversas pesquisas em fontes documentais, traçou uma linha do tempo com os assuntos mais marcantes que foram destaque no cenário eleitoral e no âmbito do TRE-ES, desde a criação da Justiça Eleitoral no Brasil, em 1932, e sua extinção em 1937, com o advento do Estado Novo por Getúlio Vargas, passando pelo período sem a presença da Justiça Eleitoral, de 1937 a 1945, na qual o estado foi representado pelo interventor federal Punaro Bley, e pela reinstalação em 1945, até os dias atuais;

– Criação da Justiça Eleitoral do Espírito Santo. Pri-meira sede instalada na Rua José de Anchieta, nº 110,

Foto 6 - Lançamento do site comemorativo

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Vitória-ES, sendo seu primeiro presidente o desembar-gador Octavio de Carvalho Lemgruber;

– Extinta a Justiça Eleitoral no Espírito Santo em função da instalação do Estado Novo por Getúlio Var-gas. Em 10 de novembro de 1937, ocorreu a última ses-são do TRE-ES, ministrada pelo presidente desembar-gador João Manoel de Carvalho.

– Getúlio Vargas nomeia Punaro Bley como

1945. Investiu na saúde, criando hospitais e leprosários. -

pois dos governos republicanos. Focalizou a agricultu-ra como a principal produção capixaba. Nomeado por decreto do Governo Provisório, o capitão João Punaro Bley foi empossado no cargo de interventor federal no estado em 1937.

– Reinstalação da Justiça Eleitoral do Espírito Santo, mediante ata nº 01, de 12/6/1945, por meio da Resolução nº 01, de 12/6/1945, quando o estado foi di-vidido em 23 zonas eleitorais.

– Divulgação dos resultados das primeiras elei-ções após a reinstalação da Justiça Eleitoral do Espírito Santo. Nas eleições para presidente da República, foi eleito o candidato Eurico Gaspar Dutra.

– A Resolução nº 1.094 de 06/6/1947, criou o 1º Regimento Interno no TRE-ES. Foi eleita a primeira mulher capixaba no parlamento estadual: Judith Leão Castelo Ribeiro. Ocupou o cargo de deputada estadual de 1947 a 1951.

– Promovida no TRE-ES a Sessão Solene nº 106, de 4 de novembro de 1949, em comemoração e home-nagem ao centenário de nascimento de Rui Barbosa, com discussões sobre sua vida e obra.

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– Por meio do Recurso Eleitoral nº 1.524, de 1950, ocorreu pela primeira vez nas eleições capixa-bas a divulgação do nome do governador e do vice--governador em uma mesma cédula. Até então essa prática era proibida. Havia uma eleição para governa-dor e outra para vice.

– Duas importantes sessões solenes no TRE-ES: sessão extraordinária ocorrida em 5/6/1963 em home-nagem à memória do Papa João XXII; e sessão extra-ordinária no dia 25/11/1963 em homenagem à memória do presidente dos Estados Unidos John Kennedy.

– Mudança do título eleitoral;

– Aprovação da Constituição de 1988 e redemo-cratização do país após o regime ditatorial;

– Lançamento da urna eletrônica nos municípios do estado do Espírito Santo com mais de 200 mil elei-tores. Primeira experiência com a urna eletrônica em Vitória;

– Lançamento do Sistema Biométrico nos municí-pios de Viana e Castelo;

– Lançamento do selo comemorativo dos 80 anos da Justiça Eleitoral do Espírito Santo.

3 - CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Comissão de Preservação e Memória da Justiça Eleitoral Capixaba, criada com o propósito de preservar e divulgar a memória eleitoral, avalia o resultado do evento efetivado nessa Egrégia Corte como muito positivo.

Primeiro é importante destacar o empenho, na execução dos trabalhos, dessa comissão, que, com muita competência e dedicação, conseguiu cumprir todas as fases do projeto,

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que compreendeu a busca por documentos e informações, elaboração de documentos internos, compra de materiais por meio de licitação, design

os membros, pois muitos foram os elogios dos participantes.

Junto ao sucesso da comissão, também destacamos a participação dos servidores deste tribunal que sempre se mostravam prestativos e ansiosos em conhecer as novidades. O maior exemplo dessa participação está na utilização das camisas comemorativas. Mais do que a celebração, o evento marca o início de uma nova postura institucional, em especial, quanto à importância da preservação do seu patrimônio histórico, seja ele documental, material ou oral.

O grande objetivo, a partir de agora, é não deixar que esse evento caia no esquecimento e fazer com que a referida Comissão tenha atuação constante dentro do tribunal, visando à criação de um centro de memória para a Justiça Eleitoral capixaba.

la ao passado e impedir o seu desenvolvimento, mas sim

conhecimentos e identidades.

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ANEXO I

Cartaz do II Simpósio Capixaba de Memória Institucional

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ANEXO II

Participantes do II Simpósio Capixaba de Memória Institucional

Participantes do II Simpósio Capixaba de Memória Institucional

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

EDER PONTES DA SILVA Procurador-Geral de Justiça

ELDA MÁRCIA MORAES SPEDO Subprocuradora de Justiça Administrativa

JOSEMAR MOREIRA Subprocurador de Justiça Judicial

FÁBIO VELLO CORRÊA Subprocurador de Justiça Institucional

MARIA DA PENHA DE MATTOS SAUDINO Corregedora-Geral do Ministério Público

MARIA BEATRIZ RENOLDI MURAD VERVLOET Chefe de Gabinete do Procurador-Geral

LUCIANA GOMES FERREIRA DE ANDRADE Secretária-Geral

LUCIANO DA COSTA BARRETOChefe de Apoio ao Gabinete

DAYSE MARIA OSLEGHER LEMOS Gerente-Geral

SABRINA COELHO MACHADO FAJARDO Promotora de Justiça | Dirigente do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional

Coordenadora do Memorial

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COLÉGIO DE PROCURADORES DE JUSTIÇA

Eder Pontes da Silva – PresidenteJosé Adalberto DazziSérgio Dário MachadoCatarina Cecin GazeleJosé Marçal de Ataíde AssiHeloísa Malta CarpiCélia Lúcia Vaz de AraújoAntônio Carlos Amancio PereiraDomingos Ramos FerreiraEliezer Siqueira de SousaGabriel de Souza CardosoElda Márcia Moraes SpedoJosé Maria Rodrigues de Oliveira FilhoFernando Franklin da Costa SantosValdeci de Lourdes Pinto VasconcelosMaria da Penha de Mattos SaudinoCarla Viana ColaIvanilce da Cruz RomãoAlexandre José GuimarãesMariela Santos Neves SiqueiraAdonias ZamElias Faissal JuniorEloíza Helena ChiabaiSócrates de SouzaLicéa Maria de Moraes CarvalhoElcy de SouzaFernando Zardini AntonioFábio Vello CorrêaJosé Cláudio Rodrigues Pimenta Andréa Maria da Silva RochaJosemar MoreiraMaria Elizabeth de Moraes Amancio PereiraMaria Auxiliadora Freire Machado

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CONSELHO SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO

Membros natos

Eder Pontes da Silva – PresidenteMaria da Penha de Mattos Saudino – Corregedora-Geral

Membros eleitos

José Adalberto DazziFábio Vello Corrêa

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MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

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