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Somos jovens, estudantes, que nos preocupamos com os rumos do nosso país. O Brasil foi construído com um projeto que privilegia as elites, e nunca atendeu as necessidades do povo. Só conseguiremos mudar essa situação se construirmos, lado a lado com o povo brasileiro, um Projeto Popular para o Brasil. Construímos o movimento estudantil porque acreditamos na importância de disputarmos o conhecimento que é produzido nas universidades, o nosso modelo de educação e o país como um todo. Sabendo que devemos estar dialogando e construindo junto com os movimentos sociais as lutas cotidianas, superando assim os muros da universidade. E só com muita luta, é que será possível transformar a realidade. E para isso temos que conseguir construir unidade, porque nenhuma entidade conseguirá transformar o Brasil sozinha. Precisamos entender o que nos divide e o que nos UNE, construindo lado a lado com todo o povo brasileiro. Pois a ”transformação do país será obra de milhões”! Quem Somos A União Nacional dos Estudantes é a entidade das e dos estudantes brasileiros. Nascida durante a década de 30, a UNE teve papel protagonista em vários momentos de nossa história: na luta contra a ameaça nazifascista, em defesa dos recursos naturais e da soberania nacional com a campanha “O petróleo é nosso”, pelas “Reformas de base”, contra a Ditadura Militar, pela redemocratização da sociedade brasileira e contra a corrupção. O último Congresso da UNE (CONUNE), aglutinou representações estudantis de aproximadamente 97% das universidades brasileiras, públicas e particulares. Além disso, o Congresso contou com a participação de praticamente todas as organizações nacionais de juventude, sendo um espaço privilegiado de debates acerca da educação em nosso país. Apesar disso, tem predominado nos espaços da UNE uma lógica de “polarização despolitizada”. Ou seja: os grupos presentes na UNE tratam-se como inimigos, não como eventuais adversários e colocam a demarcação e a autoconstrução acima de qualquer possibilidade de construção da unidade. Essa lógica prejudica não só a entidade, mas toda a luta estudantil brasileira. É por isso que nos desafiamos a construir essa entidade: porque ninguém, além de nós, estudantes, tem a responsabilidade de construir a UNE. Temos críticas aos rumos da entidade, mas achamos que o melhor jeito de transformá- la é construindo. Defendendo a construção de um Projeto Popular para o Brasil, e uma UNE que fortaleça as lutas populares e unitárias, dialogando com os movimentos sociais e construindo uma universidade e uma sociedade mais justas e igualitárias. A UNE somos nós, nossa força e nossa voz! A A A UNE É DO POVO

Tese LPJ

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Somos jovens, estudantes, que nos preocupamos com os rumos do nosso país. O Brasil foi construído com um projeto que privilegia as elites, e nunca atendeu as necessidades do povo. Só conseguiremos mudar essa situação se construirmos, lado a lado com o povo brasileiro, um Projeto Popular para o Brasil. Construímos o movimento estudantil porque acreditamos na importância de disputarmos o conhecimento que é produzido nas universidades, o nosso modelo de educação e o país como um todo. Sabendo que devemos estar dialogando e construindo junto com os movimentos sociais as lutas cotidianas, superando assim os muros da universidade. E só com muita luta, é que será possível transformar a realidade. E para isso temos que conseguir construir unidade, porque nenhuma entidade conseguirá transformar o Brasil sozinha. Precisamos entender o que nos divide e o que nos UNE, construindo lado a lado com todo o povo brasileiro. Pois a ”transformação do país será obra de milhões”!

Quem Somos

A União Nacional dos Estudantes é a entidade das e dos estudantes brasileiros. Nascida durante a década de 30, a UNE teve papel protagonista em vários momentos de nossa história: na luta contra a ameaça nazifascista, em defesa dos recursos naturais e da soberania nacional com a campanha “O petróleo é nosso”, pelas “Reformas de base”, contra a Ditadura Militar, pela redemocratização da sociedade brasileira e contra a corrupção. O último Congresso da UNE (CONUNE), aglutinou representações estudantis de aproximadamente 97% das universidades brasileiras, públicas e particulares. Além disso, o Congresso contou com a participação de praticamente todas as organizações nacionais de juventude, sendo um espaço privilegiado de debates acerca da educação em nosso país. Apesar disso, tem predominado nos espaços da UNE uma lógica de “polarização despolitizada”. Ou seja: os grupos presentes na UNE tratam-se como inimigos, não como eventuais adversários e colocam a demarcação e a autoconstrução acima de qualquer possibilidade de construção da unidade. Essa lógica prejudica não só a entidade, mas toda a luta estudantil brasileira. É por isso que nos desafiamos a construir essa entidade: porque ninguém, além de nós, estudantes, tem a responsabilidade de construir a UNE. Temos críticas aos rumos da entidade, mas achamos que o melhor jeito de transformá-la é construindo. Defendendo a construção de um Projeto Popular para o Brasil, e uma UNE que fortaleça as lutas populares e unitárias, dialogando com os movimentos sociais e construindo uma universidade e uma sociedade mais justas e igualitárias.

A UNE somos nós, nossa força e nossa voz!

A A A UNE ÉDO POVO

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Ao povo brasileiro historicamente foi negado o direito a educação. As raízes da educação em nosso país se confundem com as do conservadorismo e as do elitismo. A luta para que o povo brasileiro tenha acesso à educação é, portanto, uma luta histórica. Nos últimos dez anos, a educação superior brasileira mudou significativamente. A ampliação do acesso à universidade, bem como a recente aprovação da Lei de Cotas, tem possibilitado o ingresso de centenas de milhares jovens advindos da classe trabalhadora, em especial de negros e pobres, alterando assim o perfil do/a jovem universitário/a. No entanto, e apesar dos avanços, grande parte da juventude brasileira continua excluída desse processo, somente 15% dos nossos jovens tem acesso ao ensino superior. Além disso, a ampliação e democratização do acesso têm gerado novas contradições, e a luta em torno de mais verbas pra educação, de verbas específicas para a assistência estudantil, de melhores condições de infraestrutura, tem se acirrado. O mesmo ocorre nas universidades particulares, do mesmo modo, devemos lutar por garantias de permanência, em especial para PROUNIstas, contra o aumento das mensalidades e pela regulamentação do ensino privado. Precisamos construir um projeto popular para a educação, que esteja atrelado a um modelo de desenvolvimento nacional. A educação deve ser socialmente referenciada, ou seja, o ensino, a pesquisa e a extensão devem ter como objetivo responder os anseios, desejos e necessidades do povo brasileiro. Assim, a reforma universitária que precisamos se soma ao conjunto de reformas estruturais da sociedade, tais como reforma agrária e urbana, nacionalização do sistema de saúde, universalização da educação pública, democratização dos meios de comunicação, redução da jornada de trabalho, e aponta para a construção de um Brasil popular. O nosso projeto popular para a educação deve contemplar: - 10% do PIB, 100% dos Royalities do Petróleo e 50% do Fundo Social do Pré-Sal para educação pública - A Regulamentação do Ensino nas Universidades Privadas e contra a participação de capital estrangeiro na educação brasileira -Ampliar o acesso: mais vagas em todas as universidades públicas - Destinação de 2 bilhões de reais para o Plano Nacional de Assistência Estudantil -Consolidar, nas federais e implantar nas estaduais e municipais a lei de cotas, ampliando sua efetividade ao desvincular o recorte social do recorte racial. -Aumentar os valores das bolsas permanência e de iniciação científica, que devem ter reajuste anual e não devem ter contrapartida trabalhista.

Por um Projeto Popular para a Educação

-Ampl iação dos programas de permanência, garantindo moradia, alimentação e creche para todas e todos que precisam; -Passe Livre para PROUNIstas e Cotistas-Por financiamento para a extensão popular;- Cursinhos Populares para os estudantes de escola pública- Ampliação do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA) como política pública que garante acesso ao ensino superior à juventude camponesa.

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Por menos que conte a história, não te esqueço meu povo.

Se Palmares não vive mais, faremos Palmares de novo | A escravidão é a marca mais violenta e brutal da história do Brasil, em que milhões de seres humanos foram assassinados. Nosso país ainda vive com as fortes marcas do racismo, e a juventude negra é a que mais sofre com violência policial, a extrema pobreza e o encarceramento em massa. As cotas nas universidades públicas são um passo para solucionar esse problema, mas elas não bastam. Precisamos enfrentar o racismo, com políticas contra a violência do Estado e o racismo institucional. Cotas também no funcionalismo público, o ensino de história da África nas escolas e também nos cursos superiores. Ao povo negro, a possibilidade de conhecer e contar sua própria história.

Por Memória, Verdade e Justiça, pelo fim da impunidade de ontem e hoje

| Outra marca da história em nosso país é a deixada pela Ditadura. Foram centenas os jovens assassinados simplesmente por discordarem de um sistema opressor e antidemocrático. Precisamos resgatar a memória, expor a verdade e, com isso, conquistar a justiça. Sabemos que a impunidade se perpetua, e que a violência da polícia hoje é consequência de crimes nunca julgados no passado. O genocídio que atinge as periferias das grandes cidades e em especial a juventude negra deve acabar! É extremamente necessário reformularmos toda a política de Segurança Pública do país.

Pela Democratização da Comunicação

| A comunicação do Brasil hoje está concentrada nas mãos de apenas algumas famílias. São elas que decidem o que podemos assistir, com o que iremos nos divertir, qual a interpretação das notícias e, muitas vezes, criam verdades e mentiras nos jornais noturnos. Precisamos alterar radicalmente essa realidade. A comunicação deve ser construída com diversidade e, acima de tudo, pelo povo. Contar a história das nossas vidas, compartilhar nossos pontos de vista sobre os fatos, sem ficar reféns de grandes empresas deve ser o princípio da comunicação em nosso país.

Por uma sociedade feminista

|O machismo e a violência sexista estão profundamente presentes na história do Brasil e de nossa sociedade. Na vida das mulheres, especialmente as negras, a violência é uma constante. Mulheres negras são as maiores vítimas de violência sexual e simbólica, exploração sexual e negligência do estado com relação a sua saúde. Não podemos deixar que essa situação se perpetue. Somente combinando políticas públicas de prevenção e combate à violência, com o fomento a auto-organização das mulheres é que mudaremos essa realidade, construindo uma sociedade feminista.

Por Reforma Agrária

|Sabemos que a concentração de terras faz parte da estruturação econômica do Brasil. Uma estrutura fundiária que hoje beneficia as grandes empresas exportadoras de commodities. Enquanto isso, o povo brasileiro é um dos que mais consome agrotóxicos do mundo. São mais de 5 quilos de veneno que comemos por ano. Precisamos alterar profundamente a estrutura do campo: repartir as terras, com limite para a propriedade rural e concretizar a reforma agrária. Dar condições para a produção familiar e agroecológica que, além de ser mais barata, faz bem para a saúde do mundo e das pessoas.

Por um mundo livre para se amar a quem quiser

| A luta contra a opressão a lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transgêneros, também é nossa, temos que por fim aos discursos e ações de ódio contra pessoas que possuem orientação sexual diferente da pré-estabelecida pela heteronormatividade. É inadmissível que não sejamos capazes de aprovar um kit educativo contra a homofobia, ou que fechemos os olhos para o alto índice de LGBT's que são violentados de diferentes maneiras. Cada ser humano, independente da sua cor e gênero, tem de ser livre, respeitado e seguro para amar a quem quiser. Levante contra a homofobia!

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RUMO AO 53º CONGRESSO DA

PROPOSTAS

INTEGRANTES DA CHAPA

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