O Segredo Dos Vampiros

Embed Size (px)

Citation preview

Na sombra dos Crpatos, em meio a bosques que refletiam umatristeza nica e muitas vezes esquecida, vivia a solido. Neste local de rvores antigas, prximo das runas de uma das muitas lendas da regio, raras eram as ocasies em que se podia ver algo passando ou se esgueirando, alm dos prprios animais, e dos poucos lobos que ali sobraram. Ali no havia coisas como em outras reas relativamente prximas. No, ali no se via o choque do mundo antigo com modernidades, que aoitavam as estradas com seus motores rugindo. Pois era comum que se vissem vilas, como nos tempos idos da monarquia, repletas das roupas da poca com poucas alteraes, por vezes tocadas pela presena de tantas e tantas diferenas destes tempos, instigantes ou aberrantes, que faziam antigos pensamentos carem em nostalgia. Na parte menos tocada pela modernidade, numa clareira em meio a rvores grandes, em meio a um outono j quase em seu fim, era comum que fossem celebrados pactos e segredos. Com o cair da noite, sons que normalmente no chegavam quela regio brotavam no ar. Sons irritantes de mquinas e sons rejubilantes de vozes conhecidas, que vinham ter com os seus mais uma vez. No entanto, em cada reunio sempre havia uma ou outra novidade, sangue novo sempre aparecia, e muitas vezes batidas familiares de corao no mais seriam ouvidas. E sempre e sempre, o traar de novos planos, e o cumprir de metas a muito determinadas.

Sempre se dizia ser tolice dos intrusos, pois quo fcil saber os que so de ns . Sempre havia um aviso aos descuidados, pois no se traz problemas para a ceia. Todos reunidos prximos das moitas aos ps do Carvalho, e a volta os Menires e Cromlechs ocultos na vegetao, cada um com cones gravados, em vrios estilos antigos, de muitos povos. E todos eles contendo a mesma mensagem de poder de todos os deuses, de cada povo, em cada poca.

O Lder, Ancio dos Tempos era chamado.Novo demais para este ttulo era o que os jovens diziam. Velho demais para um nome, era o que os Antigos diziam. Os Lderes de cada Cl ali estavam, e apesar das variaes que o tempo causou, muitos nomes continuaram a ser usados para designar o ttulo de Lder, e outros nomes floresceram com a Idade da Terra. Os do Norte chamavam a seus Lderes de Gothis e Gythias. Os do Oeste, de Druidas e Druidesas. Os do Leste, de Yogues, Monges ou Lamas. Os do Sul, de Dingir ou Sahir. Na Antigidade do Novo Mundo, eram chamados de Naguais. E muitos apenas chamavam seus Lderes de Mestres, todos eles filhos de muitas Ordens e Colgios, com origens irmanadas ou comuns. Quando veio o tempo, na devida poca, durantes as festas que secretamente celebravam a influncia de poderosos Imortais sobre o Mundo. Chegou o momento de reunir as muitas faces para fechar um ciclo.

Assim que o silncio revelou-se, o Ancio deu incio reunio:Sado a Todos os Kindred, Cls, Famlias e Ordens aqui representados, por seus Lderes e Comitivas! Devemos tratar do final, a muito aguardado, para as metas que foram iniciadas a muitas geraes atrs. Devo lembrar a todos, dos pactos feitos. Dos pactos assinados, dos acordos que engendraram o nascimento da troca de conhecimento, que favoreceram aos que So de Ns , conhecidos do pblico ou no. Devo tambm lembrar de antigas gentilezas, que fizeram nascer os marcos da civilizao no passado, embalados ao som de Ponochona, Sothis e Kaksisa, e muitas vezes orientados aos Braos da Grande Ursa. E por fim deve-se fazer notar o grande esforo, para o nascimento de uma cincia que tem por pai o Oeste, e por Me o pas da Grande Muralha.

E, como sempre, ao ouvir estas palavras, a seriedade e o peso da responsabilidade, sufocou o local. E mesmo os mais recentes que nada sabiam destas coisas at ento, ficaram cara a cara com as enormes possibilidades, que este encontro traria consigo. Como estes mais novos poderiam supor que tanto estivesse envolvido com seu simples processo de nascimento. Como poderiam julgar a responsabilidade que insistia em se agarrar a suas gargantas. E quantos no eram aqueles em que o remorso crescia, insistente, como um asco nos lbios. E sempre era assim com eles, pois os tolos sabem julgar muito pouco.

Aps o tempo necessrio, o Ancio retomou:H tempos temos traado nossos destinos, erguendo nossas mos contra o acaso. Forjando o que necessrio para o nascimento dos meios pelos quais vir a nascer, o tesouro dourado de nosso desejo. Cometemos erros verdade. Todos ns nos lembramos de Atum, Omuz Mazda, Mitra, Marduk e Krishna. E por fim, em nossa antiga ignorncia, do Nascimento do Culto do Nazareno. Quo grande no foi a lstima em todos ns a cada resultado ruim. A cada brotar de fanatismo, e a cada guerra para exterminar os aproveitadores, e a cada traio que nossos fantoches flicos solares causaram. Quem dentre ns no sente o peso do nascimento de uma legio de bilhes de acfalos Shuggoth, criados como comida, usados como escravos, hoje metarstase de cada frao deste solo. Sim, estas criaturas imundas, Trolls, cultivadas pelos aproveitadores, todos eles sacerdotes de nossos fantoches; e por causa disso parte alguma de nossos territrios est livre dos males causados por nossa insensatez. Mas o final se mostra finalmente. O desfecho est brilhando mais uma vez, e esperamos todos que desta vez sejamos mais sbios, e com o resultado favorvel, no repitamos os atos de nosso passado.

nascidos da cruz e da rosa, floreados e teatrais, e seus modos:

A ouvir isso, o Lder da Aurora Dourada, perdido em

devaneios no conteve sua lngua

E como essa abominao pode ser til, Ancio? No ser este o fim para cada um aqui? Como pode haver futuro, sem o gado ou as fontes?

O Ancio, parecendo antever algo assim, mostrava-se to frio comoantes: A verdade sobre as fontes e o gado, que nosso alimento no est ligado a eles, mas ao que tomam de ns, nos obrigando a tomar de volta o que nos pertence. Muito no foi dito a seu Ramo, e a linhagem que parte de seu Ramo, excetuando-se a Thelemica, que veio a outros Ramos e conheceu outros Cls e Kindred. No tocando em frmulas prontas e inteis que as respostas podem ser elaboradas. No falando na misericrdia que apregoamos no passado, e infelizmente, Alguns de Ns no presente, que destilaremos a verdade. Recordemos que nos tempos antigos, muitas foram as migraes de Imortais Verdadeiros. Indo de Leste para Oeste, de Norte para Sul. Criando pontos de contato, gerando lnguas diferentes em cada local, engendrando cultos a diversos deuses, com detalhes externos totalmente diferentes, mas sendo todos eles essencialmente o mesmo culto. Cada Grande Lder, em cada Local, em cada Lngua, em cada Grande Povo do Passado. Todos eles voltados para o Grande Co no Cu do Sul, ou para a Estrela Polris no Norte. E para cada homem e mulher que so portadores de algum resduo de inteligncia, a mesma pergunta: Por que os Deuses Escutam? E sempre que obtm a resposta, vem a outra pergunta: Se os meus deuses criaram o universo, porque o ouvem os estrangeiros em suas lnguas? Todos eles iludidos em suas vidas tolas e vs. Os Hermticos de hoje em dia cometem o mesmo erro, pois acreditam que a resposta esteja em sua rvore da vida, e padecem no esquecimento de que sua rvore da vida veio de outras rvores da vida, de outros povos, e que sua lngua mgica, vem dos povos que nos adoraram sob os nomes de Baal, Astaroth, Inanna, sis, Set, Toth, Dagon, e tantos outros. Poucos supem qualquer coisa que o seja, sobre os Vasos Universais de Concentrao de Fora.

No bosque em meio ao silncio que se fez, somente o sentimento degelar das convices parecia se pronunciar. Naquele momento, caram por terra verdade ditas que eram tidas como perfeitas. Naquele momento, ressentimentos antigos pareciam querer incendiar a reunio. Poucos poderiam dizer-se isentos do sentimento de engodo, e da falta de sentido, de tantos anos de prticas e trabalho, em busca de um

objetivo ilusrio, uma loucura que em seu pior, era compartilhada pelos que a ensinavam.

O Ancio continuou:Todos ns bebemos de inmeras fontes, e prosperamos com isso. Todos ns adquirimos o conhecimento, e experimentamos o deleite que a Shuggoth algum permitido, excludos com esto justamente pelo que so. As inmeras levas de Shuggots nada mais fazem que imolar suas vidas, suas mentes, suas emoes, em direo aos fantoches. Estes fantoches que criamos no passados para acolhes esta fora para ns, como justo pagamento pelo existncia dos escravos Shuggoths, e que acabaram se voltando contra ns, pelas mos traioeiras de alguns De Ns . E no decorrer do tempo, da Babilnia as terras da Europa, indo at o novo mundo, fogueira foi o destino dos que De Ns , foram levados a tribunais inferiores. a lembrana das torturas, fogueiras, mortes violentas, por parte de multides enlouquecidas de fanticos islmicos, cristos, fanticos adoradores de Marduk e tantos outros, comps um quadro de dor nascida da inconseqncia.

Ali

Para muitos, a voz do Ancio somente aumentava o desconforto:Todas as linguagens dos homens, falam apenas dos meios e fatos ligados ao local de origem desta linguagem, e so via de regra smbolos de determinao de algo. E apesar de os sons e aparncia simblica ser diferente, representam a mesma coisa, mas so todas inapropriadas, pois cada uma delas a traduo de alguma coisa e no alguma coisa em si mesma. Assim, todo aquele que estoura a barreira do limite, a barreira do abismo, em seu final, acaba podendo ser um iniciador de qualquer religio para qualquer um que queira aprend-la. Pois no ponto limite, muito alm dos floreados auspiciosos de cada grande religio, e nestes tempos, de cada Grande Loja de Cada Grande Ramo de Linhagem, do que os Shuggots chamam de inicitica. Cada um dos muitos grupos de deuses de cada povo, so diferentes. No entanto, ao estourar o limite, damos de cara com a regio que acolhe a linguagem no verbal das chamadas oraes, e indo alm dessas expresses inferiores da arte antiga, encontramos o ponto central que acolhe a linguagem no verbal contida nos encantamentos e formas ritualsticas, que cada povo usa para chamar cada um de seus deuses.

Ali H muitos Pontos de Concentrao de Fora. Cada ponto como um recipiente, e cada um deles so individuados dos outros, e existe separadamente da existncia ou no dos outros, e todos procedem de uma fonte, que o Nada em si. Mas diferentemente do que dado a conhecer aos Shuggoth, o nada no pode ouvir, ver, sentir, ou mesmo saber que h algo diferente dele mesmo, pois o nada no seria infinito se pudesse se restringir a poder ouvir esta ou aquela coisa, o que brota dele que perfaz este processo. Se no fosse assim tudo que pequeno o conteria, se ele fosse o infinitamente grande, e o oposto seria o mesmo. O Nada feito daquela mesma frmula que o Zen tanto conhece. Absolutamente Ativo e Absolutamente Passivo, cada uma crescendo para o oposto da outra, imensas em suas grandezas infinitamente opostas, estando no mesmo lugar, separadas por suas vibraes opostas at que se tocam, e nasce o Sangue Universal, a Vida. Assim, Lder da Aurora Dourada, voc passa a ter sua resposta. Bebemos da Prpria Vida. Os vdicos a chamam de Prana, mas que os celtas entenderam como Nowire. Aquilo mesmo que feito Simultaneamente de Nephel e Musphel, segundo o conhecimento dos Kindred.

O final da grande reunio procedeu como sempre.Houve uma celebrao em meio floresta. Houve Vinho e Iguarias , trazidas de locais ermos, apartadas de suas famlias com o consentimento destas. Algumas com a expectativa de serem acolhidas, e outras com expectativas de favorecimentos. Nenhuma com qualquer chance de lograr xito, pois todas eram Shuggoth. O Sangue de cada Shuggoth que ali estava, intil para os Lderes e Ancios, e igualmente intil para a maioria dos Gonul, foi usado para os Menires e Cromlechs, que guardavam o local. A vida de cada um deles, agora jazia no sangue dos Lderes e Ancios, e por fim essa rotina de vidas vazias e sem individualidade, no iria alimentar egrgoras fantoches, decadentes.

de novo seus nicos companheiros.

A clareira ento voltou ao silncio, o Carvalho e os Dolmens eram Distante dali, poderosos senhores caminhavam para o princpio de

novos tempos.

ampiros do mundo todo, assim como candidatos inconscientes de sua futura condio, saberiam nos momentos convenientes, que seus muitos costumes, e suas muitas prticas, seriam o lastro para a grande

V

mudana do eixo, tendo como final a morte da era destes ltimos 2.000 anos, e com ela o fim de uma srie de grandes erros do passado. processo tragaria consigo uma soma enorme de Shuggoth, e provavelmente com eles a maioria de aproveitadores e dos mais fracos.

O

Seriam tempos iniciais terrveis, mas estariam livres das enormesquantidades de parasitas, que vivem do que deles por direito. Autor : Frater Oxi Ziredo E-book editado e revisado por: Ana Death Duarte September 1, 2006. Cover Art Alonso Lizzard

Mephisto Agency