Upload
homago
View
8.374
Download
2
Embed Size (px)
DESCRIPTION
Citation preview
A SOCIOLOGIA NO BRASIL
Um olhar sobre o desenvolvimento sociológico brasileiro
OS PRIMEIROS TEMPOS
• Carta de Pero Vaz de Caminha – primeiros relatos escritos sobre o Brasil – mostra aspectos geográficos, mas também apresenta algumas características dos povos contatados.
• A educação servia, no período colonial, para repassar e reafirmar a cultura e os valores europeus,marcado pela religião, principalmente com a presença dos jesuítas.
OS PRIMEIROS TEMPOS
• O desenvolvimento do pensamento sociológico no Brasil obedeceu às condições de desenvolvimento do capitalismo e da inserção do país na ordem mundial,como resultado de um longo processo que teve como suporte as condições sócio-históricas do capitalismo na Europa, a partir do Renascimento.
Período Colonial
• A cultura religiosa foi um importante instrumento de colonização.
• Implantou-se uma Cultura Erudita e Religiosa.• Dominação da cultura européia.• Presença da análise social na literatura e nos
desenhos e pinturas.• Cultura Erudita e Religiosa - baseado na retórica e
em princípios universalizantes, seus efeitos foram aniquilar a cultura indígena, submeter as populações escravas e distinguir as camadas cultas
A cultura e as classes intermediárias no século XVIII
• Surgiram novas ocupações:• -comerciantes, artífices,criadores de
animais,funcionários da administração que controlavam a extração de minérios e sua exportação, e outras.
• Essa camada intermediária livre e sem propriedades,precede o surgimento da burguesia-consumidora da erudição da cultura européia.
A cultura da corte e o século XIX• Destinava-se a descrever a colônia por meio de
estudos naturalistas, que recebiam o nome genérico de história natural,e a recrutar, as classes intermediárias, intelectuais, dispostos a servir à corte e às classes dominantes.
• Continuava sendo uma cultura alienada, ditada pelas formas européias, além de garantir o domínio do poder imperial.
A cultura da corte e o século XIX• Apesar dos movimentos intelectuais e
literários que tratavam de questões políticas e sociais no Brasil, a terra e a nação surgiram como objeto, como tema, nunca como pensamento crítico desenvolvido a partir das condições próprias da nação,caracterizava uma forma de alienação, responsável pelo tardio desenvolvimento da ciência no Brasil.
A contribuição literária no século XIX
• Havia uma crítica social, busca de compreensão da sociedade brasileira.
• Escritores como Castro Alves – descrevendo a questão da escravidão; Machado de Assis com uma releitura da sociedade urbana nascente; mas o principal foi Euclides da Cunha, com a obra Os Sertões, na qual descreve em uma análise crítica, a região, o homem e a guerra de Canudos como resultado do confronto entre o sertão e a região litorânea.
DÉCADA DE 1930• Surge como instituição científica com as primeiras publicações
específicas sobre a realidade brasileira.• Fundação da Universidade de São Paulo - USP.• O mundo passa pela crise econômica de 1929.• Dualidade científica da visão sociológica: de um lado o interesse na
descoberta da brasilidade em oposição ao etnocentrismo europeu; por outro, o desenvolvimento do nacionalismo como estudo das diferentes situações sociais brasileiras e a valorização do cientificismo.
• A Sociologia começou a ganhar uma identidade brasileira com a publicação de trabalhos como Casa Grande & Senzala de Gilberto Freyre, Formação Econômica do Brasil Contemporâneo de Caio Prado Junior e também obras de Fernando de Azevedo e Sérgio Buarque de Holanda.
A GERAÇÃO DE 30
• A década de 30 se norteou por algumas preocupações gerais entre a intelectualidade:
• Interesse pela descoberta do Brasil verdadeiro, em oposição ao Brasil colonizado e estudado sob a visão etnocêntrica da Europa
• O desenvolvimento do nacionalismo, como sentimento capaz de unir as diversas camadas sociais.
Gilberto Freyre
A GERAÇÃO DE 30
• Surgiram os pensadores de direita, ideólogos do integralismo, tais como Plínio Salgado, que via com desconfiança não só o movimento modernizador da sociedade como também o liberalismo e o marxismo.
• Suas idéias conservadoras exaltavam a ordem, a disciplina e a tradição, bem como o autoritarismo do Estado.
A DÉCADA DE 40
• Na década de 40, o país adquiria consciência de sua complexidade e de sua particularidade.
• Tudo favorecia a superação de uma cultura que buscara sempre se identificar com as metrópoles econômicas e culturais européias.
• As artes, a ciência se debruçava sobre o Brasil, valorizando seus aspectos mais específicos e minoritários.
A DÉCADA DE 40
• O pensamento sociológico, como forma de pensar a nação brasileira e desenvolver uma consciência crítica sobre nossa realidade, adquiriu nessa década uma importância cada vez maior. As análises sobre as desigualdades sociais, etnias, políticas indigenistas, regionalismos, tradições, transição e mudança extrapolaram os limites da disciplina e foram incorporadas pela geografia, pela história e até pela filosofia.
A DÉCADA DE 50
• A década de 50 é marcada por dois importantes pensadores, responsáveis pela formação de duas grandes correntes do pensamento social brasileiro:
• -Florestan Fernandes• Celso Furtado
A DÉCADA DE 50
• Florestan Fernandes, unia a teoria à prática, sendo o que ele próprio chamava de “sociólogo militante”, foi influenciado por Marx.
• Segundo Florestan, a sociedade podia ser estudada pelos padrões ou estrutura, isto é, os fundamentos da organização social pelos dilemas (conjunturas históricas), que eram contradições geradas pela dinâmica interna da estrutura.
A DÉCADA DE 50
• Florestan Fernandes é o principal ele entre uma geração de importantes catedráticos e uma nova geração que surgia nos anos 50.
• Suas grandes preocupações, no campo da sociologia, além da reflexão teórica, foram o estudo das relações sociais e da estrutura de classes da sociedade brasileira, o capitalismo dependente e o papel do intelectual.
A DÉCADA DE 50
• Celso Furtado foi o grande inovador do pensamento econômico, não só no Brasil, como também em toda a América Latina. É apontado como o fundador da economia política brasileira.
• Propõe uma interpretação histórica da realidade econômica e, em especial, do subdesenvolvimento, entendidos como fruto de relações internacionais.
A DÉCADA DE 50
• Celso Furtado foi defensor da idéia de que o subdesenvolvimento não correspondia a uma etapa histórica das sociedades rumo ao capitalismo, mas se tratava de uma formação econômica gerada pelo próprio capitalismo internacional.
• A principal crítica que se faz a seu pensamento é ter servido de ideologia para a burguesia nacional, em especial, durante a política desenvolvimentista adotada por Juscelino Kubitschek.
DARCY RIBEIRO E A QUESTÃO INDÍGENA
• Romancista, etnólogo e político, Darcy superou sua formação acadêmica.
• Em seus estudos, a questão indígena relacionava-se a uma ampla análise do desenvolvimento industrial e do processo civilizatório a partir dos centros hegemônicos, quer dentro do próprio país, quer a partir das relações internacionais
DARCY RIBEIRO E A QUESTÃO INDÍGENA
• Sua atuação foi sempre a de um antropólogo militante que, seguindo a linha marxista, condenou toda ortodoxia, buscou as raízes históricas da situação das populações indígenas e procurou saídas estratégicas.
O GOLPE DE 1964
• O golpe militar de 1964 – implantou nova ditadura no Brasil e teve como ideário o desenvolvimento capitalista, o apoio ao capitalismo norte-americano e a repressão às tentativas de transformação da ordem estabelecida-teve duras repercussões junto ao desenvolvimento das ciências sociais e à estruturação desses cursos universitários no País.
• Vários pensadores foram proibidos de atuar, exilados, presos, perseguidos. A Sociologia passou a ser uma ciência proibida.
• Destaque para Fernando Henrique Cardoso
AS CIÊNCIAS SOCIAIS PÓS-64
• Nos anos 80, com a abertura política, surgem outros partidos e antigas alianças se reproduzem sob nova roupagem.
• Muitos cientistas sociais decidem deixar a cátedra para ingressar na política propriamente dita.
• O PT ( Partido dos Trabalhadores) foi o que mais se beneficiou com essa nova atuação de nossos cientistas.
A SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO
• Desde de LDB 9394/96, última legislação da educação brasileira, a Sociologia passou a fazer parte do currículo escolar como disciplina obrigatória, sofrendo algumas alterações de carga horária.
• O objetivo é ampliar o conhecimento sobre a realidade social, capacitando os jovens para uma análise mais crítica da realidade, fornecendo instrumentos científicos.