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Satanismo Francielle Eller Sangy Isabel Folly Ferreira John Ervilha Mello Renata ? Willian Klein Estevão Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia Junho de 2012

Satanismo

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Trabalho apresentado como tarefa final da disciplina Cultura Religiosa III, ministrada pelo professor Pierre, na instituição Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia - FFSD - Nova Friburgo, RJ.

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SatanismoFrancielle Eller Sangy

Isabel Folly Ferreira

John Ervilha Mello

Renata ?

Willian Klein Estevão

Faculdade de Filosofia Santa DorotéiaJunho de 2012

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Satã- Etimologia:

• Em hebraico o termo quer dizer “adversário”, “opositor”, “se

opondo”, “aquele que planeja contra outro”.

• O termo Satã originou-se do Judaísmo e se expandiu entre

cristãos e seguidores do Islamismo, chegando desse modo a

disseminar-se entre diferentes culturas. O termo Satanismo

foi utilizado pelas religiões abraâmicas para designar

práticas religiosas que consideravam estar em oposição

direta ao Deus abraâmico (o Deus de Abraão).

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As Origens Mitológicas de SatãSatã na Bíblia:

• Em Gênesis (capítulo 3) Satã

aparece sob a forma de serpente,

habitando o paraíso ao lado de

Adão e Eva. Sua presença junto à

Árvore do Conhecimento do Bem e

do Mal é simbolicamente

importante e, até certo ponto,

esclarecedora. Sua oferta à

humanidade então nascente de

fazê-la despertar e tornar-se, por

assim dizer, divina, mostrou-se

irresistível.

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As Origens Mitológicas de SatãSatã na Bíblia:

• Em I Crônicas 21:1 aparece

instigando Davi a fazer um censo

de Israel: “Então Satanás se

levantou contra Israel, e incitou

Davi a numerar Israel.”

• Apareceu para Jesus, quando

este estava no deserto: “E esteve

no deserto quarenta dias sentado

tentado por Satanás; estava entre

as feras, e os anjos o serviam.”

(Marcos 1:13)

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As Origens Mitológicas de SatãSatã na Bíblia:

• Em Apocalipse 12:9: “E foi

precipitado o grande dragão, a

antiga serpente, que se chama o

Diabo e Satanás, que engana todo

o mundo; foi precipitado na terra,

e os seus anjos foram

precipitados com ele.”

• Dentre diversas outras aparições,

em diferentes conotações, em

Ezequiel, Jó, Zacarias, Mateus,

Tiago, Marcos, 1 Pedro, etc.

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Satã e (é?) Lúcifer:• Em latim, o nome Lucifer,

“Portador de Luz” era dado à

Estrela d'Alva ou Estrela da Manhã,

o planeta Vênus em suas aparições

matinais. Na Vulgata, versão

canônica da Bíblia para o latim ao

longo da maior parte da existência

da Igreja Católica, essa palavra é

usada nesse sentido por duas

vezes:

Isaías ,14:12-15

II Pedro, 1:19

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Satã e (é?) Lúcifer:• Em Isaías cap. 14, aparece como

tradução do hebraicoהילל (Hêlēl)

que também significa “Estrela

d'Alva”, ou mais precisamente הילל

Estrela“ ,(Hêlēl ben Shahár) בן־ׁשSחר

d'Alva, filho da Manhã”, vertido na

Vulgata como Lucifer qui mane

oriebaris (literalmente, "Estrela

d'Alva que nascia da Manhã").

Nessa passagem, como o próprio

profeta deixa claro, o nome é dado

ao rei da Babilônia, cuja tirania

haveria de cair.

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Satã e (é?) Lúcifer:

• Na Segunda Epístola de Pedro, 1:19,

traduz o grego Φωσφόρος,

Phosphoros, que tem exatamente o

mesmo sentido literal de “Portador

de Luz" do latim e neste caso é uma

metáfora para Cristo ou o

cristianismo.

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Satã e (é?) Lúcifer:

• A palavra Lucifer também aparece

duas vezes na versão da Vulgata do

livro de Jó, com outros sentidos.

Uma vez, como tradução da palavra

,em Jó 11:17. Outra (”manhã“) בקר

como tradução de מזרות

(“constelações”) em 38:32. Aparece

ainda no Salmo 109 (numeração

católica) como tradução de חרSׁש

(Shahar, “manhã”).

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Satã e (é?) Lúcifer:• A identificação com Satã aparece pela primeira

vez na Vida de Adão e Eva e no primeiro Livro de

Enoc, escritos no século I a.C. Neste, Satã – ou

Sataniel – é descrito como tendo sido um dos

arcanjos. Porque ele planejou "erigir seu trono

acima das nuvens mais altas e se assemelhar a

'Meu poder' no alto", Satanás-Sataniel foi lançado

abaixo, com suas hostes de anjos, e desde então

ele tem voado no ar sobre o abismo.

• Os autores cristãos Tertuliano, Orígines e outros

também identificaram Lúcifer com Satã, que no

Evangelho de Lucas (10:18) e no Apocalipse

(12:7-10) também foi descrito como tendo sido

“arrojado dos céus”. O próprio Jerônimo, tradutor

da Vulgata, pensava que essa passagem aludia a

Satã.

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Satã e (é?) Lúcifer:

• Várias traduções tradicionais e influentes

da Bíblia, inclusive a inglesa do Rei James,

mantiveram o nome de “Lúcifer” em Isaías,

em vez de vertê-lo da forma adequada em

vernáculo (Morning Star, em inglês),

reforçando a identificação errônea. Assim,

Satã veio a ser conhecido como Lúcifer

também em obras literárias como A Divina

Comédia de Dante Aleghieri e O Paraíso

Perdido de John Milton.

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As Origens Mitológicas de SatãPrometeu

• Segundo a Mitologia Grega, o titã

Prometeu roubou o “fogo” dos

deuses para dar aos homens e, em

consequência de seu crime, foi

punido severamente por Zeus: foi

acorrentado numa montanha, onde

sofre continuadamente o ataque de

uma águia que devora seu fígado,

que se reconstrói continuadamente

também, para novamente ser

devorado.

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As Origens Mitológicas de Satã

• Equivalente ao deus romano

Plutão, seu nome era usado

frequentemente para designar

tanto o deus quanto o reino que

governa, nos subterrâneos da

Terra. Como o Senhor

implacável e invencível da

morte, é Hades o deus mais

odiado pelos mortais, como

registrou Homero na Ilíada.

Hades

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As Origens Mitológicas de Satã

• O Deus Pã, também conhecido como

Fauno e Silvano era uma divindade

dos campos, bosques, pastores e da

profecia. Sua fisionomia serviu de

inspiração para a concepção, no

imaginário cristão, da figura de Satã,

assim como de Baphomet. Este

último não é exatamente uma

entidade, mas sim um símbolo de

Força, Sabedoria e Fertilidade (dentre

outras conotações) utilizado por

algumas Tradições Místicas. Foi

concebido pelo Ocultista Eliphas Levi.

Pan

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As Origens Mitológicas de SatãDjinn

• Oriundos da Mitologia Árabe pré-

islâmica, os Djinn (Gênios) são

tidos como entes espirituais ou

imateriais, que estão

constantemente interagindo com

os seres humanos e com a

realidade material, de uma forma

geral. O Alcorão informa que

Satanás é um Djinn malévolo e

traiçoeiro, que se afastou de

Deus.

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As Origens Mitológicas de Satã

• Surgido no século VII a.C.,

através das pregações do

profeta Zarathustra (ou

Zoroastro) na antiga Pérsia, o

Masdeísmo foi a primeira

religião a celebrar a extrema

dicotomia entre o Bem e o

Mal, representados por Ahura

Mazda e por Ahriman,

respectivamente.

Masdeísmo

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Satanás na Idade Média

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• “Exercidas pelos representantes do cristianismo oficial, as

variadas práticas rituais de mediação com o sobrenatural

reforçaram a crença na possibilidade de intervenção mágica

de Deus, dos santos, seus intermediários, mas também dos

demônios, na vida dos homens. Para além do seu papel

devocional, a Igreja cristã afirmou-se, assim, como um

repositório de poderes sobrenaturais que ela buscou impor –

e, não raras vezes, sobrepor – aos ritos e às fórmulas

mágicas pré-existentes, mesmo sobre aqueles não

claramente religiosos.”

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• “Entre os escritores dos primeiros séculos de cristianismo é evidente uma

generalizada crença nos atos mágicos. Entretanto, já na Alta Idade Média,

começa atransparecer, nos textos eclesiásticos, uma atitude de dúvida –

tendendo para a negação – em relação à eficácia desses atos. Esta

tendência ao ceticismo encontra-se já em Santo Agostinho. Para o bispo de

Hipona, não há que se crer nestas ‘coisas falsas e extraordinárias’,

representações de imagens, transformações aparentes, ocorridas durante

os sonhos sob influência direta do demônio.”

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• “A partir de Agostinho, os teólogos vão

desenvolver dois princípios essenciais,

claramente refletidos nos cânones,

penitenciais, concílios e decretais: um

primeiro, o princípio da irrealidade dos atos

mágicos, relega os poderes dos magos e o

resultado de suas ações à categoria de

miragens ou ilusões; o segundo, afirma a

presença demoníaca nas ações dos magos.

Os fenômenos mágicos não passariam de

ilusões e prestígios diabólicos e Satã,

onipotente e irresistível, na sua luta

incessante contra o poder divino, figura

como protagonista de toda magia.”

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• “Irrealidade dos atos mágicos e ilusão demoníaca foram,

portanto, as idéias que nortearam a postura oficial da Igreja

frente às práticas e crenças relacionadas à magia, pelo

menos até o início do século XII, quando vários movimentos

religiosos dissidentes começaram a tomar corpo no

Ocidente. Sobre essas idéias se apoiaram as leis, os

documentos e os textos que serviram de justificativa para

os primeiros atos de repressão e os primeiros processos

contra os magos, mas também contra os simples crentes na

magia.”

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• “Na passagem do século XII para o

XIII, novas idéias passaram a orientar

a abordagem eclesiástica sobre as

atividades mágicas e seus agentes.

Particularmente no XIII, século dos

grandes debates teológicos

envolvendo princípios filosóficos,

ordens e tendências religiosas, a

Igreja reafirmou a participação no

plano do demoníaco de toda crença e

de toda ação que, alheia ao seu

controle, aspirasse a qualquer contato

com o sobrenatural. (...) O demônio

passa, pouco a pouco, a ocupar um

papel na vida dos homens tão

importante quanto o próprio Cristo.”

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• “Tomás de Aquino, por exemplo,

preocupado com a participação dos

demônios na vida dos homens, denunciou,

em inúmeras passagens da sua Summa

Teológica, os praticantes da superstição,

vício que, por excesso, é contrário à religião

(vitium religioni contrarium). Embora não

tivesse utilizado a palavra magia na sua

classificação dos fatos entendidos como

supersticiosos, Aquino revelou uma

particular preocupação com as

adivinhações (superstitionem

divinationum). Para ele, as práticas

divinatórias demandavam,

necessariamente, consultas aos demônios e

eram atendidas mediante pactos tácitos ou

expressos - quae daemones consulit per

aliqua pacta cum eis inita, tacita vel

expressa. Através da invocação dos

demônios, argumenta Aquino, os indivíduos

manifestam sua predisposição ao

rompimento com Deus.”

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• “Satã, assim como Deus o era

para os agentes do bem, tornou-

se senhor de todos aqueles

indivíduos associados às

crenças e práticas, que, no

momento anterior, a Igreja

tratara como frutos da ilusão

demoníaca. Elaborada sob o

papa Gregório IX, a bula Vox in

Rama, reflete a obsessão do

diabo que, desde então,

começou a se impor à sociedade

a partir das estruturas de poder

eclesiástico.”

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• “Os novos processos transformaram, paulatinamente, o perfil dos acusados: de

indivíduos isolados, dedicados a práticas de intervenção sobre a vida pessoal,

eles tornaram-se membros de uma seita satânica, cuidadosamente estruturada,

com seus ritos e sua hierarquia. Por outro lado, procedeu-se a uma progressiva

assimilação entre as práticas de magia e os vários movimentos divergentes

que, desde o século XII, afrontavam a hegemonia da Igreja. Essa assimilação

entre magia e heresia, cujos primeiros rumores aparecem ainda nos séculos XII

e XIII, em resposta aos primeiros grandes movimentos divergentes, foi objeto

de renovadas discussões que culminaram com a elaboração, sob João XXIII, da

bula Super Illius Specula, em 1326.”

• “As técnicas de repressão foram precisadas e aperfeiçoadas. Com a anuência

das altas hierarquias civis e eclesiásticas, o número de processos aumentou e

as acusações ganharam uma similitude espantosa. Adaptadas desde o século

XII ao objetivo de erradicação da heresia, as técnicas de procedimento

inquisitorial foram utilizadas, desde então, também contra as práticas de

magia, paulatinamente unificadas, nos textos cristãos, sob a designação

genérica de maleficium.”

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• “(...) submetidos ao julgamento eclesiástico, os atos mágicos, mesmo

aqueles voltados para o enfrentamento de problemas e desejos pessoais,

foram, assim, nos séculos finais da Idade Média, esvaziados de suas

funções comunitárias; e os fenômenos mágicos, a princípio definidos

como ilusões demoníacas, evoluíram, gradativamente, para a condição

de práticas reais, determinadas a partir de um pacto demoníaco.”

“As concepções eclesiásticas sobre a magia tenderam à afirmação de sua participação em um plano inscrito no contexto da grande luta universal entre o Bem e o Mal.”

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Satanismo e Ocultismo/Misticismo:• O movimento da Nova Era (do inglês New Age) possui muitas subdivisões,

sendo geralmente uma fusão de ensinos metafísicos de influência oriental, de

linhas teológicas, de crenças espiritualistas, animistas e paracientíficas, com uma

proposta de um novo modelo de consciência moral, psicológica e social além de

integração e simbiose com o meio envolvente, a Natureza e até o Cosmos.

• Pode ser entendido ainda como um projeto para descobrir, dar poder e legalizar

nossa autêntica natureza (interior) freqüentemente contaminada pela banalidade

do cotidiano e pelas instituições religiosas hierárquicas.

• Acredita-se que a Humanidade, assim como todas as coisas, são UM (estão em

unidade) com o Cosmos (ou “Deus”). Você mesmo assume-se como parte de

Deus.

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Satanismo e Ocultismo/Misticismo:• Porém, embora o Satanismo assumido aparente-se –

ainda que vagamente – com as diversas expressões

da Nova Era (e, em parte, pode-se dizer que

surgiram em um mesmo contexto), os satanistas

apresentam uma cosmovisão completamente inversa

em relação aos new agers. Ambos estão preocupados

principalmente com o crescimento individual e com o

próprio desenvolvimento. Contudo, as Tradições da

Feitiçaria Ocidental moderna – como a Wicca, por

exemplo – são “religiões da natureza”, mesmo

quando algumas delas estão profundamente

interessadas pelo “si-mesmo”. A diferença é que o si-

mesmo para os religiosos da natureza é relacional,

enquanto é completamente individual no

Satanismo.

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O Caminho Da Mão Esquerda:

• Empregando a terminologia do

ocultista Aleister Crowley, os

praticantes definem o

Satanismo como o “Caminho

da Mão Esquerda”, religiosa e

filosoficamente, rejeitando o

tradicional “Caminho da Mão

Direita” de religiões como o

Cristianismo por sua percepção

da negação da vida e ênfase

na culpa e na abstinência.

• O Caminho da Mão Esquerda

poderia ser definido como “o

processo para a criação de uma

Essência individual e poderosa

que existe acima e além da vida

animal.”

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Satanismo Tradicional

• O Satanismo Tradicional ou Satanismo Teísta é uma forma

de Satanismo onde a crença primária é a de que Satã é de

fato uma deidade ou força a ser reverenciada ou adorada.

Por se basear numa construção medieval do que seria o

culto ao Demônio, também é conhecido como Satanismo

Gótico.

• Os praticantes desta vertente do Satanismo absorveram

todo o estereótipo transmitido pelos filmes de terror,

pregando a existência concreta de Satã como uma

divindade que um dia estabelecerá seu domínio sobre a

Terra e recompensará seus seguidores.

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Satanismo Tradicional

• O Satanismo Gótico nada mais é que uma “anti-religião”. Em

essência, é um “Cristianismo ao contrário”, fruto de um

pensamento maniqueísta que busca equilíbrio psíquico através da

criação de extremos opostos – e, quem sabe, complementares!

• Apesar da pretensa antiguidade, estes cultos só começaram a

surgir na década de 1970, inspirados na publicação, em 1969, da

Bíblia Satânica (livro que não tem o Satanismo Gótico como

fundamento). Ainda na década de 1970 começam a surgir

fragmentos do que seria o “Livro Negro de Satã”, que também

pretensamente tem uma idade secular.

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Satanismo Moderno

• Anton de LaVey fundou o Satanismo ao formar a

Church Of Satan (Igreja de Satã) em 1960, na

Califórnia, e ao escrever a Bíblia Satânica (1969) e

outros livros semelhantes.

• O Satanismo LaVeyano não envolve nenhum tipo de

adoração, usando "Satã" como um símbolo dos valores

carnais e terrenos, inerentes à natureza humana.

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Anton Szandor de LaVey (1930 - 1997)

Fundador da Igreja de Satã.

Page 35: Satanismo

• Satã é uma imagem útil para

encorajar o individualismo no que

este se refere à “oposição” e “não-

conformidade”. “A razão pela qual é

chamado de Satanismo é porque é

divertido, preciso e produtivo” (LA

VEY, 1992 apud HARVEY, 2002).

• Este não é um movimento baseado

na revelação de uma divindade,

mas uma religião própria que

encoraja cada indivíduo a alcançar

seu próprio potencial, e promove o

“interesse racional no self”.

Page 36: Satanismo

• Magia, tal qual praticada no Satanismo LaVeyano, é definida como “a

mudança de situações ou eventos em acordância com a Vontade do

indivíduo que, usando métodos aceitos normalmente, seriam

imutáveis”. Esta definição incorpora dois tipos de mágica largamente

distintos: Inferior (manipulativa e situacional) e Superior (ritual e

cerimonial). O Satanismo LaVeyano, entretanto, não descreve a Magia

moralmente, discernindo a variedade “branca” (boa) de “negra”

(maligna). Tal neutralidade está relacionada ao ponto de vista filosófico

de Anton LaVey, de um universo pessoal e amoral.

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• A Igreja de Satã difundiu-se como uma série de “pequenas

comunidades licenciadas” lideradas por pessoas que podiam demonstrar

suas credenciais “satânicas”, comprando uma licença e atraindo um

grupo. Em 1975, a Igreja de Satã interrompeu seu sistema de

comunidades licenciadas, como um experimento que havia se

completado, e desde então tem “encorajado de verdade o individualismo

e auto-engrandecimento”.• As pessoas que agora

se filiam à Igreja de

Satã tornam-se

membros de uma rede

e são livres para se

reunir, o que raramente

fazem, valorizando a

encorajada

independência.

Page 38: Satanismo

• Após a morte de Anton LaVey, a

representação oficial da Igreja de Satã foi

assumida pelo Alto Sacerdote Peter

Gilmore e sua esposa, a Alta Sacerdotisa

Peggy Nadramia, além da ex-Alta

Sacerdotisa e atual Magistra Templi Rex

da Igreja, Blanche Barton. Ela presidencia

o “Conselho dos Nove”, grupo que

gerencia a Igreja de Satã.

Peter H. Gilmore: Alto Sacerdote (High Priester) da Igreja de Satã.

Page 39: Satanismo

Primeira Igreja Satânica• Uma outra grande organização

ligada à ideologia LaVeyana é a

First Satanic Church (Primeira

Igreja Satânica), fundada em 1999

pela filha de Anton LaVey, Karla

LaVey. Ela argumenta que, após a

morte do pai, a Igreja se distanciou

de seu modus operandi original,

tornando-se uma máquina com fins

comerciais. Assim, a Primeira Igreja

Satânica é considerada uma re-

fundação da original.

Page 40: Satanismo

As Nove Declarações Satânicas:1. Satã representa indulgência, ao invés de

abstinência!

2. Satã representa a existência vital, ao invés de

sonhos espirituais fantasiosos!

3. Satã representa sabedoria pura, ao invés de

auto-ilusão hipócrita!

4. Satã representa bondade para quem a merece,

ao invés de amor desperdiçado aos ingratos!

Page 41: Satanismo

5. Satã representa vingança, ao invés de virar a outra face!

6. Satã representa responsabilidade para o responsável, ao invés

de dar atenção a vampiros espirituais!

7. Satã representa o homem como outro animal, algumas vezes

melhor, mas geralmente pior do que aqueles que caminham

sobre quatro patas, e que, por causa de seu "desenvolvimento

espiritual e intelectual", tornou-se o animal mais maligno de

todos!

8. Satã representa todos os chamados pecados, desde que eles

levem à gratificação física, mental ou emocional!

9. Satã tem sido o melhor amigo que a Igreja já teve, já que é ele

que a tem mantido no mercado por todos esses anos!

Page 42: Satanismo

Templo de Set

• O Templo de Set é uma organização internacional que

foi estabelecida como uma Igreja sem fins lucrativos

na Califórnia, em 1975, recebendo reconhecimento

estadual e federal.

• Foi fundado por Michael Aquino, um ex-membro da

Igreja de Satã, segundo o próprio, após uma “auto-

revelação de Set”.

• As origens do Templo de Set incluem uma deliberada

autodiferenciação da Igreja de Satã, mais

significativamente na Teologia e Sociologia.

Page 43: Satanismo

Set, Deus Egípcio• Set – ou Seth – é tido por alguns como o deus egípcio da violência e da

desordem, da traição, do ciúme, da inveja, do deserto, da guerra, dos animais e

serpentes.

• Set é intimamente associado a vários animais. Sua aparência orelhuda e

nariguda era provavelmente um agregado de vários. Dentre os animais

geralmente associados a ele, estão o asno, o cachorro, o crocodilo, o porco, o

escorpião e o hipopótamo.

• Tanto suas características comportamentais quanto seu nome ajudaram a

formular o que viria a ser chamado de Satã. Set é também chamado de Set

Hen, e este nome foi logo identificado com a palavra Satã. Tal identificação foi

feita pela comunidade cristã egípcia dos primeiros séculos da era cristã.

Page 44: Satanismo

Set, Deus Egípcio

• O culto a Set remonta a épocas pré-

dinásticas da civilização egípcia.

Imagens de Set têm sido datadas de

antes de 3.200 aC, com estimativas

astronomicamente baseadas de

inscrições datando do ano 5.000 aC.

Page 45: Satanismo

Set, Deus Egípcio

• A figura de Set ficou conhecida através do mito que narra a traição feita

por ele ao seu irmão Osíris, e de sua batalha contra Hórus, filho de Osíris e

divindade ligada ao poder faraônico. O mito de Set é rico em diferentes

interpretações acerca de sua simbologia “política”.

• Set, por inveja, matou seu irmão Osíris e o desmembrou e espalhou os

pedaços de seu corpo por diversas partes do Egito. Osíris era uma

divindade ligada às cheias do Nilo e ao poder de previsão destas cheias e

também à obra civilizadora. Já Set não era ligado às cheias do Nilo e seu

ritmo constante. Como “deus do vento seco do deserto”, Set era uma

energia imprevisível e indomável e contrária à obra civilizadora.

Page 46: Satanismo

Set, Deus Egípcio

• Hórus, filho de Osíris e Ísis,

vinga o pai, vencendo Set

numa luta em que lhe corta o

pênis. Com esta vitória, torna-

se regente do Egito em

substituição a Set.

Page 47: Satanismo

Set, Deus Egípcio• Outras interpretações apontam que Néftis, esposa de Set,

concebeu um filho de Osíris. Tal filho seria o deus Anúbis. Esta

traição de Néftis talvez tenha sido o fator determinante para a

oposição de Set contra Osíris ou até o de seu assassinato.

Page 48: Satanismo

Set, Deus Egípcio

• A Teologia do Templo de Set entende Set

como “uma imagem metafísica mais complexa

e menos estereotipa que o judaico-cristão

Satã”, ou ainda, o “arquétipo da Consciência de

Si isolada”.

• Mesmo que Set “não seja um deus”, ele é

claramente compreendido como mais do que

uma projeção do desejo ou temor humanos,

mais do que um antropomorfismo justificando

esta ou qualquer outra religião.

Page 49: Satanismo

Set, Deus Egípcio• A mudança entre a afirmação da realidade de Set e o

reconhecimento que esta linguagem poderia ser

metafórica, raramente é sistematizada e nunca é

problematizada no Templo de Set. Se Set é “real” ou

não, parece, no fim das contas, não importar muito: seu

papel (como um ser ou como uma idéia) é encorajar a

auto-exploração daqueles que falam dele – e talvez com

ele! Se ele simboliza a diferença entre a humanidade e

os animais, ou se esta diferença é uma dádiva de Set

(em vez de uma mudança meramente evolutiva) é

menos importante do que a tarefa escolhida de se

“transformar” (um jargão do Templo), isto é, fiquem

cada vez mais verdadeiros consigo mesmos, cada vez

mais independentes.

Page 50: Satanismo

Estrutura e Operação do Templo de Set:

• A atmosfera deliberadamente individualística do Templo

de Set não é facilmente condutora a atividades em grupo

em uma rotina ou base programada. Não há congregações

de seguidores, mas apenas filósofos e magistas

cooperadores.

• Sociologicamente, o Templo de Set é organizado de modo

muito semelhante a outras ordens mágicas/esotéricas,

como a Golden Dawn, por exemplo, possuindo uma

estrutura de graus.

Page 51: Satanismo

Estrutura e Operação do Templo de Set:Os Iniciados são reconhecidos segundo seis graus:

• Setiano I (Setian I°);

• Adepto/a II (Adept II°);

• Sacerdote/Sacerdotisa de Set

III (Priest/Priestess of Set III°);

• Magister/Magistra Templi IV°;

• Magus/Maga V°;

• Ipsissimus/Ipsissima VI°.

• Os graus III° ao VI° são propriamente

vistos não como referências

adiantadas de nível, mas como ofícios

religiosos especializados.

• Espera-se que a maioria seja do

segundo grau, ou Adepto II, uma vez

que o Templo de Set está mais

interessado em que os indivíduos se

desenvolvam e encontrem seus

próprios níveis, do que em criar uma

identidade grupal elevando-se de cada

um, seguindo exatamente os mesmos

passos.

Page 52: Satanismo

Estrutura e Operação do Templo de Set:

• Muitos Iniciados são distantes geograficamente um do outro. Isso torna

mais necessário um sistema organizacional equipado para atender ao

indivíduo em vez de congregações locais. No entanto, reconhecendo o

valor do companheirismo num ambiente de estudo, o Templo providencia

Pylons (assim chamados com base nos portais — pilonos — dos antigos

templos egípcios). Os Pylons são com frequência geograficamente

isolados, mas alguns são Pylons de correspondência com afiliação e

interação global. Enquanto cada Pylon está sob a confiança e

responsabilidade de um Sentinela (II°+), eles não são congregações tipo

"líder/seguidor", mas fóruns cooperativos e interativos para Iniciados

individuais.

Page 53: Satanismo

Estrutura e Operação do Templo de Set:

• As Ordens do Templo são inteiramente diferentes em

conceito e operação dos Pylons. Cada Ordem se

especializa em um ou mais campos particulares das

Artes e Ciências Mágicas. Tal especialização pode ser

transcultural ou orientada a uma área geográfica

específica, ou a um período de tempo ou a uma

tradição conceitual. Dentro de um ano após o

Reconhecimento como II°, cada Adepto deve afiliar-se

com uma Ordem que reflita seus interesses e

aptidões pessoais. O conhecimento coletivo de todas

as Ordens é geralmente disponível a todos os

Iniciados do Templo.

Page 54: Satanismo

Referencias bibliográficas• HARVEY, G. Satanismo: realidades e acusações. Trad. L. M. P. Seixas. Revista de

Estudos da Religião. n.3, pp.1-18. 2002. Disponível em <http://www4.pucsp.br/rever/rv3_2002/p._harvey.pdf>. Acesso em maio de 2012.

• LAVEY, A.S. (1969). A Bíblia Satânica. Editora Supervirtual LTDA. Disponível em <http://ouijahp.kit.net/downloads/biblia_satanica.pdf>. Acesso em junho de 2012.

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• PEREIRA, R.C.M. Da irrealidade dos atos mágicos ao pacto satânico: Magia, Bruxaria e Demonologia no pensamento Eclesiástico. Simpósio Internacional de Estudos Inquisitoriais. UFRB: Salvador, BA. 2011. Disponível em <http://www.ufrb.edu.br/simposioinquisicao/wp-content/uploads/2012/01/Rita-Pereira.pdf>. Acesso em maio de 2012.

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Referencias Digitais• The Church Of Satan Official Website. <www.churchofsatan.com>. Acesso em

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• The First Satanic Church Official Website. <www.satanicchurch.com>. Acesso em junho de 2012.

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• Espiritualismo. Religiões do Mundo. <www.espiritualismo.hostmach.com.br>. Acesso em junho de 2012.

• Fantastipédia , a Wiki de Fantasia e Mitologia (Artigos diversos). Disponível em <http://pt.fantasia.wikia.com/>. Acesso em junho de 2012.

• WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. (Artigos diversos). Disponível em <http://pt.wikipedia.org>. Acesso em junho de 2012.

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