4. COMPRESSÃO 4.1. INTRODUÇÃO · PDF filea ABNT (1997) abandonou a idéia da flambagem e adotou a idéia da existência de 47. excentricidades, do esforço, nas peças comprimidas

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  • 4. COMPRESSO 4.1. INTRODUO Devido a anisotropia do material, a madeira tem comportamento distinto quando submetida a compresso em diferentes direes, em relao s suas fibras, assim deve-se estudar o fenmeno, em cada direo, separadamente. Na figura 22 so apresentadas peas de madeira submetidas a compresso em diferentes direes.

    a) Compresso paralela: encurtamento das clulas da madeira ao longo de seu eixo longitudinal.

    b) Compresso normal:

    esmagamento das clulas da madeira perpendicularmente ao eixo longitudinal.

    c) Compresso inclinada:

    age tanto paralela como perpendicularmente s fibras.

    FIG.22 Compresso em peas de madeira. Fonte: RITTER (1990) apud CALIL JNIOR &

    BARALDI (1998) 4.2. COMPRESSO PARALELA A maioria dos estudos sobre a compresso paralela foi feito utilizando madeira verde. Para a madeira verde o diagrama tenses x deformaes apresenta um trecho inelstico bastante expressivo, como se apresenta na figura 23. Nestas condies as peas de madeira submetidas compresso paralela s fibras podem apresentar trs estados limites ltimos distintos: ruptura da seo por tenses de compresso paralela; sofrer flambagem (ver figura 24) com um nvel de tenses correspondentes ao trecho elstico de comportamento do material, ou sofrer flambagem com um nvel de tenses correspondentes ao trecho inelstico. A ABNT (1997) toma por base a condio-padro de referncia, na qual a umidade da madeira 12%, e faz as devidas correes na resistncia de clculo atravs do coeficiente de modificao kmod. Como para madeira seca o trecho inelstico bem menor, a norma brasileira adota um diagrama tenses-deformaes linear at a ruptura (NBR 7190/1997, anexo F, item F.8). Nestas condies as peas de madeira submetidas compresso paralela s fibras podem apresentar dois estados limites ltimos distintos: ruptura da seo por compresso paralela ou sofrer flambagem elstica. Por outro lado, defeitos de montagem da estrutura, de modelagem das peas e outros, impedem, na prtica, a centralizao perfeita do esforo no elemento estrutural de madeira. Por este motivo a ABNT (1997) abandonou a idia da flambagem e adotou a idia da existncia de

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  • excentricidades, do esforo, nas peas comprimidas esbeltas, que acarretam um problema de flexo-compresso. A ABNT (1997), ainda subdivide o problema das peas esbeltas tendo em vista que para as peas de menor esbeltez a excentricidade causada pela fluncia (ao longo do tempo) desprezvel.

    FIG. 23 Diagrama tenses x deformaes,

    tpico da madeira verde submetida compresso.

    FIG. 24 Pea de madeira em processo de

    flambagem ou perda de estabilidade lateral. Fonte: RITTER (1990) apud CALIL JNIOR & BARALDI (1998)

    Assim o dimensionamento de peas submetidas a esforos de compresso paralela s fibras, considerando os nveis do ndice de esbeltez () fixados pela ABNT (1997), se subdivide em:

    Peas curtas ( 40 ) Apresenta o estado limite ltimo de ruptura da seo por tenses normais de compresso;

    Peas medianamente esbeltas ( 8040

  • Apoiando-se nas disposies da ABNT (1997), BARALDI & LOGSDON (1998) apresentaram um roteiro prtico para o dimensionamento de peas submetidas compresso paralela, que apresentado a seguir. 4.2.1. ROTEIRO COMPRESSO PARALELA 1 Determinar as seguintes caractersticas geomtricas da seo: rea da seo transversal (A);

    momento de inrcia, em relao ao plano de flexo em que se est verificando a condio de segurana, (I); raio de girao mnimo da seo (imin); e a distncia da linha neutra borda comprimida (yc).

    2 Determinar o ndice de esbeltez do elemento estrutural (), a partir de suas

    caractersticas geomtricas, definindo o tipo de pea.

    Se 40 PEA CURTA Se 8040 PEA ESBELTA, mas de uso proibido Onde: L0 = comprimento terico de referncia (ver figura 25), e imin = raio de girao mnimo da seo transversal da pea.

    FIG. 25 Comprimento terico de referncia. 3 Determinar o mdulo de elasticidade efetivo ( ) e a resistncia de clculo ( ). ef,cE 0 d,cf 0

    m,cmodef,c EkE 00 = e wc

    k,cmodd,c

    fkf

    0

    0 =

    Onde: kmod = coeficiente de modificao; Ec0,m = mdulo de elasticidade mdio, extrado do ensaio de compresso paralela s fibras;

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  • k,cf 0 = resistncia caracterstica a compresso paralela s fibras;

    wc = coeficiente de ponderao das resistncias. 4

    Determinar os valores das excentricidades (desnecessrio para as peas curtas)

    Excentricidade acidental ( ) ae 303000 hLea =

    Onde: L0 = comprimento terico de referncia, e h = altura da seo transversal referente ao plano de verificao.

    Excentricidade inicial ( e ) id

    qdgd

    d

    di N

    MMNM 111e

    +==

    Onde: M1gd e M1qd = valores de clculo, na situao de projeto, dos momentos devidos s cargas

    permanentes e s cargas variveis, respectivamente dN = valor de clculo do esforo normal.

    OBS.: Nos problemas de compresso paralela ei =0, pois no existe momento aplicado. Excentricidade de 1a ordem ( ) 1e ai eee +=1

    Excentricidade devida fluncia ( e ) c ( )( )[ ]

    ( )[ ]

    +=

    ++

    ++

    1exp 2121

    qkgkE

    qkgk

    NNFNN

    aigc ee

    e

    O

    nde:

    gd

    dgig N

    Me ,1= e 121 +

    OBS.: Os coeficientes 1 e 2 foram fornecidos na tabela 10, do captulo 2, e o coeficiente de

    fluncia apresentado, a seguir, na tabela 24. Excentricidade efetiva de 1a ordem ( e ) eef,1 caicef eeeee ++=+= 1,1

    Medianamente esbelta

    =dE

    Ed NF

    Fee 1

    Excentricidade de clculo (ed)

    Esbelta

    =dE

    Eefd NF

    Fee ,1

    50

  • O

    nde:

    FE = carga crtica, dada por: 20

    ,02

    LIE

    F efcE

    = ;

    I = momento de inrcia da seo transversal da pea relativo ao plano de flexo em que se est verificando a condio de segurana;

    efcE ,0 = mdulo de elasticidade efetivo compresso paralela. OBS.: O operador [ , contido nas expresses da excentricidade de clculo, tem

    origem no fator ])/( dEE NFF

    ([ d FN1/1 )]E , que TIMOSHENKO (1948) mostra considerar o efeito do esforo normal sobre a flexo (efeito de segunda ordem).

    TAB. 24 COEFICIENTE DE FLUNCIA

    CLASSES DE UMIDADE

    CLASSES DE CARREGAMENTO (1) e (2) (3) e (4)

    Permanente ou de longa durao 0,80 2,00 Mdia durao 0,30 1,00 Curta durao 0,10 0,50 OBS.: Fonte: NBR 7190/1997. 5 Momento de clculo (Md)

    ddd eNM = 6 Verificaes a) Peas curtas (40)

    cdd

    cd fAN

    =

    Onde:

    cd = tenso de compresso atuante (valor de clculo);

    dccd ff ,0= = resistncia de clculo compresso paralela. b) Peas medianamente esbeltas (40

  • Verificar a instabilidade (por flexo-compresso), no ponto mais comprimido da seo:

    0,1,0,0

    +dc

    Md

    dc

    Nd

    ff

    , com A

    N dNd = e c

    dMd yI

    M.=

    Onde:

    Nd = valor de clculo da tenso de compresso devida fora normal de compresso;

    Md = valor de clculo da tenso de compresso devida ao momento fletor. OBS.: Segundo HELLMEISTER (1977), no so descontados da seo transversal, de uma pea

    submetida a compresso, os furos de parafusos ou entalhes das ligaes. S se consideram redues na rea da seo transversal de peas solicitadas a compresso, quando o espao correspondente no for satisfatoriamente preenchido, ou quando o material de preenchimento for mais compressvel que a madeira.

    c) Verificao da resistncia flexo-compresso para elementos estruturais com >40. Na verificao da resistncia compresso paralela s fibras a norma brasileira considera, para peas que apresentam >40, a ocorrncia de flexo-compresso. A condio de segurana expressa pela mais rigorosa das duas expresses abaixo, com os esforos sendo considerados aplicados ao ponto mais solicitado da borda mais comprimida:

    0,1,0

    ,

    ,0

    ,2

    ,0

    , ++

    dc

    dMyM

    dc

    dMx

    dc

    dNc

    fk

    ff

    e 0,1,0

    ,

    ,0

    ,2

    ,0

    , ++

    dc

    dMy

    dc

    dMxM

    dc

    dNc

    ffk

    f

    Onde: Nc,d = valor de clculo da parcela de tenso normal atuante em virtude apenas da fora

    normal de compresso; fc0,d = resistncia de clculo compresso paralela s fibras; Mx,d e My,d = tenses mximas devidas s componentes de flexo atuantes segundo as direes

    principais, e kM = coeficiente de correo, sendo:

    seo retangular kM = 0,5; outras sees transversais kM = 1,0.

    OBS.: 1 Para esta verificao a relao da tenso normal atuante com a resistncia

    compresso considerada como uma funo quadrtica devido a plastificao da seo solicitada pela compresso, e o mesmo vale com relao ao coeficiente kM.

    2 Para um problema tpico de compresso paralela, em pea esbelta, a verificao deste estado limite desnecessria, pois a pea perde estabilidade lateral muito antes de iniciar a plastificao da seo.

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  • 7 Concluses Atendidas as verificaes do passo 6 (Sd Rd ou 0,1dd RS ), o elemento estrutural suporta os esforos. Entretanto se estas verificaes forem satisfeitas com folga (Sd

  • dcndist

    ddcdcndc fA

    Ff ,90,90,90,90 .. =

    Onde: c90,d = tenso atuante, de clculo, devido a compresso normal; n = coeficiente de correo da resistncia, funo da extenso do carregamento

    paralelamente s fi