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1 GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO “DEP. EST. RENE BARBOUR” DEP. DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS LARISSA MENDES E MORO EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ÓLEO DE BURITI E APROVEITAMENTO DA TORTA RESIDUAL

22.09 BURITI

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSOCAMPUS UNIVERSITÁRIO “DEP. EST. RENE BARBOUR”

DEP. DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

LARISSA MENDES E MORO

EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ÓLEO DE BURITI E

APROVEITAMENTO DA TORTA RESIDUAL

Barra do Bugres- MT

2012

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GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSOSECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO GROSSOCAMPUS UNIVERSITÁRIO “DEP. EST. RENE BARBOUR”

DEP. DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS

EXTRAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO ÓLEO DE BURITI E

APROVEITAMENTO DA TORTA RESIDUAL

Projeto de Pesquisa submetido ao Departamento de Engenharia de Alimentos em /

/2012, como um dos pré-requisitos para matrícula na disciplina Monografia I.

Aluno(a): Larissa Mendes e Moro. Assinatura:

Matrícula: 08.2.52.07

Telefone e e-mail: 65 99579792 e-mail: [email protected]

Orientador (a): Ellen Godinho Pinto.

De acordo:

Co-orientador: Etney Neves

Área de Pesquisa: Tecnologia de Alimentos

Palavras-chaves: 1. Buriti

2.

3.

Barra do Bugres-MT

2012

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3

SUMÁRIO

1 TEMA......................................................................................................................................4

2 DELIMITAÇÃO DE TEMA...................................................................................................4

3 PROBLEMA DE PESQUISA.................................................................................................4

4 HIPÓTESE...............................................................................................................................4

5 OBJETIVOS............................................................................................................................4

5.1 OBJETIVO GERAL.............................................................................................................4

5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO....................................................................................................4

6 JUSTIFICATIVA....................................................................................................................5

7 REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................................................5

7.1 BURITI.................................................................................................................................5

7.1.1 FUNÇÃO DOS NUTRIENTES PRESENTES NO BURITI............................................7

8 METODOLOGIA..................................................................................................................12

8.1 ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA...........................................................................................12

8.1.1 ANÁLISE DA POLPA DO BURITI IN NATURA..........................................................13

8.1.2 SECAGEM DA POLPA DO BURITI.............................................................................14

8.2 ANÁLISE DO PRODUTO.................................................................................................14

8.3 ANÁLISE SENSORIAL....................................................................................................14

8.4 ANALISE ESTATÍSTICA.................................................................................................15

9 CRONOGRAMA...................................................................................................................15

REFERÊNCIAS (FALTA ORGANIZAR E FORMATAR)....................................................16

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4

PROJETO DE PESQUISA

1 TEMA

Extração do óleo do buriti e aproveitamento da torta residual na elaboração de um

produto.

2 DELIMITAÇÃO DE TEMA

Obtenção do óleo de buriti rico em carotenoide, estudar uma faixa ótima de

estabilidade para sua utilização em diferentes solventes e temperatura. Utilizar a torta residual

para compor nutricionalmente um produto.

3 PROBLEMA DE PESQUISA

O buriti é um fruto típico do cerrado rico em nutrientes e pouco explorado. Com o

estudo pretende-se extrair o óleo, realizar as analises para verificar a qualidade e a

composição do mesmo. A partir do resíduo obtido, que será submetido a analises físico

químicas e posteriormente, aplicado no enriquecimento de um produto. Deverá ser verificada

a qualidade e a composição dos nutrientes no resíduo, elaborando um produto de qualidade

nutricional para a população e consequentemente, popularizar o fruto.

4 HIPÓTESE

A polpa e o óleo são aplicados na culinária regional bem como na elaboração de

cosméticos, porem o resíduo obtido após a extração do óleo, até então, não possui uma

aplicação. Então, será possível a aplicação do resíduo na indústria de alimentos visando o

aproveitamento total do fruto?

5 OBJETIVOS

Este tópico abordará a finalidade do projeto, explicitando o propósito do estudo.

5.1 OBJETIVO GERAL

Utilização da técnica de extração, no intuído de obter o óleo rico em carotenoides do

buriti, para aplicação da torta residual na elaboração de alimento que contribuirá para

indústria alimentícia.

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5

5.2 OBJETIVO ESPECÍFICO

Destacar a importância dos nutrientes no fruto.

Determinar a melhor solução para extração, e caracterização do óleo.

A partir do resíduo, desenvolver um produto para o aproveitamento total do fruto.

Realizar uma avaliação sensorial, de aceitação do produto.

6 JUSTIFICATIVA

O fruto buriti é vasto na região amazônica e no cerrado. Possui um alto poder

antioxidante, devido a presença de β-caroteno, percursor da vitamina A. É rico em vitaminas

A, B, C, E, em fibras, óleos insaturados e minerais.

A polpa é utilizada na fabricação de sorvetes, picolés e vinhos, o óleo é utilizado na

elaboração de hidratantes, loções, sabão e na cozinha. Apesar de estar presente na culinária

regional, há raros trabalhos para elaboração de produtos alimentícios para a indústria.

O resíduo obtido após a extração do óleo na maioria das vezes é descartado, sendo

assim, uma oportunidade para desenvolver um produto utilizando os nutrientes existentes na

torta residual, aproveitando por completo o fruto, destacando o potencial do mesmo para a

área de pesquisa.

7 REFERENCIAL TEÓRICO

7.1 BURITI

O buriti, também conhecido como: miriti, palmeira-do-brejo ou carandai-guaçú, é

uma das palmeiras mais interessantes do território brasileiro. Existem duas espécies do buriti

a Mauritia flexuosa nativa do Peru e a Mauritia vinífera nativa no Brasil. Se encontra nas

regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002;

RIBEIRO, 2008).

O buriti é uma espécie dióica, ou seja, existem buritis machos e buritis fêmeas. Os

machos florescem nos mesmos meses que as fêmeas, porém nunca produzem frutos. O

buritizeiro pode medir 40 m de altura e possui um caule de 13 a 55 cm de diâmetro, com

ramos de 20 a 30 folhas com 5 a 6 m de comprimento, gerando de 1 a 10 cachos porem a

média são de 4 cachos em safra boa, produzindo de 450 a 2000 frutos por cacho, sendo estes

variando entre 5 a 7 cm de diâmetro e de 15 a75 g cada (SAMPAIO, 2011).

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A palmeira buriti é encontrada isolada ou em grupos, sempre em terrenos úmidos ou

pantanosos, sua existência esta relacionada com a água (GOMES, 2007).

Figura 1- Palmeira buriti

FONTE: CARIOCADARIO, 2010

O fruto do buriti é coberto por uma casca com o formato de escamas, possui cor

marrom-avermelhadas, protegendo o fruto de ataque de animais e evitando também a entrada

de água. A massa, ou polpa do fruto, é alaranjada e comestível. A bucha que tem aparência de

isopor fica debaixo das escamas e da polpa do fruto. A bucha envolve o caroço, ou semente,

sendo importante para que os frutos boiem e sejam carregados pela água até um local para

germinação. Geralmente, existe apenas um caroço em cada fruto, porém, é possível encontrar

frutos sem caroço e frutos com dois caroços (SAMPAIO, 2011).

Figura 2- Frutos do buriti

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7

FONTE: AGÊNCIA NOTÍCIAS DO ACRE

Os frutos são ricos em vitaminas A, B, C, E, em fibras, óleos insaturados e ferro. É

uma das frutas que mais contém vitamina A ou caroteno no mundo. O buriti possui 20 vezes

mais vitamina A que a cenoura (SAMPAIO, 2011).

7.1.1 Função dos Nutrientes presentes no buriti

De acordo com Ribeiro (2008), o buriti é um alimento regulador, devido sua rica

composição, em nutrientes como vitaminas, minerais e fibras. Serão destacadas as funções

dos nutrientes, determinando sua eficiência reguladora do organismo. Seguindo as

informações contidas abaixo, na tabela 1.

Tabela 1- Composição nutricional do buriti, considerando 100 g do produto.

Componente Quantidade

Calorias 144,00 kcal

Proteínas 2,60g

Lipídeos 11,00g

Glicídios 13,10g

Fibras 7,60g

Cálcio 156,00 mcg

Fósforo 54,00mg

Ferro 5,00mg

Retinol 6.000 mg

Vitamina B1 0,03mg

Vitamina B2 0,23mg

Niacina 0,70mg

Vitamina C 26,00mg

FONTE: IBGE, 1999

7.1.1.1 Carotenoide

Carotenoides é um dos principais grupos de pigmentos naturais devido a ampla

distribuição, diversidade estrutural e inúmeras funções. São pigmentos lipossolúveis, com

uma variação entre as cores: amarelo, laranja e vermelho. Estão presentes em várias frutas e

vegetais (RIBEIRO; SERAVALLI, 2004).

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Ao ingerir alimentos fonte deste componente, principalmente α e β-caroteno, o

intestino e o fígado os transformam em vitamina A (RIGUEIRA, 2003).

A vitamina A é um termo utilizado para descrever os compostos com atividade

biológica do retinol. Exerce funções importantes no organismo como ação protetora da pele,

das mucosas, no bom funcionamento da visão e da estrutura do olho (RIGUEIRA, 2003 apud

SANO et al. 1998).

Estudos comprovam que dietas ricas em carotenoides estão associadas à redução dos

riscos de incidência de câncer e doenças cardiovasculares, bem como na proteção de

membranas celulares lipoproteínas contra danos oxidativos por oferecer uma mistura

adequada de fitoquimicos (MONTEIRO, 2008; COSTA; VIEIRA, 2004).

De acordo com a tabela 1, o buriti possui 6000mg de retinol (β-caroteno), sendo um

fruto rico em vitamina A.

7.1.1.2 Vitamina C

O ácido ascórbico é um carboidrato que pode ser sintetizado a partir do D-glicose ou

D-galactose por diversos animais. O ácido ascórbico pode ser oxidado em ácido

dehidroascórbico na presença de íons metálicos, calor, luz ou em condições levemente

alcalinas, com pH acima de 6, perdendo a atividade da vitamina C (RIBEIRO; SERAVALLI,

2007).

É um sólido branco, cristalino com ponto de fusão entre 190 e 192ºC, é solúvel em

água e etanol absoluto, é insolúvel em solventes orgânicos comuns como clorofórmio benzeno

e éter. No estado sólido é estável, em solução sofre oxidação facilmente, de reação de

equilíbrio para o ácido L-desidroascórbico (BOBBIO; BOBBIO, 2003).

A causa da degradação da vitamina C é a oxidação, tanto aeróbica como anaeróbica,

levando a formação de pigmentos escuros. Com a ação da luz é rapidamente destruída. A

estabilidade da vitamina C aumenta em temperaturas baixas, e se degrada durante o

aquecimento de alimentos, mais existe degradação durante o congelamento e no

armazenamento de alimentos em baixas temperaturas (BOBBIO; BOBBIO, 2003).

A vitamina C é encontrada em varias plantas, em diversas concentrações. Frutas

cítricas e vegetais verdes frescos são as maiores fontes desta vitamina. O buriti não é fonte da

vitamina C mais apresenta uma quantidade relativa, cerca de 26mg/100g, a goiaba possui

200mg/100g, o limão 80mg/100g, o morango 60mg/100g, a laranja 50mg/100g e tangerinas

30mg/100g. (BOBBIO; BOBBIO, 2003).

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9

7.1.1.3 Vitamina B1 – tiamina

A vitamina B1 conhecida também por tiamina, aneurina e orizanina, é encontrada em

diversos animais e vegetal bem como em leveduras e gérmen de cereais. É essencial para o

funcionamento do sistema nervoso, em uma dieta deficiente de tiamina pode causar beribéri e

polineurite, são doenças causadas por perturbações no sistema nervoso, hipertrofia do

coração, podendo causar a morte por falha cardíaca (BOBBIO; BOBBIO, 2003).

Essa vitamina sofre perdas por lixiviação, destruída pela luz ultravioleta e por ação

de dióxido de enxofre ou sulfitos, é estável nas temperaturas de processamento de alimentos.

Sofre oxidação em compostos colorido tiocromo. Quimicamente é uma base hidrogenada,

encontrada na maioria das vezes, na forma de cloreto-hidrocloreto (RIBEIRO; SERAVALLI,

2007).

O buriti possui 0,03mg em 100g de polpa não é fonte de vitamina B1. Os cereais

possuem maior quantidade de vitamina como o farelo de arroz 2,50mg/100g, o arroz integral

0,50mg/100g, a farinha de trigo integral 0,45mg/100g e o centeio 0,40mg/100g (BOBBIO;

BOBBIO, 2003).

7.1.1.4 Vitamina B2- riboflavina

A vitamina B2, também denominada riboflavina ou lactoflavina. É um cofator de

reações enzimáticas e sua deficiência causa doenças como inflamação da língua e da boca,

perturbações do aparelho digestivo, dermatite seborreica e distúrbios oculares. É importante

para o crescimento (BOBBIO; BOBBIO, 2003; RIBEIRO; SERAVALLI, 2007).

Riboflavina pertence ao grupo de pigmentos fluorescentes amarelos denominados

flavinas. É encontrada pura na forma de cristais amarelos. É estável ao calor, oxidação e a

ácidos, solúvel em água e instável em meio alcalino. Sofre clivagem da molécula de ribitol em

presença de luz, formando a lumilactoflavina (RIBEIRO; SERAVALLI, 2007).

Por ser estável ao calor e a hidrossolubilidade, pouca quantidade de vitamina B2 é

perdida no cozimento e no processamento de alimentos. Porem devido sua sensibilidade a

álcalis, a adição de bicarbonato de sódio em alguns produtos alimentícios destrói grande parte

da vitamina. Quando é ingerida isoladamente cerca de 15% são absorvido pelo organismo,

mas se ingerida junto com alimentos a quantidade absorvida pelo organismo chega até 60%

(RIBEIRO; SERAVALLI, 2007).

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Existem várias fontes naturais de riboflavina, mais em pequenas quantidades

principalmente na forma de nucleotídeos (BOBBIO; BOBBIO, 2003).

O buriti possui 0,23mg em 100 gramas, possuindo maior quantidade de vitamina B2

que encontrada em carne de carneiro, farinha de trigo integral e leite de vaca 0,2mg/100g

(BOBBIO; BOBBIO, 2003).

7.1.1.5 Niacina

Niacina ou ácido nicotídico é um material esbranquiçado cristalino, estável quando

seco. Possui melhor estabilidade que a tiamina e a riboflavina. É resistente ao calor, luz,

oxigênio, ácidos e álcalis. Uma parte desta vitamina é perdida na agua durante o cozimento.

A função da niacina no organismo é agir como um componente das coenzimas

nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD) e nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato

(NADP). São coenzimas relacionadas ao metabolismo dos açúcares, respiração celular e

síntese de gordura. A síntese da niacina pode acontecer parte pelas bactérias na flora intestinal

como também pode ocorrer a partir do triptofano (RIBEIRO; SERAVALLI, 2007).

A deficiência da niacina é caracterizada pela fraqueza muscular, anorexia, indigestão

e erupção cutânea. Se a deficiência for grave, o individuo pode ter pelagra caracterizada por

dermatite, demência, diarreia, tremores e língua amarga (RIBEIRO; SERAVALLI, 2007).

As principais fontes desta vitamina são principalmente carnes, cereais e fígado. Em

alguns grãos de cereais o ácido nitínico é encontrado ligado a carboidratos, fenóis e peptídeos,

sendo assim, não possui atividade da niacina, somente se passar por uma hidrolise (BOBBIO;

BOBBIO, 2003).

No buriti a quantidade de niacina é de 0,70mg em 100g de fruto, possui uma

quantidade boa se comparada com ovos (0,05mg/100g) e leite de vaca (0,10mg/100g). O atum

é fonte de niacina por conter 13mg/100g, na sardinha a quantidade disponível é a mesma

encontrada na carne de frango, cerca de 8mg/100g (BOBBIO; BOBBIO, 2003).

7.1.1.6 Cálcio, fósforo e ferro

O cálcio é um elemento fundamental ao organismo, e sua importância está

relacionada às funções que o mineral desempenha, principalmente na saúde óssea, desde a

formação e manutenção da estrutura como também na mineralização óssea (SIGULEM;

TADDEI, 2004).

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O cálcio e o fósforo são importantes para a mineralização óssea fetal e pós-natal. O

período de maior desenvolvimento esquelético e de mineralização óssea (TRINDADE, 2005).

O fósforo é importante para os tecidos de todas as células vegetais e animais. No

organismo humano, aproximadamente 4/5 do fósforo encontram-se na estrutura dos ossos e

dentes. Atuando em equilíbrio com o cálcio no organismo. Auxilia o corpo na utilização das

vitaminas e armazena a energia obtida do metabolismo de macronutrientes. Participa da

formação do DNA e das membranas celulares. Mantem a estabilidade do pH. Fontes de

fósforo: carnes, aves, peixes, ovos, leite e seus derivados, nozes, cereais, grãos integrais e

legumes (ALVARENGA, 2001).

O ferro é um componente fundamental da hemoglobina e de algumas enzimas do

sistema respiratório. A ausência de ferro resulta em anemia. Para que a absorção deste mineral

no organismo seja maior, deve acompanhar a refeição de vitamina C. As fontes de ferro são as

carnes: bovina, porco e frango (Ministério da Saúde, 2008).

O buriti contem 156 mg de cálcio, 54mg de fósforo e 5mg de ferro, é fonte de

minerais porem necessita de complementos.

7.1.1.7 Sólidos solúveis, açúcares totais e acidez

Sólidos solúveis indica a quantidade em grama de sólidos dissolvidos na polpa da

fruta ou no suco. Quanto mais madura a fruta está, maior será o seu grau brix (RIGUEIRA,

2003).

O brix e a acidez são parâmetros que a indústria utiliza para determinar a qualidade

de fruta. O grau brix fornece informações como o amadurecimento mínimo das frutas frescas

e define um padrão para o processamento de frutas, mantendo um padrão de qualidade. Com

a maturação, há uma diminuição da acidez, aumentando a relação brix/acidez (RIGUEIRA,

2003).

O teor de açúcar é importante ser analisado para verificar o grau de doçura da fruta.

O teor de açúcares totais corresponde de 65% a 85% do teor de sólidos totais, sendo uma

medida direta do flavor (RIGUEIRA, 2003).

O buriti contem 13,10g de açúcares totais, portanto, não é uma fruta doce.

7.1.1.8 Ácidos graxos

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12

Os ácidos graxos pertencem a uma classe de compostos orgânicos que originam os

lipídeos, os quais são de vital importância na construção da membrana celular, presentes na

epiderme e protegem e fazem parte da barreira da pele evitando assim sua desidratação na

perda de água através da pele. O organismo não produz estes ácidos graxos, sendo importante

sua ingestão. (PEREIRA FILHO, 2010)

Na tabela 2, de acordo com Bicalho (2006), contem a composição do óleo de buriti

em ácidos graxos, vale ressaltar a quantidade de ácido oleico 79,2%, um tipo de acido graxo

mono insaturado presente no azeite de oliva e está associado à prevenção de doenças

cardiovasculares.

Tabela 2- Composição do óleo de buriti em ácidos graxos

Ácido palmítico 16,3%

Ácido Palmitoleico 0,4 %

Ácido Esteárico 1,3 %

Ácido Oleico 79,2 %

Ácido Linoleico 1,4 %

Ácido Ninolênico 1,3 %

Total 99,9%

FONTE: BICALHO,2006

8 METODOLOGIA

O presente trabalho será realizado na Universidade do Estado de Mato Grosso,

Campus Universitário Deputado Estadual Renê Barbour, localizado na cidade de Barra do

Bugres. As análises físico-químicas serão realizadas no laboratório de Química, e as análises

sensoriais serão realizadas no laboratório de Tecnologia de Alimentos.

O buriti in natura será adquirido ....

Para preparação das amostras será retirada partes comestíveis em quantidade

suficiente para análise em triplicata e eventuais repetições do ensaio. Deverá ser conservada

ao abrigo de umidade, da luz e de contaminações. É necessário manter em temperatura mais

baixa que a do ambiente. Caso precise, a amostra deve ser homogeneizada em liquidificador

ou multiprocessador (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008).

8.1 ANÁLISE FÍSICO-QUÍMICA

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As análises físico-químicas serão realizadas em triplicata, e estão de acordo com o

Instituto Adolfo Lutz, 2004.

8.1.1 Análise da polpa do buriti in natura

As análises na polpa do buriti serão realizadas para obter os valores biológicos da

fruta sem tratamento e acompanhar as variações durante todos os processos de transformação.

Serão realizadas as seguintes analises: umidade, acidez, ºBrix, pH, cinzas, vitamina C e

betacaroteno, que serão descritas abaixo.

8.1.1.1 Umidade

A umidade será determinada pelo método 012/IV por secagem direta em estufa a

105ºC até peso constante.

8.1.1.2 Acidez

De acordo com o método 016/IV, a acidez é determinada através da titulação de

hidróxido de sódio (NaOH) a 0,1M.

8.1.1.3 ºBrix

A determinação de sólidos solúveis por refratometria, para frutas e produtos de

frutas, está descrito no método 315/IV.

8.1.1.4 pH

O pH é determinado por pHmetro de bancada, através do contato direto na amostra,

conforme o método 017/IV.

8.1.1.5 Cinzas

Cinzas são os resíduos obtidos por aquecimento do produto em temperatura entre

550-570°C. O resíduo representa a substância inorgânica presente na amostra proposto pelo

método 018/IV.

8.1.1.6 Vitamina C

A determinação da vitamina C ou ácido L-ascórbico, em alimentos in natura ou

enriquecidos, é realizado de acordo com o método 364/IV através da solução de 0,02M de

iodato de potássio.

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8.1.1.7 Identificação de Betacaroteno

Segundo o método 122/IV, a identificação de betacaroteno é realizada pelo

espectrofotômetro UV/VIS.

8.1.2 Secagem da Polpa do Buriti

A polpa terá como pré-tratamento a secagem, para que se possa facilitar a extração

do óleo do buriti. Será desidratada na estufa para comparar a relação tempo/temperatura, e a

influência na qualidade e no rendimento do óleo que será obtido posteriormente na extração.

O tempo e a temperatura serão definidos por testes preliminares. Posteriormente serão

realizadas as análises: acidez, pH, umidade e identificação de betacaroteno descritas no tópico

8.1.1.

8.1.2.1 Extração Lipídeos

Os lipídios serão determinados pelo método 032/IV e 035/IV por extração

direta em Soxhlet, modificado pelo autor, usando como pré-tratamento a secagem.

8.2 ANÁLISE DO PRODUTO

As análises do produto serão realizadas com o objetivo de avaliar os nutrientes

existentes no produto final, verificar se o produto contem nutrientes benéficos para saúde e

que possa contribuir para uma dieta saudável.

O produto passará por diversas analises, assim como a polpa in natura e o óleo.

8.3 ANÁLISE SENSORIAL

O teste escolhido foi o afetivo, em que o julgador expressa seu estado emocional ou

reação afetiva ao escolher um produto. É utilizado para verificar a preferencia do consumidor

por um determinado produto. Será aplicado em escala laboratorial com 50 julgadores não

treinados.

O teste afetivo de aceitação por escala hedônica. o indivíduo expressa o grau de

gostar ou de desgostar de um determinado produto, de forma globalizada ou em relação a um

atributo específico. As escalas mais utilizadas são as de 7 e 9 pontos, que contêm os termos

definidos entre “gostei muitíssimo” e “desgostei muitíssimo” contendo um ponto

intermediário com o termo “nem gostei nem desgostei”. A figura 3 é o modelo de ficha que

será utilizada na analise sensorial com 9 pontos (INSTITUTO ADOLFO LUTZ, 2008).

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16

Figura 3: Modelo para teste de aceitação por escala hedônica.

FONTE: ABNT, NBR 14141,1998 .

8.4 ANALISE ESTATÍSTICA

O delineamento experimental utilizado será totalmente casualizado no esquema ....

em triplicata. Os resultados obtidos serão submetidos a análises de variância (ANOVA).

9 CRONOGRAMA

Período

Atividades

ago. set. out. nov. dez. fev. mar. abr. maio

jun. jul.

Estudo preliminar XRevisão literária X X X XAnálises X XRedação final X X X XCorreção XEntrega XDefesa X

Page 17: 22.09 BURITI

REFERÊNCIAS

Agência notícias do Acre. Disponível em < http://www.agencia.ac.gov.br/> Acesso 21 set

2012.

ALVARENGA, G. A importância dos nutrientes para uma vida saudável. CRN 2001-1-

00210-1 RJ.

BICALHO, F.S. Propriedades Físicas do Poliestireno e Poli (Metacrilato de metila)

modificados com Óleo de Buriti (Mauritia flexuosa). Dissertação de Mestrado,

Universidade Federal do Pará, Belém/PA, 2006.

BOBBIO, P.A.; BOBBIO, F.O. Química do processamento de alimentos. 3. ed. , São

Paulo: Varela, 2001.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Guia alimentar para a

população brasileira: promovendo a alimentação. Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 210

p.

COSTA, T. A., VIEIRA, R. F. Frutas nativas do cerrado: qualidade nutricional e sabor

peculiar. 2004. Disponível em: <http://www.cenargen.embrapa.br> Acesso em: 22 set. 2012.

GOMES, R.P. Fruticultura brasileira. São Paulo: Nobel 1900-1976 reimpressão 2007.

Blog do Cariocadario, Julho de 2010. Disponível em

<http://cariocadorio.wordpress.com/tag/buriti/> Acesso em 22 set 2012.

INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Métodos físico-químicos para análise de

alimentos/coordenadores Odair Zenebon, Neus Sadocco Pascuet e Paulo Tiglea. São Paulo:

Instituto Adolfo Lutz, 2008.

MONTEIRO, C. S. Desenvolvimento de molho de tomate Lycopersicon esculentum Mill

formulado com cogumelo Agaricus brasiliensis. Curitiba, 2008. 176p. Tese de Doutorado –

Faculdade de Tecnologia de Alimentos - Universidade Federal do Paraná.

PEREIRA FILHO, D.P. Espectroscopia Raman aplicado ao beta-caroteno. Pará, 2010.

Dissertação de Mestrado- Instituto de Ciências Exatas e Naturais- Universidade Federal do

Pará, Belém/PA, 2010.

Page 18: 22.09 BURITI

18

RIBEIRO, B. D. Aplicação de tecnologia enzimática na obtenção de β-caroteno a partir

de óleo de buriti (Mauritia vinifera). Dissertação Mestrado em Tecnologia de Processos

Químicos e Bioquímicos – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Escola de Química, 2008

Rio de Janeiro, 2008.

RIBEIRO, E.P.; SERAVALLI, E.A.G. Química de Alimentos. Instituto Mauá de

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