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ALFABETIZAÇÃO: DESAFIOS E OPORTUNIDADES

FORMAÇÃO DO SEGUNDO CICLO NO MUNICÍPIO DE PONTES E LACERDA

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ALFABETIZAÇÃO:DESAFIOS E OPORTUNIDADES

ALFABETIZAÇÃO:DESAFIOS E OPORTUNIDADES

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: UMA PROPOSTA PARA AS AULAS DE

PRODUÇÃO DE TEXTO

AGENDA DA FORMAÇÃO

1º Momento – Mat.

1- Socialização da Transposição Didática

do 1ª Encontro;

2- Gênero textual - Para transformar o ensino da

leitura e da escrita;

3- Sequência Didática;

3

2º Momento - Vesp.

1- Apresentação de sugestões de atividades por

sequência didática, com o gênero textual fábula;

2- Grupo de Trabalho;

3- Socialização dos Gts;

4- Transposição Didática;

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NOÇÃO DE GÊNERONOÇÃO DE GÊNERO

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De acordo com Bakhtin (2003) gêneros são “tipos relativamente

estáveis de enunciados, definidos por seu conteúdo temático, por seu estilo e

por sua construção composicional.”

Por que relativamente estável ?

Um gênero textual pode não ser puro, pode haver hibridismo - Ex: O

gênero notícia , além do texto informativo pode haver um trecho de uma

narração, alguém contando algo, pode ter um depoimento. Neste sentido

o gênero é delimitado de acordo com a predominância das características

composicional. Ou seja dentro de um determinado gênero pode haver

outros gêneros que vai dar corpo ao gênero predominante. Ele é passível

de análise, por que depende das práticas sociodiscursivas.

“Os gêneros são “textos materializados que

encontramos em nossa vida diária e que apresentam

características sócio-comunicativas definidas por conteúdos,

propriedades, estilo e composição características”.

Marcushi (2003)

O que é um texto materializado?

Marcushi, diz que a partir do momento que o texto sai

da mente e passa a ser escrito ou oralizado, o texto foi

materializado, ganhou forma e estrutura.

GÊNERO TEXTUAL X TIPOLOGIA TEXTUAL

Tipologia Textuais: Abrangem um número finito de categorias:

NARRATIVOS, DESCRITIVOS, INFORMATIVOS, ARGUMENTATIVOS,

INJUNTIVOS (texto de prescrição), EXPLICATIVOS.

Gêneros Textuais: Partem do tipo textual, são inúmeras categorias e são

dinâmicos, em movimento. São criados e usados conforme o dia a dia: conto de

fadas, contos de humor, narrativa de aventuras, piada, carta pessoal, lista de

compras, carta do leitor, artigo de opinião, artigo científico, reportagem, notícia

de jornal, horóscopo, receita culinária, outdoor, narrativa de suspense, crônica,

história em quadrinhos...

Classificação dos Gêneros

PRIMÁRIOS - GÊNEROS DO COTIDIANO

Lista de Compra;

Bilhete;

Conversa ao telefone;

( Aprende no dia a dia, por meio do convívio).

SECUNDÁRIOS

Redação escolar;

Fichamento;

Resumo;

( São aprendidos na escola).

NOÇÃO DE NOÇÃO DE SEQUÊNCIA SEQUÊNCIA DIDÁTICADIDÁTICA

O QUE É SEQUÊNCIA DIDÁTICA?

Segundo Schneuwly e Dolz (2004) pode ser definida como

“um conjunto de atividades escolares organizadas

sistematicamente em torno de um determinado gênero textual

oral ou escrito”.

Então a sequência didática é uma estratégia de

planejamento por etapas para ensinar a

produção de gêneros textuais.

Conforme esses autores, a sequência didática é considerada

um conjunto de atividades progressivas, planificadas, guiadas

ou por um tema, ou objetivo geral, , ou por uma produção

dentro de um projeto de classe.

Ela seria constituída de três passos:

1- produção inicial, feita sobre uma situação de comunicação

que orientaria a sequência didática;

2- módulos que levam os alunos a se confrontarem com os

problemas do gênero tratados de forma mais particular;

3- produção final, fechamento.

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ESSES AUTORES AFIRMAM QUE É

DEVER DA ESCOLA AUXILIAR O

ALUNO A DOMINAR AS

CARACTERÍSTICAS ESPECÍFICAS

DE DETERMINADOS GÊNEROS DE

TEXTO.

PARTES DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA - SD

As Oficinas são dependentes das observações realizadas na 1ª produção;

são voltadas para as características do gênero textual;

Em cada oficina o aluno precisa manipular o gênero textual que está sendo trabalhado;

Todo o texto precisa ter circulação. Não pode morrer no caderno do aluno ou na gaveta do professor.

O professor precisa no início delimitar o objetivo da produção – para quê e para quem. O aluno precisa compreender e usar a linguagem de acordo com o destinatário.

“Quanto mais precisa a definição das dimensões ensináveis de um

gênero, mais a sequência didática facilitará a sua apropriação como

(mega) instrumento e possibilitará o desenvolvimento de capacidades de

linguagens diversas a ele relacionada.”

Koch, Ingedore.G.V. Desvendendo os segredos do texto. São Paulo:

Cortez,2003, p.59.

DECOMPONDO A

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Apresentação da Situação: São dadas as informações necessárias

para que os alunos conheçam o projeto de comunicação que será realizado

na produção final, ao mesmo tempo em que prepara os alunos para a 1ª

produção;

Produção Inicial: os alunos tentam elaborar um primeiro texto do

gênero escolhido, revelando o que eles conhecem sobre ele. Essa produção

tem o papel de orientadora na sequência. Mostra o que os alunos já

conhecem sobre gênero e indica o que o professor deverá abordar nas

oficinas para auxiliar os alunos a construírem os conhecimentos que

faltam;

Oficinas: são tratadas, durante algumas aulas, são dependentes das

características dos gêneros e o que os alunos já sabem a respeito do gênero

que será trabalhado.

A atividade de produção de texto é decomposta em partes, podendo ser um

texto único os diferentes textos do mesmo gênero:

a) Trabalhar problemas de nível diferentes;

Representação da situação de comunicação (contexto de produção – quando

usar).

Elaboração dos conteúdos ( o aluno deve conhecer as técnicas para buscar,

elaborar ou criar o texto).

Planejamento do texto( meios de linguagens textual).

Realização do texto ( meios de linguagens eficazes).

b) Atividades de observação e de análise de textos.

Variar as atividades de observação e de análises de texto

As tarefas simplificadas de produção de textos.

A elaboração de uma linguagem comum.

c) Sintetizar o conhecimento adquirido (lista de constatações).

Produção Final: o aluno irá colocar em prática o que construiu nas

oficinas: irá produzir o seu texto final e poderá, em seguida,

compará-lo com o texto inicial, percebendo os progressos que teve

durante o trabalho.

ESQUEMA PLANEJAMENTO POR

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Análise Para estudo da 1ª pág. Do Jornal

1- Reproduzir slogan do seu jornal

2- Em que dia foi publicada a notícia?

3- Qual é o preço dele? Você acha o valor justo?

4- Qual é a manchete principal?

5-Copie outras chamada de capa do seu jornal?

6- Há indicação para outros cadernos? Copie –as;

7- Existem fotos na capa de seu jornal? Qual a importância desta primeira foto na primeira pág.

8- Copie as legendas do seu jornal. Através delas você acha

que o leitor entenderá com clareza o conteúdo da foto?

Explique;

9- Na capa do jornal encontramos as manchetes escritas em

vários tamanhos de letras. Por que você acha que isso

acontece?

10- Ao passar pela banca olhando a 1ª pág. do jornal que

está em sua mão, você teria vontade de comprá-lo?

Justifique;

11- Qual é a função da 1ª página do jornal;

ANÁLISE DA NOTÍCIA

Recortar uma notícia do jornal e colar no caderno :

1- O que aconteceu?

2- Quando aconteceu?

3- Onde aconteceu?

4- Como aconteceu ? Com quem aconteceu?

5-Por que aconteceu?

6- Para que serve a manchete?

7- O que é LEAD? Qual sua função?

8- Para que servem a s fotos na notícia?

9-Observe as fotos na notícia , com base cria novas legendas?

1ª PRODUÇÃO DO ALUNO

CONTOS E FÁBULAS - CARACTERÍSTICAS

FÁBULA - palavra latina do verbo fabulare, “conversar”,

“narrar”.

Dessa mesma palavra latina que vem o substantivo português

“fala” e o verbo “falar”.

A fábula é um gênero prosaico próprio da fala cotidiana,

que se realiza por meio de uma narrativa;

Ilustrar algum vício ou alguma virtude e termina,

invariavelmente, com uma lição de moral.

A grande maioria das fábulas retrata personagens como

animais ou criaturas imaginárias, que representam de

forma típica os traços de caráter (negativos e positivos),

de seres humanos;

Ex. as raposas, os leões, os pavões e os lobos caricaturam

virtudes e defeitos das pessoas : o astuto, o poderoso, o forte,

o vaidoso, o exibicionista, o ingênuo,...

o leão representa força e poder, o cordeiro a ingenuidade, a

raposa a esperteza, o pavão a vaidade;

Transmite um ensinamento - moral

CARACTERÍTICAS DA FÁBULA

Predominante de sequências narrativas e conversacionais;

Apresenta ação – sequência de acontecimentos: situação inicial,

obstáculos, tentativa de solução, resultado final e moral;

Personagens - narrador, espaço (lugar dos acontecimentos) e

tempo (quando acontece a história);

A narrativa curta, geralmente, um diálogo;

Normalmente, a fábula é formada por duas partes:

narrativa - trabalha as imagens, que constituem a forma

sensível, o corpo dinâmico e figurativo da ação;

Moralidade - trabalha com conceitos ou noções gerais,

que sugerem uma verdade e uma reflexão aos homens.

1. A estrutura narrativa possui:

Situação inicial

Obstáculo

Tentativa de solução

Resultado final

Moral

2. Moral - linguagem temática, dissertativa, transmissora de algum ensinamento.

Dessa forma, a fábula nos leva a dois mundos:

• o imaginário, o narrativo, fantástico;

• o real, o dissertativo, temático.

O LOBO VELHO

MONTEIRO LOBATO

Adoecera o lobo e, como não pudesse caçar,

curtia na cama de palha a maior fome de sua vida. Foi

quando lhe apareceu a raposa.

- Bem vinda seja, comadre! É o céu que a manda aqui.

Estou morrendo de fome e se alguém não me socorre,

adeus, lobo!...

- Pois espere aí que já arranjo uma rica petisqueira -

respondeu a raposa com uma ideia na cabeça.

Saiu e foi para a montanha onde costumavam

pastar as ovelhas. Encontrou logo uma, desgarrada.

- Viva anjinho! Que faz por aqui, tão inquieta? Está a

tremer...

- É que me perdi e tremo de medo do lobo.

- Medo do lobo? Que bobagem! Pois ignora que o lobo já fez

as pazes com o rebanho?

- Que me diz?

- A verdade, filha. Venho da casa dele, onde conversamos

muito tempo. O pobre lobo está na agonia e arrependido da

guerra que moveu às ovelhas. Pediu-me que dissesse isto a

vocês e as levasse lá, todas a fim de selarem um pacto de

reconciliação.

A ingênua ovelhinha pulou de alegria. Que sossego

dali por diante, para ela e as demais companheiras! Que

bom viver assim, sem o terror do lobo no coração!

Enternecida disse:

- Pois vou eu mesma selar o acordo.

Partiram. A raposa, à frente, conduziu-a à toca da fera.

Entraram. Ao da com o lobo estirado no catre, a ovelhinha por

um triz que não desmaiou de medo.

- Vamos - disse a raposa -, beije a pata do magnânimo senhor!

Abrace-o, menina!

A inocente, vencendo o medo, dirigiu-se para o lobo e

abraçou-o. E foi-se a ovelha!...

MORAL: "Muito padecem os bons que julgam os outros por si.”.