Click here to load reader
View
2
Download
0
Embed Size (px)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFC CENTRO DE HUMANIDADES
DEPARTAMENTO DE LETRAS VERNÁCULAS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LINGÜÍSTICA
HEBE MACEDO DE CARVALHO
A ALTERNÂNCIA INDICATIVO/SUBJUNTIVO NAS
ORAÇÕES SUBSTANTIVAS EM FUNÇÃO DOS TEMPOS VERBAIS PRESENTE E IMPERFEITO NA
LÍNGUA FALADA DO CARIRI
FORTALEZA 2007
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
HEBE MACEDO DE CARVALHO
A ALTERNÂNCIA DO INDICATIVO/SUBJUNTIVO NAS ORAÇÕES SUBSTANTIVAS EM FUNÇÃO DOS TEMPOS
VERBAIS PRESENTE E IMPERFEITO NA LÍNGUA FALADA DO CARIRI
Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Lingüística da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Lingüística, Linha de pesquisa Descrição e Análise Lingüística. Orientadora: Profa. Dra. Maria Elias Soares
FORTALEZA 2007
HEBE MACEDO DE CARVALHO
A ALTERNÂNCIA INDICATIVO/SUBJUNTIVO NAS ORAÇÕES SUBSTANTIVAS EM FUNÇÃO DOS TEMPOS
VERBAIS PRESENTE E IMPERFEITO NA LÍNGUA FALADA DO CARIRI
Tese apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Lingüística da Universidade Federal do Ceará como requisito parcial à obtenção do título de Doutor em Lingüística, Linha de pesquisa Descrição e Análise Lingüística.
Aprovada em ___/___/______
BANCA EXAMINADORA
_____________________________________________ Profa. Dra. Maria Elias Soares (Orientadora)
Universidade Federal do Ceará-UFC
_____________________________________________ Prof. Dr. Dermeval da Hora
Universidade Federal da Paraíba -UFPB
_____________________________________________ Profa. Dra. Maria do Socorro Silva de Aragão
Universidade Federal do Ceará-UFC
_____________________________________________ Profa. Dra. Maria Marta Pereira Scherre
Universidade de Brasília-UnB
_____________________________________________ Profa. Dra. Márluce Coan
Universidade Federal do Ceará-UFC
A Deus, que dá Vida. Aos meus pais, que no silêncio de suas ações muito me ensinaram. A Vovô Dezinho pelos ensinamentos passados pela chuva que não vinha. A Edivan e Artur, presentes dos Céus,
Dedico.
AGRADECIMENTOS
À Vida que floresce a cada amanhecer.
Ao meu pai, sertanejo de muitas estórias, que como muitos brasileiros não conhecia o
mundo da palavra.
A minha mãe que me ensinou o valor do estudo.
Ao Edivan por me ensinar o que é ser companheiro. Ao Artur, “cavaleiro”, “guerreiro”, “D. Quixote”, por me ajudar a resgatar imagens e
fantasias já adormecidas pelo tempo.
A Tia Zaíra, em cuja casa fui acolhida e onde tudo começou.
Aos meus irmãos, “Evenor”, “Júnior”, “Hélcia”, “Paulino” e “Diego”, cujas presenças
se constroem na ausência.
Aos meus amigos, que são referenciais na busca constante pelo conhecimento.
A Aluíza pelas trocas eletrônicas, mas tão reais.
A professora Maria Elias, pelas sugestões valiosas ao longo do trabalho, pela
disponibilidade carinhosa em meio a tantos papéis e pela brilhante iniciativa de coletar os
dados do Cariri.
A professora Marta Scherre, farol dessa caminhada, sempre indicando caminhos no
cais.
A Márluce, permita-me chamar assim, que quase teve sua biblioteca transferida para
minha casa.
Aos meus alunos, “por quem os sinos dobram”.
Aos meus colegas de Departamento por tanto me ensinar ao longo desses 10 anos de
UFC.
A FUNCAP por financiar parte desse estudo.
À Universidade Pública do Brasil pela resistência.
Aos encontros, cujos nomes e imagens não lembro agora, mas serão evocados em
gestos e atitudes que ajudaram a constituir esse percurso.
Liberdade! Liberdade! Abre as asas sobre nós E que a voz da igualdade Seja sempre a nossa voz. (Niltinho Tristeza, Preto Jóia,
Vicentinho E Jurandir)
RESUMO Invest igamos neste estudo a alternância dos modos indicativo e subjuntivo na língua falada do Cariri, região que f ica ao sul do estado do Ceará. Uti l izamos o corpus do Projeto Português não-padrão do Ceará, sediado no Programa de Pós-Graduação em Lingüística da Universidade Federal do Ceará. O objetivo central dessa investigação é captar a variação dos modos indicativo e subjuntivo na língua falada da região em foco, descrever e analisar os ambientes favoráveis e de restrição ao uso do subjuntivo. Controlamos contextos l ingüísticos favoráveis à alternância indicativo/subjuntivo e contextos considerados obrigatórios do modo indicativo e do modo subjuntivo, a fim de compreender não somente a alternância, mas a distr ibuição do subjuntivo nas orações substantivas, a fim de demonstrar que em ambientes de alternância a força modal se encontra na carga semântica do verbo matriz, estando as formas indicat ivo/subjuntivo atuando apenas como variantes morfológicas desprovidas da sua função precípua de modo. Os dados foram quanti ficados por meio do pacote de programas VARBRUL e analisados à luz da Teoria da Variação e de pressupostos funcional istas (GIVÓN, 1984; 1995; 2001) para o modo subjuntivo. Realizamos rodadas separadas por tempo verbal. Controlamos as orações no presente do indicativo vs. presente do subjuntivo e as orações no pretérito imperfeito do indicativo vs. pretérito imperfeito do subjuntivo. Os resultados constatam a interferência de condicionadores l ingüísticos e sociais no uso da alternância dos modos indicat ivo e subjuntivo. Verificamos que os fatores estruturais t ipo de verbo da oração matriz e modalidade revelam-se relevantes na distribuição do subjuntivo. O grupo de fatores anos de escolarização não reflete influências no uso do subjuntivo. Nos dados, informantes com nenhuma escolaridade formal usam mais o subjuntivo do que estudantes com mais de 11 anos de escolaridade. Ao realizamos uma rodada agrupando falantes de 0-4 anos, 5-11 anos e mais de 11 anos de escolaridade o grupo de fatores não foi selecionado como significativo nos dados do presente. Nas rodadas referentes ao imperfeito, ainda que com poucos dados, esse grupo também não se mostrou significat ivo. Em l inhas gerais, a força modal da sentença se concentra na carga semântica do verbo principal, sendo a alternância das formas indicat iva/subjuntiva, na comunidade de fala estudada, produto de complexas interações de fatores l ingüísticos de natureza sintático-semântica e discursiva, especificamente, t ipo de verbo da oração, estrutura da assertiva e modalidade.
PALAVRAS-CHAVE: Alternância subjuntivo/indicativo. Sociol ingüística. Variação. Modo subjuntivo. Modalidade.
ABSTRACT In this study, we investigate the alternation between the indicative and subjunctive modes in
the spoken language of Cariri, a region in the south of the state of Ceará, Brazil. We use the
corpus from the “Project Non-standard Portuguese in Ceará”, which is part of the Post-
Graduation Program in Linguistics at Federal University of Ceará. The main objective of this
work is to pick up the variations of the indicative and subjunctive modes in the spoken
language of the Cariri region, as well as describe and analyze the environment favorable and
restricted to the subjunctive use. We controlled linguistic contexts favorable to the alternation
between indicative and subjunctive modes and contexts considered obligatory to these modes,
in order to understand not only the alternation, but also the distribution of the subjunctive in
noun clauses, in order to show that in alternation environments the modal strength is found in
the semantic power of the main verb, being the indicative and subjunctive forms acting just as
morphological variations without their main function of mode. The data were quantified by
VARBRUL package programs and analyzed according to the Theory of Variation and the
functionalist hypotheses (GIVÓN, 1984; 1995; 2001) to the subjunctive mode. We made
rounds and separated them according to the verb tense. We controlled the clauses in the
present of indicative vs. the present of subjunctive and the clauses in the past of indicative vs.
the past of subjunctive. The results show the interference of linguistic and social conditioners
in the use of alternation between the indicative and subjunctive modes. We notice that the
structural factors, type of verb in the main clause and modality, show themselves relevant in
the distribution of the subjunctive. The group of factors schooling years does not reflect
influence in the use of the subjunctive. In the data, the informants with no formal education
use the subjunctive more than the students with over eleven years of education. By making a
round grouping speakers with 0-4, 5-11 and over 11 years of education, the group of factors
was not selected as signifi