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Perscrutando o texto – Amazônia sonha Brasil pg. 02 Acentuação dos monossílabos pg. 04 Dificuldades da língua pg. 05 Literatura – Arcadismo (1768 – 1836) pg. 08 Redação pg. 10 Igapó, trecho alagado de floresta, paisagem típica da Amazônia Comerciante de escravos, personagem das fases colonial e imperial

Acentuação dos monossílabos pg. 04 Dificuldades da língua ... · Arcadismo (1768 – 1836) pg. 08 ... Comerciante de escravos, personagem das fases colonial e imperial. Texto

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•• Perscrutando o texto –Amazônia sonha Brasil pg. 02

•• Acentuação dos monossílabospg. 04

•• Dificuldades da língua pg. 05

•• Literatura –Arcadismo (1768 – 1836) pg. 08

•• Redação pg. 10

Igapó, trecho alagado de floresta,paisagem típica da Amazônia

Comerciante de escravos, pe

rsonagem das

fases colonial e imperial

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Texto 1

Amazônia sonha BrasilSidney Resende

Eu serei o teu amorQuando lembrares do passadoÍndia primeira em sua triboPaixão assumida, filha crescidaA Amazônia em teu abraço

Eu serei a tua senhoraAo defenderes meu refúgioTua amante embevecidaImensa floresta agradecidaA natureza toda a seus pés

Sou aquela mulher guerreiraDe sonho grandiosoDistante solo de glóriaRituais dos rios, memóriaDos portais da verde herançaRituais

Vivo várias naçõesQue anseiam futuroQual boca que sorve um beijoPlanta que espera o seu frutoAmazônia que sonha o BrasilAmazônia que sonha o BrasilAmazônia

Perscrutando o texto

01. Observe os dois primeiros versos dopoema; sobre eles, assinale a afirma-tiva incorreta.

Eu serei o teu amorQuando lembrares do passado

a) O pronome “eu” remete ao eu lírico dopoeta.

b) O pronome “eu” caracteriza a fala daAmazônia.

c) Os versos encerram prosopopéia.d) A equivalência entre as formas verbais

“serei” e “lembrares” condiz com anorma culta da língua.

e) A forma verbal “lembrares” está nofuturo do subjuntivo.

02. Observe o emprego do verbo lembrarno segundo verso do poema. Assinalea construção em que o emprego delembrar e/ou esquecer agride a normaculta da língua.

a) Quando lembrares o passado, nãoesqueças o presente.

b) Quando te lembrares do passado, nãote esqueças do presente.

c) Lembra bem o teu passado paracompreenderes melhor o presente.

d) Lembre bem o seu passado paracompreender melhor o presente.

e) Lembre bem do teu passado paracompreender melhor o presente.

03. Na primeira estrofe, o pronome “teu”:

a) simboliza o leitor do poema;b) simboliza o Brasil;c) constitui incoerência gramatical;d) deveria ser trocado pelo pronome “seu”;e) simboliza a pessoa por quem o poeta se

apaixonou no passado.

04. Assinale a alternativa em que a palavratenha sido acentuada por regradistinta das demais.

a) índiab) refúgioc) glóriad) memóriae) amazônico

05. Observe os versos seguintes:

Vivo várias naçõesQue anseiam futuro

Os substantivos têm função sintáticarespectivamente de:

a) sujeito e sujeito;b) objeto direto e objeto indireto;c) objeto direto e objeto direto;d) objeto direto e sujeito;e) sujeito e objeto indireto.

06. Observe o emprego do verbo ansiarnos versos seguintes.

Vivo várias naçõesQue anseiam futuro

Assinale a construção em que o em-prego de verbo terminado em “-iar”contraria a norma culta da língua.

a) Pode deixar que eu intermedio a ne-gociação entre você e o sindicato.

b) Medidas preventivas remedeiam asenfermidades.

c) Apesar de humilde, ela anseia pelafama.

d) Essa sua dança erótica incendeia aminha imaginação.

e) Disseram-me que ela odeia bajulações.

07. Observe os versos seguintes.

Vivo várias naçõesQue anseiam futuro

O sujeito de “anseiam” é:

a) simples e vem representado por umsubstantivo;

b) simples e vem representado por umpronome;

c) indeterminado;d) oculto (eles);e) inexistente.

08. Observe os versos seguintes:

Amazônia que sonha o BrasilAmazônia que sonha o BrasilAmazônia

A repetição de “Amazônia” constitui:

a) pleonasmo;b) aliteração;c) silepse;d) anáfora;e) animismo.

09. Observe os versos seguintes:

Vivo várias naçõesQue anseiam futuroQual boca que sorve um beijo

A palavra em destaque é:

2

Depois da escolha da profissão, ou mesmo sevocê deixou isso para depois, é hora de come-çar a organizar um método eficiente de estudos,dentro de duas possibilidades, mas sempretendo em mente que você terá de abrir mão dealgumas horas de lazer para chegar ao obje-tivo principal: a Universidade.

Para garantir que você vai estudar de maneiracorreta, é bom lembrar os princípios da quali-dade total, que tem balizado a atuação de em-presas e instituições nesses tempos de merca-do competitivo. E como o vestibular não deixade ser um processo seletivo, é possível aplicaresses princípios aos seus objetivos pessoais.

É preciso ter em mente que, embora do pontode vista teórico ela seja inatingível, a qualidadetotal (perfeição) é nossa grande meta, é o quedevemos almejar em nossas relações, tantocomerciais quanto pessoais.

Para se obter sucesso na busca da qualidadetotal, deve-se observar rigorosamente o cum-primento de alguns princípios.

Estabeleça um propósito claro e bem definido.No seu caso, o objetivo é o vestibular. A priori-dade de qualquer projeto é sempre determina-da pelas atitudes. Por isso, é preciso esquecerum pouco determinadas prioridades pessoaise “entrar de cabeça” nos estudos.

É preciso superar as expectativas. Como fazerisso em relação a você mesmo? Não se satis-faça com a resolução de um exercício quevocê considerava difícil. Parta para outro maiscomplexo ainda e exija cada vez mais de vocêmesmo. Estabeleça um propósito desafiadorpara seus resultados de todo mês.

Estabeleça um vínculo de parceria entre seuscolaboradores, ou seja, seus mestres, seus co-legas de classe, seus amigos. É com eles quevocê vai trocar experiências e aprender cadavez mais. Busque envolver e contagiar todo oseu círculo familiar e de amizades com seusobjetivos.

Gerencie por processos: veja as partes e en-xergue o todo! Trate cada uma das disciplinasde uma forma diferenciada, de acordo comsuas necessidades. Verifique seus pontos fra-cos, enumere-os e estabeleça prazos para quevocê resolva suas dificuldades. Por exemplo:“Em 24 horas, estarei com determinada fórmu-la completamente entendida e esmiuçada”.

Além disso, o melhor controle é aquele que re-sulta da responsabilidade. Considere erros edificuldades como grande oportunidade paramelhoria! Faça desses princípios um processocontínuo e permanente, e que estará sendo vi-venciado e aprimorado a cada dia.

Dedique pelo menos três horas por dias paraseus estudos. Daqui a oito meses, você vaipoder verificar o quanto progrediu.

PortuguêsProfessor João BATISTA Gomes

Organizandoum métodode estudo

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a) pronome relativo;b) pronome indefinido;c) interjeição;d) conjunção;e) pronome demonstrativo.

10. Observe os versos seguintes:

Eu serei a tua senhoraAo defenderes meu refúgioTua amante embevecida

Pode-se trocar embevecida, semprejuízo semântico, por:

a) estática;b) elevada;c) extasiada;d) umedecida;e) entristecida.

Arapuca

11. Observe a estrofe seguinte:

Sou aquela mulher guerreiraDe sonho grandiosoDistante solo de glóriaRituais dos rios, memóriaDos portais da verde herançaRituais

A exemplo de rios, assinale aalternativa com palavra dissílaba:

a) seusb) pneusc) seriad) paise) rua

12. Assinale a alternativa em se fez análisefonética errada.

a) índia: dígrafo e ditongo crescente.b) distante: dígrafo e encontro conso-

nantal.c) portais: encontro consonantal e ditongo

decrescente.d) anseiam: um dígrafo, um hiato e dois

ditongos decrescentes. e) crescida: dois encontros consonantais.

13. Observe os versos seguintes:

Eu serei a tua senhoraAo defenderes meu refúgio

Também há ocorrência de pronomeempregado com sentido de posse em:

a) O trabalho afasta de nós três grandesmales: o tédio, o vício e a necessidade.

b) O trabalho impede-o de olhar um outroque é ele e que lhe torna a solidãohorrível.

c) O trabalho desvia-o da visãoassustadora de si mesmo.

d) Vagabundo é quem não tem o que fazer,nós temos, só não o fazemos.

e) O trabalho faz-nos sentir a esperança deum bom acontecimento.

14. Observe o verso seguinte:

Qual boca que sorve um beijo

Pode-se trocar sorve, sem prejuízosemântico, por:

a) aniquila;b) rejeita;c) absorve;d) atrai;e) desperdiça.

Dificuldades da língua

FUNÇÕES DA LINGUAGEM

1. Função poética

É a linguagem usada na composição deobras literárias, principalmente nacomposição de poemas, em que aspalavras são escolhidas e dispostas demaneira que se tornem especiais.

Exemplo:

Tenho fases, como a luaFases de andar escondida,fases de vir para a rua...Perdição da minha vida!Perdição da vida minha!Tenho fases de ser tua,tenho outras de ser sozinha.

Lua Adversa, Cecília Meireles

2. Função conativa ou apelativa

Função da linguagem em que predominamos enunciados que visam a atuar sobre odestinatário. É a linguagem usada, porexemplo, em textos publicitários comorecurso para atrair o consumidor. Tambémusada em discursos e sermões.

Exemplo:

Veja, ilustre passageiro, o belo tipo faceiroque o senhor tem a seu lado.E, no entanto, acredite,quese morreu de bronquite,salvou-a o Rum Creosotado.

3. Função referencial

Acontece a função referencial quando oobjetivo do emissor é informar. É tambémconhecida como “função denotativa”, “infor-mativa” ou “cognitiva”. São exemplos defunção denotativa a linguagem jornalística ea científica,

4. Função fática

É também conhecida como “função decontato”, visando estabelecer, prolongar ouinterromper a comunicação, testando paraverificar a eficiência do canal, ou seja, esta-belecendo e mantendo contato com o inter-locutor.

Na prática, a função fática caracteriza-sepelo uso das expressões “não é mesmo?”,“você está entendendo?”, “cê tá ligado?”,“ouviram?”, “alô!”, “oi”, “quem estáfalando?”

5. Função metalingüística

É a função que ocorre quando o destaqueé dado ao código. Numa situação em queum lingüista define a língua, observa-seque, para conceituar um termo do código,ele usa o próprio código, ou seja, define“língua” usando a própria língua.

Também ocorre metalinguagem quando opoeta, num texto qualquer, reflete sobre acriação poética; quando um cineasta criaum filme tematizando o próprio cinema;Nessas situações, percebe-se o uso do“código” para definir (ou fazer referência)ao próprio “código”.

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DesafioGramatical

01. (UFAM) Assinale o item que identificaa função da linguagem predominanteno seguinte trecho:

“Hipótese é uma coisa que não é mas agente diz que é para ver como seria sefosse”. (Millôr Fernandes)

a) poéticab) referencialc) metalingüísticad) conativae) fática

02. (UFAM) Como na questão anterior,assinale o item que identifica a fun-ção da linguagem predominante noseguinte texto:

A lâmpada de tungstênio é a mais comumde todas. É constituída de um globo devidro transparente ou opaco soldado a umsoquete de latão. Dentro dele, uma hastetambém de vidro sustenta uma armaçãode arame com um filamento (fio dobradoem ziguezague) de tungstênio. Quando aeletricidade passa através do filamento,ele esquenta; ele fica tão aquecido quepassa do vermelho ao branco. Isto échamado incandescência e com esta luzassim produzida podemos ler, escrever etrabalhar.

a) referencialb) fáticac) conativad) metalingüísticae) emotiva

SONETO

Por que me descobriste no abandono?Com que tortura me arrancaste um beijo?Por que me incendiaste de desejoQuando eu estava bem, morta de sono?

Com que mentira abriste meu segredo?De que romance antigo me roubaste?Com que raio de luz me iluminasteQuando eu estava bem, morta de medo?

Por que não me deixaste adormecida?E me indicaste o mar, com que navio?E me deixaste só, com que saída?

Por que desceste ao meu porão sombrio?Com que direito me ensinaste a vidaQuando eu estava bem, morta de frio?

(Chico Buarque)

03. (FGV) Assinale a alternativa em queestejam corretamente apresentadasas funções da linguagem predomi-nantes no texto.a) emotiva e conativab) conativa e poéticac) metalingüística e fáticad) emotiva e poéticae) conativa e referencial

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Acentuação dos monossílabos

1. MONOSSÍLABO (definição)

Monossílabo é palavra de uma só sílaba.Pode ser átono ou tônico.

a) Átono – É o monossílabo pronunciadotão fracamente na frase que a sua inten-sidade equivale à de uma sílaba átona.Por isso, não tem autonomia fonética ejamais leva acento gráfico.

Exemplos: de, um, uns, sob, em, sem,dum.

b) Tônico – É o monossílabo cuja intensida-de se equipara à de uma sílaba tônica,pois é pronunciado fortemente. Nemtodos são acentuados graficamente.

Exemplos: pá, pé, pó, pós, cós, dá-lo,pô-lo, só, sós, nó, nós, trem, bem.

2. MONOSSÍLABOS TÔNICOSACENTUADOS

Acentuam-se os monossílabos tônicosterminados em:

a) a, as – Pá, pás, Brás, já, lá, má, más;fá-lo-ás, fá-lo-ei, fá-lo-emos, trá-lo-ei, trá-lo-íamos.

b) e, es – Fé, fés, pé, pés, ré, rés, mês;crê, crês, dê, dês, vês, fê-lo, fê-la.

c) o, os – Pó, pós, nó, nós, cós, só, sós;pôs; pô-lo-ás, pô-lo-ei, pô-la-íamos, pô-lo, pô-la.

Acentuação das proparoxítonas

1. PROPAROXÍTONA (definição)

É a palavra que tem a antepenúltima sílabatônica. Todas elas são acentuadasgraficamente. Exemplos:

crisântemo álibi biótipoálacre aborígine Lúciferínterim Júpiter JupíteresLucíferes díptero férulaneófito hábitat ádvenaégide ágape ímprobolêvedo óbolo fenótipo

2. PROPAROXÍTONAS (prosódia esinonímia)

Acrópole A parte mais elevada das antigascidades gregas, que comportavaa cidadela e, eventualmente, san-tuários. Fonética: cr = encontroconsonantal.

Ádito Câmara secreta, nos templosantigos; santuário onde só ossacerdotes podiam entrar; com-partimento reservado. Cf. adito,do verbo aditar.

Ádvena Forasteiro, estrangeiro. Fonética:d-v = encontro consonantal.

Aerólito Meteoróide que cai na superfícieterrestre depois de ter produzidometeoro; astrólito, meteorólito,uranólito, pedra-de-raio. Foné-tica: a-e = hiato.

Ágape Banquete, almoço festivo. Plural:ágapes. Forma variante: ágapa.

Ágata Variedade de calcedônia de bri-lho ceroso e litóide; serve para amanufatura de jóias, objetos dearte, etc.

Álacre Alegre, jovial, animado. Fonética:cr = encontro consonantal.

Alcáçova Castelo fortificado, ou fortaleza;casbá; castelo antigo. Fonética:l-c = encontro consonantal.

Álcali Qualquer hidróxido dos metaisalcalinos (lítio, sódio, potássio,rubídio e césio).

Alcíone Ave fabulosa, dos antigos; naAstronomia, uma das sete estre-las visíveis à vista desarmada doasterismo das Plêiades. Fonéti-ca: l-c = encontro consonantal;i-o = hiato.

Álibi Artifício do réu para se livrar deuma acusação.

Alíquota Percentual sobre o valor da coi-sa tributada. Fonética: qu = dí-grafo; oito letras e sete fonemas.

Andrógino De aparência ou modos indefini-dos, entre masculino e feminino,ou que tem traços marcantes dosexo oposto. Fonética: an = dí-grafo; dr = encontro consonan-tal; nove letras e oito fonemas.

Anádromo Diz-se de peixe marinho que so-be para os rios na época da de-sova. Fonética: dr = encontroconsonantal.

Anátema Expulsão do seio da Igreja; exco-munhão; maldição, execração,opróbrio.

Anêmone Gênero de plantas herbáceas,perenes, ornamentais, da famíliadas ranunculáceas, de flores va-riadamente coloridas. Sinônimo:anêmona.

Anódino Que mitiga as dores (medica-mento); acesódino, antalgésico,antálgico; aliativo; que é poucoimportante; secundário.

Antífrase Emprego de palavra ou frase emsentido oposto ao verdadeiro,como no famoso caso do cabodas Tormentas, cujo nome, parafugir-se ao mau agouro, foi tro-cado em cabo da Boa Esperan-ça. Fonética: an = dígrafo; fr =encontro consonantal; nove le-tras e oito fonemas.

Antífona Curto versículo recitado ou can-tado pelo celebrante, antes edepois de um salmo. Fonética:an = dígrafo; oito letras e setefonemas.

Antístrofe Mudança de sentido naassociação de certas palavras,pela repetição delas em ordeminversa. Fonética: an = dígrafo;s-t e tr = encontrosconsonantais; dez letras e novefonemas.

Aríete Antiga máquina de guerra paraabater muralhas; máquina paraelevar água, acionada pela pró-pria água. Fonética: i-e = hiato.

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Proparoxítonas: prosódia esinonímia

Ápage Exprime raiva, repulsa,desaprovação, desprezo; apre,fora.

Apóstata Que ou quem cometeuapostasia: abandono da fé deuma igreja, especialmente acristã. Cf. apostata, do verboapostatar.

Apótema Segmento da perpendicularbaixada do centro de umpolígono regular sobre um lado;raio do círculo inscrito numpolígono regular.

Áptero Sem asas. Fonética: p-t =encontro conso-nantal.

Areópago Tribunal ateniense, assembléia demagistrados, sábios, literatos.Fonética: e-o = hiato.

Aríete Antiga máquina de guerra paraabater muralhas; máquina paraelevar água, acionada pela própriaágua. Fonética: i-e = hiato.

Arquétipo Modelo, protótipo. Fonética: r-q =encontro consonantal; qu = dígra-fo; nove letras e oito fonemas.

Assíntota Reta que é tangente a uma curvano infinito; reta limite da famíliade tangentes a uma curvaquando o ponto de tangênciatende para o infinito. Fonética: sse in = dígrafos; nove letras e oitofonemas.

Autóctone Que é oriundo de terra onde seencontra, sem resultar de imigra-ção ou importação; aborígine,indígena, nativo. Fonética: au =ditongo decrescente oral; c-t =encontro consonantal.

Azáfama Muita pressa, urgência;atrapalhação, agitação. Cf.azafama, do verbo azafamar(pôr em azáfama; agitar).

Azêmola Besta de carga, que forma récuacom outras; pessoa curta deinteligência, ou sem préstimo.

Bátega Bacia antiga; pancada de chuva;aguaceiro, chuva grossa.

Bávaro Da, ou pertencente ou relativo àBaviera (Alemanha).

Bímano Que tem duas mãos.

Biótipo Conjunto de indivíduos cujospatrimônios genéticos muito seassemelham. Fonética: i-o = hiato.

Bólide Meteorito de volume acima docomum que, ao penetrar naatmosfera terrestre, produz ruídoe se torna muito brilhante,podendo deixar um rastroluminoso. Forma variante: bólido.

MomentoFonético

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Acento diferencial

1. DIFERENCIAL DE TONICIDADE

Acento gráfico usado para distinguir homó-grafos (palavras de igual grafia) tônicos deátonos. O acento pode ser agudo ou circun-flexo. Veja a relação completa das palavrascom esse tipo de acento:

a) Ás – Carta do baralho; pessoa exímia emdeterminada atividade.

As – Artigo feminino plural.

b) Pára – Forma verbal de parar: eu paro,tu paras, ele pára.

Para – Preposição.

c) Péla, pélas – Formas verbais de pelar:eu pélo, tu pélas, ele péla.

Pela, pelas – Contrações de por + a,por + as.

d) Pélo – Forma verbal de pelar (eu pélo, tupélas, ele péla).

Pêlo, pêlos – Substantivo (conjunto dospêlos de um animal; cabelo).

pelo, pelos – Contração de por + o, por+ os.

e) Pólo, pólos – Extremidade; face ouaspecto oposto a outro; jogo.

Pôlo, pôlos – Falcão, açor ou gavião quenão chega a ter um ano.

Polo – contração antiga de por + o.

f) Pêra – Substantivo (o fruto da pereira).

Pera – Contração antiga de per + a.

g) Pôr – Verbo.

Por – Preposição.

h) Côas, côa – Formas verbais de coar: eucôo, tu côas, ele côa.

Coa, coas – Aglutinação da preposiçãocom + a, com + as.

i) Quê – Substantivo; pronome em fim defrase.

Que – Conjunção.

j) Porquê – Substantivo.

Porque – Conjunção.

Observações importantes:

1. O substantivo pêra só leva acento gráficono singular; no plural (peras) perde oacento.

2. Conjugando o verbo parar no presentedo indicativo, só a terceira pessoa dosingular é acentuada: eu paro, tu paras,ele pára, nós paramos, vós parais, elesparam.

2. DIFERENCIAL DE TIMBRE

Acento gráfico usado, excepcionalmente,para distinguir o homógrafo tônico fechadopôde (pretérito perfeito do verbo poder) dohomógrafo tônico aberto pode (presente doindicativo do mesmo verbo). Este acento foiextinto na Reforma Ortográfica de 1971.

3. DIFERENCIAL MORFOLÓGICO

Acento circunflexo usado para fazerdiferença entre a terceira pessoa do plural ea terceira do singular do presente doindicativo dos verbos ter, vir e seusderivados. Exemplos:

Ele tem eles têmEle vem eles vêmEle retém eles retêmEla entretém elas entretêmEle intervém eles intervêmEle provém eles provêm

Caiu no vestibular

(FGV) Com base na formação da pala-vra hierarquizar, assinale a alternativacuja palavra apresenta erro de grafiapor NÃO seguir o mesmo processo deformação:a) legalizar d) americanizarb) civilizar e) radicalizarc) improvizar

Desafios

01. Assinale a alternativa com erro degrafia:a) sintetizarb) catequisarc) hipnotizard) batizare) avalizar

02. (FGV) O vocábulo embora é umaaglutinação de em+boa+hora; ovocábulo abaixo que é exemplo domesmo processo de formação depalavras é:a) passatempo;b) girassol;c) planalto;d) sexta-feira;e) urbanismo.

03. Assinale a alternativa em que aspalavras sejam, depois decorretamente acentuadas,respectivamente: oxítona, paroxítonae proparoxítona.a) Nobel, aziago, habitat.b) Novel, triplex, interim.c) Ureter, aziago, cadmio.d) Transistor, mister, austero.e) Ruim, cateter, avaro.

04. Assinale a alternativa em que a normaculta da língua escrita NÃO foirespeitada.a) As cãs cobriam-lhe a cabeça como se

neve fosse.b) Compre aqui seu óculos de grau por um

precinho módico.c) As olheiras denunciavam uma noite

maldormida. d) Lá pelos idos de 1930, Carlos

Drummond de Andrade estreou naLiteratura Brasileira.

e) Com as técnicas disseminadas peloIbama, as famílias aprenderam a extrairóleo de pau-rosa sem sacrificar asárvores.

Arapuca

Há um plural condenado pela normaculta da língua. Assinale-o.a) caracteres d) senioresb) itens e) Luciferesc) juniores

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Dificuldadesda língua

1. Palavras que só existem no pluralAs alvíssarasOs anaisOs antolhosOs arredoresAs belas-artesAs cãsAs condolênciasAs espadas (naipe)Os esponsaisAs exéquiasAs fériasAs fezesOs idosAs núpciasOs óculosAs olheirasOs ouros (naipe)Os paus (naipe)Os pêsamesAs primíciasOs víveres

2. Adjetivos pátrios reduzidosÁfrica afroInglaterra angloAlemanha teuto, germanoItália ítaloÁustria austroJapão nipoBélgica belgoMacedônia mácedoChina sinoMalásia malaioEspanha hispanoPolônia polonoEuropa euroPortugal lusoFinlândia finoSíria siroFrança franco, galoSuíça helvetoGrécia grecoTibete tibetoÍndia indoZâmbia zambo

3. Compostos invariáveisarco-íris os arco-írisbota-fora os bota-foracola-tudo os cola-tudodiz-que-diz os diz-que-dizfaz-de-conta os faz-de-contafora-da-lei os fora-da-leifora-de-série os fora-de-sériehabite-se os habite-seleva-e-traz os leva-e-trazlouva-a-deus os louva-a-deuspára-quedas os pára-quedasperde-e-ganha os perde-e-ganhapisa-mansinho os pisa-mansinhosaca-rolhas os saca-rolhassalva-vidas os salva-vidassem-terra os sem-terratopa-tudo os topa-tudo

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Texto 3

Tu não verás, Marília, cem cativos

Tomás Antônio Gonzaga

Tu não verás, Marília, cem cativostirarem o cascalho e a rica terra,ou dos cercos dos rios caudalosos,

ou da mina da serra.

Não verás separar ao hábil negrodo pesado esmeril a grossa areia,e já brilharem os granetes de oiro

no fundo da bateia.

Não verás derrubar os virgens matos,queimar as capoeiras inda novas,servir de adubo à terra a fértil cinza,

lançar os grãos nas covas.

Não verás enrolar negros pacotes das secas folhas do cheiroso fumo;nem espremer entre as dentadas rodas

da doce cana o sumo.

Verás em cima de espaçosa mesaaltos volumes de enredados feitos;ver-me-ás folhear os grandes livros,

e decidir os pleitos.

Enquanto revolver os meus consultos,tu me farás gostosa companhia, lendo os fastos da sábia, mestra História,

e os cantos da poesia.

Lerás em alta voz, a imagem bela;eu, vendo que lhe dás o justo apreço,gostoso tornarei a ler de novo

o cansado processo.

Se encontrares louvada uma beleza,Marília, não lhe invejes a ventura,que tens quem leve à mais remota idade

a tua formosura.

Tomás Antônio Gonzaga, Marília de Dirceu

Perscrutando o texto

01. Sobre a primeira estrofe do poema,abaixo transcrita, assinale a afirmativaincorreta.

Tu não verás, Marília, cem cativostirarem o cascalho e a rica terra,ou dos cercos dos rios caudalosos,

ou da mina da serra.

a) O substantivo Marilia tem função devocativo.

b) O último verso é uma redondilha maior.c) Trocando-se tirarem por tirar, não se

infringe a norma gramatical.d) A rima entre terra e serra é pobre.e) A estrofe contém versos brancos.

02. As duas primeiras estrofes do poematêm em comum:

a) referência à atividade de prisioneiros,isto é, de quem está condenado aserviços forçados;

b) referência à atividade mineradora;c) referência à atividade de exploração da

terra, especialmente à agricultura;d) referência à atividade pastoril;

e) referência à exploração do homemnegro pelo homem branco.

03. Sobre a segunda estrofe do poema,abaixo transcrita, assinale a afirmativaincorreta.

Não verás separar ao hábil negrodo pesado esmeril a grossa areia,e já brilharem os granetes de oiro

no fundo da bateia.a) A estrofe contém hipérbato.b) O substantivo areia completa o sentido

de separar.c) A expressão “no fundo da bateia” tem

valor adverbial.d) O substantivo granetes completa o

sentido de brilharem.e) O substantivo bateia tem o timbre da

vogal tônica idêntico ao de colmeia.

Caiu no vestibular

04. (UFAM) No poema em questão, oagente da ação expressa pelo verboseparar (verso 5) é:

a) tu (oculto);b) a grossa areia;c) o hábil negro;d) ele (oculto).

05. Sobre a terceira estrofe do poema,abaixo transcrita, assinale a afirmativaincorreta.

Não verás derrubar os virgens matos,queimar as capoeiras inda novas,servir de adubo à terra a fértil cinza,

lançar os grãos nas covas.

a) No vocábulo inda há aférese.b) O adjetivo virgens tem função de

adjunto adnominal.c) O adjetivo novas tem função de adjunto

adnominal.d) O substantivo cinza é agente da ação

verbal.e) O adjetivo fértil tem função de

predicativo do sujeito.

06. Sobre a quarta estrofe do poema,abaixo transcrita, assinale a afirmativaincorreta.

Não verás enrolar negros pacotes das secas folhas do cheiroso fumo;nem espremer entre as dentadas rodas

da doce cana o sumo.

a) Em enrolar, há encontro consonantal.b) Em cana, a primeira vogal é nasal por

imfluência da letra n.c) Em espremer, há dois encontros

consonantais.d) Em entre, há dígrafo e encontro

consonantal.e) Em dentadas, há dígrafo.

07. Observe a construção “ver-me-ásfolhear os grandes livros”. Assinale afrase em que há erro na grafia dasformas do verbo folhear.

a) Folheia os livros e encontrarás respostasaos teus anseios.

b) Às vezes, folheiamos os livros, mas nãotiramos disso muito proveito.

c) Folheie os livros e encontrarás respostasaos seus anseios.

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MomentoFonético

Proparoxítonas: prosódia esinonímia

Brâmane Entre os hindus, membro da maisalta das quatro castas e que,tradicionalmente, era votado aosacerdócio. Fonética: br =encontro con-sonantal.

Cáfila Grande quantidade de camelosque transportam mercadorias.

Cânhamo Planta herbácea da família dascanabidáceas, amplamentecultivada em muitas partes domundo. Sinônimos: cânave,cânhamo-da-índia e maconha.Fonética: nh = dígrafo; seteletras e seis fonemas.

Célere Veloz, ligeiro, rápido.

Cêntimo Moeda divisionária querepresenta a centésima parte dofranco, do dólar e de várias outrasmoedas. Fonética: en = dígrafo;sete letras e seis fonemas.

Cônjuge Cada uma das pessoas ligadaspelo casamento em relação àoutra. Fonética: on = dígrafo;sete letras e seis fonemas.

Cotilédone Folha seminal ou embrionária, aprimeira que surge quando dagerminação da semente, e cujafunção é nutrir a jovem plantanas primeiras fases de seucrescimento.

Crisântemo Designação comum a váriossubarbustos ornamentais;despedidas-de-verão, monsenhor.Fonética: cr = encontroconsonantal; an = dígrafo; dezletras e nove fonemas.

Crisólito Pedra preciosa da cor do ouro;crisólita. Fonética: cr = encontroconsonantal. Cf. crisolita.

Cúpido Ávido de dinheiro ou bensmateriais; cobiçoso. Plural:cúpidos. Cf. cupido.

Diástase Fermento ou outra substânciaproduzida por células vivas, porseres vivos microscópicos ou porglândulas, e que decompõem osalimentos ou a matéria orgânica.Patologia: afastamento de duasestruturas que normalmente seapresentam em contato mediatoou imediato. Fonética: i-a = hiato;s-t = encontro consonantal.

Díptero Animais (insetos) que têm duasasas. Fonética: p-t = encontroconsonantal.

Édito Ordem judicial publicada poranúncios ou editais; textopublicado sob a responsabilidadedo autor. Cf. edito.

Égide Escudo, defesa, proteção.

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d) Depois de folheados, os jornais aindatêm muitas utilidades.

e) Livros de Machado de Assis, convémque os folheemos mais de uma vez.

08. Na estrofe seguinte, a oração “que lhedás o justo apreço” é:

Lerás em alta voz, a imagem bela;eu, vendo que lhe dás o justo apreço,gostoso tornarei a ler de novo

o cansado processo.

a) subordinada adjetiva restritiva;b) subordinada adjetiva explicativa;c) subordinada substantiva subjetiva;d) subordinada substantiva objetiva direta;e) subordinada adverbial causal.

09. Assinale a alternativa em que osvocábulos tenham o timbre da vogaltônica idêntico ao de bateia (verso 8):

a) crosta, obeso, ilesob) coldre, imberbe, grumetec) sesta, badejo, obsoletod) espelha, algozes, ilesoe) fecha, algoz, cerda

10. Assinale a alternativa em que a trocado complemento verbal pelo pronomepessoal oblíquo átono infringe a normaculta da língua escrita.

a) Derrubar os matos = Derrubá-los.b) Espremer o sumo da cana = Espremê-

lo.c) Revolver os consultos = Revolvê-los.d) Ler os cantos da poesia = Lê-los.e) Obedecer à consciência = Obedecer-

lhe.

11. Escolha a alternativa em que seaponta erradamente o fenômenofonético:

a) mais: hiato.b) enquanto: dois dígrafos.c) virgens: ditongo decrescente nasal.d) imagem: ditongo decrescente nasal.e) quem: ditongo decrescente nasal.

12. Opte pela construção em que,reescrevendo trechos do poema, secometeu erro de pontuação.

a) Verás, em cima de espaçosa mesa, altosvolumes de enredados feitos.

b) Ver-me-ás folhear os grandes livros edecidir os pleitos.

c) Enquanto revolver os meus consultos, tume farás gostosa companhia.

d) Lerás em alta voz, a imagem bela; eu,vendo que lhe dás o justo apreço,gostoso tornarei a ler de novo ocansado processo.

e) Se encontrares louvada uma beleza, nãolhe invejes a ventura Marília.

Ampliando o vocabulário

13. Na estrofe seguinte, cascalhosignifica:

Tu não verás, Marília, cem cativostirarem o cascalho e a rica terra,ou dos cercos dos rios caudalosos,

ou da mina da serra.

a) Camada de areia grossa ou pedrasroliças onde se encontra ouro ediamantes.

b) Conjunto de lascas de pedra provenientedo trabalho de lavrar a cantaria.

c) Mistura de conchas, pedras miúdas eareia, que se encontra nas praias e emalguns pontos do fundo do mar.

d) Pedra britada ou lascas de pedra, quegeralmente se misturam com areia efragmentos de tijolos, compondomaterial muito utilizado em construções.

e) Escória que o ferro solta ao ser forjado.

14. Ainda com base na estrofe da questãoanterior, cercos significa:a) Quintal fechado de um convento. b) Círculo formado por redes para capturar

peixes. c) Espécie de barragem, feita com pedras

e material vário, para que as águas deum rio passem num só e estreito lugar.

d) Escavação feita no leito de rio corrente. e) Assédio, bloqueio ou sítio,

especialmente a uma praça de guerra.

15. No poema, “rios caudalosos” sugere:a) rios com o leito cheio de pedras;b) rios que possuem intensa corrente ou

fluxo de água;c) rios que possuem corrente minguada de

água;d) rios com águas mornas;e) rios em que há cascalho com ouro e

diamante.

16. Na estrofe seguinte, o vocábulogranetes sugere: Não verás separar ao hábil negrodo pesado esmeril a grossa areia,e já brilharem os granetes de oiro

no fundo da bateia.

a) pequenos grãos;b) carga transportada sem embalagem;c) grãos em proporções além do normal;d) lingotes;e) pequenas barras.

Arapuca

Ainda com base na estrofe da questãoanterior, o vocábulo oiro:a) foi usado com grafia errada;b) foi usado com grafia correta (forma

arcaica e variante de ouro);c) foi usado com grafia obsoleta e

antigramatical;d) indica um tipo de metal inferior ao ouro;e) indica o ouro em estado bruto, tal como

é encontrado na natureza.

Desafio

Nas frases seguintes, a sílaba tônicadas formas verbais vem indicada entreparênteses. Assinale a alternativa emque isso ocorre de maneira equivoca-da.a) Agora, convém que optes (op) por um

curso menos concorrido.b) É importante que você designe (gui)

uma pessoa de sua inteira confiança.c) Sempre que a vejo, eu a saudo (ú).d) Pode deixar que apaziguo (gu) os

ânimos.e) A sala foi alugada; é imperioso que você

a mobilie (bí).

7

Dificuldadesda língua

VERBOS COM CONSOANTESMUDASNa nossa língua, os verbos com consoantesmudas – adaptar, captar, designar,impugnar, interceptar, obstar, optar, raptar,repugnar – têm as formas rizotônicas (aquelasem que a sílaba tônica cai na raiz do verbo)com pronúncia proparoxítona, mas sem avogal i (depois da consoante muda) e semacento gráfico. Veja a conjugação de algunsdesses verbos.

1. IMPUGNAR (contrariar com razões; refutar,contestar).

Presente do indicativo:

Eu im-pug-noTu im-pug-nasEle im-pug-noNós im-pug-na-mosVós im-pug-naisEles im-pug-nam

Presente do subjuntivo:

Que eu im-pug-neQue tu im-pug-nesQue ele im-pug-neQue nós im-pug-ne-mosQue vós im-pug-neisQue eles im-pug-nem

2. DESIGNAR (dar a conhecer; nomear;indicar).

Presente do indicativo:

Eu de-sig-noTu de-sig-nasEle de-sig-naNós de-sig-na-mosVós de-sig-naisEles de-sig-nam

Presente do subjuntivo:

Que eu de-sig-neQue tu de-sig-nesQue ele de-sig-neQue nós de-sig-ne-mosQue vós de-sig-neisQue eles de-sig-nem

3. OPTAR (decidir-se por uma coisa; preferir,escolher).

Presente do indicativo:

Eu op-toTu op-tasEle op-taNós op-ta-mosVós op-taisEles op-tam

Presente do subjuntivo:

Que eu op-teQue tu op-tesQue ele op-teQue nós op-te-mosQue vós op-teisQue eles op-tem

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ARCADISMO(1768 – 1836)

1. ASPECTOS GERAIS

a) Duração no Brasil: 1768 a 1836 (séculoXVIII).

b) Livro inaugurador: Obras Poéticas(poesias), de Cláudio Manuel da Costa.

c) Outros nomes para o movimento:

1. Arcadismo ou Neoclassicismo – São as denominações comuns para o mo-vimento onde quer que ele tenha exis-tido.

2. Arcádia Mineira ou MovimentoMineiro – Em homenagem ao local emque o movimento nasce e desenvolve-se: Minas Gerais, especialmente emVila Rica, atual Ouro Preto.

3. Setecentismo – Denominação no Bra-sil, em seqüência ao Quinhentismo eao Seiscentismo (Barroco).

d) O movimento arcádico é um retorno aoequilíbrio e à simplicidade do Classicis-mo, movimento que não existiu no Brasil,mas que fez sucesso em Portugal.

e) Imitando a literatura clássica, o Arcadis-mo mantém postura de oposição ao Bar-roco. É contra os exageros verbais, assutilezas da construção, o uso abusivodas figuras de linguagem. Tudo isso nateoria, porque, na prática, os autores bra-sileiros ainda escrevem fazendo largouso da antítese e do hibérpato – figurastipicamente barrocas.

f) O Arcadismo propõe, pois, uma literaturacompromissada com a simplicidade.Nesse sentido, os escritores valorizamquatro palavras: clareza, razão, verdadee natureza.

g) A própria sociedade da época substitui afé e a religião pela razão e pela ciência.Daí a denominação de Século das Luzespara o período em que o Arcadismopredominou.

2. ASPECTOS HISTÓRICO-CULTURAISa) O berço das idéias novas, quer na litera-

tura quer no campo científico, é a França.

b) Surgem a Física de Newton, a Químicade Lavousier, a Biologia de Bueton e deLineu, a Psicologia de Locke.

c) Faz-se, pela primeira vez, o emprego daenergia a vapor na indústria têxtil inglesa.

d) O Iluminismo e o Enciclopedismo são osmovimentos filosóficos franceses que de-sencadeiam as idéias de igualdade entreos homens. O resultado final é a Revolu-ção Francesa.

3. INFLUÊNCIAS DO ILUMINISMO EMPORTUGALa) O século XVIII representa para Portugal

um período de evolução e de prosperida-de no campo material e cultural. O ourodo Brasil marca o crescimento econômi-co, e a absorção dos ideais do Iluminis-mo faz avultar a importância cultural.

b) A figura dominante do período é o Mar-quês de Pombal, ministro de D. José I(1750 – 1777). Modelo de déspota escla-recido, impõe transformações significan-tes nos setores administrativo e educaci-onal.

c) Marquês de Pombal expulsa os jesuítasdo Brasil e retira a educação da alçadareligiosa, estimulando a divulgação dasidéias científicas e fundando as primeirasescolas públicas.

4. SITUAÇÃO BRASILEIRA NO SÉC.XVIII

a) A descoberta de ouro em Minas Geraismotiva mudanças significativas na vidada sociedade brasileira.

b) Há o deslocamento do centro econômicodo Nordeste (Pernambuco e Bahia) parao Sul (Minas Gerais e Rio de Janeiro).

c) A melhoria econômica faz surgir uma so-ciedade urbana e complexa nas cidadesmineiras, com maior poder aquisitivo e,portanto, mais ávida de conhecimentosculturais.

d) O crescimento (influenciado pelo aspectocultural) da consciência política de brasi-lidade provoca as primeiras tentativas deindependência da Colônia em relação aPortugal.

e) A assimilação dos ideais iluministas pro-move a estabilização de uma sociedadeculta, constituída de funcionários da Co-roa, magistrados, mineradores e comerci-antes, que estudaram na Europa,

f) O aparecimento de associações de ho-mens cultos – as Academias e as Arcá-dias – transpõe para a Colônia os modis-mos artísticos e intelectuais da Europa.

g) A capital do Brasil passa a ser o Rio deJaneiro, mas a elite intelectual e políticamora em Vila Rica, Minas Gerais.

5. CARACTERÍSTICAS DO ARCADISMO

a) Oposição ao Barroco – Proposta de lin-guagem simples, de frases na ordem dire-ta e de palavreado de uso popular, ou se-ja, o contrário das pregações do Seis-centismo.

b) Versos brancos – Ao contrário do Barro-co, o poeta árcade pode usar o versobranco (sem rima), atitude que simbolizaliberdade na criação. No Brasil, Basílio daGama foi o mais ousado: compôs o livroO Uraguai (poema épico) sem fazer usode rima.

c) A poesia como imitação da natureza –Os árcades copiam os modelos clássicosantigos ou renascentistas, numa flagrantefalta de originalidade. O poeta busca, nanatureza, os modelos de beleza, bonda-de e perfeição. Falta, pois, ao árcade acapacidade de inventar, comum nos poe-tas do Barroco, do Romantismo, do Sim-bolismo e do Modernismo.

d) Compromisso com a beleza, o bem, aperfeição – Compromisso com a poesiadescritiva e objetiva. Nesse aspecto, apoesia árcade faz lembrar a época par-nasiana. Há mais preocupação com si-tuações do que com emoções.

LiteraturaProfessor João BATISTA GomesContexto

HistóricoPrincipais filósofos iluministas

Podemos dividir os pensadores iluministasem dois grupos: os filósofos, que se preocu-pam com os problemas políticos; e os econo-mistas, que procuram uma maneira de aumen-tar a riqueza das nações. Os principais filóso-fos franceses envolvidos com o Iluminismo sãoMontesquieu, Voltaire, Rousseau e Diderot.

MONTESQUIEU publica, em 1721, as Car-tas Persas, em que ridiculariza costumes einstituições. Em 1748, publica O Espírito dasLeis, estudo sobre formas de governo em quedestaca a monarquia inglesa e recomenda,como única maneira de garantir a liberdade, aindependência dos três poderes: Executivo,Legislativo e Judiciário.

VOLTAIRE é o mais importante filósofo doIluminismo. Exilado na Inglaterra, publica Car-tas Inglesas, com ataques ao absolutismo e àintolerância e elogios à liberdade existentenaquele país. Fixando-se em Ferney, França,exerce grande influência por mais de vinteanos, até morrer. Discípulos seus espalham-sepela Europa e divulgam seus pensamentos,especialmente o anticlericalismo.

ROUSSEAU tem origem modesta e vidaaventureira. Nasce em Genebra, é contrário aoluxo e à vida mundana. Em Discurso Sobre aOrigem da Desigualdade Entre os Homens(1755), defende a tese da bondade natural doshomens, pervertidos pela civilização. Consagratoda a sua obra à tese da reforma necessáriada sociedade corrompida. Propõe uma vida fa-miliar simples; no plano político, uma socieda-de baseada na justiça, na igualdade e na sobe-rania do povo, como mostra em seu texto maisfamoso, O Contrato Social. Sua teoria da von-tade geral, referida ao povo, é fundamental naRevolução Francesa e inspira Robespierre eoutros líderes.

DIDEROT organiza a Enciclopédia, publi-cada entre 1751 e 1772, com ajuda do mate-mático d' Alembert e da maioria dos pensado-res e escritores da época. Proibida pelo gover-no por divulgar as novas idéias, a obra passa acircular clandestinamente.

Os economistas pregam, essencialmente,a liberdade econômica, opondo-se a toda equalquer regulamentação. Segundo eles, a na-tureza deve dirigir a economia; o Estado só po-de intervir para garantir o livre curso da nature-za. São os fisiocratas, ou partidários da fisio-cracia (governo da natureza). Quesnay afirmaque a atividade verdadeiramente produtiva é aagricultura.

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e) PASTORALISMO – O poeta do Arcadis-mo imagina-se, na hora de produzir poe-mas, um “pastor de ovelhas”. É de suporque um pastor não disponha de lingua-gem sofisticada. Daí a idéia de simplici-dade no escrever. O próprio tema dapoesia converge para assuntos bucóli-cos, amorosos, com riachos, campinas,fontes, rebanho, ovelhas, cajado. A pró-pria condição de amar e ser feliz é condi-cionada à convivência campestre.

f) Uso de pseudônimos – O poeta árcadeadota nome falso porque se consideraum “pastor de ovelhas”. É como se o es-critor tivesse duas identidades: uma real,outra especial, usada apenas para com-por poesias. Tomás Antônio Gonzaga, onosso maior poeta árcade, era advogadoe político na vida real. Na momento decompor poemas, transformava-se emDirceu, um simples (às vezes nem tanto)pastor de ovelhas.

g) Presença de musas – Diz-se que a con-dição precípua para ser poeta, no Arca-dismo, é estar apaixonado. Exageros àparte, a maioria dos poetas árcades bra-sileiros notabilizam-se fazendo poesiaslíricas para suas amadas. Alguns comedi-dos (caso de Gonzaga, que se inspira emuma só mulher: Marília), outros mais ou-sados (caso de Cláudio Manuel da Cos-ta, que faz poemas para Nise e Eulina),a verdade é que poucos se aventuram àlavra pura e simples da poesia dissocia-da da figura feminina.

6. ARCADISMO NO BRASIL

QUADRO GERAL

a) Início: 1768 (meados do século XVIII).

b) Fim: 1836 (princípio do século XIX).

c) Livro inaugurador: Obras Poéticas (poe-sias líricas).

d) Primeiro autor: Cláudio Manuel da Costa.

e) Local onde o movimento nasce: Vila Rica,atual Ouro Preto, Minas Gerais.

f) Capital do Brasil: Rio de Janeiro.

g) Movimento histórico importante: Inconfi-dência Mineira.

7. GÊNEROS LITERÁRIOS DOARCADISMO

POESIA LÍRICA

a) Claúdio Manuel da Costa – autor deObras Poéticas.

b) Tomás Antônio Gonzaga – autor deMarília de Dirceu.

c) SIlva Alvarenga – autor de Glaura.

d) Alvarenga Peixoto – autor de ObrasPoéticas.

e) Caldas Barbosa – autor de Viola deLereno.

POESIA ÉPICA

a) Basílio da Gama – autor de O Uraguai.

b) Santa Rita Durão – autor de Caramuru.

c) Cláudio Manuel da Costa – autor de VilaRica.

POESIA SATÍRICA

Tomás Antônio Gonzaga – autor de CartasChilenas.

8. AUTORES DO ARCADISMOBRASILEIRO

CLÁUDIO MANUEL DA COSTANasce em 5 de junho de 1729, em Ribeirãodo Carmo (hoje Mariana), Minas Gerais.

Suicida-se em Vila Rica (MG), em 4 de julhode 1789, aos 60 anos.

Filho de mineradores abastados, forma-seem Direito pela Universidade de Coimbra.

Tem um papel lateral na na Incofidência Mi-neira. Preso e interrogado uma só vez, con-fessa seus crimes e inculpa seus compa-nheiros. É encontrado morto na cela, fatoque se atribui a suicídio.

Introduz o Arcadismo no Brasil com o livroObras Poéticas (poesias, 1768).

Nome árcade: Glauceste Satúrnio.

Musas que aparecem na sua poesia lírica:Nise e Eulina. Nise é a musa preferida.

Tipos de poesia: lírico-amorosa e épica.

Considerado, até hoje, um dos melhores so-netistas de nossa literatura.

Temas comuns em sua poesia: o amanteinfeliz e a tristeza da mudança das coisasem relação aos sentimentos.

OBRAS

1. Obras Poéticas (poesias líricas, 1768).Reúne a produção lírica do poeta: sone-tos, éclogas, epicédios, cantatas e outrasmodalidades.

2. Vila Rica (poema épico, 1839). Poemetoépico-clássico, à maneira de Os Lusía-das, de Camões.

ANTOLOGIA

A vida é sofrimento – Veja, no soneto aseguir, a angústia provocada pelaconstatação de que a vida é feita desofrimento:

Soneto XIII

Continuamente estou imaginando,Se esta vida, que logro, tão pesada,Há de ser sempre aflita, e magoada,Se com o tempo enfim se há de irmudando.

Em golfos de esperança flutuandoMil vezes busco a praia desejada;E a tormenta outra vez tão esperadaAo pélago infeliz me vai levando.

Tenho já o meu mal tão descoberto,Que eu mesmo busco a minha desventura;Pois não pode ser mais meu desconserto.

Que me pode fazer a sorte duraSe para não sentir seu golpe incerto,Tudo o que foi paixão, é já loucura!

Soneto XCVIII

Destes penhascos fez a naturezaO berço em que nasci: oh! quem cuidara,Que entre penhas tão duras se criaraUma alma terna, um peito sem dureza!

Amor, que vence os tigres, por empresaTomou logo render-me; ele declaraContra o meu coração guerra tão rara,Que não me foi bastante a fortaleza.

Por mais que eu mesmo conhecesse o [dano,

A que dava ocasião minha brandura,Nunca pude fugir ao cego engano:

Vós, que ostentais a condição mais dura,Temei, penhas, temei; que amor tirano,Onde há mais resistência mais se apura.

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DesafioLiterário

01. Identifique o período literário a quepertence o poema seguinte.Árvores aqui vi tão florescentes,Que fazem perpétua a primavera:Nem troncos vejo agora decadentes.

Em me engano: a região esta não era:Mas que venho a estranhar, se estão

[presentesMeus males, com que tudo degenera!

a) Barrocob) Seiscentismoc) Arcadismod) Quinhentismoe) Romantismo

02. Identifique o período literário a quepertence o poema seguinte.O todo sem parte não é todo;A parte sem o todo não é parte;Mas se a parte o faz todo, sendo a parte,Não se diga que é parte, sendo todo.

a) Quinhentismob) Barrococ) Arcadismod) Romantismoe) Parnasianismo

03. Identifique o período literário a quepertence o poema seguinte.Aqui um regatoCorria sereno,Por margens cobertasDe flores e feno:À esquerda se erguiaUm bosque fechado;E o tempo apressado,Que nada respeita,Já tudo mudou

a) Quinhentismob) Barrococ) Arcadismod) Romantismoe) Parnasianismo

04. Os versos do poema da questãoanterior são:a) redondilha maior;b) redondilha menor;c) octossílabos;d) hexassílabos;e) heterométricos.

05. A rima sereno/feno só não é:a) perfeita;b) feminina;c) rica;d) soante;e) toante.

06. A rima fechado/apressado só não é:a) perfeita;b) feminina;c) rica;d) soante;e) emparelhada.

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A construção do período

1. FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO

Frase nominal – As frases desprovidas deverbos são chamadas de nominais. Entram,na sua formação, apenas nomes: substanti-vos, adjetivos, pronomes, advérbios. Comcriatividade, é possível compor textos (lite-rários ou não) sem a presença de verbos.Em Juca Mulato, Menotti del Picchia conse-gue dizer coisas de uma beleza ímpar semusar formas verbais. Veja:

Amor?Receios, desejos,promessas de paraísos.Depois sonhos, depois risos,depois beijos!

Depois...E depois, amada?Depois dores, sem remédio,depois pranto, depois tédio,depois... nada!"

Frase oracional – A presença do verbo dá àfrase aspectos especiais. Ela passa a ter pe-lo menos dois termos essenciais: o sujeito eo predicado, permitindo descobrir quem pra-tica (ou sofre) a ação verbal. Mas a oraçãopode prescindir do sujeito (oração sem sujei-to), e o verbo pode estar subentendido (zeug-ma) para evitar repetição desnecessária.

Período – Período é a frase organizada emoração (período simples) ou em orações(período composto). O período termina sem-pre por uma pausa bem definida. Na escrita,o fim do período é indicado pelo ponto, pon-to de interrogação, ponto de exclamação, re-ticências e, algumas vezes, por dois-pontos.O reinício do texto com letra maiúscula é aprova de que um período acabou e outro foiiniciado.

2. EXTENSÃO DO PERÍODO

Períodos longos – Em textos quaisquer (nar-rativo, descritivo, dissertativo), não há tama-nho exato, milimetrado para o período. Sa-be-se que períodos por demais longos (nor-malmente, compostos ou mistos) contribu-em para a falta de clareza. A leitura torna-se,então, cansativa, exigindo do leitor um esfor-ço mental desgastante. As idéias não ganhamdestaque justamente porque estão mistura-das a outras idéias.

Períodos curtos – Já o período curto (en-tenda-se: de sentido completo; normalmentesimples, mas pode ser composto) realça ca-da idéia escrita, dá impressão de leveza e éexcelente recurso para tornar tudo muito cla-ro, transparente. Basta dizer que Machadode Assis e Graciliano Ramos (para ficar ape-nas com dois exemplos literários) são famo-sos pelo uso de tal técnica.

3. TRANSFORMANDO PERÍODOS

Reescrever – Um bom exercício para quemquer dominar a construção de períodos (ede parágrafos) é reescrever textos que fo-ram estruturados em períodos longos. A se-guir, um exemplo de como isso pode serfeito.

Período longo 1 – O parágrafo seguintecontém um só período. Note como a leituraé cansativa.

Contrariando a idéia de que adoles-cente só pensa em “rock”, é rebelde poríndole, desconhece a realidade socioeco-nômica de seu país e só dá seu voto deconfiança aos modismos internacionais,a nova Constituição Brasileira resolveapostar, ainda que de forma inibida, nacapacidade da joventude e no seu po-tencial de discernimento, dando-lhe o di-reito de votar, o que, para uns, é um pas-so precipitado dos constituintes: aos de-zesseis anos, nenhum jovem possui sen-so político à altura de opinar sobre ques-tões que afligem o seu país, para outros(talvez para a maioria), a decisão de-monstra a valorização de idéias novas,de credibilidade a um público que,apesar da pouca idade, tem visão críticadas mazelas mais graves da sociedadeem que vive.

Períodos curtos – Veja o período anteriorreestruturado: o parágrafo contém agoraquatro períodos. Praticamente, não houvemudança de idéias.

Contrariando a idéia de que adoles-cente só pensa em “rock”, é rebelde poríndole, desconhece a realidade socioeco-nômica de seu país e só dá seu voto deconfiança aos modismos internacionais,a nova Constituição Brasileira resolveapostar, ainda que de forma inibida, nacapacidade da joventude e no seu poten-cial de discernimento, dando-lhe o direitode votar. Para uns, é um passo precipita-do dos constituintes. Aos dezesseis anos,nenhum jovem possui senso político à al-tura de opinar sobre questões que afli-gem o seu país. Para outros (talvez paraa maioria), a decisão demonstra a valori-zação de idéias novas, de credibilidade aum público que, apesar da pouca idade,tem visão crítica das mazelas mais gra-ves da sociedade em que vive.

Período longo 2 – O parágrafo seguinte(seqüência do anterior) foi desenvolvido emum só período.

Em um ponto, todos são obrigados aconcordar: a classe política brasileira pre-cisa sofrer inclusões novas, porque aimagem do político inimigo do trabalho,amante de mordomias e falcatruas e in-sensível, depois de eleito, às necessida-des da população carente fixou-se namente de todos os eleitores, e qualquertentativa de mudança é bem-vinda.

Períodos curtos – Veja o parágrafo anteriorreestruturado em três períodos.

Em um ponto todos são obrigados aconcordar: a classe política brasileiraprecisa sofrer inclusões novas. A imagemdo político inimigo do trabalho, amantede mordomias e falcatruas e insensível,

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RedaçãoProfessor João BATISTA Gomes

TemadissertativoINSTRUÇÕES

Esta prova é constituída de apenas um texto.Com base nele:

1. Dê um título sugestivo à sua redação.

2. Redija um texto dissertativo, a partir dasidéias apresentadas.

4. Defenda os seus pontos de vista utili-zando-se de argumentação lógica.

Na avaliação da sua redação, serãopondera-dos:

1. A correta expressão em línguaportuguesa.

2. A clareza, a concisão e a coerência naex-posição do pensamento.

3. Sua capacidade de argumentarlogicamen-te em defesa de seus pontosde vista.

4. Seu nível de atualização e informação.

A Banca aceitará qualquer posicionamentoideológico do examinando.

Atenção para escrever com caligrafia bemlegível.

TEXTO-TEMA

“Nossa cultura perdeu muito deseus valores tradicionais. O dinheiro é aúnica coisa que sobrou para estimularos desejos e as aspirações da maioriadas pessoas. O dinheiro tomou o lugarou entrou profundamente no mundo dareligião, do patriotismo, da arte, doamor e da ciência... Os ricos e ospobres lutam por dinheiro por razõesmuito diferentes. Mas quem é pobreentende algo sobre o di-nheiro que osricos não entendem. E o contráriotambém é verdadeiro. Os pobressentem o poder do dinheiro na própriapele. Uma pessoa rica freqüentementesente isso nas suas emoções, não noseu corpo. Quem é rico sabe que comdi-nheiro, muitas vezes, você podemanipular, blefar, e fazer o que vocêquiser. Mas até um certo ponto. Sabeinteriormente que há algo essencial nacondição humana que o dinheiro nãocompra.”

(JACOB NEEDLEMAN, entrevista a

EXAME, edição 645, pg.76).

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depois de eleito, às necessidades da po-pulação carente fixou-se na mente de to-dos os eleitores. Qualquer tentativa demudança é bem-vinda.

4. COORDENAÇÃO E INFANTILIDADE

Idéias infantis – As orações coordenadas,dependendo da maneira como se distribu-em no período, podem denotar infantilidade,depreciando o texto escrito – quando pro-duzido por adulto. Pode-se dizer o mesmodos períodos curtos (que não deixam de serum modo de coordenação): eles não con-seguem dar realce a um determinado pontode vista nem estabelecer a verdadeira rela-ção entre fatos enumerados. Vamos mostraruma seqüência de períodos que denotaminfantilidade do redator:

1. A ação terrorista não consegue diminuira discriminação social.

2. Os terroristas usam a violência comodiálogo.

3. A resposta aos apelos dos terroristas édada também em forma de violência.

4. Cria-se, assim, um círculo vicioso.

Orações coordenadas – Agora, vamos or-ganizar os tópicos acima no formato de ora-ções coordenadas, ou seja, vamos colocá-los no papel e separá-los basicamente porvírgulas:

A ação terrorista não consegue dimi-nuir a discriminação social, os terroristasusam a violência como diálogo, a respos-ta aos apelos dos terroristas é dada tam-bém em forma de violência e cria-se, as-sim, um círculo vicioso.

Períodos simples – Agora, vamos organizaras mesmas idéias no formato de períodossimples, ou seja, vamos colocá-los no papele separá-los por ponto seguido:

A ação terrorista não consegue dimi-nuir a discriminação social. Os terroristasusam a violência como diálogo. A res-posta aos apelos dos terroristas é dadatambém em forma de violência. Cria-se,assim, um círculo vicioso.

Conclusão – Nos dois casos (orações co-ordenadas e períodos simples), o textodeixa transparecer infantilidade. Existemidéias, mas o modo como foram dispostasno papel sugere imaturidade. Outro fatornegativo que se nota na coordenação é arepetição de palavras. Note que os vocábu-los terrorista e violência aparecem de for-ma exagerada.

5. SUBORDINAÇÃO: COISA DE ADULTOS

Idéias de adultos – O processo de subordi-nação das idéias denota que o redator éadulto, capaz de valorizar este ou aqueleponto de vista, realçar uma ou outra idéia,valorizando aspectos que a simples coorde-nação não permite fazer. Assim procedendo,evitam-se as repetições desnecessárias.

Vamos reescrever as idéias anteriores sob aforma de período composto por subordina-ção.

Dois períodos – A vantagem de dois perío-dos compostos por subordinação, além dafacilidade de compreensão, é a valorizaçãode duas idéias:

1. A ação terrorista não consegue diminuira discriminação social.

2. As respostas aos apelos violentos do ter-ror são dadas em forma de agressão.

A ação terrorista, usando a violênciacomo diálogo, não consegue diminuir adiscriminação social. As respostas aosapelos violentos do terror são dadas emforma de agressão, criando-se, assim,um círculo vicioso.

Um só período – É possível reunir todas asidéias em um só período, demonstrando-secom isso o domínio das conjunções, qua-lidade essencial de um bom redator. O pe-ríodo sendo único, apenas uma idéia ganhadestaque: a da oração principal.

1. Destaque apenas para a oração princi-pal: “A ação terrorista não consegue di-minuir a discriminação social.”

A ação terrorista, usando a violênciacomo diálogo, não consegue diminuir adiscriminação social porque as respostasaos apelos violentos do terror são dadasem forma de agressão, criando-se, assim,um círculo vicioso.

2. Destaque para a oração principal (A açãoterrorista não consegue diminuir a discri-minação social) e para outra idéia (usan-do a violência como diálogo).

Usando a violência como diálogo, aação terrorista não consegue diminuir adiscriminação social porque as respostasaos apelos violentos do terror são dadasem forma de agressão, criando-se, assim,um círculo vicioso.

3. Destaque para a oração principal (A açãoterrorista não consegue diminuir a discri-minação social) e para duas outras idéias(usando a violência como diálogo e crian-do um círculo vicioso).

Usando a violência como diálogo ecriando um círculo vicioso, a ação terro-rista não consegue diminuir a discrimina-ção social porque as respostas aos ape-los violentos do terror são dadas em for-ma de agressão.

4. Vejamos uma versão em que a frase “Asrespostas aos apelos violentos do terrorsão dadas em forma de agressão” é pro-movida a oração principal:

As respostas aos apelos violentos doterror são dadas em forma de agressão,criando-se um círculo vicioso, razão pelaqual a ação terrorista, que usa a violênciacomo diálogo, não consegue diminuir adiscriminação social.

CONCLUSÕES

Vamos enumerar as vantagens do períodocomposto:

1. Possibilidade de destacar idéias, elevan-do-as à condição de oração principal ouusando-as no início do período.

2. Prova de que o redator tem raciocíniológico.

3. Prova de que o redator tem domínio gra-matical (pontuação, concordância, regên-cia, uso das conjunções).

11

Dificuldadesda língua

1. VIR, VIER e VIM

a) Vir – Usa-se o infinitivo do verbo vir nosseguintes casos:

1. Depois de preposição (normalmentede ou para). Veja exemplos:

Você tem obrigação de vir trabalhar nosábado.

O prefeito eleito fez tudo para vir à to-na o escândalo dos transportes coleti-vos.

Ela ficou de vir, mas não apareceu.

Disseram-me para vir mais cedo; porisso, estou aqui.

2. Emprega-se o infinitivo vir quandoexistem dois verbos: um auxiliar e ou-tro principal, formando locução verbal.Veja:

Você pode vir amanhã, pela manhã?

Sua esposa não pode vir aqui.

Mesmo sendo feriado, você deve vir àempresa.

Você poderia vir à minha casa, maistarde?

b) Vier – É a forma verbal correspondente àprimeira e à terceira pessoas do singulardo futuro do subjuntivo. Veja construçõescertas e erradas:

1. Quando você vir de Presidente Figuei-redo, traga doce de cupuaçu para mim.(errado)

2. Quando você vier de Presidente Fi-gueiredo, traga doce de cupuaçu paramim. (certo)

3. Se ela vir mais cedo, anteciparemos areunião. (errado)

4. Se ela vier mais cedo, anteciparemosa reunião. (errado)

c) Vim – A forma verbal vim é a primeirapessoa do singular do pretérito perfeitodo verbo vir: eu vim, tu vieste, ele veio,nós viemos, vós viestes, eles vieram.Veja exemplos:

1. Estava chovendo muito; por isso, nãovim.

2. Você telefou-me, e eu vim correndo.

Desafio

Escolha a única construção que desrespeita anorma culta da língua escrita.

a) Durante o mês de dezembro, boa parte dosoperários da fábrica estará de férias.

b) Durante o mês de dezembro, boa parte dosoperários da fábrica estarão de férias.

c) Amanhã, não vou poder vir trabalhar.d) A Polícia tem agido com muita discrição nas

investigações.e) Dentro de casa, enquanto trabalhávamos,

nossa empregada entretia as crianças.

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PERSCRUTANDO O TEXTO (p. 2)01. D02. D03. E04. B05. A06. C07. C08. E09. E10. D11. C12. C13. E

PERSCRUTANDO O TEXTO (p. 3)01. E02. E03. A04. B

DESAFIO GRAMATICAL (p. 3)

01. C 02. B 03. C04. B 05. D

EXERCÍCIOS (p. 4)

01. E 02. E 03. A04. C05. E06. E07. A08. A09. D

PERSCRUTANDO O TEXTO (p. 6)

01. E; 02. D; 03. A; 04. D; 05. D; 06. B;07. B; 08. A; 09. A; 10. D; 11. D; 12. A;13. D; 14. A; 15. C; 16. C; 17. D; 18. A;19. E; 20. A;

DESAFIO LITERÁRIO (p. 9)

01. E 02. B 03. B04. D 05. D

DESAFIO GRAMATICAL (p. 11)

01. B 02. B 03. E04. B05. A06. D

Governador

Eduardo Braga

Vice-Governador

Omar Aziz

Reitor

Lourenço dos Santos Pereira Braga

Vice-Reitor

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Pró-Reitor de Planejamento e Administração

Antônio Dias Couto

Pró-Reitor de Extensão e

Assuntos Comunitários

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Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa

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Coordenadora Geral

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Coordenador de Professores

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Coordenador de Ensino

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Produção

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Projeto Gráfico – Jobast

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Paulo Alexandre

Rafael Degelo

Tony Otani

Editoração Eletrônica

Horácio Martins

Encarte referente ao curso pré-vestibularAprovar da Universidade do Estado doAmazonas. Não pode ser vendido.

ADALBERTO Prado e Silva et al. Dicionáriobrasileiro da língua portuguesa. São Paulo:Melhoramentos, 1975.

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Dicionário dequestões vernáculas. 3. ed. São Paulo: Ática,1996.

_______. Gramática metódica da línguaportuguesa 35. ed. São Paulo: Saraiva, 1988.

AULETE, Caldas. Dicionário contemporâneo dalíngua portuguesa. 4. ed. Atualizado por Hamílcarde Garcia. Rio de Janeiro: Delta, 1958.

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SEREBRENICK, Salomão. 70 Segredos da línguaportuguesa. Rio de Janeiro: Bloch, 1990.

Este material didático, que será distribuído nos Postos de Atendimento (PAC) na capital e Escolas da Rede Estadual de Ensino, ébase para as aulas transmitidas diariamente (horário de Manaus), de segunda a sábado, nos seguintes meios de comunicação:

• TV Cultura (7h às 7h30 e 23h40 às 00h15) Postos de distribuição:• Amazon Sat (15h10 às 15h40)• RBN (13h às 13h30) • PAC São José – Alameda Cosme Ferreira – Shopping São José • Rádio Rio Mar (19h às 19h30) • PAC Cidade Nova – Rua Noel Nutles, 1350 – Cidade Nova I• Rádio Seis Irmãos do São Raimundo • PAC Compensa – Av. Brasil, 1325 – Compensa

(7h às 8h e 16h às 16h30) • PAC Porto – Rua Marquês de Santa Cruz, s/n.° • Rádio Panorama de Itacoatiara (23h às 23h30) armazém 10 do Porto de Manaus – Centro• Rádio Difusora de Itacoatiara (23h às 23h30) • PAC Alvorada – Rua desembargador João• Rádio Comunitária Pedra Pintada de Itacoatiara Machado, 4922 – Planalto

(22h00 às 22h30) • PAC Educandos – Av. Beira Mar, s/nº – Educandos• Rádio Santo Antônio de Borba (18h30 às 19h)• Rádio Estação Rural de Tefé (19h às 19h30) – horário local• Rádio Independência de Maués (6h às 6h30)• Rádio Cultura (6h às 6h30 e 12h às 12h30)• Centros e Núcleos da UEA (12h15 às 12h45)

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