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A Supremacia de Cristo

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    Copyright 2008,

    Editora Crista Evanglica

    T reimpresso, 2013

    diretor

    A b im ae l de Souza

    Todos os direitos nacionais e internacionais desta

    edio reservados.

    consultor

    John D. Barnett

    Nenhuma parte desta edio pode ser uti l izada

    ou reproduzida - em qualqu er meio ou forma,

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    etc. - nem apropriada ou estocada em sistema

    de banco de dados, sem a expressa autoriza

    o da Editora Crist Evanglica (lei n 9.610

    de 19/02/1998), salvo em breves citaes, com

    indicao da fo nte

    editor

    Jos Humberto de Ol iveira

    editor assistente

    A nd r de Sou za Lim a

    assistentes editoriais

    Eliane Vieira Maciel

    Isabel Cristina D. Costa

    Regina Okamura

    Selma Dias Alves

    As citaes bbl icas fo ra m extra das da verso

    A lm eida Revista e A tu aliz ada (ARA ), 2a ed io

    (Sociedade Bblica do Brasil), exceto indicaesde outras verses.

    Editora filiada

    Associao de Editore s C rist os

    autores

    A gna ld o Faissal J. Carvalho

    Emerson da Silva Pereira

    Enoque Vieira de Santana

    Evaldo B ueno Rodrigues

    Jess Ferreira Bispo

    Joo Aran tes Costa

    John D. Barnett

    Jos Hum berto de Ol iveira

    Luiz Csar Nunes de Arajo

    Vanderl i Alves Neto

    editora

    Evanglica

    revisor

    A ydano B arre to Carle ia l

    projeto grfico

    Henr ique M art ins Carvalho

    Patrcia Pereira Silva

    Rua Goinia, 29 4 - Parque Industrial

    12 23 5-6 25 So Jos dos Campos-SP

    [email protected]

    www.editoracristaevangel ica.com.br

    Telefax: (12) 3202-1700

    diagramadora

    Patrcia Pereira Silva

    capa

    Henr ique M art ins Carvalho

    mailto:[email protected]://www.editoracristaevangelica.com.br/http://www.editoracristaevangelica.com.br/mailto:[email protected]
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    ri J'i|M*ewdieiid! de Uristo

    Hebreus uma grande epstola! No nos referimos ao nmero de captulos, mas ao

    importantssimo contedo, pois trata, com muita propriedade, de uma questo que

    delicada na igreja desde o incio: o relacionamento entre judasmo e cristianismo,

    entre a antiga e a nova aliana, e entre o Antigo e o Novo Testamento. Essa carta

    nos ensina como atravessar essa ponte.

    O Novo Testamento seria incompleto sem a carta aos Hebreus. Inmeras perguntas

    iriam ficar sem resposta, porque muitos dos primeiros convertidos tiveram seu bero

    no judasmo. Os doze discpulos eram judeus. Pedro abriu as portas do reino dos

    cus (Mt 16.18-19) em Jerusalm, tendo, num s dia, quase trs mil pessoas aceitadoo evangelho de Jesus Cristo (At 2.41), sendo, na maioria, judeus. Historicamente, a

    igreja de Jesus Cristo nasceu em Israel. O prprio Jesus era judeu (Mt 1.1; Jo 4.22).

    Algum afirmou que Hebreus comea como tese, prossegue como sermo e conclui

    como carta. A tese que Cristo superior a tudo e a todos que viveram antes Dele

    (captulos 1 e 2); o sermo a explanao do sacerdcio de Cristo (captulos 3 a

    11); e a carta o tom pastoral que h nos captulos 12 e 13.

    Podemos perceber, na carta aos Hebreus, trs nfases principais.

    1. Um apelo a todos os crentes para que se mantenham firmes na verdade, fiis

    a Cristo, e cresam para a maturidade crist (Hb 2.1; 3.6; 6.1,13-20). Como

    podem ser encorajadas pessoas que esto passando por grandes dificuldades?

    2. Exortao perseverana, dando exemplos bblicos: Abrao esperou compacincia (Hb 6.15) e por isso obteve a promessa; Moiss permaneceu firme

    (Hb 11.27), contemplando Aquele que invisvel; Jesus perseverou, suportando

    a cruz (Hb 12.2). Vrios professos voltaram ao judasmo, abandonando a f,

    porque tinham conhecimento inadequado da Pessoa de Cristo.

    3. A supremacia de Jesus Cristo o grande tema. Uma maneira interessante de

    estudar a epstola destacar todo versculo em que aparecem as palavras maior,melhor ou superior.

    Deus fala muitas vezes e de tantas maneiras. Que Ele fale ao seu corao por meio

    do estudo dessa preciosa carta!

    Jos Humberto de Oliveira

    Livros recomendados

    Hebreus - introdu o e comentrio.Donald Guth rie. Srie Cultura Bblica. Edies Vida Nova.

    Carta aos Hebreus - Comentrio Esperana.Fritz Laubach. Editora Evanglica Esperana.

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    ndice

    A MENSAGEM DEHEBREUS ........................................... 07

    CRISTO SUPERIORAOS ANJOS 13

    A SUPERIORIDADEDO EVANGELHO 17

    JESUSO GRAN DE SALVADOR 20

    NOSSA PEREGRINAOFIRM ES AT O F IM 25

    CRISTO: O GRANDESU M O SACERDOTE 29

    PROBLEMASPASTORAIS ....................................... 34

    UMA PALAVRA DE

    ENCORAJAMENTO 39

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    MELQUISEDEQUE,TIPO DE CRISTO 43

    A SUPERIORA L IA N A ............................................ 48

    OS BENEFCIOS D O

    SACR IFCIO DE CRISTO 53

    A PERFEIO D A OBRA DE CRISTO......................................... 57

    C H A M A D O O B E D I N C IA

    E PERSEVERANA 61

    A F: SUA NATUR EZA ESEUS HERIS 66

    A DISCIPLINA ESEUS BENEFCIOS 71

    C H A M A D O SANTIFICAO 74

    EXORTAES FINA IS

    E O R A A O 80

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    A MENSAGEM

    DE HEBREUSPr. Jos Hu m berto de O liveira

    INTRODUO

    Esta primeira lio abre a cortina, mostrando o

    cenrio e o pano de fundo da carta aos Hebreus,

    e tambm responde cinco perguntas bsicas sobre

    a carta. Ela revela por quejesus Cristo superior a

    tudo e a todos, incluindo homens e anjos.

    I - CINCO PERGUNTAS PARA

    CONHECER A CARTA AOS HEBREUS

    1. Por que a carta aos Hebreusfoi escrita?

    Essa maravilhosa carta foi escrita para um grupode crentes, no fim do primeiro sculo, que estava

    quase desistindo da f, pois havia uma perseguio

    muito forte. Suas casas foram invadidas, foram

    desprezados publicamente, torturados e jogados

    na priso por causa da f professada. Muitos desses

    crentes judaicos aceitaram as dificuldades com

    alegria, mas outros voltaram atrs e apostataram

    da f (rejeitaram a salvao em Cristo).

    a. A carta um apelo a todos os crentes paraque se mantenham firmes na verdade, fiis

    a Cristo, e cresam para a maturidade crist

    (Hb 2.1; 3.6; 6.1,13-20). Como podem ser

    encorajadas pessoas que esto passando por

    tantas dificuldades?

    b. A carta exorta perseverana, dando exemplos bblicos: Abrao esperou com pacincia

    (Hb 6.1 5)epor isso obteve a promessa; Moiss

    permaneceu firme (Hb 11.27), contemplan

    do Aquele que invisvel; Jesus perseverou,

    7

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    suportando a cruz (Hb 12.2). Vriosprofessos voltaram ao judasmo,

    abandonando a sua f, porque ti

    nham conhecimento inadequado

    da Pessoa de Cristo.

    C. A carta enfatiza a superioridade de

    Cristo, apresentando-O como Pro

    feta (Hb 1.1-2), Sacerdote (Hb 1.3)e Rei (Hb 1.8-14).

    2. Quem oautor de Hebreus?O autor desconhecido. Orgenes

    (185-245 d.C.), erudito telogo cristo, gostava de afirmar: S Deus sabe

    quem realmente escreveu a epstola aosHebreus.

    Tem havido vrias propostas: Paulo,Barnab, Apoio, Priscila, Lucas e outros. No h necessidade de especula

    o. Nenhum livro mais verdadeiroou inspirado pelo fato do autor ser

    conhecido. O melhor a fazer aceitarque no podemos ter certeza, nemprecisamos conhecer a autoria para

    aceitar a autoridade e receber todosos ensinamentos inspirados por Deus.

    3. Quem eram os leitores dacarta aos Hebreus?

    O ttulo original gregopros hebraious(aos hebreus) indica que a carta foi

    escrita a crentes judaicos com conhe

    cimento profundo das Escrituras doAT. Em relao cidade onde viviam,

    h dvida. Algumas sugestes so: Jerusalm, Alexandria ou Roma.

    4. Quando a carta foi escrita?No podemos ser dogmticos.

    possvel que Hebreus 10.32-34 sejauma referncia perseguio de Nero

    (64 d.C.). Provavelmente escrita antes

    de 70 d.C., porque o escritor usa ver

    bos no presente em Hebreus 10.11 paradescrever o ministrio dos sacerdotesno templo de Jerusalm. Isso umindicador de que os sacrifcios ainda

    estavam sendo oferecidos nos dias doescritor. A melhor opo a ltima me

    tade da dcada de 60 (65-70), antes da

    destruio do templo pelos romanos(.Manual Bblico Vida Nova,p.797).

    5. Qual a mensagemda carta aos Hebreus?

    A superioridade de Jesus Cristo o grande tema dessa epstola. Uma

    maneira interessante de ler e estudara epstola destacar todo versculo

    em que aparecem as palavras: maior,

    melhor ou superior. O esboo a seguir

    sugerido pelo Manual Bblico Unger(Vida Nova, p.607).

    A su p e r io rid ad e de Jesus aos

    profetas e anjos

    A supe rio ridad e de Jesus co m

    relao a Moiss e Josu

    A superio ridade de Jesus como

    Sacerdote

    A superioridade da f cr is t

    Fonte: Esboo sugerido pelo Ma nual Bblico Unger(Vida Nova, p.607).

    II - DEUS FALOU

    E CO NTINUA FALANDO

    (Hb 1.1)

    O texto grego comea Hebreus assim:

    De muitas maneiras e de muitos modos

    outrora Deus falou.... E notvel que o

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    escritor inicia com um fato: Deus temfalado. O autor no comprova que Deus

    fala, afirma. A f deve estar no somente

    na existncia de Deus, mas na comuni

    cao de Deus. Algum j disse: Deusno falar para aquela pessoa que noacredita que Deus fala.

    Portanto aqueles que no aceitam que

    Deus falou ao homem certamente no

    encontraro valor nessa carta. E intil

    ler a carta se Deus no faz revelaoalguma aos homens. Se Deus houvesse

    permanecido em silncio, a situao dahumanidade por certo seria desespera-

    dora. Alguns salmos exaltam a voz de

    Deus (SI 29; 50.1-3). Mas aquilo queprende a ateno do escritor a varie

    dade de maneiras como Deus falou no

    passado.

    1. Como Deus falou ontem(Hb 1.1)

    a. muitas vezes e de muitas maneiras".Pelas leis, instituies, cerimnias,

    reis, juzes, sacerdotes, vises, reve

    laes angelicais, sonhos, jumenta,etc., (Hb 1 .1 .0 Senhor Jesus dissea Jerusalm: Quantas vezes quis eu

    reuniros teus filhos, como a galinhaajunta os seus pintinhos debaixodas asas, e vs no o quisestes!

    (Mt 23.37).

    b. aospais.Isto , aos antepassados.

    C. pelos profetas.As revelaes mais

    iluminadoras vinham por meio dos

    profetas. A repetida expresso assim diz o Senhor dava aos profetas

    uma autoridade sem igual. Eram

    maltratados (Hb 11.37), mas, mesmo assim, persistiam na sua mensa

    gem. Mas eles no viram o cumprimento da promessa que entregaram

    (Hb 11.39-40).

    2. Como Deus fala hoje(Hb 1.2)

    Nestes ltimos dias, nos falou pelo Filho.

    Aquilo que foi falado outrora preparou

    o caminho para a comunicao maisimportante de todas. Essas duas etapas

    de revelao divina correspondem aoAntigo e ao Novo Testamento.

    A revelao divina progressiva, mas a

    progresso no vai do menos ao mais

    verdadeiro, nem do menos ao maisvalioso. A progresso vai da promes

    sa at Cristo, mas no h progressodepois Dele (jo 14.6; G1 1.8; Ef 1.10;

    lTm 2.5). O tempo do verbo grego(aoristo), usado para o falar de Deus por

    meio dos profetas e tambm do Filho,

    indica que Deus terminou de falar em

    ambos os casos.

    a. ltimos dias. uma traduo lite

    ral da frase hebraica que se utiliza

    no Antigo Testamento no ltimofinal dos dias,que, de acordo com ocontexto, pode significar daqui em

    diante(Gn 49.1; Dt 4.30; Jr 23.20;

    Mq 4 .l).O u so d a frase implica umaescatologia inaugurada, que come

    ou com a encarnao e terminarcom a segunda vinda de Cristo.

    A expresso ocorre no NT em

    At2.17; lTm4.1;2Tm3.1;2Pe3.3.Avinda do Messias d incio ao pe

    rodo escatolgico. O Filho fiador9

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    (no grego garantia, certeza, algum

    que garante o cumprimento do contra-

    to)de superior aliana (Hb 7.22).

    O tema principal da carta inteira : opassado cedeu lugar a coisas melho

    res. E por essa razo que o passado

    (as leis e princpios religiosos do AT)

    sempre volta a aparecer na epstola,

    para mostrar como o Filho superior

    a esse passado. E fcil perceber por

    que o escritor comea dessa maneira.V valor no passado (porque Deus

    falou aos pais, pelos profetas),mas

    tambm v suas imperfeies. Por

    isso que se diz que, quanto antiga

    aliana ou Antigo Testamento, Jesus

    Cristo fez trs coisas: cumpriu, subs

    tituiu e ultrapassou.

    b. nos falou pelo Filho.A essncia darevelao crist que Deus melhor

    visto no Seu Filho. Para deixar mais

    claro o que quer dizer, o autor expe

    sete fatos acerca do Filho, e ele quer

    que toda a sua epstola seja lida luzdesses fatos.

    AplicaoOnde est a voz de Deus hoje? Quem o verdadeiro

    porta-voz de Deus? Como Deus fala ao homem de

    hoje? Quem voz de Deus pra voc hoje?

    III-SETE FATOSACERCA DO FILHO

    (Hb 1.2-3)

    Os fatos a seguir mostram a superio

    ridade inquestionvel e insupervel

    de Jesus Cristo, e explicam por que a

    revelao atravs Dele a maior que

    Deus j fez humanidade.

    1. Deus O constituiu herdeirode todas as coisas

    A palavra herana era usada para de

    nominar a diviso de propriedades

    que um pai deixava a seus filhos aps a

    morte. Quando havia apenas um filho,

    havia apenas um herdeiro. Cristo

    o herdeiro de todas as coisas porqueEle o Filho unignito de Deus. Em

    Efsios 1.10, o apstolo Paulo afirma

    que Deus est trabalhando desde a

    fundao do mundo para fazer com que

    todas as coisas do cu e da terra estejam

    convergindo para Jesus Cristo. Ele o

    herdeiro de todas as coisas porque Ele o criador de todas as coisas. Em outras

    palavras, o Filho est herdando o que

    Ele mesmo criou.

    2. Foi atravs do Filhoque Deus fez o universo

    A palavra universo aqui no kosmos(a palavra mais usada), mas aionas,

    que no se refere apenas a perodos

    de tempo, mas tambm ao conte

    do do mundo. Outros escritores da

    Bblia tambm afirmaram que Deus

    fez o universo por meio do Seu Filho

    (Pv 8.27-30; Jo 1.3; Cl 1.16; Ap 3.14).

    3. O Filho o resplendorda glria de Deus

    Resplendor traduo de uma palavra

    que aparece somente aqui no NT, e o

    sentido emitir brilho intenso (como

    o sol irradiando os seus raios de luz).

    O Filho possui um brilho que irradia a

    10

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    glria de Deus. Guthrie comentou que

    era uma firme convico entres os cris

    tos primitivos que de alguma maneira

    a glria de Deus era vista numa vida

    humana. Aqui lembramos do monteda transfigurao (Mt 17.2).

    4. 0 Filho a expressoexata do ser de Deus

    Assim como a imagem e a inscrio de

    uma moeda correspondem exatamente

    ao padro da matriz, o Filho de Deus a mesma imagem do que Deus .

    Expresso exata traduo de charac

    ter,de onde vem a nossa palavra carter

    (sinal gravado, trao particular do ros

    to, natureza particular de algum) . No

    mundo antigo, a palavra era usada parafalar da impresso feita por um carimbo

    ou selo, ou seja, uma reproduo exata.

    O que o autor est dizendo simples:

    Jesus Cristo exatamente da mesma

    essncia de Deus (Cl 1.15). Como

    disse Stanley Jones, Jesus a melhor

    fotografia de Deus.

    5. 0 Filho sustenta todasas coisas pela palavrado Seu poder

    O conceito de sustenta bastante

    dinmico, ou seja, no apenas segu

    rar por baixo, suportar, mas envolve

    movimentos. Cristo quem faz com

    que todas as coisas sigam seu curso de

    terminado por Deus. Ele faz a Histria se

    movimentar.

    O que o Filho usa para sustentar todas

    as coisas a palavra do Seu poder. A

    prpria carta aos Hebreus declara que o

    universofoiformado pela palavra de Deus

    (Hb 11.3). Paulo afirma que Nele tudo

    subsiste(Cl 1.17), e R.A. Rnox afirmou:

    toda a criao depende, para se suster,

    de Sua palavra capacitadora. Na Bblia,a palavra de Deus Deus em ao.

    6. O FiSho fez a purificaodos pecados

    Agora, o autor passa dos atos csmicos

    do Filho para as Suas relaes pessoais

    com a humanidade. E o que ele destaca a obra expiatria de Cristo na cruz.

    E justamente sobre isso que essa carta

    vai tratar detalhadamente nos captulos

    seguintes.

    7. O Filho est assentado

    direita da Majestadenas alturasO ltimo fato acerca do Filho mostra

    onde Ele est hoje. O lugar dupla

    mente honroso.

    a. Primeiro: Ele est direita,

    que na cultura bb lica se m

    pre uma posio de autoridade

    (Lc 22.69; Rm 8.34; Hb 8.1-2).

    b. Segundo: Ele est nas alturas.ABblia descreve Deus como o Alts-

    simo.O termo quer simplesmente

    nos informar que no h qualquer

    ser acima Dele (lR s 8.27; SI 148.13;

    Ef 1.21).

    Aplicao0 Jesus Cristo que voc cr e prega do tamanho

    Desse que acabamos de conhecer? Ele possui essas

    caractersticas?

    11

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    CONCLUSO

    Deixemos que RR Bruce conclua esta

    lio: Portanto, a grandeza do Filho de

    Deus recebe sete confirmaes e parece

    que Ele possui em si mesmo todas as

    qualidades para ser o mediador entre

    Deus e os homens. E o Profeta atravs

    do qual Deus tem falado Sua palavra

    final aos homens; o Sacerdote que

    tem levado a cabo uma tarefa perfeita

    de purificao dos pecados de seu povo;

    o Rei que se assenta entronizado no

    lugar de honra principal, ao lado da

    Majestade, nas alturas (La Epstola

    a los Hebreos, Buenos Aires: Nueva

    Creacion, p.8).

    12

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    CRISTO SUPERIORAOS ANJOS

    INTRODUO

    No h como abordar o assunto desta lio sem

    passar uma vista de olhos nos quatro primeiros

    versos da carta aos Hebreus. O autor no se preo

    cupa com as costumeiras saudaes iniciais e entra

    logo no seu propsito de exaltar a pessoa de Jesus

    Cristo, que o tema central da epstola.

    1. Jesu s a palavra de Deus - nos falou pelo

    Filho (Hb 1.2).

    2. Jesu s o sentimento de Deus - Ele, que o

    resplendor da glria e a expresso exata do seu

    Ser (Hb 1.3).

    3. Jesus a ao de Deus - Tendo-se tornado to

    superior aos anjos (Hb 1.4).

    4. Jesu s a autoridade de Deus - se assentou

    destra do trono da Majestade nos cus(Hb 8.1).

    O autor da carta compara o Filho com os anjos,

    aqueles seres criados que constantemente cir

    cundam o trono de Deus. Dentre toda a criao,

    eles so os que esto mais perto de Deus; servem

    como mensageiros e so indicados para se ocu

    parem com o trabalho de prover o homem com

    a revelao de Deus (At 7.38; G1 3.19;Hb 2.2).

    I - EM Q UE CRISTO SUPE RIOR AOS

    ANJOS?

    A superioridade de Cristo inegvel. Tal realida

    de est claramente descrita na palavra de Deus.

    Vejamos.

    Texto bsicoHebreus 1.4-14

    Texto devocionalSalmo 2.1-12

    Versculo-chave

    "tendo-se tornado to superior aosanjos quanto herdou mais excelentenome do que eles"(Hb 1.4).

    Alvo da lioVoc entender, luz da Bblia, a superioridade inquestionvel de Jesussobre os anjos.

    Leia a Bblia diariamenteSEG SI 91.1-16TER S1110.1-7QUA SI 97.1-12QUI S1104.1-35SEX SI 45.1-17SB Dn 10.1-9DOM Dn 10.10-21

    n

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    1. Superior em Seu nomeO nome anjo, do hebraico malk e

    do grego angelos, uma palavra que

    significa mensageiro. Os anjos so ex

    celentes mensageiros de Deus, tanto noAT como no N T (Gn 16.7-11; 24.7,40;

    lR s 19.5; Mt 1.20-24; At 7.30-35).

    Porm Cristo tem um nome supe

    rior. Ele mais do que um simples

    mensageiro. Cristo o Filho de

    Deus.

    a. Anjo = mensageiro.

    b. Cristo = o Ungido, o Messias pro

    fetizado no AT.

    Aplicao"Pelo que tambm Deus o exaltou sobremaneira e

    lhe deu o nome que est acima de todo nome, para

    que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos cus,

    na terra e debaixo da terra, e toda lngua confesse

    que Jesus Cristo Senhor, para glria de Deus Pai"

    (Fp 2.9-11).

    2. Superior em Sua matureza"Pois a qual dos anjos disse jamais: Tu s

    meu Filho, eu hoje te gerei?(Hh 1.5). O

    escritor liga esse versculo ao 4, no qual

    introduz o ensino da superioridade do

    Filho em relao aos anjos. Ele no pre

    tende ignorar o significado dos primeiros

    trs versculos, mas no quarto, faz a com

    parao do Filho com os anjos e afirma

    a Sua superioridade. Com o auxlio das

    citaes do Antigo Testamento, o autor

    indica que o Filho superior aos anjos

    em Sua natureza:

    a. Cristo o Filho de Deus

    Os anjos foram criados, mas Cristo

    da mesma natureza do Pai. A ex

    presso "eu hoje te gereise refere

    posio de Cristo e Sua relao coma eternidade, no se devendo pensar

    em qualquer ponto dentro do tem

    po. Esse conceito necessrio para

    preservar a ideia de eternidade den

    tro da Trindade, segundo a qual um

    dos membros o Filho ( jo 1.14).

    b. Cristo o Primognito

    Primognito em Hebreus 1.6 (cf.

    Lc 2.7; Rm 8.29; Cl 1.15; Hb 11.28;

    12.23; Ap 1.5) qualifica a palavra

    Filho como um ttulo dado a Jesus.

    No podemos determinar quando

    esse ttulo foi dado, porque os escritores que usam o termo aplicam-no

    criao, ressurreio, dignidade e

    honra de Cristo. O Filho, como pri

    mognito, entra no mundo habitado

    dos homens como o resplendor da

    glria e a expresso exata do seu ser.

    Ele adorado pelos anjos. Os anjos

    foram criados por Ele.

    c. Cristo Rei Ungido

    O autor da epstola aos Hebreus usa

    o Salmo 45.6-7 para expressar a rea

    lidade de Jesus. Somente o Filho de

    Deus cumpriu as palavras do salmis

    ta: O teu trono, Deus, para todo

    o sempre; cetro de equidade o cetro

    do teu reino. Amas a justia e odeias a

    iniquidade; por isso, Deus, o teu Deus,

    te ungiu com o leo de alegria, como a

    nenhum dos teus companheiros. Oleo

    de alegria"descreve a administrao

    14

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    15/89

    constante do Seu governo justo. Apalavra "companheiros"no usada

    para anjos, mas para os seguidoresde Jesus, que participam da "voca

    o celestial".

    AplicaoOs anjos no gozam da dignidade de filho, primo-

    gnito e rei ungido.

    3. Superior em Sua obraNo princpio, Senhor, lanaste os funda-

    mentos da terra, e os cus so obra das tuas

    mos (Hb 1.10). A citao do Salmo102.25-27 foi usada pelo autor da epstola

    para apresentar a doutrina da eternidadedo Filho, por quem tudo foi criado e por

    quem todas as coisas so sustentadas. Oque foi dito anteriormente do Deus deIsrael agora aplicado a Jesus Cristo. O

    Filho de Deus Criador e Sustentador

    do universo e, como tal, muito superior

    aos anjos. Por essa razo, o escritor de

    Hebreus enfatiza o pronome Tu paraexpressar o contraste entre o Senhor, que

    lanou osfundamentos da terra"e os anjos,que servem somente como mensageiros.

    4. Superior em Sua posio

    tu, porm, s o mesmo, e os teus anos

    jamais tero fim(Hb 1.12). Embora os

    cus e a terra tenham sido criados pelo

    Filho que eterno, eles no compartilham de sua eternidade. So e permane

    cero temporais. Os cus e a terra esto

    sujeitos a mudanas, como profetizouIsaas: Levantai os olhos para os cus

    e olhai para a terra embaixo, porque oscus desaparecero como a fumaa, e a

    terra envelhecer como um vestido, e os

    seus moradores morrero como mosquitos,

    mas a minha salvao durar para sem-

    pre, e a minha justia no ser anulada

    (Is 51.6).

    A citao do Salmo 102 ensina o carter

    distinto do Filho: Ele o Criador, po

    deroso, imutvel e eterno. Sua posio

    superior dos anjos porque nuncamuda e no mudar. Jesus Cristo, onteme hoje, o mesmo e o ser para sempre

    (Hb 13.8). Algum anjo ouviu de Deusas seguintes palavras: "Assentate mi-

    nha direita, at que eu ponha os teus inimi-

    gos por estrado dos teus ps?(Hb 1.13).

    No! Nenhum! A posio de Cristo superior dos anjos porque Ele est

    direita do Pai (Rm 8.34).

    II - O SERVIO DOS ANJOS(Hb 1.14)

    Como esse versculo no trata da superioridade de Cristo sobre os anjos, mas

    do servio dos anjos, deixamo-lo para o

    fim da lio. H um contraste marcante entre o Filho entronizado e os anjos minis-

    tradores. A funo dos anjos - arcanjo,

    querubim, serafim - estar a servio

    de Deus a favor dos que ho de herdar asalvao". Os anjos esto dedicados ao

    servio e nunca sero entronizados (isto

    , no tm tronos). Veja a seguir algumasatividades dos anjos.

    1. Foram dois anjos que destruram

    Sodoma e Gomorra (Gn 19.13).

    2. Foi um anjo que destruiu os primo

    gnitos do Egito (x 12.23).15

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    16/89

    3. Foi um anjo que anunciou o nasci

    mento de Jesus (Lc 1.28).

    4. Foi um anjo que confortou a Cristo

    no Getsmani (Lc 22.43).

    5. Foi um anjo que causou terror aos

    inimigos de Cristo (Mt 28.4).

    6. Foi um anjo que libertou os apsto

    los da priso (At 5.19).

    Os anjos servem,Cristo honrado

    Diz o credo apostlico:"Ele, Jesus,subiu ao cu; est

    sentado direita de Deus Pai todo-podero so."

    CONCLUSO

    Em muitos aspectos, os anjos tm

    posio mais elevada que o homem,

    que foi coroado com glria e honra

    na criao de Deus (SI 8.5). Mesmo

    que os anjos sejam, num certo sentido,

    seres mais elevados que o homem, eles

    no so, de maneira alguma, superio

    res ao Filho, porque "Ele herdouum

    nome que superior ao dos anjos. EmHebreus 1.1-3 descreve o Filho como:

    1. O Profeta por meio do qual Deus

    falou;

    2. O Criador que fez o universo;

    3. O Herdeiro de todas as coisas;

    4. O Representante do Ser de Deus;

    5. O Sustentador de todas as coisas;

    6. O Sacerdote que trouxe purificaodos pecados;

    7. O Rei que se sustenta no Seu lugar

    de honra.

    16

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    17/89

    A SUPERIORIDADEDO EVANGELTO

    INTRODUO

    Existe uma perfeita ligao entre o captulo pri-

    meiro e o segundo da epstola aos Hebreus. No

    captulo primeiro, o autor destaca os trs ofcios de

    Cristo: profeta: nestes ltimos dias, nos falou pelo

    Filho;sacerdote: depois de terfeito a purificao;rei: assentouse direita da Majestade, nas alturas.

    O autor continua essa nfase no segundo captulo,

    ao descrever Cristo como profeta que proclama

    to grande salvao (Hb 2.3); rei coroado de

    glria e de honra (Hb 2.9) e "misericordioso efiel

    sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e parafazer propiciao pelos pecados do povo(Hb 2.17).

    Duas expresses aparecem nesse captulo e deter-

    minam a unidade do argumento do escritor sobre

    a natureza e a obra de Cristo.

    1. Por esta razo(Hb 2.1)

    Nesta expresso, o autor nos lembra que recebe-

    mos uma descrio da superioridade e da grandeza

    de Cristo, portanto, devemos escutar o que Ele

    diz. Quanto mais alta a posio de uma pessoa,

    maior autoridade ela exerce, e exige maior ateno.

    2. A palavra faiada por meio de anjos(Hb 2.2)

    O papel desempenhado pelos anjos, ao estabele-

    cerem a dignidade da mensagem, confirmado

    por Paulo em Glatas: at que viesse o descen-

    dente a quem se fez a promessa, e foi promulgada

    por meio de anjos, pela mo de um mediador

    (G1 3.19). Pois bem, estabelecido o pressuposto

    de que Cristo o prprio Evangelho, conforme

    Pr. Joo Aran tes C osta

    Texto bsicoHebreus 2.1-18

    Texto devocional

    Salmo 8.1-9

    Versculo-chave

    "como escaparemos ns, se negligenciarmos to grande salvao? A qual,tendo sido anunciada inicialmente peloSenhor, foi-nos depois confirmada pelosque a ouviram"(Hb 23).

    Alvo da lio

    Voc entender a importncia dasuperioridade do Evangelho,independentemente dos "dogmas" religiosos.

    Leia a Bblia diariamente

    $EG Rm 1.8-17TE R Gl 1.6-9QUA Lc 4.16-19QUI At 10.1-8SEX At 10.9-22SB At 16.19-26DOM At 16.27-34

    vr

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    18/89

    proclamao messinica de Deus em

    Gnesis 3.15, (conhecida como o

    proto evangelho), e lembrando a

    exortao de Paulo aos glatas: "Mas,

    ainda que ns ou mesmo um anjo vindodo cu vos pregue evangelho que v alm

    do que vos temos pregado, seja antema

    (G1 1.8), vamos percorrer o captulo

    dois de Hebreus, pontuando os seguin

    tes tpicos.

    I - EXORTAO CONTRA

    O PERIGO DO DESVIO(Hb 2.1-4)

    Estes versculos introduzem uma srie

    de exortaes muito bem formuladas

    pelo autor de Hebreus. Ele diz: Por esta

    razo, importa que nos apeguemos, com

    mais firmeza, s verdades ouvidas, para

    que delas jamais nos desviemos!Existem

    cinco expresses que merecem desta

    que nestes quatro primeiros versculos

    do captulo dois de Hebreus.

    1. Importa que nos apeguemos,signifi

    ca: segurar ou guardar com cuidado.

    2. s verdades ouvidas,significa: pres

    tar profunda ateno aos sons que

    entram no ouvido, propiciando a

    evocao de resultados positivos.

    3. para que delas jamais nos desviemos,

    significa: por motivo algum aban

    donar, ou deixar de lado, ou tomar

    outro caminho.

    4. to grande salvao, significa: a

    prpria pessoa de Cristo. O valor

    da salvao no deve nunca ser

    subestimado, pois seu preo foi o

    sofrimento e a morte de Cristo.

    5. por sinais, prodgios e vrios mila-gres, significa: os feitos de Cristo

    que autenticam a Sua superioridade.

    O autor de Hebreus no um te

    logo alheio s coisas do mundo. Ele

    adverte os seus leitores e ouvintes a

    prestarem muita ateno palavra

    de Deus, para que no corram orisco de se desviarem.

    II-CRISTO SUPERIORAOS ANJOS, A DESPEITODE SUA HUMANIDADE

    (Hb 2.5-9)

    No h dvida de que o grande obst

    culo diante da argumentao do autor

    a respeito da superioridade do Filho

    a Sua autntica humanidade, que O fez

    passar por sofrimento e morte. Tudo

    parece comprovar a inferioridade de

    Cristo em comparao aos anjos. O

    autor de Hebreus usa o Salmo 8 como

    apoio do seu grande argumento, dizen

    do: Que o homem, que dele te lembres?

    Ou o filho do homem, que o visites?

    Fizesteo, por um pouco, menor que os an-

    jos, de glria e de honra o coroaste. Todas

    as coisas sujeitaste debaixo dos seus ps.

    Ora, desde que lhe sujeitou todas as coisas,

    nada deixou fora do seu domnio. Agora,

    porm, ainda no vemos todas as coisas a

    ele sujeitas (Hb 2.6-8). Jesus cumpriu

    plenamente em Sua vida a mensagem

    do Salmo 8, usado como argumento

    pelo autor de Hebreus. Paulo diz: A

    18

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    19/89

    si mesmo se humilhou, tornandose obe-

    diente at morte e morte de cruz.Em

    uma boa hermenutica, no podemos

    deixar de fora, o texto de Filipenses

    2.5-11, que trata da humilhao e exaltao de Cristo:

    1. a si mesmo de esvaziou;

    2. assumindo a forma de servo;

    3. tornandose em semelhana de ho-

    mens;

    4. reconhecido em figura humana;

    5. a si mesmo se humilhou;6. sendo obediente at morte;

    7. morte de cruz;

    8. Deus o exaltou sobremaneira;

    9. e lhe deu o nome que est acima de

    todo nome;

    10. para que ao nome de Jesus se dobre

    todo joelho, nos cus, na terra e debai-xo da terra.

    II I- O S BENEFCIOSDA NATUREZA HUMANA

    DE CRISTO(Hb 2.10-18)

    O autor de Hebreus desenvolve o ar

    gumento de que a natureza humana de

    Cristo possibilita o cumprimento do

    plano salvfico de Deus e, por isso, no

    pode existir nenhuma inferioridade em

    Jesus em relao aos anjos, pelo que o

    autor focaliza a realidade integral e os

    benefcios da natureza humana do Filho.

    Os benefcios que Jesus trouxe para toda

    a humanidade esto discutidos na vitria

    sobre trs inimigos, referidos no texto.

    1. O diabo: destrusse aquele que tem o

    poder da morte... o diabo(Hb 2.14).

    2. A morte: e livrasse todos que, pelo

    pavor da morte, estavam sujeitos es-

    cravido por toda a vida(Hb 2.15).

    3. O pecado : para fazer propiciaopelos pecados do povo(Hb 2.17).

    A vitria de Cristo sobre o diabo, a morte

    e o pecado comeou com Sua encarna

    o, foi revelada no fato de que Ele era

    sem pecado e foi alcanada pelo ato da

    redeno, na cruz.

    CONCLUSO

    Deus o sujeito principal em Hebreus 2.

    1. Ele testifica: Dando Deus testemu-nho(Hb 2.4).

    2. Ele no deixa nada fora do dom

    nio do homem: Todas as coisas

    sujeitaste debaixo dos seus ps. [...]

    nada deixou fora do seu domnio

    (Hb 2.8).

    3. Ele aperfeioa o Autor da salvao:

    Aperfeioasse, por meio de sofri-

    mentos, o Autor da salvao deles

    (Hb 2.10).

    O Autor da salvao Jesus, coroado de

    honra e de glria por causa do Seu so

    frimento e morte em favor do Seu povo.

    O mundo descrente rejeita o sofrimento

    e a morte que Jesus teve que enfrentar.

    Mas s vistas de Deus, o curso de ao

    de Jesus foi mais apropriado: Sem der-

    ramamento de sangue, no h remisso de

    19

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

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    H

    JESUS,O GRANDE SALVADOR

    Pr. Ag uinaldo Faissal J .C arvalho

    INTRODUO

    Nossos ps esto firmados sobre a terra, percorren

    do a moradia passageira presenteada pelo Senhor,

    mas o corao bate forte ao contemplarmos, com

    expectativa, o lugar eterno, que h de ser nossa

    herana permanente. Olhamos para o Cu cheios

    de jbilo e de malas prontas, pois nossa passa

    gem para l j foi comprada, mediante o precioso

    sangue Daquele que nos amou e tem guiado

    nossa vida. Todas as providncias foram tomadas

    por Ele, cabendo a ns apenas um sereno ato de

    confiana e de perseverana no caminhar cristo.

    Texto bsico

    Hebreus 3.1-6

    Texto devocional

    Isaas 53.1-12

    Versculo-chave

    "mas Cristo fiel como Filho sobre a casade Deus;e esta casa somos ns, se quenos apegamos firmemente confianae esperana da qual nos gloriamos"flHb 3.6 - NVI).

    Em outras palavras, poderamos dizer que este

    o tema tratado nos captulos 3 e 4 desta eps

    tola aos Hebreus, na qual o autor demonstra um

    firme anseio em despertar nos seus leitores uma

    inquestionvel confiana em Jesus Cristo, o nico

    que pode conduzi-los em segurana at a concre

    tizao desse sonho.

    I - PERDIDOS PELO CAMINHO

    Alvo da lio

    Voc compreender a importncia deguardar firme a sua f e permanecerno caminho que Jesus representa.

    Leia a Bblia diariamente

    SEG Jo 3.22-26TER Jo 3.27-29QUA Jo 3.30-33QUI Jo 3.34-36SEX Jo 5.24-25S B Jo 5.26-27DOM Ap 3.10-13

    Parece-nos, pelo contexto da epstola, que a sa

    de espiritual de seus primeiros destinatrios no

    ia nada bem. Talvez estivessem infectados pelo

    vrus da apatia intelectual, j que se tornaram"tardios em ouvir" (Hb 5.11-12), ou por algum

    tipo de distrbio emocional que atrapalhava o

    seu senso de direo, pois, como disse Tiago,

    tornaram-se homem de nimo dobre, inconstante

    em todos os seus caminhos"(Tg 1.8). Mas o que, de

    fato, incomodava o pensamento do autor de He

    breus era ver que o corao daqueles irmos vinha

    20

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    21/89

    batendo em descompasso com o que

    o momento exigia (Hb 10.35). Com

    os lbios afirmavam estar caminhando

    rumo Cana Celestial, mas pelos atos

    demonstravam que sua esperana estava perdida no passado, como se ainda

    pudessem encontrar ali algum tipo de

    recompensa.

    Percebemos claramente a angstia de

    quem escreveu a carta, ao entender

    que a f de seus destinatrios padeciade uma profunda atrofia espiritual.

    Embora fosse conhecido de todos o

    bom testemunho que professaram pu-

    blicamnte a respeito de Cristo, viviam

    ainda como servos da antiga religio

    (o judasmo). Tanto tempo j havia

    se passado desde o novo nascimento,

    mas mesmo assim nunca deixaram de

    ser crianas na f, sem discernimento e

    sem mudana substancial que indicasse

    algum tipo de crescimento - e quem

    no cresce, vai se atrofiando!

    O problema era to grave que muitos

    deixaram de confiar nas promessas de

    Deus (Hb 10.35). Outros j no eram

    mais assduos aos cultos, desprezando

    a comunho e a edificao (Hb 10.25).

    Alguns, apesar das muitas bnos que

    experimentaram na igreja, estavam

    agora se tornando desertores da f em

    Cristo Jesus (Hb 6.4-6). E outros esta

    vam se deixando levar pelas novidades

    doutrinrias que surgiam a cada dia

    (Hb 13.9).

    Estas palavras que hoje estudamos

    (Hb 3.1-6) foram escritas no intuito

    de estimular aqueles cristos (e a ns)

    a permanecerem fiis ao cristianismo

    em detrimento da velha religio ou

    filosofias vs que antes seguiam - se

    guardarmos firme, at ao fim, a ousadia

    e a exultao da esperana... a confianaque, desde o princpio, tivemos... conser-

    vemos firm es a nossa con fisso"

    (Hb 3.6,14; 4.14). Para conquistar a

    ateno de seus leitores, o autor esta

    beleceu uma comparao entre a su

    perioridade de Jesu s e o caminho

    apontado por Ele, frente a todas asfalsas esperanas que disputavam por

    um lugar em cada corao.

    AplicaoE sua vida, est rea lme nte alicerada na esperana

    da vida eterna? Seu comp romisso de desen volver

    uma relao diria com Deus e caminhar nos

    passos de Jesus tem se cumprido? Se a resposta

    fo r SIM, tenh a certeza, ento, de que a promessa

    do Senhor se cumprir em sua vida.

    Havia, entre os cristos hebreus, um

    forte apego a personagens bblicos do

    passado, inclusive a anjos. Por isso, o

    autor fez questo de ressaltar a supe

    rioridade dejesus, lembrando-lhes que

    Ele o Filho de Deus (Hb 1.2; 4.14),

    o Sumo Sacerdote, segundo a ordem

    de Melquisedeque (portanto, supe

    rior a Aro - 6.20), Autor da salvao

    (Hb 2.10) e Autor e Consumador da

    F (Hb 12.2). Aexposio de tamanha

    grandeza comprova que a graa por Ele

    oferecida (a nova aliana, o evangelho

    e a igreja) suficientemente eficaz para

    garantir-lhes o recebimento da promes

    sa (Hb 7.22; 9.15).

    21

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    22/89

    AplicaoNo h como fugir do confronto de que a nossa

    vocao e herana so regidas pela espiritualidade

    e no pelo ritualismo ou benefcios terreais. Ela est

    prom etida aos que crerem, mas s ser alcanada por

    aqueles que estabelecerem, como prioridade: (1) a

    comunho com Deus; (2) a obedincia ao Apstolo

    e Sumo Sacerdote da nossa f - Jesus Cristo; (3) a

    perseverana crist; (4) a boa conscincia (1Tm 1.19).

    II - REENCONTRANDOO CAMINHO

    Entre os inquietantes sinais dessa atrofia

    espiritual na comunidade crist dos

    hebreus, o que mais incomodava era a

    inverso de valores daqueles que, des

    norteados pelo caminho, ressaltavam os

    feitos de Moiss em detrimento obra

    vicria realizada por Jesus. Segundo a

    tradio judaica, alguns chegavam ao

    extremo de dizer que a alma de Moiss

    valia mais do que a alma de todos os judeus reunidos. Assim, o objetivo desse

    texto no era desdenhar do ministrio

    mosaico, mas confrontar a falsidade re

    ligiosa dos que se diziam seguidores de

    Moiss, mesmo sendo cristos. Por isso,

    o escritor se empenhou em demonstrar a

    supremacia de Jesus em relao a Moiss.

    1. Essa preeminncia ficou claramen

    te estabelecida quando o escritor

    demonstrou que Jesus estava com

    Deus (desde o princpio) edifi

    cando a nao redimida, que o

    texto chama de casa de Deus,

    enquanto Moiss apareceu, no

    cenrio da Histria, por apenas

    um momento, convidado a ser

    um colaborador nesse projeto

    (Hb 3.5-6).

    2. O ministrio de Moiss no foi me

    nosprezado, mas o seu mrito ficou

    circunscrito aos limites designados

    por Deus.

    3. Tudo o que Moiss fez contabilizou

    apenas uma parte da grandiosa obra

    que Jesus Cristo estabeleceu e con

    sumou.

    4. O Senhor Jesus nos apresentado

    como Filho e herdeiro, o legtimodono da casa - a qual somos ns

    (Hb 3.6; cf. lTm 3.15), enquanto

    Moiss visto como um mordomo

    dessa casa pertencente a Deus.

    5. Moiss anunciou a revelao que

    haveria de chegar, mas Jesus Cristo a prpria revelao.

    Se usssemos uma linguagem tpica de

    Pedro, poderamos dizer que Cristo

    a Pedra Angular da casa de Deus,

    enquanto Moiss apenas uma das

    muitas pedrasusadas na construo.

    A carta nos exorta a confiarmos plena

    mente no ministrio de Jesus, seguindo

    com perseverana e bom testemunho

    o caminho por Ele apontado, na firme

    convico de que "no h salvao em

    22

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    23/89

    nenhum outro; porque abaixo do cu no

    existe nenhum outro nome, dado entre os

    homens, pelo qual importa que sejamos

    salvos"(At 4.12). Os personagens bbli

    cos nos servem de inspirao, exortaoe advertncia, mas somente Jesus capaz de nos salvar da ira vindoura

    (lTs 1.10).

    Mesmo sendo um "povo escolhido por Deus" deve

    mos perseverar no bom testemunho cristo, com f

    eobedincia,se quisermos ,de fato,recebera herana

    prometida (Hb 3.12-14).

    III-SEGUINDO O BOM CAMINHO

    Algo interessante notar que os termosSumo Sacerdote e Apstolo, referindo-

    -se a Jesus, somente so encontrados

    nesta epstola. compreensvel oseu uso quando nos lembramos que

    apstolo algum enviado como embaixador, portador de uma mensageme credenciado com grande autoridade

    para agir em nome de quem o enviou.Alm disso, podemos pensar em Jesus

    como sumo sacerdote na misso de

    representar a Deus diante de todos os

    homens e aos homens diante de Deus.

    Moiss, por sua vez, no foi designadopara tamanha responsabilidade, nem

    recebeu do povo igual crdito, pois

    vemos no relato bblico que, do come

    o ao fim de seu ministrio, havia porparte do povo muito descrdito quanto

    sua autoridade divina (x 17.1-7 e

    Nm 20.1-13).

    Deus Pai enviou Seu Filho como sumo

    sacerdote e apstolo em uma missobem definida, um novo xodo, atravs

    do qual conduziria os fiis pelos cami

    nhos da santidade at que chegassem smanses celestiais. Ele foi absolutamente

    fiel na consumao de Sua incumbncia

    (leia Hb 3.3-6; 10.7; Jo 5.30; 6.38).Moiss tambm havia sido fiel no de

    sempenho da sua misso (Hb 3.1-2);

    contudo, Jesus era digno de uma honra

    muito maior, pelas razes que j citamos.

    Veja, ento, o argumento usado peloautor para despertar a obedincia de

    seus leitores: "se Moiss foi fiel misso

    que Deus lhe confiou, por que no pde

    introduzir Israel em Cana?.

    A resposta simples: aqueles libertosperderam a promessa, no por incompe

    tncia de Moiss, mas pela prpria incre

    dulidade (Hb 3.19) e rebeldia (Hb 3.18;

    Nm 13.25-14.19). Com alegria e triunfo,foram resgatados da servido, mas emlugar de desfrutar das bnos prome

    tidas, padeceram no deserto, por noconfiarem no ministrio de Moiss, naautoridade que Deus lhe concedera e no

    compromisso estabelecido pelo Senhor:

    E contra quem jurou que no entrariam

    no seu descanso, seno contra os queforam

    desobedientes? Vemos, pois, que no pude-

    ram entrar por causa da incredulidade(Hb 3.18-19).

    O autor est usando esse fato como

    forma de advertncia aos leitores

    (inclusive a ns) para o perigo de noseguir, com fidelidade e perseverana,

    Aquele que nos resgatou da escravido23

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    24/89

    do pecado e que est nos conduzindo

    Ptria Celestial (Hb 3.12).

    No suficiente crermos em Cristo apenas nomomento inicial da vida crist... devemos confiar

    Neie at o final da jornada que nos est proposta

    (Hb 3.15).

    Para compreender plenamente o im

    pacto dessa advertncia, considere o

    paralelismo estabelecido entre os filhos

    de Israel e os leitores da epstola, e apli

    que isto em sua vida.

    1. Israel tinha sido escravizado pelo

    Egito. Seus leitores tinham sido

    escravos do judasmo, e ns fomos

    escravos do pecado.

    2. Israel tinha deixado o Egito, cheio

    das mais altas esperanas. Seus lei

    tores tinham deixado o judasmo e

    abraado o cristianismo com zelo e

    entusiasmo sinceros, e ns deixa

    mos a velha vida e a velha religio

    com a mesma alegria e disposio

    no corao.

    3. Israel vacilou em sua f, em virtu

    de das dificuldades que surgiram

    durante a jornada. Seus leitores

    estavam vacilando na f por causa

    das perseguies e do apego stradies, e ns corremos o risco

    de vacilar na f pela falta de conhe

    cimento bblico, pela carncia de

    um testemunho autntico e pela

    seduo dos modismos evanglicos.

    4. Israel tinha procurado voltar ao Egi

    to (Nm 14.4). Seus leitores estavam

    pensando em voltar ao judasmo, e

    ns vemos muitos cristos voltando

    ao misticismo.

    5. Israel pereceu no deserto por causa

    de sua incredulidade. Seus leitores

    estariam fadados ao fracasso se

    insistissem na incredulidade, e ns

    corremos o srio risco de perder a

    bno pela falta de um comprome

    timento verdadeiro.

    CONCLUSO

    Poderamos resumir o argumento do

    autor, dizendo: Estamos convencidos

    de que o Apstolo e Sumo Sacerdote da

    nossa confisso' fiel e plenamente capaz

    de conduzir-nos em segurana presen

    a do Pai, desde que guardemos firme

    a nossa f, sem dividir o corao com

    outras promessas e falsas esperanas.

    Devemos confiar em Suas palavras e

    seguir, com perseverana, pelo caminho

    em que Ele nos conduzir. Mas se deixar

    mos de respeitar Sua autoridade e orien

    tao (apesar de Ele permanecer absolu

    tamente fiel), acabaremos perdidos pelo

    caminho, do mesmo modo como Israel

    perdeu, no deserto, a oportunidade de

    herdar a Terra Prometida.

    "Senhor, Tu nos fizeste para Ti mesmo; e nosso

    corao no tem repouso at que descanse em Ti

    (Agostinho).

    24

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    25/89

    NOSSA PEREGRINAO:FIRMES AT O FIM

    INTRODUO

    O tema e o propsito da carta aos Hebreus so

    muito importantes para que entendamos essa

    nova seo de ensinamentos. O autor at aquivem falando acerca da superioridade do Senhor

    Jesus Cristo a um grupo de cristos do primeirosculo que estava sofrendo a tentao de retornarao judasmo (lio l). esse o motivo da nfase

    dada na carta superioridade do Filho de Deus em

    relao instituio judaica. Em Hebreus 3.7-4.13,encontramos uma exortao aos crentes para noretrocederem em sua peregrinao, mas continu

    arem firmes at o fim, considerando trs aspectostemporais relacionados palavra de Deus.

    Pr. Em erso n d a Si lva P erei ra

    Texto bsicoHebreus 3.7-4.13

    I - A PALAVRA DE DEUSNO PASSADO: UNI AVISO SRIO

    (Hb 3.7-11)

    O primeiro aspecto temporal da palavra de Deus,que encoraja os crentes a peregrinarem firmes at

    o fim, o passado. O autor faz um forte paralelo

    entre o povo de Israel do passado e os crentes.

    Assim como o povo de Israel foi liberto da escravido egpcia e caminhava para uma nova terra, os

    crentes foram libertos da escravido do pecado ecaminham para uma nova ptria (Fp 3.20). Mas

    tambm esse paralelo destaca pontos negativos,

    pois a gerao de adultos que deixou o Egitofalhou durante a sua caminhada e, devido sua

    incredulidade e desobedincia, perdeu o privilgiode entrar em Cana. Por essa razo, os crentes queleram esta carta deveriam considerar o que Deus

    dissera no passado como um srio aviso.

    Texto devocionalSalmo 95.1-11

    Versculo-chave"Esforcemo-nos, pois, por entrar naquele descanso, a fim de que ningum caia,segundo o mesmo exemplo de desobe

    dincia. Porque a palavra de Deus viva,e eficaz, e mais cortante do que qualquerespada de dois gumes, e penetra at ao

    ponto de div idir alma e esprito, juntas e medulas, e apta para discernir os

    pensamentos e propsitos do corao"(Hb 4.11-12).

    Alvo da lioVoc entender que a nossa peregrinao deve ser ao lado de Cristo;

    firme, constante, at que cheguemosao perfeito descanso.

    Leia a Bblia diariamenteSEG 1Co 10.1-13TER Hb 3.7-19QUA Hb4.1-13QUI Nm 14.26-38SEX Jr 31.31-34SB 2Tm 3.14-17DOM Mt 11.18-30

    25

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    26/89

    O autor menciona o Antigo Testamento

    (Nm 14.33; Dt 1.3,34-35) e especialmente o Salmo 95.7-11, que apresentaum resumo da histria inglria de Israel

    sob a liderana de Moiss no deserto. Opassado de Israel pode ser relembrado

    por algumas expresses do salmo: "...

    se ouvirdes a sua voz" (Israel no ouviua voz de Deus), "... no endureais o

    vosso corao (Israel endureceu o seu

    corao) e "... no entraro no meu des-

    canso(Israel no entrou no descanso deDeus). Ao olharmos ligeiramente para

    o texto bsico de nossa lio, notamosque essas expresses so reafirmadas por

    outros termos-chave que o autor destacaenfaticamente: endurecer (Hb 3.8,15

    e 4.7), incredulidade (Hb 3.12,19),

    desobedincia (Hb 4.1l) , entrar(Hb 3.11,18; 4.1,3,5,10-11), crer

    (Hb 4.3), descanso (Hb 4.1,4-5,8,11)e repouso"(Hb 4.9).

    A histria de Israel relata escolhas e

    resultados, inconsequncias e consequncias. O autor de Hebreus no traz

    tona a histria apenas para ilustrar umensinamento moral. Mas, embasando

    a sua argumentao no AT, confronta

    seus leitores com a autoridade dasEscrituras. Moiss, que representava a

    autoridade e a voz de Deus entre os he

    breus, no foi ouvido. Diferentemente,

    a Bblia, a autoridade de Deus para oscrentes, deve ser ouvida e obedecida.

    J que a palavra de Deus verdadeirae perfeita para todas as pocas, cultu

    ras, lugares e circunstncias, pelo fatode ser inspirada por Deus (SI 19.1-6;

    M t 5 . 1 7 - 1 8 ; 2 T m 3 . 1 6 - 1 7 ;

    2Pe 1.21), deve ser vista sempre comoautoridade final em todos os aspectosda vida prtica do crente, mesmo no

    sculo 21.

    A palavra de Deus, no passado, con st itu iu um srio

    aviso contra a insubordinao Sua voz! Continue-

    mos firme s at o fim , considerando os srios avisos

    de Deus no passado!

    II - A PALAVRA DE DEUSNO PRESENTE:

    UM APELO INSISTENTE

    (Hb 3.12-19)

    O segundo aspecto temporal da palavra

    de Deus que encoraja os crentes a pere

    grinarem firmes at o fim o presente.O autor da carta apela aos leitores paraque considerem a Histria, a fim de queo seu presente seja vivido de maneira

    que agrade a Deus. O padro para o

    crente no tempo presente a vida de

    obedincia. Em Hebreus 3.12-19, as

    tristes lies no passado dos israelitasso aplicadas vida dos crentes no

    presente. Notemos as expresses tende

    cuidado, irmose "hoje.

    A luz da Histria dos israelitas, os cren

    tes so advertidos a no cultivarem a

    incredulidade no corao. Durante asua peregrinao no deserto, os hebreus

    demonstraram incredulidade ao praticarem a idolatria (x 32.1-6; ICo 10.7).Mas a incredulidade nesse perodo

    significou muito mais do que a idolatria.Ela correspondeu complacncia para

    com o pecado que eles demonstraram26

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    27/89

    ao abandonar a confiana em Deus (f),

    deixando-se dominar pela murmurao(Nm 16.1-35; ICo 10.10), pela rebeldia

    (Nm21.5) epehimoralidade(Nm25.1-9;

    ICo 10.8).Porisso, o autor adverte contrao engano do pecado,o qual resulta de umcorao endurecido e gera um afastamento

    do Deus Vivo (Hb 3.12-13). Alembranado pecado de Israel tem uma aplicao

    muito semelhante, porm, no sentido

    espiritual. Assim como as portas de Ca-

    na foram fechadas no passado, algunsprivilgios dos crentes tambm podem serperdidos no tempo presente.

    Como vai a qualidade de sua vida crist? Como os

    seus pensamentos, comportamentos, atitudes e

    decises refletem os valores celestiais? De que ma-

    neira seus relacionam entos em fam lia, na igreja, no

    trabalho e na sociedade podem confirmar que voc

    est caminhando bem em sua jornada?

    O apstolo Paulo utilizou o erro dosisraelitas que peregrinaram no deserto

    para advertir os crentes de Corinto(ICo 10.11-12). Paulo tambm escre

    veu aos efsios: Rogo-vos, pois, eu, oprisioneiro no Senhor, que andeis de modo

    digno da vocao a quefostes chamados"(E f 4.1). Continuemos firmes at o fim,

    considerando os apelos insistentes de

    Deus no presente!

    III - A PALAVRA DE DEUSNO FUTURO: UMA

    PROMESSA FIDEDIGNA

    (Hb 4.1-13)

    O terceiro e ltimo aspecto temporal

    da palavra de Deus, que encoraja os

    crentes a peregrinarem firmes at o fim

    o futuro.A lembrana da Histria de

    Israel no apenas implica aspectos em

    relao ao presente, mas tambm em

    relao ao futuro. Assim como haviaexpectativa para os hebreus que foramlibertos por Moiss do reino do fara, h

    expectativa para os salvos que foram libertos em Cristo do reino das trevas e do

    pecado. Em ambos os casos, essa expec

    tativa est relacionada a uma "promessa

    de descanso. Os leitores da carta solembrados que o futuro da gerao de

    adultos que deixou o Egito foi frustrado(Nm 14.29-32), a fim de cuidarem

    para que o seu futuro tambm no seja

    frustrado.

    A comparao entre a peregrinao no

    deserto e a peregrinao crist no deveser encerrada com Moiss. Cana nopode ser vista como um smbolo do cu

    ou de eternidade, pois, na Terra Prome

    tida, Israel teve de enfrentar mpios ini

    migos e lidar contra todo tipo de pecadoe abominao. Dessa forma, a conquista

    de Cana com Josu tambm serve de

    ilustrao para a jornada crist, pois aentrada na terra no correspondeu aum descanso (Hb 4.8). Ainda na poca

    de Isaas e de Ezequiel, Deus prometeucumprir a promessa de descanso e re

    pouso para Seu povo (Is 14.3; 32.18-19;

    Ez 34.11-15). A promessa de descansopara Israel estava alm da posse de

    uma terra fsica nos dias de Moiss ou

    de Josu (Dt 3.18-20), inclua o estabelecimento de um relacionamentoreal e profundo entre Deus e Seu povo

    (x 19.6; Jr 31.31-34).

    27

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    28/89

    Seguindo o paralelo feito pelo autor da

    carta, a ideia de descanso para o crente

    tambm vai alm do futuro, (aps a

    morte ou pela vinda de Cristo), uma

    vez que ao longo da carta o Senhor JesusCristo apresentado como superior

    religio, tradio, ao ritual e aos media

    dores. Certamente, quando cessarem as

    nossas obras neste mundo, descansare

    mos (v.3-5), mas existe algo mais para a

    vida aqui, em termos de privilgios, pois

    lemos: Ns,porm, que cremos, entramosno descanso"(Hb 4.3) e esforcemo-nos,

    pois, por entrar naquele descanso, a fim

    de que ningum caia, segundo o mesmo

    exemplo de desobedincia (Hb 4.1l).

    Segundo o texto, a finalidade do entrar

    no descanso no cair em desobedin

    cia. O descanso de Deus no correspon

    de somente ao reino de Deus futuro,

    mas tambm ao presente! Trata-se da

    vida eterna que comea aqui nesta vida

    terrena ( Jo 17.3) e se estende por toda

    a eternidade. O descanso de Deus est

    inserido na experincia da vida crist.

    Nele, encontramos, dia a dia, at volta

    de Cristo ou pelo nosso encontro com

    Ele atravs de nossa morte, os recursos

    divinos para desfrutarmos um relacio

    namento real e profundo com Deus,

    especialmente mediante a Sua Palavra.

    O nosso futuro no est relacionado

    apenas ao sentido escatolgico, pois o

    dia de amanh faz parte de cada etapa

    do futuro terreno. Deus promete um

    recurso fidedigno para mantermos

    uma vida de obedincia hoje, amanh,

    na prxima semana, ms ou ano: a Sua

    Palavra " viva, e eficaz, e mais cortante do

    qualquer espada de dois gumes, e penetra

    at ao ponto de dividir alma e esprito,

    juntas e medulas, e apta para discernir

    os pensamentosepropsitos do corao(Hb 4.12).

    A felicidade do crente j comea aqui

    nesta vida, apesar das dificuldades; a

    vida bem-aventurada uma realidade

    incondicional para o crente em Cristo

    (Mt 5.3-11). Ser discpulo de Cristo implica desfrutar de alvio, leveza e descanso

    (Mt 11.28-30). Viver no Esprito resulta

    numa vida controlada por Deus (Ef5.18)

    e em frutos produzidos por Ele mesmo

    (Gl 5.22-23). O crente no mais escravo

    do pecado (Rm 6.14), porm, quando

    escorrega, encontra em Cristo perdo

    e purificao ( l jo 1.5-2.2). Deus no

    permite que Seus filhos sejam tentados

    alm do que possam resistir (1 Co 10.13).

    Certamente, todas essas bnos decor

    rem da vida em Cristo.

    Voc tem desfrutado desses privilgios da salvao

    ou tem andado cansado, numa vida exausta de

    religiosidade?

    CONCLUSO

    Assim como os crentes do primeiro s

    culo foram pressionados a voltar a uma

    vida baseada no judasmo, os crentes de

    hoje tambm so pressionados a viver

    uma vida crist baseada e motivada

    por um ativismo religioso mecnico.

    28

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    29/89

    CRISTO: O GRANDESUMO SACERDOTE I *

    INTRODUO

    Em Levtico a lei exigia que o sumo sacerdote fosse

    sem defeito fsico (Lv 21.16-24). O cristo tem o

    grande sumo sacerdote. Algum que grande por

    Si mesmo. Maior que Aro e todos os outros sacerdotes. Sua grandeza observada no fato de que

    Ele penetrou os cus (Hb 4.14 cf. 7.26 e 9.24).

    fato que o homem precisa de ajuda para chegar

    a Deus. Jesus, o Filho de Deus, o nosso grande

    sumo sacerdote, que foi para o cu a fim de nos ajudar; portanto, no devemos deixar nunca de confiar Nele. Por isso, o escritor retoma este tema de

    grande relevncia - o ministrio de Cristo comonosso intercessor. Entretanto, para chegar atEle - necessrio chegar com f, pela orao, na

    esperana de encontrar proviso divina suficiente;

    pois numa atitude de bondade para conosco queEle nos convida (Hb 4.16; Mt 11.28-30).

    luz do que Hebreus revela, destacaremos quatroafirmaes a respeito de Jesus, o Filho de Deus,como nosso grande sumo sacerdote.

    Pr .Va nde r l i A lves N e to

    Texto bsico

    Hebreus 4.14-5.10

    Texto devodonal

    Lucas 22.39-46

    Verscufo-chave

    "Acheguemos-nos, portanto, confiada-mente, junto ao trono da graa, a fimde recebermos misericrdia e acharmos

    graa para socorro em ocasio oportu

    na" {hb 4.16).

    I - O SACERDOTE VITOR IOSO(Hb 4.14)

    A expresso penetrou os cus d uma ideia deatravessar, passar por, indica que Ele atravessou

    os cus e ainda est l e intercede por ns, comomuito bem afirmou Paulo: Foi ele quem morreu por

    ns e voltou vida por nossa causa, e agora est sentado

    no lugar de maior honra junto a Deus, rogando por nsl no cu"(Rm 8.34 BV). Para ser sacerdote vitorioso,Jesus preencheu condies necessrias.

    ------------------------------------------------------------------------- 2 9 -----------

    Alvo da lio

    Voc ver, claramente, que Jesus, oFilho de Deus, o nosso grande supremo sacerdote, que preencheu todasas exigncias de Deus e "tornou-se o

    Autor da salvao eterna para todos os

    que lhe obedecem"{Hb 5.9).

    Leia a Bblia diariamente

    SEG Gl 1.1-9TER Rm 6.1-11QUA Cl 3.1-4Qf Hb 9.11-22SEX Lv 16.1-14SB Lv 21.16-24DOM Ef 1.15-23

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    30/89

    1. Ele grande

    "Tendo, pois, a Jesus, o Filho de

    Deus, como grande

    sumo sacerdote."(Hebreus 4.14)

    O que O destaca como superior a

    outros sacerdotes (Hb 9.24-25). O

    escritor pensa primeiramente na supe

    rioridade ordem aarnica do sacer

    dcio. Essa grandeza se estende nosomente ao Seu carter como tambm

    Sua obra.

    2. Ele humano

    "antes, foi ele tentado em todas as

    coisas, nossa semelhana,mas sem pecado."

    (Hebreus 4.15)

    Ainda que no seja tarefa aqui defen

    der as duas naturezas de Jesus (divina

    e humana), importante saber que

    o escritor as introduz para combinara humanidade e a divindade de Jesus

    como as qualificaes perfeitas para

    um sumo sacerdote que teria que ser

    superior a todos os demais.

    3. Ele divino

    Outro sinal do grande sumo sacerdote evidenciado na designao "Jesus,

    o Filho de Deus (Hb 4.14). A frase

    significativa, unindo a natureza divina e

    humana de Cristo como sumo sacerdo

    te. Sendo Filho de Deus, Jesus digno

    de confiana.

    II - O SACERDOTECOMPASSIVO

    (Hb 4.15-5.4)

    A Bblia um livro cheio de convites

    importantes. Ela nos convida a uma

    vida de: orao e santidade, amor e

    obedincia, fidelidade e compromisso.

    Agora somos convidados a entrar ou

    sadamente no trono do prprio Deus,

    para l permanecer em orao e santida

    de, pois no Seu trono que recebemos

    misericrdia para cobrir os pecados de

    outrora, e tambm achamos graa para

    nos ajudar em tempos de necessidade

    (Hb 4.15-16).

    Neste trecho da palavra de Deus

    (Hb 4.15-5.4), o escritor mostra queo sacerdote judaico precisava ter pelo

    menos trs qualificaes:

    1. Ser chamado por Deus(Hb 5.4)

    Ningum pode ser sumo sacerdote s

    porque deseja ser. Ningum, pois, tomaesta honra para si mesmo".Tem de ser

    chamado por Deus para exercer esse

    ofcio (Hb 5.1).

    2. Ser compassivo(Hb 5.2)

    O sumo sacerdote, sendo homem etendo as fraquezas dos homens e cons

    cincia das suas prprias necessidades,

    est sujeito aos seus prprios erros e,

    como todos os homens, deve prestar

    contas a Deus. Com isso tem compai

    xo pelos fracos.

    30

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    31/89

    3. Ter conscincia de seusprprios pecados(Hb 5.2-3)

    Como representante do povo perante

    Deus, ele tinha que oferecer sacrifcios,tanto pelos pecados do povo como pe

    los seus prprios pecados (Lv 16.1-24).

    Jesus, apesar de ser supremo sacerdote,

    experimentou todo tipo de tentao.

    Ele sabe exatamente o que sentimos.

    Por isso, somos sustentados pela Sua

    compaixo (Hb 4.15). Mas Ele foi

    superior a todos os demais sumos sa

    cerdotes, pois no precisava oferecer

    sacrifcios por pecados, j que no

    cometeu nenhum (Hb 5.5 e 10).

    ui - o sacerdoYesubm i sso(Hb 5.7-8)

    O autor de Hebreus volta sua ateno

    ao lugar onde Jesus experimentou os

    momentos de maior agonia e crise em

    Sua vida terrena (L c 22.39-46). Ainda

    que Cristo no tenha buscado o ofcio

    de sumo sacerdote, submeteu-Se

    nomeao divina (Hb 5.10). Como

    diz o verso 6 do captulo 5: Tu s

    sacerdote para sempre, segundo a ordem

    de Melquisedeque.

    1. Sua dependncia de Deus(Hb 5.7)

    Nesse ponto, como em Lucas 22.39-

    46, a triste realidade dos esforos e

    sofrimentos experimentados por Jesus

    so expostos. Eles nos levam a duas

    exclamaes reflexveis. Quo inten

    samente Ele participou do drama da

    humanidade! Quo reais e profundas

    foram as experincias de sofrimento

    de Jesus!

    Se houve uma ocasio em quejesus foi

    rodeado de fraquezas (v.2), isso se deu

    no Getsmani. Esta parece ser a ligao

    e explicao do motivo pelo qual o

    autor faz um retrospecto de Jesus nos

    dias de sua carne'.Como era intenso o

    Seu sofrimento, quo urgentes as Suas

    peties, como Ele dependia do Pai.

    Ele orou 'com forte clamor e lgrimas

    ( Comentrio Bblico Vida Crist, Neil

    R. Lightfoot).

    2. Sua reverncia a Deus(Hb 5.7)

    A expresso "por causa da sua piedade,

    usada pelo autor, precisa ser esclarecida.

    O termo piedade, no Novo Testamen

    to, parece sempre indicar temor de

    Deus) reverncia. Lightfoot comenta

    a expresso por causa de sua piedade,

    dizendo que a ideia que Jesus orou

    apoiado em Sua grande reverncia e

    submisso a Deus. Ele no quis opor--se vontade de Deus ou persuadi-Lo.

    Ele orou com a segurana de quem

    deixa tudo segundo a vontade de Deus

    (Lc 22.42).

    Mas em que sentido, portanto, Jesus

    foi ouvido? A resposta naturalmentedeve ser: na Sua perfeita aceitao da

    vontade divina (Mc 14.36).

    3. Sua obedincia a Deus(Hb 5.8)

    H certos paralelos aqui com Filipenses

    2.5-11, em que Paulo tambm ressalta a31

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    32/89

    obedincia de Cristo na forma de servo.

    Nessas duas passagens, o servo sofredor

    de Isaas 53 pode estar presente. Sendo

    assim, podemos compreender que Deus

    ouviu as oraes de Jesus, por causa deSeu intenso desejo de obedecer a Deus

    em todos os momentos de Sua vida.

    E embora sendo Filho>aprendeu a obe-

    dincia pelas coisas que sofreu"(Hb 5.8).

    "A si mesmo se humilhou, tornandose

    obediente at morte e morte de cruz

    (Fp 2.8).

    Na condio de filhos de Deus, quais tm sido as

    nossas experincias de submisso, no que diz res

    peito dependnc ia,reverncia e obedincia a Deus?

    IV - O SACERDOTE EFETIVO(Hb 5.9-10)

    Donald Guthrie, em seu comentario,

    faz algumas afirmaes dignas de nota:

    1. H um vnculo estreito entrea perfeio e o sofrimento

    Atravs de um caminho de sofrimento,

    consegue-se a perfeio. No presente

    caso, a obedincia que est especial

    mente ligada perfeio. Olhe nova

    mente Filipenses 2.8-9.

    2. A perfeio de Cristo vista

    como a base da nossa salvao

    De fato: "Tornouse o Autor da Sal-

    vao eterna (Hb 5.9). Como ob

    serva Guthrie: o tornarse refere-se

    efetivao da salvao e, por este

    motivo, expresso com um tempo

    passad o. H istoricam ente, parece

    referir-se quele momento no tempo

    quando Jesus assumiu o ofcio de sa

    cerdote. Ele foi escolhido por Deus

    para ser o nosso supremo sacerdote(Hb 5.10).

    3. Uma salvao que no

    venha atravs de Jesus no

    verdadeira

    Para o escritor aos Hebreus, h signi-

    ficncia especial na ideia das coisaseternas. Ele fala da salvao eterna

    (Hb 5.9); do juzo eterno (Hb 6.2);

    da eterna redeno (Hb 9.12); do

    Esprito eterno (Hb 9.14); da eterna

    herana (Hb 9.15); da eterna aliana

    (Hb 13.20). Para ele, no pode haver

    dvida de que s h um Salvador, Cristo

    Jesus (jo 14.6).

    Jesus, apesar de ser Deus, submeteu-

    -Se a profundos sofrimentos. Viven-

    ciou o que o ser humano sente e,

    assim, temos que o Salvador compre

    ende perfeitamente as nossas dores.

    Je su s , portanto, o Autor da salvao

    dos homens, porque Ele assim Se

    fez, provando a morte por todos

    ns

    (Rm 5.12-15; Hb 2.9). Somos san

    tificados a Deus, porque Jesus ofe

    receu o Seu corpo em sacrifcio(Hb 10.10).

    Fica bem claro que h uma condio para aqueles

    que desejam valer-se dessa salvao: a obedincia

    (Hb 5.9). Nesse sentido, a salvao envolve uma

    aceitao completa da vontade divina.

    32

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    33/89

    CONCLUSO

    Podemos concluir comparando as de

    claraes do autor feitas em Hebreus

    4.14-16 com aquelas em 10.19-22 que

    dizem que, tendo em vista a obra do

    nosso sumo sacerdote, agora temos con

    fiana para entrar no Santo dos Santos.

    Em Jesus, temos livre acesso presena

    de Deus. ''Acheguemonos, portanto,

    confiadatnente, junto ao trono da graa, a

    fim de recebermos misericrdia e acharmos

    graa para socorro em ocasio oportuna

    (Hb 4.16). Tendo, pois, irmos, intrepi-

    dez para entrar no Santo dos Santos, pelo

    sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho

    que ele nos consagrou pelo vu, isto ,pela

    sua carne, e tendo grande sacerdote sobre

    a casa de Deus, aproximemonos com

    sincero corao, em plena certeza de f

    (Hb 10.19-22).

    33

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    34/89

    BPROBLEMASPASTORAIS

    Pr. John D. Barnett

    Texto bsico

    Hebreus 5.11-6.8

    Texto devocional

    Colossenses 3.12-17

    INTRODUO

    O autor desta carta vem demonstrando preocu

    pao pelo bem-estar espiritual dos seus leitores.

    Corporalmente, ele est longe da igreja e tem

    grande desejo de visit-la (Hb 13.23), mas, espi

    ritualmente, est bem perto. Nesta seo, temosum parntesis, no qual o autor oferece orientao

    pastoral. Em Hebreus 5.10, o autor havia falado so

    bre a ordem de Melquisedeque, mas logo percebe

    que provavelmente os seus leitores no tenham

    capacidade espiritual para compreender esse ali-

    mento slidode ensino profundo da Palavra. Por

    isso faz uma digresso para discutir trs problemasespirituaisque se achavam presentes na vida dos

    leitores originais. Ao estudarmos esses problemas,

    vamos perceber que so problemas muito comuns

    hoje em nossas igrejas.

    Versculo-chave

    "O alimento slido para os adultos,

    para aqueles que, pela prtica, tm assuas faculdades exercitadas para discer-nir no somente o bem, mas tambm omal"(Hb 5.14).

    Alvo da lio

    Voc compreender a importnciade um estudo profundo e dirio dapalavra de Deus para que se tornemaduro, espiritualmente, evitandoqualquer perigo de apostasia.

    Leia a Bblia diariamente

    SEG Hb5.11-14TER Hb 6.1-8QUA 1Pe2.1-3QUI 2Pe 2.17-22SEX Jo 10.27-30SB Rm 8.31-39DOM SI 119.97-105

    I - O PROBLEMA DA IGNORNCIA(Hb 5.11-14)

    1. Ignorncia vem da preguia(Hb s.i 1)

    "Tardios em ouvir".Como que o autor pode en

    sinar sobre a doutrina profunda do sacerdcio de

    Cristo, quando seus leitores j perderam o apetite

    pela palavra de Deus? Em vez de estudar com as

    siduidade a s doutrina e aplic-la vida prtica,

    aqueles crentes se tornaram "tardios em ouvir.

    Descreve crentes que tm atitude de indiferena

    em relao ao estudo criterioso e minucioso da

    palavra de Deus - e sua relevncia na vida diria.

    34

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    35/89

    2. Ignorncia leva ineficincia(Hb 5.12)

    Em vez de progredirem na vida crist,

    os crentes tinham se tornado espiritu

    almente lerdos e mentalmente preguiosos. No eram crentes novos, mas

    deixaram de estudar com profundidade

    a palavra de Deus. O resultado foi que

    eles se tornaram nens espirituais

    (pessoas infrutferas; alunos, quando

    deviam ser professores; que precisam

    voltar ao jardim da infncia!), em vez

    de adultos, espiritualmente falando.

    As palavras dos orculos de Deus so

    usadas em outras partes do NT para

    descrever o AT (At 7.38; Rm 3.2). Aqui,

    no entanto, parecem significar o ensino

    bsico do evangelho, porque so usadas

    em conjunto com princpios elementa-

    res",palavras comumente usadas para

    descrever o abec de uma coisa. Leite

    significa as verdades bsicas do evange

    lho (cf. 6.1-2). O "alimento slido"que

    o autor quer apresentar o sacerdcio

    de Cristo (Bblia Vida Nova, p.262).

    A fase do leite to essencial quanto

    a fase do alimento slido, mas aquelesque nunca chegam a essa ltima etapa

    esto tristemente deficientes (Guthrie,

    p.127). Deilhes leite, e no alimento s-

    lido, pois vocs no estavam em condies

    de receblo"(lC o 3.2 NVI).

    3. Ignorncia espiritual

    resulta em negligncia(Hb 5.13-14)

    Criana"literalmente, incapaz de falar,

    nen, criancinha. Pelo fato que ainda

    no conhecem o abec da f crist, eles

    no tm condies de transmiti-la. No

    compreenderam a palavra da justia

    (doutrina) e, por isso, no podem dis

    tinguir o bem do mal"(tica). Mas isso

    no vem sem esforo. Suas faculdades

    precisam ser treinadas ( exercitadas")

    como numa aula de ginstica. O autor

    est falando de crentes que devem assu

    mir responsabilidades de adultos, masainda esto usando a mamadeira da f

    crist. Quantos crentes, sem perceber,

    so levados a um padro baixo de vida

    crist porque do pouco valor ao estudo

    sistemtico e dirio da Bblia.

    Que grande desafio para ns: sermos crentes que

    estudam diariamente,com assiduidade,a palavra de

    Deus, no demo nstrando preguia nem negligncia!

    II - O PROBLEMA DA

    IMATURIDADE(Hb 6.1-3)

    "Alimento slido para os adultos"

    (Hb 5.14). Precisamos progredir para

    a maturidade. Ignorncia leva imatu

    ridade. Comeamos com os princpios

    bsicos da doutrina de Cristo, que sode suma importncia para o incio da

    vida crist, mas, uma vez que temos

    esse alicerce, no h necessidade de re

    petir o processo, lanando de novoum

    outro fundamento. Ento, temos que

    buscar o alimento slido. Quando o

    autor diz "pondo de parte,no significadesprezar ou abandonar as doutrinas

    elementares. O conhecimento dos

    princpios bsicos a porta para o

    progresso e o trampolim para a reali

    zao. Seis aspectos do ensino cristo

    so enumerados aqui. Pode ser que

    este seja o contedo de um catecismo

    para novos convertidos.

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    36/89

    1. Arrependimentode obras mortas

    A mensagem de arrependimento era

    uma parte essencial do ensino de Joo

    Batista, do Senhor Jesus e dos apstolos.Jesus iniciou Seu ministrio pregando

    arrependimento (Mc 1.15).

    No Apocalipse, quando o Senhor, atravs

    de Joo, deu a ltima mensagem igreja,

    chamou Seu povo ao arrependimento

    (Ap 2.5,16,22; 3.3,19). Geralmenteno NT, h uma chamada ao arrependi

    mento do pecado pessoal, mas aqui, por

    causa do pano de fundo judaico, h uma

    chamada para se arrepender de obras

    mortas, da tentativa ftil do homem de

    salvar a si mesmo.

    2. F em DeusDeixar as obras mortas no sufi

    ciente, um ato de abandono somente.

    H que se tomar atitude. O aspecto

    positivo de f deve ser enfatizado. Ar

    rependimento de e f para com so

    elementos inseparveis do evangelho.

    3. BatismosNo grego, se refere a lavagens - s

    vrias lavagens praticadas no judasmo.

    H aqueles que pensam que o plural se

    refere ao batismo na gua e ao batismo

    no Esprito Santo. Mas parece que o

    contexto de Hebreus favorece a ablu

    es"(Hb 9.10) e a diferena entre elas

    e o batismo cristo.

    4. Imposio de mosNa prtica judaica, estava vincula

    da transmisso de uma bno.

    Na igreja, se tornou um rito em

    relao ordenao ao ministrio

    (cf. 1 Tm 4.14; 2Tm 1.6).

    5. Ressurreio dos mortos

    A morte no o fim; simplesmentedestaca a concluso da vida fsica que

    temos de viver para Deus neste mundo.

    Para os crentes, o melhor ainda h de

    vir. A essncia do evangelho est em

    ICorntios 15.3-4. Os pregadores no

    NT nunca mencionam a morte de

    Cristo sem incluir a Sua ressurreio(cf. At 23.6).

    6. Juzo eternoRessurreio e juzo estavam sempre

    ligados no ensino de Jesus e na doutrina

    crist (Jo 5.26-29; At 17.31; Hb 9.27).

    Esses so os princpios elementares da

    f crist, e aqueles crentes tinham de

    ter apetite por alimento mais slido - e

    assim serem levados "para o que per-

    feito(Hb 6.1).

    I I I - O PROBLEMA DA

    APOSTASIA(Hb 6.4-8)

    Esta a passagem mais difcil da carta e

    tem dado espao para muita polmica

    atravs dos sculos. E bom lembrar que

    o propsito das Escrituras no confun

    dir a mente de ningum, e sim iluminar,

    esclarecer (cf. SI 119.105; Jo 1.4; 8.12).

    O problema principal se o escritor est

    dando a entender que um cristo pode

    cair to longe da graa a ponto de ser

    culpado do pior delito possvel contra

    o Filho de Deus. Se a resposta for sim,

    36

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    37/89

    como explicaremos aquelas outras passagens que enfatizam a segurana eterna

    dos crentes (jo 10.28-29)?

    bom notar que o autor muda de nspara aqueles. Parece que no so os lei

    tores, mas um grupo hipottico. O autormostra como uma pessoa pode progredirna religio, mas no chegar a uma f total

    na Pessoa e na Obra de Cristo. Os destinatrios da carta, sendo judeus, podiamter uma experincia de Deus sem ter uma

    experincia verdadeiramente crist. Pormeio das festas judaicas, do tabernculo,dos sacrifcios, eles vivenciaram algum

    tipo de experincia com Deus, mas no

    a experincia salvfica. Deus Se revelou

    de vrias maneiras, mas a revelao finalfoi atravs do Seu Filho (Hb 1.2).

    H pessoas que demonstram ser cren

    tes, fazem profisso de f, mas depois

    caem totalmente. O autor mencionatrs caractersticas dessas pessoas.

    1. Desprezaram

    os dons de Deus(Hb 6.4-5)

    a. Foram iluminados

    No sentido de conhecimento comum de Deus, como judeus. No

    AT, a palavra tem o significado

    instrudo.

    b. Provaram o dom celestial

    "Provar" o verbo no grego usadono mercado, em que uma pessoa

    pode provar um doce, sabore--lo sem comprar. Tais pessoas j

    descobriram como o evangelho

    maravilhoso, mas nao o aplicaram sua vida.

    c. Se tornaram participantes

    do Esprito Santo

    Sentiram as bnos do Esprito.

    Provavelmente o autor est falandodas experincias dos dons, opera

    es e influncias do Esprito Santoque foram vivenciadas por todos os

    judeus.

    d. Provaram a boa palavra de Deus

    Ouviram a palavra de Deus com

    alegria, mas no a deixaram habitarno corao (Mt 13.20-22; Cl 3.16).

    e. Provaram os poderes do mundo

    vindouro

    Os poderes so os milagres de Jesus,experimentados pelo povo judaico

    - e aqueles que os testemunharam jprovaram os poderes do futuro (Alan

    Richardson).

    Para tais pessoas que tiveram tantas

    oportunidades e caram, impossvelque se levantem, porque uma queda

    final e sem remdio. A f temporria

    murcha e morre, mas a f verdadeira doseleitos de Deus permanece para sempre.A impossibilidade est nos apstatas

    que repudiaram a doutrina da graa.

    2. Rejeitaram o Filho de Deus(Hb 6.6)

    Trata-se dos que, publicamente, re

    jeitaram Aquele que deu a vida para

    redeno deles. De novo, Ele est sendo"desprezado e o mais rejeitado entre os

    homens"(Is 53.3).37

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    38/89

    3. Perderam o direitoda bno de Deus(Hb 6.7-8)

    O autor, ao usar uma parbola relacionada agricultura, est seguin

    do o exemplo das Escrituras do AT

    (D t29.18-28; Is 5.1-7).umaparbolade dois campos para mostrar dois tipos

    de pessoas.

    a. Os dois campospertencem ao mesmo dono

    Deus o Dono (Criador) de todos.

    b. Os dois campos

    recebem o mesmo tratam ento

    "a chuva que frequentemente cai"

    sobre os dois campos.

    c. Os dois tm que enfrentar

    a hora do julgamento

    A hora da ceifa.

    d. Os dois produzem coisas

    diferentes, e por isso

    recebem julgamento

    diferente:erva til"recebe bno divina; es-

    pinhos e abrolhos"- so rejeitados;o fim deles ser queimado.

    Essa pode ser a histria de dois irmos, criados no mesmo lar cristo,

    com culto domstico, que recebemo mesmo tratamento, frequentam

    a mesma igreja, ouvem as mesmas

    mensagens, so ambos batizados,mas um aceita Cristo, e o outro, nofim, rejeita. Provavelmente esse tre

    cho fala de pessoas que demonstram

    todos os sinais de um crente verda

    deiro, mas de fato nunca nasceram denovo pelo Esprito Santo. E a parbo

    la do semeador (Mt 13.3-9,18-23) ea verdade de Mateus 7.21.

    CONCLUSO

    Esta uma lio difcil, mas no podemos fugir do seu desafio principal: a

    necessidade de ser crentes, firmados noestudo constante da palavra de Deus,sabendo que quele que poderoso para

    vos guardar de tropeos e para vos apre-

    sentar com exultao, imaculados dianteda sua glria, ao nico Deus, nosso Salva-

    dor, mediante Jesus Cristo, Senhor nosso,

    glria, majestade, imprio e soberania,antes de todas as eras, e agora, e por todos

    os sculos. Amm (jd 24-25). E nsdizemos tambm Amm - assim seja!.

    38

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    39/89

    UMA PALAVRA DE V"ENCORAJAMENTO

    INTRODUO

    Depois de algumas exortaes e advertncias

    severas, o autor volta-se para o encorajamento, e

    quase se apressa em assegurar aos leitores que eles

    no chegaram situao extrema da qual ele falara

    (Hb 6.4-8). As palavras: Qiianto a vs outros, to-davia, amados(v.9) marcam um forte contraste

    no tocante aos supostos apstatas.

    A desconfiana e o medo so sentimentos que por

    vezes tomam conta de nossa mente e nos causam

    muita insegurana e desnimo. Nesses momentos,

    uma palavra de nimo sempre bem-vinda, como:No tenha medo!; Vai dar certo!; Confie em

    Deus!; Tenha pacincia e espere em Deus que

    no final tudo acabar bem! Por certo, j ouvimos

    algumas dessas frases. Certamente a melhor pala

    vra de encorajamento em momentos difceis ser

    encontrada na Bblia. Nela podemos descansar

    seguramente (SI 121.7-8; 125.1).

    Somos encorajados, pela palavra de Deus, a perma

    necer firmes em nosso trabalho e amor evidentes,

    pelas razes a seguir.

    I -DEUSJUSTO(Hb 6.9-11)

    As palavras que se seguem marcam uma transio

    sbita da seo anterior, na mudana de tom do

    autor. Deus reconhece o fiel trabalho e a dedicao

    dos crentes que realizaram servio para o Senhor

    com muito amor. Este servio descrito pelo autor

    da seguinte maneira. E um servio:

    Pr.Vanderli Alves Neto

    Texto bsico

    Hebreus 6.9-20

    Texto devocional

    Salmo 121,1-8

    Versculo-chave

    Porque Deus no injusto para ficaresquecido do vosso trabalho e do amor

    que evidenciastes para com o seu nome,pois servistes e ainda servis aos santos"(Hb 6.10).

    Alvo da lio

    Voc compreender que temos fortesrazes para descansarmos em Deus,pois Ele no mente. O que prometeu,cumprir!

    Leia a Bblia diariamente

    SEG Gn 12.1-9TE R J 42.1-17QUA S1125.1-5QUI Js 1.1-9SEX 1Co 15.50-58SB Tt 1.1-4DOM Tt 2.11-15

    39

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    40/89

    1. DedicadoDeus no Se esquece do trabalho dedi

    cado dos Seus filhos, pois no injusto.

    Extramos algumas lies aqui.

    a. Devem os ter plena conscincia

    da justia de Deus, ou seja, plena

    convico de que Deus no pode

    ser injusto.

    b. A palavra de Deus uma palavrade justia (Hb 5.13). O escritor diz

    que a disciplina divina produz frutopacfico de justia (Hb 12.11).

    C. Deus considera que os atos de

    bondade praticados pelo Seu povo

    e em favor deste so feitos para Ele

    mesmo.

    2. PrticoNo trabalho da igreja local, demons

    tramos amor por Deus. A confiana

    do autor nos seus leitores tem uma

    base dupla:

    a. seus atos de generosidade;

    b. o carter do prprio Deus.

    Eles tinham provado o seu amor por

    Deus especialmente de maneira prtica,

    servindo aos companheiros cristos

    (lT s 1.3). O servio deles, como indi

    ca a palavra no original, era de natureza

    pessoal, tinham servido seus compa

    nheiros partilhando de suas aflies( Comentrio Bblico Vida Crist, Neil

    R. Lightfoot, p.151).

    3. ConstanteO nosso desejo que cada um continue

    mostrando cada vez mais empenho,

    enquanto a vida durar. No estamos

    fazendo um curso intensivo na escola

    de Deus nem to pouco temos um

    contrato de trabalho firmado com Ele.

    Nosso trabalho para Deus, no entanto,

    um trabalho de amor, espontneo econtnuo. S deve ser concludo com a

    segunda vinda de Cristo (Fp 1.6).

    4. Para Cristo" . . . do posso trabalho e do amor que

    evidenciastes para com o seu nome

    (Hb 6.10). Todo o nosso trabalho deve

    ser para a glria de Deus (Cl 3.17,23-24).

    Deus no vai Se esquecer da dedicao

    e do empenho dos Seus servos em Sua

    obra (2Tm 4.7-8 e Ap 3 .1 l).

    "Portanto, meus amados irmos, sede fir-

    mes, inabalveis e sempre abundantes na

    obra do Senhor, sabendo que, no Senhor,

    o vosso trabalho no vo(lCo 15.58).

    I I - DEUS FIELS SUAS PROMESSAS

    (Hb 6.11-15)

    O que os leitores de Hebreus precisavam

    era mostrar, com relao esperana, a

    mesma diligncia que tinham demons

    trado com o amor. A palavra que ele

    emprega para desejamos,no incio do

    versculo 11, sugere uma ansiedade intensa. Ele ama os seus leitores e deseja inten

    samente v-los firmados nas promessas

    divinas, apesar das lutas e perseguies

    que alguns estavam experimentando.

    Ao examinarmos mais de perto o tex

    to, percebemos que, quando o autor40

  • 7/26/2019 A Supremacia de Cristo

    41/89

    se refere s promessas, ele tem em

    mente a possesso celestial, apesar de

    Israel ter falhado (caps. 3 e 4). Isso

    serve como um lembrete de que nem

    todos os objetivos so concretizados

    quando os nossos olhos esto pos

    tos apenas nas coisas que so aqui

    da terra e no nas que so l do alto

    (Cl 3.1-3).

    0 autor d o exemplo de Abrao, que

    no foi- preguioso na prtica da f.Ele no podia ter filhos com sua es

    posa Sara, mas continuou esperando

    com pacincia (Hb 6.15; 11.8-10). O

    propsito, nesse trecho, demonstrar

    que as promessas de Deus so seguras

    e inquebrveis. O cumprimento da

    promessa feita a Abrao, sob o pontode vista humano, demorou. Ele tinha 75

    anos de idade quando Deus o chamou

    em Har. Mas a promessa s se cumpriu

    25 anos depois, com o nascimento de

    Isaque (Gn 21.1-3). Por isso, ainda

    hoje, a vida de f de Abrao tem nos

    deixado grandes ensinamentos. Aspromessas divinas nos:

    1 o Sustentam nas horas difceis(Gn 22.1-6)

    H momentos em que temos de tomar

    decises, por mais difceis que elas

    sejam (Gn 12.1-4).

    2. Protegem nas haras

    de provao(Gn 22.7-12)

    Deus conhece a verdadeira inteno do

    nosso corao; Ele sabe at que ponto

    estamos dispostos a obedecer-Lhe

    (Hb 11.8).

    3. Garantem a recompensa final(Gn 22.13-19)

    Abrao foi recompensado com a bn

    o divina: "nela sero benditas todas as

    naes da terra(Gn 22.18).