16
Publicação do Colégio Cruzeiro - Jacarepaguá . ano III . número 3 . junho de 2008 Aqui você começa bem Turismo ecológico urismo ecológico urismo ecológico urismo ecológico urismo ecológico Conheça um pouco do paisagismo e das obras de arte reunidas no Sítio de Burle Marx pág 12 Primeira turma do 1º ano de Jacarepaguá: parte do grupo já está no 2ª série do Ensino Médio Se doar Se doar Se doar Se doar Se doar Estudantes do Ensino Médio vão começar o projeto de monitoria junto às crianças do Inpar pág 16 10 anos de histórias 10 anos de histórias Eles viram o Colégio nascer e crsscer na última década e vão dividir suas lembranças com você. Páginas 8 a 11 Eles viram o Colégio nascer e crsscer na última década e vão dividir suas lembranças com você. Páginas 8 a 11 Machado atual Machado atual Machado atual Machado atual Machado atual Alunos do 6º ano percorrem os caminhos do Rio de Janeiro do século XIX através da literatura pág 04

10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

Publicação do Colégio Cruzeiro - Jacarepaguá . ano III . número 3 . junho de 2008

Aqui você começa bem

TTTTTurismo ecológicourismo ecológicourismo ecológicourismo ecológicourismo ecológicoConheça um pouco do paisagismo

e das obras de arte reunidas noSítio de Burle Marx

pág 12

Primeira turma do 1ºano de Jacarepaguá:

parte do grupo já está no2ª série do Ensino Médio

Se doarSe doarSe doarSe doarSe doarEstudantes do Ensino Médio vão

começar o projeto de monitoriajunto às crianças do Inpar

pág 16

10 anos dehistórias10 anos dehistóriasEles viram o Colégio nascer e crsscer naúltima década e vão dividir suas lembrançascom você.Páginas 8 a 11

Eles viram o Colégio nascer e crsscer naúltima década e vão dividir suas lembrançascom você.Páginas 8 a 11

Machado atualMachado atualMachado atualMachado atualMachado atualAlunos do 6º ano percorrem os

caminhos do Rio de Janeirodo século XIX através da literatura

pág 04

Page 2: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

2 . Bom Dia Cruzeiro

E D I T O R I A L

COLÉGIO CRUZEIRO - JACAREPAGUÁDiretorValdomiro Dockhorn

Vice-DiretoraNorma Benjamin

Coordenadora do 6º e 7º anosFátima Lopes Acar

Orientadora Educacional do 6º e 7º anosVânia Vasconcelos

Coordenador do 8º ano ao EnsinoMédioJoão Aprígio

Orientadora Educacional do 8º ano aoEnsino MédioMaria Cecília Moreira da Costa

BOM DIA CRUZEIRO é produzidopelos alunos do Colégio Cruzeiro -JPA, sob a orientação de professorese funcionários

Jornalista responsávelCarla Baiense -

Mtb 18788

RedaçãoAlunos do 4º ao 9ºano e Ensino Médio

EdiçãoCarla Baiense

RevisãoFátima Lopes Acar

Projeto Gráfico eDiagramaçãoFabiana Antonini

Fotolito e impressãoJulio Bezerra

Tiragem

1.800 exemplares

EXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTEEXPEDIENTE

SUMÁRIO03Clube de Ciências

A energia que sai do vento

Enquete

04Educação

O Rio imortal de

Machado de Assis

Meio Ambiente

Não desperdice

07

12Turismo

Apaixonado

pelo BrasilEducação Ambiental

É tempo de colheita

no Cruzeiro

13

Este projeto tem o apoio dos nossos parceiros

Tudo começou com olançamento de uma pedrafundamental. Há dez anos,mais precisamente no dia 8de agosto de 1998, um pe-queno time de educadorese um grupo de pais decidi-ram apostar no sonho deconstruir, em Jacarepaguá,uma unidade do tradicionalColégio Cruzeiro.

No começo eram 32 alu-nos e algumas salas emprestadas. De tijolo em tijolo, o sonho ganhou forma. Osprédios cresceram, a população do colégio também. Mas ainda é possível en-contrar, aqui e ali, vestígios de uma época em que tudo era pequeno, menos avontade de acertar.

Nas memórias, nas fotografias e na cumplicidade entre alunos e professoressobrevivem as marcas desta outra época, que nesta edição vamos recuperar. Apartir das histórias pessoais e das lembranças coletivas, percorremos um poucoda trajetória destes dez anos.

Nossa matéria de capa, portanto, é uma homenagem àqueles que acreditamno sonho e vivem intensamente a experiência da educação: aos que ficaram,aos que já se foram e aos que ainda virão.

Diversão

14

Cartas

15

Matéria de Capa

Entre os desafios e descobertas

08

Muitas histórias para contarFoto de arquivo

Livro do Ano

Herói por um dia

16

Page 3: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

Bom Dia Cruzeiro . 3Clube de Ciências

OpiniãoOpiniãoOpiniãoOpiniãoOpinião

O Brasil enfrenta o desafio de aumentar aoferta de energia para manter o ritmo docrescimento econômico. Na sua opinião,que cuidados devem ser tomados paravivermos o risco do apagão de novo?

Guilherme, Brenda e PedroGuilherme, Brenda e PedroGuilherme, Brenda e PedroGuilherme, Brenda e PedroGuilherme, Brenda e PedroHenrique, turma 64Henrique, turma 64Henrique, turma 64Henrique, turma 64Henrique, turma 64

“Para não acontecer o risco do apagão, nósnão devemos desperdiçar luz. Todosqueremos o crescimento econômico, mastemos de tratar o planeta com extremocuidado”.

Denise Moreno Fernandes deDenise Moreno Fernandes deDenise Moreno Fernandes deDenise Moreno Fernandes deDenise Moreno Fernandes deMacedo, 45 anos, aeroviáriaMacedo, 45 anos, aeroviáriaMacedo, 45 anos, aeroviáriaMacedo, 45 anos, aeroviáriaMacedo, 45 anos, aeroviária

“Eu acho que devemos usar a luz de formainteligente. Não devemos ligar as luzesdurante o dia, nem ligar o computador e aTV ao mesmo tempo. Também precisamoscontinuar a investir em hidrelétricas etambém no estudo da luz natural”.

José Carlos Nolade, 52 anosJosé Carlos Nolade, 52 anosJosé Carlos Nolade, 52 anosJosé Carlos Nolade, 52 anosJosé Carlos Nolade, 52 anos

“Os cuidados são investimentos em usinashidroelétricas, lembrando que o nosso paísé privilegiado, com vários rios, investimentoem energia natural, energia solar e energiaeólica e educação da população, esti-mulando a economia de energia e a eli-minação do desperdício”.

Vitor Luiz Ferreira Gomes,Vitor Luiz Ferreira Gomes,Vitor Luiz Ferreira Gomes,Vitor Luiz Ferreira Gomes,Vitor Luiz Ferreira Gomes,46 anos, médico46 anos, médico46 anos, médico46 anos, médico46 anos, médico

O Clube de Ciências agora tem um novoprojeto: “Coleção Didática Zoológica do ColégioCruzeiro: conhecendo e catalogando”.

Após uma introdução sobre as diferenças decoleções didáticas e científicas, a professora doClube de Ciências fez uma surpresa para nós: umacoleção de insetos numa caixa entomológica, naqual os insetos já estavam classificados. Vimostambém uma chave de classificação. A partir dasinstruções dadas pelo livro, encontramosexatamente o animal que estávamos analisando!Foi bem interessante e instrutivo.

A caixa entomológica tinha exemplares deinsetos alados (que têm asas). Os insetosgeralmente têm dois pares de asas. Algunsinsetos têm asas com escamas, como asborboletas, e são as escamas que fazem com queas asas sejam coloridas. As asas da borboletatambém são simétricas. Outros insetos têm umpar de asas para proteção do corpo e outro parao animal poder voar.

Aprendemos também que os animais dacoleção podem ser conservados em álcool 70%.

Thaís M. Luiz, turma 73Thaís M. Luiz, turma 73Thaís M. Luiz, turma 73Thaís M. Luiz, turma 73Thaís M. Luiz, turma 73

No Clube de Ciências do 6º ano a classe estádesenvolvendo um projeto com o ar: “Ar, cadê o ar?”.

A energia eólica pode ser usada parafabricação de alimentos, como os moinhos devento usados para moer farinha, podem ser úteisnos transportes, como barcos à vela e aviões.Podemos ainda, com o ar, respirar e ver o vôo delindos pássaros e borboletas!

Nas últimas aulas, os alunos montaramcarrinhos de teste, colocaram nele um sistema depropulsão com hélices e elásticos, e verificaram aexistência de energia eólica, tanto que o carrinhoandou rápido e foi longe! Aprenderam que quantomais rápido a hélice girar, mais ar se movimenta emais rápido anda o carrinho.

Depois da montagem e ajuste dos carrinhos,rolou uma competição super acirrada entre osparticipantes. Os carrinhos competiram nascategorias regulares e modificados, e disputarama medalha em três rodadas: os mais rápidos, osque foram mais longe e os que chegaramprimeiro na linha de chegada! Teve ranking epremiação dos primeiros lugares! Irado!

NahyaNahyaNahyaNahyaNahya

Arquivo pessoal

Nossos bichos A energia do arCaixa entomológica

faz sucesso entre os

cientistas do 7º ano

Alunos do 6º ano

experimentam a

potência dos carros

movidos a energia eólica

Caixa entomológica: coleção de insetos voadoresOs engenheiros do Cruzeiro e suas máquinas maravilhosas

A professora Nahya, doClube de Ciências, fezuma surpresa para nós:uma coleção de insetosnuma caixa entomológica.

“Quanto mais rápido ahélice girar, mais ar semovimenta e mais rápidoanda o carrinho”

Page 4: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

4 . Bom Dia Cruzeiro Educação

Machado de Assis é considerado um dosmaiores escritores brasileiros (senão o maior);mas ainda muito jovem precisou passar poroutras profissões, trabalhando, inclusive, comoaprendiz de tipógrafo (na impressão de livros ejornais em gráficas) e como vendedor de doces.Se Machado de Assis ainda estivesse vivo, nesteano estaria completando 167 anos. Ele nasceuno ano de 1839, em 21 de junho.

Joaquim Maria Machado de Assis era ummenino pobre, neto de escravos, filho de umpintor de paredes e de uma lavadeira portuguesa.Passou a infância num sítio, onde sua famíliatrabalhava, na cidade de Ladeira Nova doLivramento, no Rio de Janeiro. Uma pessoa quemuito ajudou Joaquim foi sua madrinha, DonaMaria José de Mendonça Barroso, viúva dobrigadeiro e senador do Império Bento BarrosoPereira, dona da fazenda.

Quando criança, Joaquim teve uma saúde mui-to frágil. Possuía uma doença chamada epilepsia,que afetava seus movimentos e também era ga-ga-gago. Divertia-se empinando pipas, caçando

O Rio imortal de Machado de AssisHá cem anos morria o

maior autor da

literatura brasileira

lagartixas e ninhos de passarinhos. Gostava tam-bém de observar as pessoas, ver o que elas faziam,como se comportavam e o que diziam. Assim eraele, curioso que só. Nessa época, ainda pequeno,perdeu sua única irmã e também sua mãe.

Naquela época, quando ainda havia escra-vidão no país, as pessoas mestiças, que tinhamuma cor misturada entre o negro e branco,sofriam muitos preconceitos. Machado de Assis,por ser neto de escravos, era mulato, e tambémmuito discriminado. E por ser pobre, não tinhacondições de estudar em cursos regulares, poisprecisava trabalhar para ajudar o pai e a madrastaa sustentarem a casa.

Embora não tenha estudado durante muitotempo, adorava aprender. Em São Cristóvão,conheceu uma senhora francesa, proprietária deuma padaria; lá, o forneiro deu as primeiras liçõesde francês ao menino.

Aos 14 anos resolveu que já era hora de enfrentara vida. Passou a ajudar a madrasta a vender doces.Trabalhou também como caixeiro de livraria(entregava livros nas casas), tipógrafo e revisor.

Aos 16 anos publicou seu primeiro poema,“Ela”, na revista Marmota Fluminense. E, a partirdaí, tornou-se jornalista e cronista. Como aprofissão de escritor não dava muito dinheiro,entrou para o serviço público. Com o tempo, ascoisas foram melhorando e sobrou mais tempopara ele escrever.

Em 12 de novembro de 1869, casou-se com aportuguesa Carolina Novaes, com quem ficoudurante 35 anos, até a morte da esposa. Nãotiveram filhos. Em 29 de setembro de 1908, quatroanos após a morte da sua esposa, Machado deAssis faleceu na cidade do Rio de Janeiro.

A partir da publicação de seu primeiro livro,Contos Fluminenses, em 1870, escreveu 20 livros,variando de estilo. Fez poesia, romance, conto,crônica e peça de teatro, tendo se destacadotanto no jornalismo quanto na literatura. O maisinteressante em sua obra é que ele trabalhoumuito bem a linguagem, fazendo grandes ino-vações de estilo, como o uso de frases curtas, decapítulos curtos, e da conversa com o leitor –marca de seus textos.

Principais romances:Principais romances:Principais romances:Principais romances:Principais romances:Primeira fase – RomânticaPrimeira fase – RomânticaPrimeira fase – RomânticaPrimeira fase – RomânticaPrimeira fase – RomânticaRessurreição (1872)A Mão e a Luva (1874)Helena (1876)Iáiá Garcia (1878)

Segunda fase – RealistaSegunda fase – RealistaSegunda fase – RealistaSegunda fase – RealistaSegunda fase – RealistaMemórias Póstumas de Brás Cubas (1881)Quincas Borba (1892)Dom Casmurro (1900)Memorial de Aires (1908)

Page 5: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

Bom Dia Cruzeiro . 5Educação

Trechos e temasTrechos e temasTrechos e temasTrechos e temasTrechos e temas

“Ninguém se fie da felicidade presente; hánela uma gota de baba de Caim”(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)

“Nunca vistes ferver a água? Há de lem-brartes que as bolhas fazem-se e desfazem-se de contínuo, e tudo fica na mesma. Osindivíduos são bolhas transitórias”(Quincas Borba)(Quincas Borba)(Quincas Borba)(Quincas Borba)(Quincas Borba)

“Marcela amou-me durante quinze mesese onze contos de réis; nada menos”(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)

“O dinheiro é uma espécie de molho quepassa na goela as mais insípidas viandasdeste mundo” (Conto A Felicidade)(Conto A Felicidade)(Conto A Felicidade)(Conto A Felicidade)(Conto A Felicidade)

“Não tive filhos, não transmiti a nenhumacriatura o legado de nossa miséria”(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)

“Não basta ver uma mulher para a conhe-cer, é preciso ouvi-la também, ainda quemuitas vezes baste ouvi-la para não a co-nhecer mais” (Ressureição)(Ressureição)(Ressureição)(Ressureição)(Ressureição)

“A indiscrição das mulheres é uma burlainventada pelos homens; em amor, pelomenos, elas são um verdadeiro sepulcro”(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)(Memórias Póstumas de Brás Cubas)

“Ó ruas antigas! Ó casas antigas! Ó pernasantigas! Todos nós éramos antigos, e não épreciso dizer que no mau sentido, no sentidode velho e acabado” (Dom Casmurro)(Dom Casmurro)(Dom Casmurro)(Dom Casmurro)(Dom Casmurro)

“O diabo que entenda os políticos” (Diálo-(Diálo-(Diálo-(Diálo-(Diálo-gos e reflexões de um relojoeiro)gos e reflexões de um relojoeiro)gos e reflexões de um relojoeiro)gos e reflexões de um relojoeiro)gos e reflexões de um relojoeiro)

“Isto de ver um governo e um partido deradical, arrolhando a imprensa, não é coisanova, mas há de ser sempre coisa ridícula”(Diálogos e reflexões de um relojoeiro)(Diálogos e reflexões de um relojoeiro)(Diálogos e reflexões de um relojoeiro)(Diálogos e reflexões de um relojoeiro)(Diálogos e reflexões de um relojoeiro)

“A vida é cheia de obrigações que a gente cum-pre, por mais vontade que tenha de as infringirdeslavadamente” (Dom Casmurro)(Dom Casmurro)(Dom Casmurro)(Dom Casmurro)(Dom Casmurro)

“(...) se uma cousa pode existir na opinião,sem existir na realidade, e existir na reali-dade, sem existir na opinião, a conclusãoé que das duas existências paralelas a úni-ca necessária é a da opinião, não a da reali-dade, que é apenas conveniente” (Conto(Conto(Conto(Conto(ContoO segredo do bonzo)O segredo do bonzo)O segredo do bonzo)O segredo do bonzo)O segredo do bonzo)

Mesmo quem nunca foi ao Rio de Janeiro, ao lero escritor faz duas viagens: uma à cidade e outra notempo. Ao acompanhar a história de Bentinho eCapitu, em Dom Casmurro (1899), por exemplo, oleitor pode fazer um passeio até a Lapa.

“Cheguei aos Arcos, entrei na rua de Matacavalos.A casa não era logo ali, mas muito além da dosInválidos, perto da do Senado”, conta um trecho, cujaprimeira referência é da atual rua do Riachuelo.

Ou subir até o Corcovado, pegando carona emum dos sonhos de Capitu. “Quando me perguntavase sonhara com ela na véspera, eu dizia que não,ouvia-lhe contar que sonhara comigo, e eram aven-turas extraordinárias, que subíamos até o Corcovadopelo ar, que dançávamos na lua”.

Quando se casou com Capitu, Bentinho foi mo-rar na Glória, próximo ao casal de amigos moradoresdo Flamengo, Escobar, que conheceu no seminário,e Sancha. Bentinho freqüentou o Seminário de SãoJosé, no Rio Comprido. O prédio em que os semi-naristas tinham aula foi derrubado, mas outros foramerguidos. Ficaram a Casa do Bispo, hoje Casa doBrasil, e a Igreja de São Pedro.

Bentinho costumava freqüentar a Igreja de SantoAntônio dos Pobres, no Largo da Carioca, onde, atéhoje, distribuem-se os pães após as missas. “Um dos gestos que melhor exprimem a minha essênciafoi a devoção com que corri no domingo a ouvir missa em Santo Antônio dos Pobres”.

Há, ainda, muitas referências a outros endereços tradicionais - e hoje pouco lembrados - dacidade: o Campo da Aclamação, hoje Campo de Santana, o Passeio Público, a Rua dos Inválidos, obairro do Engenho Novo, onde o personagem passou a infância.

Com Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) dá para passear pelo Centro. “No dia seguinte,mandei que a sege me esperasse no Largo de São Francisco de Paula, e fui dar umas voltas.” Ouacompanhar o batismo do finado. “... batizei-me na Igreja de São Domingos, uma terça-feira de março”.

Quem for à Igreja de mesmo nome na rua José Higino, na Tijuca, não estará no ambiente da cena.A que é citada pelo personagem foi construída em 1791, na Praça Tiradentes, mas demolida em 1942.

No mesmo livro há citações da praia de Botafogo, do teatro São Pedro, na rua do Ouvidor, e dacapela do Livramento. Provade que, para experimentarum roteiro diferente, napróxima visita à cidade valemuito levar à tiracolo umlivro de Machado.

Entre amores e intrigas, uma viagem pelo século XIX

No Arco do Teles, centro da cidade, é possível ver ostraços do Rio de Janeiro do século XIX

Morro do Castelo: amodernização do centro doRio, no final do século XIX,varreu suas construções dapaisagem carioca

fotos de arquivo

Page 6: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

6 . Bom Dia Cruzeiro Educação

Pra que estudar História? Pra que saber aquilo que já passou? História? QueHistória é essa? História só estuda coisa velha? Precisamos mesmo saber isso?

Essas são algumas das muitas perguntas que os alunos do sexto anofazem aos seus professores nos primeiros contatos com a nossa matéria.Nosso primeiro desafio é apresentar uma disciplina dinâmica eencantadora, cheia de desafios e descobertas interessantes. O passadopassa então a ser visto como uma peça fundamental de um quebra-cabeçaque está sendo montado até hoje.

Descobrir e investigar pistas do passado passam a fazer parte das regrasdo jogo que tem como objetivo compreender como construímos nossatrajetória. Pesquisar se torna sinônimo de recolher informações de um tempoque não vivemos, para que possamos compreender melhor os dias de hoje.

Para fazer História precisamos ser detetives, recolher e analisar a maiorquantidade de fontes possíveis. Para isso podemos utilizar documentosde vários tipos: fontes textuais, iconográficas, objetos, representações dacultura material etc., revelando dessa forma muitas coisas interessantes...

Os alunos do sexto ano aceitaram esse desafio...Aproveitando o centenário da morte de Machado de Assis, escolhemos

o autor para ser nosso objeto de pesquisa. Nossos alunos pesquisaramtodos os tipos de documentos sobre a vida, a obra e o Rio de Janeiro doséculo XIX, cenário de muitas obras do escritor que é considerado pormuitas pessoas, o maior nome de nossa literatura.

O resultado foi muito interessante. Imagens da família, dos amigos, doslugares por onde passaram seus personagens, de seus objetos, trechos eedições de suas obras e por aí vai. O material foi selecionado, classificado e

exposto em murais, mostran-do que nossos historiadorescumpriram seu desafio.

As diferenças entre o Rio deJaneiro oitocentista e o Rio deJaneiro dos dias de hoje foivisto com surpresa. Praiasaterradas, tipos de constru-ções, as roupas das pessoas eos meios de transporte des-pertaram os interesses emconhecer mais sobre ospersonagens daquele cenário.História e Literatura cami-nhando juntas na formaçãode hábitos de leitura!

O mais importante foi aconclusão dos alunos de quea pesquisa histórica pode sermuito divertida, e que conhe-cer o passado além de impor-tante, é uma atividade insti-gante e prazerosa.

Descobrindo a pesquisa histórica no 6º ano

Na primeira foto, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro no ano de 1880. Abaixo dela, oArqueduto do Rio de Janeiro, em 1875. Palco das histórias de Bentinho e Capitu, osArcos da Lapa, como são conhecidos hoje, ainda guardam parte do aspecto original.Em volta deles, algumas ruas, como a Avenida Mata Cavalos, mudaram de nome e setornaram mais agitadas.

fotos de arquivo

Alunos aprenderam como é possível recuperar fatos passados através de

fotos, objetos e textos produzidos em outra épocaPor Flávia Maria de Carvalho

Estátua de Machado de Assis localizada emfrente à Academia Brasileira de Letras, nocentro da cidade

* O Projeto Machado de Assis foi desenvolvido pela equipe de História* O Projeto Machado de Assis foi desenvolvido pela equipe de História* O Projeto Machado de Assis foi desenvolvido pela equipe de História* O Projeto Machado de Assis foi desenvolvido pela equipe de História* O Projeto Machado de Assis foi desenvolvido pela equipe de Históriado 6º ano do Ensino Fundamental II, envolvendo as seis turmas dodo 6º ano do Ensino Fundamental II, envolvendo as seis turmas dodo 6º ano do Ensino Fundamental II, envolvendo as seis turmas dodo 6º ano do Ensino Fundamental II, envolvendo as seis turmas dodo 6º ano do Ensino Fundamental II, envolvendo as seis turmas doColégio Cruzeiro.Colégio Cruzeiro.Colégio Cruzeiro.Colégio Cruzeiro.Colégio Cruzeiro.

Page 7: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

Bom Dia Cruzeiro . 7Meio Ambiente

OpiniãoOpiniãoOpiniãoOpiniãoOpinião

O que deveria ser feito para reduzir oO que deveria ser feito para reduzir oO que deveria ser feito para reduzir oO que deveria ser feito para reduzir oO que deveria ser feito para reduzir oconsumo de sacolas plásticas nosconsumo de sacolas plásticas nosconsumo de sacolas plásticas nosconsumo de sacolas plásticas nosconsumo de sacolas plásticas nossupermercados e feiras livres dassupermercados e feiras livres dassupermercados e feiras livres dassupermercados e feiras livres dassupermercados e feiras livres dascidades?cidades?cidades?cidades?cidades?

“Eu acho que deveriam ser fabricadas sacolasde pano, porque só assim poderemos usa-las várias vezes, de forma que não rasguem enão poluam o meio ambiente”.

Josilene, empregada doméstica.Josilene, empregada doméstica.Josilene, empregada doméstica.Josilene, empregada doméstica.Josilene, empregada doméstica.

“Deveriam existir sacolas de material reci-clado, pois preservaria mais o meio ambientee, assim, diminuiriam os efeitos sobre onosso planeta”.

Mauricio Marques Ignácio, 45 anos,Mauricio Marques Ignácio, 45 anos,Mauricio Marques Ignácio, 45 anos,Mauricio Marques Ignácio, 45 anos,Mauricio Marques Ignácio, 45 anos,engenheiro civil e empresário.engenheiro civil e empresário.engenheiro civil e empresário.engenheiro civil e empresário.engenheiro civil e empresário.

“As pessoas deveriam levar sacolas queusaram em outras compras, bolsas de panoou carrinhos de feira”.

Claudia Gonçalves Affonso,Claudia Gonçalves Affonso,Claudia Gonçalves Affonso,Claudia Gonçalves Affonso,Claudia Gonçalves Affonso,40 anos, professora.40 anos, professora.40 anos, professora.40 anos, professora.40 anos, professora.

“Deveríamos substituir as sacolas plásticaspor sacolas de papel reciclado. Reciclar papelé uma forma de reaproveitar parte das coisasque jogamos fora e que acabariam sendodesperdiçadas. Não esquecendo que estareciclagem traz vantagens para o ambientepor gerar menos poluição da água e do ar”.

Sheila Casotti, engenheira.Sheila Casotti, engenheira.Sheila Casotti, engenheira.Sheila Casotti, engenheira.Sheila Casotti, engenheira.

Não desperdiceNa hora de comprar, pense também na

quantidade e no destino da embalagem que você

está levando para casa

Você sabia?Você sabia?Você sabia?Você sabia?Você sabia?O consumidor consciente é aquele que leva emconta, ao escolher os produtos que compra, omeio ambiente, a saúde humana e animal, asrelações justas de trabalho, além de questõescomo preço e marca.

Cerca dos 10% do consumoenergético doméstico édesperdiçado no modostandby de seus aparelhos.

As sacolinhas plásticas sãoos grandes vilões do meioambiente. Elas não apenasliberam gás carbônico emetano na atmosfera, co-mo também poluem o solo e o mar.

No Brasil, 70 mil toneladas de alimentos vão parao lixo diariamente. Enquanto isso, a cada cincominutos uma criança morre por problemasrelativos à fome, totalizando 288 crianças por dia.

Você sabe o que é preci-clar? Muito simples, épensar antes de comprar,ou seja, pensar no resíduoque será gerado.Fonte: Fonte: Fonte: Fonte: Fonte: Manual do Consumidor

Consciente, Instituto Akatu

Se uma família de cinco pessoas deixar de desper-diçar um décimo no preparo e consumo de alimen-tos, ao longo do ano terá economizado o suficientepara alimentar-se por mais 36 dias.

A cada 3,6 segundos alguém morrede fome no mundo. Por dia, 24 milpessoas falecem de fome crônica.

Cada brasileiro desperdiça emmédia cerca de 40 litros de emba-lagens de papel por ano. Cerca de90% do lixo dos escritórios são depapéis recicláveis.

O Brasil produz um milhão detoneladas de embalagens de

papelão por ano. Produzir papel reciclado consome50% menos de energia, utiliza 50% menos água,além de reduzir a poluição do ar em 95%.

Cada tonelada de alumínio reciclado evita a retiradade cinco toneladas de bauxita do meio ambiente.

Desenho dos alunosBeatriz M., Daniela,José Augusto, LucasM, Nathália e Raquel,da turma 62

Cada tonelada de papel reciclada poupa, emmédia:

· 60 eucaliptos adultos (conforme o processoindustrial usado)

· 2,5 barris de petróleo

· 50% da água usada na fa-bricação normal (ou 30 ml)

· O volume de cerca de 3metros cúbicos nos lixõese aterros.

Por que reciclar?

Desenho dos alunos Beatriz, Carolina, Julia,Pedro G. e Rafael C., da turma 62

Consumo Consciente é um projeto desenvolvido pela equipe de Ciências com os alunos do 6º ano

Page 8: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

8 . Bom Dia Cruzeiro Capa

Entre desafios e descobertasEles estavam aqui quando tudo começou e contam como foi a aventurade construir um projeto de educação passo-a-passo. Colaboradores deprimeira hora, relatam suas histórias a partir de lembranças pessoais oumemórias coletivas, repletas de emoção. Nos dez anos do lançamentoda pedra fundamental, vamos contar a história do Cruzeiro Jacarepaguá.

Minha história em Jacarepaguá começou em 1998, quando cheguei ao Rio de Janeiro. Porocasião da minha vinda ao Colégio Cruzeiro, já havia uma perspectiva de lançamento da segundaunidade. Acompanhei o lançamento da pedra fundamental e, ao iniciarem os trabalhos emJacarepaguá, acumulei as funções de Vice-Diretor das unidades Centro e Jacarepaguá. Emdezembro de 2003, assumi a Direção do Colégio. O desafio, já naquela época, era colocar a infra-estrutura necessária e desenvolver a filosofia e o projeto político-pedagógico desta nova unidade,mantendo as características do Colégio Cruzeiro, uma instituição de tradição, com os desafiosvoltados para o contexto de seu tempo.

Marcante foi substituir o Prof. Udo Dengler.Ele, um educador exemplar, preparou a sua tran-sição de forma tranqüila. Em cada encontro pú-blico, me apresentava como seu sucessor e, emdezembro de 2003, num ato simbólico e festivo,entregou uma grande chave, “a chave do colégio”,feita em madeira. O Colégio, na época, contavacom 840 alunos, do Maternal até a 5ª série.

A caminhada iniciada pelo Prof. Dengler conti-nua com toda a seriedade e o entusiasmo que nos-sos alunos merecem. Hoje, o Cruzeiro Jacarepaguápossui 1623 alunos do Maternal a 2ª série do EM.

Agradecemos a todos por esta linda e compro-metida história a favor da formação integral.

Professor Valdomiro Dockhorn - DiretorProfessor Valdomiro Dockhorn - DiretorProfessor Valdomiro Dockhorn - DiretorProfessor Valdomiro Dockhorn - DiretorProfessor Valdomiro Dockhorn - Diretor

Quatro momentos da construção: do lançamentoda Pedra Fundamental, em agosto de 1998, até o

término da construção, em maio de 1999

Eu trabalhava no Colégio Cruzeiro do Centro e estava grávida de oito meses quando foi feito olançamento da pedra fundamental de Jacarepaguá. Sabia que quando voltasse da licença maternidadeviria para cá, mas não estava acompanhando as obras. Durante o lançamento, nos reunimos no retirocom as 32 famílias que iriam matricular seus filhos aqui.Após a reunião, subimos pela floresta para conhecer asobras. Subimos pelo meio da floresta, fazia um calordanado, e eu com aquele barrigão. Quando chegamosaqui em cima, tive uma surpresa: a pedra fundamentalestava colocada no meio de um imenso clarão. Nãotinha mais nada por perto. Meu enteado, que estavacomigo naquele dia e tinha, na época, 13 anos, me olhoucomo que perguntando: ‘Cadê o colégio?’. Fiz um sinalpara ele ficar quieto e pensei: ‘Meu Deus, quanta con-fiança esses pais depositam em nós’. Naquele diaentendi o tamanho do compromisso. Cada tijolocolocado era uma vitória para nós.

Professora Norma Benjamim -Professora Norma Benjamim -Professora Norma Benjamim -Professora Norma Benjamim -Professora Norma Benjamim -Vice-DiretoraVice-DiretoraVice-DiretoraVice-DiretoraVice-Diretora

Page 9: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

Bom Dia Cruzeiro . 9Capa

Histórias que a gente nunca esquece

O colégio estava aberto havia dois meses e o professor Dengler meconvidou para fazer o transporte escolar. Marcamos um encontro na pas-sarela de Jacarepaguá. Eu não o conhecia, então, ele falou que estaria depaletó azul. Nos encontramos no lugarmarcado e ele me disse: ‘Você começahoje’. Eu falei que não podia começarjá, mas não teve jeito. Era muito diver-tida aquela época. Começamos lá em-baixo, eu, dirigindo uma van com trêscrianças, e o Cipriano, que levava seispara a Barra. Eram só 32 alunos na es-cola. Não tinha piscina, não tinha esteprédio aqui em cima. Todo dia tinha o‘Auf wiedersehen’ do diretor à tarde.Se tivesse alguma festa, quando acabavao professor Dengler apagava as luzes edizia: ‘Todo mundo para casa, amanhãtem trabalho’. São muitas histórias.

Elias Pereira – Transporte EscolarElias Pereira – Transporte EscolarElias Pereira – Transporte EscolarElias Pereira – Transporte EscolarElias Pereira – Transporte Escolar”

Minha primeira noite do pijama foi inesquecível. Acampamos ondeagora fica o estacionamento dos ônibus, pertinho da floresta. Passei a noiteinteira abrindo e fechando as barracas, imaginando que os bichos iam entrarno acampamento e subir pelas crianças. À meia-noite teve o passeio pelafloresta. Nós entramos com o grupo, naquela escuridão, e foi me dando umpavor. O professor Dengler ia na frente. De repente, eu parei e avisei: ‘Quemestiver com medão me acompanha de volta ao acampamento’. Um gruposeguiu em frente, o outro voltoucomigo. Ficamos sentados es-perando todos chegarem paravoltar às barracas. Ainda hojepasso a noite abrindo e fechan-do barracas, mas já consigodormir um pouquinho.

Vânia Vasconcelos –Vânia Vasconcelos –Vânia Vasconcelos –Vânia Vasconcelos –Vânia Vasconcelos –Orientadora PedagógicaOrientadora PedagógicaOrientadora PedagógicaOrientadora PedagógicaOrientadora Pedagógica”

O Mateus veio me avisar que tinha um animal morto na mata. Eu fui lá evi que era um gambá. Ele estava morto mesmo, mas a barriga estava se

mexendo. Então eu abri abarriga e retirei três filho-tinhos. Ficamos cuidandodeles aqui no colégio até quea mãe de um aluno, que eraveterinária, encontrou umnovo lar para os bichos.

Marcus Schupp – CoordMarcus Schupp – CoordMarcus Schupp – CoordMarcus Schupp – CoordMarcus Schupp – Coord.....de Educação Físicade Educação Físicade Educação Físicade Educação Físicade Educação Física

Tudo começou quandoresolvi levar meus alunos paraconhecer o Retiro Humboldt,que fica nas imediações doColégio. Naquela época eu ti-nha 25 alunos do Grupo I, ouseja, crianças com 3 anos emeio, e seria, óbvio, umaaventura levá-los pelos cami-nhos acidentados que nosesperavam até o Retiro. Con-tei com a ajuda da minha auxiliar Isaura e descemos, aos trancos e barrancos,com aquela criançada alegre e ávida.

Logo pelo caminho, avistamos uma enorme cacho de bananas queestava amadurecendo. Os olhinhos espantados dos alunos pareciamnunca ter visto algo assim. Caminhamos até o lago, vimos as casas dosidosos e ouvimos suas histórias.

Na volta, já cansados, resolvemos juntos trazer aquele cacho de bananas.Vim arrastando e tentando suportar o peso, mas a causa era justa. Elesestavam eufóricos!

Quando entramos na sala, penduramos o cacho na janela e à medidaque as bananas iam amadurecendo comíamos, na hora do lanche.

Rosâne Regina Modesto da Silva - Coordenadora PedagógicaRosâne Regina Modesto da Silva - Coordenadora PedagógicaRosâne Regina Modesto da Silva - Coordenadora PedagógicaRosâne Regina Modesto da Silva - Coordenadora PedagógicaRosâne Regina Modesto da Silva - Coordenadora Pedagógica”

Aqui no colégio já passei por todas as áreas: fui a primeira inspetora,auxiliei no transporte escolar, trabalhei na xerox. No começo, todo mundofazia um pouco de tudo. Tinha uma relação de proximidade. Nosso almo-ço era no campestre. Todo mundo entrava no ônibus, depois da aula,

para almoçarmos juntos.Eu fazia um cafezinho àtarde e entregava para asprofessoras, para a direção.Todo os aniversários eramcomemorados. Sabíamosque o colégio ia crescer eque isso iria se perder. Masestou muito feliz de estaraqui nestes dez anos.

Léa de Souza – SecretariaLéa de Souza – SecretariaLéa de Souza – SecretariaLéa de Souza – SecretariaLéa de Souza – Secretaria”

No meu primeiro ano de Cruzeiro, eu trabalhava no Tempo Integral, edava aulas no maternal. Nesta época, não tínhamos inspetoras, nem aju-dantes. Eu, Carla e Marcus Schupp nós revezávamos para dar banho, secar eficar com a turminha. Depois do almoço era a hora do descanso. Eu fechavaas janelas, espalhava os colchonetes, abria os lençóis e ligava os ventiladores.Um dia, tive que deitar com um aluno que estava com dificuldade para dormir,pois tinha esquecido a chupeta. Eu dormi e só acordei com o professor Denglerme perguntando: “A senhoraestá bem, professora?” Acordeiassustada. Tinha só um mês decontrato, pensei que seriademitida. Fiquei e no fim doano fui promovida à coorde-nadora do TICC.

Renata Tavares – Coord.Renata Tavares – Coord.Renata Tavares – Coord.Renata Tavares – Coord.Renata Tavares – Coord.do Tempo Integraldo Tempo Integraldo Tempo Integraldo Tempo Integraldo Tempo Integral

Page 10: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

10 . Bom Dia Cruzeiro Capa

Em julho do ano passado fizemos um intercâmbio para Vancouver, no Canadá. Nossogrupo tinha alunos do 9º e do 1º ano, além de alunos do Cruzeiro do Centro e de outros

colégios. Ficamos em casas de famílias e frenqüentávamos aescola todos os dias. Minha mãe canadense fez questão de melevar à escola no primeiro dia. Ela morava sozinha, os filhos jáestavam casados. Acho que fiz companhia para ela. Quando volteipara o Brasil, ela até chorou. Até hoje nos falamos por e-mail.

Vancouver é uma cidade muita segura. Fomos a um jogo deboliche à noite e eu voltei para casa sozinha, de madrugada. Aúnica coisa ruim da cidade é a comida. Sofri muito com isso,porque eles comem muito fast food e muita comida chinesa.Saudade? De tudo! A cidade é perfeita!

Elis Gama - 2ª série do Ensino MédioElis Gama - 2ª série do Ensino MédioElis Gama - 2ª série do Ensino MédioElis Gama - 2ª série do Ensino MédioElis Gama - 2ª série do Ensino Médio

O primeiro intercâmbio

A proposta era fazer do intercâmbio na Alemanha uma preparação para o DSD, que éum teste de proficiência na língua Alemã. Para alguns, era a primeira viagem sozinhos,sem os pais. Eu já tinha passado por esta experiência, então, não estava nervosa. Ficamosduas semanas e meia na casa de famílias alemães, numa cidade do interior chamadaLüneburg. Depois, passamos o resto do mês viajando com os professores. Visitamos Berlim,

Frankfurt, Praga.Nosso grupo era muito unido. Mesmo quando ficamos

separados, sempre nos encontrávamos. Aos sábados,fazíamos churrascos, saíamos juntos para o cinema, para oboliche e outros programas. Também tínhamos muita liber-dade. Eu podia pegar uma bicicleta e ir sozinha até o centroda cideade. No último dia, para fechar com chave de ouro,fomos a um parque de diversões. Na volta, deu saudade e atéuma vontadezinha de ficar por lá. O mais legal foi ter a certezade que realmente sabíamos falar alemão. Isto deu muita segu-rança para fazer o teste e o grupo todo conseguiu passar.

Bárbara Andrade - 2ª série do Ensino MédioBárbara Andrade - 2ª série do Ensino MédioBárbara Andrade - 2ª série do Ensino MédioBárbara Andrade - 2ª série do Ensino MédioBárbara Andrade - 2ª série do Ensino Médio

“ “Lembro-me de que logo no primeiro ano de funcio-namento do colégio, o professor Dengler resolveu fazerum passeio pela floresta. Eu estava com um saltoaltíssimo. Voltei da aventura com muitos arranhõesnas pernas, mas foi muito bom.

Naquele ano, eu dava aulas de alemão, mas tam-bém acompanhava os alunos no tempo integral. Foia primeira vez na minha experiência de professoraextraclasse que tive este contato tão estreito com umaturma. Foi uma época de muito trabalho, mas muitobacana, também. Até hoje tenho um vínculo fortecom este grupo, que está no 2ª série do Ensino Médio.

Eu me emocionei muito quando eles conseguiramo primeiro certificado de Alemão. Vou ficar comsaudade quando o grupo sair daqui.

Valéria Caetano – Coordenadora do AlemãoValéria Caetano – Coordenadora do AlemãoValéria Caetano – Coordenadora do AlemãoValéria Caetano – Coordenadora do AlemãoValéria Caetano – Coordenadora do Alemão”

Tive muita sorte de no intercâmbio da Alemanha. Minha família tinha um irmão de 15anos e uma irmã de 17, muito parecida comigo. Tinha os mesmos gostos, estava na mesmasérie. Então, ficamos na mesma sala de aula. Diferente daqui, lá na Alemanha são os alunosque se deslocam de uma sala para outra. Assisti até aula defísica em alemão. Não foi difícil, foi legal, a turma da minhairmã é muito bacana.

Em casa, a rotina da família é bem diferente. Na hora dojantar, quis ser educada e me sentei à mesa. Fiquei lá sozinha,todo mundo foi comer em frente à televisão. Minha mãealemã falou para ir para sala, lá é assim mesmo. Ela é social-pedagoga e adora futebol. Joguei uma partida com ela, decalça comprida, debaixo de chuva, morrendo de frio. Lá eraverão, mas para mim ... Já com a comida não tive problema:adoro a carne de porco deles!

Bruna Tavares - 2ª série do Ensino MédioBruna Tavares - 2ª série do Ensino MédioBruna Tavares - 2ª série do Ensino MédioBruna Tavares - 2ª série do Ensino MédioBruna Tavares - 2ª série do Ensino Médio

Page 11: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

Bom Dia Cruzeiro . 11Capa

Já vai fazer dez anos? - me pergunto.Foi um momento muito emocionante para mim,

quando, em fins de 1998, a então Diretoria Geral daSBH retomou minha idéia, lançada há 25 anos:construir um novo Colégio Cruzeiro no imenso ter-reno de 100 mil m2 de sua propriedade, em Jacare-paguá. Agora existia e evoluía a Barra da Tijuca, ascondições de tráfego melhoraram consideravel-mente, o Rio de Janeiro crescia ao longo das praiaspara o Sul.

Maior foi minha alegria quando fui incumbido derealizar este sonho, formando novo corpo docente ede auxiliares, elaborando plantas do prédio principal,da praça de brinquedos, da área de esporte, da piscina,junto com a estudante de arquitetura Karin Köhler,minha ex-aluna, acompanhando a sua concretização,preparando a estruturação pedagógica, durante cincoanos seguidos.

Considero este tempo como o mais gratificantena minha de função de professor. Como uma árvore,plantada com carinho, crescendo lentamente, forti-ficando suas raízes, até florir, sinto o desabrocharcontínuo do Colégio Cruzeiro JPA.

O empenho de todos, com dedicação e interesse, -professores, pais, auxiliares e alunos - certamente emmuito contribuiu para lançar o nome da escola entreos educandários de respeito na área de educação doRio de Janeiro.

Pode haver melhor presente para o 10º aniversáriodo lançamento da pedra fundamental?

Professor Dengler - ex-diretor doProfessor Dengler - ex-diretor doProfessor Dengler - ex-diretor doProfessor Dengler - ex-diretor doProfessor Dengler - ex-diretor doColégio CruzeiroColégio CruzeiroColégio CruzeiroColégio CruzeiroColégio Cruzeiro

Queremos parabenizar o Colégio Cruzeiro Jacarepaguá pelos seus dez anos de brilhantestrabalhos prestados em prol da formação de seus alunos. Não poderíamos deixar demencionar o nome do professor Udo Dengler, pelo carinho e atuação marcante quecertamente teve, possuindo grande participação no sucesso desta instituição. A atualdireção vem mantendo de forma incontestável a continuidade deste trabalho e desejamosa todos os profissionais muitos anos de sucesso.

Eliane e Ivan – Pais do Rodrigo Pupe, 2ª série do Ensino MédioEliane e Ivan – Pais do Rodrigo Pupe, 2ª série do Ensino MédioEliane e Ivan – Pais do Rodrigo Pupe, 2ª série do Ensino MédioEliane e Ivan – Pais do Rodrigo Pupe, 2ª série do Ensino MédioEliane e Ivan – Pais do Rodrigo Pupe, 2ª série do Ensino Médio”“

Álbum de família

Entrei no Colégio Cruzeiro Jacarepaguá em fevereiro de 1999, como professora denatação. Comecei a passar mal e a Lea, da secretaria, me disse que eu estava grávida. Noinício duvidei, mas no final do mês estava confirmada a gravidez. Fui conversar com oprofessor Dengler, dizer que não poderia continuar no colégio, mas ele me falou que nãohavia problema algum em ficar, caso eu quisesse. Passei a gestação inteira no colégio,dando aulas de natação para as crianças do tempo integral. Em junho, já eram 44 alunos.

As aulas eram dadas na piscina do Clube Campestre. A Lea e a Valéria ficavam esperando ofinal da aula e todo mundo ajudava a dar banho, pentear os cabelos, dar o lanche das crianças.

Fazíamos parte do dia-a-dia daqueles alunos.Lembro-me de uma vez que o ônibus do colégio

quebrou, então, os próprios professores faziam otransporte dos alunos até o Campestre. Nóstínhamos um Fiat 147 que abria a mala quando subiaa ladeira. As crianças adoravam andar nele eapelidaram o carro de trovão azul.

Em novembro de 1999, entrei em licença mater-nidade. O Rodrigo nasceu no final do mês. A gentepode dizer que ele acompanhou a história do colégiodesde a gestação. Hoje, estuda aqui, no 3º Ano.

Carla Schupp – professora de Educação FísicaCarla Schupp – professora de Educação FísicaCarla Schupp – professora de Educação FísicaCarla Schupp – professora de Educação FísicaCarla Schupp – professora de Educação Física

“”

No ano passado, assim que foi lançado o filme Pequena MissSunshine, eu fui assistir com a minha mãe e perguntei a ela sefaria o mesmo que a família da menina fez. Ela me disse que sim.No dia seguinte, uma segunda-feira, houve uma sessão cívica deapresentação das mães representantes. Como a minha mãe erauma delas, estava lá. Sem me avisar, preparou todo um discursome homenageando e ao final disse que eu seria sua eterna MissSunshine, independente do que acontecesse. Todos se emocio-naram muito. Foi a coisa mais bonita que já fizeram para mim.Nunca vou me esquecer e tenho certeza de que vai ficar na memó-ria de muitas pessoas que vieram me cumprimentar depois pela mãe que eu tinha. Mãe, teamo muito, sempre vou me orgulhar de você.

Nina – 2ª série do Ensino MédioNina – 2ª série do Ensino MédioNina – 2ª série do Ensino MédioNina – 2ª série do Ensino MédioNina – 2ª série do Ensino Médio

Ao longo dos últimos dez anos, o Colégio Cruzeiro fez parte dahistória de muitas famílias. Episódios que marcaram, também, atrajetória do colégio. Seus protagonistas, agora, compartilham estesmomentos e revelam sentimentos e lembranças que ficarão parasempre na memória.

Page 12: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

12 . Bom Dia Cruzeiro

Apaixonado pelo BrasilTurismo

Roberto Burle Marx nasceu em 1910, comprou seu

sítio em 1949 e o doou em 1985. Ele tem 3, 5 mil

espécimes de plantas em 360 mil metros

quadrados. Em 4 de julho de 1994, o paisagista

morreu aos 84 anos, dois meses depois de seu

ateliê ser inaugurado. Ele era pintor, paisagista e

colecionador da arte popular brasileira.

Breno e Thiago, turma 63

fotos de Larissa, Hanna e Luiza

11111

44444

Ele chamava seu novo ateliê de “ateliê casa”. Foiconstruído com pedras que não seriam mais aproveita-das. Burle Marx era apaixonado por arte da cultura popu-lar brasileira. Tinha muitas coleções, como cerâmicas,carrancas e santos barrocos. Burle Marx trouxe ascarrancas dos barcos do Rio São Francisco. (Foto 2)Beatriz Tavares, Julia de Pinna e Luiza Chaves,Beatriz Tavares, Julia de Pinna e Luiza Chaves,Beatriz Tavares, Julia de Pinna e Luiza Chaves,Beatriz Tavares, Julia de Pinna e Luiza Chaves,Beatriz Tavares, Julia de Pinna e Luiza Chaves,turma 65turma 65turma 65turma 65turma 65

Cultura popularCultura popularCultura popularCultura popularCultura popular

Burle Marx , como paisagista, possuía uma grande co-leção de plantas. Prova disso é a sua coleção de Bromélias.Desde pequeno, Burle Marx interessou-se pelo mundoda botânica. Em sua casa, mantinha um pequeno jardim.Mas apesar de brasileiro e botânico, só foi aprender sobreas plantas brasileiras em uma feira na Alemanha.

Mesmo sem ter uma religião, Burle Marx mantinha umacapela em seu Sítio. Também possuía uma coleção dearte Sacra Barroca. Burle Marx adorava pintar tecidos etelas e até os colava no teto. (Foto 1)Lucas Malafaia, Julia, Pedro Maia e BeatrizLucas Malafaia, Julia, Pedro Maia e BeatrizLucas Malafaia, Julia, Pedro Maia e BeatrizLucas Malafaia, Julia, Pedro Maia e BeatrizLucas Malafaia, Julia, Pedro Maia e BeatrizMendes, turma 62Mendes, turma 62Mendes, turma 62Mendes, turma 62Mendes, turma 62

Arte e religiosidadeArte e religiosidadeArte e religiosidadeArte e religiosidadeArte e religiosidade

Esta é a entrada do Sítio Burle Marx. Quando ele com-prou o sítio havia uma plantação de bananas, uma igrejaem ruínas e uma casa. No sítio vimos plantas e floresmuito variadas, com formas cores e tipos diferentes. BurleMarx era um grande paisagista, além de um verdadeiroartista. Ninguém conhece muito deste lado dele. (Foto 3)Isabella, Bruna e Lenir, turma 67Isabella, Bruna e Lenir, turma 67Isabella, Bruna e Lenir, turma 67Isabella, Bruna e Lenir, turma 67Isabella, Bruna e Lenir, turma 67

Plantas e floresPlantas e floresPlantas e floresPlantas e floresPlantas e flores

Neste sítio há mais de 3500espécies de plantas originárias deflorestas brasileiras e outros lugares.

No sítio Buler Marx há um ateliêonde ele fazia suas obras de arte.

Esta escultura foi feita para espan-tar os monstros do mar (pois os ho-mens acreditavam que havia seres domal). (Foto 4)Alyssa, Amanda, Carolina L. eAlyssa, Amanda, Carolina L. eAlyssa, Amanda, Carolina L. eAlyssa, Amanda, Carolina L. eAlyssa, Amanda, Carolina L. ePietra, turma 65Pietra, turma 65Pietra, turma 65Pietra, turma 65Pietra, turma 65

CarrancasCarrancasCarrancasCarrancasCarrancas

22222

33333

Page 13: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

Bom Dia Cruzeiro . 13

1

Turismo

O Sítio Burle Max é enorme, tem cerca de 365 mil metros quadrados.Burle Marx tinha 17 anos quando viu a primeira planta brasileira a serusada em um Jardim Botânico da Alemanha, o que não era comum,porque na época as plantas européias estavam na “moda”.

No sítio tem milhares de espécies de animais, como algumasaranhas, e plantas como a Espatódia e a Espatódia- polvo, plantacom que se faz um tipo de bebida típica do México.

A árvore dos 100 anos não é originária do Brasil, e em seu país deorigem ela vive realmente 100 anos, dá uma tonelada de coquinhose morre. A árvore plantada aqui só vive 40 anos.

Vale a pena conferir também: a sala de pedra, a sala de azulejosonde Burle Marx dava suas festas, a sala das cerâmicas, a igreja, aestufa e as plantas.

Raíza e Carolina Coutinho, turma 65

Um paraíso verde no coração do Rio de JaneiroA árvore dos 100 anos é uma das

atrações da coleção do paisagista,

entre as espécies de outros países

Recebido o convite para escrever sobre a experiência concreta de participar dafase de construção da horta do colégio, a turma mostrou-se animada e interessadaem contar cada detalhe que lhes parecia importante.

Animadamente, explicaram que a primeira etapa foi o cuidado com a terra. Erapreciso limpar o terreno, antes da semeadura para que nada interferisse nocrescimento do embrião-semente, que garantiria o desenvolvimento do vegetal.

Depois dessa etapa, a cada semana, nas aulas de educação ambiental, foramregando e acompanhando o produto da dedicação e da crença de que a horta defato aconteceria.

Diante de olhos admirados surgiram tomates, mamões, ervas medicinais, alfacese outros produtos.

A experiência com a horta tem proporcionado às crianças um contato maiorcom a terra, desenvolvendo uma relação de respeito com o ambiente, aprendizadospráticos de conceitos trabalhados na disciplina de Ciências Naturais e a consciênciade uma alimentação mais saudável.Outro aspecto importante que se discuteatualmente durante a hortadurante a hortadurante a hortadurante a hortadurante a horta (maneira como se referem os alunos) é a produçãode biodiesel a partir do plantio de mamona.

Como se vê, experiências tão simples, porém recheadas de significados e en-sinamentos enriquecem o cotidiano escolar dos nossos alunos a cada encontro,no momento horta.no momento horta.no momento horta.no momento horta.no momento horta.

Participaram da atividade Isabela Coelho, Cleo Luthebark, Eduarda Vazquez, Eduarda Höhn,

Rafaela Calçada, Clara e Viktoria, sob coordenação da Professora Marta Monteiro, da turma 47.

É tempo de colheita no Cruzeiro

No sentido horário: os alfaces, a mamona, as ervas medicinais e otomateiro da horta cultivada pelos alunos, durante as aulas deEducação Ambiental, com o Professor JH

Educação Ambiental

Foto

s: C

arla

Bai

ense

Page 14: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

14 . Bom Dia Cruzeiro Diversão

Consumidor consciente é bem informado. Porcure, no caça-palavras,

os termos destacados em vermelhoBeatriz Lima, Luiza Chaves e Nathália Duarte

Para ser um consumidor consciente, tem que se preocupar com oimpacto da produção e do consumo sobre o meio ambiente. Tem quemobilizar outros consumidores para a prática do consumo consciente.

Não jogue alimento bom no lixo. Procure formas de utiliza-lo. Escolhaprodutos que utilizem pouca embalagem ou que tenham embalagensreutilizáveis ou recicláveis.

Diariamente são coletadas 100 mil toneladas de lixo no Brasil. Destetotal, 40% são formadas por materiais inorgânicos que são reaproveitáveis.Por ano, uma família joga fora, em média, 47 kg de plástico, 32 kg de metale 74 kg de vidro. Ajude a reduzir esses números.

Um bom consumidor consciente não desperdiça água.Resumindo, o consumidor consciente se preocupa com o planeta Terra.

Dentre outros modos de medição de tempo antigosexiste o relógio-sombra romano. Ele consiste em umareta de 12 cm numerada de centímetro em centímetro,desenhada em uma grande pedra, coberta por outrapedra até a marca de seis centímetros e afastado dareta de seis centímetros. Coloque-o na direção Norte evocê verá a sombra sobre o número. Se a sombra forsolar e marcar o número seis na reta, serão 6h. Se forlunar, serão 18h.

João Pedro – Turma 63João Pedro – Turma 63João Pedro – Turma 63João Pedro – Turma 63João Pedro – Turma 63

1 – Processo de reaproveitamento de coisas,alimentos, objetos usados.

2 – Utilizar novamente, tornar a utilizar.

3 – Aproveitar novamente.

4 – Os seres vivos que têm mais vantagenssobrevivem mais do que os que têm menos.

5 – Evitar desperdício.

Rafaela, turma 61Rafaela, turma 61Rafaela, turma 61Rafaela, turma 61Rafaela, turma 61

15

2

4

3

Caça-palavras

Cruzadinha

Dica

Respostas: 1 - Reciclagem; 2 - Reutilizar; 3 - Reaproveitar; 4 - Seleção Natural; 5 - Consumo Consciente

A B C G H C O N S C I E N T E F S R

L G R S T J K L U F C H A B E A R D

I C J R P J O A E O U C H L M L A R

X L Z E O N L M O S P T R S T U M E

O R S C T A M N R U L V U N I O B A

L H J I M A S T V A A U J F S J I S

C S A C U R S M U E N H I R K I E P

O L M L H J O L C U E M L I X E N R

N U F A G N l P A N T H M U S R T B

S L K V L M A S L I A R E D J S E I

U M R E D U Z I R L T M O P S Q U I

M Q U I J L S T Q U E V X Z I O L I

I J O S R B A Ç I D R E P S U I J L

S C O N S U M I D O R E S L I F U I

R E A P R O V E I T A V E I S I S I

Page 15: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

Bom Dia Cruzeiro . 15Cartas

CartasAidsAidsAidsAidsAids

O vírus da Aids é conhecido como HIV e é transmitido através do sexo,compartilhamento de seringas ou transfusões de sangue. Após o contágio, adoença pode demorar até 10 anos para se manifestar. Os principais sintomasda Aids são: febre alta, diarréias constantes, crescimento de gânglios linfáticos,perda de peso e erupções na pele. Para se prevenir contra a Aids, é recomen-dado o uso de camisinha e que não se compartilhe seringas usadas. Infeliz-mente, a medicina ainda não descobriu a cura para a Aids. Victor PennaVictor PennaVictor PennaVictor PennaVictor Penna

AidsAidsAidsAidsAidsLeitores do jornal Colégio Cruzeiro, sou o aluno João Victor da turma

74. Venho falar para vocês sobre o vírus do HIV, causador da Aids. A Aidsé uma doença que se manifesta após a infecção do organismo pelo vírusda imunodeficiência humana. Os seus sintomas mais comuns são febrepersistente, calafrios, dor de cabeça, dor de garganta, dores musculares emanchas na pele. Ele é transmitido pelo sangue, sêmen, secreções va-ginais e pelo leite materno. A melhor forma de prevenção é o uso depreservativos nas relações sexuais. João VictorJoão VictorJoão VictorJoão VictorJoão Victor

Febre AmarelaFebre AmarelaFebre AmarelaFebre AmarelaFebre AmarelaA febre amarela é uma doença que vem de outras regiões. Não afeta

muito a nossa população, mas o mosquito transmissor é o mesmo dadengue. Então, se conseguirmos detê-lo, deteremos as duas doenças. Parase prevenir, não devemos deixar água parada, e ao regar as plantas devemosadicionar água sanitária e cloro. Esta é uma ação que deve ser feitacoletivamente, porque só terá efeito se todos o fizerem. Marcelo PradoMarcelo PradoMarcelo PradoMarcelo PradoMarcelo Prado

Epidemia de DengueEpidemia de DengueEpidemia de DengueEpidemia de DengueEpidemia de DengueEste alerta não é para a população, e sim os responsáveis pela saúde

estadual do Rio de Janeiro. Todas as pessoas de baixa renda que não têmcondições financeiras para pagar um bom plano de saúde têm que utilizaros postos de saúde. Queixam-se do atendimento, das diversas horas deespera e da falta de leitos para os pacientes.

Tentando minimizar o caos em que nos encontramos, aumentaram ohorário de atendimento nos postos. Desta forma, estão sobrecarregando osmédicos, pela falta de especialista. O ideal seria a construção de novos hospitaise a contratação de médicos para melhorar a situação da saúde pública.

Precisamos nos preparar e tomar as ações adequadas para amenizar asituação atual e prevenir futuras epidemias. Pedro Lopes Pedro Lopes Pedro Lopes Pedro Lopes Pedro Lopes

Leitor,Leitor,Leitor,Leitor,Leitor,eu e meu grupo queríamos alertá-lo para o perigo da tuberculose. A

tuberculose é uma doença contagiosa causada pelo Bacilo de Koch. Atosse, o espirro ou escarro dos doentes com tuberculose podemcontaminar outras pessoas. Os sintomas são: tosse, febre, suor noturno,emagrecimento, falta de apetite e desânimo.

Assim você ajuda a evitar transmissões: cobrindo a boca e o nariz aotossir ou espirrar; mantendo a casa bem ventilada; abrindo a janela parapermitir a entrada do sol. Fazendo o tratamento correto, a pessoa comtuberculose evita que outras pessoas adquiram a doença.

Importante: todas as pessoas que convivem com os doentes devemprocurar o serviço de saúde para serem examinadas. Vitor RenatoVitor RenatoVitor RenatoVitor RenatoVitor Renato

Caro leitor,Caro leitor,Caro leitor,Caro leitor,Caro leitor,a tuberculose é coisa do passado? O que você sabe sobre esta doença? Eu

e meus colegas da turma 71 pesquisamos sobre ela e aprendemos muito.Doença registrada há seis mil anos, encontrada até nas múmias egípcias,foi a principal causa de mortes no Ocidente, do Séc XVII ao Séc. XX.

Ficou conhecida como a doença dos “românticos e boêmios”. Em 1950,com a descoberta do antibiótico penicilina, o índice de cura subiu para95%. Hoje, com a descoberta de novos antibióticos, o tratamento passoua ser ambulatorial, com isolamento de apenas duas semanas.

A tuberculose tem cura? Sim!!! Mas, cuidado: a desinformação vemaumentando o número de casos da doença. Preste atenção aos seguintessintomas: tosse persistente por vinte e um dias, febre, suor noturno, perdade peso, falta de apetite e cansaço são um alerta para você.

O diagnóstico é simples: procure o posto de saúde da sua região pararealizar o “exame do escarro” e o RX do tórax. Lá, você encontrará umprofissional capacitado para resolver seu problema. O tratamento é gratuito.

Em época de dengue, também precisamos pensar tuberculosamente!Pedro SoaresPedro SoaresPedro SoaresPedro SoaresPedro Soares

Palavras do cotidiano

Envie também sua colaboração para [email protected]

A equipe de Língua Portuguesa lançou umdesafio aos alunos do 7º ano: revisitar as palavrasdo dia-a-dia, desgastadas pelo uso ou esquecidas

no dicionário, e reencontrar seu verdadeirosignificado. O resultado foi a descoberta do valor

de vocábulos simples, mas repletos deimportância para nossa vida. Neste número,

selecionamos uma destas palavras, fundamentalnos dias de hoje para a construção de umasociedade menos desigual: Conhecimento.

Des

enh

o d

e P

edro

Car

mo

Page 16: 10 anos de histórias · uma unidade do tradicional ... cientistas do 7º ano Alunos do 6º ano ... variando de estilo. Fez poesia, romance, conto, crônica e peça de teatro, tendo

16 . Bom Dia Cruzeiro

Herói por um diaLivro do Ano

Solidariedade

Se você pudesse ser um super-herói,

qual deles você escolheria? Confira

as respostas dos alunos do 3º ano

Sou o Homem de Ferro. Defendo as pessoas desprotegidase luto para salvar o mundo. Meus poderes são voar e soltarraios-laser pelas mãos. E se eu for atingido não vai doer,porque estou com armadura.Enzo, turma 33Enzo, turma 33Enzo, turma 33Enzo, turma 33Enzo, turma 33

Eu sou a Mulher-Gato. Tenho unhas bem afiadas. A minhamissão é salvar o mundo e derrotar aqueles que queremmachucar as pessoas. O meu poder é lutar karatê. Eu soumuito importante para as pessoas, porque vivo nummundo cheio de crimes e salvo as pessoas deles.Bianca, turma 31Bianca, turma 31Bianca, turma 31Bianca, turma 31Bianca, turma 31

Eu sou o Batman. A minha missão é salvar o mundo e asárvores. Os meus poderes são: super visão, super transfor-mação, super força, poder de paralisar o tempo, super velo-cidade, super salto, super grito, super sopro, corda a laser evisão de raio X.Henrique turma 35Henrique turma 35Henrique turma 35Henrique turma 35Henrique turma 35

Meu super herói é o Wolverine. Minha missão é salvar omundo com os meus poderes de garras e usar minha superforça para derrotar meu inimigo: Magneto. O Wolverinegosta de comer batata-frita e pipoca.Pedro, turma 35Pedro, turma 35Pedro, turma 35Pedro, turma 35Pedro, turma 35

Se eu fosse uma super-heroína eu seria a Mulher-maravilha.Meus poderes seriam: voar bem alto e pular, ficar invisível,correr o mais rápido possível e ter visão de raio laser paradeter os supremos vilões, inclusive o Coringa. E depois dedetê-los, eu salvaria o mundo com o meu amigo Batman e aminha amiga Batgirl.Giulia Martins, turma 35Giulia Martins, turma 35Giulia Martins, turma 35Giulia Martins, turma 35Giulia Martins, turma 35

Projeto desenvolvido pelas professoras do 3º ano e pela equipe de Informática Educacional, dentro da proposta de sensibilização do Livro do Ano 2008.

Nem precisa ser herói para fazer o bem. Os alunos da 1ª e 2ª séries do Ensino Médio encontraramum jeito diferente de ajudar a quem precisa: a partir do segundo semestre, eles vão dedicar um diapor semana à monitoria junto às crianças atendidas pelo Instituto Inpar, parceiro do Cruzeiro.

O Inpar atende, em tempo parcial, crianças a partir dos seis anos, regularmente matri-culadas na rede pública de ensino. Antes ou depois da escola, os alunos são encaminhados àinstituição, onde desenvolvem atividades recreativas, espor-tivas e recebem apoio escolar. A partir de agora, a atividadevai ganhar o reforço dos alunos do Cruzeiro.

Além disto, o colégio vai assumir a contratação de profes-sores de Matemática e Língua Portuguesa para trabalharemno apoio escolar às crianças do Inpar. No dia 24 de junho,funcionários do Cruzeiro, acompanhados do professor JoséHenrique, de Geografia, foram ao Inpar entregar a doação de30 mesas e 30 cadeiras ergonômicas à instituição. Ambas asiniciativas fazem parte do projeto social Se Doar, desenvolvidopor professores e alunos do Colégio Cruzeiro Jacarepaguá.

Doando conhecimento

O coordenador do projeto Se Doar,professor José Henrique, e osfuncionários do Cruzeiro entregaram aoInpar a doação de 30 mesas e cadeiraspara os alunos atendidos pelainstituição. Os estudantes estavamutilizando equipamentos emprestadospelas salas do jardim de infância.

Alunos iniciarão, no segundo semestre,

projeto de monitoria junto aos

estudantes do Inpar