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Económico TV Iniciativa Clinton 27 de Setembro de 2010 Contraditório / Hugo Mendes Domingos 26-11-2012 1 Económico TV Relatório CMVM

Económico tv - 2010.09.27 - The Clinton Initiative

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Económico TV

Iniciativa Clinton

27 de Setembro de 2010

Contraditório / Hugo Mendes Domingos

26-11-2012 1

Económico TV Relatório

CMVM

Qual é o desafio? 4 Vectores de Actuação

AMBIENTE

• Sair de uma economia que é muito intensiva em recursos e poluidora, para uma economia mais assente no conhecimento

• Menos utilizadora de recursos naturais

• Menos poluidora

• Um desafio global

SAÚDE

EDUCAÇÃO

“EMPOWERMENT” DAS MULHERES

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Modelo de Governação – Open Innovation

• O CGI tem uma maneira de funcionar interessante, que tem a ver com a definição de objectivos mensuráveis e na importância do commitment

• O commitment não é só compromisso, também é a vontade de chegar a certos resultados e a capacidade de dar a cara quando esses resultados não são alcançados

• Um objectivo do CGI tem sempre um número, algo que possa ser medido

• Há sempre um objectivo temporal: o objectivo deve ser cumprido em x meses ou anos

Modelo de Governação

• As Empresas e os Governos não podem ser coagidos - ninguém os pode obrigar a agir

• Eles agem porque estão convencidos que estão a fazer algo positivo

• Inserido numa estratégia global, é um compromisso consigo próprios

• Não pode haver sanções jurídicas – ninguém vai parar à prisão

• Este modelo é interessante porque as empresas se comprometem a ter um certo comportamento

• O objectivo, no final, é tentar mudar o modelo económico prevalecente

Vantagens e Inconvenientes

• Vantagem: objectivos claros

• Desvantagem: A obrigatoriedade é ligeira

• Desvantagem: Tanto os governos como as empresas não são obrigados a aceitar as medidas

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Novos Modelos de Governação

O PROBLEMA

• A crise financeira veio provar que as instituições internacionais podem não ser suficientes para resolver o problema da mudança necessária da maneira de produzir, a nossa produção industrial

– Poluidora

– Utilizadora de recursos escassos

– Susceptivel a uma grande variação do preço dos activos

• Por exemplo a nível da poluição, as grandes preocupações das empresas, neste momento, é pagar salários e ser rentável. Comprar um novo equipamento para emitir menos CO2 não está muito alto na agenda. Precisam de acesso ao capital, para instalarem esses equipamentos

A SOLUÇÃO (?)

• Estão a emergir novas formas de governação, que incluem:

– Governos

– Instituições internacionais

– Media

– Empresas

– Think Tanks

• Estão adaptadas à globalização – um mundo no qual já não são só os Governos e Estados que detêm o poder – o poder está mais difuso

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Novos Modelos de Governação

• Isto é especialmente importante porque as falhas de governação em muitos países são causa de sub-desenvolvimento.

• As instituições internacionais por vezes sobrepõe-se aos Governos de certos países

• Em alguns países, isso provoca guerra – exemplo, o Afeganistão

• Daí importância de envolver vários quadrantes, não só Governos e instituições internacionais

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O Modo de governação da CGI é muito adaptado à forma actual de dispersão de poder

e que pode funcionar muito bem.

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Tradicional Fundação Clinton

Empresas e Governo anunciam as suas intenções. Muitas iniciativas não chegam a ser implementadas

Existem objectivos específicos e que podem ser medidos. Empresas e a CGI colaboram para chegar a esses objectivos

Uma conferência serve para pensadores transmitirem as suas opiniões e análise. A audiência limita-se a ouvir.

Objectivo: uma plataforma para divulgar ideias que depois devem ser implementadas, que servem certos objectivos. Por exemplo, no que toca às alterações climáticas.

A forma de funcionamento do CGI pode ser utilizada para dar um modelo de acção para a inovação, tanto de

empresas como no próprio Governo.

Como, em concreto?

• Reunir os participantes

• Entender quais os seus objectivos

• Definir o que é que a inovação para cada um dos participantes

• Entender como é que cada participante pode contribuir de forma imediata. Muitas vezes a inovação não é algo

que demora anos – pode ser uma maneira melhor de organizar um processo, ou por exemplo usar um software

de forma não antes utilizada para chegar a um certo objectivo

• Não vale a pena reinventar a roda

Este tipo de iniciativas em Portugal

Exemplos:

• A Gulbenkian tem feito este trabalho há vários anos – por vezes em parceria com o Estado. Mas o modelo é diferente – substituir-se ao Estado em funções nas quais o Estado tem feito mal, ou não tem meios para fazer

• Pordata – Fundação Francisco Manuel dos Santos, que tem a ver com a Jerónimo Martins (Alexandre Soares dos Santos). Mesmo modelo – Pordata é fazer aquilo que o Estado devia mas não consegue fazer

• A EDP apresentou uma destas iniciativas na própria conferência – sustentabilidade eléctrica do campo de Kakuma, no Quénia

Em geral, em Portugal, não existe tradição deste tipo de iniciativas

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O Conceito de Impact Investor

• O private equity, os investidores financeiros, investem em vários tipos de negócios

• CGI identificou que cerca de 10% dos negócios nos quais os fundos de private equity investem têm um impacto positivo sobre o país ou a sociedade

• Iniciou uma iniciativa para identificar investidores que queiram investir em negócios que têm um impacto social positivo – externalidades positivas

• Está a ser criado um índice – o Global Impact 50 com os gestores de participações que investem em negócios que têm um impacto positivo do ponto de vista social, de uma comunidade ou de um país

• Aquilo que se procura demonstrar é que os investimentos em negócios que têm um impacto social positivo também são rentáveis para os seus investidores

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Quais são as vantagens?

• Iniciativas como a CGI são menos burocráticas do que as iniciativas governamentais, mais pesadas

• Podem seguir estruturas e uma organização mais inovadora

• O facto de terem Bill Clinton à cabeça significa que se trata de iniciativas que atraem “decision-makers”

• A lista de oradores na conferência é impressionante:

– Pelo número de presidentes de empresas

– Pela sua diversidade – gente de todo o mundo

– Pela diversidade das ocupações

– Será que esta conferência tem mais impacto que qualquer conferência organizada pela União Europeia ou pela ONU?

– Qual é a grande conferência da União Europeia sobre este assunto? Não se conhece nada, quem não estiver no meio

– Qual é o impacto da conferência de Copenhaga? Resultou algo? Ninguém sabe

• Pelo menos a CGI reúne não só os estados como as empresas e tenta chegar a objectivos concretos

• Será que a CGI é mais eficiente do que as instituições internacionais nestas matérias?

• É muito original e é novo, pela coordenação entre Governos e empresas

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Quais são os riscos?

PAPEL DOS ESTADOS

• Se é verdade que a colaboração entre empresas e Governo é essencial, convém não esquecer que o Estado e o Governo tem um papel central

• O papel do Estado tem vindo a ser diminuído

• Quando se trata de problemas globais, tais como o ambiente e a transformação da economia, nenhum Estado, nenhum país pode trabalhar sozinho. É para isto que servem as instituições internacionais, apesar de por vezes nós não entendermos bem para que servem

• É bastante confrangedor que por exemplo, seja a CGI a coordenar uma iniciativa da ONU com o trabalho das empresas para a educação de filhos de refugiados – a ONU não tem competência para fazer sozinha?

• As empresas podem estar envolvidas – mas o propósito de uma empresa é criar valor para os seus accionistas – o propósito do Governo é o bem comum

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Quais são os riscos?

MEDIR O SUCESSO

• O facto de haver ONGs em si é muito positivo

• Mas contrariamente ao sector privado, existe uma grande dificuldade em medir o sucesso de uma ONG. No sector privado, uma empresa que não tem sucesso vai ter resultados negativos e rapidamente vai deixar de existir. Por outro lado, uma ONG pode nunca chegar aos seus objectivos e continuar em funcionamento

• Mesmo o Estado tem um mecanismo de auto-regulação: as eleições.

• No caso das ONGs, as coisas já não são assim – apesar de uma ONG que não tem sucesso deixa de ter subsídios

UMA ORGANIZAÇÃO ELITISTA

• O CGI vai continuar a ser elitista

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[Título]

[Subtítulo]

• [nível 1]

‒ [nível 2]

[nível 3]

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ANEXOS

A crise actual e o Futuro

• Os Estados Unidos estão a pensar em novas maneiras de estimular o crescimento económico

• As melhores inovações utilizam a CGI para se promoverem

• Exemplos:

– Veículos eléctricos

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Contexto – crise actual

• O sistema financeiro entrou numa crise, que foi provocada quando os próprios bancos entenderam que os activos que detinham não tinham o valor esperado

• Mas a saída da crise não será feita só pelo sistema financeiro

• Vários actores terão que participar na saída da crise:

– Os Estados e os Governos

– As empresas

– Os cidadãos

• Obviamente que os mercados financeiros vão a partir de agora ter mais regulação

• Mas há que pensar em formas das empresas também encontrarem de novo crescimento

• É o caso em Portugal e por toda a Europa

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O Ciclo de saída da crise

Momento 1 – voltar a impor ordem no sistema

• Inicialmente, regular os sistemas financeiros de cada país

• Os bancos vão ter que “limpar” os balanços

• Durante esse período, que estamos a viver actualmente, é importante que o Estado apoie o sector privado para evitar a falência do sistema

• Estamos nisto desde 2007/2008 – já lá vão 3 anos e ainda não se pode dizer que o sistema está totalmente estabilizado

Momento 2 – encontrar a via do crescimento

• Haverá um segundo período, que consiste em encontrar de novo um caminho para o crescimento

• E quais são essas soluções? Ninguém fala disso

• Aliás falar disso neste momento pode parecer loucura, já que toda a gente está preocupada com o curto prazo – no caso de Portugal, o orçamento 2011

• Iniciativas como a CGI contribuem para encontrar pistas para o crescimento

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Como preparar o crescimento futuro?

• Aumentar a taxa de poupança. Encontrar medidas que estimulem a poupança

• A grande pergunta é se sectores em dificuldade devem ser apoiados ou se pelo contrário, devemos apostar em novos sectores

• Isso tem implicações a nível do desemprego, aquilo que constitui o desemprego estrutural

• Modernizar as PMEs

• Estabilizar o mercado da construção e a habitação, algo de grande importância em Portugal

• Voltar a dar importância às profissões de engenheiro, dar menos importância ao mundo financeiro

• Desenvolver algumas indústrias, tais como as energias renováveis, as telecomunicações, as infra-estruturas, que têm um impacto positivo sobre a economia

• Dar mais poderes às instituições internacionais, tais como a União Europeia

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Como preparar o crescimento futuro em Portugal?

• Aumentar a produtividade dos portugueses

– Encorajar a entrada de empresas eficientes – mesmo que sejam estrangeiras. Permitir a saída de empresas ineficientes – mesmo que sejam portuguesas

– Permitir que empresas de sectores ineficientes, fechem as suas portas – ter a coragem de seguir a “criação destrutiva”

– Mais do que construir auto-estradas, fechar o enorme fosso em termos de educação que separa os portugueses

• Melhorar a eficiência do Estado

– Reduzir o tempo que leva a resolver um processo em tribunal

– Acabar com a instabilidade do sistema fiscal

• Desenvolver Clusters e cooperação entre empresas e I&D

– Mas a eficiência e os resultados dessa colaboração deviam ser constantemente avaliados

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