A MASSAGEM TERAPÊUTICA

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A MASSAGEM TERAPUTICA STEWART MITCHELL fisioterapia disquete 271 arquivo 1363.txt A MASSAGEM TERAPEUTICA EDITORIAL EsTAmPA 1994 FICHA TCNICA Ttulo original: Massage. A Practical Introduction Traduo: Maria Manuela Santos Capa: Jos Antunes Fotocomposio: Byblos - Fotocomposio, Lda. Impresso e Acabamento: Rolo & Filhos - Artes Grficas, Lda. Depsito Legal n.o 78044/94 ISBN 972-33-0973-4 Copyright.- (D Stewart Mitchell 1992

Edio original publicada por Element Books, Limited Gr-Bretanha, 1992 Editorial Estampa, Lda., Lisboa para a lngua portuguesa

NDICE

O PREFCIO................................................11 1. A MASSAGEM: SUAS ORIGENS ........13

2. A MASSAGEM DE RELAXAMENTO, MANUTENO E TERAPIA............................................... 19 O movimento................................................ 20 As mos................................................... 22

O prazer da massagem............................ 23 Um convite sade................................... 25

3. EXPERINCIAS DE MOVIMENTO: A ANATOMIA DO MOVIMENTO................ 27 Os nossos msculos inteligentes............... 27 Os modelos recortados.. ............................. 32 Os ossos ................................................... 32 Os msculos.............................................. 33 Como montar o modelo.............................. 34

4. COMO SE MASSAJEIA ....................... 37 Como pr as nossas mos ao servio da sade .........................................................37

As costas .................................................. 37 As pernas................................................... 38 Os braos................................................ As mos ................................................... Movimentos especficos......................... Experimentar os diferentes movimentos ............... O dilogo das mos.....................................

Exerccio ......................................................

5. A MASSAGEM PRTICA ................

Massagens dirias para cada uma das partes do corpo.

Preparao ........................................... Casos em que no se deve massajar ...... Massagem das mos ............................... Sequncia da "respirao do corpo" ............ Massagem das costas ................................ Massagem das pernas................................ Massagem dos braos ................................ Massagem do trax ................................... Massagem do abdmen ............................ Massagem do pescoo (posi o deitada)...... Massagem do pescoo (posio sentada) .... Concluso....................................................... Massagens especiais - mobilizao .............. Membros ........................................... Ombros................................................ Ancas..................................................... Pescoo ................................................... Reviso .......................................................... 6. OS OBJECTIVOS DA MASSAGEM .......

O estudo de um caso ................................... O receio........................................................

As tenses e a postura...................................

7. AS TCNICAS............................................

Aromaterapia .................................................. Para o rosto .................................................... Para as costas.............................................. Hidroterapia ................................................... Para os espasmos musculares e alvio da dor..... Para as varizes da parte inferior da perna...... Osteopatia......................................................... Para a articulao da anca.............................. Terapia da polaridade........................................ Aninhar a cabea............................................. Reflexologia...................................................... Os reflexos da coluna...................................... Shiatsu.................................................... Para o ombro................................................... Para afadiga......................................................

8. MASSAGENS ESPECFICAS PARA LESES................... * que uma leso?.......................................... Triviais............................................................. Graves............................................................. Que acontece durante uma leso?................. Leses comuns................................................ Luxao............................................................ Leses nos ossos............................................

Leses na coluna............................................ Leses no desporto e no lazer........................ Reabilitao................................................ Leses nas articulaes.................................. Leses na pele............................................... Leses nos msculos e tendes...................... Tratamentos para leses............................... Estdio 1: Imobilizao da leso..................... Estdio 2: Como activar a circulao.............. Massagens........................................................ Estdio 3: Exerccios de reabilitao.............. Vigor................................................................... Flexibilidade................................................. Coordenao ................................................... Predisposio para a leso.............................. Aptido............................................................... O cansao e a tenso................................... Alimentao.............................................. As leses como acidentes............................... A preveno de leses...................................... Conteno......................................................... Mobilizao ................................................... Incentivo...........................................................

9. AUTOMASSAGEM COMO PRIMEIROS SOCORROS..... Preveno geral.............................................. Para as costas................................................. Para traumatismo fsico/choque emocional....

Para o traumatismo fsico, queda, etc.......... Para o choque emocional............................... Para o pescoo................................................ Para o abdmen.............................................. Para a obstipao............................................. Para as dores menstruais............................... Para os olhos.................................................... Para os ps..................................................... Para a noite.......................................................

10. MASSAGEM - OUTROS COMENTRIOS...... Prtica............................................................... Confronto ou encontro?................................... Profissionalismo................................................ Treino formal..................................................

APNDICE - INSTRUES PORMENORIZADAS PARA

O DIAGRAMA DOS MSCULOS .................. GLOSSRIO................................................... OUTRAS LEITURAS..................................

PREFCIO

Conheci Stewart Mitcheli ao longo de dez anos como um profissional dotado e tenho experincia pessoal da sua grande percia em massagens. bom que ele tambm ensine massagem, porque este mtodo teraputico, ainda que negligenciado, muito eficiente. O termo alemo para tratamento mdico BehandIung, o que, traduzido literalmente, significa "manejo". Esta sabedoria instintiva da lngua alude s propriedades curativas das mos e est

ligada "imposio das mos" em formas espirituais da cura. Stewart fez um estudo cuidadoso dos vrios aspectos e benefcios da massagem - e, em particular, agrada-me que a massagem como autotratamento e "ajuda mtua" entre familiares e amigos tenha sido investigada separadamente da massagem profissional. Neste tipo de ddiva, o doador duplamente abenoado, pois temos muitas vezes ouvido dizer que, quem massaja o seu amigo, comea, ele prprio, a sentir-se melhor. Os captulos esto cuidadosamente intitulados para que o leitor possa, com rapidez, encontrar os aspectos que mais lhe interesse aprofundar. Estou certo de que este livro responder s suas necessidades reais - o que desejo. Saiba-se, tambm, que Stewart tem pela frente muitos anos de ensino e defesa desta preciosa forma de terapia no seu Centro de Exeter. Dr. Gordon Latto.

A MASSAGEM: SUAS ORIGENS Podemos considerar a massagem como uma das mais generalizadas terapias energticas dos nossos dias. eficazmente utilizada em grupos de relaxamento, workshops e como um mtodo de terapia natural. As suas origens remontam prpria histria e caractersticas do ser humano. A arte da massagem tem sido praticada desde tempos antigos e continua a desfrutar de uma profunda expresso e impacto, tanto para quem a recebe como para quem a executa; a massagem proporciona a experincia do contacto, do movimento e da energia, qualidades associadas ao pleno bem-estar de uma pessoa. Em todas as culturas que conhecemos existe uma palavra para designar a massagem e, a partir do estudo dos clssicos, afigura-se-nos que os antigos Chineses, Gregos e Romanos praticaram mtodos de massagem. Em algumas sociedades, a massagem tem mantido um carcter social, sendo praticada como uma manifestao de hospitalidade, como se verifica no Hawai, onde movimentos passivos chamados lomi-lomi so presenteados a convidados respeitveis. Sob uma perspectiva esttica, os antigos Gregos associavam a cultura fsica ao desenvolvimento das capacidades mentais e espirituais e criaram escolas de massagem nos seus 13 ginsios, centros de sade admiravelmente construdos, No Extremo Oriente, msicos e actores aprendem as tcnicas da massagem para auxiliar o seu desenvolvimento artstico, e os intrpretes de kathakali, uma expresso primitiva de dana com razes no Sul da ndia, so tratados com massagens profundas executadas com os ps dos seus professores. Ao trabalharem com conceitos limitados do funcionamento do corpo, os antigos mdicos utilizaram hbil e eficazmente a massagem no tratamento de estados de fadiga, doena e leses, Hipcrates descreve anatripsis, literalmente "friccionar" os membros no sentido ascendente, como tendo um efeito mais

benigno do que "friccionar" no sentido descendente, embora os conhecimentos sobre a circulao sangunea fossem, nessa poca, incompletos. provvel que os progressos da massagem tenham estacionado com a desagregao das civilizaes grega e romana, embora no Oriente a tradio se tenha mantido. Na Europa, somente no sculo XVI, com o aparecimento em Frana e tcnicas cirrgicas relativamente sofisticadas, foi possvel observar um ressurgimento da massagem associada terapia. No final do sculo XIX, a procura da massagem teraputica despoletou a formao de sociedades de terapeutas com o objectivo de administrar treino, promover a cincia da massagem e "salvaguardar os interesses do pblico e da profisso". interessante notar os requisitos pessoais de um massagista recomendvel dessa poca: Compleio fsica: no necessariamente robusto, pois, muitas vezes, as pessoas fortes carecem do delicado, e no entanto enrgico, sentido do tacto necessrio; contudo, uma pessoa de compleio fraca no conseguir obter resultados noutra pessoa debilitada; Inteligncia e capacidade: uma vez que a massagem no to fcil de administrar como algumas pessoas podero pensar, especialmente na sua adaptao a casos especficos; Um elevado padro moral deve ser mantido em todas as circunstncias, pois bastantes prejuzos foram causados por pessoas que no possuam o necessrio equilbrio mental. Associao de Massagistas, 1984 A atual popularidade da massagem pode ser explicada pela necessidade, cada vez mais premente, de um regresso aos valores "naturais", em reconhecimento das condies altamente desgastantes da vida moderna. A reao contra fundamentos inaceitavelmente desumanos, em particular na rea da sade, incentivou o renascimento de terapias que tinham sido banidas na era cientfica. Contudo, o presente entusiasmo pela massagem encontra alguma resistncia. A massagem tem sido socialmente desprestigiada e pode subsistir alguma confuso quanto ao lugar que lhe cabe na terapia; subsiste, igualmente, um desconhecimento e uma incompreenso do corpo humano.

Na primeira parte do livro (e como um fio que se vai desenrolando ao longo dele) feita aluso nossa admirvel anatomia, apelando imaginao; porque, primeiro que tudo, a anatomia imaginao, No possvel ter um conhecimento intrnseco do corpo, a menos que consigamos imaginar, por exemplo, as silenciosas, e no entanto poderosas, batidas do corao, a delicadeza e o vigor dos msculos e o equilbrio da estrutura ssea que nos sustenta. A massagem uma expresso muito sensitiva e sensvel de contacto humano, cujo meio o sentido do tacto, um sentido ao qual os seres humanos reagem particularmente. De entre todos os seres vivos, ns temos uma das mais longas

infncias e, durante esse perodo, dependemos do contacto seguro e firme que nos proporciona proteco e orientao relativamente ao mundo que nos cerca. Poder-se-ia dizer que a experincia da massagem comea no nascimento, quando os msculos do tero, pela sua contraco rtmica, iniciam o processo do parto. Aps o nascimento, o nosso corpo, ao ser embalado, lavado e acariciado pelos nossos pais, prepara-se para a sua independncia. medida que nos tornamos auto-suficientes, os movimentos de massagem do prprio corpo tornam-se mais fortes; os movimentos dos nossos braos e pernas em contacto com o solo, por exemplo, permitem a nossa deslocao, mas so tambm necessrios para permitir que a circulao sangunea se faa eficazmente; e a gradual coordenao das nossas mos permite-nos apertar, friccionar e aliviar qualquer desconforto que possamos sentir. Tambm emocionalmente, tal como os antigos Gregos pensavam, o carter do nosso contacto fsico com o mundo que nos cerca muito estimulante. Enquanto no ventre, estamos bem protegidos e presume-se que os nossos sentidos estejam adormecidos; aps o nascimento, medida que nos vamos desenvolvendo e familiarizando com os sons, contemplando o que nos rodeia e exercitando o olfacto, estamos particularmente dependentes do conforto que o tacto nos transmite. Pesquisas modernas apontam no sentido de que, confrontada com a escolha entre o ser alimentada e o conforto do tacto sem alimentao, a criana optar preferencialmente pelo tacto. Assim, a nossa relao com as origens da massagem pode ser analisada de uma forma muito mais personalizada do que uma perspectiva histrica poderia sugerir; os movimentos de uma massagem administrada por outrem so poderosas recordaes, para o adulto, da segurana e proteo do toque. Consequentemente, no devemos surpreender-nos pelo fato de os massagistas sentirem uma aptido natural para a sua profisso. A massagem uma atividade em que muito mais importante a prtica do que a aprendizagem terica. O leitor dever ser prudente ao frequentar cursos de noes bsicas de massagem, pois frequente raiarem o esotrico; no entanto, so teis na medida em que lhe proporcionam o contacto com terceiros e um alargar da sua experincia pessoal. Um bom curso aquele em que se sinta seguro. Uma histria respeitante ao imperador Adriano, morto em 138, relata as origens do "centro de massagem": Um dia, ao observar um soldado que mitigava as suas costas contra o mrmore, nos banhos pblicos, o imperador deteve-o e perguntou-lhe qual a razo do seu procedimento. Quando o veterano retorquiu que no tinha ningum para o massagear, o imperador, apiedando-se do seu estado, entregou-o aos cuidados de dois assistentes. No dia seguinte, quando Adriano voltou a aparecer nos banhos, um largo nmero de cidados comeou a friccionar as costas contra a parede, na esperana de usufruir da mesma boa sorte; mas o imperador, adivinhando as suas intenes, sugeriu-lhes que se massajassem uns aos outros!

Copestake, The Theory and Practice of Massage, Lewis & Co., 1926. Embora incentive o leitor a tornar-se um genuno praticante da massagem, este livro no desencoraja a massagem formal entre profissional e cliente; de facto, recomendo que usufrua das vantagens e mantenha as prticas profissionais que estejam ao seu alcance. Estou certo de que considerar, gradualmente, o contacto com um terapeuta cada vez mais til, medida que as suas prprias capacidades de massagem evoluam.

A MASSAGEM DE RELAXAMENTO, MANUTENO E TERAPIA

Quando nos sentimos saudveis, sentimo-nos felizes, enrgicos e decididos. Podemos ser incentivados a melhorar a nossa sade atravs de atividades fsicas, desenvolvendo objectivos de cariz atltico ou criativo ou modificando atitudes consideradas prejudiciais. Numa abordagem em paralelo, a sade no um estado a alcanar mas sim uma atitude perante a prpria vida. No podemos lutar pelo que nos pertence por direito. "A sade e o estar em forma so o mesmo?" uma pergunta pertinente e tantas vezes discutida. A busca frentica da sade pode ser confundida com o medo da doena e a sensao de culpa por todos os nossos hbitos "no saudveis". Um inqurito a um grupo de massagistas principiantes sobre uma definio de "sade" originou vrias respostas: "curiosidade", "duas evacuaes por dia", "no ter dores", "evitar conflitos". Havia, no entanto, a opinio geral de que as bem intencionadas campanhas de sade podiam ser confusas - por exemplo, manteiga ou margarina, correr ou no correr, manter a calma ou manifestar as emoes. "Clinicamente apto" era um conceito rejeitado pelo grupo que defendia ser esta uma definio mnima que reduzia uma pessoa mera soma das vrias partes do corpo. A idia de uma sade fsica e mental emergiu, e a nossa experincia psquica da reencarnao foi analisada. Aps um animado debate, chegamos concluso de que cada corpo tem uma mente prpria", a qual tem infinita capacidade de expresso individual, sensorial, imaginativa e social. Para alguns, a sade pode estar associada realizao de objectivos pessoais; contudo, muitos atletas e artistas de renome no gozavam de perfeita sade; individualidades de sucesso referemse muitas vezes excessiva tenso emocional a que estiveram sujeitos durante todo o percurso. Por outro lado, conselhos para adoptarmos uma alimentao racional e moderarmos a ingesto de bebidas, assim como alterarmos alguns dos nossos hbitos de vida, no so totalmente convincentes raramente contestado que demasiadas gorduras dietticas danificam os vasos sanguneos, que o tabaco irrita os pulmes ou que o facto de vivermos em permanente ansiedade esgota o sistema nervoso - evitar tais comportamentos no prova uma imunidade contra o desequilbrio energtico.

Existiro condies individuais de sade que permitam ao ser humano manter um perfeito equilbrio fsico e espiritual - no sucesso e no fracasso, nos excessos pontuais, na prpria conservao - e, contudo, ter a capacidade de "gozar" de sade? Talvez possamos inspirar-nos nas pessoas que, a caminho do estdio final das suas vidas, alegam as razes pelas quais se sentem em plenitude. No raramente, podemos verificar a sua curiosidade, o seu entusiasmo pelo desafio e participao na prpria vida, sem qualquer confiana manifesta. Neste livro tentaremos uma avaliao da sade pela observao, investigao e experincia da massagem. Detenha-se por momentos para tomar conscincia de que esta ser uma aventura estimvel, que lhe trar benefcios directos e possveis de alcanar, ao mesmo tempo, provvel que seja uma experincia verdadeiramente agradvel!

O movimento O movimento, tantas vezes observado como um sinal de vida , seguramente, uma indicao de sade. Isto verdade no apenas relativamente rapidez e ao vigor as, especialmente, quanto coordenao, uma vez que um corpo bem coordenado sente-se, normalmente, to bem quanto parece. A maior parte das nossas rotineiras tarefas fsicas so dirigidas de forma inconsciente; contudo, foram pacientemente aprendidas. Da mesma forma, movimentos fceis podem, no entanto, tornar-se desajeitados, provocando-nos posteriormente cansao ou irritabilidade. Quantas vezes falhamos o ltimo degrau ou tropeamos no primeiro e ficamos verdadeiramente chocados por tal fato? No nos congratulamos ao efetuar tarefas simples e, contudo, zangamo-nos quando falhamos; temos como certa a nossa capacidade de movimento, incluindo a satisfao que ela nos proporciona. S avaliamos verdadeiramente a nossa mobilidade quando a perdemos, e talvez por esta razo que as pessoas que a certa altura das suas vidas comeam a sentir "dores nas costas" ou uma rigidez da nuca dificilmente convivem com essa situao. Alguns dos nossos movimentos mais complexos verificam-se no interior do corpo, estritamente inconscientes e alheios ao nosso control o voluntrio: a circulao sangunea, a propulso dos alimentos atravs dos intestinos e, por exemplo, a ereco dos plos do corpo. Curiosamente, estes movimentos so, de igual modo, eficazmente realizados tanto pelos ociosos como pelos geis. Tal verificase porque o esforo resulta tanto daquilo de que somos feitos como do que fazemos connosco prprios. Isto pode explicar a razo por que algumas pessoas parecem manter a sua sade no obstante os seus hbitos. O muitas vezes citado "cinquenta-cigarros-por-dia-garrafa-de-whisky-viciado-emteleviso" (que viveu at aos oitenta anos de idade) est j invariavelmente morto quando ouvimos falar dele, mas podemos considerar que at os abusos relativamente sade podem estar ligados a uma certa qualidade atltica. O que

vale a pena salientar que quanto mais obstinada e mundana a motivao da pessoa sempre em busca da sade, menos verdadeiro movimento se efetua quando a sade se torna um objectivo em si prprio. A dimenso mecnica do nosso corpo pode ser exteriormente observada, mas poucos de ns detm um conhecimento verdadeiramente ntimo do nosso mecanismo interior e at mesmo as nossas costas esto "atrs" de ns. Para as crianas, ter um corpo excitante - novidade! As nossas diligncias iniciais esto recheadas de surpresas; inclusivamente os nossos erros, como deixar cair coisas e estatelarmo-nos no cho, so para ns divertidos e no sentimos o constrangimento ou o embarao que tais circunstncias nos podem causar quando adultos. Na fase adulta, somos mais tensos e temos muito mais a perder pelos nossos erros. Pagamos o preo desta tenso com um decrscimo do nosso sentido de humor. Como exerccio (fig. 1), tente andar pelo quarto apoiado nas mos, tal como fazia em criana, ou tente ver durante quanto tempo consegue manter-se apoiado somente numa das pernas. Como se sente ao fazer isto? Desconfortvel, receoso, ou com uma fugaz sensao de libertao da tenso que o seu estado adulto lhe provoca?

As mos Observe bem as suas mos e movimente-as suavemente. Apesar de quaisquer reservas que possa ter sob o ponto de vista estrutural ou esttico, as suas mos so insuperveis. Elas possuem a capacidade de executar tarefas incrveis. Poder ter reparado que, curiosamente, existem poucos msculos na mo: movimente os dedos enquanto observa os antebraos e verificar que os ossos dos dedos so comandados distncia pelos msculos do brao, como numa marioneta. Doutro modo, o constante movimento de umas mos musculadas causaria o seu excessivo desenvolvimento, o que dificultaria gestos mais delicados. Est igualmente familiarizado com ambas as mos? Quantos ossos consegue contar nos seus dedos? Como pode explicar que a sua mo consiga rodar a maaneta da porta sem que o seu corpo siga o movimento? Juntamente com todas as suas capacidades de destreza, as mos possuem notrias faculdades sensitivas, detendo a maior parte dos terminais nervosos de qualquer outra zona da pele. Os olhos dependem das mos para confirmarem a realidade. O nosso desenvolvimento inicial da coordenao mos - olhos muito importante e, mais tarde na vida, se formos confrontados com a escurido, as nossas mos assumiro o comando com segurana. Quando inquiridas sobre a forma como se movimentariam num quarto s escuras, as pessoas normalmente respondem que se orientariam pelo som ou pela visualizao de anteriores impresses, mas, provavelmente, as mos estender-se-iam imediatamente para reconhecer o local, procurar orientao e resolver todo o problema.

Este livro oferece-nos a oportunidade de tomarmos conscincia da medida exata em que podemos confiar nas nossas mos terapeuticamente. Elas funcionam como instrumentos e como um meio de incitar o nosso corpo sade.

O prazer da massagem Ainda que a idia da massagem possa ser atrativa, o prazer de uma massagem no algo imediatamente aceito por todas as pessoas. H muitas razes para tal atitude, como, por exemplo, o facto de no se conservar uma recordao agradvel da forma como se era tratado na infncia, que poder reflectir-se na sua fase adulta. Mas, felizmente, o corpo est concebido de tal modo que se automassaja constantemente e isso pode comear por nos transmitir alguma confiana: * o msculo do diafragma entre o trax e o abdmen comprime e solta alternadamente os rgos digestivos a cada movimento de respirao profunda;* mesmo o mais ligeiro movimento dos msculos dos membros comprime e suaviza a presso existente nas veias que se encontram na sua proximidade, mantendo o fluxo da circulao perifrica; os braos, no seu movimento livre de balano lateral medida que andamos, relaxam os msculos das costas. Se formos capazes de imaginar isto, estamos no bom caminho para apreciar as vantagens que a aplicao da massagem nos proporciona. Dois exemplos do nosso quotidiano ilustram adicionalmente o mrito da massagem: 1. Quando no nos sentimos bem ou estamos cansados, muitos dos movimentos naturais do nosso corpo enfraquecem. Repare que quando obrigado a permanecer sentado durante um longo perodo de tempo, as suas pernas parecem "inchar". Se tiver tirado os sapatos, tal como faria numa longa Vigem, provavelmente ir sentir dificuldades em cal-los de novo. Tal resulta da inibio dos movimentos naturais de massagem das pernas pelo facto de terem permanecido paradas enquanto esteve sentado e tambm porque o efeito da gravidade abrandou a circulao perifrica. No sendo tomadas providncias, esta situao poder induzir a uma dor de cabea ou indolncia. Contudo, aps alguns minutos de simples movimentos de massagem, como comprimir e afagar, a situao poder ser corrigida para conforto de todo o corpo. 2. A maior parte das pessoas ter J experimentado uma sensao de rigidez, quer numa rea menor, quer numa rea mior do corpo, aps uma coliso, uma queda ou at mesmo uma perturbao emocional desagradvel. Os msculos as articulaes, que normalmente deslizam sem qualquer esforo sob nossa pele, tornam-se dolorosamente relutantes e, como consequncia, adoptamos uma postura rcecisa. Neste caso, a interveno da massagem pode ser valiosa, suavizando e eliminando no s o nosso estado, como tambm desencadeando uma sensao

de tranquilidade no interior do nosso corpo. Talvez, por ns prprios, fssemos capazes de recuperar a nossa serenidade; mas, a maior parte das vezes, estamos demasiado ocupados ou extenuados 'para o conseguir. Um convite sade Para manter ou recuperar a sade podemos fazer "tratamentos" ou talvez "estudar" ou ler livros sobre sade. De entre as estimulantes e compensadoras possibilidades que a massagem nos oferece, temos a de uma combinao destas duas abordagens. O facto de administrar a massagem e de a receber reverter sempre em seu benefcio e permitir-lhe- a descoberta de novas perspectivas no que respeita sade. As pessoas que aderiram recentemente massagem exprimem, muitas vezes, o prazer que sentem na redescoberta do toque e do movimento tanto na qualidade da pessoa que recebe a massagem, pela sua capacidade de resposta, como na qualidade da pessoa que a administra, pelo aprofundamento da conscincia de todos os seus sentidos.

A recolha de elementos para este livro fez-se directamente a partir do tratamento e coordenao de trabalhos efectuados por pessoas que os consideraram teis e agradveis. Tanto no tratamento como no ensino, considero secundria a aquisio de t cnicas especficas para o desenvolvimento da sensibilidade; consequentemente, este livro fala de como depende exclusivamente de ns compreender e desfrutar da sade. 25

EXPERINCIAS DE MOVIMENTO: A ANATOMIA DO MOVIMENTO

Os nossos msculos inteligentes

O nosso corpo um motor aperfeioado. Comparativamente a outros seres vivos, podemos no ser to elegantes, rpidos ou fortes, mas somente na forma humana existem atributos fsicos combinados a um grau to elevado.

Os movimentos exteriores so estabelecidos por msculos que trabalham conscientemente ligados a uma estrutura ssea, enquanto no nosso interior o sistema muscular o principal promotor de sade - ao criar calor e ao estimular a circulao sangunea e os processos digestivos e respiratrios. Mesmo quando aparentemente em descanso, os msculos vibram em antecipao do movimento. Tal permite-nos capacidade de resposta imediata, ao reagirmos, por exemplo, perante uma situao de perigo ou ao expulsarmos um pedao de alimento que se alojou na traqueia. Uma descrio pormenorizada da estrutura e funcionamento do corpo espantosa.

Esta introduo aos msculos poder incit-lo a prosseguir no estudo do movimento corporal. 27

Muitos massagistas consideram frustrante a necessidade de combinar um conhecimento intelectual do corpo com a sua aptido espontnea e intuitiva para a massagem. Compensa tentar ultrapassar esta limitao pois, quanto mais se massajar, mais curiosidade se ter de tomar conhecimento do que se passa aquando da massagem.

Embora tenhamos uma relao ntima com o nosso corpo, a forma como ele funciona pode ser mistificadora. A menos que se tenha estudado o corpo humano em lies de biologia, a ocasio mais comum para uma auto-investigao durante um

perodo de doena ou leso. uma experincia nem sempre positiva, pois, nessas alturas, o funcionamento do corpo poder causar ainda mais equvocos.

Tendo presente que o nosso corpo est em permanente movimento, mesmo quando observado representado graficamente nas pginas de um livro, podemos comear a explorar a anatomia a partir do nosso conhecimento geral. A linguagem formal da anatomia no dever intimidar-nos. A terminologia muitas vezes uma expresso concisa para uma imagem familiar: a palavra "msculo", por exemplo, deriva do latim musculus que significa "ratinho", descrevendo o modo como a pele se agita quando um msculo se movimenta debaixo dela.

Ao utilizar os modelos que se apresentam no Apndice, possvel criar um modelo anatmico mais evidente do corpo em movimento. Tambm poder aprender bastante pela observao dos movimentos do quotidiano, especialmente daqueles que, partida, consideramos correctos. Reparar nas diferentes maneiras de entrar e sair de um carro ou apanhar um objecto que cai ao cho t o importante para os objectivos da massagem como a leitura sobre a actividade dos msculos. H muitos e excelentes livros sobre a anatomia do corpo humano para um estudo mais aprofundado mas, para comear, utilize experimentalmente o seu prprio corpo e os dos seus amigos.

A coluna vertebral a estrutura "pivot" de todo o movimento e, juntamente com os msculos desenvolvidos das ndegas, ela diferencia a nossa postura da de

outros seres vivos. Curiosamente, temos tendncia para considerar as ndegas com "assentos" quando, na realidade, estes msculos so os principais responsveis pela capacidade de nos mantermos de p durante longos perodos de tempo. Ao contrrio do canguru, 28

por exemplo, que necessita de uma longa cauda para se equilibrar em p, e at mesmo dos articulaes macacos (ocasionalmente obrigados a apoiar-se sobre as

das mos), ns possumos a liberdade de utilizar os nossos membros superiores para objectivos mais requintados - como a massagem!

Os msculos da parte inferior das costas no se "cansam" facilmente (apesar da enorme tenso que a se pode acumular), a menos que a aco de nos erguermos (e algumas vezes at mesmo a aco de iarmos o mais leve objecto) seja efectuada desajeitadamente. Percebemos, ento, que as nossas costas "cedem", o que provavelmente uma resposta do msculo e no do temvel disco - que, na realidade, no Mesliza". Nestas circunstncias, a evoluo humana regride, ainda que temporariamente, e utiliza-se as mos como apoio, tentando aliviar a coluna do peso do corpo; normalmente s se sente alvio quando o corpo repousa numa superfcie plana.

Embora estes incidentes possam ser dramticos, a coluna efectivamente muito mais vulnervel s posturas habituais que desequilibram a sua tenso. Embora estejamos habituados a referirmo-nos coluna como as costas", a sua posio est mais perto do centro do corpo; e quase todos os

msculos de postura se lhe ligam. Enquanto um terminal da coluna pode estar sob um estado de tenso proveniente das pernas, o outro terminal tem de manter o equilbrio da cabea - uma faanha verdadeiramente notvel. Enquanto o alinhamento for mantido, no haver praticamente limites para o ininterrupto desempenho da coluna. Contudo, a tendncia ocidental para cruzar as pernas (as coxas) quando estamos sentados, provoca graves danos na coluna (figs. 2 e 3).

Normalmente, temos preferncia por cruzar uma das pernas sobre a outra, o que cria uma constante toro e encurtamento dos msculos plvicos mais profundos. Uma maneira de verificar o impacto causado pelo hbito de se sentar deste modo observar a simetria das pernas do seu parceiro quando deitado e antes de um tratamento. Vulgarmente, um dos ps conservar uma posio mais direita do que o outro, que descai para o lado de fora da perna mais descontrada. Ao observar com mais ateno a bacia, pode verificar que o osso ilaco (onde as mos assentam nas ancas) est relativamente saliente no mesmo lado da perna mais 29

tensa; isto confirma o aumento de tenso num dos lados do corpo. As pessoas assim afectadas tambm podem sentir dores num dos lados do pescoo ao fim do dia e, se for mulher, um aumento de presso num dos lados do ventre durante o ciclo menstrual.

Fig. 2

As suas massagens obtero resultados menos satisfatrios, se o seu parceiro tiver o hbito de "cruzar as pernas". Aderimos a este hbito por inmeras razes aparentemente licitas - para pousar um livro sobre as pernas, por inibio, ou simplesmente por ser uma maneira sofisticada de nos sentarmos. Somente quando comeamos a sentir que no assim to vantajoso (a nossa perna comea a ficar entorpecida), tendemos a descruz-las, Esta sensao premente e consciente meramente uma indicao de um foco de tenso que est a ocorrer na postura da nossa coluna.

Juntamente com o cruzar de pernas, e igualmente prejudicial, a projeco da cabea para a frente quando estamos concentrados a trabalhar numa secretria ou a conduzir (fig. 4). A tenso nas vrtebras do 30

pescoo persiste at nos sentirmos extremamente cansados e, nessa altura, os msculos do pescoo tero ficado rgidos.

Fig. 3

O pescoo composto por sete ossos separados, os quais, em conjunto com a cabea na parte superior e o trax na parte inferior, formam oito articulaes de movimento potencial. Exerccios de rodar o pescoo no s o indicados para estas articulaes, especialmente se a tenso estiver concentrada numa delas.

Tanto a parte inferior das costas como o pescoo so importantes centros de controlo nervoso do corpo e, por conseguinte, muito sensveis a estados de

tenso. Felizmente, este "estado nervoso" tambm receptivo massagem. Movimentos intensos em torno da coluna vertebral podem relaxar ou revigorar as zonas mais profundas e perifricas do corpo; e quando a massagem aplicada terapeuticamente, a coluna vertebral merece sempre um cuidado especfico de forma a reforar os efeitos do tratamento. 31

Fig. 4

Os modelos recortados (ver pginas 155-157)

OS OSSOS

A nossa estrutura ssea vulgarmente conhecida por esqueleto, que significa ressequido. Contraramente sua aparncia quando os observamos numa sala de aula, os ossos vivos so uma estrutura extremamente dinmica e verstil. Esto relacionados no s com o movimento como proporcionam tambm uma proteco aos rgos, tais como o crebro, e esto envolvidos na produo das clulas do sangue. provvel que conhea o nome de alguns ossos que so do conhecimento geral. Repare que a extremidade do osso mais longo do antebrao (cbito) o que ns consideramos como o cotovelo; o seu vizinho mais prximo (rdio) o osso que executa o moviinento de rotao em torno dele e permite o familiar, mas no entanto complexo, movimento que a mo executa para desaparafusar.

tambm interessante confrontar a bacia com a disposio das espduas. As

clavculas e as omoplatas so importantes estruturas dos 32

msculos dos braos. cujos movimentos nos diferenciam dos outros seres vivos. Contudo, ao usarmos os braos para carregar um objecto pesado, dissociamo-los do seu desempenho normal, que o de nos acompanharem medida que caminhamos balouando diagonalmente ao mesmo ritmo que as pernas, e sentiremos rapidamente os efeitos de uma tenso que comear a desenvolver-se nos msculos das costas.

Os ossos so muito leves mas, no entanto, extremamente fortes e, tal como os alicerces de uma estrutura, podem resistir a enormes presses. Se ocorrer uma simples fractura, a recuperao ssea normalmente to completa que Improvvel que ela volte a acontecer no mesmo ponto. Enquanto a zona fracturada est imobilizada para permitir a sua recuperao, benfico submeter as restantes partes do corpo a uma massagem geral e, quando se recupera o uso de um osso fracturado, a massagem funciona como um forte auxiliar.

Juntamente com o seu parceiro, inicie o reconhecimento mtuo da estrutura ssea utilizando o diagrama e localizando os ossos sob a pele.

Os Msculos

Os msculos esto distribudos por todo o corpo, constituindo a quase totalidade do nosso peso e forma. Alguns so fceis de localizar e tm

nomes individuais, como os bem conhecidos bceps, que ajudam a dobrar o cotovelo.

S sabemos da presena dos numerosos msculos erectores dos cabelos do corpo pelos seus efeitos, como, por exemplo, quando os cabelos esto em p a fim de conservarem o calor dentro da pele. Os msculos s se contraem (Isto , encurtam) para provocar um movimento e contam com a contraco dos msculos opostos para descontrair.

Poder verificar isto em si prprio: endireite o cotovelo. Se os bceps (na parte anterior do brao) e os trceps (na parte posterior) se contrarem simultaneamente, o cotovelo bloquear imediatamente; quando os bceps aumentam a sua contraco, os trceps descontraem e o cotovelo dobra. Comeando de novo a partir desta posio, tente o movimento no sentido Inverso. 33

Os msculos so admiravelmente responsveis. Do-nos vigor, ajudam a manter o sangue quente, protegem-nos e defendem-nos com segurana contra quaisquer choques com o nosso meio envolvente. Por exemplo, ao cairmos, deveremos ser suficientemente prudentes para permitir que os msculos mais volumosos recebam o impacto em vez de esticarmos as mos e corrermos o risco de fracturar o brao.

Os msculos registam fielmente as nossas sensaes e a sua tenso ajuda a aliviar situaes desgastantes. Contudo, quando esta tenso no abranda

suficientemente, as paredes interiores dos msculos e os tecidos que os circundam ficam irritados, desenvolvendo o clssico estado conhecido por fibrosite. Quase todas as pessoas sofreram j as consequncias deste estado de tenso, e a massagem justamente o tratamento adequado para o aliviar.

Mesmo quando est sentado e pensa estar perfeitamente descontrado, todos os seus msculos continuam a pulsar a um nvel muito baixo, o que lhe permite desencadear rapidamente a sua capacidade de resposta perante qualquer estmulo. Houve quem tivesse alcanado oficialmente o recorde de permanncia em p, completamente inerte, durante mais de vinte e quatro horas; mas uma breve experincia da sua parte demonstrar que os seus msculos se ressentem ainda hiperactividade. mais em condies de hipoactividade do que de

Como montar o modelo

Regressando agora ao modelo, os msculos devem ser recortados e colocados no esqueleto comeando pelo nmero mais baixo. Esta numerao corresponde forma como esto distribudos pelo corpo. Por isso, dever, em simultneo, identificlos no corpo do seu parceiro.

Comece pelo msculo 1 e cole o ponto O com a sua extremidade ssea ao esqueleto, deixando a restante parte do msculo solta. Isto representa o ponto de fixao do msculo ao osso, enquanto a outra extremidade (ponto 1) representa o seu ponto de insero noutro osso, que ele movimentar. Gradualmente, complete o modelo de acordo com 34

as instrues dadas no Apndice (pginas 153~154), identificando cada msculo no corpo do seu parceiro, medida que vai prosseguindo.

Conhecer e compreender o corpo a partir das suas estruturas bsicas contribuir para uma maior e mais apurada sensibilidade relativamente a todas as suas manifestaes e permitir-lhe- ajudar os seus parceiros de massagem em estados de tenso mais profundos e persistentes. Paralelamente, dissipar alguns dos mitos criados por peritos cuja insistncia na terminologia enclausurou a sade numa aura de secretismo, 35

4

COMO SE MASSAJA

Como pr as nossas mos ao servio da sade

Embora os massagistas tenham tendncia para se concentrarem mais nas mos, logo aps uma pequena experincia verificar que a aplicao de uma massagem envolve todo o seu corpo: os seus msculos das costas aguentam os movimentos e acomodam o peso do seu parceiro; as suas pernas transferem o seu peso e do consistncia ao tratamento; os braos proporcionam o vigor para os seus movimentos. Contudo,

nos antebraos e nas mos que se traduzem as manipulaes especficas da massagem.

Durante a massagem, o seu objectivo estar to descontrado quanto o seu parceiro, caso contrrio a sua tenso poder ser transmitida. Para evitar a tenso e o esforo resultantes da administrao de uma massagem, considere os seguintes aspectos da sua prpria anatomia.

As costas

Os msculos dos braos e das pernas cansam-se com mais facilidade do que os das costas. (Tendo isto presente poder tomar conscincia de 37 *//* ver com o livro

[ do ela manifesta desenvolvem as rios factores: uma pendncia de unia

te a aplicao do o muscular. te o curso de unia O como o Corpo da outra pessoa de,;,',,,, dores nas costas.) Os massagista4k suas prprias dores nas costas em a? permanncia numa posio inclinadi& , mo

preferida e um certo grau de 1II@> 1 tratamento - o que naturalmente inibe ..

Para evitar que as suas costas se ressintam, massagem, execute com firmeza o movimento de effleurage (veja pg. 43), ligeiramente afastado do seu parceiro. Este movimento permitir-lhe- esticar a parte superior das suas costas e, pelo realinhamento momentneo da cabea com a coluna, a presso acumulada na parte

inferior das costas aliviada. Ocasionalmente, retrair os msculos abdominais e adoptar uma postura de joelhos dobrados, to perto quanto possvel da marquesa, tambm ajudar a diminuir a tenso das costas.

Os massagistas deveriam aplicar tcnicas de primeiros socorros e outros mtodos de autotratamento (v. captulo 8).

As pernas

Quer administre o tratamento de p ou sentado, os msculos das pernas so usados para dar ritmo aos seus movimentos. Se a outra pessoa est deitada num sof, coloque-se numa posio que alcance, confortavelmente, a cabea e ps do seu parceiro sem ter necessidade de se mover. Dobre ambos os joelhos e, nessa posi o, sinta como alivia muito mais as suas costas enquanto est a aplicar a massagem.

No caso de no conseguir alcanar as extremidades devido marquesa ser demasiado alta ou, no outro caso, o sof ser demasiado baixo, utilize um pequeno banco de massagem.

Quando adoptar a posio de joelhos, utilize sempre os msculos das coxas para erguer e baixar as ancas enquanto estiver a administrar a massagem. Quando se utiliza esta postura e se tem tornozelos rgidos ou no se consegue apoiar todo o peso nos ps, muito vantajoso recorrer ao banco de massagem. 38

Os braos

Os movimentos de empurrar e puxar so efectuados pelos msculos de ligao do brao s espduas e ao trax. Para que estes se desenvolvam, aconselha-se exerccios de levantamentos. Poder ter necessidade de os efectuar no caso de, no incio, se sentir fatigado; mas a prtica regular da massagem desenvolve, por si mesma e gradualmente, a fora necessria.

A configurao do antebrao admirvel. Coloque o seu brao, com a palma da mo virada para cima, numa mesa; observar no antebrao muitos msculos que se comprimem ao passarem pelo pulso; na palma da mo os msculos bifurcam-se indo alcanar os dedos. Alguns deles detm-se nos ossos da palma da mo, permitindo que esta se movimente em quase todas as direces como uma "rtula". O estudo do antebrao um dos mais difceis na anatomia mas tambm, do ponto de vista esttico, muito agradvel.

As mos

estranho observar que, quando dobramos os dedos, os msculos do brao comeam a contrair-se, embora, na realidade, isto se passe exactamente ao contrrio. Vire o brao e observe a disposio a que corresponde a abertura da mo e a distenso dos dedos. Consequentemente, as nossas mos podem permanecer delgadas

e, no entanto, muito fortes; e as vrias articulaes dos dedos permitem uma agilidade quase ilimitada. Em toda a natureza no existe nada que se compare ao mecanismo das nossas mos.

Embora a pele das palmas das mos seja relativamente espessa, ela contm inmeros terminais nervosos - o que a coloca em segundo lugar, logo abaixo da pele dos ps. Estas duas partes do nosso corpo possuem ambas uma apurada sensibilidade. Podemos confiar tanto nos nossos dedos como nos nossos olhos, conforme este passatempo de massagista nos ilustra:

Sente-se com um parceiro. A primeira pessoa desenhar algo simples (digamos, por exemplo, trs pontos) com a ponta do dedo na palma da mo da outra pessoa, enquanto esta fecha os olhos. Depois, abrindo os 39

olhos, ela tentar reproduzir o desenho na palma da mo da primeira pessoa. Se a reproduo for exacta, est certo e acrescente mais um trao na palma da mo do seu companheiro e veja at que ponto este consegue reproduzir os desenhos cada vez mais complicados e depois inverta os papis quando o seu parceiro no conseguir completar um desenho.

Ficar surpreendido ao verificar como bem sucedido ao seguir o desenho do seu companheiro com o seu sentido do tacto em vez de com os olhos. Os progressos que relacionados com podemos alcanar na massagem esto directamente

a nossa capacidade de resposta s informaes que recebemos atravs das mos, e este passatempo bastante til tanto para principiantes como para massagistas experientes.

Movimentos especficos

Os vrios movimentos da massagem foram racionalizados no sculo xix por um sueco, o Professor Henry Ling. A sua "massagem sueca" foi incorporada na medicina, mas a sua reputao ressentiu-se pela popularidade alcanada pelos "gabinetes" de massagem e pelo declnio da sua aplicao na fisioterapia, que cada vez se tornava mais mecanizada.

Esta infeliz conjugao de factores que interferiram no original trabalho de Ling no retirou a importncia de que ele se reveste para todos os massagistas. Ling foi o primeiro ocidental a divulgar o carcter fisiolgico da massagem, demonstrando os benefcios directos de movimentos especficos, tanto a nvel fsico como psicolgico. A visualizao destes efeitos medida que trabalhamos benfica, particularmente quando somos principiantes e a autoconfiana essencial. Construir a imagem do movimento permite dissipar a tenso que se pode desenvolver nas suas mos quando se esfora demasiado e, alm disso, o seu parceiro poder desfrutar da sua capacidade para lhe explicar o que est a fazer, corroborando que a experincia aprazvel que ambos esto a ter efectivamente benfica.

Experimentar os diferentes movimentos

Como "exerccio de aquecimento" antes de administrar a massagem, poder executar

os seguintes exerccios de flexibilidade e fortalecimento: 40

1 .Afaste os cotovelos e una as pontas dos dedos; aperte lentamente at todos os dedos estarem esticados e perfeitamente unidos, com os pulsos completamente dobrados. Baixe as mos para aumentar o esforo. 2. Cerre as mos e depois projecte os dedos o mais separados e direitos possvel; mantenha a posio durante dez segundos e repita seis vezes.

3. Descontraia as mos e sacuda-as vigorosamente a partir dos pulsos e em todas as direces, mantendo os cotovelos dobrados e os braos imveis. Pare quando sentir as mos "dormentes" e um formigueiro nos dedos.

Fig. 5

Fig. 6 41

Execute o prximo exerccio lentamente pois ele exige muito das mos e dos pulsos: *//* ver com o livro 4. (a) Coloque as mos p s uma sobre a outra (fig. 5); cruze-as

da direita para a esquerda e entrelace os dedos (fig. 6). (b) Afaste os cotovelos,@e afaste as mos mantendo os dedos entrelaados (fig. 7 e 8). (c) Descaia ambos os cotovelos e estenda os braos, o direito sobre o esquerdo, at

as palmas das mos ficarem viradas para fora... mas mantendo sempre os dedos entrelaados (fig. 9). Repita o exerccio cruzando as mos da esquerda para a direita.

Este exerccio inicialmente executado com xito somente por dez por cento dos estudantes, no s por ser difcil mas tambm por ser muito confuso! Persista, pois estes movimentos so excelentes para aliviar a rigidez e o cansao das mos e dos antebraos.

Fig. 7

Fig. 8 42

Fig. 9

Os movimentos clssicos de Ling definem a massagem como uma combinao de trs movimentos, effieurage, ptrissage e percussion (execute-os no seu prprio corpo ou no do seu parceiro de massagem para perceber como so efectuados e a sensao que provocam):

Fig. 10

1. Afague lentamente uma superfcie da pele, por exemplo, o antebrao ou a coxa,

utilizando toda a palma da mo, com os dedos descontrados (fig. 10). A isto se chama effleurage, ou seja, os movimentos iniciais de preparao para a massagem. Sentir que so relaxantes e que, alm disso, solicitam a sua ateno para a zona que est a ser 43

massajada. O effleurage no "agressivo: os seus movimentos no pressionam nem movimentam a parte que vai ser trabalhada; isto e muito importante no incio e no final da massagem, Embora o effleurage, comparado com outros movimentos, seja fortemente superficial, os seus efeitos actuam com grande intensidade nas zonas mais profundas do corpo, devido s ligaes nervosas que existem. * O movimento de effleurage permite-lhe harmonizar-se com a outra pessoa enquanto se prepara para o tratamento. * O movimento de effleurage apreciado por pessoas fracas ou impacientes. * O movimento de effleurage um bom exerccio de pacincia para os massagistas que esto ansiosos por "Comear a massagem"!

2a. Com a ponta dos dedos agarre uma superfcie do corpo (por exemplo, a parte interna da coxa). Execute movimentos compressores com a polpa dos dedos polegares - a isto se chama ptrissage (fig. 11). Este tipo de presso indicado para os grandes msculos que se localizam nos membros e na parte superior das costas. O ptrissage regula a tenso destes msculos em vez de a tentar expulsar, ao que estes ofereceriam resistncia. (Por exemplo, se os msculos do antebrao forem excessivamente comprimidos, os dedos contrairse-o nvoluntariamente).

Fig. 1 44

* O movimento de ptrissage permite um trabalho pormenorizado no corpo. * O movimento de ptrissage recomendado em crianas e pessoas idosas. * O movimento de ptrissage desenvolve a sensibilidade dos dedos.

2b. A maior parte das pessoas associa a massagem a movimentos profundos, do tipo dos da massagem desportiva, em que os msculos curvos, tais como os que se localizam na parte anterior da coxa, so comprimidos com toda a palma da mo eo polegar (fig. 12). Este movimento utilizado para anular tenses profundas e equilibrar a tenso dos msculos. Libertando-os dum estado de tenso excessiva, permite auxiliar a circulao local e o corao; a massagem desportiva parece induzir as pessoas a sentirem que "alguma coisa est a ser feita" quanto ao seu estado! Embora condicionada ao volume de um msculo mais desenvolvido, a massagem desportiva tambm pode ser efectuada com as bases das mos ou com os calcanhares, com as articulaes ou com os cotovelos. Contudo, suspiros de prazer podem transformar-se em lgrimas, pois a experincia da massagem desportiva pode ser extremamente emocional devido s profundas tenses que esto a ser libertadas.

Fig. 12 45 *//* ver com o livro

* A massagem desportiva msculos muito desenvoj@' * A massagem desportiva r,

polegar, os quais se d~4, * A massagem desportiva pct,.,@

como a pessoa que foi maSSajada com effieurage. O is que tenham

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o massagista _Iados - termine O ,@ "'@ q@@_ 3. Para que as pessoas que recebem &.@2~gM,p0ssjun recuperar a energia necessria para completamente retomarem o seu quotidian% embora sentindo-se

descontradas, a massagem ten~a com hbeis e firmes movimentos. Ling chamoulhes percussion, sendo utilizado o movimento dos pulsos para estimular o corpo com as diferentes partes da mo. Os movimentos de percussion destinam-se a reintegrar os msculos atenuando os efeitos de um profundo estado de relaxamento ao introduzir o vigor necessrio nossa actividade quotidiana.

Fg. 13

46

Fig. 14

Os batimentos so vulgares movimentos de percussion, executados ao de leve com os dedos (como se pode observar nas habituais representaes de massagem): coloque as palmas das mos paralelas, estique ligeiramente os dedos e execute o movimento de batida a partir dos pulsos, de maneira a que os primeiros trs dedos estabeleam contacto com o corpo vibrando em simultneo entre si (fig. 13). Bata lentamente e depois aumente o ritmo e a intensidade.

Os batimentos "despertam" os msculos sem perturbar a sensao de relaxamento do seu parceiro.

O movimento de ventosa utilizado na parte inferior das costas, sendo igualmente benfica a sua aplicao sobre toda a zona das costelas: forme uma "concha" com a palma das mos; vire-a para baixo e execute movimentos de batida sobre o corpo dobrando alternadamente os pulsos (fig. 14). Comece lentamente e depois aumente o ritmo e a intensidade mantendo a posio da mo. Escutar um som surdo medida que efectua os movimentos de batida sobre a pele; se ficarem 47

marcas de dedos na pele, significa que a ventosa est a ser demasiado superficial e, nesse caso, a pessoa dever estar a sentir um certo desconforto com este movimento de percussion.

O movimento de ventosa estimula a circulao profunda nos grandes msculos preparando-os para entrar em aco.

Tapotement o movimento de percussion mais suave, sendo aplicado principalmente em torno do rosto, da cabea e em reas sensveis ou magoadas: com a ponta dos dedos toque ligeiramente toda a zona do rosto evitando qualquer contacto directo com os olhos. Nas partes mais extensas mantm-se os dedos unidos batendo ligeiramente sobre a pele.

O movimento de tapotement, quando aplicado monotonamente, torna-se extremamente relaxante e pode ser utilizado para neutralizar os msculos doridos ou a pele irritada.

O sistema de Ling apresenta uma frmula dos movimentos que podem induzir a uma massagem satisfatria:

effleurage percussion ptrissage Imassagem desportiva effleurage

Os movimentos de effleurage so os primeiros e ltimos a serem efectuados e so tambm a base para todos os outros movimentos; em 48

vez de estabelecer momentos de pausa enquanto rev o seu plano de tratamento, aplique effleurage para dar massagem uma continuidade relaxante.

Ptrissage e a massagem desportiva suavizam estados de hipertenso e restauram o equilbrio dos msculos. O facto de aplicarmos temporariamente movimentos intensos e firmes sobre o corpo de uma pessoa permite aliviar a sua tenso at estar restabelecido o desejado equilbrio (da a vulgar exclamao: "No pare!"); os nossos movimentos funcionam como um sistema muscular auxiliar para o seu corpo.

Os movimentos de percussion efectuados no final do tratamento induzem a uma minitenso no corpo de forma a despertar a pessoa para a sua actividade normal. Estimular ligeiramente os msculos surte um efeito de "imunizao" contra as fortes presses dirias da vida actual e no dever provocar qualquer sensao desagradvel!

Eu recomendo que inicie a sua prtica com base no sistema sueco ou massagem sueca para ganhar a confiana do seu parceiro; medida que desenvolve a massagem pode explicar-lhe o que se est a passar e quais os motivos por que o faz. Desenvolver o seu estilo pessoal consoante a interpretao que der aos

vrios movimentos e s reaces que eles provocam. No se sinta compelido a "seguir risca" a frmula de Ling, pois ela s pretende servir de modelo inicial; no entanto, no deixe de confirmar se h correspondncia entre o seu entusiasmo e o prazer do seu parceiro.

O dilogo das mos

Embora deva prestar esclarecimentos sobre o seu trabalho, o facto de estabelecer uma conversa durante o curso de uma massagem pode muitas vezes interromper o feedback do contacto. Mantendo o silncio temos conscincia de novas sensaes que podem interceptar tenses, permitindo assim que os benefcios do tratamento sejam mais duradouros. No tem obrigatoriamente de comentar todo o seu processo de massagem e, ocasionalmente, poder sentir-se impelido a desencorajar um excessivo interrogatrio por parte de um parceiro nervoso. As alteraes provocadas 49

*//* ver com o livro por uili estado de tenso podem desq@. coritudo, e embora com ent s de insegurana;

a pratica

r este tipo de comportamenio, mantenha-se disponvell p um dilogo quando

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':@@ sentir que a pessoa tem necessidade

Esquerda. Brao V -0

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Esquerda. Antebrao @

Esquerda. Ini. da Bacia C>

1>

op O 156

14, '&

PERSPECTIVA POSTERIOR O Direita. Costas V

-0

Direita. Perna O 119

PERSPECTIVA ANTERIOR (FRENTE)

Msculo do pescoo - lado direito

1. Esternocleidomastoideu: tem origem no esterno e clavcula (cleido) e o seu ponto de insero uma proeminente parte do crnio, a apfise mastoideia. Corte e cole ao longo da clavcula e na parte de cima do esterno. Aco: independentemente, flecte o pescoo e roda a cabea; em conjunto, os msculos anulam mutuamente a aco rotativa e flectem poderosamente o pescoo.

Projecte a cabea para a frente e vire-a para o lado - sentir o msculo a trabalhar. Efectuamos um movimento semelhante quando levantamos a cabea da almofada para ver o despertador - se tivermos dormido demasiado, o choque pode provocar um espasmo neste msculo.

Msculos do trax - lado direito

2. Peitorais (significa "peito"): pequeno peitoral tem origem nas costelas superiores e o seu ponto de inser o na omoplata. Corte e cole nas costelas.

Aco: ajuda a fixar a omoplata ao movimento do ombro.

3. Grande peitoral: tem origem na clavcula e esterno, e o seu ponto de insero no mero. Corte e cole na clavcula e esterno.

Aco: puxa o mero para a frente e roda-o para dentro. Este msculo modela a parte superior do trax e forma a parte da frente da axila; o principal interveniente no exerccio de "compresso".

Msculos do brao - lado esquerdo

4. Coracobraquial e braquial: o coracobraquial tem origem na omoplata e o seu ponto de insero no mero. 158

Aco: movimento de balano do brao para a frente como quando andamos.

O braquial tem origem no mero e o seu ponto de insero no cbito.

Aco: flecte o cotovelo. Corte e cole na omoplata e a meio do mero.

5. Bceps (originalmente significa "duas cabeas"): tem origem na omoplata e ponto de insero no rdio (o osso mais pequeno do antebrao). Corte e coloque sobre o msculo 4.

Aco: em conjunto, os msculos 4 e 5 flectem o brao e o cotovelo.

Os bceps formam a conhecida (embora no exclusiva) proeminncia masculina no brao.

6. Deltide (assim chamado pela sua forma de "D" grego): tem origem na clavcula e omoplata, depois converge, e o seu ponto de insero na parte exterior do mero. Corte e cole na omoplata,

Aco: puxa o mero, para fora do lado do trax. Os deltides so representados como dragonas nos uniformes militares, simbolizando a fora e o poder da pessoa que as ostenta.

Msculos do antebrao

7. Flexor profundo dos dedos: tem origem no cbito e ponto de

insero nas falangetas (ossos dos dedos). Corte e cole no cotovelo.

Aco: flecte a ltima articulao dos dedos. Como experincia do controlo do msculo, veja se consegue flectir os dedos separadamente.

8. Pequeno palmar: tem origem no mero e o ponto de insero no segundo e terceiro metacarpos (ossos das mos). Corte e cole no cotovelo. 159

Aco: flecte e puxa o pulso para fora. Quando se coloca um violino em posio de tocar, o pulso controlado por este msculo.

Msculos do interior da bacia

9. Pequeno psoas e psoas ilaco: tem origem na ltima vrtebra torcica e todas as lombares; o pequeno psoas tem o seu ponto de insero na bacia e o psoas ilaco no fmur (osso da perna). Corte e cole na coluna vertebral.

Aco: o pequeno psoas flecte a bacia, isto , movimento de recuo; o psoas ilaco flecte a articulao da anca e roda o fmur para dentro, como no movimento de "cruzar as pernas".

Msculo da coxa - lado direito

10. Recto interno: tem origem no osso do pbis e o ponto de insero na tbia (o osso principal da perna). Corte e cole na parte inferior da bacia.

Aco: puxar o joelho para dentro e flecti-lo. 11. Grande adutor: tem origem no osso da anca (parte inferior da bacia) e o ponto de insero no fmur. Corte e cole na bacia.

Aco: movimenta (principal adutor) a coxa. Pode sentir-se incomodado por outros adutores, no representados no diagrama, quando por exemplo andar a cavalo pela primeira vez! 12. Vasto interno; 13. crural; 14. vasto externo: os trs tm origem no fmur e o ponto de insero com o recto anterior via rtula, na tbia. Corte e cole na parte superior da perna.

Aco: ajuda a distender (endireitar) o joelho. 15. Recto anterior: tem origem em dois pontos do ilaco (parte superior da bacia) e o ponto de insero, juntamente com os msculos vasto, na tbia via rtula. 160

Aco: principal extensor do joelho, flexor da anca desde a sua ligao at bacia.

Os msculos 12-15 so tambm conhecidos por quadrceps (msculos de quatro cabeas), por o ponto de insero ser comum. D um bom pontap e sinta a actuao dos quadrceps.

16. Costureiro: tem origem no ilaco e ponto de insero na tbia. O costureiro o msculo mais longo do corpo. Corte e cole na bacia.

Aco: flecte a anca e joelho e roda a perna para dentro. Para se sentar como um costureiro antigo, utilize o costureiro para puxar os joelhos para fora e sentese com as pernas cruzadas.

Msculos da perna - lado esquerdo

17. Longo peroneal lateral: tem origem no pernio (o osso superficial mais pequeno) e ponto de insero sob o primeiro metatarso (osso do p). Corte e cole no joelho.

Aco: revira (vira para fora) o p e ajuda a flectir o tornozelo, como quando se puxa o atacador do sapato. 18. Extensor comum dos dedos: tem origem no pernio e tbia e ponto de insero nos ltimos ossos dos dedos dos ps. Corte e cole no joelho.

Aco: distende os dedos dos ps e ajuda a flectir o tornozelo. 19. Tibial anterior: tem origem na tbia e ponto de insero no lado de baixo do primeiro metatarso e tarso adjacente (tornozelo). Corte e cole no joelho.

Aco: inverte (vira para dentro) o p e ajuda a flectir o tornozelo.

A articulao do tornozelo tem vrios ligamentos fortes (pequenas bandas

fibrosas) que protegem a articula o de distenses provocadas pelos msculos principais e peso de corpo. Quando a proteco vencida, a articulao cede e o tornozelo "torce". 161

Msculos do abdmen

20. Transverso do abdmen: tem origem na vrtebra lombar, ilaco e costelas inferiores, e est tambm ligado aos msculos da parte inferior das costas. Contorna o abdmen, e o ponto de insero na base do esterno e um tendo central que vai desde o trax at ao osso do pbis. Corte e cole na bacia e costelas, s no lado direito (para que possa observar o msculo psoas esquerda).

Aco: comprime os rgos abdominais como um "espartilho". 21. Grande recto abdominal: tem origem no osso do pbis e ponto de insero na quinta stima costelas. Corte e cole no pbis no lado direito. (Tenha presente que o lado direito do esqueleto o seu lado esquerdo quando olha para ele.)

Aco: flecte a coluna projectando o trax para a frente; auxilia o transverso a comprimir o abdmen,

A contraco dos msculos abdominais para dentro ajuda funo de dejeco do intestino grosso. "Puxar para baixo" o intestino provoca obstipao devido constrio da sua aco espontnea.

22. Grande oblquo: tem origem no ilaco dirigindo-se para o pbis e tem tambm ligao aos msculos da parte inferior das costas. O ponto de insero nas primeiras trs ou quatro costelas inferiores e tendo central do abdmen. Corte e cole bacia no lado direito. 23. Pequeno oblquo: a origem e ponto de insero contrape o grande oblquo - origem na caixa torcica e ponto de insero no ilaco. Corte e cole na seco das costelas do grande oblquo.

Aco: em conjunto, estes msculos projectam o tronco para a frente; se o grande, num dos lados, flectir com o pequeno do lado oposto, o tronco roda, como quando estamos de p e nos viramos para o lado sem mover as pernas.

Os msculos oblquos procuram manter um contorno de cintura agradvel frequentemente desafiando srias possibilidades contrrias. Os 162

hericos exerccios para readquirir a musculatura abdominal so frequentemente anulados por desenfreados e "inteis" exerccios - movimentos correctivos levados a um ponto de esforo tal que s nivelam a parte superior e foram os nossos rgos para baixo, pronunciando o ventre. Os exerccios abdominais mais producentes so executados com o corpo invertido ou semi-invertido (por exemplo o ioga Shoulderstand), em que as pernas balanam e flectem suavemente.

Aps ter executado metade do diagrama, estar familiarizado com a origem e ponto de insero dos vrios msculos. Agora continue para a seco seguinte, tendo

presente que o corpo no tem efectivamente uma "frente" ou "costas", mas na verdade mais cilndrico, com a coluna vertebral ao centro.

Tente reconhecer, pela descrio da sua aco, quais os novos msculos "antagonistas" dos que j colou. Posteriormente, pode copiar as pginas de novo e aplicar os msculos frente e atrs aos pares, como antagonistas.

Noutra altura, oculte a numerao e tente, de memria, colocar os msculos no esqueleto.

Nem todas as pessoas se sentem completamente familiarizadas com todos os grupos de msculos mesmo aps uma considervel experincia prtica. Se todo o diagrama lhe parece demasiado complicado, comece por um grupo numa rea em que se sinta mais confiante e deixe a sua curiosidade conduzi-lo, pouco a pouco, para outros msculos.

PERSPECTIVA POSTERIOR (COSTAS)

Msculos das costas (coluna e trax) - lado direito

24/25. Sacrolombares (um termo colectivo para os erectores da coluna): tm todos origem na parte inferior da coluna e ponto de insero nas costelas superiores e, finalmente, no crnio. 163

Corte o 24 e cole totalmente na bacia, coluna e trax; cole o 25 no osso sacro (parte inferior da coluna).

Aco: projecta a coluna e o pescoo ao puxar a extremidade da vrtebra. Descobrir o sacrolombar colocando-se em p curvado.

26. Rombide pequeno e grande rombide: tm origem na ltima cervical (pescoo) e vrtebra superior torcica e ponto de insero na extremidade da omoplata. Corte e cole na vrtebra.

Aco: rodam a omoplata puxando-a em direco coluna.

27. Os quatro msculos escapulares por ordem descendente:

Supraspinhoso: tem origem na omoplata acima do sulco e ponto de insero no mero.

Aco: ajuda o msculo deltide a levantar o brao.

Infraspinhoso: tem origem sob o sulco e ponto de insero na parte de fora do mero.

Aco: roda o brao para fora.

Pequeno redondo: tem origem na extremidade da omoplata e ponto de insero na parte de fora do mero.

Aco: auxilia o infraspinhoso e ajuda a suster o brao no ombro (arredonda no

encaixe).

Grande redondo: tem origem na parte inferior da omoplata e ponto de insero na parte interior do mero.

Aco: roda o brao para dentro e ajuda a suster o brao no ombro. Corte e cole a aba da costela no trax de modo que a extremidade da omoplata peri-nanea adjacente aos msculos rombides. Pode ento, se levantar a omoplata, observar os msculos da coluna.

28. Grande dorsal (o msculo mais extenso das costas): tem origem no osso sacro, no ilaco e nas costelas inferiores e ponto de insero na parte interior do mero. Corte e cole na coluna e bacia.

Aco: puxa o brao, projecta-o para trs e roda-o para dentro. A forma deste msculo um "V" alargado. O grande dorsal e os msculos escapulares formam a parte traseira da axila.

29. Trapzio: tem origem no osso occipital do crnio (atrs) e coluna vertebral, descendo at ltima vrtebra torcica e ponto de insero nas extremidades da clavcula e omoplata. Corte e cole coluna e crnio.

Aco: eleva e puxa para trs os ombros como "na aco de encolher os ombros". Pode detectar facilmente o trapzio belscando ao longo da parte de cima dos ombros.

Msculos do brao - esquerda

30. Trceps (originalmente significa "trs cabeas"): tem origem na omoplata e mero e ponto de insero no cbito (cotovelo). Corte e cole na omoplata.

Aco: distende o cotovelo em clssica oposio aos msculos bceps.

31. Deltide (perspectiva posterior): veja texto do msculo 6. Corte e cole na parte superior da omoplata.

32. Angular: tem origem nas quatro vrtebras cervicais superiores e ponto de insero na parte superior da omoplata. Corte e cole no pescoo.

Aco: eleva a omoplata.

Msculos do antebrao - esquerda

33. Primeiro radial (antagonista do pequeno palmar 8): tem origem no mero e ponto de insero na base do segundo e terceiro metacrpicos. Corte e cole no cotovelo.

Aco: distende e impele o pulso para fora. 165

34. Extensor comum dos dedos (antagonista do flexor profundo dos dedos 7): tem

origem no mero e ponto de insero nas falangetas.

Aco: distende os dedos.

Cerre e endireite perfeitamente

os

dedos

para

observar

os

movimentos

antagnicos

sincronizados dos flexores e extensores. Repare igualmente como os msculos adelgaam desde o brao formando delgados tendes que atravessam o pulso at mo - isto extraordinariamente hbil pois evita que as mos aumentem de tamanho em consequncia do uso constante como acontece com os filamentos dos msculos principais.

Msculos da coxa - esquerda

35. Bceps femural: tem origem no osso da anca e ponto de insero no pernio e tbia. Corte e cole na bacia.

Aco: flecte e roda o joelho para fora; distende (recua) a articulao da anca.

36. Semitendinoso: tem origem no osso da anca e ponto de insero na tbia. Corte e cole na bacia.

Aco: flecte e roda o joelho para dentro; distende a articulao da anca.

37. Semimembranoso: tem origem no osso da anca e ponto de insero na tbia. Corte e cole na bacia.

Aco: como o semitendinoso.

Igualmente ilustrado no 37, a segunda e mais curta "cabea" do bceps femural que tem origem na parte inferior do fmur. Corte por entre o msculo maior e mais pequeno e prenda sob o femural e directamente no osso para se juntar ao seu parceiro, deixando o semimembranoso como o msculo predominante do grupo.

Os msculos flexores da coxa so normalmente conhecidos como "tendes da curva da perna", segundo o castigo medieval 166

que consistia em decep-los. So muitas vezes lesionados em actividades desportivas e podem levar muito tempo a recuperar devido ao seu envolvimento na postura vertical e no caminhar. Os seus pontos de insero so facilmente detectados na parte de trs do joelho.

38. Pequeno glteo: tem origem na parte de fora do ilaco e ponto de insero na parte de fora do fmur. Corte e cole no ilaco.

Aco: puxa o fmur para fora e roda-o.

39. Glteo mdio: tem origem na extremidade do ilaco e ponto de insero no fmur. Corte e cole no ilaco. Aco: semelhante ao pequeno glteo.

40. Grande glteo: tem origem no ilaco, sacro e cccix e ponto de insero no fmur. Corte e cole no sacro para observar o pequeno glteo e o

glteo mdio.

Aco: distende a articulao da anca e roda o fmur para fora como numa postura oriental de dana.

Os glteos so vitais para manter a postura vertical do corpo e, em conjunto com os tendes da curva das pernas e o grupo quadricpite, movimentam as pernas. A gravidade ajuda igualmente este movimento, permitindo que o fmur balance como um pndulo. Relaxando conscientemente as articulaes do joelho e tornozelo medida que as pernas caminham, reduz o esforo dos msculos das coxas e til quando se recupera de uma leso nos msculos das costas.

Msculos da perna - direita

41. Solhar: tem origem na tbia e pernio e ponto de insero no calcneo (calcanhar), o maior osso do tarso. Corte e cole na parte detrs do joelho.

Aco: plantar (para baixo) flecte o tornozelo, isto , coloca em bicos de ps. 167

O msculo mais pequeno, tambm representado com origem no fmur e ponto de insero com solhar, o plantar delgado, um acessrio do msculo que se segue,

42. Gmeos: tem origem no fmur e ponto de insero no calcneo.

Aco: vigoroso flexor do tornozelo e, devido sua origem no fmur, ajuda a flectir o joelho.

Os msculos 41 e 42 do vigor aos nossos passos quando caminhamos rapidamente ou corremos; quando no esto em movimento, permitem erguer o corpo em bicos de ps.

Se estiver confuso com uma determinada parte do corpo, amplie, para maior clareza, uma parte do esqueleto e dos msculos.

Poder ter necessidade de repetir a colocao dos msculos at estar completamente familiarizado com a anatomia, pelo que dever utilizar pouca cola para poder fazer as correces que entender. Contudo, no desanime, pois, no corpo real, a disposio dos msculos nem sempre como descrita nos livros; por exemplo, o pequeno psoas, um dos msculos mais pequenos, pensa-se estar ausente em cerca de trinta por cento da populao! 168

GLOSSRIO

Abiluzir: termo anatmico que significa mover um membro, afastando-o da linha mediana. Aduzir: oposto do termo acima; aproximar do meio.

Anatomia: cincia sobre a forma, a estrutura e as partes do corpo. Assusta, de incio, os aprendizes empenhados da massagem, porm, enquanto aprendem a massajar, eles tm a vantagem de aprender a anatomia viva dos seus parceiros. Artria: vaso tubular que leva o sangue do corao para outras partes do corpo. As artrias tornam-se progressivamente mais finas, passando a arterolas e, depois, a capilares minsculos com o tamanho apenas de uma clula em dimetro. As pesquisas tm demonstrado que a vida ocidental, cheia de stress, pode causar a degenerao prematura das artrias. Artrite: inflamao de estruturas que contm articulaes (artrite reumatide). Quando o revestimento dos ossos que formam uma articulao se gasta e fica dorido, chama-se a isto osteoartrite. Bceps: msculo que se prende aos ossos em dois pontos (literalmente: com duas cabeas"), por exemplo, o msculo que se pode sentir atrs dos joelhos. Msculos com trs pontos de contacto so trceps, na parte de trs do brao; com quatro, quadrceps, na parte da frente da coxa. Bolsa serosa: almofada cheia de fluido que protege as articulaes dos membros. Quando a articulao sujeita a repetidas e excessivas presses exteriores, a bolsa pode ficar inflamada (bursite). Brnquios: tubos em formas de ramos, que chegam aos pulmes, subdividindo-se sempre maneira de uma rvore. Os brnquios mais finos chamam169

-se bronquolos e terminam em "botes", alvolos, nos quais se d a troca dos gases respiratrios. Enquanto as "rvores" dos nossos pulmes expiram dixido de carbono, as da terra inspiram-no; o oxignio que elas expiram aproveitado

pelos nossos pulmes. Caudal. relativo ao cccix. Ceflico: relativo cabea. Citica: inflamao do nervo citico, que comea no fundo das costas, passando pela parte de trs da perna e pela parte de baixo do p. A citica acompanha, com frequncia, desarranjos nas vrtebras, quando esto desalinhadas ou comprimidas. Cifose: deformao da coluna, da qual resulta uma convexidade exagerada na zona torcica. Derme: a verdadeira pele, que fica mesmo por baixo da camada protectora externa. Tem uma delicada sensibilidade, formando, simultaneamente, uma eficaz barreira trmica e hidrosttica para o corpo. Desvio de disco: (habitualmente designao incorrecta de um disco intervertebral

lombar) pressionado. O disco, que tem a forma de almofada, no se pode desviar, mas por vezes forma uma salincia e irrita os nervos que saem da coluna. Os discos no podem ser "postos no sftio" mesmo com as tcnicas mais sofisticadas, mas pode-se alivi-los com apoio do corpo e uma ligeira traco. Diafragma: msculo em forma de cpula que separa o trax do abdmen. A funo activa do diafragma ajudar o funcionamento dos pulmes, ao mesmo tempo massajando ritmicamente os rgos digestivos.

Diagnstico: determinao da doena que uma pessoa tem. Pode levar a uma "categorizao" e despersonalizao do paciente ou cliente. Alguns mdicos preferem perguntar: "Que tipo de pessoa tem esta doena?"

Dorsal. relativo s costas. Escoliose: desvio lateral da espinha dorsal que, visto de trs, forma curvas em S. Os trs desvios da coluna comuns, descritos no glossrio, podem ser congnitos ou resultado de uma leso ou adaptao ao meio.

Especialista: profissional com alta formao, normalmente muito experiente, mas correndo o risco de "achar cada vez mais em cada vez menos".

Everso: reviramento para fora. Fibrosite: inflamao da membrana do msculo, causada por excesso de tenso ou por leso.

G5: instrumento mecnico de massagem. manual e no substitui a massagem mo, mas pode complet-la. Tambm til no tratamento de leses. Tem por base uma cabea de borracha circular que vibra horizontalmente. 170

Hipertenso: alta presso do sangue, anormal e indesejvel. Pode ser avaliada subjectivamente ou medida com a ajuda do esfigmomanmetro, uma braadeira inflvel que se coloca no brao. Embora a palavra se traduza simplesmente como "medidor de presso das pulsaes", o seu aspecto e a sua colocao fazem aumentar bastante, com frequncia, a presso do sangue.

Hipotenso: baixa presso do sangue. No encarada, no Reino Unido, como particularmente grave para a sade (embora na Alemanha os hipotensos sejam tratados do mesmo modo que o so os hipertensos no Reino Unido).

Imobilizao: colocao do corpo em tal posio, que a tenso seja mnima, especialmente em caso de leso. Exemplos: descansar um joelho flectido sobre uma almofada; apoiar o brao numa banda suspensria.

Insero: a ponta de um msculo ligada ao osso que ele deve mover. Exemplo: o msculo gastroenmio humano insere-se no osso do calcanhar e, puxando-o, estica o p.

Inverso: viragem de fora para dentro.

Lordose: concavidade excessiva nas vrtebras lombares da coluna,

Marquesa: mesa especial para massagem, Pode ser fixa ou mvel e deve ser adaptada altura do executor. (Para testar: ponha-se de lado para a marquesa, braos nos flancos; flicta, o pulso at a mo estar horizontal - esta a altura da marquesa recomendada para si.)

Massagem: manipulao dos tecidos moles do corpo para fins teraputicos. H registos de diversas formas de massagem em todas as civilizaes, desde os tempos mais remotos.

Mdio: relativo ao centro.

Parceiro: algum que acede ser massajado ou com quem se troca massagens.

Postura: alinhamento eficaz do esqueleto, relativamente a qualquer posio, mas

normalmente associado posio de p. Postura pode tambm significar atitude, o que sugere que uma posio tem componentes fsicas e emocionais.

Praticante: algum que faz massagem profissionalmente ou com interesse prprio.

Prostrado: posio deitada de rosto para baixo.

Psicologia: o estudo do pensamento, da emoo e do comportamento, diferente da psiquiatria, que uma especialidade da medicina que trata doenas da "mente".

Quadriceps: ver Bceps.

Reflexo: contraco involuntria de um msculo que resulta de um estmulo inesperado. Na massagem, ocorre em caso de "ccegas", de uma pancada demasiado repentina ou profunda. 171

Reumatismo: outrora usado para designar as formas comuns de artrite.

Sistema circulatrio: sistema responsvel pelo movimento do sangue pelo corpo atravs do corao e vasos sanguneos, artrias e veias e vasos linfticos.

Sistema endcrino: sistema responsvel pelo funcionamento das hormonas no organismo. As hormonas so mensageiras qumicas, contidas nas glndulas

estrategicamente colocadas em vrias partes do corpo. Nos momentos crticos da nossa vida, as hormonas so libertadas directamente na corrente para efectuarem modificaes subtis no metabolismo.

Sistema linftico: sistema de circulao complementar, onde a circulao se d no mesmo sentido que nas veias. A linfa, que a gua recolhida dos tecidos, juntamente com glbulos brancos para desinfeco, corre, purificando-se pelo caminho, da periferia do corpo at parte superior do trax, onde volta para a corrente sangunea mesmo antes de entrar no corao. A linfa periodicamente filtrada ao passar pelos gnglios linfticos, estrategicamente colocados nos espaos vazios do corpo: atrs dos joelhos, debaixo dos braos, etc. Os gnglios contm tambm clulas purificadoras muito poderosas, os linfcitos, que podem ser transferidas para a linfa em caso de emergencias acidentais ou doena.

Sistema nervoso central. a parte dos nervos do corpo que compreende o crebro, a medula espinal e anexos. O SNC tem como caracterstica o controlo das aces conscientes e deliberadas dos msculos e da mente. Os nervos motores do aos msculos ordens de contraco, os nervos sensitivos transmitem a dor, o calor, o frio para interpretao do crebro. Os nervos saem dos espaos entre as vrtebras e podem ser prejudicados por anormalidades na articulao.

Sistema nervoso vegetativo ou autnomo: controla funes involuntrias ou inconscientes, como a respirao e a digesto. O SNV tem duas partes complementares: nervos simpticos, que dizem respeito ao estmulo, actos enrgicos (acelerar); e nervos parassimpticos, que inibem (abrandar). Atravs destes mecanismos, o meio interno do corpo mantm-se em harmonia.

Stress: situao de tenso excessiva e permanente. Diferentemente de tenses autocontroladas (algo di, e ns, habitualmente, paramos), o stress pode ser mais difcil de reconhecer subjectivamente.

Supino: posio deitada de rosto para cima.

Tendo: fibras no fim de um msculo que o ligam a um osso. Forar de mais o msculo pode inflamar o tendo, provocando a tendinite.

Terapia: letra, tratar e olhar pelo doente.

"Tnus": ligeiras e contnuas contraces musculares que mantm a pos172

tura e ajudam o fluxo do sangue. Se escutari-nos o "tnus" com o ouvido encostado pele, podemos ouvir estalidos semelhantes aos que se ouvem durante exerccios em que se roda a cabea.

Traco: alongamento da espinha dorsal, normalmente resultado de um esforo exterior. A traco espontnea ocorre, em cada exalao, de uma ponta da coluna outra.

Tratamento: aquilo que o terapeuta nos d; um "prazer".

Trauma: letra, "leso"; tem consequncias fsicas e psicolgicas.

Triceps: ver Bceps.

Vasoconstrio: diminuio das artrias mais finas; palidez; efeito da gua fria sobre os vasos sanguneos da pele.

Vasodilatao: alargamento das artrias finas; rubor; o efeito do lcool sobre os vasos da pele (sentimo-nos "quentes"). A rpida alternncia de vasoconstrio e vasodilatao nos minsculos vasos do abdmen, quando estamos nervosos, d a sensao de batimento de asas de borboleta.

Veia: vaso tubular que conduz o sangue de volta ao corao. Relativamente superficiais, as veias podem ser vistas e sentidas, especialmente quando varicosas, tumefactas e lutando para anular os efeitos da gravidade. 173

OUTRAS LEITURAS

Amadon, A. The Fold Out Atlas of the fluman Body, Bonanza Books, 1984. Asimov, 1. The Human Body, New American Library, 1963. Bertherat, T. The Body Has lts Reasons, Heinemann, 1988. Bettany, C. The Thinking Body, Arrow Books, 1989. Curtis Shears, C. Nutrition Science & flealth Education, Nutrition Science

Institute, 1978. Freud, S. The Psychopathology of Everyday Life, Penguin, 1975. Hauser, G. B. Better Eyes Without Glasses, Faber, 1956. Ingham, E. Reflexology Stories the Feet Can TelI, Ingam Publishing Inc., 1984. Knott, B. S. & Voss, E.

Proprioceptive Neuromuscular Technique, Hoeber-Harper, 1962. Lederman, E. Good Health Through Natural Therapy, Kogan Page, 1976. Liechti, E. Health Essentials: Shiatsu, Element, 1922 [Shiatsu, na ed. port. publ. pela Editorial Estampa, 19941. Lewis, S. An Anatomical Wordbook, ButterworthHeinernann, 1990. Li-Hui, J. & Zhao - Xiang, J. Pointing Therapy. Shandong Seience Press, 1984, Masters, P. Osteopathy for Everyone, Penguin, 1988. Siegel, A. Polarity Therapy, Prism Press, 1987. 111omson, C. L. Hydrotherapy - Water and Nature Cure, Kingston Publications,

1970. Wildwood, C. flealth Essentials: Aromatherapy, Element, 1922 [Aromaretapia, na ed. port. publ. pela Editorial Estampa, 1994]. Wirhed, R. Athietic Ability and the Anatomy of Motion, Wolfe, 1984. 175

IIEMIMIMA"LMEMNETEVNS

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1 - A CURA PELA COR / Ted Andrews 2 - ACUPUNCTURA / Peter Mole 3 - MANUAL COMPLETO DE MEDICINA NATURAL / Marcia Starck 4 - IRIDOLOGIA 1 James e Sheelagh Colton 5 - HOMEOPATIA 1 Anne Clover 6 - REFLEXOLOGIA @ Inge Dougans e Suzanne Ellis 7 - O DIAGNSTICO PELA RADIESTESIA 1 Arthur Bailey 8 - AROMATERAPIA 1 Christine

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