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1 O Método dos Elementos Finitos na Análise Estrutural. Formulação em deslocamentos Capítulo 3 O Método dos Elementos Finitos na Análise Estrutural. Formulação em deslocamentos 3. 3.1 Introdução A determinação do campo de deslocamentos e da distribuição das extensões e das tensões em estruturas de comportamento aproximadamente elástico é um dos problemas mais comuns em Engenharia Civil. A Mecânica Estrutural estabelece as equações diferenciais a que devem satisfazer os campos de deslocamentos, extensões e tensões que se instalam numa estrutura qualquer quando submetida a solicitações exteriores. Tais equações (equilíbrio, relações de- formações-deslocamentos e relações constitutivas), a respeitar em cada ponto, constituem um sistema de 15 equações a 15 incógnitas que podem ser expressas apenas em termos de deslo- camentos, reduzindo-se assim o problema a um sistema de 3 equações a 3 incógnitas (equações de Navier). A obtenção de soluções analíticas destas equações diferenciais, respeitando as condições de fronteira, só é possível para problemas elementares, o que levou ao desenvolvimento de técnicas numéricas que nos permitem obter soluções aproximadas destas equações. De entre as várias técnicas numéricas disponíveis destaca-se pela sua generalidade e versatilidade o Méto- do dos Elementos Finitos (M.E.F.) o qual surgiu na sequência do aperfeiçoamento de trabalhos realizados com o Método das Diferenças Finitas nas décadas de 40 e 50, no âmbito do pro- grama de desenvolvimento da indústria aeroespacial americana. Na década de 60, com o apa- recimento de computadores sucessivamente mais potentes o M.E.F.( 1 ) foi desenvolvido e di- 1 O M.E.F. baseia-se na transformação das equações diferenciais que governam os problemas de domíni- os contínuos em sistemas de equações lineares.

02 - Cap. 3 - Métodos Dos Elem. Finitos Na Análise Estrutura

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1 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentosCaptulo 3O Mtodo dos Elementos Finitosna Anlise Estrutural. Formulaoem deslocamentos3. 3.1IntroduoA determinao do campo de deslocamentos e da distribuio das extenses e das tensesem estruturas de comportamento aproximadamente elstico um dos problemas mais comunsemEngenhariaCivil.AMecnicaEstruturalestabeleceasequaesdiferenciaisaquedevemsatisfazeroscamposdedeslocamentos,extensesetensesqueseinstalamnumaestruturaqualquerquandosubmetidaasolicitaesexteriores.Taisequaes(equilbrio,relaesde-formaes-deslocamentos e relaes constitutivas), a respeitar em cada ponto, constituem umsistema de 15 equaes a 15 incgnitas que podem ser expressas apenas em termos de deslo-camentos,reduzindo-seassimoproblemaaumsistemade3equaesa3incgnitas(equaes de Navier).Aobtenodesoluesanalticasdestasequaesdiferenciais,respeitandoascondiesdefronteira,spossvelparaproblemaselementares,oquelevouaodesenvolvimentodetcnicas numricas que nos permitem obter solues aproximadas destas equaes. De entre asvrias tcnicas numricas disponveis destaca-se pela sua generalidade e versatilidade o Mto-do dos Elementos Finitos (M.E.F.) o qual surgiu na sequncia do aperfeioamento de trabalhosrealizadoscomoMtododasDiferenasFinitasnasdcadasde40e50,nombitodopro-grama de desenvolvimento da indstria aeroespacial americana. Na dcada de 60, com o apa-recimentodecomputadoressucessivamentemaispotentesoM.E.F.(1)foidesenvolvidoedi- 1 O M.E.F. baseia-se na transformao das equaes diferenciais que governam os problemas de domni-os contnuos em sistemas de equaes lineares.2 Captulo 3vulgado pelo Prof. O.C. Zienkiewicz, tendo sido introduzido em Portugal pelo Eng. Jos Oli-veira Pedro (LNEC) e pelo Prof. Eduardo Arantes e Oliveira (LNEC/IST).3.2Conceitos bsicos do Mtodo dos Elementos Finitos. Elementos finitos e pontos no-dais.Na anlise de estruturas em Engenharia Civil temos sempre, em rigor, problemas de equil-brios tridimensionais, contudo, em face da geometria de determinadas peas e dos respectivoscarregamentospodem-seidentificardiversoscasosparticulares,comosejamproblemasapro-ximadamentecorrespondentesaequilbriosplanos(estadosplanosdetensooudedeforma-o),flexodelajesedecascas,etc..Emtodosestescasos,onmerodeligaesentrequalquerelemento finitodefinidoporalgumasfronteirasimaginrias(Fig.3.1)eosseusele-mentosvizinhosinfinito.EstesproblemassoresolvidospeloMEFdeacordocomameto-dologia e as aproximaes seguintes:a)Omeioseparadoporlinhasousuperfciesimaginriasnumnmerodiscretodeele-mentos finitos discretizao (Fig.3.2).b)Admite-se que os elementos se encontram ligados num nmero discreto de pontos no-dais (ouns) situados na sua fronteira. Os deslocamentos destes pontos nodais (grausde liberdade de cada ponto nodal) sero as principais incgnitas a determinar, tal comonos problemas discretos de anlise estrutural como o caso da anlise de prticos pelomtodo dos deslocamentos (2).x1x2Pontos nodaisu1u2Graus deliberdadeFig.3.1 - Discretizao em elementos finitos. Conceito de elemento finito, de ponto nodal ede graus de liberdade por ponto nodal. 2 No caso geral tridimensional cada ponto tem apenas trs graus de liberdade que coincidem com as trscomponentesdedeslocamentonumsistemadeeixostridimensional.Emcasosparticularesemqueadoptemsimplicaescomoasdeviga,delajeoudecascadelgadaospontosnodaisnorepresentamverdadeirospontos mas sim seces pelo que podem ter graus de liberdade de rotao (deslocamentos generalizados).3 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentosa) b)Fig.3.2 - a) Exemplos de estruturas discretizadas em elementos finitos. b) Diferentes tiposde elementos finitos.4 Captulo 3c) Escolhe-se um conjunto de funes funes de interpolao oufunes de forma Niquedefinemunivocamente,deformaaproximada,ocampodedeslocamentosemcada elemento a partir do valor dos deslocamentos dos pontos nodaisumei. A equaoque traduz esta aproximao fundamental do Mtodo dos Elementos Finitos (M.E.F.) u N um i mei (3.1)d)Partindodasrelaesdeformaes-deslocamentospode-severificarqueestasfunesNi permitemtambmdeterminarunivocamenteedeformaaproximadaoestadodedeformao em qualquer ponto dum elemento finito a partir do valor dos deslocamen-tos dos pontos nodais.e)Conhecidasasleisconstitutivasdomaterialeasextensesficatambmdeterminadooestado de tenso em todos os pontos do elemento, incluindo na sua fronteira.f)Da equao de equilbrio obtida por intermdio do P.T.V. aplicado a um elemento finitodetermina-se uma equao do tipoK u Fe e e(3.2)em que Ke a matriz de rigidez elementar, ue corresponde aos deslocamentos nodais eFe corresponde s foras nodais equivalentes s solicitaes aplicadas no elemento.g)Aplicando o P.T.V. a toda a estrutura verifica-se que possvel obter a equao de equi-lbrio global na formaK u Fg g g(3.3)em que K a matriz de rigidez global e F o vector global das foras nodais equivalentes. Amatriz K obtm-se por sobreposio (assemblagem)das matrizes de rigidez elementares e ovector F obtm-se por sobreposio dos vectores de foras nodais elementares tal como nocaso de sistemas estruturais discretos.Nesta metodologia introduzem-se algumas aproximaes comeando logo pela aproxima-o do campo de deslocamentos no interior de cada elemento finito por intermdio da escolhade funes de forma.Verifica-se, por exemplo, que nem sempre fcil provar que as funesdeformaescolhidassatisfazemorequisitodacontinuidadededeslocamentosentreelementosvizinhos.Almdisso,ascondiesdecompatibilidadepodemservioladasaolongodasfron-teiras(nointeriordoselementossosatisfeitasdevidorepresentaounvocadosdesloca-mentos por uma funo contnua). Em segundo lugar, a considerao das aces exteriores porforas concentradas nos pontos nodais, apenas garante o equilbrio de foras na globalidade daestrutura. possvel ocorrerem violaes locais das equaes de equilbrio, seja no interior doselementos seja na sua fronteira.5 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentosA escolha da forma do elemento e das funes de interpolao para casos especficos, dei-xamuitoespaoparaaexperinciaeparaaintuioetalentodosengenheiros,peloque,ograu de aproximao que pode ser atingido depende tambm bastante destes factores.A metodologia aqui exposta conhecida como a formulao em deslocamentos do Mto-do dos Elementos Finitos.Ageneralidadedomtododoselementosfinitospermiteasuaextensoaoutrosproble-mas de meios contnuos que seja possvel formular de acordo com uma formulao variacional.Defacto,existemactualmenteprocedimentosgenricosparaadiscretizaoemelementosfi-nitos de qualquer tipo de problema que seja definido por um conjunto de equaes diferenciais.Este texto, no entanto, refere-se, essencialmente, a problemas de mecnica dos slidos.3.3Formulao do Mtodo dos Elementos FinitosEmbora seja desejvel obter resultados gerais, aplicveis em qualquer situao, para evitaraintroduodedificuldadesconceptuais,apresenta-seemseguidaaformulaodoM.E.F.com base num exemplo simples relativo anlise de uma placa fina, em estado plano de tenso.Neste exemplo, o domnio do problema dividido em elementos quadrangulares (Fig.3.3) comdois graus de liberdade por n.x1x2Fig.3.3-Domnioemestadoplanodetensodivididoemelementosfinitosquadrangularescom dois graus de liberdade por n.3.3.1Aproximao fundamental do MEF. Funes de forma ou de interpolao NiUm elemento finito tpico, e, definido pelos seus ns, i, (no caso de elementos quadran-gulares de quatro ns i=1,2,3,4) e pelas linhas que constituem as suas fronteiras. Considere-se6 Captulo 3que o vector de deslocamentos, um, em qualquer ponto dum elemento finito aproximado porum vector coluna da seguinte formau N um i mei (3.4)sendo Nifunes previamente definidas da posio do ponto no elemento eumei o vector dosdeslocamentos dos pontos nodais. No caso plano de elementos quadrangulares de placa admitindo que as duas componentesde deslocamento de cada n so interpoladas da mesma forma a equao anterior pode ser es-crita matricialmente comouuN N NN N NNNuuuuuuuueeeeeeee121 2 31 2 344121212120 0 00 0 00011223344

1]1

1]1

1]11111111111 (3.5)AsfunesNi sofunesdascoordenadasdospontos,emgeralcoordenadaslocaisynque variam entre -1 e 1. Tais funesN N yi i n ( ) , designadas por funes de forma ou fun-esdeinterpolaosoescolhidasdemaneiraaquesejapossvelobteratravsdaequao(3.4) os deslocamentos em cada ponto do elemento a partir do valor das coordenadas locais yndo ponto. Estas coordenadas locais medem-se num sistema de eixos local no ortonormado nocaso geral de elementos distorcidos como se indica na Fig.3.4 onde se mostra tambm como serelacionamascoordenadasgeraiseascoordenadaslocaisporintermdiodadenominadama-triz Jacobiana cuja importncia na formulao do M.E.F. ser salientada mais adiante.Obviamente, para um ponto nodal i de coordenadas locais( , )( ) ( )y yi i1 2 ter de serN y yii i( , )( ) ( )1 21 (3.6)e, para um ponto nodalj i decoordenadaslocais( , )( ) ( )y yj j1 2amesmafunodeinterpola-o associada ao n i, Ni , tem que tomar o valor nuloN y yij j( , )( ) ( )1 20 (3.7)a) Definio de matriz Jacobiana7 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentosx1x2Py1y2y = 12y = -12y = 0,522y = -0,511J21J22J12JDefine-se em cada ponto P dum elemento finito uma matriz J denominada matriz Jacobia-na que relaciona dxm com dyn:x1x2y1y222JJ1112 3411PPJx12J1421y1x12213y2dxdxxyxyxyxydydydirecao doeixo local yem Pdirecao doeixo local yem PJ1211211222121 2

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1]1111

1]1. .( ) ( ) 123 1236 7 444 8 444b)Exemplos de matrizes Jacobianas em elementos finitos planos Matriz Jacobiana no ponto P Matriz Jacobiana no ponto PJdir y dir y

1]10 5000 51 2,,. .123123 Jdir y dir y

+ 1]100 50 501 2,,. .12312 4 3 4Fig.3.4 - a) Eixos gerais xm e eixos locais yn num elemento finito quadrangular de 4 pontos no-dais.Relaoentrecoordenadasgeraisecoordenadaslocais-matrizJacobiana.b)Exemplosde matrizes Jacobianas.8 Captulo 3AformamaissimplesdeinterpolarlinearmenteosdeslocamentosemelementosfinitosquadrangularesconduzafunescomaformaindicadanaFig.3.5.NaFig.3.6eFig.3.7apresentam-se as funes de forma de outros tipos de elementos finitos.(a)y1y212 34) 1 )( 1 (41) (2 2) (1 1i iiy y y y N + + N11231N3 N4N211122 2333441244(b)y1y2412 38567 ) 1 )( 1 )( 1 (41cantos dos Ns) (2 2) (1 1) (2 2) (1 1 + + + i i i iiy y y y y y y y N) 0 ( ) 1 )( 1 (21) 0 ( ) 1 )( 1 (21meio do Ns) (222) (1 1) (1) (2 221 + + i iii iiy y y y Ny y y y NNi (i=1,2,3,4) Ni (i=5,6,7,8)Fig.3.5-Funesdeforma.a)Elementosfinitosdeplacaquadrangularescom4ns.b)Ele-mentos finitos de placa, quadrangulares com 8 ns.9 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentos1243u12u3u12uu11u104u6uu5u98uu7y1y2Fig.3.6 - Funes de forma.. Elemento finito de laje, quadrangular com 4 ns.10 Captulo 381 92103197 156 135161720124111814 Coordenadas locais dos nsNy1y2y3 Ny1y2y31 1 -1 -1 11 -1 0 -12 1 1 -1 12 0 -1 -13 -1 1 -1 13 1 0 14 -1 -1 -1 14 0 1 15 1 -1 1 15 -1 0 16 1 1 1 16 0 -1 17 -1 1 1 17 1 -1 08 -1 -1 1 18 1 1 09 1 0 -1 19 -1 1 010 0 1 -1 20 -1 -1 0FacesFaceyi1 y1 = 1 1 2 6 5 9 18 13 172 y2 = 1 2 3 7 6 10 19 14 183 y3 = 1 6 7 8 5 14 15 16 134 y1 = -1 3 4 8 7 11 20 15 195 y2 = -1 4 1 5 8 12 17 16 206y3 = -14 3 2 1 11 10 9 12Pontos nodai s( ) ( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( )( ) ( ) ( ) ) 20 , 19 , 18 , 17 ( 1 1 141) 15 , 13 , 11 , 9 ( 1 1 141) 16 , 14 , 12 , 10 ( 1 1 141) 8 , , 2 , 1 ( 2 1 1 181) (2 2) (1 123) (1 1) (3 322) (3 3) (2 221) (3 3) (2 2) (1 1) (3 3) (2 2) (1 1 + + + + + + + + + + + i y y y y y Ni y y y y y Ni y y y y y Ni y y y y y y y y y y y y Ni iii iii iii i i i i iiLFunes de interpolaoFig.3.7-Funesdeforma.Elementofinitotridimensional,isoparamtricotipocubocom20ns.11 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentosQuantosfunesdeformaNiveremosemseguidaoimportantepapelquedesempe-nham na anlise de estruturas pelo Mtodo dos Elementos Finitos. de referir que muitas ve-zes se adoptam funes de interpolao para a geometria iguais s funes de interpolao dedeslocamentos ou sejax N xm i mei (3.8)nestes casos diz-se que temos elementos finitos isoparamtricos. Nos casos em que se adoptampara a geometria funes de interpolaoNi* de grau inferior ao grau das funes de interpo-laodedeslocamentosNidiz-sequetemoselementosfinitossubparamtricos(comesteselementos possvel ter boas solues com discretizaes mais largas).3.3.2IntroduodaaproximaofundamentaldoM.E.F.nasrelaesdeformaes-deslocamentosAs relaes deformaes-deslocamentos, a verificar em cada ponto do interior dum slido,podem ser escritas em notao indicial, na hiptese dos pequenos deslocamentos, comoijijjiuxux +

_,

12(3.9)Nocasobidimensionaldeequilbriodeplaca(duascomponentesdedeslocamentoporponto) a anterior equao pode ser escrita na forma matricial como11221211222112122 11200

1]111+

1]1111111

1]1111111

1]1uxuxuxuxxxx xuuL1 2 44 3 44(3.10)sendo L um operador diferencial.Assim, podemos escrever Lu (3.11)Substituindou,pelaequaoquetraduzaaproximaofundamentaldoMEF,equao(3.4)ou (3.5), fica{ LNuBe(3.12)12 Captulo 3ou B ue (3.13)em que BumamatrizcujostermoscorrespondemsderivadasdasfunesdeinterpolaoNi em ordem s coordenadas gerais xm; esta equao mostra que as deformaes em qualquerponto dum elemento finitopodem ser obtidas a partir dos deslocamentos nodais ue e das de-rivadas das funes de interpolao em ordem s coordenadas gerais B.Paraocasobidimensionaldeplaca(elementode4ns),aequaoanteriortomaoseguinte aspecto, na forma desenvolvida112212112131411221314112112221323142410 0 0 00 0 0 0

1]111

1]1111111NxNxNxNxNxNxNxNxNxNxNxNxNxNxNxNxB1 2 444444444444 3 444444444444uuuuuuuueeeeeeee1212121211223344

1]1111111111111(3.14)Determinao da matriz BComosepodeconstatarapartirdaequaoanterior,paradeterminaramatrizBnumdado ponto dum elemento finito necessrio avaliar as derivadas das funes de interpolaoem ordem s coordenadas gerais xm. Como as funes de interpolao Ni so geralmente defi-nidas em coordenadas locais yn , a avaliao dasderivadas de Ni em ordem a xm , N xi m/ ,deveserefectuadatendoemcontaque,paraocasobidimensionalporexemplo,N N y yi i ( , )1 2 e, portanto,NxNyyxNyyxNxNyyxNyyxi i ii i i1 111 2212 112 222 + +(3.15) ou, matricialmente,13 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentosNxNxNyNyyxyxyxyxi i i i1 2 1 211122122

1]1

1]1

1]1111 (3.16)similarmente podemos tambm concluir queNyNyNxNxxyxyxyxyi i i iJxymn1 2 1 211122122

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1]11111 2 44 3 44 (3.17)emamatrizJajreferidamatrizJacobiana.Assimpodemosconcluirqueamatrizde2x2que aparece em (3.16) e que nos interessa obter corresponde inversa da matriz Jacobiana, ousejaNxNxNyNyyxyxyxyxNyNyJi i i iJi i1 2 1 2111221221 211

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1]1111

1]11 2 44 3 44. (3.18)Assim para obtermos, como pretendido, as derivadas N xi m/basta-nos obter as deri-vadas N yi n/ , a matriz Jacobiana e a respectiva inversa e efectuar o produto matricial in-dicado na anterior equao (3.18).Para obter a matriz Jacobiana em cada ponto dum elemento finito basta conhecer as coor-denadas gerais dos pontos nodaisxmei e as derivadas das funes de interpolao da geometria(quenoselementosisoparamtricossoiguaissfunesdeinterpolaodosdeslocamentosNi)emordemscoordenadaslocaisyn,ouseja, N yi n/ .Defacto,introduzindo(3.8)naseguinte equao correspondente definio de matriz JacobianaJxyxyxyxyxymnmn

1]111111122122(3.19)obtemos (3) 3 A definio de matriz Jacobiana aqui adoptada idntica adoptada por Hughes, contudo, outros au-tores, como Zienkiewicz por exemplo, definem como matriz Jacobina a matriz transposta da matriz que aquiapresentada como a matriz Jacobiana. Esta diferente definio no tem qualquer relevncia implicando ape-nasalgumastrocasnaordemdosprodutosmatriciaisqueincluamamatrizJacobiana.Odeterminantedamatriz Jacobiana (de grande utilidade no M.E.F. como veremos adiante), usualmente denominado Jacobiano,14 Captulo 3JN xyx x x xx x x xNyNyNyNyNyNyNyNyNyxNyxNymni mene e e ee e e ei e i eiii i

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1]111111111( )1 1 1 12 2 2 21112212231324142112111 2 3 41 2 3 4xNyxe i ei i222

1]1111(3.20)particularizando para o caso bidimensional de um elemento de placa de 4 pontos nodais.3.3.3Introduo da aproximao fundamental do MEF nas relaes constitutivasAdmitindoquenoexistemdeformaesimpostas00 nemtensesiniciais00 aequao constitutiva da elasticidade linear toma a conhecida forma D (3.21)Introduzindo(3.13)naexpressoanteriorobtemosumaexpressoquenospermiteobteroestado de tenso num ponto qualquer dum elemento finito a partir da matriz de elasticidade De dos deslocamentos nodais ue , conhecida a matriz B no ponto em anlise, ou seja DBue(3.22)No caso geral em que existam deformaes impostas (variaes de temperatura por exem-plo) e tenses iniciais, ou seja, + D( )0 0, a aproximao dos elementos finitos con-duz-nos seguinte relao + DBu De 0 0(3.23)No caso particular de estados planos de tenso em materiais isotrpicos o estado de ten-so em cada ponto dum elemento finito e de 4 ns seria dado pela seguinte expresso

exactamente o mesmo quer se adopte para matriz Jacobiana a definio de Hughes ou a definio de Zienki-ewicz (o determinante duma matriz igual ao determinante da correspondente transposta).15 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentos{11221223 8121212121020120102012011 01 00 01211223344

1]111

1]1111

1]1111111111111

1]111+

1]111EBuuuuuuuueeeeeeee(3.24)3.3.4Equaodeequilbriodumelementofinitoe.Introduodaaproximaofunda-mental do MEF no PTV e obteno da equao de equilbrioK u Fe e e .Oequilbrioglobaldumelementofinitopodeserexpressopeloprincpiodostrabalhosvirtuais (P.T.V.). Segundo este princpio, condio necessria e suficiente para que um dadocorpo(ouporodumdadocorpo)estejaemequilbrioqueasomadostrabalhosvirtuaisdetodas as foras actuantes sobre o corpo (ou sobre uma dada poro do corpo) seja nula, paraquaisquer deslocamentos virtuais, ou seja otrabalhodasforasinterioresdeveserigualaotrabalho das foras exterioresW Wext int (3.25)Representando por Xm as foras mssicas e por Sm as foras de superfcie num elemento finitode volume V delimitado por um conjunto de faces de superfcie total S, sujeito a um campo dedeformaesp(compatvelcomocampodedeslocamentosvirtuaisu )eaumcampodetensesp (campos definidos em todos os pontos do interior e da fronteira do elemento fini-to) a anterior expresso do P.T.V. pode ser escrita na seguinte forma dV u X dV uS dSVWmVmSWext +int12 4 3 4 1 2 4444 3 4444(3.26)Introduzindonaanteriorequao(3.26)aaproximaofundamentaldoMEF,eq.(3.1),eosresultados traduzidos pelas equaes (3.13) e (3.22) obtemosB u DBu dV N u XdV N u SdSe eVeVeS + (3.27)16 Captulo 3o que facilmente se comprova ser equivalente seguinte equao (note-se que ue eue podempassarparaforadosrespectivosintegraispoissovaloresnospontosnodais,constantes,eento osue cortam)K u Fe e e (3.28) emqueuecorrespondeaosdeslocamentosnodaisdoelemento,sendoamatrizderigidezelementarKe e as foras nodais equivalentesFe dadas porK B D BdVe TV (3.29)F N X dV N S dSe TVForas nodaisequivalentes aforas massicasTSForas nodaisequivalentes aforas de erficie + 12 4 3 4 1 2 4 3 4sup(3.30)A matriz de rigidez de cada elementoKe uma matriz quadrada, simtrica e com um n-mero de linhas e colunas igual ao nmero total de graus de liberdade do elemento.3.3.5IntegraonumricapelomtododeGaussparaobtenodamatrizderigidezelementar.Transformaodointegraldevolumenumsomatrioestendidoaospontos de GaussAdeterminaodosintegraisqueaparecemnaequao(3.28)quetraduzoequilbriodeum elemento finito para foras e deslocamentos nodais, , em geral, efectuada numericamenteemcoordenadaslocais,usandoomtododeGauss.EstemtodopermitecalcularovalordointegraltomandovaloresdointegrandoemapenasalgunspontosdodomniodenominadospontosdeGauss(Fig.3.8)aosquaisseassociamdeterminadospesosdenominadospesosdeGauss-omtododeGausspermite,portanto,transformarumaexpressointegralnumaex-pressodiscretacorrespondenteaumsomatrioestendidoaumreduzidonmerodepontosdo domnio.A expresso do termo geral da matriz de rigidez elementarKepode ser facilmente escritaem coordenadas locais tendo em conta que17 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentosdxdxxyxyxyxydydydx dx J dy dyJ1211122122121 2 1 2

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1]1111

1]1 1 2 44 3 44 (3.31)Assim, no caso bidimensional em anlise teremosK B DB J dy dye T 1 21111 (3.32)sendo, no caso geral tridimensionalK B DB J dy dy dye T 1 21111311(3.33)Para comprendermos como se pode efectuar a avaliao numrica de expresses integraiscomoasanterioresconvenienterelembrarcomosepodeavaliarnumericamenteointegralunidimensional de uma dada funo (Fig.3.9).Como se referiu, a utilizao do mtodo de Gauss permite, na prtica, transformar os ante-riores integrais em somatrios estendidos aos pontos de Gauss, que so pontos cujas coorde-nadaslocaisseapresentamnaFig.3.10,tendoemcontaqueacadapontocorrespondeumdado peso tambm dado na referida tabela. Assim a anterior expresso pode ser escrita na for-madeumsomatriotriploestendidoaospontosdeGauss(NPGpontosdeGausspordirec-o)}{K H H H B D B Jei j kPesosdeGaussTMatriz deElasticidadekNPGjNPGiNPGJacobiano 12 4 3 4 1 1 1 (3.34)Paraocasobidimensionaldeelementosdeplacade4pontosnodaisdevemadoptar-se2pontos de Gauss por direco (NPG=2) o que corresponde utilizao deNPG24 pontosde Gauss, como se mostra na Fig.3.8 ou seja, ficando, portantoK H H B D B Jei jTj i 1212(3.35)18 Captulo 3CASO BIDIMENSIONAL (n=2) ninjj ij iy y f H H dy dy y y f1 1) (2) (111112 1 2 1) , ( ) , (y1y21 24 30,577350,57735

Ponto deGaussy1y21 -0.577350 -0.5773502 +0.577350 -0.5773503 -0.577350 +0.5773504 +0.577350 +0.577350CASO TRIDIMENSIONAL (n=3)12345 678y1y2y30,577350,577350,577350,57735

ninjnmm j im j iy y y f H H Hdy dy dy y y y f1 1 1) (3) (2) (11111113 2 1 3 2 1) , , () , , (Ponto deGaussy1y2y31 +0.577350 -0.577350 -0.5773502 +0.577350 +0.577350 -0.5773503 -0.577350 -0.577350 -0.5773504 -0.577350 +0.577350 -0.5773505 +0.577350 -0.577350 +0.5773506 +0.577350 +0.577350 +0.5773507 -0.577350 -0.577350 +0.5773508 -0.577350 +0.577350 +0.577350Fig.3.8 - Integrao numrica pelo mtodo de Gauss num elemento de placa quadrangular com4pontosnodaisenumelemntotridimensionaltipocubo.UtilizaodedoispontosdeGausspor direco (NPG=2).19 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentosConvm salientar que na expresso anterior (3.35) a matriz B e o jacobianoJso avalia-dos nos quatro pontos de Gauss de coordenadas locaisy y para i e jy y para i e jy y para i e jy y para i e j1 21 21 21 20 57735 0 57735 1 10 57735 0 57735 1 20 57735 0 57735 2 10 57735 0 57735 2 2 , , ,, , ,, , ,, , ,(3.36)OnmeromnimodepontosdeGausspordireco(NPG)maisadequadoparaefectuarnumericamenteaintegraoquenospermiteobterasmatrizesderigidezelementaresdumdado problema estrutural geralmente NPG=2 no caso de elementos lineares (sem ns a meiodas arestas) e NPG=3 no caso de elementos do 2 grau (com ns a meio das arestas).Destaformanaintegraodumelementotridimensionaltipocubode8pontosnodaissuficiente utilizar NPG=2 o que significa que suficiente utilizar no total NPG3= 8 pontos deGauss; na integrao dum elemento tridimensional tipo cubo de 20 pontos nodais (pontos no-dais nos vrtices e a meio das arestas) conveniente utilizar NPG=3 o que significa que con-veniente utilizar no total NPG3= 27 pontos de Gauss.20 Captulo 3xya)Regra dos rectngulos (Mtodo de Newton)-1 1f(x)Intervalos iguaisxyb)Regra dos trapzios (Mtodo de Newton)-1 1f(x)Intervalos iguaisxyc)Mtodo de Gauss (aprox. por funes polinomiais)-1 1f(x)Intervalos diferentesFig.3.9 - Tcnicas numricas de integrao de funes: mtodo de Newton e mtodo de Gau-ss.a)Subdivisododomnio(-1a1)emintervalosiguaiseaproximaodafunoporrec-tngulos;b)Subdivisododomnioemintervalosiguaiseaproximaodafunoportrap-zios; c) Subdiviso do domnio em intervalos de comprimentos variveis definidos previamentedaformamaisconvenienteeaproximaodafunoporcurvaspolinomiais-mtododeGauss.21 O Mtodo dos Elementos Finitos na Anlise Estrutural. Formulao em deslocamentosABCISSAS E PESOS DE GAUSSniiiy f H dy y f1) (1111 1) ( ) ( ninjj ij iy y f H H dy dy y y f1 1) (2) (111112 1 2 1) , ( ) , ( ninjnmm j im j iy y y f H H H dy dy dy y y y f1 1 1) (3) (2) (11111113 2 1 3 2 1) , , ( ) , , ( a Hn=10 2.00000 00000 00000n=20.57735 02691 89626 1.00000 00000 00000n=30.77459 66692 41483 0.55555 55555 555560.00000 00000 00000 0.88888 88888 88889n=40.86113 63115 94053 0.34785 48451 374540.33998 10435 84856 0.65214 51548 62546n=50.90617 98459 38664 0.23692 68850 561890.53846 93101 05683 0.47862 86704 993660.00000 00000 00000 0.56888 88888 88889n=60.93246 95142 03152 0.17132 44923 791700.66120 93864 66265 0.36076 15730 481390.23861 91860 83197 0.46791 39345 72691n=70.94910 79123 42759 0.12948 49661 688700.74153 11855 99394 0.27970 53914 892770.40584 51513 77397 0.38183 00505 051190.00000 00000 00000 0.41795 91836 73469n=80.96028 98564 97536 0.10122 85362 903760.79666 64774 13627 0.22238 10344 533740.52553 24099 16329 0.31370 66458 778870.18343 46424 95650 0.36268 37833 78362n=90.96816 02395 07626 0.08127 43883 615740.83603 11073 26636 0.18064 81606 948570.61337 14327 00590 0.26061 06964 029350.32425 34234 03809 0.31234 70770 400030.00000 00000 00000 0.33023 93550 01260n=100.97390 65285 17172 0.06667 13443 086880.86506 33666 88985 0.14945 13491 505810.67940 95682 99024 0.21908 63625 159820.43339 53941 29247 0.26926 67193 099960.14887 43389 81631 0.29552 42247 1475322 Captulo 3Fig.3.10 - Integrao numrica de Gauss. Pontos e pesos de Gauss utilizando NPG pontos deGauss por direco.3.3.6Anlise de uma estrutura. Matriz de rigidez global e vector das foras nodaisApartirdaequaesdeequilbrioestabelecidasparacadaumdoselementosfinitosemquesuposemosaestruturadividida,podemformar-seasequaesdeequilbriodetodaaes-trutura,paraforasedeslocamentosnospontosnodais.Paratalbastaqueseimponhamascondies de compatibilidade e de equilbrio nos pontos nodais, ou seja, que se admita a iden-tidadeentreascomponentesdosdeslocamentosnospontosnodaiscomunsaosdiversosele-mentos e somando a as componentes de todas as foras nodais.Asobreposiodascontribuiesdecadaelementoconduzmatrizderigidezglobaldetoda a estrutura K assim como aos vectores de foras nodais equivalentes s solicitaes FKu F (3.37)sendo entoK Ke (3.38)F Fe (3.39)