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1 A EMBALAGEM NO ITAL A EMBALAGEM NO ITAL A EMBALAGEM NO ITAL A EMBALAGEM NO ITAL Seção de Embalagem e Seção de Embalagem e Seção de Embalagem e Seção de Embalagem e Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento - SEMB SEMB SEMB SEMB 1963-1972 criação do Centro de Tecnologia de Embalagem (CETEA) é resultado de toda uma trajetória percorrida pela pesquisa na área de tecnologia de alimentos no Brasil e, mais especificamente, no Estado de São Paulo. Por meio de um breve relato da evolução dos trabalhos e da importância dessas atividades para o agronegócio é possível mostrar os antecedentes que culminaram na criação de um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento especializado em trabalhar com embalagens produzidas a partir dos mais diversos materiais. No Brasil, a demanda por pesquisas e tecnologias na agricultura coincide com o incremento de técnicas agrícolas que culminaram em um crescimento da produtividade de diversas culturas. O aumento do conhecimento técnico aplicado à agropecuária teve como conseqüência inevitável a obtenção progressiva de safras maiores. Quem está envolvido com o setor, porém, sabe que grandes safras muitas vezes não são boas para o produtor. Principalmente quando se fala em produtos com vida-de-prateleira curta, como frutas, hortaliças, raízes e tubérculos. É essencialmente nesse aparente paradoxo que reside a origem da pesquisa em tecnologia de alimentos no País. No Estado de São Paulo, a então Estação Agronômica de Campinas – que passou a se chamar Instituto Agronômico a partir de sua transferência para o Governo do Estado de São Paulo, em 1892 – esteve, desde sua criação, em 1887, intimamente ligada ao progresso da agricultura paulista por meio de trabalhos em pesquisa e em experimentação. Também desde sua fundação, a instituição considerou, entre suas atribuições, preocupações de natureza tecnológica. Isso pode ser confirmado pela descrição de suas atividades que, em 1898, previa “ investigações químicas e de fisiologia vegetal e animal para aperfeiçoar a indústria agrícola e pecuária e desenvolver sua produção” . Em um primeiro momento, portanto, aumento da produção era palavra-chave no desenvolvimento de pesquisas no setor de alimentos. Instituo Agronômico de Campinas É possível perceber que durante as diversas reestruturações pelas quais o Instituto Agronômico passou, a área de A

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A EMBALAGEM NO ITALA EMBALAGEM NO ITALA EMBALAGEM NO ITALA EMBALAGEM NO ITAL Seção de Embalagem e Seção de Embalagem e Seção de Embalagem e Seção de Embalagem e Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento Acondicionamento ---- SEMB SEMB SEMB SEMB

1963-1972

criação do Centro de Tecnologia de

Embalagem (CETEA) é resultado de

toda uma trajetória percorrida pela

pesquisa na área de tecnologia de

alimentos no Brasil e, mais

especificamente, no Estado de São Paulo.

Por meio de um breve relato da evolução

dos trabalhos e da importância dessas

atividades para o agronegócio é possível

mostrar os

antecedentes que

culminaram na

criação de um

Centro de Pesquisa

e Desenvolvimento

especializado em

trabalhar com

embalagens

produzidas a partir

dos mais diversos

materiais.

No Brasil, a demanda por pesquisas e

tecnologias na agricultura coincide com o

incremento de técnicas agrícolas que

culminaram em um crescimento da

produtividade de diversas culturas. O

aumento do conhecimento técnico aplicado

à agropecuária teve como conseqüência

inevitável a obtenção progressiva de

safras maiores. Quem está envolvido com

o setor, porém, sabe que grandes safras

muitas vezes não são boas para o

produtor. Principalmente quando se fala

em produtos com vida-de-prateleira

curta, como frutas, hortaliças, raízes e

tubérculos. É essencialmente nesse

aparente paradoxo que reside a origem da

pesquisa em tecnologia de alimentos no

País.

No Estado de São Paulo, a então Estação

Agronômica de Campinas – que passou a

se chamar Instituto Agronômico a partir de

sua transferência para o Governo do

Estado de São Paulo, em 1892 – esteve,

desde sua criação, em 1887, intimamente

ligada ao progresso da agricultura paulista

por meio de trabalhos em pesquisa e em

experimentação. Também desde sua

fundação, a instituição considerou, entre

suas atribuições, preocupações de

natureza tecnológica. Isso pode ser

confirmado pela descrição de suas

atividades que, já em 1898, previa

“ investigações químicas e de fisiologia

vegetal e animal para aperfeiçoar a

indústria agrícola e pecuária e

desenvolver sua produção” . Em um

primeiro momento, portanto, aumento da

produção era palavra-chave no

desenvolvimento de pesquisas no setor de

alimentos.

Instituo Agronômico de Campinas

É possível perceber que durante as

diversas reestruturações pelas quais o

Instituto Agronômico passou, a área de

AAAA

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pesquisa em tecnologia de alimentos

seguiu um caminho ascendente em termos

de importância, como decorrência lógica

do aumento das necessidades dos

produtores da região. Outros fatos podem

comprovar que o setor tornava-se

imprescindível, como a criação, em 1900,

da Escola Prática de Piracicaba,

posteriormente denominada Escola

Agrícola Prática Luiz de Queiroz e hoje

chamada Escola Superior de Agricultura

Luiz de Queiroz. A necessidade de formar

mão-de-obra especializada se mostrava

inquestionável.

No âmbito do Instituto Agronômico,

principalmente uma seção ficou

responsável pela área: a Seção de Química

e Tecnologia Agrícola. Outras foram

criadas, como a Seção de Bacteriologia

Agrícola e Indústrias de Fermentação, mas

a primeira permaneceu sendo a principal

concentradora de trabalhos neste campo.

A despeito disso, uma demanda por

pesquisas continuava não sendo atendida.

As instalações da Seção de Tecnologia de

Alimentos permaneciam precárias,

incapazes de permitir uma adaptação das

tecnologias desenvolvidas para uma escala

industrial. Assim, o foco maior de suas

atividades era em análises. Nesse período,

a procura concentrava-se,

essencialmente, em técnicas de pós-

colheita que permitissem a ampliação da

vida útil dos produtos, além de

processamentos que oferecessem

alternativas à comercialização in natura, a

qual assustava os produtores pelas

grandes perdas e baixos preços

provocados pela supersafras.

Os técnicos da Seção não ficavam, porém,

alheios à urgência de ampliar a área de

tecnologia de alimentos, inclusive em

âmbito nacional. Iniciou-se, assim, uma

batalha para comprovar a necessidade de

investimentos e de uma ampliação na área

de atuação da Secretaria de Agricultura do

Estado, cujas pesquisas, por um longo

período, tinham como enfoque central o

aumento da produtividade das culturas

agrícolas. E foi a partir do empenho

destes técnicos, que tinham clara a

necessidade de uma estrutura tecnológica

e de pesquisa capaz de atender a demanda

crescente, que começou a nascer um

instituto dedicado às pesquisas na área de

alimentos pioneiro na América Latina.

A primeira iniciativa concreta no sentido

de dar à área de tecnologia de alimentos a

sua real importância aconteceu em 1947,

com o envio de técnicos do Instituto

Agronômico e de outras instituições da

Secretaria da Agricultura para

treinamentos nos Estados Unidos. A partir

daí, começavam a ser criadas as condições

que resultariam no surgimento do Instituto

de Tecnologia de Alimentos (ITAL), já que

uma das principais demandas para que a

pesquisa em tecnologia de alimentos se

desenvolvesse era a capacitação de

profissionais especializados.

A ida aos Estados Unidos e o contato com

os trabalhos que lá eram desenvolvidos na

área fizeram os pesquisadores retornarem

ao País ainda mais convencidos e

empenhados na necessidade de se criar

uma instituição exclusivamente dedicada a

pesquisar o processamento de produtos

agropecuários no Brasil. Esse

engajamento não tardou a ser

transformado em ações concretas nesse

sentido.

Em 1956, o engenheiro

agrônomo Cyro Gonçalves

Teixeira, que presidia a

Comissão Técnica de

Tecnologia Agrícola – a qual,

por si só, já representava um

avanço – envia ao então

Secretário da Agricultura uma

enfática defesa da importância

das pesquisas em tecnologia

agrícola para o fortalecimento

das atividades rurais. A

eficiência da argumentação

aliada ao contexto da época, que apontava

para a mesma demanda, transforma este

campo em prioritário.

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Como reflexo imediato, o Secretário

determina que estudos sejam realizados

com o objetivo de ampliar e fortalecer a

área dentro do Instituto Agronômico. O

resultado foi a apresentação, em 1960, de

um Plano Geral cujo objetivo era a criação

de unidades que concretizassem a

ampliação solicitada pela Secretaria de

Agricultura.

Planejamento da ampliação do ITAL

Para que isso fosse possível, foram

mobilizados recursos e esforços de

entidades nacionais e internacionais, como

a Food and Agriculture Organization

(FAO), divisão da Organização das Nações

Unidas (ONU). Finalmente, em 30 de

agosto de 1963, é criado, por meio do

Decreto nº 42.424, o Centro Tropical de

Pesquisas e Tecnologia de Alimentos

(CTPTA) cuja direção ficou a cargo do

engenheiro agrônomo André Tosello.

Mesmo ainda sendo um anexo do Instituto

Agronômico vinculado à Divisão de Solos,

Mecânica Agrícola e Tecnologia, essa é

considerada a data da fundação do ITAL.

Três anos depois, porém, já começa o

movimento que transformaria o Centro em

Instituto de Pesquisa. Em 1966, o CTPTA

passa a ser subordinado diretamente à

Secretaria da Agricultura e, em 1969, o

Decreto nº 52.167, publicado em 14 de

julho transforma o CTPTA em Instituto de

Tecnologia de Alimentos (ITAL).

Construção do ITAL

Este decreto foi editado quando era

Governador do Estado o Dr. Roberto Costa

de Abreu Sodré e Secretário da

Agricultura o Dr. Antonio José Rodrigues

Filho.

De acordo com o artigo 2º, ao Instituto de

Tecnologia de Alimentos incumbe:

I – promover a pesquisa e a aplicação

de métodos e técnicas de preparo,

armazenamento, processamento,

embalagem, distribuição e utilização

de alimentos;

II – colaborar com os institutos de

ensino superior, na formação de

especialistas em tecnologia de

alimentos;

III – colaborar com as entidades de

formação profissional de técnicos

de nível médio;

IV – proporcionar treinamento, nos

diversos níveis, para o pessoal da

indústria, estudantes e graduados;

V – assessorar os estabelecimentos

oficiais de crédito para efeito de

financiamento de projetos

relacionados com a indústria de

alimentos;

VI – executar outras tarefas correlatas.