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Alternância de preposições: um estudo variacionista (Alternation among prepositions: a variacionist study) Elaine Marques Thomé Viegas 1 1 Faculdade de Letras – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) [email protected] Abstract: The aim of this article is to present the neutralized meaning of the preposition “de” (of/from) in Brazilian Portuguese. Empirical data were analyzed, adopting the Labovian Sociolinguistics, in order to detect the possibility of substitution of the preposition “de” (of/from) by the prepositions “em” (in/on), “com” (with) and “para” (to/for). The corpora were taken from NURC-RJ Project (www.letras.ufrj.r/nurc-rj). It consists of eighteen interviews from the 70`s and 90`s distributed by gender and age groups. The research corroborates the hypothesis that “de” (of/from) is the most frequent preposition, it admits alternation without change in meaning and such alternation is not conditioned by extra-linguistic factors. Keywords: Prepositions; Adnominal adjuncts; Labovian Sociolinguistics; Turn; Variation. Resumo: Análise de dados empíricos do português do Brasil, à luz da sociolingüística quantitativa laboviana, que comprovam a neutralidade semântica da preposição de, que seria indicada pela possibilidade de alternância com outras preposições como em, com e para. Para tal, utiliza-se corpus do Projeto NURC-RJ (www.letras.ufrj.br/nurc-rj) - dezoito inquéritos distribuídos por década, gênero e faixa etária. Os resultados confirmam a hipótese de de ser a preposição mais freqüente e poder alternar com outras preposições, sem mudança de sentido, não sofrendo condicionamentos extralingüísticos. Palavras-chave: Preposições; Adjuntos adnominais; Sociolingüística quantitativa laboviana; Alternância; Variação. Introdução Este artigo trata da possibilidade de alternância da preposição de e as preposições em, com e para sem mudança ou com mudança sutil de sentido em um mesmo contexto. Segundo gramáticas tradicionais e dicionários, as preposições podem assumir uma série de valores, mas nenhuma tão extensa quanto a de de, a depender do contexto em que está inserida (BECHARA, 1999; FERREIRA, 1999; CUNHA, 2001; HOUAISS, 2001; ROCHA LIMA, 2001). A hipótese é a de que a preposição de, como introdutora de adjuntos adnominais, possui conteúdo semântico difuso, o que possibilitaria sua alternância com outras preposições de conteúdo semântico mais bem definido, como em, com e para. 1. Sobre as relações semânticas estabelecidas por de, em, com e para As preposições podem introduzir diferentes funções sintáticas e estabelecer diversas relações semânticas. Em (01a), o sintagma introduzido por em possui o conteúdo semântico bem delineado, indicando localização. Em (01b), sintagma introduzido por de, o conteúdo é difuso. É possível pensar em uma toalha usada para ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 38 (2): 285-296, maio-ago. 2009 285

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Alternância de preposições: um estudo variacionista

(Alternation among prepositions: a variacionist study)

Elaine Marques Thomé Viegas1

1Faculdade de Letras – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

[email protected]

Abstract: The aim of this article is to present the neutralized meaning of the preposition “de” (of/from) in Brazilian Portuguese. Empirical data were analyzed, adopting the Labovian Sociolinguistics, in order to detect the possibility of substitution of the preposition “de” (of/from) by the prepositions “em” (in/on), “com” (with) and “para” (to/for). The corpora were taken from NURC-RJ Project (www.letras.ufrj.r/nurc-rj). It consists of eighteen interviews from the 70`s and 90`s distributed by gender and age groups. The research corroborates the hypothesis that “de” (of/from) is the most frequent preposition, it admits alternation without change in meaning and such alternation is not conditioned by extra-linguistic factors.

Keywords: Prepositions; Adnominal adjuncts; Labovian Sociolinguistics; Turn; Variation.

Resumo: Análise de dados empíricos do português do Brasil, à luz da sociolingüística quantitativa laboviana, que comprovam a neutralidade semântica da preposição de, que seria indicada pela possibilidade de alternância com outras preposições como em, com e para. Para tal, utiliza-se corpus do Projeto NURC-RJ (www.letras.ufrj.br/nurc-rj) - dezoito inquéritos distribuídos por década, gênero e faixa etária. Os resultados confirmam a hipótese de de ser a preposição mais freqüente e poder alternar com outras preposições, sem mudança de sentido, não sofrendo condicionamentos extralingüísticos.

Palavras-chave: Preposições; Adjuntos adnominais; Sociolingüística quantitativa laboviana; Alternância; Variação.

Introdução

Este artigo trata da possibilidade de alternância da preposição de e as preposições em, com e para sem mudança ou com mudança sutil de sentido em um mesmo contexto. Segundo gramáticas tradicionais e dicionários, as preposições podem assumir uma série de valores, mas nenhuma tão extensa quanto a de de, a depender do contexto em que está inserida (BECHARA, 1999; FERREIRA, 1999; CUNHA, 2001; HOUAISS, 2001; ROCHA LIMA, 2001). A hipótese é a de que a preposição de, como introdutora de adjuntos adnominais, possui conteúdo semântico difuso, o que possibilitaria sua alternância com outras preposições de conteúdo semântico mais bem definido, como em, com e para.

1. Sobre as relações semânticas estabelecidas por de, em, com e para

As preposições podem introduzir diferentes funções sintáticas e estabelecer diversas relações semânticas. Em (01a), o sintagma introduzido por em possui o conteúdo semântico bem delineado, indicando localização. Em (01b), sintagma introduzido por de, o conteúdo é difuso. É possível pensar em uma toalha usada para

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limpar a janela, ou uma toalha usada para indicar que os moradores estão em casa, ou uma toalha que é colocada na janela para secar, dentre outros. Quando introduz complementos verbais e adjunto adverbial, o sentido de em é ainda mais claro, como nos exemplos de (01c)–(01g).1

(01) a. A toalha na janela precisa ser lavada. (adjunto adnominal – localização espacial)

b. A toalha da janela precisa ser lavada. (adjunto adnominal – conteúdo difuso)

c. Guardei os livros na estante.(complemento verbal – localização espacial)

d. O vizinho está em casa. (complemento verbal – localização espacial)

e. A prova será na hora da aula. (complemento verbal – localização temporal)

f. Moro no Rio de Janeiro. (complemento verbal – localização espacial)

g. Luana cortou-se na praça. (adjunto adverbial – localização espacial)

O sentido de com não é tão preciso quanto o do item em, contudo, seu delineamento semântico ainda é mais claro do que o da preposição de. A preposição com também possibilita estabelecer um conteúdo semântico que varia do mais para o menos claro, a depender da função que a preposição introduz. Em (02a), o sentido indica posse, porém em (02b) é possível pensar em uma menina que usou o penteado em determinada festa, ou que sabe fazer um penteado, ou até, ironicamente, despenteada. De (02c) a (02e), casos de complementos verbais e adjunto adverbial, o conteúdo semântico da preposição com parece melhor definido.

(02) a. A menina com o penteado estava no consultório dentário. (adjunto adnominal – posse)

b. A menina do penteado estava no consultório dentário. (adjunto adnominal – conteúdo difuso)

c. O Rafael está com a Ana. (complemento verbal – comitatividade)

d. O Flávio está com carro novo. (complemento verbal – posse)

e. Luana cortou-se com a faca. (adjunto adverbial – instrumento)

A preposição para pode manifestar conteúdos semânticos que variam entre direção, destino, finalidade e benefactividade, podendo ser resumidos pela noção de alvo. Para tende a apresentar conteúdo semântico menos difuso quando introduz adjunto adnominal.

(03) a. O padre caminhou para a porta da igreja. (complemento verbal – direção)

b. Adélia viajou para Juiz de Fora. (complemento verbal – destino)

c. Aquela mesinha para telefone está manchada. (adjunto adnominal – finalidade)

1 Por uma questão metodológica, são considerados complementos verbais tanto os casos de objeto indireto, quanto os casos de predicativo do sujeito, agente da passiva, complementos relativo e circunstancial e verbo que não pede complemento, mas o possui. Esses últimos casos são especificamente chamados de complemento(s) verbal(is) preposicionado(s) (Compl. v. prep.).

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d. A farinha pro bolo de fubá estragou. (adjunto adnominal – finalidade)

e. Comprei este livro para o meu irmão. (adjunto adnominal – benefactividade)

f. É árduo estudar para concurso. (complemento verbal – finalidade)

Avelar (2006) classifica a preposição de como um item desprovido de conteúdo semântico, o que lhe atribui a capacidade de transitar em contextos normalmente realizados por preposições que veiculam significados diferenciados. Um dos seus argumentos resulta da comparação de de aos verbos leve: de corresponderia a uma preposição suporte, auxiliar. É explícito que este tipo de afirmação vai de encontro aos casos em que o item de possui uma significação mais precisa, como em adjuntos adverbiais que carregam, claramente, as noções de origem ou afastamento. Assim, tal preposição seria capaz de comportar-se tanto como um item gramatical, como em (04)-(07), quanto como um item lexical.

(04) a) A queda do dólar assusta os investidores.

b) O dólar tem queda e assusta investidores.

(05) a) O sindicato dos trabalhadores defende a maioria.

b) A maioria dos trabalhadores tem sindicato para defendê-los.

(06) a) Os carros do casal são novos.

b) O casal tem carros novos.

(07) a) O problema do professor é o salário.

b) O professor tem o problema do salário.

O fato de em preposições complexas o item de poder combinar-se tanto a advérbios quanto a substantivos mostra a proximidade de seu comportamento ao dos verbos leve.2 Na relação das locuções prepositivas, de apresenta-se como um elo sintático entre o advérbio ou o substantivo, elementos cujo significado é veiculado, e o seu complemento. Construções que expressam quantidade podem ser tratadas da mesma maneira, porém, em vez de se combinar aos advérbios, o item de combina-se aos constituintes nominais que expressam quantidade. Nesses dois casos, a preposição de exerce apenas um papel funcional, atuando como um item que permite a ligação entre a expressão de quantidade e o termo que funciona como seu complemento, em outros termos, de licencia a marcação de caso. Um fato que vai ao encontro dos casos de (08) a (13) é a possibilidade da preposição de poder ser omitida em estruturas topicalizadas, indicando que ela não contribui na construção de sentido, exercendo somente um papel gramatical, como pode ser visto de (08a) a (13a).3

2A preposição a também pode se combinar com advérbios e substantivos, porém, em menor número. 3 Há casos, especialmente em língua falada, em que em, com e para também podem ser omitidas em topicalizações como em: Naquela prova, eu não fui muito bem./Aquela prova, eu não fui muito bem; Com aquela bolsa, eu saio toda semana./Aquela bolsa, eu saio toda semana; Para Cabo Frio, eu gosto de viajar nas férias./Cabo Frio, eu gosto de viajar nas férias.

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(08) Minas Gerais fica acima do Rio de Janeiro.

a) Rio de Janeiro, Minas Gerais fica acima (*do).

(09) A poeira se acumula embaixo do sofá.

a) Sofá, a poeira se acumula embaixo (*do).

(10) O médico disse que eu deveria tomar oito copos de água por dia.

a) Água, o médico disse que eu deveria tomar oito copos (*de) por dia.

(11) Toneladas de lixo foram retiradas do Engenhão durante o Pan.

a) Lixo, toneladas (*de) foram retiradas do Engenhão durante o Pan.

(12) Milhares de pessoas vão à Aparecida no mês de outubro.

a) Pessoas, milhares (*de) vão à Aparecida no mês de outubro.

(13) Quatro dos alunos tiraram dez.

a) Os alunos, quatro (*dos) tiraram dez.

Outros argumentos que corroboram a hipótese de que de é uma preposição que não contribui na composição de sentidos em função de adjunto adnominal são a possibilidade de inversão dos constituintes nominais com de sem que haja alteração no papel semântico exercido por um ou outro na relação, como nos casos (14)-(15), e a ocorrência dessa preposição em epítetos preposicionados, construções em que uma característica e um nome são intermediados pela preposição de, casos (16)-(17). Nelas, o item de também funciona somente como um conector e a preposição não é exigida quando o nome é deslocado.

(14) a) O saco de bala veio rasgado.

b) A bala do saco está mole.

(15) a) O quarto da bagunça precisa de arrumação.

b) A bagunça do quarto precisa de arrumação.

(16) a) O bobão do Luís é fiador de todo mundo.

b) O Luís, aquele bobão (*do) é fiador de todo mundo.

(17) a) Todas querem pegar carona com o bonitão do Gabriel.

b) O Gabriel, todas querem pegar carona com o bonitão (*do).

O item de também pode ser dispensado nos casos em que o adjunto adnominal é deslocado para o início da sentença, como em (18)-(19).

(18) a) Só falta a faxineira limpar o box do banheiro.

b) O banheiro, só falta a faxineira limpar o box.(*do).

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(19) a) Eu não li nenhum livro do Jorge Amado.

b) Jorge Amado, eu não li nenhum livro (*do).

2. Corpus e metodologia

Os dados foram retirados de dezoito inquéritos do acervo do Projeto Norma Lingüística Urbana Culta do Rio de Janeiro (www.letras.ufrj.br/nurc-rj), seis da década de setenta, seis de recontato (R) e seis de amostra complementar (AC), todos eles distribuídos por gênero e por três faixas etárias. Procura-se distribuir os dados de maneira uniforme para que não haja nenhum tipo de comprometimento em relação aos resultados. São analisados os sintagmas encabeçados por de, em, com e para, chegando-se a 1.002 dados, sendo que apenas 133 (13%) admitem alternância. Busca-se determinar quais deles favorecem a alternância das preposições de, em, com e para.

A metodologia utilizada na análise é a da Sociolingüística quantitativa laboviana (LABOV, 1994) nos termos da variabilidade funcional de Lavandera (1978, 1984). Na codificação, além da variável dependente, possibilidade × impossibilidade de alternância, foram utilizados 14 grupos de fatores independentes: 1. preposição do inquérito (de, em, com e para), 2. função sintática do sintagma preposicional (SP) (adjuntos adnominais, adjuntos adnominais locativos, adjuntos adverbiais, objeto indireto e complemento verbal preposicionado4), 3. mudança de função sintática após alternância (sim e não), 4. tipo de SP quanto à presença de verbo (oracional e não-oracional), 5 e 6. realização de determinantes junto ao SP e ao elemento posicionado à esquerda do SP (sim e não), 7 e 8. especificidade semântica (ES) do SP e do elemento posicionado à esquerda do SP (humano ou animado, material, evento, espaço, imaterial/abstrato e partes do corpo), 9. preposição pela qual a do inquérito pode alternar (em, com ou para por de ou de por em, com ou para) 10. possibilidade de paráfrase da relação nominal por uma sentença possessiva com ter (sim ou não) 11. faixa etária (de 25 a 35 anos, de 36 a 55 anos e de 56 anos em diante), 12. gênero (masculino e feminino), 13. década (70 e 90), 14. inquérito (002, 071, 133, 164, 233, 373, 002R, 071R, 133R, 164R, 233R, 373R, 003AC, 017AC, 018AC, 019AC, 023AC e 027AC). Para a análise quantitativa, utiliza-se o pacote de programas VARBRUL (PINTZUK, 1988).

3. Variáveis controladoras do processo de alternância

Os grupos de fatores selecionados pelo VARBRUL são os que seguem:

(i) Função sintática do SP � a hipótese é a de que a função de adjunto adnominal possibilitaria maior alternância pelo fato de a preposição de, nessa função sintática, possuir um significado semântico difuso. O resultado aponta que a função sintática de adjunto adnominal locativo favorece a alternância, seguida da função de adjunto adnominal.

4 Relembrando, Complemento verbal preposicionado (Compl. v. prep.) são os casos de predicativo do sujeito, agente da passiva, complementos relativo e circunstancial e verbos que não pedem complemento, mas o possuem.

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Tabela 1. Distribuição da alternância em relação à função sintática

Fator Oco /Total Percentual PR Adj. adn. locativo 22/70 31% .71 Adj. adnominal 114/399 29% .68 Compl. v. prep. 9/98 9% .39 Objeto indireto 22/202 11% .35 Adj. adverbial 7/154 5% .20

(20) Ah, é a base {de (~em) todo bolo} né, é ovo, farinha, leite, chocolate em pó, em barra ralado, e pronto, o fermento. [adjunto adnominal - I002R/L103/GF/F3/D9];5

(21) ah... isso era uma casa maravilhosa... primeiro lugar... tinha um porão habitável enorme... esse porão era cheio de mistérios prum garoto... tinha locais mais escuros... quartos {de (~para) guardados}... [adjunto adnominal - I233/L30-31/GM/F2/D7];

(22) eu acho que a diferença maior que fez foi... depois de um ano... e seis meses mais ou menos {de (~em) Brasília}... [adjunto adnominal locativo - I 133/L7-8/GF/F1/D7];

(23) Outra coisa, característica {de (~em) Botafogo} que eu me lembro que também sei, que era da, os mesmos fornecedores das gerações anteriores era a Galeria Moderna, que era uma papelaria. [adjunto adnominal locativo - I133R/L32-34/GF/F2/D9];

(24) ela falou que é uma coisa mais ou menos imposta, né, que o dia que ela tiver {de (~com) bom-humor} e tiver a fim de fazer tudo, ela faz, (...) [complemento verbal preposicionado - I003AC/L45-46/GF/F1/D9];

(25) (...) estou aposentado há quase seis anos e vivo {da (~com) minha pensão} do INPS... que é uma coisa ridícula (...) [objeto indireto - I018AC/L1-2/GM/F3/D9];

(26) óh eu fui numa cidadezinha em... {no (~do) Rio Grande}... que eu achei interessante... éh... tu vê as meninas assim garotas novas de quinze dezesseis anos... todas elas faziam... como é que chama aquilo?... que se faz pullover... crochê né? [adjunto adverbial de lugar - I017AC/L107-108/GM/F2/D9].6

(ii) Possibilidade de paráfrase da relação nominal por uma sentença com ter � a hipótese é a de que a preposição de corresponderia a uma preposição suporte, auxiliar, assim como os verbos-leve (AVELAR, 2006). O resultado mostra que a alternância das preposições é favorecida quando o nome possui o SP que se refere a ele.

Tabela 2. Distribuição das alternâncias em relação à possibilidade de paráfrase da relação nominal por ter

Fatores Oco/Total Percentagem PR Nome possui SP que se refere a ele 30/56 54% .72 SP possui o nome a que se refere 71/265 27% .45

(27) agora ainda ponho a mesa, mas é mais um lanche, uma salada fria, uma maionese ou, uma sopa, dependendo da estação, sanduíche {de (~com) presunto e queijo}, um doce. [I002R/L6-

5 Nos exemplos, os sintagmas analisados estão entre chaves, as preposições presentes nos inquéritos estão em negrito e as com que podem alternar estão em negrito dentro de parênteses antecedidas do símbolo ~. Ao final de cada exemplo, há o número do inquérito, seguido da linha de ocorrência, gênero, faixa etária do falante e década da amostra. 6 As ocorrências de preposição de que podem alternar com em, com ou para são mais freqüentes do que as de em, com ou para que podem alternar com de. Por isso, os exemplos de alternância com a preposição de sendo a usada pelo falante são recorrentes.

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7/GF/F3/D9] � sanduíche tem presunto e queijo – nome possuidor do adjunto que se refere a ele;

(28) O menino deve ser louco pra comer açúcar. O dia que ele pegar um saco {de (~com) bala} né, mas não sou eu que vou dar né. Não pode. [I002R/L64-65/GF/F3/D9] � saco tem bala – nome possuidor do adjunto que se refere a ele;

(29) Procurava fazer bastante variedade {de (~em) fruta} né, e farinha láctea, sempre, controlada pelo pediatra né, porque é conforme a idade. [I002R/L38-39/GF/F3/D9] � fruta tem variedade – adjunto possuidor do nome a que se refere.

(iii) ES do SP � a hipótese é a de que SP com ES espaço possibilitaria maior alternância pelo fato de, muitas vezes, ser encabeçado pela preposição em, a que mais alterna com de (THOMÉ et alii, 2005; THOMÉ, 2006c). O resultado aponta que as especificidades partes do corpo, material e imaterial/abstrato são as que favorecem alternância.

Tabela 3. Distribuição das alternâncias em relação à especificidade semântica do SP

Fator Oco/Total Percentagem PR Partes do corpo 1/4 25% .56

Material 43/199 21% .56 Imaterial/abstrato 78/376 21% .56

Espaço 28/182 15% .49 Humano/animado 13/148 9% .29

(30) é claro que eu não gosto de andar em ônibus {em (~de) pé}... e evito tanto o quanto possível esse tipo de transporte coletivo [I027AC/L9-10/GF/F3/D9] � especificidade semântica do SP partes do corpo;

(31) me privo de tudo... menos da comida... eu estou diminuindo consumo {de (~em) roupas}... [I019AC/L80/GF/F2/D9] � especificidade semântica do SP material;

(32) meu relacionamento com amigos... que eu con/considero... o maior patrimônio... da minha vida e... (foi) o que eu consegui... realizar no... nos meus anos {de (~em) vida} foi um... eh ter... realmente u/um círculo... de muitos bons amigos... [I071/L14-16/GM/F3/D7] � especificidade semântica do SP imaterial/abstrato;

(33) eu tinha uma turma aqui {na (~da) rua}, a gente saía pra andar de bicicleta, pra tomar sorvete na padaria, era tudo em turma, (...) [I003/L85-86/GF/F1/D9] � especificidade semântica do SP espaço;

(34) Então, houve a tentativa do trabalhador de se defender da opressão do patrão e começaram então a surgir as primeiras associações {de (~para) operários}. [I164R/L2-3/GM/F2/D9] � especificidade semântica do SP humano.

(iv) ES do elemento à esquerda do SP � a hipótese é a de que a ES dos itens à esquerda do SP também influenciam na alternância das preposições. O resultado mostra que a especificidade material é a que mais favorece a alternância.

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Tabela 4. Distribuição das alternâncias em relação à especificidade semântica do elemento à esquerda do SP

Fator Oco/Total Percentagem PR Material 35/76 46% .61

Imaterial/Abstrato 96/367 7% .50 Espaço 6/21 29% .43

Humano/animado 11/54 37% .41

(35) eu fui criada por exemplo no sistema de pôr a mesa {do (~no) lanche}... não é? [I002/L81/GF/F2/D7] � elemento à esquerda do SP material;

(36) Ah, é a base {de (~em) todo bolo} né, é ovo, farinha, leite, chocolate em pó, em barra ralado, e pronto, o fermento. [002R/L103/GF/F3/D9] � elemento à esquerda do SP imaterial/abstrato;

(37) oh eu fui numa cidadezinha {em...no (~do) Rio Grande}... que eu achei interessante... [I017AC/L107-108/GM/D9] � elemento à esquerda do SP espaço;

(38) a primeira refeição é a mais importante... porque o organismo está muito descansado... assimila melhor... e... é a mais relaxada... quantas pessoas { do (~no) povo} não saem sem ao menos um golinho de café... [I002/L3-5/GF/F2/D7] � elemento à esquerda do SP humano.

Assim, parte-se para a observação de cada alternância, focalizando-se os grupos de fatores responsáveis pelas mesmas.

3.1. De por em, com ou para7

Comparando os dados, observa-se que somente a alternância de/em ocorre em funções sintáticas diferentes da de adjunto adnominal. Nessa alternância, a função de adjunto adnominal locativo é a segunda mais recorrente, o que mostra que a preposição de, muitas vezes, substitui em no sentido de localização em relações nominais.

A possibilidade de paráfrase da relação nominal por ter ocorre em todas as alternâncias – de/em, de/com e de/para –, o que comprova que de pode comporta-se como uma preposição leve. Em de/com, o nome é possuidor do adjunto, algo esperado, pois com também pode expressar conteúdo, como em (39)-(42). Nesses casos, é estabelecida a relação nome = possuidor e adjunto = possuído e o elemento introduzido pela preposição é conteúdo do elemento localizado à esquerda dela, que é o continente. Já em de/em e de/para o adjunto é, na maioria das vezes, possuidor do nome ao qual se refere.

Quanto às especificidades semânticas dos SPs, as maiores possibilidades de alternância de/em e de/para ocorrem em contextos imaterial/abstrato e de/com em material, respectivamente 44%, 37% e 48% para cada alternância. Sabendo que muitas vezes a preposição com expressa conteúdo, na relação nominal, o elemento introduzido por com provavelmente será material, relação continente/conteúdo. SP espaço só ocorre na variação de/em, resultado esperado já que em é a preposição indicativa de localização.

7 Separam-se os casos de sintagmas introduzidos por de que podem alternar com em, com ou para e, na próxima seção, os casos de sintagmas introduzidos por em, com e para que podem alternar com de, tomando-se como base a preposição expressa pelo locutor. Por exemplo, em De por em, os locutores usam sintagmas introduzidos pela preposição de que poderiam alternar com em. Já em Em por de, ocorre o inverso: os locutores usaram sintagmas introduzidos pela preposição em que poderiam alternar com de.

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As especificidades dos elementos posicionados à esquerda dos SPs podem ser imaterial/abstrato, material, humano e espaço, sendo que as duas primeiras são mais freqüentes.

(39)sanduíche {de (~com) presunto e queijo} � sanduíche tem presunto e queijo [I002 R/L7/GF/F3/D9];

(40)saco {de (~com) bala} � saco tem bala [I002R/L64/GF/F3/D9];

(41)bolo {de (~com) chocolate} � bolo tem chocolate [I002R/L93/GF/F3/D9];

(42)loja {de (~com) comestíveis} � loja tem comestíveis [I133R/L10/GF/F2/D9].

Figura 1: Funções sintáticas nas alternâncias de/em, de/com e

de/para

Figura 2: Paráfrase da relação nominal por ter nas alternâncias

de/em, de/com e de/para

Figura 3: ES dos SPs nas alternâncias de/em, de/com e

de/para

Figura 4: ES dos elementos à esquerda dos SPs nas alternâncias

de/em, de/com e de/para

3.2. Em, com ou para por de

A comparação dos dados permite alguns apontamentos. A função de adjunto adnominal está presente em todas as três possibilidades de alternância. Em em/de, a função de adjunto adnominal locativo encontra-se em maior número devido ao sentido

44%41%

37%

22%

48%

10%

4%

11%10%

29%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

IA MAT HUM ESP

de/em de/com de/para

56%

40%

63%

18%

44%

26%

9% 11%5% 2%4% 5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

IA MAT HUM ESP

de/em de/com de/para

60%

4%11%

74%

47%

10%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

de/em de/com de/para

A>N N>A

65%

100%100%

20%11%

3% 2%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

A. Adn. A.A.Loc. C.V.Prep. A. Adv. O.I.

de/em de/com de/para

ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 38 (2): 285-296, maio-ago. 2009 293

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de localização da preposição em. Em com/de só há alternância na função de adjunto adnominal e em para/de, há alternância em casos de adjunto adverbial (8%).

Quanto à possibilidade de paráfrase da relação nominal por ter, nas variações em/de e para/de, o adjunto é possuidor do nome e em com/de, o nome é possuidor do adjunto. Assim como na variação de/com, a relação nome = possuidor e adjunto = possuído também se estabelece.

Os contextos semânticos dos SPs na alternância de/em são variados, mas os imaterial/abstrato e espaço são mais freqüentes. O único contexto presente em todas as alternâncias é o imaterial/abstrato. Com/de também ocorre em contexto material.

As especificidades semânticas do elemento à esquerda do SP podem ser, nas alternâncias em/de e para/de, imaterial/abstrato, material, humano e espaço, sendo que a freqüência de imaterial/abstrato é maior, respectivamente 81% e 50% para cada alternância. Com/de também ocorre com maior freqüência em contexto imaterial/abstrato (75%), o que aponta para a relevância desse contexto à esquerda do SP na alternância das preposições em estudo.

Figura 5. Funções sintáticas nas alternâncias em/de, com/de e

para/de

Figura 6. Paráfrase da relação nominal por ter nas alternâncias

em/de, com/de e para/de

Figura 7. ES dos SPs nas alternâncias em/de, com/de e

para/de

Figura 8. ES dos elementos à esquerda dos SPs nas alternâncias

em/de, com/de e para/de

37%

100% 92%

63%

8%

0%

20%

40%

60%

80%

100%

A. Adn. A. A. Loc A. Adv.

em/de com/de para/de

88%

6%

50%

33%

8%

0%

15%

30%

45%

60%

75%

90%

em/de com/de para/de

A>N N>A

44%

75%

58%

6%

25%

44%

6%

0%

20%

40%

60%

80%

IA MAT ESP EVT

em/de com/de para/de

81%75%

50%

6%

25%33%

6% 8% 6% 8%

0%

15%

30%

45%

60%

75%

90%

IA MAT HUM ESP

em/de com/de para/de

294 ESTUDOS LINGUÍSTICOS, São Paulo, 38 (2): 285-296, maio-ago. 2009

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4. Conclusões

a) de é a preposição mais freqüente, talvez pelo fato de seu conteúdo semântico ser não-marcado, o que possibilita o seu uso e alternância em diferentes relações nominais e até em relações verbo/complemento (THOMÉ, 2008);

Tabela 5. Alternâncias de/em, de/com e de/para

Alternâncias de~em de~com de~para Total de 55 (77%) de 27 (87%) de 19 (61%) 101 (76%)

Preposições em 16 (23%) com 04 (13%) para 12 (39%) 32 (24%) Total 71 (100%) 31 (100%) 31 (100%) 133 (100%)

b) em todos os casos de alternância, a função sintática predominante é a de adjunto adnominal, embora também existam casos de alternância em função de adjunto adnominal locativo, adjunto adverbial – como em de/em e para/de – e de complementos verbais – de/em. A função de adjunto adnominal locativo vem em segundo lugar nos casos de alternância de/em e em primeiro lugar em em/de. Resultado esperado, pois a preposição em é indicativa de localização;

c) outro grupo que favorece a alternância é possibilidade de paráfrase da relação nominal por ter. Tanto em de/com quanto em com/de o nome é possuidor do adjunto. Isso mostra que a preposição de, nessas relações, não possui conteúdo semântico preciso e que as relações entre os constituintes são estabelecidas mais pelos próprios constituintes do que pelas preposições;

d) muitas vezes, a preposição com, na relação nominal, pode exprimir conteúdo. Talvez por isso a ES material no SP seja a que mais possibilita a alternância de/com. SP espaço só ocorre na alternância de/em, provavelmente pelo fato de em indicar localização no espaço. Quanto aos elementos localizados à esquerda do SP, o contexto imaterial/abstrato prevalece em todas as alternâncias: de/em, de/com, de/para, em/de, com/de e para/de. Esses resultados confirmam a hipótese de que o contexto semântico influencia na alternância das preposições;

e) não há condicionamento externo, o que mostra que a alternância entre as preposições em estudo não marca prestígio ou estigma. Nas alternâncias das preposições entram em jogo mecanismos “construídos” no processo de aquisição da língua, que devem ser os mesmos entre os indivíduos da comunidade e não estariam sujeitos, assim, a fatores externos à gramática. Por isso, a distribuição dessas preposições na comunidade é uniforme, nos dois momentos, assim como na fala e na escrita, diferente do que ocorre com a variação ter/haver (AVELAR, 2005). O uso da preposição de, em, com ou para corresponderia a estratégias morfossintáticas distintas de uma mesma gramática, não havendo condicionamento sociolingüístico.

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