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Avaliado em 631 milhões de euros, o mercado farmacêutico mundial tem um crescimento estimado em 5% a 7% somente neste ano. O fim de diversas patentes de remédios colocou os países desenvolvidos em uma situação delicada. Em compensação os mercados em desenvolvimento devem crescer de 15% a 17%, consequência também de um maior investimento do setor público na saúde desses países, como é o caso da China.
Citation preview
A INDÚSTRIA FARMACÊUTICA NA ERA DIGITAL
Estudo
2
Introdução.......................................................................03
Crescimento da Indústria no Brasil.................................04
Chegada dos genéricos..................................................08
O marketing farmacêutico...............................................09
O que os internautas falam.............................................11
Qual canal é mais usado pelos internautas....................12
A Medley e as redes........................................................14
A Bayer e as redes..........................................................16
Eurofarma........................................................................18
A indústria em 2011.........................................................22
Método de pesquisa.........................................................23
Ficha Técnica...................................................................24
Índice
3
Avaliado em 631 milhões de euros, o mercado farmacêutico mundial tem um crescimento estimado em 5% a
7% somente neste ano. O fim de diversas patentes de remédios colocou os países desenvolvidos em uma situação
delicada. Em compensação os mercados em desenvolvimento devem crescer de 15% a 17%, consequência também
de um maior investimento do setor público na saúde desses países, como é o caso da China.
Responsável pela movimentação de R$28 bilhões por ano na economia nacional, a indústria farmacêutica
continua em franca expansão no Brasil. A expectativa é que este ano o faturamento seja 9,19% maior do que o
registrado em 2010. Os R$40 bilhões registrarão o maior resultado da história do setor no país.
O crescimento do mercado farmacêutico nacional é superior às taxas praticadas inclusive por países
desenvolvidos, e a tendência é que, com o envelhecimento da população e a expansão da economia, esse movimento
continue exponencial.
A MITI Inteligência desenvolveu uma análise para avaliar como esse crescimento tem se refletido na vida das
pessoas. Quais as estratégias de aproximação com os consumidores? De que forma os laboratórios farmacêuticos têm
trabalhado sua imagem junto à população? Confira a seguir a resposta para essas e outras questões do mercado
farmacêutico no Brasil.
INDÚSTRIA FARMACÊUTICA
4
Crescimento da Indústria no Brasil
Com desenvolvimento um pouco tardio em relação aos outros países, a história da indústria farmacêutica
brasileira começou no final do século XIX. Com incentivo governamental, foram tomadas medidas para combater as
condições sanitárias insalubres dos portos e a produção de medicamentos de origem vegetal se tornou uma realidade
para o combate às doenças.
Após investimentos durante o regime militar e o governo de Juscelino Kubitschek, empresas estrangeiras
injetaram dinheiro no setor e acabaram com a concorrência das empresas nacionais, que na época passavam por um
período estável e até exportavam alguns produtos.
Os anos seguintes representaram instabilidade para o setor. A valorização dos medicamentos estrangeiros em
detrimento dos nacionais, maior fiscalização da ANVISA para registro de novos produtos e a lei de patentes que
fortaleceu os monopólios, foram responsáveis por uma crise da indústria nacional, que só começou a se recuperar nos
anos 90.
O desenvolvimento do mercado local não acompanhou a evolução da indústria farmoquímica, o que manteve
as empresas locais ainda bastante dependentes das indústrias estrangeiras. Esse quadro começou a se inverter com a
quebra de patentes de medicamentos, elevando o Brasil a figurar entre os dez maiores mercados do setor em todo o
mundo.
Para compreender a visibilidade das empresas que atuam na área farmacêutica no país e a percepção da
população a respeito das indústrias do setor, monitoramos durante os dias 19 e 23 de janeiro, período que contempla o
Dia do Farmacêutico, comemorado dia 20. Foram analisadas as palavras-chave: Abbott, Astrazaneca, Bayer,
Eurofarma, Glaxosmithkline, Medley, Merck, Novartis, Pfizer, Roche, Sanofi-aventis, Wyeth, EMS Sigma Pharma.
Confira abaixo quais as indústrias têm movimentado o setor.
5
Notícias por palavras-chave – plataforma Clipping Express
A empresa que teve mais notícias publicadas no período estudado foi a Medley. Empresa do grupo Sanofi-
Aventis, a indústria é a terceira maior do setor no Brasil. Líder no mercado de genéricos desde 2002, a Medley
investe em patrocínio institucional, fator que justifica o grande volume de notícias publicadas. O investimento
em vôlei e na Stock Car contribui para o fortalecimento da marca e identificação com o público.
Em segundo lugar aparece o laboratório Roche. A maioria das notícias capturadas diz respeito a um novo
fármaco, produzido pelo laboratório, que interrompe o avanço do câncer de pele e dá maiores chances de
sobrevivência aos pacientes. A Roche estaria negociando uma licença para aplicar a medicação em pacientes
com a doença já avançada.
A terceira palavra-chave que teve significativo volume de notícias foi a Sanofi-Aventis. Com 12% de
participação no mercado nacional, as informações divulgadas sobre a empresa dizem respeito à parceria com
a Minancora; à alta das ações da empresa, proveniente do anúncio feito pela Agência Europeia de Medicina
recomendando a comercialização do medicamento do laboratório de combate ao câncer de próstata; e à
parceria com ASSIM Saúde, que foi destaque internacional no Prêmio Conexão Externa, Evolução Interna,
promovido pela própria Sanofi-Aventis.
2,12%
1,59%
2,12%
0,53%
3,17%
33,33%
8,47%
4,23%
12,7%
16,93%
13,23%
1,59%
0 5 10 15 20 25 30 35
Abbott
Astrazeneca
Bayer
Eurofarma
Glaxosmithkline
Medley
Merck
Novartis
Pfizer
Roche
Sanofi-aventis
Wyeth
Abbott Astrazeneca Bayer Eurofarma Glaxosmithkline Medley
Merck Novartis Pfizer Roche Sanofi-aventis Wyeth
6
A maioria das indústrias farmacêuticas do país está localizada na região sudeste, pólo econômico do Brasil. E a
publicação das notícias, também segue a mesma lógica.
Notícias por região – plataforma Clipping Express
A região do país que mais divulgou informações sobre o setor, com 62% do total de notícias sobre o tema, foi a
região sudeste. Em segundo lugar aparece a região sul, com 25% das notícias publicadas.
Ao contrário do movimento observado nas mídias online, de acordo com dados da Abafarma (Associação
Brasileira do Atacado Farmacêutico), a segunda região do Brasil que mais recebe medicamentos é a região nordeste.
Fruto de políticas públicas de benefícios sociais, como o Bolsa Família, os nordestinos recebem 17,4% dos remédios
distribuídos em todo o país. Só no ano passado, foram movimentados R$ 5,2 bilhões e dois milhões de unidades de
medicamentos foram distribuídos em todo o Brasil.
O crescimento do Produto Interno Bruto -PIB, que no nordeste ficou acima da média das outras regiões, e o
aumento do poder de compra que impulsionou todo o mercado de varejo, também se refletiu no consumo de
medicamentos. A região Sul, que teve uma ligeira queda no número de medicamentos distribuídos, registrou uma fatia
de 16,9%, enquanto a região sudeste recebeu 54% de todos os remédios distribuídos no país.
11,58%
5,79%
6,32%
1,05%
62,11%
13,16%
0 10 20 30 40 50 60 70
Origem Não Dilvugada
Centro-oeste
Nordeste
Norte
Sudeste
Sul
7
Notícias por categoria – plataforma Clipping Express
Quem tem interesse pelo tema e quer entender a dinâmica do mercado, deve procurar informação
principalmente nos veículos especializados. No período analisado, eles foram responsáveis por 38% das
notícias publicadas sobre as indústrias farmacêuticas.
Os veículos online, grandes vedetes da comunicação do século XXI, confirmam sua versatilidade trabalhando
com temas de diversos interesses. Junto com os veículos regionais, representam quase a metade do número
de publicações sobre a indústria farmacêutica.
Os blogs, com um perfil menos conservador, ainda possuem uma fatia menor. Mas como o movimento de
relevância desses canais tem crescido de maneira intensa, a tendência é que, mesmo para pautas mais
especializadas, os canais ganhem visibilidade em um futuro próximo.
1,59% 2,65%
38,1%
11,11%
23,28% 23,28%
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Agência de Notícias
Blog Especializado Grande Imprensa
On line Regional
8
Impulsionamento do setor desde a chegada dos genéricos
A história dos genéricos no Brasil começa em 1999, com o sancionamento da Lei 9787. O movimento, que
envolveu a sociedade, o Congresso e os profissionais de saúde como um todo, mobilizou discussões sobre a
necessidade do composto ativo ter maior destaque que a marca do medicamento e a obrigatoriedade em utilizar a
denominação genérica nos rótulos e propagandas de medicamentos.
A disponibilização de produtos que substituem com eficácia os medicamentos de referência permite que eles
sejam vendidos a preços reduzidos, representando uma economia para o consumidor e para o governo, comprador de
20% dos remédios distribuídos no país. Além disso, a quebra de patentes permitiu uma maior competitividade entre as
empresas nacionais, a partir de então com possibilidades reais de aumentar sua fatia de mercado.
O vencimento de patentes é um dos grandes fatores para o impulsionamento do setor. Até 2012, 17 remédios
que tem um faturamento de R$750 milhões terão suas patentes vencidas, aumentado a comercialização e a produção
de genéricos no país. A tendência é que o segmento chegue a representar 50% de todo o setor, dado que já é
recorrente em alguns países desenvolvidos. Na Alemanha, Inglaterra e Estados Unidos esses números já ultrapassam
os 60%. Hoje, no Brasil, os genéricos representam apenas 20% do mercado, fator que atenta para as chances de
crescimento nos próximos anos.
A população confia nos genéricos?
A recusa de alguns laboratórios farmacêuticos à Lei dos Genéricos e a disseminação de boatos sobre a
confiabilidade desses medicamentos, que são pelo menos 35% mais baratos que os de referência, foram os principais
responsáveis pela resistência inicial da população brasileira à compra desses produtos. A velha máxima de desconfiar
de mercadorias com preços muito baixos ainda dribla as vendas de genéricos no país, que aos poucos vão ganhando a
confiança da população.
Como as indústrias não gastam com pesquisas e propaganda, o custo dos medicamentos fica bem mais baixo,
vantagem que é repassada ao consumidor. No Sistema Único de Saúde os médicos são obrigados por lei a receitar o
princípio ativo da medicação, mas nos consultórios particulares essa prática não é frequente e muitos médicos
simplesmente não indicam essa opção aos seus pacientes. Essa restrição aos genéricos ocorre, muitas vezes, devido
ao estreito relacionamento entre os profissionais de saúde e os laboratórios farmacêuticos, que se fortalece a partir dos
trabalhos dos propagandistas médicos.
De qualquer forma, as vendas de genéricos têm crescido no país. De acordo com dados da Associação
Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos, no ano passado as vendas ultrapassaram a marca de 318,5
milhões de unidades comercializadas, número que representou recorde no setor.
9
O marketing farmacêutico e as redes sociais
A ANVISA determina uma série de regulamentações para o marketing farmacêutico. Celebridades tão
requisitadas em outros segmentos, por exemplo, não podem recomendar o uso de medicamentos sem a devida
prescrição durante as propagandas e são proibidos os verbos imperativos como “experimente”, “use”, “tome”, tal como
as comparações de preços, que só podem ser feitas entre genéricos e medicamentos de referência.
De acordo com o Sistema Nacional de Informações Toxicológicas, os medicamentos são a principal causa de
intoxicação humana por agente tóxico no Brasil. Uma pesquisa do PROCON comprova ainda que mais de 60% das
pessoas afirmam ser influenciadas pela publicidade de medicamentos. Essa é uma discussão recorrente entre os
profissionais do setor, e é justamente o estímulo ao consumo desses remédios com frases como “se persistirem os
sintomas um médico deverá ser consultado”, que colocam em dúvida a real responsabilidade pela automedicação do
usuário, já que ela é apontada como primeira alternativa em caso de algum desconforto relacionado à condição física
do paciente.
Observe alguns exemplos de menções sobre a palavra-chave “automedicação” nas redes sociais, que no
período estudado foi citada 36 vezes:
10
Embora ainda tímida, a participação do setor nos canais sociais acontecem cada vez mais. Uma rede social
exclusiva para profissionais da área farmacêutica foi criada para reunir informações sobre vagas de emprego, notícias
sobre o setor, eventos e promover discussões entre os participantes e interessados. A movimentação provocada pela
Dikajob, rede social criada pelo profissional da área João Mengaldo, já evidencia a abertura para novas possibilidades
de comunicação e atenção para a força das redes sociais em qualquer segmento, mesmo os mais conservadores.
11
O que os internautas falam sobre as indústrias farmacêuticas?
Para identificar o que os internautas têm falado sobre o setor nas redes sociais foi trabalhada a palavra-chave
“indústria farmacêutica” e extraídas as seguintes informações:
Interações por palavra-chave “Indústria Farmacêutica” por período - plataforma postX
Dia 21 de janeiro foi o dia em que a palavra-chave foi mais citada, exatamente no dia seguinte ao “Dia do
Farmacêutico”. As interações falavam sobre a instalação da maior indústria nacional no Distrito Federal. A
EMS Pharma vai investir R$150 milhões na fabricação de antibióticos e hormônios e deve gerar cerca de 500
empregos diretos e 300 indiretos na região.
Outros comentários revelam a relação de amor e de ódio que os consumidores têm com o setor. Veja alguns exemplos:
20,23 20,23
25
16,6617,85
0
5
10
15
20
25
30
19/jan 20/jan 21/jan 22/jan 23/jan
12
E qual o canal mais usado por eles quando se referem à indústria farmacêutica?
Interações por mídia palavra-chave “Indústria Farmacêutica” - plataforma postX
Para discutir sobre o tema, os internautas replicam muito conteúdo no Twitter. O Facebook, rede que
normalmente também tem um volume grande de interações, neste caso teve uma representatividade bem
reduzida. Em contrapartida, os blogs movimentaram a discussão e o Youtube também teve sua parcela de
participação.
1,19%
5,95%
7,14%
85,71%
Youtube
Blog
13
E quais indústrias mais citadas pelos internautas?
Interações por palavras-chave - plataforma postX
A palavra-chave que mais teve interações no período analisado foi a Medley, seguida por Bayer e Eurofarma.
Confira abaixo o que movimentou essas citações nas redes.
0,95%
4,37%
11,49%
5,47%
0,54%
60,05%
4,92%
3,14%
4,37%
2,18% 2,18% 0,27%
Abbot
Astrazaneca
Bayer
Eurofarma
Glaxosmithk
Medley
Merck
Novartis
Pfizer
Roche
Sanofi-aventis
Wyeth
14
Medley, terceira maior indústria farmacêutica do Brasil
A maior comunidade do Orkut sobre a empresa tem 3103 membros, motivados em reencontrar antigos colegas
de trabalho. Com sites para cada uma das modalidades esportivas patrocinadas pela Medley, os perfis nas redes
sociais são vinculados a essas ações. No entanto só o Medley Campinas, time de vôlei, têm perfis no Orkut, Facebook
e Twitter, e o Stock Car conta apenas com informações sobre os pilotos, carros e notícias sobre o esporte.
Tonalidade de Interações por palavra-chave “Medley”- plataforma postX
A Medley, empresa líder em genéricos no Brasil, investe em patrocínios para fortalecimento da marca.
Diversos internautas retuitam informações sobre os jogos da seleção de Vôlei, principal motivo de as
interações sobre a marca serem neutras.
1,19%
89,88%
15%
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Negativo
Neutro
Positivo
15
Categoria de Interações por palavra-chave “Medley” - plataforma postX
Praticamente todas as interações sobre a marca foram categorizadas como Patrocínio, e se referem a
informações sobre os jogos de vôlei. Mesmo que a associação com a marca seja relacionada a outros
assuntos que não os do segmento em questão, os consumidores acabam se lembrando da empresa e esta
associação se converte em confiabilidade da marca.
0,60%
1,79%
97,62%
0 20 40 60 80 100 120
Relação de trabalho
Não Categorizado
Patrocínio
16
A Bayer engajada nas redes
A Bayer também possui um perfil no facebook (http://www.facebook.com/BayerJobs). Em inglês, o perfil é
atualizado frequentemente e 1309 perfis já curtiram a página. No Orkut, a maior comunidade sobre a empresa tem
1458 membros, entre funcionários e ex-funcionários brasileiros.
O site institucional apresenta os links para os perfis nas redes sociais do Programa Bayer Jovens
Embaixadores Ambientais, iniciativa que tem como objetivo identificar e reconhecer os jovens engajados em projetos
socioambientais no país. O link para o Facebook (http://www.facebook.com/bayerjovens) revela que a página é
bastante ativa e conta com 219 pessoas que curtem a iniciativa. Além disso, apresenta os links de acesso à
comunidade do Orkut e ao Twitter, que tem 1167 seguidores.
Tonalidade das Interações por palavra-chave “Bayer”- plataforma postX
A terceira marca em número de citações no estudo, contou com vários retuites de uma matéria divulgada no
portal Planeta Sustentável, que movimentou a discussão sobre um dos inseticidas da empresa, que estaria
dizimando abelhas em todo o mundo. O fato acabou provocando um resultado negativo para a marca,
comprovando a força das redes sociais na disseminação de informação.
Em contrapartida, os comentários positivos, em sua maioria, diziam respeito a uma doação que a empresa fez
para o projeto Pêlo Próximo, que abriga animais que foram vítimas das enchentes na região serrana do Rio de
Janeiro.
65,15%
18,18%
12,67%
0 10 20 30 40 50 60 70
Negativo
Neutro
Positivo
17
Categorias de Interações por palavra-chave “Bayer” - plataforma postX
A categoria com maior volume de interações foi Crise de Imagem, devido ao fato explicado anteriormente
sobre um produto da marca, responsável por mais de 60% das interações do período. As demais categorias
tiveram participação pouco expressiva no número de interações.
1,45%
60,87%
5,8%
8,7%
8,7%
1,45%
7,25%
5,8%
0 10 20 30 40 50 60 70
Automedicação
Crises de Imagem
Piada
Elogios
Patrocínio
Não Categorizado
Relação de trabalho
Notícia
18
As interações da categoria Patrocínio fomentam o debate em torno da importância de investimento do setor
em ações de fortalecimento de marca.
Eurofarma, a terceira maior fabricante de genéricos do Brasil
O laboratório conta com site institucional que apresenta a história da empresa, projetos, parcerias, patrocínios,
relação de produtos e outras informações sobre a empresa. A Eurofarma, assim como as demais indústrias
farmacêuticas, concentra grande parte do investimento em propagandistas. Segundo a auditoria do Grupo de
Profissionais Executivos da Indústria Farmacêutica, a empresa possui a maior equipe de propagandistas do Brasil, com
capacidade para visitar 480 mil médicos por mês.
Em contrapartida, a Eurofarma já possui alguns canais na web que divulgam principalmente informações sobre
os patrocínios da empresa. O blog (http://www.eurofarma.com.br/blog/) é dedicado à Stock Car; 139 pessoas curtiram o
perfil no Facebook (http://www.facebook.com/eurofarmablog); o perfil no Twitter (www.twitter.com/eurofarmablog) tem
417 seguidores e atualização frequente; o canal no Youtube (http://www.youtube.com/eurofarmablog) traz vídeos sobre
a Copa Eurofarma de Futebol e o Flickr (www.flickr.com/eurofarmablog) traz fotos dos eventos culturais patrocinados.
19
Tonalidade das Interações por palavra-chave “Eurofarma”- plataforma postX
Justamente por conta do investimento em patrocínio que a Eurofarma faz, a maior parte dos comentários sobre
a marca nas redes sociais teve caráter neutro.
Segue abaixo um exemplo de interação positiva, na qual uma internauta recomenda a utilização de um
medicamento se referindo à marca Eurofarma.
5,13%
7,69%
87,18%
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Positivo
Negativo
Neutro
Positivo
Negativo
Neutro
20
Categoria de Interações por palavra-chave “Eurofarma” - plataforma postX
A categoria Notícia, responsável pelo maior volume de interações sobre a Eurofarma diz respeito à compra de
600 tablets para utilização dos propagandistas da empresa. O uso de iPads pelos profissionais terá um
impacto de cerca de 55 toneladas a menos de papel utilizado na divulgação de materiais impressos, segundo
diretora comercial da indústria farmacêutica.
A categoria Patrocínio, segunda em volume para a marca, diz respeito à Copa Eurofarma, organizada em
parceria com a Federação Paulista de Futebol. Além de futebol, a empresa tem uma política de investir em
automobilismo e artes, patrocinando projetos de cinema, teatro e música.
5,13%
2,56%
5,13%
25,64%
61,54%
0 10 20 30 40 50 60 70
Relação de trabalho
Automedicação
Piada
Patrocínio
Notícia
Relação de trabalho
Automedicação
Piada
Patrocínio
Notícia
21
Por mais que consigamos visualizar uma condição de aceitação ou rejeição de marca, o que define a escolha
entre esta ou aquela medicação é o receituário médico. Uma pesquisa coordenada pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte traçou um diagnóstico das ações de propaganda realizadas nas Unidades Básicas de Saúde para
identificar quais os fatores que estariam influenciando a prescrição de remédios.
De acordo com a pesquisa, 41,3% dos médicos e dentistas abordados afirmaram que recebem visitas de
representantes da indústria farmacêutica em seus consultórios. A abordagem é feita através da distribuição de
amostras grátis e folders, além da oferta de artigos científicos. 37,7% deles confessaram que realmente podem ser
influenciados por essas ações.
Confirmando esta estatística, os profissionais responsáveis pelas farmácias das UBS afirmaram que em 83,3%
dos casos, as receitas médicas trazem o nome comercial do medicamento, contrariando a legislação que obriga os
médicos do SUS a receitarem os remédios diretamente através de seus princípios ativos.
22
O que prepara a indústria farmacêutica para 2011?
As expectativas para o setor são bastante otimistas e o faturamento do ano deve ser positivo. A projeção é de
1,8 bilhões de medicamentos comercializados em todo o país e um faturamento de R$40 bilhões.
Conforme observamos, mesmo os setores mais tradicionais já observam a importância do movimento de
interação entre as pessoas, proporcionado pelas redes sociais. As indústrias farmacêuticas que são mais lembradas
pelos consumidores são justamente as que já desenvolvem ações na web e investem em patrocínios esportivos e
culturais, além do comprometimento com causas ambientais e responsabilidade social. A venda de medicamentos
dessas marcas, consequentemente, é alavancada e a tendência é que as empresas percebam esta condição e
priorizem os anseios da população, mesmo quando o assunto em questão é a saúde.
Aplicabilidade do estudo
Grande parte do conteúdo discutido nas redes sociais é baseado nas publicações da imprensa. O surgimento
de novos canais de informação, como blogs e portais de comunicação independentes, aumentou as possibilidades e a
gama de assuntos em pauta no ambiente web.
O comportamento de replicar informações que antes seriam acessíveis apenas para um seleto grupo pode
inclusive influenciar o aumento ou a queda nas vendas de determinados produtos. É o monitoramento da marca, da
concorrência e do mercado que fundamenta a tomada de decisões estratégicas. As empresas precisam estar atentas a
esse movimento e gerenciar as informações de maneira inteligente para evitar e gerenciar possíveis crises de imagem.
Comentários sobre a plataforma postX
Através do monitoramento do postX foi possível verificar qual a posição ocupada pelas mídias sociais na hora
do público se reportar sobre os medicamentos e consequentemente sobre as respectivas indústrias farmacêuticas.
Após a captura das palavras-chave relacionadas, tivemos acesso a um conteúdo filtrado e relevante para saber o que o
brasileiro pensa sobre o tema. As avaliações e categorizações possibilitadas pela plataforma ajudaram a embasar e
aprofundar o estudo.
23
Comentários sobre a plataforma Clipping Express
O serviço de monitoramento do Clipping Express foi usado para quantificar e saber a origem e o total de
notícias publicadas pela imprensa no período estabelecido e assim comparar com os números e acontecimentos
relatados nas mídias sociais.
Método de pesquisa
As mídias sociais representam uma área movimentada para qualquer pesquisa, inclusive na área farmacêutica.
Para analisar o buzz gerado pelo consumidor, realizamos um monitoramento de cinco dias nas mídias sociais e mídias
online envolvendo as palavras-chave de referência. Utilizando a plataforma postX como ferramenta de rastreamento,
conseguimos uma cobertura do Twitter, YouTube, Facebook, Blogs, Fóruns e Sites de Reclamação.
As mídias online foram utilizadas para mensurar a representatividade do tema estudado perante mais de 3500
veículos de comunicação monitorados, através da plataforma Clipping Express. A plataforma permitiu embasar o
conteúdo apresentado como cenário atual sobre o tema e mensurar seu reflexo quantitativo nas mídias online por
palavra-chave, região e categoria e veículo.
Os dados coletados para este estudo de apresentação são quantitativos, revelando em números o quanto as
palavras-chave tiveram repercussão nas mídias sociais. Os dados qualitativos permitiram a avaliação de uma
amostragem de mais de 35% das interações, apresentando a tonalidade das citações como positivas, neutras ou
negativas, bem como a categorização das menções, visto que a plataforma possibilita sob vários aspectos e diversos
gráficos avaliações quantitativas, qualitativas e categorizadas sobre toda a captura abrangida.
24
Ficha Técnica do Estudo:
postX
Período monitorado: 19/01/2011 a 23/01/2011
Total de interações: 876
Palavras-chave:
Indústria Farmacêutica: 84
Automedicação: 36
Abbott: 7
Astrazaneca: 32
Bayer: 84
Eurofarma: 40
Glaxosmithkline: 4
Medley: 439
Merck: 36
Novartis: 23
Pfizer: 32
Roche: 16
Sanofi-aventis: 16
Wyeth: 2
EMS: 25
Clipping Express
Período monitorado: 19/01/2011 a 23/01/2011
Total de notícias: 189
Palavras-chave
Abbott: 4
Astrazaneca: 3
Bayer: 4
Eurofarma: 1
Glaxosmithkline: 6
Medley: 63
Merck: 16
Novartis: 8
25
Pfizer: 24
Roche: 32
Sanofi-aventis: 25
Wyeth:3
EMS Sigma Pharma: nenhuma
26
Esse estudo foi desenvolvido pela MITI Inteligência.
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