FERNANDO AUGUSTO

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A INVENÇÃO DA PAISAGEM AMAZÔNIA

Dados Internacionais de Catalogação-na-publicação (CIP)(Biblioteca Central da Universidade Federal do Espírito Santo, ES, Brasil)__________________________________________________________________________ Santos Neto, Fernando Augusto dos, 1960-S237i A invenção da paisagem : Amazônia / Fernando Augusto. - Vitória, ES : GSA, 2014. 108 p. : il. ; 19 cm ISBN: 978-85-8173-095-0 1.Desenho.2.Fotografia.3.Paisagens.2.Amazônia.I.Título. CDU: 741__________________________________________________________________________

Fernando AugustoA Invenção da PaisagemRaquel BaellesFernando Augusto e Daniel EliziarioMárcia RochaMagda BaellesDaniel Eliziario19 x 19 cmPapel cartão supremo 250g/m²Couché fosco 150g/m³1.500

ArtistaTítulo

ProduçãoProjetoGráfico

Revisão de textoTraduçãoeminglês

FotografiaetratamentodeimagemFormato

CapaMiolo

Tiragem

FERNANDO AUGUSTO

A INVENÇÃO DA PAISAGEM AMAZÔNIA

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Madrugada, Rio MadeiraFotografia Digital - 2011

Rio Madeira (Detalhe)Grafíte e naquimsobre papel, 32x50cm - 2011/2014

(Capa) Alto Rio Madeira Versão 2 (Detalhe)Grafite, carvão e colagem sobre papel, 80x100cm - 2014

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¹ Parte deste texto já foi publicado no livro Viajamos para Viver - fotografia e desenhos, GSA, Vitória-ES, 2013 e no VII Seminário de Leitura de imagens para a Educação: múltiplas mídias”, Udesc, Florianópolis-SC, 2014 (ISSN 2175-1358), http://www.nest.ceart.udesc.br

² Navios da Esperança é o nome pelo qual tornou-se conhecido o projeto de operações e de assistência médica, odontológica e hospitalar da Marinha Brasileira, baseado na Flotilha do Amazonas. Com esses navios, a Marinha Brasileira navega pelos diversos rios do interior da Amazônia e do Pantanal, prestando serviços médicos às comunidades ribeirinhas, que se localizam nas margens dos rios, e realizando palestras sobre prevenção de doenças, cuidados com higiene pessoal e com o preparo de alimentos. Devido a esses serviços o projeto tornou-se conhecido pelos ribeirinhos como Navios da Esperança.

Em 11 de janeiro 2012, embarco em um navio-hospital da Marinha Brasileira para uma viagem de 13 dias subindo o Rio Madeira, de Manaus (AM) a Porto Velho (RO). Acompanho o trabalho de atendimento médico que a Ma-rinha presta à população ribeirinha, com o objetivo de fotografar e desenhar os diversos cenários amazônicos. O propósito é conhecer estas paisagens e exercitar uma prática muito presente em nossa cultura: a do artista viajan-te. Denominei o projeto de “Desenhando as comunidades ribeirinhas com os Navios da Esperança”².

NOTAS DE VIAGEM¹Fernando Augusto

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Uma Viagem Desenhada, Livro de artista - Grafite sobre papel32x50cm aberto - 80 páginas, 2011 - 2013

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Uma Viagem Desenhada, Livro de artistaGrafite sobre papel32x50cm aberto - 80 páginas, 2011 - 2013

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Uma Viagem Desenhada, Livro de artistaGrafite sobre papel32x50cm aberto - 80 páginas, 2011 - 2013

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Descobri a Floresta Amazônica em uma viagem a Manaus, em 2004. Na ocasião, além de conhecer os arre-dores de Manaus, viajei de barco, durante três dias, até Santarém (PA). O impacto foi tão grande que prometi voltar com o propósito de entrar mais na floresta, saber mais sobre ela, estar lá, e de experimentar aquela primeira sensação, a de algo paradisíaco, algo de um lado, perigoso, transbordante, imenso; de outro, bonito, cativante, que me lembrava a origem do mundo. Certamente, nada sei da origem do mundo, mas, se alguma vez estive perto desta ideia ou pensei ter a noção do que este estado de origem poderia ser, foi passando pelo Rio Amazonas e sentindo seu volume e suas distâncias. Nesse primeiro momento, a fotografia foi a compa-nheira de viagem, o meio de registro do olhar; mas uma companheira infiel, diga-se de passagem, porque, por mais que registrasse o que via, o resultado imagético era sempre distante do que vira.

Floresta AmazônicaFotografia Digital - 2011

Uma Viagem Desenhada, Livro de artista, grafite sobre papel32x50cm aberto - 80 páginas, 2011 - 2013

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Em 2011, viajei duas vezes a Manaus e, nessas viagens, passei a registrar minhas impres-sões em diários de bordo, trabalhando com aquarela, grafite, nanquim, incluindo peque-nos textos descritivos da viagem e das minhas associações mentais. O desenho começou então a me apontar uma nova maneira de estar ali, de ver a floresta, de reinventá-la e de reinventar-me. Havia lido em algum lugar a frase de Goethe “Não viajamos para chegar, viajamos para viver”, e ela martelava em minha cabeça essa possibilidade feliz de viajar para ver, para conhecer, para viver, para desenhar. Pessoas generosas abriram-me as por-tas: Mercia Preto, Otoni Mesquita, Carlos Navarro, Lula Sampaio, José Zamith e outros, que me levaram a conhecer os arredores de Manaus, sobretudo, visitar, de madrugada, o mercado municipal, cuja energia, vitalidade, contradição e generosidade me impactaram profundamente. Vi peixes enormes e numerosos sendo carregados de mão em mão, traba-lhadores infatigáveis da terra e do mar, em sua faina misteriosa de extração de alimentação da água e da floresta. Cheguei a me perguntar: para onde tudo isso vai? Ali estavam os deliciosos peixes pirarucu, sambaqui, tucunaré e outros que não saberia dar nome. Aliás, nomear é a mesma coisa que perguntar para onde tudo aquilo ia. Ali, sob uma nebli-na quase permanente da madrugada, entre os gritos dos vendedores e os passos ligeiros dos carregadores ouvi histórias da vida daqueles que passavam dias, semanas no rio/mar, que falavam de lugares e viagens sem nome e que, se eu quisesse ver e encontrar algum nome, teria de navegar. Num feliz encontro, ainda em Manaus, com a fotógrafa paranaense Luciana Dalri, ela me revelou o projeto da Marinha Brasileira: Navios da Esperança e o preâmbulo para esta aventura de desenhar, de anotar passagens da paisagem amazônica.

Alto Rio MadeiraFotografia Digital - 2011

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Diário de Manaus I - Livro de artista Aquarela e grafite sobre papel - 24x33cm (aberto) - 2011

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Diário de Manaus I - Livro de artista Aquarela e grafite sobre papel - 24x33cm (aberto) 48 páginas - 2011

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Diário de Manaus I, Mercado Municipal - Livro de artista Aquarela e grafite sobre papel - 24x33cm (aberto) 48 páginas - 2011

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Diário de Manaus II - Livro de artista Aquarela e grafite sobre papel - 24x33cm (aberto) 36 páginas - 2011

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Rio Negro - Encontro das Águas Fotografia Digital - 2011

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Na manhã de 11 de janeiro, começa a viagem: Estação Naval Rio Negro, destino: Porto Velho (RO), navio Carlos Chagas. Tudo é novo para mim, assim como o é para a tripulação um artista a bordo. O trabalho do médico, do enfermeiro, do dentista é compreensível, mas, como explicar o papel do artista ali? A Marinha Brasileira, ao aprovar o meu projeto, aceitou colocar a questão. A tripulação, volta e meia, me pergunta qual é o objetivo do meu trabalho, para que eu desenho? A resposta é difícil, porque não se trata de criar ilustrações para uma revista ou um livro, e não estou ligado a nenhuma reportagem, documentário, denúncia ou coisa parecida. Este é certamente o tipo de resposta mais comum, a justificativa mais à mão. Eu digo apenas que desenho porque gosto de ver as coisas em desenho e que tenho como objetivo desenhar paisagens da Amazônia. O gostar parece não bastar, no entanto, é isso que mais conta, e não me refiro somente ao desenho. Fica, portanto, alguma coisa no ar. A resposta é sincera, eu não tenho um fim definido para os desenhos que farei e nem sei se sairão bons desenhos desta aventura. O fato de estar viajando e os diferentes lugares, de certa forma, traçam um programa poético: a criação de desenhos de paisagens a partir do olhar sobre aquelas paisagens. A técnica é a do desenho de observação, a qual, ultrapassando o mecanicismo com que muitas vezes é tratada, se coloca como experiência. Ela cruza a tradição da figuração gráfica linear com a experiên-cia do transitório e com a espontaneidade do ato de desenhar aqui e agora. Trata-se de um exercício, como dizia Gombrich, que não precisa ser arte, mas nem por isso deixa de ser misterioso.

Rio MadeiraGrafíte e naquimsobre papel, 32x50cm - 2011/2014

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Floresta Amazônica Fotografia Digital - 2011

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A paisagem aparece na história da arte ocidental com a pintura do artista florentino Gio-giorne (1480-1510) A Tempestade, que promove um fato inédito na história da pintura: ele transfere a ação dos domínios da figura humana para o reino da natureza. O quadro não mostra guerreiros ou heróis exercendo nenhuma ação, mas a natureza como ela se dá: cores, árvores, nuvens e um raio luminoso que atravessa o céu no fundo da pintura, chamando a atenção para uma força maior do que a dos homens, por isso, as duas figuras que aparecem embaixo do quadro se tornam secundárias. O interesse maior é este cená-rio natural e exuberante. A arte renascentista, depois de ter inventado um conceito de representação da figura humana, começa aí a criar o de paisagem. Mas o que é paisagem? Heliana A. Salgueiro, em seu livro Paisagem e arte nos dá as bases para essa compreensão. Primeiramente, ela nos faz ver, com Alain Roger, que nunca existiu beleza natural; isto é, a representação da figura humana, da paisagem, das cenas religiosas, mitológicas etc., todas foram aquisições culturais que, segundo Roger, podem, inclusive ser datadas. Sua tese é de que nossa experiência visual é formatada pelos modelos artísticos, isto é, que a recepção histórica e cultural de todas as nossas paisagens opera segundo uma “artistisação”, quer di-zer, nós vemos nossas paisagens depois de elas se apresentarem sob forma artística. Temos a tendência de acreditar que a beleza de uma paisagem vem dela mesma, mas, de acordo com Roger, nós aprendemos a ver belas paisagens pela elaboração da arte.

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Alto Rio MadeiraGrafite e colagem sobre papel 80x100cm - 2012

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Alto Rio Madeira Versão 2Grafite, carvão e colagem sobre papel, 80x100cm - 2014

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Visitávamos uma ou duas comunidades por dia, dependendo do tempo e da distância entre elas. São muitas, guardo os nomes de algumas: Arapuanã, Vencedor, Mariri, Bom Retiro, São Carlos, Bom Futuro, Água Azul, Barreiro do Tambaqui, Manicoré e outras. Em todas elas, a Marinha é bem recebida e procurada, mesmo chegando sem aviso prévio, às vezes assustando os simples morado-res ou mesmo deixando de atender doentes que, desavisados, chegam ao posto atrasados. Em cada comunidade onde o pessoal do navio presta atendimento, desço para conhecer o lugar, as pessoas e também para fotografar e desenhar. Os ribeirinhos curtem ver os desenhos sendo construídos, os rabiscos estruturais se transformando em paisagem ou retratos, e todos se dispõem a posar para serem desenhados. Essas curtas sessões de modelo vivo nas diversas etapas da viagem são momentos de encontro, de conversa, de convivência através do desenho. Assim, em um clima descontraído, vou registrando árvores, crianças, homens e mulheres. De uma forma geral, eles se divertem com a situação e sorriem ao se verem retratados. Escuto, dos mais velhos, histórias da vida na floresta; dos jovens, sonhos, casos de luta e de trabalho; das crianças, outros sonhos; muitas delas dizem querer ser “pessoal da Marinha quando crescer”. Fotografo e desenho uma moça com um olhar intrigante e penso: como estará ela daqui a cinco anos? Confesso que gostaria de fotografá-la de novo dentro desse tempo, seria possível? Ao me despedir, aceno para eles, que nos observam do alto do barranco do Rio Madeira com sentimento de amizade e de gratidão.

Retrato de adolescente ribeirinhaAquarela - 24x15cm - 2011 - 2013

Paisagem - Rio Madeira Grafite sobre papel, 50x100cm - 2012

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Retratos de meninos ribeirinhosAquarelas - 24x15cm, 2011

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Uma Viagem Desenhada, Livro de artista - Grafite sobre papel32x50cm aberto - 80 páginas, 2011 - 2013

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Logo nas primeiras horas de embarcado, começo a desenhar olhando a sombra da floresta que se deli-neia à margem do rio, os grandes barrancos e árvores que vão ficando para trás, juntamente com a ci-dade de Manaus. O mesmo lugar fotografado não me desperta interesse, o desenho, sim. Um desenho, que, por estar em trânsito, é feito em pé, apoiado no corrimão do navio e com o movimento das águas. Fico horas criando tons de cinza, sensações de nuvens, de água e a silhueta da floresta no meio do pa-pel. Começo riscando um tanto aleatoriamente, tentando encontrar algum objeto que possa encarnar esta viagem. Lembro-me do belíssimo desenho do artista paranaense Francisco Farias e da entrevista que ele me concedeu no Faxinal das Artes¹ , quando me falou que ‘paisagem’ é um conceito artístico, que toda paisagem é inventada e como ele passou a fazer isso com lápis e papel. Não cesso de me per-guntar: o que desenhar? Como desenhar? Gostaria de dar um passo à frente, mas vou um pouco para trás. Lanço mão de uma via tradicional, o desenho de observação ao natural, esquecendo-me da minha pintura e desenho individual, esquecendo-me, inclusive, de qualquer propósito artístico. Vem-me à mente que observar a paisagem é observar algo além de mim, é sair de mim mesmo para ver algo maior e mais forte do que eu, e que esta é uma experiência válida: ver o que não posso, ver o que não dou conta. O desenho aqui é a maneira de que disponho para realizar isso. Desenhando a paisagem, evito “falar-me”, como escreve o poeta João Cabral de Mello Neto, passo a falar das coisas, dos objetos, e me encanto ao descobrir dobras, nervuras, texturas, volumes e formas no espaço e nas árvores de grande beleza; fico alheio e o desenho me interessa cada vez mais, mas, ao final, eu me pergunto, juntamente com o próprio poeta: na seleção dessas coisas que olho e faço, não haverá uma fala de mim?

¹ Evento artístico e cultural, nos moldes de uma residência artística, organizado por Agnaldo Farias, que, em 2001, reuniu na pequena vila de Faxinal do Céu, interior do Paraná, cerca de 100 artistas, curadores e críticos de artes para produção e debate da arte contemporânea.

Caminho entre as árvores - Floresta Amazônica Grafíte sobre papel , 80x100cm - 2012

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O pouso de helicóptero no meio da f loresta é um acontecimento extraordinário! Descemos devagar e podemos ver a vegetação agitada pelo vento, as casas entre as árvores e as pessoas se movimentando lá embaixo. É a primeira vez que voo de helicóptero, me perco em um misto de admiração e espanto. Assim chegamos à comunidade de Arapuanã, baixo Rio Madeira. São vários voos para trazer o pessoal médico. Em terra, f ico observando o vai e vem da aeronave, vejo os rostos excitados das crianças, correndo para lá e para cá que assistem ao mesmo es-petáculo que eu. Mais tarde, em conversa com uma anciã da comunidade, f ico sabendo que, quando ouviram os primeiros barulhos do helicóptero, as crianças f icaram muito assustas e foram correndo até ela, chamando-a para fugir, ao que ela respondeu: “Fugir para onde?” Consigo fotografar um dos meninos que f ica observando a aeronave pousar e decolar, e de-pois, sem medo, ele sai correndo atrás dela, de braços abertos, como se quisesse com ela voar.

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Voo na floresta, Comunidade novo Arapuanã - AMFotografia Digital - 2012

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Na comunidade de Marir i , D. Gracinha, 66 anos, viúva, fa la do marido que foi seringueiro; em Bom Retiro, “seu” Raimundo conta que, ao longo de cerca de 20 anos, teve de reconstruir quatro vezes sua casa, buscando sempre um lugar mais a lto em função das enchentes do Rio Madeira; em São Carlos, converso quase toda a tarde com a família de Josimar. Fotografo e desenho membros da famí-l ia dele. Ele e o vizinho me contam como têm sofrido com dor na coluna e me mostram os remédios para dor que foram buscar no posto de atendimento dos of iciais da Marinha. Digo a eles que também tenho problemas de coluna e que faço continuamente f is ioterapia para aguentar f irme; sorrimos e fa lamos desses exercícios, até que lhes proponho tentarmos fazer uma sessão de exercícios de f i-sioterapia a l i , no alpendre da casa. Eles topam, e fazemos uma divert ida e traba-lhosa sequência de exercícios, que eles memorizam e prometem fazer. Combino de enviar-lhes as fotos que t irei deles , mas ninguém sabe o endereço correto. Fi-nalmente, chega uma senhora com uma conta d’água, mimeografada e preenchida à mão, e nos ajuda a resolver o problema. Eles me presenteiam com muitas frutas, mais do que posso carregar : castanha-do-pará, bananas, carambola, cupuaçu e uma bonita graviola. No navio, comparti lho as frutas com os colegas. O cheiro, a maciez e o gosto da graviola transformam o ato de comer em celebração. Em um instante, sou transportado à minha infância, à doce lembrança de um perfume que eu julgava perdido, mas que sempre me acompanhou. À noite, o navio se move devagar, olho para a f loresta escurecida e sei que os r ibeir inhos estão lá .

Paisagem Amazônica72x100cm Grafite sobre papel - 2012

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Paisagem Amazônica80x100cm Grafite sobre papel - 2012 - Coleção Particular

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Antes de começar a expedição, eu me perguntava o que iria desenhar e como iria trabalhar a paisagem, afinal, desenhar qualquer coisa passa por muitas escolhas. Por isso, meses antes, fiz vários exercícios de desenho de observação em parques, mas, de certo modo, ao embarcar, apresento-me, como um marinheiro de primeira viagem. Diferente da fotografia, cujo registro se faz de maneira rápida e sucessiva, com algu-ma garantia de boas imagens, o desenho pede tempo, e se constrói errando; uma linha nunca sai reta, um círculo nunca sai perfeito; a mão precisa de ponto de vista, mas nunca dá ao olho o que ele espera, ela sempre promove uma diferença, uma surpresa; precisamos sempre sair do nosso lugar para chegar aonde o desenho está, ainda que seja este o desenho que buscamos, simplesmente porque há sempre uma diferença entre o que queremos exprimir e o que se configura no papel. Ali se estabelece um coeficiente de satisfação e de insatisfação, como dizia Duchamp, que se atualiza todos os dias, a cada olhar, a cada observação.

Paisagem Amazônica (Detalhe)80x100cm Grafite sobre papel - 2012

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No navio, alguns oficiais, ao me observarem desenhando, dizem admirar a minha habilidade e paciên-cia (nada sabem da minha ansiedade e impaciência), perguntam como é retratar uma paisagem usando somente o grafite e ficam admirados ao virem linhas e pontos ganharem formas de nuvens, de árvores, de água etc. Assim, tecemos rios de conversa. Eu também me pergunto sobre o sentido de desenhar e, talvez, por esta razão desenhe o tempo todo: objetos, pessoas, árvores, céu, chuva, etc. Encontro no desenho um elemento animador, que vitaliza o tempo e impulsiona a vida. Para desenhar, estou aqui. Posso dizer que o desenho me trouxe à Amazônia. Fico horas e horas na proa do navio, olhando os reflexos da luz na água barrenta do Rio Madeira, percebendo sua força e tentando ver bem suas formas ondulantes, que nunca se deixam capturar. O que é desenhar esta água que não é mais a mesma em um piscar de olhos, assim como as árvores, o céu, o ar? O exercício de delinear lentamente essas coisas, de observá-las, me coloca de frente ao fenômeno da existência, o do instante em que se vive, o aqui e agora do nosso ser. E tudo isso me leva a pensar o desenho mais como vivência do que como representação. Ao ver uma casa, isolada da outra quilômetros e quilômetros, na beira do rio, me vem a pergunta: o que é morar aqui? Como essas pessoas vieram parar aqui? Ou como viemos parar aqui? Pois de lá para cá, os ribeirinhos devem fazer as mesmas perguntas: de onde vêm essas pessoas? Para onde vão? A história se dá no movimento, nada é estático. O aparecimento tem o mesmo peso do desaparecimento.

Manicoré - AMFotografia Digital - 2011

Paisagem Amazônica100x220cm carvão sobre papel - 2012

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Ao retornar da viagem, aprofundo a experiência de desenhar paisagens em meu atelier. Às vezes trabalho com a impressão de que não regressei totalmente da viagem, de que parte de mim permaneceu lá e, volta e meia, me pergunto sobre essa parte de mim que lá f icou, e me ocorre perguntar : o que estaria ela fazendo? O que teria para me contar, se de repente nos encontrássemos? Intensif ico alguns desenhos que havia apenas esboçado e crio outros bem maiores, com até três metros e meio de extensão. O desenho, como bem disse Amílcar de Cas-tro, é uma arte que se faz por fora, com linhas de contorno, delimitações de espaços; e a pintura, uma arte que se faz por dentro, com a cor ; porém, a infinidade de texturas e nuances nestes desenhos me leva a pensar que trabalho por dentro e por fora, quase como pintura. A linha, contudo, é incisiva, invento de trabalhar, às ve-zes, uti lizando dois lápis na mesma mão, assim, evito, de um lado, o contorno definido de certas formas como folhas ou galhos de árvores; do outro, dou primazia ao gesto, à linha autônoma, ao labirinto de traços próprio da gestualidade. A fotografia, neste momento, é fundamental. Com sua riqueza de detalhes, ela estimula, atiça e possibilita a criação de paisagens articuladas demoradamente. Trabalho muitas vezes com a participação de assistentes, que me ajudam na minuciosa tarefa de criar passagens e f inas camadas de texturas, constituídas de pontos, l inhas e gestos. Para desenhar as paisagens, eu invento paisagens, trabalho com outras mãos e outros olhos. Alunos e ex-alunos acorrem ao meu atelier e fazemos o que chamamos de “tardes desenhadas”. Oriento-os a partir de uma opção gráfica clara: não desenhar folhas, frutas, ramos, mas trabalhar com pontos, l inhas e o próprio branco do papel, estabelecendo relações de ritmo, de contraste e de direção. Junto uma imagem fotográfica com outra e crio imagens novas que permitem a colagem, a inserção de textos e outros materiais.

Paisagem Amazônica32x50cm grafite e colagem sobre papel - 2012 - 2013

Criança ribeirinha, Novo Arapuanã - AMFotografias digitais - 2012

Moça ribeirinha, Bom Retiro - AMFotografias digitais - 2012

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Paisagem Amazônica100x230cm carvão sobre papel - 2012

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Rio Negro100x360cm carvão e colagem sobre papel - 2012

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Paisagem Amazônica32x50cm Grafíte e colagem sobre papel - 2012 - 2014

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Paisagem Amazônica100x360cm Grafíte, nanquim e colagem sobre papel - 2012 - 2014

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No momento em que organizo os textos deste livro, ao folhear os cadernos e desenhos da viagem, en-contro uma página do diário de bordo que resume, em boa parte, meu sentimento da expedição. Trans-crevo-a aqui: “21 de janeiro de 2012. Sábado. Acordo cedo, vou para bombordo. Ainda está escuro e faz frio. Sozinho, olho a paisagem que se delineia em meio à neblina. A luz do farol do navio deixa ver um vapor d’água que sobe do rio como uma boca que respira em dia frio. A lente da câmera fica embaçada. É uma paisagem de sonhos. Difusa. As formas são apenas sugeridas e de passagem. Não penso em nada, todavia gostaria de pensar. Gostaria de falar da intensidade deste instante, para que ele durasse, para que ele não morresse, para que eu não o esquecesse. Mas não há palavras que o encarnem. Desejo e palavras são mundos tão distantes que tudo o que falamos ou mesmo compreendemos são simples aproximações do fenômeno. Isso me inquieta e também me salva. Os mistérios dos vapores deste rio vão tão longe que sua verdade me esmagaria. O silêncio desta madrugada talvez seja sua melhor tradução. Penso: logo tudo isto será passado, e o que direi disso que vivi? Direi todas as palavras possíveis, mas sempre ficará o não dito. É esta a imagem dessa manhã: estou diante do não dito, do que não se pode dizer, do que não direi nunca, do que, no entanto, me faz produzir palavras e imagens.

O sol começa a iluminar por trás da floresta, desenhando uma silhueta escura que se espelha na água. O céu começa a adquirir cores, e o que era escuridão se torna forma. Vejo o primeiro azul do dia, aos poucos, surgem o primeiro vermelho e o primeiro verde, eles vão saindo da floresta negra, mostrando-se tão lentamente que não sei dizer nem onde e nem quando começaram. Um ribeirinho sobe por uma escada o barranco do rio, levando às costas um saco. Em cima do barranco, aparecem outros ribeirinhos, que, de pé, nos observam e conversam entre si. O navio passa. O que eles veem? Certamente, veem algo equivalente ao que estou vendo, o outro, o distante, o conhecido e o desconhecido, o que passa. Tento guardar essa imagem, mas ela desaparece tão logo chega a existir. Então desenho, fotografo, crio imagens que se ligam umas às outras e me dizem algo do existir. Aprendo que guardar uma imagem é inventá-la.”

Rio Madeira, MadrugadaFotografia Digital - 2011

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Rio Madeira, madrugadaFotografias Digitais - 2011

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Barco - Mercado Municipal de Manaus - AMFotografia Digital - 2011

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Fotografia Digital - 2012

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Mercado Municipal de Manaus - AMFotografia Digital - 2011

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Mercado Municipal de Manaus - AMFotografia Digital - 2011

Pescador - Mercado Municipal de Manaus - AMFotografia Digital - 2011

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Moça na praça - Manaus - AMFotografia Digital - 2011

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Manaus - AMFotografia Digital - 2011

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Ao embarcar de volta para casa, olho da janela do avião a paisagem ama-zônica lá embaixo, com um misto de alegria e saudade. O Rio Solimões brilha com a luz do sol e se bifurca como os dedos de uma grande mão. É uma visão extraordinariamente bela! Observo até onde a vista pode alcançar e me pergunto: onde estive ali? Sigo os rios até eles se perderem em meio aos diferentes verdes da floresta. E penso: parece-me que nunca estive ali, parece-me que os vejo pela primeira vez e que a floresta conti-nua desconhecida, continua virgem e me convida a retornar.

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WE TRAVEL TO LIVE“A place is always a said place.”

Anne CauquelinThe nature and the drawing

“We travel to live – Fernando Augusto drawings” is a project awarded by the announcement 012 from Culture Secretary of Espirito Santo State – it is an itinerant exhibi-tion and as such, it will travel to five cities of Espirito Santo, in the southeast of Brazil. This exhibition is a clipping of Fernando Augusto’s drawings production, performed dur-ing and from his trip to Amazon in 2011. We the rainforest and the river as the artist presents, from his eyes and his hands. Looking at the drawings of various dimensions in coal, graphite and watercolor, we get closer to what moved the artist in this trip and we are invited to board the Brazil-ian Navy ship with him. His drawings in this series, point to contradictions and conflicts and seem to wish the freshness and flow of nature, stop what is coming without eliminat-ing it. Without defining contours, Fernando Augusto deals with time as continuous flow, incessant. Apparently he asks himself about nature groping around the intension of giving meaning to the drawing. Each drawing points to the difficult of capturing what was in front of his eyes, he tells us about his constant dissatisfaction seeking something that does not stop flowing. It flows, runs like a living and fleeting river. However his foreign look filters that landscape and trans-forms it in something in something else. The big matter that is presented in this exhibi-tion is the drawing and the dialect overcoming of nature, it means, an overcoming that does not eliminate it, but trans-forms it. It is turned into drawing. And the same impos-sibility of copying the nature is what makes the drawing an independent language. Pierr Restany, a critic of art, traveled to Amazon in the summer of 1978 and the impact that this trip caused in his life and his work was so strong that still traveling he started his famous Manifesto of Rio Negro, with these words: “the Amazon constitutes today, the last reser-voir, the refuge of integral nature of our planet”.

This set of drawing shows us an extraordinary context and as Restany says, “such an exceptional context as Amazon, raises the idea of a return to the original nature. The original nature should be praised as a hygiene of per-ception and a mental oxygen: an integral naturalism, giant, catalyst and accelerator of our capacities of feeling, thinking and acting”¹ We understand that we deal with landscape and that is a construction. The existence of nature itself is very far, unreachable. Therefore we are sometimes trying to reach the nature and sometimes we are facing an attempt of reaching the drawing itself. As Anne Cauquelin says “the way we arrange things, the bond that unites them, depend on rhetoric though. What is <natural> in nature, its imme-diate sensuality, it is understood only while an enigma by the artifice of a mental construction”.² Fernando Augusto tells us about the Amazon he visited as a traveling artist, following the paths of various other artists who traveled around the world to register it over the centuries. He reveals the unspeakable wonders and the inability of capturing them fully. Thus as Marco Polo ho tells to Kublai Khan about his empire in the renowned book of Calvino – Unspeakable cities, the artist travels and brings in his luggage the histories of distant lands. His rhetoric ap-pears through his drawing and his look on Amazon land-scape, reminds us Bauce residents, “that for loving their land so much, (…) never stop looking over leaf by leaf, stone by stone, ant by ant, contemplating fascinated by the very ab-sence.³ You are all invited to board with us in this trip through Amazon landscape, having as lenses Fernando Au-gusto’s drawings. Have a nice trip!

Raquel BaellesCurator

Raquel Baelles is graduated in Plastic Arts and MA graduated in Art History at Fed-eral University of Espirito Santo (UFES) and Cultural Producer

¹ RESTANY, Pierre – Manifesto do Rio Negro. MAM. São Paulo, Oct/Nov/Dec 2008. ² CAUQUELIN, Anne – A invenção da paisagem. Lisboa, Editions 70, 2008.³ CALVINO, Italo – As cidades invisíveis. Companhia das Letras .1990

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TRAVEL NOTES - AMAZÔNIA¹

Fernando Augusto

On January 11th 2012, I boarded a Brazilian navy hospital ship for a 13 days journey up Madeira River from Manaus to Porto Velho, following the medical care work that the Navy provides to local population. My purpose is photograph-ing and drawing the various Amazon scenari-os. My goals are knowing these landscapes and exercising a very common practice in our cul-ture – the traveling artist. I named this project “Drawing the riverine communities with the Vessels of Hope”².

¹ Part of this text has already been published on the book “Viajamos para Viver” – Photographs and drawings, GSA, Vitória - ES, 2013 and on Reading and images for educa-tion Seminar VII: “multiple media”. Udesc, Florianópolis-SC, 2014 (ISSN 2175- 1358), http://www.nest.ceart.udesc.br

² Vessels of Hope is the name by which the project for op-erations, medical, dental and hospital assistance of Brazil-ian Navy became known, based on Flotilha do Amazonas. With these vessels Brazilian Navy navigates through vari-ous rivers in the countryside of Amazônia and Pantanal, providing help to the riverine communities. They also hold lectures about diseases prevention, care with personal hy-giene and with food preparation, because of these services; the local population call them the “Vessels of hope”.

The Traveling Artist is that who goes to see, to know, to draw, to paint, to register what he or she saw. The artist creates images from a dis-tant, unknown, imagined and talked geography

whose production, of documentary character, communicates displacements in the space and discoveries of landscapes and human types.When I board I ask myself: How to draw land-scape nowadays? Which sense makes going to several natural sceneries for drawing nowa-days? Which are the points of contact between this trip and those from the old traveling artists who came by these lands? Which possibilities does the drawing have nowadays?, in this path that it helped to build, registering and creat-ing landscapes in view of digital photographs and new technologies? These questions unfold in others, infinitely; to what I can only answer, well, drawing.

I discovered the Amazon rainforest in a trip to Manaus, in 2004. At that time besides visit-ing the surroundings of Manaus, I traveled to Santarem (in Pará State) by boat for three days. It was such an impact, that I promised to go back there in order to get more in the forest, and to know more about it. Being there and ex-periencing that first sensation was something paradisiacal, something dangerous, overflow-ing and immense and on the other side, beauti-ful and lovable that reminded me the origin of the world. I certainly know nothing about the origin of world, but if I have ever been close to this idea or thought of having any notion about what this origin state could be, it was when I crossed the Amazon River, feeling its volume and its distances. At first the photograph was my travelling companion, the means by which I registered my look: but, by the way, it was an un-

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faithful partner because although it registered everything I saw, the imaging result was always very far from what I really had seen. In 2011 I traveled to Manaus twice and then I started registering my impressions in logbooks, work-ing with watercolor, graphite, ink, and includ-ing short descriptive texts about the trip and my mental associations. Thus, the drawing be-gan to point me another way to be there, to see the rainforest, to reinvent it and to reinvente myself. I have read somewhere a Goethe quote: “we do not travel to get there, we travel to live” and it drummed into my head the happy possi-bility of traveling to see, to know, to draw. Gen-erous people opened their doors to me: Mercia Preto, Otoni Mesquita, Carlos Navarro, Lula Sampaio, José Zamith and others who took me to know Manaus surroundings, mainly visiting the municipal market at daybreak, I got deeply impacted by its energy, vitality, contradictions and generosity. I saw huge fish and many of them being carried from hand to hand, inde-fatigable workers of land and of sea, in their mysterious labor of extracting food from water and from the forest. I even asked myself where it all goes. There were delicious fish pirarucu, sambaqui, tucunaré and others I would not know their names. Moreover, to name is the same as to ask where it all goes. There, under an almost permanent mist of dawn, between cries of vendors and quick steps of lumpers, I heard life stories of those who used to spend days, even weeks in the river or sea, who talked about places and trips without names, and if I wanted to see or meet any name I would need to sail. Still in Manaus, a happy meeting with

Luciana Dalri, a photographer from Parana (South of Brazil), revealed me the project “Ves-sels of Hope” from Brazilian Navy and the pre-amble to this adventure of drawing and taking notes of Amazon landscapes.

My trip starts on the morning of January 11th: Naval Station Rio Negro, destination: Porto Velho (in state of Rondônia), Carlos Chagas Ship. Everything is new for me, as it is for the crew having an artist on board. It is easy to understand the doctor, nurse 99 and dentist jobs, but how to explain an artist there? The Brazilian Navy accepted to question it when my project was approved, Now and then some members crew ask me what the purpose of my work is and why I draw. The answer is difficult because I am not there for creating illustrations for a magazine or book, and I am not connected to any reportage, documentary, denouncement or something like that. These are probably the most common answers, the easiest justifica-tion. I just say that I draw because I like to see things drawn and that my purpose is draw-ing landscapes from Amazon. Liking does not seem to be enough, however that is what count most and I mean not only to the drawing. The answer is sincere; I really do not have a defined destination to my drawings and do not know if there will be good drawings from this adven-ture. The fact of being traveling and the dife-rente landscapes somehow delineates a poetic program: drawing landscapes from the look on these landscapes. The technique is observation drawing, which surpasses the mechanism that

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is often treated and appears as an experience. It crosses the tradition of linear graphic figu-ration with the experience of transitional and with the spontaneity of drawing here and now. It is an exercise,as Gombrich used to say, that does not need to be art, but by no means ceases to be mysterious.

The landscape appears in the history of Western art with the painting The Storm from Giorgione (1480-1510), a Florentine artist, promotes an unprecedented event in the painting history, he transfers the action from human figure domains to the realm of nature. This painting does not show warriors or heroes, but the nature, and then we see colors, trees, clouds and a light ray that crosses the sky in the background, call-ing our attention to something much stronger than men so the two images which appear on the bottom of the painting become secondary. The biggest interest is this natural and stun-ning setting, though. The renaissance art, after inventing a concept of human image represen-tation, starts creating the concept of landscape. But, what is landscape? Heliana A. Salgueiro in her book “Landscape and art” gives us the ba-sis to comprehend it. First she makes us see, with Alain Roger, that natural beauty has never existed; it means, human figure, landscape, re-ligious or mythological scenes representations are all cultural acquisitions and according to Roger, they can even be dated. His thesis is that our visual experience is formatted by artistic models; it means that the cultural and histori-cal reception of all our landscapes operates

as “artfication”, ie, we see our landscapes af-ter they have been presented under na artistic format. We tend to believe that the beauty of a landscape comes from itself, but according to Roger, we learn to see beautiful landscapes through elaboration of art.

In the first few hours on board I start draw-ing looking at the forest shadow that outlines on the river bank, large ravines and trees that were left behind along with the city of Manaus. A photo of the same place does not arouse any interest in me, but a drawing does. A drawing is done standing, leaning on the handrail of the ship with the movement of the water. I spend hours creating gray tones, sensations of clouds, and of water and the silhouette of the rainfor-est in the middle of the paper. I start scratching somewhat randomly, trying to find something which can personify this trip. Then I remember the beautiful drawing from a Paranaense artist Francisco Farias and the interview he gave me at Faxinal das Artes¹ , when he told me that “landscape” is an artistic concept, that all land-scape is invented and how he started doing it with pencil and paper. I dialogue with him and ask to myself “what to draw?” How to draw? I would like to go a step forward, but I am a little behind. Resorting a traditional way, I draw my observation to the natural, forgetting my indi-vidual panting and drawing, and even forget-ting my artistic proposal. Then it comes to my mind that observing the landscape is observ-ing beyond me, it is going out of myself to see something bigger and stronger than me and

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that is a valid experience: seeing what I cannot see and seeing what I cannot deal with. Draw-ing here is the only way I have to do it. Draw-ing a landscape I avoid “talking to me”, as Joao Cabral de Mello Neto says, I start talking about things, about the objects and I delight myself once I discover folds, ridges, textures, volumes and shapes in the space and in the very beauti-ful trees; I feel oblivious and the drawing in-terests me more and more, but at the end I ask myself if it wouldn’t have a talk about me in the selection of things I look and do?

¹Artistic and cultural event, like an artistic residence, or-ganized by Agnaldo Farias, in 2001, that put together about 100 artists, art critics and curators in Faxinal do Céu, a small village in the countryside of Paraná for production and debating contemporaneous art.

Some officials in the ship say to admire my ability and patience when they see me drawing (they know nothing about my anxiety and im-patience), and ask me how is it like to portray a landscape using only graphite and they get amazed when they see lines becoming clouds, trees, water, etc. thereby we weave rivers of conversations. I also ask myself about the sense of drawing and maybe for this reason a draw all the time: objects, trees, sky, rain, etc. I find out an encouraging element in drawing that vi-tal izes time and stimulates life. I am here to draw. I can say that the drawing brought me to Amazon. I can be in the prow of ship for hours, looking at light reflexes in the muddy water of Madeira River, realizing its strength and trying to see its waved shapes that are nev-

er captured. What is drawing this water which is not the same in a heartbeat, as well as the trees, the sky, the air? The exercise of slowly delineating these things, of observing them puts me in front of the phenomenon of exis-tence, the moment in which we live, the here and now of our being. And all this makes me think drawing more like living than as repre-sentation. Seeing a house isolated from other kilometers and kilometers by the river, a ques-tion comes to mind, what is living here? How did these people get here? Ou how did we get here? From here to there the riverine people should make the same question, where do these people come from, where do they go? The story happens with the movement, nothing is stat-ic. Appearing or disappearing has the same weight. We used to visit one or two communi-ties a day, depending on the weather and on the distance between them. They are many, I keep some names in my mind: Arapuanã, Vencedor, Mariri, Bom Retiro, São Carlos, Bom Futuro, Água Azul, Barreiro do Tambaqui, Manicoré and others. In all of them the Navy is very wel-comed and looked for, even when it arrives without previous warning. Sometimes surpris-ing the simple residents or even leaving some ill people without care for being uninformed and arriving late to the health post. Every place the ships stops to provide care, I unship to know the place, the people and also to take pictures and to draw. The local people enjoy seeing the drawings being built, the first lines becoming a landscape or portraits and everyone offers to pose and being drawn. These short sections of live model in different moments of the trip

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are moments for meeting, talking and intimacy through drawing. Thus in a relaxed atmosphere I am registering trees, children, men and wom-en. In general the have fun and smile when they see themselves portrayed. I listen to sto-ries about life in forest from the older, dreams, cases about fights and work from the younger, and from the children other dreams, some say they want to be “ people from the Navy when they get older”. I photograph and draw a young woman who has an intriguing look and I think: how will be she in five years? I confess I would like to photograph her again within that time, would it be possible? Saying goodbye I wave to them who observe us from the margin of Ma-deira River with the feelings of friendship and gratitude.

In Mariri, Gracinha, 66 years old, widow, talks about her husband who was a rubber tapper; in Bom Retiro, Raimundo tells that about 20 years ago he had to rebuild his house four times, seeking a higher place because of the Rio Ma-deira flooding; in São Carlos I talk to Josimar’s family during all the afternoon. I shoot and draw his family members. He and his neigh-bor tell me how they have suffered with back ache and show me the medicines for pain they took at the Navy health post. I tell them I also have the same problem and often do constant-ly physiotherapy to bear it; we laugh and talk about these exercises and I propose them to try a session of physiotherapy exercises there, in the porch of the house. They agree and we do a hard-working and funny sequence of exercises,

they memorize it and promise to do it again. I say I’m going to send them their pictures I’ve taken¹ . Finally, a lady arrives bringing a mim-eographed water bill, filled by hand and helps us to solve the problem. They give me a lot of fruit, more than I can carry: castanha-do-pará, bananas, carambola, cupuaçu and a beautiful graviola. In the ship I share the fruit with my companions. The smell, softness and taste of graviola make this moment a celebration. In a moment I was transported to my childhood, to a sweet memory of a perfume I thought had been lost, but that always followed me. During the night the ship moves slowly, I look at the dark forest and I know the riverine people are there.

¹As soon as I got back to Vitoria, I selected some of the pic-tures Itook with this Family, printed and sent them. They were not given back, but I always ask if they really received them or not.

A helicopter landing in the middle of the for-est is always na extraordinary event! We land-ed slowly and could see the vegetation stirring with the wind, the houses between the trees and the people moving down there. And then we got to Arapuanã, down Madeira River. It is necessary many flights to bring the doctors to the land. It is the first time I fly by helicopter and I enjoy the sensation, I feel a mix of won-der and amazement. In land I observe the come and go of the helicopter; I see how excited the children are running to and fro watching the same spectacle as me. Later, talking to an old lady from the community, I got to know that

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when they first listened to the helicopter noise, all the children got very frightened and ran calling her to go away and she asked them: go away to where? I manage to shoot a boy who is looking at the aircraft and runs after it with his arms opened as he wanted to fly with it.

Before starting traveling I used to ask myself what I would draw and how I would work the landscape, after all drawing something requires many choices. That’s why many months before, I did var ious observations drawing in parks, but when I board, I feel and act like a first-timer. Different from photography, whose reg-ister is fast and successive with some guarantee of good image, drawing needs some time and it is built making mistakes; one line is never straight, a circle is never perfectly rounded; a hand needs a point of view, but it never gives the eyes what they expect, it always makes changes, a surprise; we need to leave our place to get where the drawing is, even if it is the drawing we are searching for, simply because there is always a difference between what we want to express and what is set on paper. There it is established a coefficient of satisfaction and dissatisfaction, as Duchamp said, that updates every day in every look, in every observation.

Back from the trip, I deepen my experience of drawing landscapes in my atelier. Sometimes I have the sensation that I still haven’t come back, that part of me stayed there, and now and then I ask about this part of me that is there

and then I ask: what would it be doing? What would it have to tell me if we run into? I inten-sify some drawings I had only scratched and create others much bigger, with 3.5 meters in length. The drawing, as well said Amilcar de Castro, is an art that is made from inside to outside, with contour lines and space delimita-tion, while painting is na art that is made in-side, with the color; but the innumerable tex-tures and nuances in these drawings, make me think of a junction drawing-painting, an out-side-inside, a drawing without border, without texture, whose image is formed not on the pa-per, but on the eyes of the beholder; then I can work my impatience with patience, my anxi-ety with waiting, the outside with the inside, the figuration with no figuration. Therefore I sometimes work with two pencils on the same hand, avoiding definite contour lines of certain shapes like leaves or branches of trees and giv-ing priority to the gesture, to the autonomous line, to the maze of lines and dashes, character-istic of gestures. Photography at this moment is fundamental; with its abundance of details it stimulates, provokes and enables creation of landscapes protractedly articulated. Many times I work with assistants, who help me with the meticulous task of creating passages and thin layers of textures, consisting of dots, lines and gestures. To draw landscape, I invent land-scape. I work with other hands and other eyes. Students and ex-students come to my atelier and we have what we call “drawn afternoons”. I guide them from a clear graphic option, do not draw leaves, fruit or branches, but work with dots, lines and the white paper itself, establish-

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ing relationships of rhythm, contrast, touch, overlap, etc. I put one photographic image with another and create new ones what allows me to insert texts and other materials.

As I organize the texts for this book, when I leaf through my notebooks and drawings from the trip, I find a page of my logbook that summa-rizes my feeling about the expedition. I tran-scribe it here: “January 12th, 2012. Saturday. I wake up early and go to the port. It is still dark and it is cold. Alone, I look at the landscape that emerges through the fog. The ship head-light let me see the water vapor that rises from the river as a mouth breathing in a cold day. The lenses of my camera get dimmish. I take pictures anyway. Diffuse. Shapes are only sug-gested and passing. I do not think of anything, although I would like to. I would like to talk about the intensity of this moment in order to make it last more, so that it did not die, so that I did not forget it. But there are no words that can personify this moment. Desire and words are so distant worlds that everything we say or even comprehend are simply approximations of the phenomenon. It disquiets me and at the same time saves me. The mysteries of these riv-er vapors go so far that their truth would crush me. The silence of this dawn, probably is its best translation. I think, soon all of this will be past and what will I say that I lived? I will say all the possible words, but something will always be unsaid. That is the image of this morning, I am in front of the unsaid, what can not be said, what I will never say, what, however, makes

me produce words and images. The sun starts enlightening behind the rainforest, drawing a dark silhouette that reflects on the water. The sky starts gaining colors and what was darkness becomes shape. I see the first blue of the day, little by little the first red and the first green appear, they come from the black forest, show-ing so slowly that I cannot say where or when they began. A local man climbs the riverbank by a ladder carrying a bag on his back. On the riverbank other riverine people appear, they observe us and talk. The ship passes. What do they see? Certainly they see something similar to what I see, the other, the distant, the known and unknown, that one which passes. I try to keep this image in my mind, but it disappears as soon as it exists. So I draw, I photograph, I create images that connect to each other and they tell me something about existing. I learn how to keep an image and invent it.”

When I board back home, I look through the plane window the Amazon landscape, with a mix of joy and nostalgia. Solimôes River shines with the sun light and bifurcate like fingers of a big hand. It is breathtaking! I observe it until where my eyes can see and ask to myself, where was I? I follow the rivers until they lose them-selves amid the different greens of the forest and it seems have never been there, it seems that I see them for the first time and that the forest remains unknown, remains virgin and invites me to return.

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Atelier do Artista durante sessões de trabalhoFotografias Digitais - Vitória - ES, 2014

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FERNANDO AUGUSTO DOS SANTOS NETO - 1960Nome Artístico: Fernando AugustoArtist/ painter/ drawer/ photographer Lives and works in Vitória, Espirito Santo, Brasil.

Universidade Federal do Espírito Santo Depto. Artes Visuais DAV - Av. Fernando Ferrari, 514. Goiabeiras - 29060-970 - Vitória - ES, Brasil - Tel. Universidade: 55 (27) 3335 2578Email: fa_augusto@yahoo.com.br

FORMAÇÃO / EDUCATION1987 - Universidade Federal de Minas Gerais, Minas Gerais, Brasil - Bachelor in Fine Arts 2000 - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, Brasil. Doctor in communication and semiotics2001 - L´Université Paris I – D. E. A. (Diplôme d’ Ètudes Approfondie) Sorbonne, Paris - França ENSINO / TEACHING 1991-2005 - Universidade Estadual de Londrina - PR2005 - atual - Universidade Federal do Espírito Santo , Vitória - ES

BIBLIOGRAFIA RESUMIDA / SELECTED BIBLIOGRAPHY (Articles, Publications, Reviews, etc.) 2013 - Pintura sobre pintura - Vitória - ES. GSA.2013 - Viajamos para viver - Fotografias e desenhos, Midiograf - Londrina - PR2011- Desenho e Experiência - UFES, Núcleo de Educação Aberta A Distância, Vitória - ES 2009 - Linguagem Gráfica - UFES, Núcleo de Educação Aberta A Distância, Vitória - ES2007 - Lieux Privés, Fotografia (in) Art Le Saboard, Création littéraire et visuelle, nº 76, Trois Riviéres-Québec - Canada2006 - Diálogo com Amílcar de Castro”. Revista ArteFilosofia. Tessitura, Belo Horizonte - MG 2004 - Os Últimos Dias do Meu Pai”, (in) Arte em Pesquisa, org. Moreira, M.C.G.A. Eduel, Londrina - PR2001/2002 - Coluna Arte e Cultura - Jornal de Londrina, Londrina - PR.1996 - Diário de Passagem - Uma Poética do Desenho - Ed. Eduel, Londrina - PR

PRINCIPAIS EXPOSIÇÕES / SELECTED EXHIBITIONS2013 - Pintura Sobre Pintura, Galeria Matias Brotas, Vitória - ES2012 - Trip à Trois - Serigrafia. Presse Papier, Trois-Rivières, Québec - Canada2011 - Transcendências - Fotografia, Palácio Anchieta, Vitória -ES2010 - Deslocamentos - Fotografias, Ybakatu Espaço de Arte, Curitiba - PR2009 - Linha Orgânica - Pinturas, Galeria Amparo 60, Recife - PE2009 - Desvelamento - Pinturas e desenhos, Galeria Matias Brotas, Vitória - ES2008 - Aparelhos - Pinturas e Desenhos, Galeria Homero Massena, Vitória -ES2008 - A Biblioteca do Artista - Desenho, fotografia e livro de artista, Palácio das Artes, Belo Horizonte - MG2007 - A última casa, a última paisagem - Pintura, Galeria Matias Brotas, Vitória - ES

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2006 - Photographies and Drawings - Atelier Presse Papier - Trois Riviéres Québec - Canada2004 - Os Ultimos Dias - Photographies - MASP - Museu de Arte de São Paulo - SP2002 - Pintura desenho fotografia - Galeria Iberê Camargo, Porto Alegre - RS2002 - Faxinal das Artes - MAC - Curitiba - PR2000 - Dialogue Difficile - Pintura, desenho e fotografia, Galeria Debret, Paris - França1998 - 5ª Semana de Arte de Londrina, Londrina - PR1998 - Habitar - Galeria Amparo 60 - Recife - PE1997 - Pintura - Galeria Nara Roesler, São Paulo - SP1997 - A Arte nos anos 80 e 90, Palácio das Artes, Belo Horizonte - MG1997 - Bienal de Santo, Santos - SP1997 - Diário de Passagem, Espaço cultural dos Correios, Rio de Janeiro - RJ1996 - Vento Sul (Mercosul) itinerante: Brasil, Paraguai, Uruguai, Chile e Argentina1996 - V Bienal Internacional Pintura de Cuenca - Equador1995 - Galeria SESC Paulista, São Paulo - SP1995 - Diário de passagem - Uma poética do desenho - Paço das Artes, São Paulo - SP1993 - Projeto Macunaíma - Rio de Janeiro - RJ1991 - Um Lugar para Homens e Animais, Sala Arlindo Correa - Palácio das Artes, Belo Horizonte - MG

PRÊMIOS / AWARDS2014 - Edital Exposição itinerante, SECULT, Vitória - ES2006 - Edital Projetos Atos Visuais da Funarte, Brasília -DF.1999 - Prêmio Aquisição Fotografias - 14º Salão Nacional de Artes Plásticas de Santo André - SP1998 - Prêmio Aquisição - 17º Salão Nacional da Fundação Rômulo Maiorana - Belém - PA1995 - Prêmio Aquisição - Fotografia - XII Salão de Arte de Santo André - SP1995 - Prêmio Pintura Salão II Prêmio Gunther de Pintura, MAC/USP, São Paulo - SP1994 - Prêmio Aquisição - 14º Salão Nacional de Artes Plásticas, Funarte, Rio de Janeiro -RJ1994 - Prêmio Aquisição (desenho) Coletiva: 13º Arte Pará, Fundação Rômulo Maiorana, Belém - PA1994 - Prêmio Aquisição IX Salão Nacional de Arte/IBAC, Rio de Janeiro - RJ 1993- Grande prêmio - 18º Salão de Arte de Ribeirão Preto - SP1993 - Prêmio Aquisição 13º Salão Nacional das Artes Plásticas, Funarte, Rio de Janeiro - RJ1992 - Prêmio Aquisição II Salão Paraense de Arte Contemporânea, Belém - PA1991 - Prêmio Aquisição - 6ª Mostra de Desenho Brasileiro - Secretaria de Estado da Cultura, Curitiba - PR1990 - Grande Prêmio - VI Salão Integrarte da Escola de Belas Artes, UFMG Belo Horizonte - MG1989 - Bolsa de Viagem - Intercâmbio Cultural Brasil-Alemanha. Goethe Institut de Belo Horizonte - MG1987 - Prêmio Sociedade Amigos da Cultura -18º Salão Nacional de Arte Museu de Arte da Pampulha, Belo Horizonte - MG 1987 - Prêmio Aquisição - VIII Salão de Arte Nello Nuno - Universidade Federal de Viçosa - MG1984 - Prêmio Aquisição - II Salão Nacional de Artes Plásticas de Goiânia - Museu de Arte de Goiânia - GO1984 - Prêmio Aquisição - VII Salão de Artes Plásticas Nello Nuno. Universidade Federal de Viçosa - MG

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AGRADECIMENTO

À Luciana Dalri, Otoni Mesquita, Mercia Pretto, Judeth Costa, José Zamith, Carlos Navarro, Lula Sampaio, Elvira França;À Marinha do Brasil, ao Projeto Navio da Esperança e ao Pessoal do Navio.Hospital Carlos Chagas, carinhosamente apelidado de Paixe boi da Amazônia:CC Alexandre Nogueira; CC Anderson Pinheiro, CC Ale-xandre, CC Vanderson, CT Brito, CT Lopes, CT (CD) Eri-ca, CT Hilcálio, 1º Ten (RM2-S) Isaias, 1º Ten (RM2CD) Mauad, 1º Ten (CD) Luciana, 1º Ten (Md) Stephani, SO-EF Sandra, 2º SG-AR Fernando, 2º SGEF Cezar.

Aos meus alunos que trabalharam nos desenhos: Lucas Nascimento, Jessica Pizetta, Drusille Fagnibo, Mário Mar-gotto, Jeriel Calmon, Douglas Oliveira.

À Adriana e Fernando, filho, meus amores, presentes desde o início.