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n .º 18 EVENTOS Ciclo de workshops “Conhecer o Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de Julho” O BCSD Portugal organizou, no dia 19 de Fevereiro, em parceria com a E. Value, o workshop “Conhecer o Decreto-Lei n.º147/2008, de 29 de Julho”. Inserido no ciclo de workshops “Responsabilidade Ambiental: objectivar desafios e opor- tunidades para as empresas”, esta ses- são teve como objectivo (in)formar sobre o objecto do DL RA, analisando os princi- pais conceitos introduzidos e os desafios e complexidades inerentes à aplicação do mesmo. Ciclo “Implementar a Sustentabilidade” O BCSD lançou, no final de 2008, um ci- clo de conferências temáticas intituladas “Implementar a Sustentabilidade”, cujo objectivo consiste em desenvolver compe- tências nas empresas, através da partilha de experiências entre os membros asso- ciados do BCSD Portugal. Integrada no ciclo de conferências, rea- lizou-se no passado dia 26 de Fevereiro, em parceria com a Arthur D. Little e com o apoio da Águas de Portugal, a conferência “Gestão Estratégica da Água” . O evento contou com a participação das empresas AdP, Unicer e Grupo Portucel Soporcel, e com especialistas internacionais da Arthur D. Little, que debateram questões relacionadas com a Gestão da Água. Neste ciclo, a conferência “Comunicação” , realizada no passado dia 26 de Março, em parceria com o Grupo GCI, focou a “Inte- gração da RSE na Estratégia de Marketing e Comunicação”. Numa sessão realizada no Auditório da Fundação Portuguesa das Comunicações, contou com a presen- ça de oradores da APAN, GCI/Endelman, APEME, Mars, Sonae, BES e Carris. Publicação | BCSD Portugal | Março 2009 | Trimestral | Distribuição gratuita | www.bcsdportugal.org Empreendedorismo Social – um desafio e uma oportunidade para as empresas Os empreendedores sociais são agentes de mudança, pioneiros ao serviço da Humanidade. Estas figuras provam que uma pessoa pode fazer a diferença. Numa altura em que se conjugam as ameaças decorrentes das alterações climáticas e da escassez de recursos naturais com os flagelos da pobreza e da fome, o mundo dos negócios e a sociedade em geral só têm vantagens em ajudar os social entrepreneurs a desenvolver o seu potencial. EDITORIAL Empreendedorismo social O empreendedor social é, por natureza, alguém preocupado com o desenvolvimento das relações de confiança e respeito com a comunidade, logo, com o desenvolvimento sustentável (DS) dessa comunidade, cidade ou região. Tendo ou não fins lucrativos, o principal objectivo passa por envolver as comunidades locais num conjunto de actividades, tendo em vista o seu bem-estar e a redução do risco de comportamentos lesivos particularmente em situações adversas (desemprego, privação, limitações de ordem física ou social, entre outras). Contudo, há que distinguir entre empreendedorismo social e empreendedorismo tradicional: o primeiro pretende obter, com a criação de acções de DS, a maximização do capital social para a melhoria das condições de vida das pessoas envolvidas e beneficiadas, o segundo tem como prioridade o lucro. E, sejamos ou não puramente altruístas, estejamos ou não conscientes do que socialmente a postura empreendedora significa e proporciona à sociedade, temos que ter em conta que, hoje em dia, no contexto político-económico em que vivemos, ser empreendedor por natureza é a forma de ajudar as nossas comunidades a garantir qualidade de vida. Não esqueçamos que é a comunidade que alimenta os negócios. Não havendo condições de desenvolvimento da sociedade, como se desenvolveria a economia? António Barroca Rodrigues | Presidente do Conselho Geral do Grupo Lena

18 Publicação BCSD Portugal Trimestral Distribuição gratuitabcsdportugal.org/.../10/News-2009-03-18-Empreendedorismo-social.pdf · social e empreendedorismo tradicional: o primeiro

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n .º 18EVENTOS

Ciclo de workshops “Conhecer o Decreto-Lei n.º 147/2008, de 29 de Julho”O BCSD Portugal organizou, no dia 19 de Fevereiro, em parceria com a E. Value, o workshop “Conhecer o Decreto-Lei n.º147/2008, de 29 de Julho”. Inserido no ciclo de workshops “Responsabilidade Ambiental: objectivar desafios e opor-tunidades para as empresas”, esta ses-são teve como objectivo (in)formar sobre o objecto do DL RA, analisando os princi-pais conceitos introduzidos e os desafios e complexidades inerentes à aplicação do mesmo.

Ciclo “Implementar a Sustentabilidade”O BCSD lançou, no final de 2008, um ci-clo de conferências temáticas intituladas “Implementar a Sustentabilidade”, cujo objectivo consiste em desenvolver compe-tências nas empresas, através da partilha de experiências entre os membros asso-

ciados do BCSD Portugal.

Integrada no ciclo de conferências, rea-lizou-se no passado dia 26 de Fevereiro, em parceria com a Arthur D. Little e com o apoio da Águas de Portugal, a conferência “Gestão Estratégica da Água”. O evento contou com a participação das empresas AdP, Unicer e Grupo Portucel Soporcel, e com especialistas internacionais da Arthur D. Little, que debateram questões relacionadas com a Gestão da Água. Neste ciclo, a conferência “Comunicação”, realizada no passado dia 26 de Março, em parceria com o Grupo GCI, focou a “Inte-gração da RSE na Estratégia de Marketing e Comunicação”. Numa sessão realizada no Auditório da Fundação Portuguesa das Comunicações, contou com a presen-ça de oradores da APAN, GCI/Endelman, APEME, Mars, Sonae, BES e Carris.

Publicação | BCSD Portugal | Março 2009 | Trimestral | Distribuição gratuita | www.bcsdportugal.org

Empreendedorismo Social – um desafio e uma oportunidade para as empresasOs empreendedores sociais são agentes de mudança, pioneiros ao serviço da Humanidade. Estas figuras provam que uma pessoa pode fazer a diferença. Numa altura em que se conjugam as ameaças decorrentes das alterações climáticas e da escassez de recursos naturais com os flagelos da pobreza e da fome, o mundo dos negócios e a sociedade em geral só têm vantagens em ajudar os social entrepreneurs a desenvolver o seu potencial.

EDITORIALEmpreendedorismo socialO empreendedor social é, por natureza, alguém preocupado com o desenvolvimento das relações de confiança e respeito com a comunidade, logo, com o desenvolvimento sustentável (DS) dessa comunidade, cidade ou região. Tendo ou não fins lucrativos, o principal objectivo passa por envolver as comunidades locais num conjunto de actividades, tendo em vista o seu bem-estar e a redução do risco de comportamentos lesivos particularmente em situações adversas (desemprego, privação, limitações de ordem física ou social, entre outras). Contudo, há que distinguir entre empreendedorismo social e empreendedorismo tradicional: o primeiro pretende obter, com a criação de acções de DS, a maximização do capital social para a melhoria das condições de vida das pessoas envolvidas e beneficiadas, o segundo tem como prioridade o lucro. E, sejamos ou não puramente altruístas, estejamos ou não conscientes do que socialmente a postura empreendedora significa e proporciona à sociedade, temos que ter em conta que, hoje em dia, no contexto político-económico em que vivemos, ser empreendedor por natureza é a forma de ajudar as nossas comunidades a garantir qualidade de vida. Não esqueçamos que é a comunidade que alimenta os negócios. Não havendo condições de desenvolvimento da sociedade, como se desenvolveria a economia?

António Barroca Rodrigues | Presidente do Conselho Geral do Grupo Lena

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Catarina SoaresDirectora Executiva do Instituto de Empreendedorismo Social

Quais são as origens do empreende-dorismo social e como surgiu o IES?O empreendedorismo social (ES) não é um conceito novo, encontramos variadíssimos exemplos na História como Florence Night- ingale ou as Misericórdias em Portugal. O termo Empreendedor Social foi utilizado pela primeira vez nos anos 70 e ganhou notoriedade a partir dos anos 80 com Bill Drayton, fundador da Ashoka – a principal organização internacional a trabalhar nes-te domínio. O conceito ganhou visibilidade mundial com indivíduos como Muhammad Yunus, o “banqueiro dos pobres”, prémio Nobel da paz.Em Portugal, o ES ganhou protagonismo em Maio de 2007 com a organização do “Congresso de Empreendedorismo So-cial”, evento organizado em parceria com o INSEAD e a Câmara Municipal de Cascais. Com a segunda edição do evento, em 2008, ficou clara a necessidade de uma estraté-gia de desenvolvimento do ES, com raízes em Portugal e impacte global. Nasceu as-sim o IES – Instituto de Empreendedorismo Social, para ajudar a definir e concretizar essa estratégia, e com o objectivo de se tornar num centro de investigação e forma-ção líder em Empreendedorismo Social.

Quais os principais obstáculos enfrentados pelos empreendedores sociais no desenvolvimento das suas iniciativas?Os empreendedores sociais, tipicamente, vêem oportunidades e não obstáculos. O IES conduziu um estudo de mercado a empreendedores sociais um pouco por todo o mundo para aferir as suas princi-pais necessidades. A principal necessida-de, indicada por quase 40% dos inquiri-

dos, relaciona-se, como prevíamos, com o acesso a fundos. As duas necessidades mais apontadas de seguida são o acesso a ferramentas de medição de impacte e atingir a sustentabilidade. Mais de 20% dos inquiridos regista também necessida-des ao nível de infra-estruturas, promoção e competências de gestão, e mais de 10% dos inquiridos apontou ainda necessida-des de recursos humanos, networking, circulação de informação, relacionamen-to com órgãos governamentais e acesso a ferramentas de gestão. O IES tem como missão dar resposta a estas necessidades, para que haja cada vez mais empreendedo-res sociais, com soluções melhores e mais sustentáveis, atingindo um maior impacte social e ambiental.

O empreendedorismo social nasce também do conceito de Desenvolvimento Sustentável. Quais são as principais oportunidades para as empresas?Os Empreendedores Sociais são normal-mente líderes com iniciativa, que assumem riscos, que reconhecem oportunidades, que aprendem com os seus próprios erros e que constantemente procuram soluções de baixo custo e de elevada escala. São líderes que criam impacte social positivo, medindo-o, e que procuram a sustentabi-lidade dos seus projectos. No mundo de hoje, de recursos cada vez mais escassos, a procura da sustentabilidade e de novos mercados (nomeadamente bottom of the pyramid) têm de se unir. As empresas que quiserem destacar-se e vingar face a estes novos paradigmas podem e devem apren-der com estes indivíduos excepcionais. Não é por acaso que o Fórum Económico Mundial convida anualmente empreende-dores sociais para Davos quer integrando social intrapreneurs dentro dos seus qua-dros, quer estabelecendo parcerias com empreendedores sociais, quer até inte-grando-os nos seus boards. Absorver esta capacidade de reconhecer oportunidades e de encontrar soluções sustentáveis e de baixo custo é, seguramente, uma oportuni-dade para as empresas.

No caso de Portugal, quais são as áreas mais urgentes onde se deve apostar e que impacte podem ter as acções de empreendedorismo social ao nível da economia nacional?Para além do levantamento de necessi-dades dos empreendedores sociais, o IES tem vindo a dedicar os seus esforços a um ponto essencial que é a identificação das necessidades sociais prioritárias. Conside-ramos que para essa identificação se deve

ENTREVISTA

AcontecimentosYoung Managers Team 2009O BCSD Portugal vai lançar pelo 5º ano con-secutivo o projecto Young Managers Team Portugal. Este ano contamos com partici-pantes oriundos de vários sectores de ac-tividade, que vão reunir nos dias 6, 7 e 8 de Abril, no primeiro workshop no Hotel do Mar em Sesimbra.

Lançamento Índice ACGE 2007O Índice ACGE 2007 tem como objectivo pri-mordial a avaliação do desempenho de um conjunto seleccionado de empresas a ope-rar em Portugal, relativamente à sua res-posta ao desafio das alterações climáticas e de uma economia restrita em carbono. O BCSD, na qualidade de parceiro desta ini-ciativa, reúne algumas das suas empresas associadas como as mais bem cotadas.

A apresentação dos resultados decorreu em conferência pública, no passado dia 17 de Dezembro de 2008, e contou com a parti-cipação de Luís Rochartre (BCSD Portugal), Cláudia Coelho (PricewaterhouseCoopers), Rita Sousa (Euronatura) e Hugo Costa (Pre-sidente da Euronatura e coordenador do projecto ACGE).

NOTÍCIAS

cruzar a perspectiva da população no que respeita às necessidades sentidas no quo-tidiano (uma abordagem bottom up), com a visão dos especialistas e líderes de opinião (uma abordagem top down). Será com o cruzamento destas duas perspectivas que poderemos claramente identificar as prio-ridades para Portugal. Em qualquer dos ca-sos não é precipitado avançar que, temas como as novas formas de pobreza, os ido-sos, a empregabilidade, o envolvimento cívico dos portugueses e o reforço da edu-cação não formal, são algumas das áreas mais urgentes nas quais a iniciativa e o empreendedorismo social terão um papel determinante. Acreditamos que Portugal tem potencial para se tornar num catalisa-dor de muitas histórias de sucesso na área do ES e que esta é, de facto, uma resposta às crises financeira, económica e social.

Para mais informações, consultewww.bcsdportugal.org

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DESTAQUE

O DNA do Empreendedorismo SocialMuhammad Yunus, fundador do Grameen Bank, pai do microcrédito e prémio Nobel da Paz, é o exemplo típico do empreende-dor social. A sua convicção de que o poder de um indivíduo é capaz de mudar o mundo é um denominador comum aos social entre-preneurs. O seu trabalho permite ilustrar as três componentes que caracterizam um pro-jecto de empreendedorismo social, tal como definido em 2007 por Roger L. Martin e Sally Osberg, da Fundação Skoll: 1) identificação de um desequilíbrio contínuo (não provoca-do, como por exemplo, uma catástrofe natu-ral) que provoca exclusão ou o sofrimento de uma parte da humanidade que não tem meios financeiros ou influência política para ultra-passar esta situação; 2) identificação de uma oportunidade para o desenvolvimento de um projecto que cria valor social e que vai permi-tir (com coragem, criatividade e força moral) desafiar a ordem estabelecida; 3) forjar um novo equilíbrio aliviando o sofrimento da população alvo e criando um círculo virtuoso – criação de impactes indirectos e replicação em larga escala.Yunus identificou que os pobres no Bangla-desh não tinham opção para sair de uma situ-ação de pobreza por não poderem apresentar garantias que assegurassem o acesso ao crédito necessário (e decisivo) para passar do estado de sobrevivência. Com a recusa da banca tradicional em mudar o sistema de ga-rantias, Yunus decidiu avançar sem ela e criou o microcrédito. Hoje o Grameen Bank empres-ta dinheiro a mais de 12 milhões de pessoas e financia projectos educativos, de saúde, etc. A nível mundial, o efeito de replicação tam-bém funcionou e são mais de 7,71 milhões de pessoas que saíram da miséria graças ao microcrédito. Esta é uma história de sucesso excepcional, mas cujo mérito se prende com o facto de ilustrar o conceito de criação de valor social, clarificando a noção de empreendedo-rismo social. Não se tratam de acções sociais desenvolvidas na perspectiva da solidarie-dade, nem apenas de activismo social. Esta diferenciação é importante, sobretudo hoje, em que o movimento do empreendedorismo social necessita de financiamento e de uma legitimidade reforçada para obter este tipo de apoios. Para o empreendedor social, a causa é a fonte de inspiração, mas o lado “empresa-rial” implica o compromisso da sustentabili-dade, incluindo a componente financeira.

A maior problemática: Sustentabilidade FinanceiraO exemplo do Grameen Bank permite tam-bém “medir” a dimensão da questão do business model - um dos maiores desafios do empreendedorismo social. Nascido em 1976, o projecto ganhou o estatuto de Banco independente em 1983, e começou a ser au-to-suficiente em 1995. No estudo Growing Opportunity: Entrepreneurial Solutions to Insoluble Problems – realizado em 2007 pela SustainAbility para a Skoll Foundation, o financiamento aparece como o maior de-safio para a generalidade dos empreende-dores, sendo as Fundações a sua principal (quase exclusiva e muito limitada) fonte de financiamento. A independência a este nível é considerada como possível, num prazo de 5 anos, por 28% dos líderes... o que explica o seu enorme interesse em mul-tiplicar as parcerias com o sector privado. Estas parcerias são vitais para estender o movimento e permitir à Sociedade aprovei-tar a criatividade dos empreendedores so-ciais, mesmo que o seu campo de actuação se encontre em crescimento. Na realidade, as empresas vocacionadas para a área so-cial recebem anualmente menos de 200 milhões de dólares através das Fundações, enquanto que as empresas de tecnologias limpas conseguem obter 2 mil milhões só nos Estados Unidos e União Europeia, e os projectos filantrópicos angariam 200 mil milhões apenas nos EUA (dados do estudo da SustainAbility). Isto significa que não foi feita ainda uma aposta relevante no empreende-dorismo social e que há espaço para empre-sas tradicionais suportarem o movimento.

Empreendedorismo para a SustentabilidadeOs empreendedores são peças fundamentais para a inovação e para o progresso. No mundo empresarial, actuam como motores de cres-cimento, usando as oportunidades e a inovação para alavancar o desenvolvimento económico. Os empreendedores sociais actuam de um modo semelhante, valendo-se da inspiração e criatividade, coragem e perseverança para agarrar oportunidades que desafiam e mudam

definitivamente sistemas já estabelecidos mas injustos. In, Skoll Foundation

Dez dicas para os futuros intrapreneurs:1. Focar em solucionar um problema em vez de vender uma solução.2. Dar exemplos de casos reais para vender a ideia, mas desenvolver um modelo de negócio robusto.3. Alinhar o trabalho com o melhor que a empresa oferece em termos de cultura e valores.4. Ir directamente à gestão de topo – o apoio da Administração da empresa é fundamental.5. Conhecer os modelos de negócio existentes e o tipo de linguagem.6. Assegurar que o projecto é financiado.7. Criar uma aliança interna e envolver stakeholders externos.8. Gerir e executar!9. Manter a integridade e ser paciente.10. Partilhar a ideia com outros e, acima de tudo, divertir-se!

Fonte: AccountAbility | The Social Intrapreneur: A Field Guide for Corporate Changemakers

Social intrapreneur – change the world from where you areO Grameen é mais uma vez ilustrativo: em 2006, Grameen e Danone criaram uma joint-venture, juntando competências das duas organizações: a Grameen Danone Foods Ltd. tem como objectivo melhorar a saúde através da alimentação e reduzir a pobreza, contribuindo para a economia lo-cal. Nas palavras do Presidente da Danone, Frank Riboud, “não se trata de caridade, mas sim de uma lógica de experimentação (de novos modelos de negócio) e de apren-dizagem”. Ou seja, o empreendedorismo social pode estar integrado num quadro empresarial clássico, sendo coerente com a estratégia de desenvolvimento da empre-sa. Esta ideia de que as empresas podem “atacar” os desafios é um factor de moti-vação para que, cada vez mais, os respon-sáveis de grandes empresas incentivem os social intrapreneurs. Estes agentes de mu-dança são colaboradores que estimulam as empresas a sair da sua zona de conforto, a assumir riscos estratégicos e a identificar oportunidades que existem para além da sua esfera de actuação tradicional. Os in-trapreneurs defendem uma visão inovado-ra, criativa, buscam soluções de serviços e produtos que permitam acrescentar valor social a uma escala global e impulsionar o posicionamento e a competitividade das empresas onde trabalham. Este é o modelo mais inovador dentro do empreendedorismo social que vem abrir novas janelas de oportunidade às empre-sas e representa uma das tendências emer-gentes em termos de sustentabilidade.

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Ficha técnica | Edição Propriedade

BCSD Portugal | Av. de Berna, 11 - 8º | 1050-036 Lisboa | Portugal Tel.: (+351) 21 781 90 01 | Fax: (+351) 21 781 91 26E-mail: [email protected]. bcsdportugal.org

Tiragem: 500 exemplares

Coordenação: Luís RochartreSusana Azevedo

CASO

Empreendedorismo Social – Economia Social e MicrocréditoAs alterações que se têm verificado a nível mundial na economia contribuem para que a inclusão financeira seja um assunto cada vez mais importante na Sociedade. O Grupo BES, com a sua abordagem client centric, considera como uma das vertentes do desenvolvimento de produtos e serviços, a integração das necessidades e expectativas dos seus clientes actuais e potenciais, nomeadamente, dos que têm maior dificuldade no acesso a produtos financeiros. Neste contexto, destacam-se os produtos e serviços destinados a segmentos mais específicos da Sociedade como o Microcrédito, e os serviços e produtos abrangidos pelos protocolos estabelecidos com instituições dentro do sector da Economia Social.

MicrofinançaO BES dispõe de uma linha de microfinança que abrange serviços e soluções financeiras desenvolvidas para segmentos sociais e profissionais com necessidades específicas e acesso dificultado ao crédito bancário tradicional. Esta oferta assenta numa visão global de financiamento a particulares (microcrédito) e a micro e pequenas empresas, nomeadamente através do programa FAME (Fundo de Apoio às Micro Empresas).

ParticularesA linha de microcrédito individual tem como objectivo promover o empreendedorismo social, a inclusão social e combater o desemprego. Em 2007, o Banco Espírito Santo dos Açores alargou o acesso a este produto financeiro ao arquipélago açoriano, uma das regiões economicamente mais desfavorecidas, no nosso país, possibilitando a criação de oportunidades de geração de emprego e riqueza.

Micro e Pequenas EmpresasAs PME e as Micro Empresas representam hoje o tecido empresarial português e europeu. No âmbito do apoio às Micro e Pequenas Empresas, o BES desenvolveu, em cooperação com os Municípios Portugueses, um Fundo de Apoio (FAME) que, pela sua inovação e impacte no apoio ao tecido empresarial dos Concelhos aderentes, foi integrado, em 2006, pelo IAPMEI, no Eixo III do Programa Finicia. Este Programa de apoio às iniciativas empresariais de interesse regional é possível devido às parcerias entre a Banca, IAPMEI, Câmaras Municipais e Associações de Desenvolvimento Regional, e ao envolvimento do Sistema Português de Garantias Mútuas.

Economia SocialA aposta do BES na Economia Social resultou da identificação de necessidades específicas relacionadas com o acesso de um importante grupo de stakeholders a produtos e serviços financeiros, assim como o acesso a formação que possibilite a estas entidades analisarem e decidirem quais as melhores opções face à oferta financeira disponível no mercado. Considerando a importância relativa da chamada “economia social” em Portugal – fora dos grandes centros, estas instituições são, a seguir às Câmaras Municipais, os maiores empregadores locais, representando, por isso, um peso bastante relevante na nossa sociedade – o BES posicionou-se como entidade bancária líder junto deste segmento, tendo celebrado protocolos com a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade, a União das Misericórdias e com a Liga de Bombeiros.A aposta neste pilar promove a concorrência e o crescimento económico das organizações e vai ao encontro de novas oportunidades e contextos sociais, possibilitando o envolvimento dos cidadãos, nomeadamente através de trabalho voluntário, e impulsionando a solidariedade e coesão social.

Banco Espírito Santo

ACTUALIDADES

Calendário de workshops

NEWS WBCSD

Global 100: Most Sustainable Corporations in the WorldA Corporate Knights Inc. e a Innovest Strategic Value Advisors Inc. iniciaram o projecto em 2005 e desde essa data é divulgado no Fórum Económico Mundial, em Davos, o ranking das 100 empresas mais sustentáveis do mundo, o Global 100: Most Sustainable Corporations in the World.

Para mais informações, consulte www.global100.org

Como Elaborar um Relatório de Sustentabilidade

8 de Abril – Lisboa

Ecoeficiência

5 de Maio – Lisboa

Ciclo de conferências

Desenvolvimento Sustentável: os primeiros passos

28 de Abril – Lisboa

Stakeholders: envolver e comunicar

13 de Maio – Lisboa

Eficiência Energética

7 de Abril – Lisboa20 de Maio – Porto

Desenvolvimento Social nas Organizações

6 de Maio – Lisboa

Eficiência energética nos edíficios

23 de Abril – Lisboa

Reciclagem do Papel

28 de Maio - Lisboa

Redacção e Design Produção